Um elenco alternativo conquistou o primeiro título da Alemanha na Copa das Confederações. Além da alegria pela taça em si - ainda mais para jogadores que, em sua maioria, não estão tão habituados a disputar compromissos oficiais pela seleção principal -, o que talvez tenha sido o mais importante foi a possibilidade de o treinador Joachim Löw observar potenciais nomes para a Copa do Mundo, que começará em menos de um ano.

Entre veteranos ganhando suas primeiras chances, jovens promissores e atletas já com alguma bagagem na Mannschaft, veja como foi o desempenho e qual é a situação de cada jogador visando uma vaga no Mundial de 2018 - ou de 2022. Vale lembrar que, dos 23 convocados, o volante Diego Demme, do RB Leipzig, e o meia-atacante Leroy Sané, do Manchester City, foram cortados por lesão e não tiveram a oportunidade de disputar a competição na Rússia.

1 - Kevin Trapp (goleiro, 26 anos) – único dos 21 atletas que não disputou um minuto sequer da competição

2 - Shkodran Mustafi (zagueiro, 25 anos) - atuou e foi titular em três jogos, sendo um deles a final. Nome de confiança de Löw desde a Copa do Mundo, o jogador do Arsenal mostrou que continua prestigiado, mas viu concorrentes qualificados surgirem e ainda cometeu uma falha feia que originou o gol do Chile no empate por 1 a 1 pela fase de grupos. Sua presença no próximo Mundial é bem possível, mas está longe de estar garantida.

3 - Jonas Hector (lateral esquerdo, 27 anos) – titular do time desde 2015, o atleta do Colônia só deu mais argumentos para Löw continuar confiando nele. O defensor, que não jogou apenas contra a Austrália, é forte na defesa e está bem distante de comprometer no apoio ao ataque. É um nome consolidado na seleção alemã e deve ser o titular da lateral esquerda em 2018.

4 - Matthias Ginter (zagueiro, 23 anos) – bastante prestigiado tanto no Borussia Dortmund quanto na seleção alemã, pela qual foi titular em quatro das cinco partidas na Copa das Confederações, o zagueiro ainda é muito instável e comete falhas com certa frequência. Pesa a seu favor a experiência pela seleção, com a qual foi campeão mundial e vice-campeão olímpico, assim como a versatilidade – pode atuar na lateral e como volante. É um nome forte para 2018, isso se continuar atuando regularmente no Dortmund, que contratou Ömer Toprak para a próxima campanha.

5 - Marvin Plattenhardt (lateral esquerdo, 25 anos) – vindo de uma boa temporada com o Hertha Berlin, o defensor só teve a chance de mostrar seu futebol nos 90 minutos disputados na vitória contra Camarões. O convívio de perto com Löw e sua comissão técnica pode ajudá-lo, sobretudo em uma posição completamente em aberto na seleção alemã. Enquanto Hector é dono absoluto da lateral esquerda, o seu reserva é uma incógnita total já há algum tempo. Não à toa, o zagueiro Benedikt Höwedes foi lateral esquerdo titular na Copa de 2014, por exemplo. Ele deve brigar pelo posto com nomes como Yannick Gerhardt, do Wolfsburg e campeão europeu sub-21, entre outros.

6 – Benjamin Henrichs (lateral direito, 20 anos) – titular contra o México e saindo do banco contra Camarões, o jovem deu uma assistência em cada partida e aproveitou os pouco mais de 100 minutos que teve. Jogando dos dois lados do campo e em diferentes setores, Henrichs vem em uma constante ascensão e pode pintar como uma opção interessante no banco para o próximo Mundial. Ele virou titular do Leverkusen na reta final de 2015-16, seguiu prestigiado na última temporada e é um nome possível a uma das 23 vagas - principalmente para 2022.

7 – Julian Draxler (meia, 23 anos) – jogando (e bem) no PSG desde o começo do ano, Draxler vem mostrando que já não é mais uma promessa e confirmou tal realidade na Copa das Confederações, competição em que foi capitão e eleito o melhor jogador, com um gol e uma assistência. Com grande habilidade individual, ele é nome certo para a Copa, e talvez até como titular.

8 – Leon Goretzka (meio-campista, 22 anos) – depois de ter superado problemas físicos e hoje mais saudável, o meio-campista, que pode atuar mais recuado ou mais avançado, foi bem nos quatro jogos que fez como titular – embora um pouco apagado na final – e marcou três gols. Em grande fase na carreira, ele tem boa chance de ir ao Mundial, apesar da forte concorrência no setor. Se a chance não vier em 2018,  tem tudo para sair no Catar.

9 – Sandro Wagner (atacante, 29 anos) – o veterano estreante fez seus dois primeiros jogos com a seleção alemã em amistoso com a Dinamarca e no duelo com San Marino, pela eliminatória europeia, no qual fez três gols na vitória por 7 a 0. Em alta, foi titular na estreia pela Copa das Confederações contra a Austrália e não jogou mais desde então. Apesar de ter conseguido suas primeiras oportunidades na seleção, é difícil imaginar que voltará à Rússia em 2018. Afinal, seus concorrentes brilharam muito mais.

10 - Kerem Demirbay (meia, 23 anos) – autor de um golaço na vitória por 3 a 1 sobre Camarões, único jogo em que atuou – e na condição de titular -, o meia, que foi um dos destaques do Hoffenheim na última Bundesliga, até aproveitou os minutos que teve e se mostra como um talento com grande potencial no futuro, mas é difícil conquistar uma vaga já na Copa de 2018 devido à concorrência no setor.

