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Quenianas? Alvo de cuspe, brasileira teme rivais etíopes na São Silvestre

Melhor do país em 2009, Marily dos Santos reclama de africanas, enquanto Marizete Resende, campeã em 2002, ressalta melhora das atletas do Brasil

Por São Paulo

Sempre apontadas como principais favoritas na São Silvestre, as quenianas não são a maior preocupação de Marily dos Santos para esta sexta-feira. Terceira colocada e melhor brasileira na prova do ano passado, a atleta teme a catimba de outras africanas: as etíopes. A baiana diz já ter sido alvo até de cuspes das rivais.

Edielza, Marily e Marizete na coletiva para a corrida de São SilvestreEdielza, Marily e Marizete na coletiva para a corrida de São Silvestre (Foto: Sérgio Shibuya / Divulgação)

- As quenianas são justas. Quando podem vencer, vão atrás. Quando não, não fazem nada. As etíopes, não. Já tomei até cusparada, pisão no tornozelo. Pedi para se afastarem e ficaram de risinho. Só quem está lá sabe como é. Uma vez tomei uma cusparada no braço e tive de esperar até a próxima parada para beber água para limpar. Meu óculos é à prova d’água, não de cuspe. Depois, é fácil criticar a Marily por não ter vencido – afirmou, lembrando da Meia Maratona Internacional do Rio, quando chegou a liderar, mas terminou na quinta colocação.

Técnico da corredora, Gilmário Mendes disse ter precisado fazer um trabalho psicológico com a corredora para que ela recuperasse a confiança para as corridas.

- Quando a Marily tomou a cusparada, precisou sair do ritmo para se afastar e isso causou o desgaste. As etíopes têm particularidades como as dos argentinos, provocam mesmo. Tiram do sério. Não são todas, mas as que vieram aqui nos últimos quatro anos apelaram. Eu tive dificuldades para recuperar a confiança dela – afirmou.

Na pista, no entanto, as brasileiras reconhecem a força das africanas, principalmente as quenianas. Campeã da São Silvestre em 2002 e vice em 2007, Marizete Resende afirmou que nem mesmo a ausência de Pasalia Chepkorir, fora da prova por estar grávida, tornará a corrida mais fácil.

- Ela não veio, mas vieram as outras. Não faz diferença, elas são todas iguais, muito fortes. Na São Silvestre, tudo pode acontecer. Elas não são imbatíveis, mas as brasileiras estão melhorando também. Vamos dar o nosso melhor para chegarmos bem.

Marizete afirma não gostar de correr ao lado das quenianas. Para ela, as africanas fazem o ritmo necessário apenas para a vitória, desestimulando as rivais.

- O que eu não gosto é que elas correm apenas para ganhar. Não se importam em fazer tempo. Na largada, não se importam em puxar o ritmo. Para mim, o atleta tem que largar bem, 100% desde o início.

Neste ano, as brasileiras terão o desfalque de Maria Zeferina Baldaia, que teve problemas de lesão. A largada da prova feminina será às 16h30m e a masculina às 16h47m, com transmissão ao vivo da Rede Globo. A previsão é de pancadas de chuvas na parte da tarde.