Copa das Confederações: Capitão do Taiti, Nicolas Vallar sonha fazer gol na Espanha e sair do desemprego

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Copa das Confederações: Capitão do Taiti, Nicolas Vallar sonha fazer gol na Espanha e sair do desemprego

Nicolas Vallar (camisa 10) corre com os companheiros durante treino no Engenhão
Nicolas Vallar (camisa 10) corre com os companheiros durante treino no Engenhão Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
Rafael Marques
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Único representante do futebol amador na Copa das Confederações, o Taiti não se ilude quanto aos seus objetivos na competição. Enquanto os rivais brigam pelo título, os taitianos travam uma luta ainda mais difícil. Com apenas um profissional entre os seus 23 jogadores, o grupo joga pensando no futuro e em sua própria sobrevivência. Ao mesmo tempo em que sonham com a profissionalização do esporte no país, os atletas esbarram no desemprego fora das quatro linhas.

À exceção do atacante Marama Vahirua, que atua no Panthrakikos, da Grécia, toda a seleção do Taiti ainda vê o futebol apenas como hobby. Longe dos salários milionários de Brasil, Itália e Espanha, a maioria dos jogadores vive de bicos e pequenos empregos. Oito deles não têm nem isso.

É exatamente esse o drama do capitão Nicolas Vallar. Depois de passar sete anos tentando a sorte no futebol francês — treinou no Montpellier e jogou profissionalmente no FC Sete, clube da 2ª divisão local — o zagueiro voltou, em 2009, para sua terra natal. Desempregado desde dezembro, Vallar, de 29 anos, divide seu tempo entre os treinos do Dragon (atual campeão taitiano) e a leitura das páginas de classificados.

— É muito difícil arrumar um emprego no Taiti. O país é muito pequeno e faltam vagas. Mas não desisto de procurar. O mesmo espírito que tenho dentro do campo, tenho fora dele — explicou Vallar.

A situação difícil, no entanto, não impede que o capitão do Taiti sonhe com seus 15 minutos de fama na Copa das Confederações. Ciente de que uma vitória sobre a Espanha, quinta-feira, seria um feito praticamente impossível, Vallar quer marcar um gol no Maracanã para agradecer pelo apoio que sua seleção vem recebendo da torcida brasileira.

— Não sei nem o que eu faria. Como a Espanha é a melhor do mundo, seria ainda mais especial do que o gol do Jonathan (Tehau) contra a Nigéria. Acho que correria pelo gramado inteiro acenando para todos os presentes. Sonhar não custa nada, né — afirmou o capitão, sem se esquecer dos torcedores de seu próprio país: — Apesar de ter sido campeão nacional, posso te dizer, com certeza, que não tenho nenhum fã no Taiti. Acho que um gol na Espanha mudaria isso. Se eu fizer um gol vou virar uma estrela. Não falo com mais ninguém (risos).