O Maracanã já recebeu grandes partidas em seus 64 anos de vida. Nesta sexta-feira (4), França e Alemanha fizeram uma disputa de quartas de final pela Copa do Mundo. O estádio estava lotado e a expectativa era por um jogo emocionante, com muitos gols, reviravoltas e a imprevisibilidade que este Mundial tem como característica. No entanto, em uma partida burocrática, os alemães conseguiram uma vitória magra, por 1 a 0, sobre uma França pouco vibrante.
>> Mais notícias de Copa do Mundo
Diante de uma equipe sólida e com diversas opções ofensivas, o técnico francês Didier Deschamps optou por povoar o meio de campo em uma tentativa de bloquear jogadas adversárias e, quem sabe, roubar bolas e armar contra-ataques. Do outro lado, Joachim Löw preferiu colocar um homem de referência. Miroslav Klose foi para o jogo e, com isso, as jogadas aéreas foram prioridade nos ataques alemães.
A Alemanha teve a bola em seu pé durante boa parte da primeira etapa. A França apostava na velocidade de Valbuena e foi assim que chegou de forma perigosa pela primeira vez. Aos sete minutos, Griezmann fez jogada pela esquerda e tocou para Benzema. O atacante bateu com estilo, mas a bola saiu pela linha de fundo.
Mais atuante no meio de campo, a Alemanha era parada com faltas pelos defensores franceses. Aos 12 minutos, uma dessas infrações resultou no gol alemão.Toni Kroos cobrou a falta pela esquerda na cabeça de Hummels. O zagueiro alemão ganhou de Varane e testou a bola no ângulo do gol de Lloris.
O jogo seguiu sem muita emoção. A Alemanha controlava a partida e segurava o placar. Os franceses precisavam recuperar a desvantagem, mas pareciam temer um segundo gol alemão, o que praticamente decretaria a desclassificação - com a superioridade técnica da Alemanha dificilmente a França conseguiria reverter tal cenário.
No finzinho da primeira etapa a França foi pra cima e conseguiu alguns arremates a gol. Mas nada que exigisse defesas muito elaboradas do goleiro Neuer. Os primeiros 45 minutos passaram e a Alemanha conseguia manter o cenário favorável para seu lado.
O segundo tempo começou com chiadeira da França. Em dois minutos, foram dois lances dentro da área que os Bleus reclamaram pênalti. Mas o árbitro argentino Nestor Pitana nada marcou, deixando os franceses irados.
A França não tinha muito o que fazer, senão atacar e tentar o empate. Mas os franceses insistiam em errar o toque final, antes da finalização, facilitando a vida da defesa alemã - que, quando exigida, se mostrava sólida.
Aos 23 minutos, Joachim Löw mexeu na equipe. Já cansado, o veterano Klose deu lugar para Schürrle, em uma tentativa de ter mais velocidade no ataque. No minuto seguinte, veio uma boa chance da Alemanha. Müller aproveitou falha da zaga francesa, recuperou a posse e bateu cruzado, assustando o goleiro Lloris.
Schürrle teve logo cedo uma oportunidade. Após contra-ataque, a jogada veio da esquerda. Müller furou e a bola sobrou para o atacante que, de canhota, chutou mal. Lloris caiu e, com o pé, fez a defesa.
O tempo passava e aquela pressão desenfreada, com ataques desesperados e pouca preocupação defensiva, não surgia. A França tentava o gol, mas de uma forma controlada, sem se expor muito.
Enquanto isso, a Alemanha segurava a bola e atacava em contra-ataques. Neste momento, a partida ficou monótona, sem a emoção esperada para um clássico em jogo eliminatório no Maracanã, que recebia 74.240 torcedores.
Apenas aos 48 minutos a França assustou. Benzema chamou a responsabilidade e partiu para cima da zaga alemã. O atacante tabelou, invadiu a área e soltou a bomba de canhota. Neuer, em um lance de puro reflexo, ergueu o braço e, com o punho, fez uma defesa espetacular.
Sem muito mais tempo para pressionar, a França aceitou a derrota e viu, no apito do árbitro, sua eliminação. A Alemanha está mais uma vez classificada para as semifinais de uma Copa do Mundo - é a quarta vez consecutiva, um recorde. A equipe de Joachim Löw enfrenta agora o vencedor de Brasil e Colômbia. A semi será disputada no dia 8, às 17h, no Mineirão, em Belo Horizonte.