Alemanha vira paraíso europeu para jogadores da seleção japonesa

Gustavo Franceschini e Mauricio Stycer

Do UOL, em Brasília

  • Flavio Florido/UOL

    O zagueiro Uchida, que joga no futebol alemão desde 2010, treina com a seleção japonesa no Bezerrão

    O zagueiro Uchida, que joga no futebol alemão desde 2010, treina com a seleção japonesa no Bezerrão

A seleção que o Japão trouxe para a Copa das Confederações não apenas é a mais globalizada da história do país, como também a mais "alemã". Dos 23 jogadores, 14 atuam na Europa, oito deles em clubes do país que hoje é uma das maiores forças do futebol mundial. 

Mais que uma estatística, esse êxodo japonês para a Alemanha é um fenômeno que, na visão do técnico Alberto Zaccheroni, enriquece o futebol do país. Como se sabe, a seleção europeia é a segunda melhor no ranking da Fifa, atrás apenas da Espanha, e dois clubes alemães, Bayern de Munique e  Borussia Dortmund, dominaram a Liga dos Campeões. 
 
Dois "embaixadores" são responsáveis pelo atual movimento dos japoneses em direção ao futebol alemão. O primeiro impulso foi dado pelo meia Hasebe, capitão da seleção, que atua no Wolfsburg desde a temporada 2007-08. E o segundo foi culpa do talento do atacante Kagawa, cujas atuações pelo Borussia Dortmund entre 2010 e 2012 o levaram a ser contratado pelo Manchester United.
 
"As duas grandes temporadas do Kagawa no Borussia mostraram aos alemães que o jogador japonês tem habilidade", diz Yusuke Mimuri, do jornal "Sports Nippon". Não é por acaso que o jornalista está radicado há quatro anos na Alemanha.  "Também ajudou nesta onda japonesa a legislação do futebol alemão, que faz menos restrições ao uso de jogadores estrangeiros do que a Itália", diz Mimuri.
 
O êxodo de jogadores japoneses para a Alemanha lembra um movimento semelhante, ocorrido no próprio Japão. Ao atuar no Kashima Antlers, entre 1991 e 1994, Zico acabou abrindo as portas para a contratação de outros brasileiros, produzindo um movimento migratório significativo para o país.
 
Nesta quinta-feira, depois do treino da seleção japonesa no Bezerrão, no Gama, o zagueiro Yoshida, que atua desde 2012 no Southampton, da Inglaterra, falou sobre a "globalização" do  futebol japonês. "A gente sabe que muitos jogadores do país hoje atuam na Europa. Isso ajuda a chegar em um bom nível mundial", disse ele.
 
A seleção "europeia" do Japão é formada pelo goleiro Kawashima (no futebol belga desde 2010); pelos defensores Nagatomo (Inter de Milão), Uchida (Schalke 04), Yoshida (Southampton), Hiroki Sakai (Hannover 96) e Gotoku Sakai (Stuttgart); os meias Hasebe (desde 2007 no Wolfsburg), Hosogai (Bayer Leverkusen) e Honda (CSKA Moscou); e os atacantes Okazaki (Stutgart), Havenaar (SBV  Vitesse), Inui (Eintracht Frankfurt), Kagawa (Manchester United, ex-Borussia) e Kiyotake (Numberg).
 
Nas Copas de 2006 e 2010, a seleção japonesa tinha, respectivamente, sete e quatro ''estrangeiros'' no grupo.
 
O Japão é o primeiro adversário do Brasil na Copa das Confederações. O jogo, marcado para às 16h deste sábado, em Brasília, terá acompanhamento pelo Placar UOL Esporte.

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