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Por Tiago Bontempo

A temporada 2018 do Campeonato Japonês está prestes a começar e o Futebol no Japão preparou um guia com informações de todos os 18 participantes. Análises, estatísticas, os elencos, as contratações, quem são os favoritos, quem é o craque de cada time, opiniões de jornalistas, torcedores e jogadores... E muito mais.

Uma das características da J-League é o equilíbrio, com dez campeões diferentes em 25 temporadas desde que a liga profissional foi inaugurada, em 1993. Quase sempre há uma surpresa entre os primeiros colocados, e quase sempre tem um grande fugindo do rebaixamento. É raro um título não ser decidido na última rodada. Também tem sido incomum um time que começa como favorito terminar o ano como campeão.

A distribuição igualitária das cotas de tevê é mais um fator para o equilíbrio do campeonato, com 350 milhões de ienes (R$ 10,6 milhões) para cada clube. O prêmio para o campeão, porém, está 14 vezes maior desde que o contrato de direitos televisivos com a britânica Peform entrou em vigor, ano passado. Com o título de 2017, o Kawasaki Frontale ganhou 1,55 bilhão de ienes (R$ 47 milhões), que será dividido em três parcelas, além de um bônus imediato de 300 milhões de ienes (R$ 9 milhões). O segundo colocado Kashima Antlers recebeu um total de 820 milhões de ienes (R$ 25 milhões), enquanto o terceiro colocado Cerezo Osaka ganhou 240 milhões de ienes (R$ 7 milhões).

J-League — Foto: Divulgação

Mudança de regra: a volta do playoff de promoção/rebaixamento
A liga reviveu o mesmo sistema de rebaixamento que não era usado desde a temporada 2008. Os dois últimos colocados na J1 serão automaticamente rebaixados para a J2, mas o 16º ainda terá uma grande chance de se salvar, pois jogará uma partida contra o vencedor dos playoffs da J2 e, caso empate ou vença, continuará na primeira divisão. Ficou ainda mais difícil para os clubes da J2, que agora precisam de mais um jogo de mata-mata para chegar à elite.

Calendário:
1ª rodada: 23, 24 e 25/02
Pausa para a Copa do Mundo: entre a 15ª e 16ª rodada (de 20/05 a 18/07)
34ª rodada: 01/12

Nível de expectativa:
★★★★★ Favorito
★★★★ Chances de título
★★★ Metade de cima da tabela
★★ Zona intermediária / Risco de queda
★ Favorito ao rebaixamento

Kashima Antlers - O gigante quer voltar ao topo

Kashima Antlers - Província: Ibaraki - Cidade: Kashima - Mascote: Shikao — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: 2º lugar
Melhor colocação na J1: Campeão (1996, 1998, 2000, 2001, 2007, 2008, 2009, 2016)
Estádio: Kashima Soccer Stadium (37.496)
Estrangeiros: Kwon Sun-tae (goleiro, Coreia do Sul), Léo Silva (volante, Brasil), Leandro Moura (atacante, Brasil), Pedro Júnior (atacante, Brasil)
Técnico: Go Oiwa (desde 05/2017)
Expectativa: ★★★★★

A perda do título da J1 ano passado, na última rodada, ficou engasgada na exigente torcida, que só vai se dar por satisfeita com um grande troféu em 2018, seja a nona J-League ou a inédita ACL. A diretoria aposta no mesmo grupo e manteve todos os titulares, além de ter renovado com o técnico Go Oiwa.

A contratação de impacto foi o retorno do ídolo Atsuto Uchida, que estava no futebol alemão desde 2010. Aos 29 anos, ele ainda teria lenha para queimar, mas tem se lesionado demais e praticamente não jogou nos últimos três anos. Vai ser difícil para ele recuperar a forma de antes. A lateral direita foi a posição mais reforçada, pois Daigo Nishi passou por cirurgia no joelho em dezembro e não deve estar disponível antes de abril. Para o setor, veio também o promissor e ofensivo Koki Anzai, jogador polivalente que atua nas duas laterais e como meia ofensivo pelas pontas. Tomoya Inukai chega para ser opção na zaga. Leandro, vindo de um bom segundo semestre, foi contratado em definitivo e assinou por três anos. Kazuma Yamaguchi pode ser uma surpresa - ele joga em todas as posições do ataque, foi três vezes líder de assistências em torneios universitários, já fez testes no alemão Fortuna Dusseldorf e, entre os vários clubes da J-League que demonstraram interesse, ele escolheu o Kashima.

O Antlers é um time forte principalmente na defesa e com jogadores a nível de seleção em todas as posições. Nomes como Uchida, Shoji, Ueda e Kanazaki sonham com uma vaga no grupo da seleção que disputará a Copa (o mesmo vale para Kwon com a Coreia), então eles terão uma motivação a mais para recuperarem a melhor forma.

Esse é o cara: Mu Kanazaki (atacante, 16/02/1989) - O talismã que sempre aparece nos momentos decisivos chamou ainda mais a responsabilidade ao trocar sua camisa 33 pelo clássico número 10. É o homem-gol do Antlers e finalmente voltou a ser convocado para a seleção na Copa do Leste Asiático, depois de quase um ano "de castigo" por ter brigado com o antigo técnico do Kashima, Masatada Ishii. Centroavante é uma posição que está em aberto nos Samurais Azuis e Kanazaki é um dos candidatos a essa vaga.

Fique de olho: Hiroki Abe (meia, 28/01/1999) - A jovem promessa, que diz se espelhar no estilo de jogo de Eden Hazard, já impressionou nas poucas aparições que fez em 2017, seu ano de estreia como profissional. Foi até o melhor em campo em um amistoso contra o poderoso Sevilla. Dotado de técnica acima da média, era destro, mas aprendeu a usar a perna esquerda com igual eficiência quando machucou a direita. Mais uma esperança da geração Tóquio 2020.

Opinião: "Espero que esse ano a briga pela artilharia seja boa. Têm vários brasileiros bons jogando no Japão e, com a vinda do Jô, vai ser uma temporada boa para nos destacarmos. Espero ser o artilheiro entre os estrangeiros no Japão. Acredito que, nessa temporada, os favoritos ao título serão Kashima Antlers, Gamba Osaka, Urawa Reds e o próprio campeão, Kawasaki Frontale."
Pedro Júnior, atacante do Kashima Antlers

Saíram:
Yuto Koizumi (goleiro) - foi para o Mito HollyHock
Bueno (zagueiro) - emprestado para o Tokushima Vortis
Takahide Umebachi (meia) - foi para o Zweigen Kanazawa
Shuhei Akasaki (atacante) - foi para o Kawasaki Frontale (estava emprestado ao Gamba Osaka)
Yuta Toyokawa (atacante) - foi para o KAS Eupen [Bélgica] (estava emprestado ao Fagiano Okayama)

Chegaram:
Yuya Oki (goleiro) - promovido das categorias de base
Atsuto Uchida (lateral) - veio do Union Berlim [Alemanha]
Koki Anzai (lateral/meia) - veio do Tokyo Verdy
Tomoya Inukai (zagueiro) - veio do Shimizu S-Pulse
Leandro Moura (meia) - contratado em definitivo do Palmeiras
Kazuma Yamaguchi (atacante) - veio da Universidade Hannan

Elenco do Kashima Antlers para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Kawasaki Frontale - Em busca de um lugar entre os grandes

Kawasaki Frontale - Província: Kanagawa - Cidade: Kawasaki - Mascote: Fronta — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: Campeão
Melhor colocação na J1: Campeão (2017)
Estádio: Todoroki Stadium (26.827)
Estrangeiros: Jung Sung-ryong (goleiro, Coreia do Sul), Elsinho (lateral, Brasil), Jefferson Tabinas (lateral, Filipinas), Eduardo (zagueiro, Brasil), Eduardo Neto (volante, Brasil)
Técnico: Toru Oniki (desde 01/2017)
Expectativa: ★★★★

Vai ser difícil o Kawasaki superar 2017, a melhor temporada da história do clube, em que o tão sonhado primeiro título finalmente foi conquistado. Mas o primeiro passo foi dado para que o Golfinho suba de patamar e se torne um dos grandes do país. Como primeiro campeão da era DAZN, ganhou um prêmio em dinheiro no valor total de 2,2 bilhões de ienes, ou R$ 67 milhões somando premiação, bônus e cotas de tevê. Uma ajuda e tanto para que o time continue forte e lutando por títulos.

O Frontale tem um time titular bem definido (veja abaixo) e arrancou para o título ano passado quando os onze estavam disponíveis e não se lesionaram mais. Todos eles foram mantidos e o ataque ainda ganhou dois nomes de peso. Manabu Saito é uma das contratações mais controversas do ano. Ex-ídolo (agora odiado) no rival Marinos, é o melhor driblador a chegar ao Todoroki desde Renatinho. Saito é natural de Kawasaki e tem tudo para ser a próxima grande estrela do time, mas ele ainda se recupera de uma cirurgia no joelho e só deverá estar pronto em maio. Yoshito Okubo, após um frustrante ano no FC Tokyo, retornou ao clube onde foi três vezes artilheiro da J1 e quer mostrar que, aos 35 anos, ainda não perdeu o faro de goleador.

Os outros reforços vieram para compor elenco. Shuhei Akasaki fica como opção de centroavante. Yuto Suzuki estreia na J1 e é uma aposta vinda do Yamagata que joga pelo lado direito do ataque. Hokuto Shimoda é um volante passador bem ao estilo do Frontale. Hidemasa Morita foi campeão e MVP da liga universitária ano passado. Yasuto Wakizaka é um discípulo de Kengo que passou pela base do Kawasaki e está de volta após graduar-se na universidade.

