Sem atuar pela seleção brasileira desde a derrota para a Holanda nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, quando foi expulso após pisar em Robben, o volante Felipe Melo está de olho em uma possível volta à equipe nacional. Atuando pelo Galatasaray desde 2011, o jogador de 31 anos é um dos ídolos no clube turco e, além das boas atuações nas última temporada, se apega a outro importante fator para sonhar em vestir a amarelinha novamente: o técnico Dunga.

Em entrevista ao programa "Bate-Bola", da ESPN Brasil, nesta quinta-feira, Felipe Melo aprovou a volta de Dunga ao comando da seleção após o vexame na eliminação no Mundial de 2014, mostrou personalidade e deu o seu recado ao falar sobre os critérios de convocação do treinador.

"Eu nunca tive dúvidas que o Dunga observa todos. Foi assim na minha primeira convocação, quando eu estava na Fiorentina. Eu não era muito falado no Brasil, e ele me deu aquela oportunidade. Então, quando o Dunga reassumiu a seleção, eu fiquei muito contente, porque ele não chama jogador só porque tem olho azul ou tatuagem bonita, e sim pelo que você vem fazendo em campo. Ele dá oportunidade para o bom jogador, aquele que pode ajudar a seleção. Esse é meu foco, trabalhar bastante, a minha parte mental, física e técnica, para sempre evoluir", afirmou o volante, que está no Rio de Janeiro se recuperando após cirurgia por causa de uma hérnia lombar.

Apelidado de "pitbull" por causa de sua garra e empenho dentro de campo, Felipe Melo garante que amadureceu com a idade e está com um temperamento mais calmo. Ele também faz questão de deixar claro que nunca vai perder o seu estilo brigador no gramado, mas assegura que atitudes impensadas como aquela que ocasionou o cartão vermelho e prejudicou o Brasil na eliminação diante da Holanda, na Copa de 2010, não voltarão a acontecer.

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Felipe Melo está no Galatasaray desde 2011

"Tudo serve como aprendizado na vida. Nesse longo tempo que estou fora da seleção, cresci muito como profissional, como ser humano, a gente amadurece na vida", disse o volante, que completou.

"A única coisa que mudou no meu temperamento é que realmente hoje eu sei encarar as situações de jogo muito mais tranquilamente, e as pessoas me conhecem, então elas buscam que eu faça uma coisa ou outra para tomar o cartão. Mas hoje eu sei dominar essa situação. Obviamente essa vontade de vencer não vai mudar nunca, faz parte de mim, eu não vou pensar duas vezes se tiver que dar um carinho, ajudar meu time. O acontecido anos atrás não vai se repetir, mas minha força continua, isso não vai mudar, por isso que meu apelido é pitbull. Mas hoje em dia eu não me deixo levar pela emoção, eu sei encarar as coisas".

Na luta por ganhar um oportunidade entre os convocados da seleção, Felipe Melo imagina disputar uma vaga com Luiz Gustavo, do Wolfsburg, frequentemente chamado como primeiro volante. Para o jogador do Galatasaray, meio-campistas como Elias, do Corinthians, e Fernandinho, do Manchester City, atuam um pouco mais avançados, em uma função diferente dele. Apesar de desconfianças e críticas que sofreu por causa de seu temperamento explosivo, Felipe Melo deixa claro que profissionalismo e trabalho duro são mesmo as suas principais características.

"Eu sou muito profissional naquilo que eu faço, nunca tive problema extra-campo, de peso, de bebida. Meu pai sempre disse que as pessoas têm que ter medo de perder o emprego, porque aí você vai trabalhar muito sempre. E eu tenho medo de perder o emprego. Às vezes as pessoas falam que o Felipe Melo está jogando contra um time da Terceira Divisão e está dando carrinho, disputando até a última bola, mas isso faz parte do meu caráter, do meu profissionalismo. Hoje estou com 31 anos, sei me controlar dentro de campo, faz parte do aprendizado", afimou o volante.

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Felipe Melo foi expulso nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010