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ESPORTE PARÁ

Há 18 anos, Manoel Alves mostra que o esporte amador tem vez

Ao longo de toda história do tabloide esportivo BOLA, a coluna Esporte Amador só não fez parte do ano de estreia, em 1998. A jornada do jornalista e radialista Manoel dos Santos Alves na cobertura de diversos esportes chamados “amadores” já soma 18 anos e

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Ao longo de toda história do tabloide esportivo BOLA, a coluna Esporte Amador só não fez parte do ano de estreia, em 1998. A jornada do jornalista e radialista Manoel dos Santos Alves na cobertura de diversos esportes chamados “amadores” já soma 18 anos e é a mais antiga e regular coluna esportiva da região amazônica, não apenas dedicada ao futebol.

Em meio às mudanças que o caderno passou ao longo dos anos, a sequência do trabalho do veterano escritor empresta credibilidade ao veículo. Manoel escreve sobre e para a comunidade de atletas, treinadores e dirigentes da maioria das modalidades que enfrentam dificuldades para conseguir espaço e destaque na mídia.

Conhecedor profundo de uma variedade de esportes, capaz de identificar e reconhecer atletas de talento mesmo naqueles com pouquíssimos praticantes, Manoel não esconde em suas respostas as qualidades e defeitos que observa no esporte paraense, mas sempre com humildade e seriedade. Essas são as marcas de um trabalho sério e dedicado e que engradecem o trabalho no DIÁRIO DO PARÁ.

Como você começou a colaborar com o DIÁRIO?
Foi em 1999, quando eu fui para a RBATV. E como eu estava muito perto, o Guilherme Guerreiro, que sempre vê um pouco à frente dos mortais, me pediu pra fazer o ‘Esporte Amador’ para a Rádio Clube. Logo em seguida, articulou com o Gerson Nogueira para que eu escrevesse essa coluna. E em 2019, ela pode completar 20 anos.

Houve alguma motivação especial para trabalhar focado nesses esportes que têm menor visibilidade?
Foi circunstancial. Nada premeditado. Mas é claro que esse nosso caminhar pela linguagem do esporte amador foi facilitado pela experiência adquirida desde quando comecei na Clube, ainda no Palácio do Rádio. Sob a orientação do nosso então coordenador Cláudio Guimarães, cobria as atividades da Federação Paraense de Desportos, que naquele tempo agregava todas as modalidades esportivas, com exceção do futebol. Lá ainda estavam todas as outras como futsal, basquete, atletismo, vôlei e assim por diante. E foi lá que aprendi a me familiarizar com a linguagem e as outras coisas que são próprias do esporte amador.

Ao longo desse seu período como colunista, o esporte amador e olímpico no Estado sofreu muitas transformações. Você diria que hoje, em relação a quando você começou, o panorama geral é melhor ou pior?
Acho que melhorou por um lado e ficou pior pelo outro. Melhorou porque a medida que a internet se popularizou e foi se massificando, os jovens ficaram sabendo de histórias de pessoas que saíram do anonimato para o estrelato por meio do esporte. Com isso, passaram a perceber que tinham todas as chances de também crescer nesse caminho, e isso é muito legal. Por outro lado, é visível a dependência que o atleta se habituou a ter das secretarias de Esporte, seja do município ou do Estado. Tudo isso porque as federações também têm um horizonte de recursos muito limitado e cada uma se vira como pode para criar as suas alternativas e sobreviver.

Quais são as principais dificuldades que o esporte amador encontra?
Em primeiro lugar, o aspecto financeiro. Basta você olhar em torno e procurar qual é a federação que tem um patrocinador forte ou, pelo menos, patrocinadores regulares. Nenhuma tem! No máximo, algumas parcerias de permuta.

Nesse período que você acompanha o esporte, quais foram os atletas paraenses que mais despontaram e chamaram sua atenção?
Se eu tiver de lembrar dos primeiros que vi despontar, claro que não se pode esquecer de Agberto Guimarães, que fez nome no atletismo na prova dos 800m rasos, inclusive chegando a ficar em quarto lugar nas Olimpíadas de Moscou, em 1980. Também disputou os Jogos de Los Angeles, em 84, e Seul em 88. Ele é de Tucuruí e hoje, talvez até por reconhecimento, é diretor do Comitê Olímpico Brasileiro. E quase em paralelo teve o caso da Mônica Rezende, ex-nadadora do Clube do Remo, que esteve nos Jogos de Seul e agora é professora de natação do próprio Remo. Na década de 2000 teve o caso da Luana Faro que acabou indo parar na seleção brasileira de ginástica rítmica e com a seleção foi para as Olimpíadas de Pequim, em 2008.

Acompanhar atletas e seus momentos de dificuldades gera um certo envolvimento. Quais foram as conquistas de paraenses que mais lhe comoveram?
Realmente já foram muitos os que conseguiram furar o bloqueio e ganhar o mundo no esporte amador paraense. Os que mais me chamaram a atenção foram a garota de Breu Branco, Ana Cláudia Coimbra, que foi revelada pela professora Sandra Malcher e chegou a ganhar medalha em um campeonato sul-americano de atletismo. Ultimamente o Rogério Moraes, que foi revelado no Campeonato Paraense de Handebol, jogando por Abaetetuba, e que depois ganhou o mundo. Agora joga na Europa. Enfatizo o caso desses dois por conhecer a realidade de quem nasce e mora no interior do Estado e o quanto é difícil sair de lá para fazer sucesso no esporte.

Ao longo desses anos, esses esportes viveram alguns grandes momentos em Belém, com amistosos das seleções de vôlei, o torneio com a seleção de handebol e o GP de Atletismo. Quais foram os eventos mais marcantes e impactantes que você cobriu?
Sem dúvida foi o primeiro Grand Prix Brasil de Atletismo disputado em Belém, logo após a primeira grande reforma do Mangueirão, em 2002. Foi a primeira vez que tivemos a oportunidade de ver atletas de alto rendimento competindo tão próximos de nós. E também com um público tão grande e que se mostrou muito ativo naquele GP, aplaudindo os melhores atletas, até mesmo aqueles que nem eram do Brasil.

Belém já teve competições de outros esportes com casa cheia. O que houve com esses eventos que perderam tamanho e prestígio?
Cada modalidade tem a sua particularidade. Uma programação de boxe com divulgação e organização sempre vai ter público. O futsal adulto perdeu público na hora que Remo, Paysandu e Tuna foram superados em quadra por equipes que surgiram de 80 para cá. Basta lembrar que enquanto do Remo, Paysandu e Tuna eram linha de frente, os ginásios eram lotados e as finais sempre tinham grandes jogos. No basquete é quase a mesma coisa. Se bem que no caso do basquete ainda tem os problemas administrativos que a federação viveu nos últimos anos e que acabam refletindo nos clubes filiados. Como se tudo isso não bastasse, hoje o esporte amador conta com muitos concorrentes direcionados ao futebol como internet, canais fechados, WhatsApp e jogo ao vivo praticamente todos os dias pela televisão.

Premiações - título de humildade

- Colecionador de algumas premiações, Manoel Alves diz que esse reconhecimento deveria ser direcionado aos órgãos de comunicação como a Rádio Clube e ao Diário do Pará.

- O colunista lembra que já recebeu homenagens até de algumas federações do Estado como as de Ciclismo, Atletismo, Judô, Futsal e Associação de Basquete Máster, além de várias outras.

- Com toda a sua humildade e espírito de trabalho em equipe, Manoel Alves ressalta que muitos outros cronistas também já tiveram esse reconhecimento.

(Taion Almeida/Diário do Pará)

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