O Kawasaki jogou o futebol mais bonito do Japão em 2017, o mais eficiente no ataque e sem deixar a defesa muito exposta. Costuma sempre pressionar e sufocar o adversário, atacando incessantemente. Porém, tem problemas quando enfrenta uma equipe fechada que se defende bem. Não há um plano B e o time continua martelando da mesma forma até sair o gol. Dessa forma, muitos pontos foram perdidos contra times da parte de baixo da tabela. Oniki está apenas no segundo ano como treinador e sua inexperiência pode custar caro eventualmente (como na eliminação para o Urawa na ACL), mas ele ganhou muito crédito por montar um time melhor que seu antecessor, Yahiro Kazama, e por levar o clube onde ele jamais esteve.

Esse é o cara: Yu Kobayashi (atacante, 23/09/1987) - Viveu a melhor temporada da carreira em 2017 e pode-se dizer que virou quase tão ídolo no clube quanto Kengo Nakamura. Artilheiro e MVP da J-League ano passado, quer manter a boa forma para continuar no páreo por uma vaga na Copa do Mundo.

Fique de olho: Jefferson Tabinas (lateral, 07/08/1998) - Surpreendentemente, as duas principais promessas do Frontale, Koji Miyoshi e Ko Itakura, foram emprestadas. Tabinas ainda precisa evoluir, mas pode fazer sua estreia como profissional em 2018 e mostrar por que pelo menos seis clubes da J1 tentaram contratá-lo. Tem muita força física e velocidade nas arrancadas. Nascido em Tóquio, filho de mãe filipina e pai ganês, ele pretende obter a cidadania japonesa e sonha em defender os Samurais Azuis.

Opinião: "O ano passado mostrou que temos um time titular capaz de derrotar qualquer um na liga, mas lesões e falta de profundidade no elenco quase resultaram em mais um ano sem título. Não acho que o Okubo vai ser tão importante quanto ele era antes de ir embora, mas é um jogador útil para se ter. Manabu Saito é uma grande contratação e mostra que somos um sério candidato este ano. Acho que nosso principal objetivo deve ser defender o título [da J1] e nós temos boas chances. A ACL é meio que uma incógnita e espero que tenhamos o suficiente para passar da primeira fase e talvez chegar até o mesmo estágio do ano passado. Não é minha prioridade, mas eu sei que para algumas pessoas é. Não gosto de fazer previsões, mas acho que podemos ser campeões [da J-League] de novo se for nossa prioridade e, quem sabe, pegar uma taça doméstica também."
Neil, do Frontale Rabbit Blog

Saíram:
Ko Itakura (zagueiro/volante) - emprestado para o Vegalta Sendai
Yusuke Igawa (zagueiro) - foi para o Eastern [Hong Kong]
Kenta Kano (meia) - fim de contrato
Koji Miyoshi (meia) - emprestado para o Consadole Sapporo
Masataka Kani (meia) - foi para o Gainare Tottori (estava emprestado ao Imabari FC, na JFL)
Rhayner (meia) - fim de empréstimo com a Ponte Preta
Riki Harakawa (meia) - transferiu-se em definitivo para o Sagan Tosu
Yoshihiro Nakano (meia) - transferiu-se em definitivo para o Vegalta Sendai
Shohei Otsuka (atacante) - foi para o SC Sagamihara
Takayuki Morimoto (atacante) - foi para o Avispa Fukuoka

Chegaram:
William Popp (goleiro) - contratado em definitivo do Tokyo Verdy
Hidemasa Morita (volante) - veio da Universidade Ryutsu Keizai
Hokuto Shimoda (volante) - veio do Shonan Bellmare
Manabu Saito (meia) - veio do Yokohama F-Marinos
Yasuto Wakizaka (meia) - veio da Universidade Hannan
Yuto Suzuki (meia) - veio do Montedio Yamagata
Shuhei Akasaki (atacante) - veio do Kashima Antlers (estava emprestado ao Gamba Osaka)
Yoshito Okubo (atacante) - veio do FC Tokyo

Elenco do Kawasaki Frontale para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Urawa Reds - Não é favorito, então agora vai?

Urawa Reds - Província: Saitama - Cidade: Saitama - Mascote: Redia — Foto: Futebol no Japão

Em 2017:
Melhor colocação na J1: Campeão (2006)
Estádio: Saitama Stadium 2002 (62.010)
Estrangeiros: Maurício Antônio (zagueiro, Brasil), Quenten Martinus (meia, Curaçao), Zlatan Ljubijankic (atacante, Eslovênia)
Técnico: Takafumi Hori (desde 08/2017)
Expectativa: ★★★★

Clube mais rico e com a maior e mais fanática torcida do país, ano após ano o Urawa Reds vinha contratando destaques dos rivais e começando a temporada como favorito, mas sempre decepcionando no final. Quando a crise apertou e parecia que a temporada 2017 se encerraria de forma precoce, o time se superou e venceu a ACL, derrubando um favorito atrás do outro. Takafumi Hori deixou o estilo ultraofensivo e às vezes suicida de Petrovic de lado em prol de uma estratégia mais cautelosa. Como azarão, o clube finalmente conquistou um grande título depois de dez anos. Correndo por fora, será que agora vai?

O elenco está mais enxuto, mas a falta de reposição para o jogador que foi o diferencial da equipe ano passado preocupa. Rafael Silva, autor dos gols do título da ACL, foi vendido para o Wuhan Zall, da segunda divisão chinesa, que pagou a multa de aproximadamente 5 milhões de euros (Transfermarkt) pelo atacante. O Reds tentou repatriar Genki Haraguchi, que andava encostado no Hertha Berlim, mas o jogador preferiu ser emprestado para o Fortuna Dusseldorf na Bundesliga 2.

Takagi, Yajima e Komai, que não vinham sendo muito aproveitados, foram embora, mas vieram outros três nomes que prometem dar um novo gás ao ataque. O velocista Quenten Martinus, frequentemente convocado para a seleção de Curaçao, vem de um bom campeonato pelo Marinos e é forte candidato a começar como titular. Kosuke Taketomi, que atua em várias posições do meio para frente, é mais um bom reforço. Naoki Yamada, o menino de vidro que finalmente teve uma temporada sem se machucar e comandou o Bellmare na campanha do acesso em 2017, está de volta à sua casa e terá a chance de chegar onde nunca chegou na carreira. Na defesa, o Urawa venceu a disputa com o Kashima para contratar o jovem Takuya Iwanami, zagueiro com potencial de seleção que pode já ser titular caso Yuki Abe retorne à sua posição original como volante.

Esse é o cara: Yosuke Kashiwagi (volante, 15/12/1987) - Jogador mais regular da equipe, é o maestro do meio-campo que dita o ritmo do Reds. Perdeu espaço na seleção, mas ainda é um dos melhores volantes do país. Tem ainda mais responsabilidade agora que é o novo capitão da equipe.

Opinião: "Como torcedor, é claro que eu quero ser campeão, mas acho que não somos o time com mais chance... A pressão pode ser menor, até porque ganhamos um grande título ano passado. Acredito que o time tem potencial para ser campeão, mas os reforços precisam se encaixar muito bem."
Mario Kawata, torcedor do Urawa Reds

Saíram:
Haruki Izawa (goleiro) - promovido da base e emprestado ao Tokushima Vortis
Daisuke Nasu (zagueiro) - foi para o Vissel Kobe
Yu Tamura (zagueiro) - fim de empréstimo com o Avispa Fukuoka
Shinya Yajima (meia) - foi para o Gamba Osaka
Shota Saito (meia) - fim de contrato (estava emprestado ao Mito HollyHock)
Tsukasa Umesaki (meia) - foi para o Shonan Bellmare
Yoshiaki Komai (meia) - emprestado para o Hokkaido Consadole Sapporo
Ado Onaiwu (atacante) - emprestado para o Renofa Yamaguchi
Naoki Ishihara (atacante) - transferiu-se em definitivo para o Vegalta Sendai
Rafael Silva (atacante) - foi para o Zuhan Wall [China]
Toshiyuki Takagi (atacante) - foi para o Cerezo Osaka

Chegaram:
Takuya Ogiwara (lateral) - promovido das categorias de base
Daiki Hashioka (zagueiro) - promovido das categorias de base
Takuya Iwanami (zagueiro) - veio do Vissel Kobe
Kai Shibato (volante) - veio da Universidade Meiji
Kosuke Taketomi (meia) - veio do Kashiwa Reysol
Naoki Yamada (meia) - voltou de empréstimo do Shonan Bellmare
Quenten Martinus (meia) - veio do Yokohama F-Marinos

Elenco do Urawa Reds para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Cerezo Osaka - Força total na J1 ou ACL?

