• Olimpíada não foi 'desastre épico'; veja balanço da imprensa estrangeira

    Cerimônia de encerramento da Olimpíada Rio
    As expectativas não eram das melhores. Antes dos Jogos Olímpicos, a imprensa estrangeira falava sobre o risco da zika, possíveis problemas de segurança e infraestrutura. Agora, a maioria avalia o evento como bem-sucedido e diz que o Rio ficará com um legado importante, apesar dos gastos com a estrutura esportiva.

     

    Ao falar sobre a cerimônia de encerramento, que aconteceu na noite de domingo (21), Tom McGowan, da rede de TV “CNN”, disse que “foi uma noite para o Rio comemorar. Apesar de preocupações sobre segurança e zika, os Jogos ocorreram em grande parte sem problemas”.

     

    O “Wall Street Journal” afirmou que o Brasil se despede da Olimpíada “orgulhoso e aliviado”. Nelson Rowe escreveu que “para a maior parte, o Brasil gostou do que viu nestes Jogos Olímpicos. Depois de duas semanas desafiadoras, fechando dois anos de más notícias, o país estava pronto neste domingo, finalmente, para ter um pouco de autocongratulação”.

     

    No mesmo jornal, Paul Kiernan disse que “os Jogos Olímpicos de 2016 não foram o desastre épico que muitos temiam. A poluição da água não estragou a competição de vela, infraestruturas construídas às pressas não entraram em colapso e os preparativos de segurança não permitiram um ataque terrorista. Para a maioria dos visitantes, foi um evento esplêndido”. O próximo desafio do Rio, concluiu Kiernan, será evitar o retrocesso.

     

    Para o francês Libération, os jogos terminaram com um “balanço globalmente positivo”. “Prometeram-nos os jogos mais bagunçados da história. Mas nada disso: transportes numerosos e que fluíam bem, locais de provas prontos, condições de alojamento elogiadas pelos atletas.”

     

    “Até as estrelas do golf, que têm padrões de conforto elevados, aproveitaram cada minuto passado na Vila Olímpica, porque eles entenderam que tinham vindo para o Rio por causa do esporte. A única desvantagem: o Exército estava por toda parte, o tempo todo. Mas é um sinal dos tempos”, continuou o Libération.

    Para os espanhóis, o transporte não funcionou tão bem assim. Segundo o jornal “El Mundo”, os 17 dias foram desfrutados intensamente pela maioria dos participantes, mas houve “muito sofrimento e uma queixa comum sobre a organização, especialmente sobre o transporte e sobre o acesso a alguns recintos”. 

     

    O jornal disse que vários jornalistas veteranos descreveram o Rio 2016 como “os piores Jogos” que tinham participado, embora o “sentimento predominante tenha sido de entusiasmo em torno dos 10,5 mil atletas de 205 países (e uma delegação de refugiados) que competiram em 306 provas de 42 diferentes esportes”.

     

    Acabou mesmo?
    “O quê? Terminou? O que a gente vai fazer agora?”, se perguntavam os jornalistas do “Le Monde” nesta manhã, já em um tom nostálgico. Eles fizeram um texto em primeira pessoa descrevendo as experiências vividas no Rio de Janeiro ao longo das últimas duas semanas.

     

    Os franceses superaram o medo de contrair o vírus da zika. “A gente não viu um só mosquito. Por isso, paramos de passar o repelente todas as manhãs e acabamos sendo picados.”

     

    Irônicos, eles disseram ter observado “o direito trabalhista brasileiro” ao ver os supermercados abertos 24 por dia. Os jornalistas também destacaram não terem visto “muitos brasileiros negros nos estádios cheios”.   

     

    E não foi só o biscoito Globo que levantou polêmica durante os Jogos. “Nós sobrevivemos à fome graças aos biscoitos para cachorros vendidos para humanos nos supermercados cariocas com o nome de “crocantíssimo” pelo preço módico de R$ 2.”

     

    “Obrigada, Rio. A gente reclamou muito, mas estava bom”, concluiu o “Le Monde”.

