Craques africanos na seleção portuguesa

A seleção portuguesa sempre contou com grandes craques naturalizados. A maior parte deles nasceu em ex-colônias portuguesas na África, principalmente em Angola e Moçambique. A evolução do futebol de Portugal está totalmente ligada ao que esses jogadores fizeram dentro de campo.

Matateu

O primeiro atleta marcante foi o moçambicano Matateu. Ele fez história jogando pelo Belenenses que é uma das 5 equipes que já foram campeãs do Campeonato Português. Matateu jogou de 1951 até 1964 no Belenenses, pelo clube marcou 210 gols em 268 jogos.

Matateu no Belenenses

Ele jogou pela seleção portuguesa de 1952 a 1960. Seu gol mais importante por Portugal foi na vitória por 3 a 0 em casa sobre a Itália pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1958. Matateu encerrou a carreira no futebol canadense no ano de 1974. Matateu se aposentou aos 47 anos.

A dupla Mário Coluna e Eusébio

Os moçambicanos continuaram ajudando a seleção portuguesa. A dupla Mário Coluna e Eusébio marcou época nos anos 60. Coluna foi crucial para o Benfica no bicampeonato da Champions League de 1960/61 e 1961/62. Ele fez o gol do título na primeira final e fez um gol na segunda final. Depois de mais de 15 anos no Benfica, Coluna passou dois anos no Lyon, da França. Ele jogou 57 jogos e fez 8 gols pela seleção portuguesa.

Eusébio é considerado o melhor jogador da história da seleção portuguesa, ele se destacou no Benfica por 15 anos. O craque fez dois gols que decidiram o título do Benfica na Champions League de 1961/62. Ele é o maior artilheiro da história do clube com 467 gols em 436 jogos.

A lenda moçambicana passou por times do futebol canadense, mexicano e estadunidense antes de se aposentar. Eusébio fez 41 gols em 64 partidas por Portugal. Ele e Coluna foram essenciais para o crescimento da seleção nacional.

A dupla fez parte da melhor campanha de Portugal em Copas do Mundo. No Mundial de 1966, a seleção portuguesa fez uma primeira fase espetacular vencendo os três jogos do grupo. 3 a 1 em cima da Hungria, 3 a 0 contra a Bulgária e 3 a 1 contra o Brasil. Eusébio marcou 1 gol contra a Bulgária e 2 gols contra o Brasil.

Eusébio mostrou toda genialidade no melhor jogo da Copa do Mundo de 1966. Portugal saiu perdendo por 3 a 0 para a Coreia do Norte, mas a seleção portuguesa venceu por 5 a 3 com 4 gols de Eusébio nas quartas.

Portugal foi eliminado na semifinal pela Inglaterra (país-sede) por 2 a 1. A seleção portuguesa conquistou o terceiro lugar na competição vencendo a União Soviética por 2 a 1. Eusébio marcou 1 gol em cada um dos dois jogos. Ele foi o artilheiro do Mundial com 9 gols e Coluna foi o capitão da equipe.

Portugal 2×1 União Soviética na Copa do Mundo de 1966

Rui Jordão

O angolano Rui Jordão foi ídolo do Benfica e do Sporting. Ele passou 6 anos no Benfica se destacando desde as categorias de base e jogou por 1 ano no espanhol Zaragoza. Depois foi para o Sporting, ele é o 5º maior artilheiro da história da equipe com 184 gols. O craque encerrou a carreira no Vitória de Setúbal, de Portugal.

Jordão só não jogou na seleção portuguesa no primeiro ano da carreira. Ele estreou em Portugal no ano de 1972 e fez seu último jogo pela seleção em 1989. O grande momento do craque na equipe nacional foi na Eurocopa de 1984. Portugal chegou até a semifinal da Euro e foi derrotado pela França por 3 a 2, Jordão fez os dois gols portugueses.

Rui Jordão na seleção portuguesa

Oceano

O cabo-verdense Oceano passou os primeiros três anos da carreira em clubes pequenos de Portugal. Ele começou a ser mais visto quando jogou no Nacional. De lá ele foi para o Sporting, time onde se tornou ídolo tendo sua primeira passagem de 1984 a 1991.

Oceano jogando no Sporting

Oceano passou 4 anos no espanhol Real Sociedad, voltou para o Sporting para mais uma passagem marcante e se despediu do futebol jogando pelo francês Toulouse em 1999. O meio-campo jogou 309 jogos com a camisa do Sporting.

