Aos 32 anos, Edinanci deve ter tranqüilidade para apresentar seu melhor judô nos Jogos Olímpicos
Na madrugada de hoje, a paraibana Edinanci Silva entrará no
tatame para disputar a sua quarta olimpíada. Nenhum outro judoca
brasileiro tem tantas participações olímpicas quanto ela.
Experiente e livre das cobranças que sempre recaíram sobre os
seus ombros, já que a primeira medalha do judô feminino já é uma
realidade, Ednanci terá tranqüilidade para apresentar o seu
melhor judô.
A primeira a ser batida será a vencedora da luta
entre a russa Vera Moskalyuk e a espanhola Esther San Miguel. Se
vencer, terá pela frente a japonesa ou a italiana. Todas as
adversárias são velhas conhecidas. Edinanci já venceu todas elas
e terá motivação extra para repetir o feito.
Luciano Corrêa, atual campeão mundial dos meio-pesados, pegou uma
chave difícil. A primeira luta será contra o holandês Henk Grol,
podendo enfrentar um ex-campeão mundial ou um medalhista
olímpico na seqüência.
Vale lembrar que a retrospectiva olímpica do judô
brasileiro na categoria meio-pesado registra nada menos que uma
medalha prata, com Douglas Vieira, mais um ouro e um bronze,
conquistados por Aurélio Miguel. Um ouro hoje seria uma
excelente maneira de quebrar o jejum de 16 anos sem
representantes do Brasil no degrau mais alto do pódio.
Judô brasileiro tem futuro
Mayra, de 17 anos, é a caçula do judô brasileiro
As atuações dos médios Mayra Aguiar e Eduardo Santos provaram que
o judô brasileiro vai se manter como vencedor nas próximas
Olimpíadas e competições internacionais de alto nível.
Com apenas 17 anos, a caçula da nossa equipe
estreou no tatame contra a espanhola Leire Iglesias, vice-campeã
européia. Mayra apresentou excelente condicionamento físico,
marcou um yuko e um koka, mas perdeu a luta por dois yuko. Como
a espanhola não venceu a semifinal, a brasileira não pode voltar
na repescagem e o sonho do pódio olímpico de Mayra foi adiado
para Londres 2012.
Praticamente desconhecido no circuito
internacional, Eduardo Santos não deu chance aos seus dois
primeiros adversários e decidiu as lutas por ippon. No terceiro
combate, foi imobilizado pelo francês Yves-Mattthieu Dafraville
e perdeu por ippon. Na repescagem, conseguiu seu terceiro ippon
contra o italiano Roberto Meloni, bronze no Mundial de 2007.
Demonstrando determinação e vigor físico, o
brasileiro disputou a vaga para a decisão da medalha de bronze
numa luta exaustiva, de 10 minutos, contra o suíço Sergei
Aschwanden, que venceu na bandeira. Mesmo sem medalha, Eduardo
sai de Pequim como um grande vencedor. Ele ficou na sétima
posição e, além de raça e força, mostrou que não se intimida
diante de adversários de renome.