     

    Boulevard Olímpico na Praça Mauá
    Legado

    O americano “The New York Times” analisou os gastos e os benefícios que a Olimpíada trouxe ao Brasil. Para analistas ouvidos pelo jornal, o saldo positivo é mais significativo do que na Copa, que deixou muitos estádios que pouco serão usados no futuro. Com os Jogos Olímpicos, revitalizações importantes que estavam sendo adiadas há décadas, além da construção de metrô e de habitações a preços acessíveis, puderam ser concretizadas no Rio.

     

    "Os Jogos Olímpicos de 2016 alteraram a cidade de 6 milhões de habitantes, produzindo um porto revitalizado, uma nova linha de metrô e uma onda de projetos municipais, pequenos e grandes, que estavam há muito tempo na lista de desejo de administradores da cidade", afirmou Andrew Jacob.

     

    “Em alguns bairros pobres, os Jogos Olímpicos serviram para acelerar a transformação de clínicas públicas que sofriam com longas esperas e serviço de má qualidade. Em um deles, na Cidade de Deus, um software agiliza o processo de triagem, um ombudsman recebe queixas e um novo aplicativo permite que os supervisores monitorarem quanto tempo os médicos gastam com cada paciente”, diz o NYT.

     

    Astrid Prange, jornalista do alemão "Deutsche Welle", disse que, mesmo que após os Jogos os problemas da cidade permaneçam os mesmos de antes, a cidade mudou: “uma nova autoconfiança tomou conta de seus cidadãos”.

     

    “É o justo orgulho de, sob as circunstâncias mais difíceis, ter realizado o maior evento esportivo do mundo, com mais de 10 mil atletas e 500 mil espectadores. É a satisfação de, após anos dos distúrbios causados pelas grandes obras, reconhecer um novo rosto da cidade. E é a alegria pelo reconhecimento mundial desse ato de força organizatório, esportivo e social”, escreveu ela.

     

    Para a jornalista, os Jogos Olímpicos libertaram o Rio. “Libertaram do difundido complexo de inferioridade brasileiro de que no exterior tudo funcione melhor do que no próprio país.”

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  • Jornal diz que Brasil voltará a pensar em corrupção e violência na ‘ressaca olímpica’

    Jornal dos Estados Unidos avalia Olimpíada
    O site do jornal americano Chicago Tribune afirmou, nesta quinta (19), que o Brasil organizou a Olimpíada de um modo melhor do que o esperado. Há razões para comemorar, de acordo com o texto: não houve uma “crise do zika” e a judoca brasileira Rafaela Silva, da Cidade de Deus, ganhou o primeiro ouro do país na Rio 2016. No entanto, o jornal alerta para o que ocorrerá após o fim do evento esportivo, no domingo (21): “os apitos do samba vão voltar para o armário e o Rio estará em uma ressaca olímpica”.

    De acordo com a previsão do jornal, os brasileiros voltarão para a vida cotidiana, com “bolsas nos olhos”, e terão de acompanhar o desfecho do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Michel Temer, segundo o Chicago Tribune, parece não agradar a população, já que foi vaiado na cerimônia de abertura, no Maracanã. Há, ainda, a “corrupção endêmica” e escândalos como o da Petrobras.

    O texto afirma também que o Brasil era uma nação promissora nos anos 2000, mas está atualmente “em sua pior recessão das últimas décadas”. A violência, “associada ao tráfico nas favelas”, é outro problema apontado no texto: são mencionados como o crescimento no número de assassinatos e a morte do soldado que entrou por engano em uma comunidade do Rio de Janeiro.

    O Brasil pode sair dessa Olimpíada se sentindo muito bem – “coisa de que muitos duvidavam”, afirma o texto. Houve momentos como as medalhas de Simone Biles e os feitos de Phelps e Bolt. “O cataclismo não se concretizou”, diz a publicação. “Maravilhoso, Brasil!” Mas logo vem o lamento: “O mundo vai embora do Rio, deixando para trás um país tomado pela corrupção, pelo crime, pela crise econômica e pela poluição da água”, diz o texto.  “A esperança é que as lideranças brasileiras consigam enfrentar esses flagelos de maneira contundente, depois que os holofotes do mundo olharem para outro lado.”

