Em 23 anos dedicados à natação, foram quatro participações em Jogos Pan-Americanos e duas em Jogos Olímpicos. Flavia Delaroli encarava a classificação para Londres como a "cereja do bolo" em sua carreira. Ela não veio. Mas a frustração não chegou a ter um gosto tão amargo para a experiente nadadora de 28 anos. Satisfeita e orgulhosa com sua história nas piscinas, começa a ensaiar agora sua aposentadoria para se dedicar a outros desafios.
Antes de cair na piscina para tentar pela última vez a classificação para os Jogos de Londres, na Tentativa Olímpica, Flavia Delaralori tomou um banho de mar. Queria vir para a prova dos 50m livre, nesta quinta-feira, de corpo e alma lavados. Mas 23 centésimos de segundo separaram a nadadora do Pinheiros da Inglaterra. Fez 25s43, enquanto o índice era 25s20. A jovem Alessandra Marchioro, que havia se destacado pela manhã, foi a segunda mais rápida e também ficou acima da marca, com 25s46.
- Já fui para duas Olimpíadas. Estava tentando aqui a cereja do bolo. Mas não saio triste de jeito nenhum daqui. Quando a gente faz as coisas que têm orgulho, quando você coloca todo o seu coração e se empenha ao máximo, não guarda arrependimento nenhum. Eu vim mesmo de coração aberto e dei o meu máximo - disse, emocionada.
Ao longo da carreira, a nadadora de Ipatinga acumulou seis medalhas pan-americanas e uma final olímpica. Agora, aos 28 anos, já planeja novas conquistas em áreas bem diferentes.
- Eu tenho ânimo para a natação até o fim desse ano. Ano que vem, vou começar outras coisas na minha vida na mesma intensidade. Vou estudar, vou trabalhar, vou engravidar. Vou começar o resto da minha vida de uma outra forma, mas com o mesmo vigor.
Com vaga garantida em Londres, Fabíola Molina torceu das arquibancadas do Parque Aquático Maria Lenk para o marido Diogo Yabe. Mas o nadador do Minas ficou distante do índice dos 400m medley. Nadando sozinho, completou a prova em 4m26s09. O índice era de 4m16s42.
- Quando eu não escuto ela gritando, imagino. Sei que ela está sempre torcendo nas competições e em todos os dias nos treinos. Nós estamos juntos 100%, a cada ano que passa, nós ficamos mais unidos. Ter conhecido a Fabíola foi um dos maiores prêmios que o esporte me deu.
Nos 100m costas, Guilherme Guido também não conseguiu alcançar a sonhada classificação olímpica. Ele bateu em primeiro, com o tempo de 55s67. A marca exigida era de 54s40.