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por Leonardo Miranda

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Seleções menores tendem a se fechar e especular contragolpes, certo? Se depender de Colômbia, Bósnia e Estados Unidos, não: os técnicos armaram times ofensivos para o mundial no Brasil e aproveitam dos jovens talentos espalhados pelo mundo para fazer bonito na Copa.

 

A Colômbia do técnico José Pékerman fez irretocável campanha nas Eliminatórias com um 4-2-3-1 ousado e rápido na frente. O 4-2-2-2 também apareceu para aproveitar o talento de Falcao, artilheiro do time que estará fora da Copa. Como Macnelly Torres caiu de produção e Bacca, Martínez e Rodríguez cresceram, Pékerman deve apostar mesmo no 4-4-1-1 com James Rodríguez na esquerda abrindo o corredor para Armero, Gutierréz se movimentando e Cuadrado incisivo pela direita.

 

Como a dupla de zaga é lenta, Aguillar entra como opção defensiva e dá total liberdade para os 4 ofensivos: posse de bola, triangulações, velocidade na transição com todos correndo de frente para o gol e com bola dominada. Gutíerrez é o atacante de movimentação que abre e permite a um meia centralizar e abre o apoio dos laterais. Pelo meio, Sanchéz e Aguillar é a dupla esperada, mas Aldo Ramiréz pode entrar para deixar o sistema com melhor passe.

 

Um time de intensidade, que abusa da velocidade na recomposição e na transição. Como prefere jogar com posse e abrir espaços nas movimentações, a Colômbia é intensa e pode sofrer quando é atacada, já que a ausência de Valência, do Flu, deixa o time mais vulnerável. Mesmo assim, tanta ousadia e técnica deve ser recompensada com gols - mesmo sem seu principal atacante.

 

 


 

Para a Bósnia, o Mundial no Brasil é mais que a estreia do país em Copas: é a chance de unificar um povo sofrido e em crise através do futebol. A julgar pela festa que Dzeko e cia fizeram nas Eliminatórias, o time do técnico Safet Susic, ídolo da seleção, tem tudo para atacar bastante com um desenho incomum e que permite muitas bolas para a dupla Ibisevic e Dzeko num ousado 4-1-3-2.

  

Esse é o sistema preferencial de Susic, embora o técnico coloque Ibisevic na direita de um 4-2-3-1 contra adversários mais fortes. Medunjanin começa a saída de bola, mas dá proteção para a zaga e os laterais, que apoiam alternadamente, muiuto abertos pelos flancos para fazer a jogada pela borda. A chave do jogo bósnio é o meio, com  Pjanic e Lulic buscando a bola para fazer a jogada e dando velocidade na chegada. Misimovic é o meia central que dá o último passe a Ibisevic e Dzeko, atacantes cuja função é finalizar ou fazer o pivô.

 

O 4-1-3-2 pode se transformar num 4-3-1-2 ou marcar em duas linhas de 4. Apesar do meio que tenta trocar passes lá na frente, a falta de velocidade na transição, principalmente pelos lados - os laterais são opções de jogadas de fundo que não costumam acontecer muito - deixam o time um tanto "espanhol": mantém a posse, mas não infiltra, mesmo com 2 atacantes fixos na área.

 


 

 

Jurgen Klinsmann demorou a achar um time, acumulou críticas por mudar o rígido 4-4-2 de Bob Bradley e perdeu um título para o México. Mas conseguiu, nas Eliminatórias, colocar em prática um sistema mais ofensivo num 4-2-3-1 ou 4-4-1-1 que variava e tinha muita movimentação de frente. A ausência de Donovan e os recentes experimentos com um 4-3-1-2 pode mudar o time no mundial, mas o previsto é o 4-4-1-1 que rende melhor.

 

O time joga com Dempsey: ele é o playmaker que segura a bola, gira para a chegada de Bedoya e Zusi (que ganhou a vaga de Donovan na esquerda) e se aproxima de Josy Altidore, que faz a referência e o pivô na frente. O time prefere a posse de bola e o jogo equilibrado, mas também sabe contragolpear com velocidade pelos flancos, mesmo com laterais mais presos.

 

Bradley e Jermaine Jones fazem a contenção pelo meio, apesar do passe curto na saída de bola. O time, que ainda pode surpreender com um 4-3-1-2, busca o gol, mas também sabe se defender sempre com duas linhas de 4, compactando os setores. Deixar Donovan fora causa arrepios num país onde o futebol ainda não é popular, mas com o tempo as ideias de Klinsmann ganharam mais adeptos.

 

 


 

Nada de retranca: Colômbia, Bósnia e Estados Unidos são time muito mais organizados e ofensivos do que se pode imaginar. E prometem incomodar.

 

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