  • 'Eu também teria sacado a arma para eles', diz jornalista americana sobre o caso Lochte

    Washington Post critica Ryan Lotche
    Um artigo publicado pelo “Washington Post”, nesta quinta-feira (18), fez duras críticas ao nadador americano Ryan Lochte, após o falso relato de assalto do atleta no Rio de Janeiro. A jornalista Sally Jenkins, que assina o texto, disse que ela mesmo teria sacado uma arma para eles, se ela trabalhasse naquele posto de gasolina.

     

    “Ryan Lochte é o cara mais burro circulando por aí. O nadador de 32 anos está tão preso a sua juventude que ele foi para uma noitada com garotos jovens suficiente para chama-lo de tio”.

     

    “Que grande líder que Lochte é”, ironizou a jornalista, se referindo aos demais atletas envolvidos: Jack Conger, de 21 anos; James Feigen, de 26; e Gunnar Bentz, de 20.

     
    O caso aconteceu no domingo (14). Os nadadores disseram que sofreram um assalto ao voltar de táxi à Vila Olímpica vindos de uma festa. Depoimentos de testemunhas e um vídeo que mostra os atletas em um posto de gasolina fizeram a polícia acreditar que não houve roubo. O grupo teria depredado um banheiro e foi impedido de deixar o local por seguranças, que queriam que os atletas pagassem pelo prejuízo. Os nadadores admitiram que estavam bêbados.

    Jenkins disse que a polícia brasileira precisava mostrar que os temores eram exagerados e que esses jogos são seguros. “Embora eles não sejam [seguros], particularmente, os americanos estúpidos ofereceram-lhes algo para limpar a barra”, escreveu, depois de listar alguns crimes que realmente aconteceram durante a Olimpíada, como o sequestro relâmpago a um atleta neozelandês e o assalto aos treinadores australianos em Ipanema.
     

    O artigo ainda diz que igualmente ao desrespeito de Lochte ao posto de gasolina foi o desrespeito aos amigos nadadores. Primeiro pelo tom heroico em que ele contou a história, na qual ele diz que resistiu ao pedido para se deitar no chão quando foi ameaçado – enquanto os demais nadadores obedeceram – e depois por ir para casa [Estados Unidos] antes e abandonar os amigos.

     

    “Existe alguma coisa pior, em qualquer país, do que um bando de jovens bêbados que quebram os móveis e fazem xixi na parede? Não é necessário tradutor para isso, nenhuma norma cultural que perdoe. Se eu estivesse trabalhando naquele posto de gasolina no Brasil, eu também teria sacado a arma para eles”. 

  • Polícia do Rio não pode alegar superioridade moral no caso Lochte, diz colunista do 'USA Today'

    Lochte USA Today
    Nancy Armour, a colunista do jornal americano "USA Today" que já havia afirmado ser "irrelevante" se Ryan Lochte mentiu ou não sobre o assalto que contou ter sofrido no Rio -- antes de seus colegas admitirem que de fato não ocorreu da forma como haviam relatado inicialmente -- publicou novo texto nesta quinta-feira (18) argumentando que a polícia carioca não pode alegar "superioridade moral" no caso.

    A colunista deixa claro que Ryan Lochte é o responsável por ter começado toda a confusão, mas critica as autoridades brasileiras pelo esforço empreendido para esclarecer o que aconteceu naquele posto de gasolina, quando o Rio tem problemas muito mais graves de violência.

    "Quantas pessoas morreram desde domingo?Quantas mais foram vítimas de crimes graves? Qual progresso as autoridades fizeram ao combater gangues e chefes do tráfico nas favelas mais perigosas?", questiona.

    "Vale notar que outros atletas olímpicos de fato foram roubados ou tiveram propriedade sua furtada. Não ouvi nenhuma atualização sobre esses casos hoje", afirmou.

    Nancy cita ainda dados segundo os quais um quinto dos homicídios no rio no ano passado foram cometidos pela polícia. A polícia carioca teria matado 8 mil pessoas em uma década, segundo a organização Human Rights Watch.

    "Lochte e seus colegas não foram à polícia. A polícia foi até eles. Cansados de serem o saco de pancadas, ganharam de presente a mentira de Lochte para bancar a vítima, para variar", diz a autora.