Cerezo Osaka - Província: Osaka - Cidade: Osaka - Mascote: Lobby — Foto: Futebol no Japão

Em 2017:
Melhor colocação na J1: 3º (2010, 2017)
Estádios: Kincho Stadium (18.007) e Yanmar Stadium Nagai (47.853)
Estrangeiros: Kim Jin-hyeon (goleiro, Coreia do Sul), Matej Jonjic (zagueiro, Croácia), Osmar Barba (zagueiro, Espanha), Souza (volante, Brasil), Ricardo Santos (atacante, Brasil), Yang Dong-hyun (atacante, Coreia do Sul)
Técnico: Yoon Jung-hwan (desde 01/2017)
Expectativa: ★★★★

Até um ano atrás, podia-se dizer tranquilamente que Levir Culpi foi o maior técnico da história do Cerezo. Hoje, não é possível mais afirmar isso. Afinal, Yoon Jung-hwan não só igualou a melhor campanha do clube na J1 (no ano em que voltou da segunda divisão, assim como foi em 2010) como também conquistou em 2017 as duas primeiras taças da história do clube, na Copa da Liga e na Copa do Imperador. E o treinador sul-coreano fez isso dividindo o elenco em dois, com o time A na J1 e o time B nas copas nacionais. É possível que ele repita a estratégia em 2018, e um bom começo de campanha na ACL pode deixar a J1 em segundo plano a princípio.

O elenco é bem numeroso, não perdeu nenhum titular e trouxe alguns reforços interessantes, como Yang Dong-hyun, um centroavante alto (1,87 m), experiente (31 anos) e que foi vice-artilheiro da última K-League, com 19 gols. Ou Toshiyuki Takagi, atacante rápido, driblador e com um chute forte que era ídolo no Shimizu, mas não teve muito espaço no Urawa. Veio também Atomu Tanaka, meia criativo que era líder de assistências na Finlândia pelo HJK Helsinki. Sem falar em Osmar Barba, que chegou de última hora e pode ser tanto zagueiro quanto volante. Por fim, Eiichi Katayama é o coringa dos coringas; sempre se destacou na J2 jogando em praticamente todas as posições, menos no gol. Recentemente ele tem atuado mais na zaga e na lateral esquerda. Ainda chegaram algumas promessas que pelo menos este ano só devem ter chances no time sub-23 que disputa a J3.

Yoon foi eleito melhor técnico de 2017 com todos os méritos. Derrubou favoritos jogando um futebol reativo, mas também soube ser ofensivo com um ataque que fez muitos gols. Potencial candidato para a seleção coreana no futuro, ele tem agora a missão de manter o Cerezo no patamar em que nunca esteve: de sempre brigar por títulos.

Esse é o cara: Kenyu Sugimoto (atacante, 18/11/1992) - Em 2017 ele brilhou mais que as estrelas mais famosas do Cerezo - Kakitani, Yamaguchi e Kiyotake. Foi um dos artilheiros da temporada, ganhou um lugar na seleção e quase se transferiu para o futebol espanhol. Pelo menos até a Copa ele está garantido em Osaka, e terá grandes chances de ir à Rússia se manter a boa forma do ano passado. Não é apenas um centroavante alto (1,87 m); ele também tem técnica com a bola nos pés, pode jogar pelos lados e costuma fazer gols bonitos.

Fique de olho: Hiroto Yamada (atacante, 07/03/2000) - Considerado o "próximo Sugimoto", tem um estilo de jogo bem parecido com o camisa 9 da Cerejeira. Ele foi o primeiro jogador nascido nos anos 2000 a entrar em campo na história da J3. É sempre convocado para as seleções de base e agora estreia pelo time de cima. "É um tipo de centroavante raro no Japão", elogiou Kiyoshi Okuma, ex-técnico e agora diretor executivo do clube.

Opinião: "O Cerezo tem a tendência de ir muito bem quando a fase é boa e ir muito mal quando a fase é ruim. Esse ano esperamos ver só a fase boa e também acabar com a teoria incômoda de que o time sempre vai mal depois de um ano de bons resultados."
Aeri Ikeda, repórter do Cerezo Osaka (via Qoly)

Saíram:
Ahn Joon-soo (goleiro) - emprestado para o Kagoshima United
Hiroyuki Takeda (goleiro) - transferiu-se em definitivo para o Tokyo Verdy
Kentaro Kakoi (goleiro) - emprestado para o Avispa Fukuoka
Hayato Nukui (lateral) - foi para o Tochigi SC
Kenta Mukuhara (lateral) - foi para o Fagiano Okayama
Jurato Ikeda (zagueiro) - foi para o Ehime FC (estava emprestado ao Bangkok Glass, da Tailândia)
Masaki Sakamoto (volante) - foi para o Kagoshima United
Kunimitsu Sekiguchi (meia) - fim de contrato
Mitsuru Maruoka (meia) - emprestado para o Renofa Yamaguchi (estava emprestado ao V-Varen Nagasaki)
Shohei Kiyohara (meia) - foi para o Zweigen Kanazawa
Takeru Kishimoto (atacante) - emprestado para o Mito HollyHock

Chegaram:
Takumi Nagaishi (goleiro) - veio da Universidade Fukuoka
Eiichi Katayama (zagueiro/meia/atacante) - veio do Fagiano Okayama
Osmar Barba (zagueiro) - emprestado pelo FC Seoul [Coreia do Sul]
Chaowat Veerachat (volante) - emprestado pelo Bangkok Glass [Tailândia]
Atomu Tanaka (meia) - veio do HJK Helsinki [Finlândia]
Kota Mizunuma (meia) - contratado em definitivo do FC Tokyo
Naoya Uozato (meia) - veio da Universidade Kwansei Gakuin
Hiroto Yamada (atacante) - promovido das categorias de base
Mizuki Ando (atacante) - veio do Colégio Nagasaki Sogo Kagaku Daigaku
Motohiko Nakajima (atacante) - promovido das categorias de base
Toshiyuki Takagi (atacante) - veio do Urawa Reds
Yang Dong-hyun (atacante) - veio do Pohang Steelers [Coreia do Sul]

Elenco do Cerezo Osaka para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Kashiwa Reysol - Hora do Sol voltar a brilhar

Kashiwa Reysol - Província: Chiba - Cidade: Kashiwa - Mascote: Rey-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2017:
Melhor colocação na J1: Campeão (2011)
Estádio: Sankyo Frontier Kashiwa Stadium (15.109)
Estrangeiros: Yun Suk-young (lateral, Coreia do Sul), Park Jeong-su (zagueiro, Coreia do Sul), Kim Bo-kyung (meia, Coreia do Sul), Cristiano (atacante, Brasil), Ramon Lopes (atacante, Brasil)
Técnico: Takahiro Shimotaira (desde 03/2016)
Expectativa: ★★★★

O Kashiwa Reysol está com saudades de sentir o gostinho de ser campeão. Desde que Nelsinho Baptista foi embora, em 2014, o clube não levantou mais uma taça. Passou por um período de transição com um elenco rejuvenescido e cheio de pratas da prata, mas agora eles estão mais maduros e mais perto de alcançarem seu potencial.

Apesar de algumas baixas como Taketomi (Urawa), Diego Oliveira (Tokyo) e Otsu (Yokohama), o Reysol contratou bem e deixou o elenco mais preparado para competir na J1 e ACL ao mesmo tempo. O ataque tem várias caras novas, como a dupla que veio do Omiya Ardija, Ataru Esaka (melhor jogador do Esquilo em 2017) e Yusuke Segawa, e o velocista Ryohei Yamazaki. Todos podem fazer diferentes funções no setor de ataque e aumentam a gama de opções de Shimotaira. O retorno de Masakatsu Sawa, após quatro anos no Peru, veio como surpresa, mas o meia já está com 35 anos e pode não ter muito espaço a princípio. O principal nome do setor ofensivo ainda é Cristiano. O camisa 9 pode se tornar este ano o brasileiro com mais jogos na história do clube. Atualmente com 111 partidas oficiais disputadas pelo Reysol, ele está perto de superar França (113), Jorge Wagner (135) e Leandro Domingues (141).

O meio-campo também teve mais uma interessante adição do rebaixado Niigata, com Kei Koizumi, aumentando a competitividade no setor, e a defesa ganhou melhores opções de reservas com o coreano Park Jeong-su e o ex-seleção olímpica Masashi Kamekawa. Há qualidade em todos os setores para que o torcedor volte a sonhar com o sucesso da era Nelsinho Baptista.

Esse é o cara: Kosuke Nakamura (goleiro, 27/02/1995) - O melhor goleiro do futebol japonês nos últimos anos, tem mostrado potencial mais que suficiente para ser o legítimo herdeiro de Kawashima na seleção. Sempre salva o time com defesas difíceis, raramente falha e ainda tem melhorado seu ponto fraco, a saída de bola com os pés.

Fique de olho: Yuta Nakayama (zagueiro, 16/02/1997) - Até o momento é o principal zagueiro da geração Tóquio 2020, já é titular absoluto no Reysol e foi eleito melhor jogador jovem na temporada passada.

Opinião: "O que eu espero é ganhar a ACL. É o título que o Reysol mais quer. É claro, também queremos ganhar a J1, ou pelo menos ficar entre os classificados para a ACL."
Sota Ibukuro, torcedor do Kashiwa Reysol

Naming rights. O Hitachi Kashiwa Soccer Stadium, ou apenas Hitachidai, ganhou um novo nome. A construtora Sankyo Frontier, empresa sediada na cidade de Kashiwa, estampará sua marca nas omoplatas do uniforme do Reysol e também comprou os direitos de nome do estádio, rebatizado de "Sankyo Frontier Kashiwa Stadium".

