Almir Pernambuquinho, Jota Soares, Luís Cavalcante e Mauro Shampoo serão homenageados do CINEfoot Tour 2013 – Recife., que começa no próximo dia 17 de junho, segunda-feira, no Cinema São Luiz. Saiba mais sobre eles.
Almir Pernambuquinho (Segunda-feira, 17 de junho)
Há 40 anos morria Almir Morais de Albuquerque, em uma das maiores tragédias do futebol brasileiro. Ele foi um dos maiores jogadores do país, motivo pelo qual chegou a ser chamado de “Pelé Branco”, ao assumir o lugar do Rei do futebol em 1963, garantindo ao Santos F.C. o título de bicampeão no Mundial dos Clubes.
Almir Pernambuquinho começou a jogar em 1956, no Sport Clube do Recife, mas logo foi descoberto por clubes do sudeste. Em 1958, ano do primeiro título mundial do Brasil, foi convocado para jogar a Copa do Mundo com a Seleção, no entanto, por ter recusado uma das chamadas para excursionar com o Vasco da Gama, foi cortado do campeonato mundial. Também passou pelo Corinthians, Flamengo e Santos, com o qual foi bicampeão do mundo, e até mesmo times estrangeiros como o Boca Juniors, na Argentina.
Além do talento com a bola, Almir também ficou conhecido pelo temperamento explosivo, que quase sempre desencadeava brigas dentro de campo. Familiares do jogador receberão a homenagem do CINEfoot.
Jota Soares (Terça-feira, 18 de junho)
Nascido em Propriá, Sergipe, em 16 de Junho de 1906, Jota Soares foi uma figura de grande importância para cultura pernambucana. Desde cedo demonstrou interesse pelo cinema e futebol, tendo juntado um acervo de livros e periódicos sobre o esporte, durante a adolescência, que ainda hoje é consultado por pesquisadores da área. Sua relação com o cinema tem início em 1913, com a fundação do Cine Guarany pelo seu pai, em Sergipe, e tem seu ponto máximo durante a década de 1920, quando Jota participou da produção de diversos filmes já no Recife, sendo por isso considerado um dos pioneiros do cinema pernambucano.
Com a chegada dos filmes sonoros norte-americanos e posterior decadência do cinema nacional, Jota Soares se mudou do Recife para Salvador e Rio de Janeiro, mas em 1950 voltou definitivamente para a capital pernambucana. Ao lado de Esmaragdo Marroquim, José Bandeira Costa e Aderbal Jurema, fundou o Jornal do Commercio onde trabalhou no departamento de Esportes, como comentarista, função que exerceu em vários meios de comunicação, passando pelo Jornal Pequeno, Rádio Clube e Rádio Olinda. Também escreveu sobre cinema para o Diario de Pernambuco, onde o amigo Fernando Spencer editava uma coluna.
Até a data de sua morte, em janeiro de 1988, em Recife, Jota Soares organizou um importante acervo sobre cinema e futebol na cidade, atualmente disponível na Fundação Joaquim Nabuco. A homenagem do CINEfoot coincide com os 90 anos do início do Ciclo do Recife. Quem recebe a homenagem é o cineasta e jornalista Fernando Spencer.
Luís Cavalcante (Quarta-feira, 19 de junho)
Há 60 anos em atuação, Luís Cavalcante é um dos nomes mais tradicionais na área em Pernambuco. O comentarista “da palavra abalizada” começou a carreira em 1952, convidado por um amigo para narrar uma partida na Rádio Cultura de Ilhéus, na Bahia. Logo assumiu a profissão de radialista, chegando em Pernambuco em 1955 à convite da Rádio Olinda, onde exerceu a função de locutor até 1970, assumindo o posto de comentarista, que ocupa até hoje.
“O reconhecimento do CINEfoot é uma satisfação muito grande. Após tanto tempo de profissão, essa é melhor recompensa que se pode ter, de importância, sobretudo, espiritual”, explica o radialista. “Pra mim, futebol e cinema estão correlacionados. O futebol está presente em tudo na vida do brasileiro: na alma, na família… evidentemente, não poderia ficar de fora do cinema”. Luís Cavalcante receberá pessoalmente a láurea pelos 60 anos de trabalho.
Mauro Shampoo (Quinta-feira, 20 de junho)
Vestiu a camisa 10 do pior time do mundo, o Íbis, por 10 anos. Durante todo o período foi autor de apenas um gol e sempre saiu de campo derrotado. No entanto, a relação de Mauro com o futebol é uma história de superação. Filho de uma família de 14 filhos, Mauro vendia pastéis na praia desde criança, onde jogou suas primeiras peladas com outros meninos de rua. A partir daí passou a ser convidado para competições particulares, chegando a jogar pelo time infantil do Náutico. Porém, como não foi aproveitado pelo clube, Mauro passou a trabalhar como cabeleireiro, quando ganhou o apelido de Shampoo, em homenagem ao filme homônimo de 1975.
Em 1980 surgiu a oportunidade de realizar seu grande sonho de ser jogador, defendendo o Íbis. “Eu me orgulho muito de ser conhecido como jogador do pior time do mundo. Era o pior, mas estou marcado na cultura pernambucana”, conta o atleta sobre sua fama. “Eu acho que esse reconhecimento que o CINEfoot está dando é uma coisa muito bonita, e eu gosto muito de ser lembrado dessa forma”, finaliza.