  • Após reviravolta, jornais miram Lochte e interesses do Brasil

    A reviravolta no caso do nadador Ryan Lochte, que agora é um dos indiciados por falsa comunicação de crime, levou jornais dos Estados Unidos a publicarem artigos e notícias questionando as consequências legais da mentira apontada pela polícia, os impactos no futuro do nadador e o interesse do Brasil em esclarecer os fatos.

    Capa do tabloide New York Post
    Tudo o que o mundo odeia
    O tablóide New York post definiu no título de sua reportagem: Ryan Lochte é tudo o que o mundo odeia nos americanos. No texto, o autor Mike Vaccaro aponta que assumir a situação ocorrida no posto não teria sido um problema para a reputação de Lochte, mas em vez disso, ele optou por construir uma nova versão que será um peso que terá que suportar por um bom tempo. E ele termina desejando que Lochte não deixe a porta do banheiro bater em seu traseiro quando ele voltar para a obscuridade.



    New Yorker cita complexo de vira-lata em post.

    Complexo de vira-latas
    O site da revista americana New Yorker publicou, nesta quinta (18), um artigo onde, na opinião do autor do artigo, Alex Cuadros, o episódio teve grande repercussão no Brasil pelo “complexo de vira-lata”. Segundo ele, a versão inicial de história dos nadadores feriria o orgulho da nação e “confirmaria a incapacidade do Rio de Janeiro em manter seus visitantes seguros, mesmo com 85 mil soldados e policiais espalhados pela cidade”.

    A CNBC afirma que provavelmente o nadador Ryan Lochte não será preso, mesmo se comprovado que ele mentiu no depoimento à polícia. “O Brasil não gostaria de produzir um incidente internacional disso. Só prolongaria a história”, afirma o texto. Para o veículo, continuar repercutindo o caso faria com que o país mencionasse os problemas de corrupção pública e violência, que fizeram com que “a história criada por Lochte parecesse inicialmente tão plausível”.

    Não será preso
    A CNBC afirma que provavelmente o nadador Ryan Lochte não será preso, mesmo se comprovado que ele mentiu no depoimento à polícia. “O Brasil não gostaria de produzir um incidente internacional disso. Só prolongaria a história”, afirma o texto. Para o veículo, continuar repercutindo o caso faria com que o país mencionasse os problemas de corrupção pública e violência, que fizeram com que “a história criada por Lochte parecesse inicialmente tão plausível”.

    A Newsweek afirma que a história criada por Ryan Lochte é mais falsa que a cor do cabelo do nadador e ironiza as versões contadas pelos atletas sobre o suposto roubo no Rio de Janeiro. Afirma que, na semana passada, Lochte havia prometido que, junto com o nadador recordista Michael Phelps, representaria os Estados Unidos na Olimpíada de Tóquio, daqui a quatro anos. Mas, “depois desse drama”, seus fãs estariam indiferentes a isso.
    Falsa como o cabelo
    A Newsweek afirma que a história criada por Ryan Lochte é mais falsa que a cor do cabelo do nadador e ironiza as versões contadas pelos atletas sobre o suposto roubo no Rio de Janeiro. Afirma que, na semana passada, Lochte havia prometido que, junto com o nadador recordista Michael Phelps, representaria os Estados Unidos na Olimpíada de Tóquio, daqui a quatro anos. Mas, “depois desse drama”, seus fãs estariam indiferentes a isso.
    O site Black Sports Online diz que o nadador envergonhou os Estados Unidos após contar versões contraditórias do suposto roubo. Afirma que o atleta, quatro vezes campeão olímpico, teria tudo para ter um futuro de sucesso no esporte. Mas, agora, “ninguém sabe qual será seu legado”.

    Vergonha para os EUA
    O site Black Sports Online diz que o nadador envergonhou os Estados Unidos após contar versões contraditórias do suposto roubo. Afirma que o atleta, quatro vezes campeão olímpico, teria tudo para ter um futuro de sucesso no esporte. Mas, agora, “ninguém sabe qual será seu legado”.