Pela seleção portuguesa, Oceano fez 54 jogos e marcou 8 gols. Ele jogou por Portugal de 1985 a 1998. O cabo-verdense foi o último grande craque português nascido na época colonial. Os países africanos que eram colônias portuguesas só se tornaram independentes em meados dos anos 70.

Eder

O atacante Eder nasceu em Guiné-Bissau. Ele é um caso excepcional na lista porque nunca jogou por um clube campeão da Liga Portuguesa. O grande momento dele foi no Braga de 2012 a 2015, com o destaque na equipe ele foi para o galês Swansea jogar no Campeonato Inglês.

Na mesma temporada (2015/16) foi para o francês Lille. Enquanto jogava pelo Lille, Eder foi convocado para a Eurocopa 2016, na França. Até aquele momento, o guineense tinha marcado apenas 3 gols em 26 jogos pela seleção portuguesa, todos em amistosos.

Eder entrou em apenas 2 jogos da Eurocopa até a semifinal, jogando menos de 20 minutos na competição. O atacante entrou na final da Euro aos 34 minutos do segundo tempo. Portugal e França empataram por 0 a 0 no tempo normal e Eder marcou o gol do título português aos 4 minutos do segundo tempo prorrogação.

Gol de Eder no final da Euro 2016

O guineense foi para o russo Lokomotiv um ano depois da Euro 2016, ele continua no clube até hoje. Eder marcou 5 gols em 35 jogos pela seleção portuguesa até o momento. Ele tem 32 anos.

Geração de craques africanos

Na mesma geração de Eder, estão os volantes William Carvalho e Danilo Pereira. Os dois também foram campeões da Eurocopa de 2016 e continuam construindo grande história na equipe nacional.

O angolano William Carvalho está com 28 anos e uma das principais peças da seleção portuguesa. Ele passou a maior parte da carreira no Sporting e se consagrou no clube se tornando ídolo. Ele chegou a ser emprestado no começou da carreira para o português Fátima e o belga Cercle Brugge. O meia disputou 193 jogos pelo Sporting.

William Carvalho é jogador do espanhol Bétis desde a temporada 2018/19, ele é um dos craques do time. O angolano jogou até agora 59 jogos pela seleção portuguesa e marcou 4 gols. Ele ajudou Portugal a conquistar a Liga das Nações da UEFA em 2018/19.

William Carvalho em campo por Portugal

O guineense Danilo Pereira tem a mesma idade que William Carvalho e fez parte também da conquista da Liga das Nações. Danilo começou profissionalmente no italiano Parma, passou pelo grego Aris e pelo holandês Roda.

A carreira de Danilo Pereira deslanchou no português Marítimo, clube onde jogou de 2013 a 2015. O meia chegou ao Porto em 2015, se tornando um dos principais jogadores da equipe e até agora disputou 199 partidas com a camisa do time. O ídolo do Porto estreou na seleção portuguesa em 2015 e até o momento fez 2 gols em 37 jogos por Portugal.

Danilo Pereira na seleção portuguesa

Jogadores promissores para o futuro

O são-tomense Gedson Fernandes e o guineense Romário Baró são boas promessas do futebol português. Gedson Fernandes tem 21 anos e jogou 2 partidas pela seleção portuguesa.

Os dois jogos de Gedson Fernandes foram em 2018, a estreia foi jogando apenas 1 minuto num empate por 1 a 1 com a Croácia em casa. Em seu segundo jogo, ele entrou no fim do segundo tempo e deu uma assistência na vitória por 3 a 1 sobre a Escócia fora de casa.

Gedson Fernandes jogando por Portugal

Gedson Fernandes fez 59 jogos em duas temporadas pelo Benfica. Ele foi emprestado para o Tottenham na última temporada entrando em campo em apenas em 12 jogos. O meia vai continuar emprestado ao Tottenham até junho de 2021.

Já Romário Baró está com 20 anos. A última temporada foi a primeira da carreira profissional dele. O meio-campo esteve presente em 18 jogos do Porto em 2019/20 e busca mais espaço no clube para a próxima temporada. O guineense ainda não foi convocado para a seleção portuguesa.

Romário Baró no Porto

A tendência é que as próximas gerações da seleção portuguesa continuem tendo craques nascidos no continente africano. E eles continuaram a serem protagonistas e ajudando nas conquistas e na evolução da seleção portuguesa.

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