11 – Timo Werner (atacante, 21 anos) – talvez quem tenha melhor aproveitado a chance. Autor de três gols na competição, terminou como artilheiro por conta de suas duas assistências, que serviram de critério de desempate. Mas ele fez mais do que isso. Podendo jogar como falso 9 ou mais pelo lado do campo, ele se mostrou muito importante, mesmo quando ficava isolado na frente. Autor de 21 gols na última Bundesliga pelo RB Leipzig, Werner tem tudo para ir à Copa de 2018 e não seria surpreendente se fosse na condição de atacante titular.

12 – Bernd Leno (goleiro, 25 anos) – reserva na Euro, o goleiro do Bayer Leverkusen, que tem brilhado e sido regular há vários anos, enfim, teve sua chance de jogar pela seleção em uma competição oficial (sem contar uma vitória por 4 a 1 sobre o Azerbaijão pela eliminatória europeia), mas não aproveitou a chance, ao falhar nos dois gols do triunfo por 3 a 2 sobre a Austrália. Foi para o banco e não atuou mais no torneio. Ele ainda segue como forte candidato ao posto de terceiro goleiro no Mundial, mas desperdiçou a oportunidade de ter ficado ainda mais perto de tal condição.

13 - Lars Stindl (atacante, 28 anos) – titular em quatro jogos, o capitão do Borussia Mönchengladbach mostrou-se eficiente, como os três gols comprovam, e também voluntarioso, podendo atuar mais ao lado de um centroavante (como foi contra Austrália, ao lado de Wagner), sozinho no ataque (como foi no empate com o Chile) ou mais ao lado do campo (como foi contra o México e também na final). Ajudando também na marcação, o ex-volante surgiu como uma surpresa -fez sua estreia pela seleção apenas em junho - e acabou confirmando-se como uma grata surpresa. Assim fica a pergunta, por que não um lugarzinho no elenco da Copa?

14 – Emre Can (volante, 23 anos – titular só em dois jogos, ele foi um dos quatro alemães que participaram de todas as partidas do torneio e ainda deu uma assistência. Tendo já atuado nas duas laterais e como meio-campista na seleção, o jogador do Liverpool mostrou-se mais uma vez uma peça de confiança de Löw. É um nome bem possível para figurar a relação de 23 convocados para a Copa.

15 – Amins Younes (atacante, 23 anos) – desde junho, o atacante fez suas quatro primeiras partidas pela seleção alemã, sendo duas delas entrando já no fim em jogos da Copa das Confederações (contra México e Camarões. Em 19 minutos, teve pouco tempo para mostrar algo na competição. Vindo de grande momento no Ajax, foi premiado com tal período na seleção germânica. Isso, porém, não muda o foto de sua convocação para o Mundial ser algo pouco provável.

16 – Antonio Rüdiger (zagueiro, 24 anos) – titular em quatro jogos e jogador que mais bloqueou finalizações no torneio (cinco), o defensor da Roma, que é alvo do Chelsea, apresentou um alto nível e aparece muito bem na disputa por um lugar na bastante concorrida zaga da seleção alemã. Sua atuação na final é uma prova de que, no momento, merece retornar à Rússia em 2018.

17 – Niklas Süle (zagueiro, 21 anos) – caso muito parecido com o de Rüdiger. O vice-campeão olímpico, além de grande qualidade, também já se pode considerar um atleta experiente (soma mais de 100 partidas na Bundesliga). Depois de ter brilhado com o Hoffenheim, agora terá maior visibilidade e expressividade, já que acertou com o Bayern de Munique, condição que pode ajudá-lo ainda mais a seguir na seleção, caso siga atuando regularmente. Süle é um nome que deve estar presente em 2018 e como potencial titular em 2022.

18 – Joshua Kimmich (lateral direito/volante, 22 anos) – estabelecido na  ala direita da seleção alemã desde a Euro, o versátil atleta foi o único alemão a ter disputado todos os minutos da Copa das Confederações. Responsável por duas assistências, ele foi seguro mais uma vez e, assim como Hector na esquerda, é nome consolidado no time titular.

20 – Julian Brandt (meia-atacante, 21 anos) – titular na estreia e autor de uma assistência, o jogador do Leverkusen acabou perdendo espaço e atuou mais duas vezes como reserva. Mesmo assim, ele é um nome já conhecido na seleção e, com grande potencial, sobretudo em lances individuais, continua sendo um forte candidato a ir ao Mundial. A participação relativamente pequena na Copa das Confederações não reflete exatamente o papel que tem exercido na própria seleção e no Leverkusen. Para o próximo ano, tem boas condições de ser uma opção interessante no banco; para 2022, deve estar alguns degraus acima.

21 – Sebastian Rudy (volante, 27 anos) – seguro na defesa e titular em todos os jogos do torneio, o novo reforço do Bayern de Munique mostrou-se uma opção extremamente confiável, além de versátil, uma vez que também pode atuar na lateral direita. Depois de ter brilhado no Hoffenheim, ele tem boas chances de ir à Copa, a menos que atue pouco no Bayern. Logo, a transferência ao gigante bávaro pode vir a representar um passo adiante na carreira, mas contém um risco devido à concorrência que enfrentará no novo time.

22 – Marc André ter Stegen (goleiro, 25 anos) – após ganhar a posição de Leno, foi titular nos demais jogos, fez uma boa participação e mostrou que hoje é, com folga, o segundo principal goleiro da Alemanha. A ida ao Mundial de 2018 parece certa.