    O site americano The Score entrevistou o campeão olímpico Charles Barkley sobe o caso dos nadadores no Brasil. O atleta opinou que será um “bom aprendizado para Lochte”. “Ser famoso é bom em duas de cada três vezes, mas se você faz algo errado ou perde, é horrível”, disse. E ressaltou a imaturidade do nadador. “É uma coisa obviamente estúpida o que ele fez, mas ele é um jovem garoto – e todos os jovens garotos fazem coisas estúpidas”, completou.
    Aprendizado para o garoto
    O site americano The Score entrevistou o campeão olímpico Charles Barkley sobe o caso dos nadadores no Brasil. O atleta opinou que será um “bom aprendizado para Lochte”. “Ser famoso é bom em duas de cada três vezes, mas se você faz algo errado ou perde, é horrível”, disse. E ressaltou a imaturidade do nadador. “É uma coisa obviamente estúpida o que ele fez, mas ele é um jovem garoto – e todos os jovens garotos fazem coisas estúpidas”, completou.

    Já o site da Fox News parece atribuir maior ênfase ao fato de seguranças terem apontado armas para os nadadores no posto de gasolina – e não para a informação de que os atletas provavelmente tenham contato uma história falsa a respeito do suposto assalto. O título da matéria é “Seguranças apontaram arma para Lochte, mas não houve roubo, diz polícia”. E, no primeiro parágrafo, o dado que aparece primeiro na notícia é, mais uma vez, o de que “pelo menos um segurança apontou uma arma para a estrela olímpica Ryan Lochte e outros três nadadores (...)”.
    Arma apontada
    Já o site da Fox News parece atribuir maior ênfase ao fato de seguranças terem apontado armas para os nadadores no posto de gasolina – e não para a informação de que os atletas provavelmente tenham contato uma história falsa a respeito do suposto assalto. O título da matéria é “Seguranças apontaram arma para Lochte, mas não houve roubo, diz polícia”. E, no primeiro parágrafo, o dado que aparece primeiro na notícia é, mais uma vez, o de que “pelo menos um segurança apontou uma arma para a estrela olímpica Ryan Lochte e outros três nadadores (...)”.USA Today repercute caso do nadador


    Imagem prejudicada
    O site USA Today diz que a imagem do nadador está manchada após o caso, que é uma “propaganda negativa” para ele. A reportagem entrevista Joe Favorito, especialista em marketing esportivo. “Não existe regra mais preciosa para qualquer pessoa pública do que: não minta”, diz. Ainda afirma que as marcas escolhem atletas honestos e autênticos para representá-las, e há várias opções. Ou seja: Lochte pode ser prejudicado em contratos publicitários, caso a história não seja esclarecida.


  • New Yorker cita 'complexo de vira-lata' na reação do Brasil no caso Lochte

    New Yorker cita complexo de vira-lata em post.
    O site da revista americana New Yorker publicou, nesta quinta (18), um artigo que repercute o caso em que quatro nadadores dos Estados Unidos afirmaram ter sido roubados no Rio de Janeiro, no último fim de semana. De acordo com informações divulgadas pela polícia brasileira em coletiva de imprensa, as evidências indicam que não houve assalto, e sim uma confusão entre os atletas, provavelmente bêbados, e os seguranças de um posto de gasolina. Na opinião do autor do artigo, Alex Cuadros, o episódio teve grande repercussão no Brasil pelo “complexo de vira-lata”.

    O jornalista afirma que existe uma grande preocupação dos brasileiros com o que os outros países pensarão deles. A versão inicial de história dos nadadores feriria o orgulho da nação e “confirmaria a incapacidade do Rio de Janeiro em manter seus visitantes seguros, mesmo com 85 mil soldados e policiais espalhados pela cidade”. Ou seja: mancharia a imagem do Brasil que estava sendo projetada para o mundo.

    “Há muito tempo, os brasileiros são obcecados com o que o mundo desenvolvido pensa deles. Mesmo quando não havia Olimpíada, a mídia local constantemente repercutia histórias sobre o que os Estados Unidos e a Europa estavam falando do Brasil”, afirma Cuadros, no artigo.

