Pouco antes das Olimpíadas de Sydney, em 2000, Simone foi convocada pela primeira vez
Um dos símbolos da “Era de Ouro” da seleção feminina de futebol -
que nos últimos anos tem se destacado no cenário mundial - a
lateral-direita Simone Jatobá pode ser mais uma brasileira a
pintar no campeonato nacional feminino mais disputados do mundo,
o Women's Professional Soccer (WPS), dos Estados Unidos.
Apesar da boa fase que vive no seu clube, o Lyon, da França, a
jogadora de 28 anos não nega a possibilidade.
Em entrevista por telefone ao GLOBOESPORTE.COM,
Simone revelou sondagens, mas desconversou sobre uma possível
transferência.
- Tive contatos no primeiro e agora no segundo
Draft (fase de negociações do campeonato norte-americano), mas
tenho contrato até junho com o Lyon. Estou muito satisfeita aqui
no clube, eles me dão um valor que nenhum clube me dá. Então até
lá seria fora do normal negociar, estou pensando ainda –
revelou.
Caso aceite alguma proposta do futebol do país,
Simone poderá se juntar a mais 14 brasileiras que disputam a
WPS. Duas delas são bastante conhecidas: a atacante Cristiane,
do Chicago Red Stars e a meia Marta, do Los Angeles Sol. Ambas
são da seleção. Simone comentou a transferência da melhor
jogadora do mundo, do futebol sueco para o dos Estados Unidos.
- Ela (Marta) foi para lá porque vai disputar uma
liga profisisonal. Ela estava há muito tempo no Umea (ex-time de
Marta na Suécia) e não tenho dúvidas de que a liga sueca foi
muito valorizada por causa dela. A ida para os Estados Unidos
serve para a carreira dela dar uma levantada – comentou.
Reconhecimento do futebol feminino
Nos últimos anos, o futebol feminino ganhou maior destaque no
Brasil, apesar da falta de apoio dos órgãos responsáveis. A CBF
criou, em 2007, a Copa do Brasil da categoria. Na última edição,
o Santos sagrou-se campeão após derrotar o Sport na final.
Mesmo assim, Simone ainda vê falta de compromisso
com as mulheres no futebol brasileiro. Para a lateral-direita da
seleção, o reconhecimento ficou maior depois do Pan-americano do
Rio de Janeiro, em 2007 e pela cobertura da imprensa.
- Os responsáveis somos nós, atletas. Mas a
imprensa ajudou também. Para gente, isso é muito importante e se
não é a imprensa, isso não chega aos outros. As pessoas
começaram a acompanhar mais a partir do Pan. Elas puderam ir ao
estádio, ver como é o futebol feminino. Antes, achavam que era
lento, monótono e depois viram que não. O crescimento em termos
de conhecimento veio muito por causa do Pan.
A jogadora fez uma comparação entre o futebol
feminino no Brasil e na Europa. Para ela, o diferencial é na
organização, na formulação de calendários para competições.
- Pela forma como eles encaram o profissionalismo,
o futebol europeu se destaca. O apoio aqui na Europa é muito
grande. Tem calendário, patrocínio. Começamos em agosto/setembro
e vai até junho. A gente não para esse tempo todo, dá quase um
ano. Paramos por três, quatro semanas para dar uma respirada,
apenas – disse a jogadora.