Essa é Nossa!

Nos pênaltis, Julio César cresce e Brasil elimina Chile

Nos pênaltis, Julio César cresce e Brasil elimina Chile

Após empate no tempo normal, Seleção Brasileira precisou das penalidades máximas para tirar os sul-americanos. Goleiro brilha e coloca o Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo

RENATO PINFILDI MACHADO
28/06/2014 - 16h23 - Atualizado 28/06/2014 19h23
Goleiro Julio César defende pênalti em partida contra o Chile (Foto: GettyImages)

O freguês histórico deu trabalho. O Brasil precisou de 120 minutos de jogo, mais penalidades, para conseguir bater o Chile. Considerada a melhor formação de sua história, a seleção chilena mostrou a força que a colocou nas oitavas de final. A Seleção Brasileira não fez boa partida, mas saiu do Mineirão, neste sábado (28), classificada para as quartas de final da Copa do Mundo. Após empate em 1 a 1 no tempo normal, a partida acabou nas penalidades, com a consagração do camisa 12 brasileiro, Julio César.

>> Mais notícias de Copa do Mundo

O jogo começou com muito respeito por ambas as equipes. O Chile tocava de lado no meio-campo, enquanto o Brasil tentava lançamentos longos. Esse primeiro cenário logo foi substituído por uma panorama mais tenso e brigado.

Brasileiros e, principalmente, chilenos chegavam duro nas jogadas, deixando seus adversários no chão. O árbitro inglês Howard Webb preferia conversar e evitou, ao máximo, penalizar os jogadores com o cartão amarelo.

Aos cinco minutos, o Brasil chegou no ataque pela primeira vez. Após escanteio, o rebote sobrou para Marcelo, que limpou o marcador chileno e emendou uma bomba de canhota. A bola passou à direita do gol de Claudio Bravo.

Hulk se movimentava bastante e era presente tanto no ataque quanto na defesa. Em um contra-ataque, aos 12 minutos, o camisa 7 da Seleção tabelou com Neymar e invadiu a área chilena. Isla dividiu com o atacante, que caiu no chão e reclamou bastante a marcação de um pênalti. O juiz nada assinalou e mandou a jogada seguir.

Neymar apareceu no ataque pela primeira vez apenas aos 15 minutos. O camisa 10 puxou o contra-ataque e ganhou na velocidade do zagueiro chileno. Ao invadir a área, o atacante brasileiro dispensou a canhota e tentou um drible a mais. Com isso, a defesa chilena se recuperou e afastou o perigo.

Em um ataque seguinte, o lateral Mena parou a jogada brasileira com um toque de mão. Perto do lance, Howard Webb apitou a falta e mostrou o amarelo para o chileno. Três minutos depois veio o gol brasileiro. Neymar cobrou escanteio da esquerda, Thiago Silva desviou e a bola chegou na segunda trave. Jara e David Luiz disputaram o lance e, após bater na perna do chileno, a bola foi parar no fundo do gol. O juiz confirmou o tento para o camisa 4 do Brasil.

David Luiz comemora gol do Brasil contra o Chile pelas oitavas de final da Copa do Mundo (Foto: Martin Meissner/AP)

Com a desvantagem no placar, o Chile resolveu sair mais de seu campo de defesa. Buscando as laterais do campo - principalmente a direita, com Alexis Sánchez -, os chilenos tinham certo espaço para atacar.

Presente no campo defensivo brasileiro, o Chile não criava muito, mas explorava brechas dadas pela seleção. Aos 31 minutos, o vacilo resultou em gol. Marcelo cobrou lateral para Hulk, que entregou a bola nos pés de Eduardo Vargas. Livre, Alexis Sánchez recebeu e chutou cruzado, vencendo Julio César. Era o empate no Mineirão, 1 a 1.

A torcida brasileira se calou após o gol chileno, sendo possível ouvir os cantos dos torcedores adversários. Dentro do gramado, os jogadores da Seleção tentaram não demonstrar abatimento, permanecendo no campo ofensivo.

Aos 35 minutos, Neymar recebeu cruzamento pelo alto e testou firme no contrapé de Claudio Bravo. A bola desviou em Francisco Silva e passou raspando na trave chilena. Três minutos mais tarde, nova chance do camisa 10. Em um contra-ataque, Neymar passou fácil pela zaga e invadiu a área. O atacante demorou para bater, chutou no defensor e a bola sobrou para Fred, que isolou o arremate.

Satisfeito com o empate, o Chile se expunha menos. Sua última chance na primeira etapa aconteceu novamente graças a um erro do Brasil. Luiz Gustavo tentou sair da defesa, mas entregou a bola nos pés de Alexis Sánchez. O camisa 7 chileno invadiu a área, mas parou na defesa de Julio César. O primeiro tempo acabou com um cenário de apreensão. O jogo era brigado e o empate incomodava a torcida, que permanecia quieta desde a igualdade chilena.

Segunda etapa

O segundo tempo começou sem mudanças. O Chile foi para o ataque logo de cara e David Luiz parou a jogada com falta. Na cobrança, Julio César não teve problemas para afastar a bola. O primeiro ataque brasileiro aconteceu aos quatro minutos. Fernandinho dominou a bola com certa liberdade e arriscou o chute de longe, mas a bola saiu pela linha de fundo.