    Os brasileiros, de acordo com a New Yorker, assim como sentem orgulho do samba, do Carnaval e do futebol, esperam mostrar ao mundo que o país deles “tem muito mais do que isso”. “Esse sentimento tem nome: complexo de vira-lata”, escreve o jornalista.

    No desfecho do artigo, Cuadros opina que o Brasil vive “pequenas vitórias” que são distrações para um país em crise – fazia tempo, de acordo com o texto, que a imprensa não publicava matérias positivas no país. “Mas eles vão pagar um preço alto (...). E, quando o Brasil acordar da Olimpíada, vai enfrentar as mesmas lutas políticas amargas de antes, juntamente com a mais profunda recessão em décadas. Quando as atenções do mundo se desviarem, os brasileiros não terão ninguém para desapontar além deles mesmos”.

  • Gringos estranham hábitos dos cariocas na praia: ‘Não usam jeans nem meias’

    Washington Post comenta diferenças entre cariocas e estrangeiros
    O site do jornal The Washington Post publicou um texto na última quarta-feira (17) em que compara a atitude dos brasileiros e dos estrangeiros na praia. De acordo com o artigo, escrito por Joshua Partlow, existe praticamente um manual de comportamento do carioca – jeans, meias, tênis, joias e relógios não são usados na areia, para espanto dos gringos.

    Após entrevistar nativos e turistas, o jornalista traçou outras diferenças. O céu está azul? O carioca gira a cadeira e acompanha os raios conforme o sol se movimenta. Já o estrangeiro fica sempre virado para o mar, com sua máquina fotográfica.

    O kit praia também varia: para o brasileiro, basta levar protetor solar, óculos de sol, dinheiro, água e canga (definida no texto como um tecido de algodão leve, “porque a toalha fica pesada e com areia”). Entre os gringos, é mais comum carregar uma mochila bem grande na frente do corpo, portar repelente e andar pela areia de tênis.

    Uma brasileira entrevistada pelo Washington Post conta que viu um gringo abandonando os pertences na barraca para poder tentar jogar “altinha”. Ela precisou chamá-lo para explicar que não é seguro deixar a mochila sozinha na praia. Outro carioca, dono de uma barraca, observa que o cardápio de bebidas dos turistas internacionais é diferente: nada de cerveja. “Eles ficam tão bêbados com caipirinha que pegam no sono e os amigos precisam levá-los embora”, conta.

    O texto do Washington Post aponta diferenças até mesmo nas atividades físicas: conta que os brasileiros “ficam em pé” quando estão na praia, confraternizando ou jogando pelo menos três versões diferentes de vôlei. Os estrangeiros costumam ficar sentados, esticados sob o sol para se queimar.

    Existe também, de acordo com os gringos, um verdadeiro ritual das mulheres para passar filtro solar, praticamente uma “performance de arte” – que continua depois, quando elas usam os chuveiros da praia. Algumas brasileiras, no entanto, contam que se incomodam com a postura dos gringos, que, de acordo com elas, acham que as cariocas estão “sempre solteiras e disponíveis”.

    Depois de traçar tantas diferenças de comportamento entre os dois grupos, o jornalista sugere que, apesar das disparidades, todos se dão bem. Um dos entrevistados da matéria diz que “vão existir os filhos da Olimpíada e os hospitais vão ficar cheios daqui a nove meses”.

  • Colunista americana diz que é 'irrelevante' se assalto a nadadores realmente ocorreu

    Colunista Nancy Armour, do jornal americano 'USA Today', defendeu os nadadores americanos; 'Será que os Estados Unidos conseguem tirar os nadadadores do Brasil?'

     

    A colunista do jornal “USA Today” Nancy Armour publicou um texto na quarta (17) cujo título pergunta: “Será que os Estados Unidos conseguem tirar os nadadores do Brasil?”. Em um trecho em que diz ser essa “a maior preocupação dos americanos”, Armour escreve: “Porque aparentemente no Brasil é muito pior fazer uma falsa notificação [de crime] à polícia do que atirar em um ônibus com gente dentro”. 