Saíram:
Masato Yuzawa (lateral) - foi para o Ventforet Kofu (estava emprestado ao Kyoto Sanga)
Naoki Wako (lateral) - foi para o Avispa Fukuoka
Takuya Hashiguchi (zagueiro) - emprestado para o Machida Zelvia
Tatsuya Masushima (zagueiro) - emprestado para o JEF United Chiba (estava emprestado ao Vegalta Sendai)
Yusuke Kobayashi (volante) - emprestado para o Shonan Bellmare
Kosuke Taketomi (meia) - foi para o Urawa Reds
Yuki Otsu (meia) - foi para o Yokohama F-Marinos
Diego Oliveira (atacante) - emprestado para o FC Tokyo
Koki Oshima (atacante) - fim de contrato

Chegaram:
Haruki Saruta (goleiro) - promovido das categorias de base
Masashi Kamekawa (lateral) - veio do Avispa Fukuoka
Toshiaki Miyamoto (lateral) - promovido das categorias de base
Park Jeong-su (zagueiro) - veio do Yokohama F-Marinos
So Nakagawa (zagueiro) - promovido das categorias de base
Kei Koizumi (volante) - veio do Albirex Niigata
Masakatsu Sawa (meia) - veio do Deportivo Municipal [Peru]
Riku Tanaka (meia) - promovido das categorias de base
Yusuke Segawa (meia) - veio do Omiya Ardija
Ataru Esaka (atacante) - veio do Omiya Ardija
Ryohei Yamazaki (atacante) - veio do Albirex Niigata

Elenco do Kashiwa Reysol para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Júbilo Iwata - A Celeste quer voltar aos tempos de glória

Júbilo Iwata - Província: Shizuoka - Cidade: Iwata - Mascote: Júbilo-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2017:
Melhor colocação na J1: Campeão (1997, 1999, 2002)
Estádio: Yamaha Stadium (15.165)
Estrangeiros: Krzysztof Kaminski (goleiro, Polônia), Guilherme Santos (lateral, Brasil), Fozil Musaev (volante, Uzbequistão), Adailton (atacante, Brasil), Gustavo Morbeck (atacante, Brasil)
Técnico: Hiroshi Nanami (desde 09/2014)
Expectativa: ★★★

Hiroshi Nanami é um caso de sucesso de ídolo em um mesmo clube como jogador e técnico. Desde que ele assumiu o cargo de treinador no Júbilo Iwata, gradualmente o time superou a crise e tem recuperado prestígio. Em 2015, foi promovido de volta para a J1. Em 2016, manteve-se na elite sem muitos sustos. Ano passado, brigou até por vaga na ACL. Agora a Celeste de Shizuoka quer dar mais um passo e voltar a ser um time que disputa títulos como era 15 anos atrás, ou pelo menos participar novamente da Liga dos Campeões.

Para isso, Nanami tem algumas cartas na manga além do craque e camisa 10 Shunsuke Nakamura. Uma delas é Hiroki Yamada, que retornou da Alemanha sem muito alarde no meio do ano passado, com atuações discretas, mas que parece estar voltando à melhor forma. Na pré-temporada, Yamada foi o jogador mais elogiado por Nanami, que o elegeu "MVP" do período de preparação. O meia impressionou não só jogando como armador central e pelos lados, mas também como volante, ampliando o leque de possibilidades para a posição. Mas pelo menos a princípio é Taishi Taguchi, antigo capitão do Nagoya Grampus e destaque na campanha do acesso, quem deve ocupar o buraco deixado por Hayao Kawabe e jogar ao lado do uzbeque Fozil Musaev como meia defensivo.

O ataque pode depender menos dos gols de Kengo Kawamata se Seiya Nakano, recém-formado pela Universidade Tsukuba e artilheiro da Copa do Imperador 2017, jogar o que se espera dele. Koki Ogawa, recuperado de uma lesão no joelho que o tirou de toda a temporada passada, é mais uma jovem promessa para a função do camisa 9. Gabriel Morbeck, brasileiro de 20 anos que começou na base do Vitória e estava no Roasso Kumamoto, é outra aposta. Se tinha uma posição que o Júbilo poderia melhorar é na lateral esquerda. Guilherme Santos, vindo de uma rápida, mas boa passagem pelo Paysandu na Série B (12 jogos e três assistências), deve resolver a questão.

Esse é o cara: Shunsuke Nakamura (meia, 24/06/1978) - A quatro meses de completar 40 anos, vem de uma boa temporada em que não sofreu com lesões e foi um dos melhores meias do campeonato. Com ele em forma, o Júbilo pode enfrentar qualquer um no Japão, além de ser letal nas bolas paradas.

Fique de olho: Hiroki Ito (volante, 12/05/1999) - Nas seleções de base desde o sub-16 e no Júbilo desde o sub-15, já treinava com o time principal desde maio do ano passado e agora foi promovido oficialmente. Já é um dos principais nomes da geração Tóquio 2020.

Opinião: "Acredito sim em uma temporada melhor que ano passado. A saída do Hayao vai pesar muito, né, vamos ver como o Taguchi vai cair ali no meio-campo. Falaram que o Guilherme está voando baixo na lateral esquerda! Este ano acho que o banco de reservas vai estar muito melhor. O Júbilo vem forte..."
Marcel Kato, torcedor do Júbilo Iwata

Saíram:
Ayumi Niekawa (goleiro) - emprestado para o Azul Claro Numazu (estava emprestado ao ThespaKusatsu Gunma)
Ryoma Ishida (lateral) - empréstimo para o Zweigen Kanazawa prorrogado
Taisuke Nakamura (lateral) - foi para o Omiya Ardija
Hayao Kawabe (volante) - fim de empréstimo com o Sanfrecce Hiroshima
Hiroto Tanaka (volante) - transferiu-se em definitivo para o Ehime FC
Kota Ueda (volante) - foi para o Fagiano Okayama
Takafumi Shimizu (meia) - fim de contrato (estava emprestado ao Mito HollyHock)
Kazuki Saito (atacante) - foi para o Fagiano Okayama
Ryu Olivier Iwamoto (atacante) - aposentou-se [21 anos] (estava emprestado ao Gainare Tottori)

Chegaram:
Guilherme Santos (lateral) - emprestado pelo Paysandu
Ryo Shinzato (zagueiro) - veio do Ventforet Kofu
Hiroki Ito (volante) - promovido das categorias de base
Taishi Taguchi (volante) - veio do Nagoya Grampus
Gabriel Morbeck (atacante) - veio do Roasso Kumamoto
Seiya Nakano (atacante) - veio da Universidade Tsukuba

Elenco do Júbilo Iwata para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Gamba Osaka - Os garotos de Levir (Parte 2)

Gamba Osaka - Província: Osaka - Cidade: Suita - Mascote: Gamba Boy — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: 10º
Melhor colocação na J1: Campeão (2005, 2014)
Estádio: Panasonic Stadium Suita (36.694)
Estrangeiros: Oh Jae-suk (lateral, Coreia do Sul), Fábio Aguiar (zagueiro, Brasil), Ademilson (atacante, Brasil), Hwang Ui-jo (atacante, Coreia do Sul)
Técnico: Levir Culpi (desde 01/2018)
Expectativa: ★★★

O mundo do futebol dá voltas. Certamente a torcida do Gamba Osaka jamais imaginaria que um dia seu time seria treinado por Levir Culpi, um dos maiores ídolos da história do arquirrival Cerezo Osaka. Até porque o próprio Levir já havia afirmado que não voltaria mais ao Japão depois da terceira e última passagem pela Cerejeira. Mas o técnico, que completa 65 anos no dia 28/02, aceitou o chamado do Gamba para fazer algo parecido com o que fez no Cerezo.

O azul e preto quer esquecer o desastre que foi a temporada 2017 e pensar no futuro. Dos nove reforços, sete são nascidos em 1999 ou 2000. Os únicos "veteranos" (bem entre aspas mesmo) são o meia Shinya Yajima, jogador de potencial, mas que estava sem muito espaço no Urawa Reds, e Shunya Suganuma, um dos melhores zagueiros da J2 ano passado que vem para ser a terceira opção no setor. O Gamba é um dos clubes que mais investe na base. Dos 37 jogadores no elenco, 13 passaram pelo time juvenil.

Levir revelou no Cerezo várias promessas que se tornaram ídolos por lá, como Kagawa, Inui, Kiyotake, Kakitani, Yamaguchi e Minamino. Há muitos candidatos para que a história continue no Gamba. Um deles é Ryo Hatsuse, lateral de origem, mas que Levir tem testado no meio-campo pela habilidade com os dois pés e nas jogadas de bola parada. Outro é Mizuki Ichimaru, o que mais se aproxima do estilo de jogo do maestro Yasuhito Endo, e também o driblador Keito Nakamura, que já mostrou potencial de craque. A maioria das outras promessas, como o defensor campeão colegial Riku Matsuda e o goleiro da seleção sub-17 Kosei Tani, deve atuar mais pelo time B, aos cuidados do ex-zagueiro Tsuneyasu Miyamoto, que disputa a J3, e servir como laboratório para Levir garimpar talentos.

Levir utilizou um 4-3-2-1 e um 4-2-3-1 durante a pré-temporada. O técnico quer um time que controle a posse de bola e que jogue para frente. Durante os amistosos, a equipe jogou melhor com os reservas do que com os titulares, o que indica que os jovens podem ganhar ainda mais espaço durante a temporada. Nomes mais estabelecidos como Shu Kurata, Genta Miura e Masaaki Higashiguchi buscam um lugar nos Samurais Azuis para a Copa do Mundo. Ademilson e Hwang Ui-jo podem reviver o ataque do Gamba se jogarem o que sabem. E, quem sabe, com o novo treinador, o time finalmente volte a jogar bonito.