Aos nove minutos, veio a grande polêmica do jogo. David Luiz fez ótimo lançamento para Hulk. O camisa 7 dominou a bola e chutou fraco com a perna esquerda - o suficiente para tirar o goleiro e entrar no gol. O atacante saiu comemorando, mas o árbitro da partida, Howard Webb assinalou o toque de mão do brasileiro na hora do domínio - e deu o cartão amarelo para Hulk.

Cinco minutos mais tarde, Luiz Gustavo fez falta dura em Vidal e foi advertido com o cartão amarelo - como estava pendurado, o volante está fora das quartas de final. Os erros de passe foram se acumulando e o Brasil ficava nervoso com o passar do tempo.

Felipão tentou uma troca no ataque, colocando Jô no lugar de Fred. Mas foi o Chile que chegou com perigo. Aos 19 minutos, Aránguiz recebeu cruzamento rasteiro, chutou forte e Julio César fez uma bela defesa.

Com um meio de campo escondido e pouco criativo, Scolari escolheu Fernandinho para sair. Ramires entrou e era a esperança de maior movimentação no setor central da partida. Dois minutos depois, o Brasil chegou com perigo. Hulk fez bela jogada pela esquerda e cruzou na área. Jô acompanhou o lance e se esticou para fazer o gol. A bola desviou no zagueiro chileno e atrapalhou o atacante.

Apenas aos 35 minutos do segundo tempo veio uma grande chance de Neymar. Daniel Alves lançou a bola para dentro da área, e o camisa 10 cabeceou firme para o gol. Bem colocado, Claudio Bravo fez a defesa.

O Brasil era mais perigoso, mas não conseguia transformar o domínio em gols. Aos 38, Hulk tentou resolver sozinho. O atacante costurou a zaga chilena e chutou de direita. Bravo defendeu, mas deu rebote. Jô tentou pegar a sobra, mas o goleiro chileno apareceu de novo.

No final do segundo tempo, as equipes pareciam temer sofrer o gol que decretasse a desclassificação. Por isso, a cautela era maior que o ímpeto de conseguir a vantagem no placar. Webb apitou, aos 48 minutos, levando a partida para a prorrogação.

Prorrogação

Além do descanso, o intervalo foi importante para aumentar o moral da seleção. A torcida brasileira voltou a gritar e a equipe de Felipão retornou para o primeiro tempo da prorrogação com outro espírito.

Hulk chamava a responsabilidade e, logo no primeiro lance, após sofrer falta, clamou pelo apoio da torcida na arquibancada. Aos 11 minutos, o camisa 7 fez bela jogada pela direita e cruzou na cabeça de Oscar. O meia testou sem muita força e Claudio Bravo fez a defesa. Dois minutos depois, mais Hulk. O atacante driblou dois chilenos e, de fora da área, soltou a bomba para o gol. A bola saiu forte, no canto direito do gol, mas Bravo voou para fazer a defesa.

Nos últimos 15 minutos de jogo, Felipão colocou Willian no lugar de Oscar. A primeira chance foi do Brasil. Neymar cobrou escanteio na cabeça de Jô. O atacante testou sem marcação, mas a bola subiu demais. O tempo passava e os jogadores brasileiros queriam resolver as jogadas sozinhos.

O Chile abdicou do jogo e esperava pela disputa de penalidades. No entanto, ainda houve tempo para os chilenos calarem o Mineirão. Em contra-ataque, Pinilla recebeu na entrada da área e chutou forte. A bola não chegou ao alcance das mãos de Julio César, acertando o travessão. Susto suficiente para fazer o Brasil optar pelos pênaltis.

Penalidades

Jogadores da Seleção Brasileira comemoram vitória contra o Chile junto com Julio César (Foto: GettyImages)

David Luiz foi o responsável por abrir as cobranças e, com um chute no canto direito de Bravo, deu tranquilidade para a sequeência da disputa. O primeiro arremate chileno foi de Pinilla. O atacante chutou no meio do gol e facilitou a vida de Julio César, que fez a defesa. A vantagem brasileira poderia ter vindo com Willian, mas o meia chutou para fora. O erro não foi tão sentido já que o craque chileno, Alexis Sánchez, na sequência, viu Julio César pegar sua cobrança.

O 2 a 0 do Brasil veio em chute de Marcelo, que ainda bateu na mão de Claudio Bravo. Aránguiz fez o dele e diminuiu o placar para 2 a 1. Hulk, um dos melhores jogadores em campo, chutou forte no meio, mas Bravo pegou. Também no centro do gol, mas com mais sorte, foi a cobrança de Marcelo Díaz, empatando a disputa: 2 a 2. O último pênalti do Brasil estava nos pés de Neymar. O craque brasileiro não se intimidou e fez o dele, para colocar a Seleção em vantagem. O chileno Jara foi o responsável por fechar a disputa. Julio César voou no canto certo, mas o chute do zagueiro explodiu na trave. A bola saiu, decretando o Brasil vencedor.

A Seleção de Felipão está classificada para as quartas de final da Copa do Mundo. O Brasil enfrenta o vencedor de Colômbia e Uruguai. O jogo será no dia 4, sexta-feira, na Arena Castelão, em Fortaleza.

Jogadores da Seleção Brasileira comemoram vitória contra o Chile junto com Julio César (Foto: Hassan Ammar/AP)







especiais