     

    A imprensa dos Estados Unidos segue repercutindo o caso dos nadadores americanos que disseram ter sido assaltados durante a Olimpíada por homens que apresentaram distintivos policiais e apontaram armas na direção deles. Os atletas Ryan Lochte e James Feigen afirmaram que foram abordados na madrugada de domingo (14) ao voltar à Vila Olímpica vindos uma festa na Lagoa, na Zona Sul do Rio. Eles estavam acompanhados de outros dois atletas, Gunnar Bentz e Jack Conger.

     

    A colunista começa o texto escrevendo que “a melhor coisa que Ryan Lochte fez foi ir embora da cidade [Rio]” e que o Brasil está exagerando. “É irrelevante se é verdade [que aconteceu o crime]. E numa cidade em que a criminalidade nas ruas é galopante e vizinhanças inteiras estão sob o cerco de traficantes e quadrilhas, a polícia deveria ter mais com que se preocupar. Mas a história de Lochte causou embaraço, e isso não será tolerado”, disse ela.

     

    Lochte deixou o país na segunda-feira (15), informou a Polícia Federal. Já Bentz e Jack Conger foram impedidos pela Polícia Federal de embarcar em voo de volta para os Estados Unidos na noite desta quarta-feira (17). Feigen continua no Brasil, mas não teve sua localização revelada pelo Comitê Olímpico dos Estados Unidos.

    Já Brian Winter, da revista "Americas Quarterly" e ex-correspondente no Brasil da agência de notícias Reuters, postou no Twitter uma mensagem de tom crítico à atitude dos nadadores. “A maior implicância dos brasileiros? Gringos que tratam o país deles como um destino turístico de terceira classe onde você pode mentir para a polícia sem consequências”.

    Outros veículos que noticiaram o suposto assalto foram o jornal “The New York Times” e a emissora CNN. Em entrevista a agência de notícias Associated Press, o pai de Ryan Lochte confirmou o assalto. “Estou feliz que ele esteja a salvo”, afirmou Steve Lochte. “Foi uma experiência infeliz para ele e os outros três. Não sei do que se trata toda a controvérsia. Eles foram basicamente tirados para fora do táxi e roubados”, disse. “A coisa mais importante é que ele teve muita sorte por estar a salvo e por terem levado apenas o dinheiro e a carteira.”

    Contradições de Locthe
    Em entrevista por telefone à rede de TV americana NBC na noite desta quarta, Lochte reafirmou ter sido assaltado junto com os três colegas de equipe. Mas deu detalhes diferentes de suas duas versões anteriores.

    Primeiro, ainda no domingo e horas após o caso, ele tinha dito à mesma NBC que estava em um táxi com os colegas quando foram parados por outro veículo, ocupado por supostos assaltantes que mostraram distintivos e obrigaram o grupo a deitar no chão. Os criminosos teriam então roubado a carteira e dinheiro, deixando de levar a credencial olímpica e o celular, fato que os investigadores estranharam.

    Depois, em depoimento à polícia, Lochte e Feigen disseram não se lembrar de detalhes do assalto porque estavam muito bêbados. Os agentes ainda procuraram o taxista que teria levado os nadadores da Lagoa até a Vila Olímpica.

    Nesta nova entrevista à NBC, porém, Lochte afirmou que os quatro nadadores estavam em um posto de gasolina e, ao sair do banheiro, ficaram sob a mira de uma arma.

    Além disso, Lochte  contou agora que, durante seu depoimento à polícia, foi tratado com cordialidade. De acordo com ele, os policiais fizeram poucas perguntas e não pediram que ele ficasse para as investigações. Além disso, o nadador reclamou que está sendo tratado como suspeito, apesar de ser vítima. 

    Vídeo também contradiz depoimentos
    Outra contradição surgida nos depoimentos dos nadadores tem relação com o horário do suposto assalto: eles relatam que saíram da festa na Lagoa por volta das 4h. Mas câmeras de segurança da Casa da França, onde ocorreu a festa, mostram que eles deixaram o local às 5h45.

    Além disso, o grupo contou que o assalto ocorreu perto da Vila dos Atletas, já na Barra da Tijuca, razão pela qual foram direto para o alojamento. Mas imagens registradas pelas câmeras de segurança da Vila mostram que os atletas só chegaram ao local às 6h56.