Esse é o cara: Yasuhito Endo (volante, 28/01/1980) - Apesar das especulações de que ele poderia se transferir para o V-Varen Nagasaki, o jogador com mais partidas na história da seleção japonesa (152) continua em Suita. Ele tem mais um ano de contrato, o que sugere que 2018 pode ser seu último no Gamba. Aos 38 anos, seu futebol já não rende como antes e até a braçadeira de capitão ele já cedeu, para o zagueiro Miura, mas "Yatto" ainda é o maior líder da equipe, a maior inspiração para os jovens e o maior ídolo da torcida.

Fique de olho: Keito Nakamura (meia, 28/07/2000) - O Gamba ganhou a queda de braço contra praticamente todos os outros times do país para contratar o destaque do Japão no último Mundial Sub-17. Foi a primeira vez que o clube de Suita deu um contrato profissional a um jogador que ainda está no ensino médio e não veio de suas próprias categorias de base, tamanha é a expectativa que colocam nele. Natural de Chiba, ele jogou no sub-12 do Kashiwa Reysol, mas seu estilo individualista e driblador não combinou com a filosofia de passes e jogo coletivo do Reysol. Além de muita habilidade, ele também tem bom porte físico (1,80 m e 75 kg) para um garoto de 17 anos. Impressionou na pré-temporada e pode ser que sua estreia em jogos oficiais não demore muito. "É um jogador de muito futuro", elogiou Levir Culpi.

Opinião: "Acho que o elenco é pequeno para disputar a J1 e J3 ao mesmo tempo. Se o número de lesionados aumentar, vai ser um problema. Há muitos jogadores jovens, mas quando algum se destaca, logo vai para o exterior, como aconteceu com Usami, Doan e Ideguchi. Ser campeão é difícil, mas acho que podemos conseguir uma vaga na ACL."
Hitomi Ozaki, torcedora do Gamba Osaka

Naming rights. A partir deste ano, o "Suita City Football Stadium" passa a ser chamado "Panasonic Stadium Suita". A Panasonic, principal acionista do Gamba, pagou 1,08 bilhão de ienes (aproximadamente R$ 31 milhões) para adquirir por cinco anos os naming rights do novo estádio do clube, inaugurado em 2017.

Saíram:
Yosuke Fujigaya (goleiro) - aposentou-se [36 anos]
So Hirao (lateral) - emprestado para o Avispa Fukuoka
Bae Soo-yong (zagueiro) - emprestado para o Giravanz Kitakyushu
Kim Jung-ya (zagueiro) - foi para o Vegalta Sendai
Shota Yomesaka (zagueiro/volante) - foi para o Grulla Morioka
Shogo Nakahara (volante) - fim de empréstimo com o Consadole Sapporo
Tatsuya Uchida (volante) - transferiu-se em definitivo para o Tokyo Verdy
Yosuke Ideguchi (volante) - foi para o Leeds United [Inglaterra] (emprestado para o Cultural Leonesa, da Espanha)
Hiromu Kori (atacante) - fim de empréstimo com o Tokyo Verdy
Hiroto Goya (atacante) - emprestado para o Tokushima Vortis
Shuhei Akasaki (atacante) - fim de empréstimo com o Kashima Antlers

Chegaram:
Kosei Tani (goleiro) - promovido das categorias de base
Riku Matsuda (lateral/zagueiro) - veio do Colégio Maebashi Ikuei
Tatsuya Yamaguchi (lateral) - veio do Colégio Tokai Daigaku Fuzoku Sagami
Shunya Suganuma (zagueiro) - veio do Montedio Yamagata
Keito Nakamura (meia) - veio do Mitsubishi Yowa SC Youth
Ren Shibamoto (meia) - promovido das categorias de base
Shinya Yajima (meia) - veio do Urawa Reds
Yuya Fukuda (meia) - veio do Colégio Higashi Fukuoka
Haruto Shirai (atacante) - promovido das categorias de base

Elenco do Gamba Osaka para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Yokohama F-Marinos - Um australiano para trazer o jogo bonito

Yokohama F-Marinos - Província: Kanagawa - Cidade: Yokohama - Mascote: Marinos-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2017:
Melhor colocação na J1: Campeão (1995, 2003, 2004)
Estádio: Nissan Stadium (72.081)
Estrangeiros: Milos Degenek (zagueiro, Austrália), David Babunski (meia, Macedônia), Ippei Shinozuka (meia, Rússia), Yun Il-lok (meia, Coreia do Sul), Hugo Vieira (atacante, Portugal)
Técnico: Ange Postecoglou (desde 01/2018)
Expectativa: ★★★

O Yokohama F-Marinos superou a crise e vem de uma temporada bem melhor que o esperado, em que quase se classificou para a ACL, mas de repente o elenco perdeu dois de seus melhores jogadores, Manabu Saito (para o rival Kawasaki Frontale) e Quenten Martinus (Urawa Reds). O francês Erick Mombaerts, longe de ser unanimidade com seu futebol burocrático, não teve o contrato renovado. Para o lugar dele veio o australiano Ange Postecoglou, responsável por classificar os Socceroos para a Copa do Mundo. E ele prometeu jogar bonito, com muito toque de bola. "Nosso objetivo é fazer do Yokohama F-Marinos um time temido por todos. Minha prioridade e ambição é jogar um futebol que empolgue nossa torcida, que os deixe orgulhosos e, mais importante, que traga sucesso", declarou Postecoglou.

O problema é que o elenco pode ainda não estar à altura das ambições do técnico. A "principal contratação" é Yuki Otsu, um jogador de talento, mas que não se destaca desde Londres 2012 e ainda se lesiona com frequência. Aliás, logo na primeira semana de treinos ele já machucou o joelho e só deve se recuperar no fim de fevereiro ou início de março. Yun Il-lok é quem pode tomar conta da posição. Segundo colocado em assistências (12) na K-League 2017, o sul-coreano é rápido, cruza bem e dedica-se à marcação. A defesa é praticamente a mesma do ano passado. Já no ataque, nomes como Keita Endo e Ippei Shinozuka terão que evoluir e mostrar serviço para que o Marinos brigue por algo.

Esse é o cara: Yuji Nakazawa (zagueiro, 25/02/1978) - Prestes a completar 40 anos, o veterano tem jogado como se fosse dez anos mais jovem. Está há cinco anos sem sofrer nenhuma lesão, jogando os 90 minutos de todas as rodadas. Não leva um amarelo desde agosto de 2016. Apesar do desempenho impecável, o "Bomber" anunciou que pretende encerrar a carreira ao fim desta temporada.

Fique de olho: Keita Endo (meia, 22/11/1997) - Em seu terceiro ano desde que assinou um contrato de profissional, deve ganhar ainda mais chances entre os titulares. Uma das promessas da seleção olímpica, é driblador, veloz e joga pelas pontas.

Opinião: "Muito depende de como o time vai se adaptar às ideias do novo treinador. Como os jogadores japoneses são mais técnicos que os australianos, eles devem se adaptar mais rápido do que no primeiro ano de Ange no Brisbane Roar ou no Melbourne Victory, por exemplo. O primeiro terço da temporada pode ser meio inconsistente e bagunçado enquanto eles se acostumam com a saída de bola com toques curtos 100% das vezes e com os padrões de passe e movimentação que Ange utiliza. Mas os resultados devem melhorar à medida que a temporada progride. O que é marcante no Postecoglou é que ele joga para vencer - ele vai querer títulos e qualquer coisa além disso vai ser considerado fracasso."
Tony Dee, torcedor do Yokohama F-Marinos

Saíram:
Junto Taguchi (goleiro) - foi para o Albirex Niigata (estava emprestado ao Fujieda MYFC)
Ikki Arai (zagueiro) - transferiu-se em definitivo para o Nagoya Grampus
Park Jeong-su (zagueiro) - foi para o Kashiwa Reysol
Andrew Kumagai (meia) - transferiu-se em definitivo para o JEF United Chiba
Kensei Nakashima (meia) - transferiu-se em definitivo para o FC Gifu
Manabu Saito (meia) - foi para o Kawasaki Frontale
Naoki Maeda (meia) - foi para o Matsumoto Yamaga
Quenten Martinus (meia) - foi para o Urawa Reds
Cayman Togashi (atacante) - emprestado para o FC Tokyo
Kayke (atacante) - emprestado para o Bahia (estava emprestado ao Santos)

Chegaram:
Jin Ikoma (zagueiro) - veio do Colégio Kagoshima Josei
Taiga Nishiyama (zagueiro) - promovido das categorias de base
Kota Yamada (volante) - promovido das categorias de base
Kenta Hori (meia) - promovido das categorias de base
Yuki Otsu (meia) - veio do Kashiwa Reysol
Yun Il-Lok (meia) - veio do FC Seoul [Coreia do Sul]
Masashi Wada (atacante) - voltou de empréstimo do Renofa Yamaguchi
Shuto Machino (atacante) - veio do Colégio Riseisha
Teruhito Nakagawa (atacante) - voltou de empréstimo do Avispa Fukuoka

Elenco do Yokohama F-Marinos para 2018 — Foto: Futebol no Japão

FC Tokyo - Juntando os cacos e começando de novo

FC Tokyo - Província: Tóquio - Cidade: Tóquio - Mascote: Tokyo Dorompa — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: 13º
Melhor colocação na J1: 4º (2003, 2015)
Estádio: Ajinomoto Stadium (48.999)
Estrangeiros: Jang Hyun-soo (zagueiro, Coreia do Sul), Jakkit Wachpirom (meia, Tailândia), Lipe Veloso (meia, Brasil), Diego Oliveira (atacante, Brasil)
Técnico: Kenta Hasegawa (desde 01/2018)
Expectativa: ★★★

O "Dream Team" que fracassou em 2017 agora está sem os dois jogadores que mais correspondiam: o artilheiro nigeriano Peter Utaka, que foi para o Vejle Boldklub, na segunda divisão da Dinamarca, e a joia Shoya Nakajima, que agora brilha em gramados portugueses pelo Portimonense. O astro Yoshito Okubo também foi embora, contratado de volta pelo Kawasaki Frontale. O ataque dos Tanukis ficou seriamente reduzido. Para compensar, vieram três bons nomes, mas que terminaram o ano na reserva de seus clubes e têm muito o que provar. Diego Oliveira e Cayman Togashi competem com o veterano Ryoichi Maeda por dois lugares na linha de frente. Kotaro Omori, meia de muita movimentação pelos lados do campo, leva vantagem por já ser um velho conhecido do novo treinador.

