Copa de Indicadores: Croácia x Dinamarca — Foto: Arte/G1

Croácia e Dinamarca, que se enfrentam neste domingo (1º) pelas oitavas de final da Copa do Mundo, não têm um histórico de disputas entre si além desta competição. Mas um dinamarquês chamado Ulrik Grøssel Haagensen deu dor de cabeça às autoridades dos dois países em 2015.

O motivo envolve uma terceira nação: o homem cruzava uma área de litígio dos croatas com a Sérvia, uma "terra de ninguém" criada no conflito que levou à independência da Croácia da Iugoslávia, nos anos 90. Haagensen acabou 15 dias preso por causa da aventura.

Ele dizia ser cidadão justamente daquele território em disputa. Um grupo de pessoas liderado pelo tcheco Vit Jedlika afirma ter tomado o controle de uma pequena área de 7 km² às margens do Danúbio: a Liberland.

O lema da nação autodeclarada parece uma versão pacífica do filme do 007: “viva e deixe viver”.

Nações pescadoras

Barco com pescadora brasileira em Dubrovnik, na Croácia — Foto: Rede Globo

Ao menos em uma coisa croatas e dinamarqueses concordam: comer peixe faz bem. A diferença, porém, está no tipo dos pescados. Ambos os países estão entre os destinos favoritos dos fãs da pesca esportiva na Europa.

A Croácia, às margens do Mar Adriático — um braço do mediterrâneo — tem o peixe e outros mariscos como base da culinária, especialmente na região da Dalmácia. Em Split, Dubrovnik ou qualquer cidade pesqueira à beira do mar, vale entrar em uma konoba — as tradicionais tavernas croatas — e provar uma fritada com pescados, polvo e mexilhões.

Sanduíche com salmão defumado é um dos favoritos dos dinamarqueses — Foto: Gigile/Creative Commons/CC BY 2.0

A variedade dos peixes dinamarqueses é menos colorida do que os frutos do mar do Mediterrâneo. Ainda assim, a Dinamarca tem a aquacultura como uma das principais fonte de renda e exportação.

Há tanto peixe no país que ambientalistas lideraram uma caça a cerca de 80 mil trutas que fugiram de um cativeiro nos fiordes de Horsens.

Além disso, faz parte da rotina do país montar sanduíches com duas das espécies favoritas do país: o salmão e o arenque. Ambos vão bem com pão, picles e cebola e substituem os hot dogs como comida rápida na rua.

Nadadoras se apresentam em espetáculo do aniversário de 100 anos da estátua da pequena sereia, em Copenhague — Foto: AFP /Scanpix Denmark/ Nikolai

Há razão de ser para a pescaria: Croácia e Dinamarca têm arquipélagos com centenas de ilhas. A capital dinamarquesa, Copenhague, fica em uma no Mar Báltico. Mas há diversas que não são habitadas e estão sob proteção ambiental.

Bandeiras históricas

Parada de papais noéis durante evento na Dinamarca. — Foto: CASPER CHRISTOFFERSEN/AFP

A cruz branca na horizontal sobre um fundo vermelho forma a bandeira da Dinamarca, a mais antiga do mundo ainda em uso. Em Níjni Novgorod, neste domingo (2), os jogadores cantarão o hino dinamarquês diante de um símbolo com 391 anos de história.

Em contrapartida, os atletas croatas estarão diantes de um estandarte novo. É verdade que as cores azul, branca e vermelha datam do Pan-Eslavismo do século XIX. O padrão "toalha de mesa" do brasão é ainda mais antigo, do século XV.

Croatas exibem a bandeira do país durante a Copa de 2014 — Foto: Luna Markman / G1

No entanto, a versão que conhecemos não tem 30 anos de idade: a atualização mais recente da bandeira da Croácia saiu em 1990, ano da independência da Iugoslávia.

Copa de Indicadores

Copenhague é referência mundial no uso de bicicletas — Foto: rede globo

Junto com a vizinha Eslovênia, a Croácia teve o melhor desempenho socioeconômico das ex-repúblicas Iugoslávia. O desemprego, porém, ainda é um problema -- quase 14% da população estava sem trabalho em 2017.

Na comparação com a Dinamarca nos índices escolhidos pelo G1 (veja tabela no alto da reportagem), os croatas estão bem atrás na renda per capita anual — os nórdicos ganham, em média, quase o dobro — e no acesso à internet. Aliás, os dinamarqueses lideram o percentual de população conectada à rede nesta fase da Copa: 97% da população está online.

Homem coloca seu voto durante o referendo em Zagreb, na Croácia — Foto: Davor Kovacevic/Reuters

Em índices de alfabetização, empate técnico: ambos têm cerca de 99% dos habitantes letrados. Mesmo cenário na comparação da taxa de homicídios. Croácia e Dinamarca registraram apenas uma morte intencional para cada 100 mil habitantes na última medição da ONU, em 2016.

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