    Em vídeo divulgado pelo jornal britânico “Daily Mail”, é possível identificar que quatro nadadores chegam à portaria da Vila Olímpica e passam pelo detector de metais antes de entrar. Lochte chega a brincar com Feigen, batendo a credencial na cabeça do colega.

  • Crise nas Paralimpíadas é destaque na imprensa internacional

    Crise Paralimpíadas

     

    A imprensa internacional demonstra preocupação com os problemas das Paralímpiadas, que ocorrerão do dia 7 a 18 de setembro no Rio de Janeiro. Conforme divulgado pelo jornal americano The Wall Street Journal, menos de 10% dos ingressos para os jogos foram vendidos até agora – “um grande constrangimento para o Brasil”. 

    A crise se agravou com a decisão da Justiça brasileira de proibir investimento público ou patrocínio de estatais para o evento, até que o comitê organizador da Olimpíada Rio 2016, em curso, divulgue seus gastos.

    Os veículos estrangeiros reforçam a informação de que os atletas que participarão da competição ainda não receberam o dinheiro que cobriria os gastos de passagem aérea até o Brasil.

    Crise Paralimpíadas

     O site TSF, de Portugal, declara que o país “ainda não recebeu o dinheiro necessário para o transporte dos atletas”. E explica: “Há poucos patrocinadores interessados e as vendas de bilhetes estão escassas”.

    Na Austrália, a notícia também repercutiu. No site da emissora SBS, o texto afirma que “seria terrível se os atletas de outros países não puderem comparecer por causa do problema de financiamento”.

    Os veículos mencionam que Philip Craven, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, garante que a competição ocorrerá, “embora a situação seja precária”.

     Crise Paralimpíadas

    Crise ParalimpíadasCrise Paralimpíadas


     

     

  • Jornais americanos ‘descobrem’ brigadeiro e pão de queijo, e fazem elogios

    Brigadeiro Huffingtonpost
    A Olimpíada no Rio está dando a oportunidade para estrangeiros conhecerem um pouco mais da gastronomia brasileira. Se o biscoito Globo não caiu bem no paladar de um jornalista do "New York Times", o brigadeiro e o pão e queijo foram tema de textos elogiosos.

     

    Um artigo do site Huffington Post, assinado pela jornalista Julie R. Thomson, diz que comer brigadeiro é como “afundar seus dentes em um sonho” e descreve a iguaria como se a “trufa de chocolate se encontrasse com o doce de leite”.

    Thomson conta que os doces são feitos em todas as comemorações de aniversário e são adorados por crianças e adultos. O artigo também diz que o brigadeiro brasileiro faz o “cake ball” americano (uma bola de chocolate recheada de bolo) parecer uma piada.

    “É apreciado em todo o país e atravessa todas as fronteiras socioeconômicas. O brigadeiro é basicamente o amor traduzido em uma sobremesa”.

    Outra matéria do Huffington Post, assinada por Rabbi Deborah R. Prinz, também enaltece o doce brasileiro. Prinz conta a história de Mariana Vieira, uma brasileira que abriu uma loja de brigadeiros em Nova York – com inúmeros tipos e sabores. O artigo diz que o doce é a sobremesa perfeita para os Jogos Olímpicos de 2016.

    USA Today experimenta Pão de Queijo
    Já o pão de queijo foi lembrado em um vídeo do “USA Today”. "Você gosta de pão? E de queijo? Então o pão de queijo é o seu lanche", diz a narradora. O vídeo apresenta a receita do salgado “vendido em todo Rio de Janeiro” e o descreve como um pão à base de mandioca – ou “farinha de tapioca” - e queijo, que é macio, elástico e delicioso.

    “O pão de queijo é vendido em cinco ou seis por vez, o que é bom, porque, uma vez que você come um, você com certeza vai querer mais.”

Sobre a página

A Olimpíada no Rio põe o Brasil no foco internacional não só pela competição em si, mas também pelos acontecimentos ao redor do evento e também pelas características do país que chamam a atenção do olhar estrangeiro. Este blog vai mostrar como o Brasil é representado na cobertura da imprensa internacional antes e durante os jogos.