Kenta Hasegawa é o principal nome do FC Tokyo em 2018. O técnico que levou o Gamba Osaka à tríplice coroa em 2014 tem a missão de arrumar a casa em Tóquio e, apesar de não ter tantas opções assim no ataque, pelo menos na defesa tem nomes de respeito, com uma dupla de zaga de seleção. Masato Morishige passou metade da temporada passada lesionado e quer seu lugar de volta nos Samurais Azuis. Jang Hyun-soo, novo capitão, tem sido presença constante nas convocações da Coreia do Sul. Goleiros, laterais e volantes titulares também têm experiência em seleções principais e de base. Apesar de não ter vindo nenhuma contratação para a defesa, é por esse setor que Hasegawa deve começar a organizar a equipe, que inicia a temporada com esperanças bem mais modestas.

Esse é o cara: Masato Morishige (zagueiro, 21/05/1987) - Em 2017 teve um primeiro semestre muito ruim e até perdeu o lugar na seleção japonesa. O segundo foi ainda pior, com uma lesão no tendão da fíbula esquerda que o tirou do resto da temporada. Em forma, é um dos melhores zagueiros do país e ídolo da torcida do Tokyo.

Fique de olho: Takefusa Kubo (meia, 04/06/2001) - Aos 16 anos, a maior promessa do futebol japonês nos últimos anos assinou seu primeiro contrato como profissional. Ano passado ele passou mais tempo com o time B na J3, mas este ano deve ganhar mais tempo de jogo na equipe principal. Pode dar a criatividade que falta ao ataque do Tokyo.

Opinião: "Acho que vamos ficar no meio da tabela de novo, mas talvez podemos ir bem em uma das copas. Acho que o time vai estar mais organizado - temos uma das melhores defesas do país (ou será que estou só sendo clubista?) -, mas minha maior preocupação é falta de criatividade e velocidade no meio e no ataque, acho que isso vai limitar até onde podemos chegar. Talvez a diretoria ficou com um pé atrás depois das grandes contratações que não deram certo ano passado, mas eles fizeram pouco para revigorar o time para o novo técnico"
The J-Talk Podcast

Saíram:
Yuhei Tokunaga (lateral) - foi para o V-Varen Nagasaki
Hideyuki Nozawa (volante) - emprestado para o Ehime FC (estava emprestado ao FC Gifu)
Kota Mizunuma (meia) - transferiu-se em definitivo para o Cerezo Osaka
Naohiro Ishikawa (meia) - aposentou-se [36 anos]
Wataru Sasaki (meia) - foi para o Kamatamare Sanuki
Yu In-soo (meia) - emprestado para o Avispa Fukuoka
Peter Utaka (atacante) - fim de empréstimo com o Sanfrecce Hiroshima
Yoshito Okubo (atacante) - foi para o Kawasaki Frontale

Chegaram:
Manato Shinada (volante) - promovido das categorias de base
Kotaro Omori (meia) - veio do Vissel Kobe
Diego Oliveira (atacante) - emprestado pelo Kashiwa Reysol
Cayman Togashi (atacante) - emprestado pelo Yokohama F-Marinos
Kiichi Yajima (atacante) - veio da Universidade Chuo
Taichi Hara (atacante) - promovido das categorias de base

Elenco do FC Tokyo para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Sanfrecce Hiroshima - Jofuku, receita para o sucesso ou para o desastre?

Sanfrecce Hiroshima - Província: Hiroshima - Cidade: Hiroshima - Mascote: Sancce — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: 15º
Melhor colocação na J1: Campeão (2012, 2013, 2015)
Estádio: Edion Stadium (36.894)
Estrangeiros: Felipe Silva (meia, Brasil), Patric (atacante, Brasil), Teerasil Dangda (atacante, Tailândia)
Técnico: Hiroshi Jofuku (desde 01/2018)
Expectativa: ★★★

Pela primeira vez em dez anos o Sanfrecce Hiroshima não terminou o campeonato na parte de cima da tabela. Escapou do rebaixamento por um ponto em 2017. Optou por não renovar com o sueco Jan Jonsson (que assinou com o Shimizu S-Pulse) e surpreendeu ao anunciar Hiroshi Jofuku como novo treinador. O "maior retranqueiro do Japão", que fez sucesso no Ventforet Kofu entre 2012 e 2014, mas fracassou no FC Tokyo em 2016, é a aposta do clube que ganhou vários títulos nos últimos anos com um DNA ofensivo. Mas desta vez Jofuku promete jogar para frente.

Ele quer que seu time controle a posse de bola e não pretende ter um onze inicial definido, por considerar que existem pelo menos dois jogadores de nível semelhante para a maioria das posições. Principalmente no ataque, onde Masato Kudo dá sinais de recuperar a boa forma, Teerasil Dangda quer mostrar por que é chamado de "Herói da Tailândia", Patric está recuperado de uma lesão no joelho e Daiki Watari terá sua grande chance na elite depois de ser um dos melhores jogadores da J2 ano passado. Hayao Kawabe é o principal reforço, de volta após três anos emprestado ao Júbilo Iwata e como um dos melhores de sua posição no campeonato. Kazuaki Mawatari, lateral ofensivo que atua pelos dois lados e cruza bem, também tem boas chances de se firmar entre os titulares.

Ainda não há uma formação fixa - na pré-temporada foram testados o 4-3-3, 4-4-2 e até um 3-4-2-1, além do 4-3-1-2 mostrado abaixo, com três volantes, mas os dois mais adiantados, Aoyama e Kawabe, são excelentes passadores. Quando não tem a bola, o time se alinha em duas linha de quatro, com Kawabe no lado direito, Kashiwa no esquerdo e Aoyama e Inagaki formando a dupla de meias defensivos. Jofuku já mostrou que sabe armar boas defesas, mas agora precisa montar também um ataque dominante e eficiente para calar seus críticos. Já teve até comentarista japonês (cof, Kitazawa, cof) cravando que o Sanfrecce será rebaixado.

Esse é o cara: Toshihiro Aoyama (volante, 22/02/1986) - Capitão pelo quinto ano seguido, é um daqueles raros jogadores que passou a carreira inteira no mesmo clube. É o maestro do time, que dificilmente perde quando ele está inspirado. Porém, vem de um 2017 bem abaixo da sua média e está devendo futebol.

Fique de olho: Hayao Kawabe (volante, 08/09/1995) - Passou tanto tempo emprestado ao Júbilo Iwata que seu retorno à terra natal veio até como surpresa. Mas em Shizuoka ele amadureceu e se tornou um excelente volante, bom não só na marcação, mas também na distribuição e armação de jogadas. Pode fazer também a função do camisa 10. Um talento que pode pintar na seleção japonesa em um futuro próximo.

Opinião: "Minhas expectativas esse ano são das melhores, até porque estou praticamente 100% sem dor no meu joelho! Com isso, posso voltar a jogar em alto nível, podendo até mesmo brigar pela artilharia do campeonato! Quero conquistar títulos aqui no Sanfrecce para poder ficar marcado na história do clube!"
Patric, atacante do Sanfrecce Hiroshima

Saíram:
Kenta Mukuhara (lateral) - fim de empréstimo com o Cerezo Osaka
Naoki Otani (lateral/zagueiro) - transferiu-se em definitivo para o Machida Zelvia
Osamu Henry Iyoha (zagueiro) - emprestado para o FC Gifu
Yasumasa Kawasaki (zagueiro) - transferiu-se em definitivo para o Yokohama FC
Takuya Marutani (volante) - foi para o Oita Trinita
Mihael Mikic (meia) - foi para o Shonan Bellmare
Yoichi Naganuma (meia) - emprestado para o FC Gifu
Yusuke Chajima (meia) - emprestado para o JEF United Chiba
Anderson Lopes (atacante) - fim de empréstimo com o Tombense-MG
Nathan Burns (atacante) - foi para o Welington Phoenix [Nova Zelândia]
Peter Utaka (atacante) - foi para o Vejle Boldklub [Dinamarca] (estava emprestado ao FC Tokyo)
Takumi Miyayoshi (atacante) - foi para o Consadole Sapporo
Yusuke Minagawa (atacante) - emprestado para o Roasso Kumamoto

Chegaram:
Keisuke Osako (goleiro) - promovido das categorias de base
Kazuaki Mawatari (lateral) - veio do Tokushima Vortis
Takuya Wada (lateral) - veio do Omiya Ardija
Kyohei Yoshino (zagueiro/volante) - voltou de empréstimo do Kyoto Sanga
Ayumu Kawai (meia) - promovido das categorias de base
Hayao Kawabe (volante) - voltou de empréstimo do Júbilo Iwata
Takumu Kawamura (volante) - promovido das categorias de base
Daiki Watari (atacante) - veio do Tokushima Vortis
Teerasil Dangda (atacante) - emprestado pelo Muangthong United [Tailândia]

Elenco do Sanfrecce Hiroshima para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Vissel Kobe - Agora vai, Podolski?

