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Natação

15/07/2015 02h45

Toronto 2015

Leonardo de Deus e revezamento 4x100 m livre levam o ouro no primeiro dia da natação em Toronto

Joanna Maranhão, Marcelo Chierighini e revezamento 4x100 feminino ficam com o bronze. Thiago Pereira iguala recorde de Gustavo Borges

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Nesta terça-feira (14.07), no primeiro dia de competições de natação nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, o Brasil ganhou cinco medalhas nas seis finais que disputou. Foram dois ouros, um com Leonardo de Deus nos 200 m borboleta e outro no revezamento 4x100 m livre masculino; e três bronzes, com Joanna Maranhão nos 200 m borboleta, Marcelo Chierighini nos 100 m livre e a equipe do 4x100 m livre feminino. Apesar de sequer ter disputado a final do revezamento, Thiago Pereira também ganhou o ouro, já que ele nadou as eliminatórias pela manhã. Com a medalha, sua 19ª no Pan, ele iguala o recorde de Gustavo Borges com o maior número de pódios na competição e se aproxima do cubano Erick Lopez Rios, recordista com 22.

Leonardo de Deus sorri com a medalha de ouro no peito. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br

Na primeira prova da noite, os 100 m livre feminino, a canadense Chantal Van Landeghem bateu o recorde Pan-Americano (53s83) e ficou com o ouro. Completaram o pódio a norte-americana Natalie Coughlin (54s06) e a bahamense Arianna Vanderpool-Wallace (54s15). As brasileiras Larissa Martins e Graciele Herrman chegaram em quinto e sexto lugares, respectivamente.

A primeira medalha da natação brasileira em Toronto veio com Marcelo Chieghirini, nos 100 m livre masculino. Após uma boa saída, o brasileiro chegou a virar os 50 primeiros metros na liderança, mas não conseguiu manter o ritmo e acabou com o bronze, com o tempo de 48s80. O campeão foi o argentino Federico Grabich (48s26), seguido do canadense Santo Condorelli (48s57). O brasileiro Matheus Santana, que também participou da prova, terminou na sétima colocação.

Na avaliação de Chieghirini, o terceiro lugar foi um bom resultado. “Estou bem satisfeito com o bronze no meu primeiro Pan. O tempo não foi bem o que eu queria, mas eu acertei a passagem. Pesou um pouco o finalzinho, o argentino veio bem forte. Mas é minha primeira medalha de Pan. Estou satisfeito”, afirmou o nadador, que viria a ganhar também o ouro no revezamento 4x100 m.

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Joanna Maranhão comemorou a medalha de bronze conquistada no primeiro dia de competições no Pan. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br

Nos 200 m borboleta, a recordista sul-americana da prova, Joanna Maranhão, bateu em quarto nos primeiros 50 m, mas se recuperou e segurou o bronze com 2m09s38. Para a brasileira, a medalha, apesar de bem-vinda, foi um detalhe. “Acho que muito mais importante que a medalha é o fato de eu estar nadando com o meu melhor tempo. Eu estava buscando muito bater esse recorde sul-americano, não pelo recorde, mas pera ser melhor do que eu tinha sido com o traje. Eu tenho essa meta de bater todos os tempos da época com trajes. Se veio com medalha, melhor ainda”, comentou.

“Ninguém queria esse ouro mais do que eu”

Único medalhista de ouro individual do dia, Leonardo de Deus caiu na água para os 200 m borboleta com o Pan de Guadalajara na lembrança: campeão da prova no México, o brasileiro chegou a perder a medalha no “tapetão” por um suposto patrocínio irregular na touca, mas foi confirmado campeão posteriormente. O bicampeonato em Toronto, no entanto, veio com recorde e sem sustos. “Eu me emocionei porque eu lembrei de 2011, tudo que eu passei para estar ali no lugar mais alto do pódio. E agora poder repetir, quebrando o recorde Pan-Americano, sem estar na minha melhor forma e tendo um mundial daqui a duas semanas, me motiva ainda mais para buscar o campeonato mundial.”

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Leonardo de Deus durante a prova que lhe rendeu o ouro em Toronto. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br

Dominante a partir dos 100 m, Leonardo selou a vitória com um tempo de 1m55s015. O peruano Mauricio Fiol (1m55s15) e o canadense Zack Chetrat (1m56s90) também subiram ao pódio. O brasileiro elogiou os adversários e disse que não previa uma disputa tão acirrada. “Não estava esperando uma prova tão disputada como foi. Catorze centésimos de diferença apenas, não esperava. Eu treinei com o Mauricio (Fiol) um semestre do ano passado, então eu o conhecia bem, mas não esperava. Acho que minha experiência ali no finalzinho fez a diferença, mas foi difícil segurar”, admitiu.

Para Leonardo, a medalha tem um sabor ainda mais especial por ter sido conquistada fora das condições ideais. “Eu não estou tão descansado, não estou na minha melhor forma, descansei quatro ou cinco dias apenas para esse Pan. Eu levei na raça, levei na vontade de vencer e eu sabia que quem quisesse mais ia ganhar a prova. E ninguém dentro da água queria esse ouro mais do que eu”, comemorou.

O campeão ainda destacou o papel do apoio do Ministério do Esporte na conquista da medalha. “Eu recebo a Bolsa Pódio e é muito importante porque a gente vive para o esporte. Viver do esporte é muito caro, é muito complicado, então este apoio é fundamental para a gente conquistar esses resultados”, acrescentou.

Revezamentos garantem medalha

Nas duas últimas provas da noite, os revezamentos 4x100 m livre masculino e feminino, o Brasil voltou a mexer no quadro de medalhas. O quarteto formado por Etiene Medeiros, Daynara de Paula, Graciele Herrman e Larissa Martins garantiu o bronze na prova feminina, fechando a série em 3m37s39. Com o novo recorde Pan-Americano, as canadenses foram campeãs (3m36s80), com o Estados Unidos em segundo (3m37s01).

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Brasileiras sorriem com o ouri conquistado no revezamento 4x100 m livre. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br

No revezamento masculino, veio o segundo ouro da noite para o Brasil. Com o tempo de 3m13s66, João de Lucca, Bruno Fratus, Matheus Santana e Marcelo Chierighini bateram o recorde Pan-Americano, que já era brasileiro, e subiram ao lugar mais alto do pódio.

Para Fratus, o bom desempenho dos adversários valorizou a conquista brasileira. “Foi uma prova boa, forte. Eu não esperava o Canadá do jeito que veio, confesso que estava prestando muito mais atenção nos Estados Unidos, mas aí eu vi o canadense abrindo e tive que dar uma repensada na estratégia. Acabou dando certo”, afirmou.

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Brasil no topo do pódio no revezamento masculino. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br

Para João de Lucca, que também ficou impressionado com o desempenho canadense, o apoio da torcida fez a diferença. “O Canadá teve um grande fator a seu favor que foi estar nadando em casa. Isso com certeza dá uma pilha, os caras deram 150% deles, nadaram muito bem. Mas nossa união foi maior, nossa estratégia foi melhor e estamos de parabéns”, avaliou.

Pedro Ramos, de Toronto – Brasil 2016