A vergonhosa derrota de ontem só confirma o que eu e alguns pouquíssimos comentaristas da bola da ESPN, Sportv e Fox Sports vêm falando há algum tempo. O futebol brasileiro já não é o mais empolgante e sólido de antigamente. Está muito nivelado por baixo e ainda apostou num treinador que rebaixou uma grande equipe à segunda divisão, que é pirracento, que se acha o rei do mundo apenas por ser um treinador que carrega títulos importantes.
A pirraça foi vista em 2002, com Romário “voando” mesmo acima dos 30 e ele não convocou, só que o Penta veio e abafou. Agora, 2014, ele poderia levar Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho (ou dois, ou um deles pelo menos) pra compor o grupo, dar a experiência para o time, cadenciar jogos, acalmar os ânimos em jogos pegados e tensos. Ele levou de jogador de qualidade superior apenas o Neymar, que se machucou e a seleção ficou sem um cara de habilidade e decisivo.
Os treinadores brasileiros que sempre eram contratados pelas seleções menores vêm perdendo espaço para treinadores argentinos, portugueses e colombianos. Já tivemos numa mesma copa, Carpegiani, Joel Santana e Renê Simões, além de nosso técnico. Nesta Copa só teve um brasileiro, o próprio Felipão.
Em termos do jogo, o de ontem, o Brasil foi ridículo. Depois que tomou o primeiro gol entrou em colapso e se comportou como um time do Acre que se deslumbra quando entra no Maracanã. Um vareio. A Alemanha fez 4 gols em seis minutos, com dois deles parecendo roda de bobinho, no toquinho rápido e deixando nossos defensores todos desnorteados. Rapaz, só pra refletir…A Argélia, a seleção de Gana e o Camarões (em amistoso antes da abertura da Copa) deram muito mais trabalho aos germânicos que nós. Ridículo uma SELEÇÃO PENTACAMPEÃ, com o porte que tem, ser eliminado por 7×1 numa Semifinal de Copa do Mundo. Isso é pra ser repensado.
Outra coisa, David Luiz sempre foi quarto zagueiro e ontem foi deslocado pra zaga central e, além disso, os volantes não jogaram bem, não marcaram ninguém e isso pode ter sido a maior causa daqueles gols de “roda de bobinho” que o Brasil tomou. A insistência com Fred foi outro erro de Felipão, ele poderia muito bem colocar Hulk na função e abrir Bernard e William (ou Bernard) nas pontas, mas por amizade e teimosia insistiu no camisa 9.
As nossas divisões de base estão acabando com a nossa técnica quando preferem jogadores grandalhões e que só pensem em marcar. Já estamos tendo carências absurdas daqueles meias e atacantes rápidos, criativos e finalizadores. E quando surgem garotos assim, querem logo impor que têm que voltar para marcação, que tem que recompor, recompor…podam nossos jovens craques. E também nossos jogadores e técnicos precisam ser mais profissionais, como evitar baladas, concentrarem e focarem mais no trabalho, parar de escalar ou deixar de escalar jogador por relação de afinidade/inimizade, precisam se reciclar, baixar a bola, parar de ser arrogante com imprensa e torcida quando questionados, pois eles não são deuses e imunes à críticas.
Já entro no hall daqueles que já visualizam um treinador estrangeiro sob o comando da Seleção Canarinho e que muita coisa mude no futebol brasileiro, desde a formação de atletas a dirigentes que pensam mais no dinheiro e status quo do que na manutenção e ampliação de nossa força no futebol mundial.