Vissel Kobe - Província: Hyogo - Cidade: Kobe - Mascote: Movi — Foto: Futebol no Japão

Em 2017:
Melhor colocação na J1: 7º (2016)
Estádio: Noevir Stadium Kobe (28.425)
Estrangeiros: Kim Seung-gyu (goleiro, Coreia do Sul), Theerathon Bunmathan (lateral, Tailândia), Jung Woo-young (volante, Coreia do Sul), Leandro Montera (atacante, Brasil), Lukas Podolski (atacante, Alemanha), Wellington Tanque (atacante, Brasil)
Técnico: Takayuki Yoshida (desde 08/2017)
Expectativa: ★★★

O slogan da temporada 2018 mostra o tamanho da ambição do Vissel Kobe: "Tornar-se o clube número 1 da Ásia". Ano passado, não conseguiu ser mais do que o número 9 do Japão, mas os objetivos estão claros: "conquistar um título" e "vaga na ACL" (o clube nunca conseguiu nenhum dos dois), segundo Takayuki Yoshida, ex-jogador da casa e que era assistente de Nelsinho Baptista antes de começar a carreira de técnico. Pelo que o time jogou ano passado, são metas bem difíceis de serem cumpridas. E o elenco ainda perdeu alguns jogadores importantes, como o zagueiro Iwanami (Urawa Reds) e os volantes Nilton (Bahia) e Hideto Takahashi (Sagan Tosu).

Por outro lado, os reforços deixaram parte da torcida empolgada. Jung Woo-young, sempre convocado pela Coreia do Sul, está de volta após dois anos na China. Hirotaka Mita, um dos melhores do Vegalta Sendai em 2017, também deve ter lugar cativo no meio-campo. Com o bom passador Naoyuki Fujita e o polivalente Masatoshi Mihara, o setor de volantes é um ponto forte da equipe.

Na frente é onde estão os principais nomes. Lukas Podolski, com mais dois anos de contrato, carrega a responsabilidade de liderar o setor ofensivo. Wellington Tanque, um dos destaques da J2 pelo Avispa Fukuoka, terá mais uma chance de se provar na primeira divisão e disputa a vaga de centroavante com o ex-seleção japonesa Mike Havenaar e o compatriota Leandro Montera, que ainda se recupera da segunda lesão seguida nos ligamentos do joelho. O experiente Daisuke Nasu vem para fechar o buraco deixado por Iwanami na defesa e a lateral esquerda ganhou o talento do tailandês Theerathon Bunmathan, um especialista em bolas paradas.

Esse é o cara: Lukas Podolski (atacante, 04/06/1985) - Contratado do Galatasaray no meio do ano passado por 2,6 milhões de euros e um contrato de dois anos e meio, chegou ao Japão em uma cerimônia cheia de pompa e arrebentou no primeiro jogo, mas não conseguiu ter o mesmo impacto no resto da temporada. Terminou 2017 com cinco gols e nenhuma assistência em 15 jogos. Ainda assim, continua a grande esperança do Vissel, que o nomeou capitão da equipe.

Fique de olho: So Fujitani (lateral, 28/10/1997) - Promessa para a lateral direita da geração Tóquio 2020, virou titular no Vissel desde que Yoshida assumiu e tem sido o mais eficiente do time nos cruzamentos. Natural de Kobe, está no clube desde o infantil.

Opinião: "Não estou muito confiante no Podolski. Ouvi dizer que ele está bravo com alguns dos meus tuítes (risos). Espero que ele se concentre mais no Vissel, mas não estou muito otimista. Vamos esperar e ver o primeiro jogo! O Forlán [no Cerezo Osaka em 2014] dava 100% de si, atendia os fãs, trabalhava como um time e era muito atencioso para conversar. O Podolski é o contrário em todos esses aspectos! Se ele jogar bem, para o time, ou se for para o banco caso esteja mal (ao invés de ser mantido apenas por causa do nome) ... quem sabe um top-4 ou top-5, mas não estou otimista. Podolski parece ser maior que o time ou o técnico, o que não é uma coisa boa. Ano passado o Vissel jogava melhor antes dele chegar!"
Alan Gibson, da JSoccer Magazine

Saíram:
Kenta Tokushige (goleiro) - foi para o V-Varen Nagasaki
Shinji Yamaguchi (lateral) - emprestado para o Oita Trinita
Junya Higashi (zagueiro) - emprestado para o Fukushima United
Takuya Iwanami (zagueiro) - foi para o Urawa Reds
Hideo Tanaka (volante) - foi para o Tegevajaro Miyazaki
Hideto Takahashi (volante) - foi para o Sagan Tosu
Nilton (volante) - foi para o Bahia
Kotaro Omori (meia) - foi para o FC Tokyo
Ryo Matsumura (meia) - foi para o Nagano Parceiro (estava emprestado ao Tokushima Vortis)
Seigo Kobayashi (meia) - emprestado para o Montedio Yamagata
Wescley (meia) - emprestado para o Ceará
Akito Mukai (atacante) - emprestado para o MIO Biwako Shiga (estava emprestado ao FC Imabari)

Chegaram:
Kota Ogi (goleiro) - veio do Nagoya Grampus
Theerathon Bunmathan (lateral) - emprestado pelo Muangthong United [Tailândia]
Daiki Miya (zagueiro) - veio da Universidade Biwako Seikei
Daisuke Nasu (zagueiro) - veio do Urawa Reds
Hirotaka Mita (volante) - veio do Vegalta Sendai
Jung Woo-young (volante) - veio do Chongqing Lifan [China]
Tatsuki Noda (volante) - voltou de empréstimo do FC Imabari
Asahi Masuyama (meia) - voltou de empréstimo do Yokohama FC
Yuta Goke (meia) - veio do Colégio Aomori Yamada
Daiju Sasaki (atacante) - promovido das categorias de base
Wellington Tanque (atacante) - veio do Avispa Fukuoka

Elenco do Vissel Kobe para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Sagan Tosu - Comendo pelas beiradas

Sagan Tosu - Província: Saga - Cidade: Tosu - Mascote: Wintosu — Foto: Futebol no Japão

Em 2017:
Melhor colocação na J1: 5º (2012, 2014)
Estádio: Best Amenity Stadium (24.130)
Estrangeiros: Jeong Seung-hyun (zagueiro, Coreia do Sul), Kim Min-hyeok (zagueiro, Coreia do Sul), An Yong-woo (meia, Coreia do Sul), Cho Dong-geon (atacante, Coreia do Sul), Víctor Ibarbo (atacante, Colômbia)
Técnico: Massimo Ficcadenti (desde 01/2016)
Expectativa: ★★

O time que menos contratou - vieram apenas quatro caras novas. Por outro lado, Massimo Ficcadenti comemorou o fato de que seus principais jogadores permaneceram. O treinador italiano ainda trouxe um de seus homens de confiança de quando dirigia o FC Tokyo - o volante ex-seleção japonesa Hideto Takahashi, que também foi testado na zaga. Além dele, o setor ganhou mais uma opção em Yuji Takahashi (nota: nenhum dos três Takahashis do plantel são parentes), caso algum dos beques coreanos não esteja disponível. Kazuki Anzai, um dos destaques da J2 ano passado, é um lateral ofensivo e que joga tanto na direita quanto na esquerda. A promessa Ryoya Ito começa agora a carreira como profissional, mas traz a experiência do futebol de base alemão e a esperança de se tornar um substituto de Daichi Kamada.

Desde que chegou ao Sagan, Ficcadenti conseguiu um 11º lugar em 2016 e um oitavo em 2017. Agora a meta é ir mais longe. A principal esperança de uma boa campanha é Víctor Ibarbo. Sua habilidade de prender a bola na frente e abrir espaços para os companheiros que chegam de trás tem sido fundamental para a equipe. O capitão Yutaka Yoshida e o goleiro Shuichi Gonda são os outros destaques. O Sagan é literalmente o time que mais corre no Japão. Teve ano passado a maior média de distância percorrida por jogo: 114,1 km na soma dos onze jogadores.

Esse é o cara: Víctor Ibarbo (atacante, 19/05/1990) - Chegou ao Sagan Tosu em março do ano passado, fez um primeiro semestre sem brilho e estava prestes a ir embora, mas ganhou nova chance e arrebentou. Reencontrou seu melhor futebol e se tornou a referência do time. Tanto que até colocou no banco o ídolo local Yohei Toyoda. Para a alegria da torcida sagantina, Ibarbo renovou para a temporada 2018.

Fique de olho: Ryoya Ito (meia, 02/05/1998) - Nasceu em Tóquio, mas desde pequeno morou em vários países - Austrália, Suíça e Alemanha - por causa do trabalho do pai. Jogou na base do Bayern, do Schalke e do Fortuna Dusseldorf antes de ganhar seu primeiro contrato profissional, com o Tosu. Já passou pelas seleções japonesas sub-16 e sub-17 e agora poderá ser observado mais de perto por Hajime Moriyasu para a seleção olímpica.

