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Alex Sandro durante coletiva da seleção brasileira

Cotado para ocupar a lateral esquerda da seleção brasileira nos próximos anos, Alex Sandro, do Porto revelou em entrevista à Agência EFE que evoluiu como jogador no futebol europeu e falou sobre as expectativas relacionadas ao retorno de Dunga ao comando dos pentacampeões mundiais.

Revelado pelo Atlético Paranaense em 2008, o defensor ainda passou pelo Santos antes de ser contratado pelo Porto. Titular do clube aos 23 anos, Alex Sandro traçou diferenças entre o estilo de futebol praticado no Brasil e na Europa.

"O Porto tem essa cultura de trazer jogadores novos, formá-los e colocá-los para jogar. Nisso, o Porto é excelente. Na Europa é preciso pensar mais rápido. No Brasil temos muito tempo para pensar", avaliou.

Entre as diferenças citadas, o jogador enfatizou a dificuldade de chegar ao Velho Continente como um lateral acostumado a atacar mais do que defender.

"Uma das posições mais difíceis de chegar aqui e jogar é sendo um lateral. No Brasil, nossa função preferencial não é defender, é preciso ajudar ofensivamente. Por isso, quando chegamos aqui e 'sofremos'. Queremos atacar e deixamos espaços nas nossas costas", comentou.

Segundo o atleta que disputou os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, a característica ofensiva mostrada durante as partidas vem desde cedo, por ter sido "adaptado" à posição de lateral-esquerdo durante as categorias de base. No início, Alex Sandro atuava como meia.

"Eu jogava com a camisa 10, como meia, inclusive quando fiz o teste para o Atlético Paranaense. Mas, como faltavam, laterais-esquerdos, fui me adaptando e me encaixei bem. Um bom lateral tem que pensar primeiro como defensor. O bom do brasileiro é que quando aprende a defender, já tem o ofensivo no sangue", disse.

Depois de uma temporada sem títulos, o Porto contratou o espanhol Julen Lopetegui para comandar o time na temporada 2014-2015. Sobre o comando do novo técnico, Alex Sandro comentou que precisou mudar o jeito de jogar.

"É o estilo espanhol, como todos conhecem. O que notei é que precisamos ter a posse da bola. Quanto mais temos a bola, menos risco teremos de sofrer um gol. Trabalhamos para não entregar a bola de qualquer maneira, de ganhar as divididas, acertar os passes. Estamos adaptados", garantiu.

Com passagens pelas categorias de base da seleção brasileira, inclusive sendo campeão do Sul-Americano Sub-20 em 2011, o lateral-esquerdo estava nos planos do técnico Mano Menezes, mas deixou de ser convocado quando Luiz Felipe Scolari assumiu a seleção principal.

"Quando estamos nos planos da seleção já é excelente. Para mim, se a convocação para a seleção vem, é fruto do trabalho que faço no clube. Estou feliz que Dunga me tenha convocado, mas não pude ir", declarou, ao se referir à lesão que o tirou da lista de convocados para os amistosos contra Equador e Japão.

Em busca de um espaço na equipe nacional, Alex Sandro precisará concorrer com nomes como Marcelo, Filipe Luis, Dodô, entre outros. Sobre a disputa por posição, o jogador disse que encara o desafio com naturalidade.

"O Brasil é assim, felizmente está cheio de jogadores bons. Sempre surgirá uma estrela e todos entendemos isso. Talvez a seleção brasileira seja uma das difíceis de se entrar exatamente por isso", analisou.

Em ascensão com o Porto e lembrado recentemente pela seleção brasileira, Alex Sandro tem contrato até 2016 com o clube português, com uma cláusula de rescisão de 50 milhões de euros (R$ 151 milhões). Ao ser questionado sobre o futuro, o jogador afirmou que prefere se concentrar no momento atual da carreira.

"Não penso muito no futuro, hoje estou no Porto, jogo pelo Porto e me dedico ao máximo pelo Porto", concluiu.