Opinião: "Vai depender muito do segundo atacante que o time pode contratar ou não... se chegar um bom companheiro para o Ibarbo, até um quinto ou sexto lugar não seria estranho. Senão, é mais provável algo entre oitavo e décimo. Ao contrário das temporadas anteriores, o elenco foi mantido, o que pode deixar o time mais estável. E eu gosto do Ficcadenti, é claro [por também ser italiano]. O Takahashi do Kobe pode ser um jogador necessário para dar dinamismo ao meio-campo. Ele jogou bem com o Ficcadenti no FC Tokyo. Além disso, alguns jogadores como Yoshida e Harakawa provavelmente vão jogar por suas vidas, porque eles devem estar no radar para uma vaga na Copa do Mundo."
Cesare Polenghi, jornalista e comentarista

Saíram:
Eisuke Fujishima (goleiro) - foi para o Renofa Yamaguchi (estava emprestado ao Matsumoto Yamaga)
Naoya Kikuchi (zagueiro) - transferiu-se em definitivo para o Consadole Sapporo
Takeshi Aoki (zagueiro) - foi para o Roasso Kumamoto
Tatsuya Sakai (zagueiro) - foi para o Montedio Yamagata (estava emprestado ao Oita Trinita)
Keiya Nakami (meia) - foi para o Matsumoto Yamaga (estava emprestado ao Zweigen Kanazawa)
Tetsuro Ota (meia) - foi para o ReinMeer Aomori (estava emprestado ao Montedio Yamagata)
Yoshizumi Ogawa (meia) - transferiu-se em definitivo para o Albirex Niigata
Takamitsu Tomiyama (atacante) - foi para o Omiya Ardija (estava emprestado ao Albirex Niigata)
Yohei Toyoda (atacante) - emprestado para o Ulsan Hyundai [Coreia do Sul]

Chegaram:
Kazuki Anzai (lateral) - veio do Tokyo Verdy
Yuji Takahashi (zagueiro) - veio do Kyoto Sanga
Hideto Takahashi (volante) - veio do Vissel Kobe
Riki Harakawa (meia) - contratado em definitivo do Kawasaki Frontale
Ryoya Ito (meia) - veio das categorias de base do Fortuna Dusseldorf [Alemanha]

Elenco do Sagan Tosu para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Nagoya Grampus - Atacar, atacar e atacar

Nagoya Grampus - Província: Aichi - Cidade: Nagoia e Toyota - Mascote: Grampus-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: 3º na J2 (promovido nos playoffs)
Melhor colocação na J1: Campeão (2010)
Estádios: Paloma Mizuho Stadium (20.223) e Toyota Stadium (41.255)
Estrangeiros: Mitchell Langerak (goleiro, Austrália), Willian Rocha (zagueiro, Brasil), Washington (volante, Brasil), Gabriel Xavier (meia, Brasil), Jô (atacante, Brasil)
Técnico: Yahiro Kazama (desde 01/2017)
Expectativa: ★★

Yahiro Kazama é um técnico fora dos padrões. Não tem um esquema tático fixo e está sempre mudando sua formação, trocando jogadores de lugar e fazendo improvisos. Ele não se importa em ver o time levar um, dois ou três gols, desde que o ataque marque mais. Sua ousadia, porém, quase custou o acesso ao Nagoya Grampus ano passado. Teve o melhor ataque da J2, com 85 gols em 42 jogos, mas a defesa foi uma das piores, com 65 sofridos. Um time que leva tantos gols na segunda divisão precisa reforçar bem a defesa para sobreviver na J1, certo? Kazama, aparentemente, não concorda.

É claro que o setor se fortaleceu com a chegada do australiano Mitchell Langerak, trazendo experiência do futebol europeu. Mas na zaga, que sempre foi o ponto fraco do time, a diretoria apenas renovou com os nomes que já estavam lá e trouxe Hiroto Hatao do rebaixado Ventforet Kofu para compor elenco. Willian Rocha foi o reforço de última hora que pode ganhar um lugar no onze inicial, mas ele é o quarto estrangeiro não-asiático do elenco. Entre ele e Washington, que vinha sendo improvisado na zaga, um terá que ficar de fora, já que os outros dois brasileiros são titulares absolutos. A falta de um substituto à altura para Taishi Taguchi também preocupa. O volante foi um dos jogadores mais importantes do time em 2017 e o único contratado para a posição é Aria Jasuru Hasegawa, o típico jogador que faz várias funções, mas não se destaca em nenhuma, além de ter sido rebaixado nos últimos três clubes japoneses que defendeu.

Já o ataque não fica atrás de nenhum outro time no país. é a principal contratação do ano não só do Nagoya, mas de toda a J-League. Municiado pelos passes de Gabriel Xavier e com o apoio do talentoso Ryota Aoki, a expectativa é de muitos gols. Resta ver o que Kazama fará para deixar o time mais equilibrado e com a defesa melhor protegida, se é que ele pretende fazer isso.

Esse é o cara: Gabriel Xavier (meia, 15/07/1993) - A melhor contratação do ano passado entre os clubes japoneses. Jogou só um semestre, mas liderou a J2 em assistências e impressionou com seu repertório e criatividade. Agora tem a chance de se provar na elite.

Fique de olho: Ryota Aoki (meia, 06/03/1996) - Um dos melhores jogadores da J2 ano passado e uma das maiores "cobaias" da Kazama, pois jogou de lateral, ala e meia pelos dois lados. Um driblador nato, mas que também sabe ser objetivo, com 11 gols marcados em 2017.

Opinião: "Acho que o Nagoya se vislumbrou com a vinda do Jô e do goleiro australiano. Dois jogadores internacionais, mas não basta para competir no nível de uma J1. Acho que o Grampus vai passar por apuros esse ano pelo mau planejamento. Caso não for rebaixado já será um prêmio. A diretoria contrata seguindo o estilo Kazama, ou seja, tanto faz se temos ou não uma boa defesa! Se vierem muitos resultados negativos, a diretoria vai ter que correr atrás de um zagueiro pelo menos! E o pior, encontrar um jogador que execute a função do Taishi [Taguchi]. Estou cauteloso e pessimista quanto à campanha desse ano do Grampus."
Sergio Sartori, torcedor do Nagoya Grampus

Saíram:
Kota Ogi (goleiro) - foi para o Vissel Kobe
Ryo Takahashi (lateral) - transferiu-se em definitivo para o Shonan Bellmare
Lim Seung-gyeom (zagueiro) - emprestado para o Oita Trinita
Ryusuke Sakai (zagueiro) - emprestado para o Machida Zelvia
Taishi Taguchi (volante) - foi para o Júbilo Iwata
Asahi Yada (meia) - transferiu-se em definitivo para o JEF United Chiba
Ryota Tanabe (meia) - fim de contrato (estava emprestado ao Roasso Kumamoto)
Shota Kobayashi (meia) - transferiu-se em definitivo para o Vegalta Sendai
Felipe Garcia (atacante) - emprestado para o Goiás
Koki Sugimori (atacante) - emprestado para o Machida Zelvia
Robin Simovic (atacante) - foi para o Omiya Ardija
Ryo Nagai (atacante) - foi para o Matsumoto Yamaga

Chegaram:
Mitchell Langerak (goleiro) - veio do Levante [Espanha]
Hiroto Hatao (zagueiro) - veio do Ventforet Kofu
Ikki Arai (zagueiro) - contratado em definitivo do Yokohama F-Marinos
Kazuki Kushibiki (zagueiro) - contratado em definitivo do Consadole Sapporo
Willian Rocha (zagueiro) - emprestado pelo Guarani
Aria Jasuru Hasegawa (meia) - veio do Omiya Ardija
Yosuke Akiyama (meia) - veio da Universidade Waseda
Jô (atacante) - veio do Corinthians
Yuki Ogaki (atacante) - veio do Colégio Kokoku

Elenco do Nagoya Grampus para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Vegalta Sendai - A Águia quer voar mais alto

Vegalta Sendai - Província: Miyagi - Cidade: Sendai - Mascote: Vegatta — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: 12º
Melhor colocação na J1: 2º (2012)
Estádio: Yurtec Stadium (19.694)
Estrangeiros: Lee Yun-oh (goleiro, Coreia do Sul), Kim Jung-ya (zagueiro, Coreia do Sul), Ryang Yong-gi (meia, Coreia do Norte), Rafaelson (atacante, Brasil)
Técnico: Susumu Watanabe (desde 04/2014)
Expectativa: ★★

Este será o quinto ano de Susumu Watanabe no comando do Vegalta Sendai. Um clube modesto, que tem poucos recursos, que todos os anos perde seus destaques e tem que depender de apostas para não cair. Apesar de estar sempre entre os candidatos ao rebaixamento, tem sobrevivido ano após ano e, nas duas últimas temporadas, nem passou muito sufoco. Confiar na continuidade de um trabalho tem dado certo. Agora a meta é ficar na parte de cima da tabela.

Mas ainda há incertezas. A diretoria conseguiu manter a base do time, só que duas peças importantes foram embora: o volante Hirotaka Mita (Kobe) e o atacante Crislan (Shimizu). Se os reforços suprirem essas ausências, será possível no mínimo repetir a campanha de 2017. Yoshihiro Shoji, o "Pirlo da J2", vem para tapar esse buraco no meio-campo, enquanto o ataque ganhou três novos nomes. Takuma Abe é o mais experiente e já passou até pelo futebol alemão e sul-coreano. Rafaelson, emprestado pelo Vitória, e Ryo Germain, recém-graduado na universidade, começam suas carreiras. Na defesa, Kim Jung-ya pode não ser um zagueiro dos mais seguros, mas estará menos propenso a falhas no 3-4-2-1 utilizado por Watanabe, atuando ao lado dos mais confiáveis Kazuki Oiwa e Yasuhiro Hiraoka. Ko Itakura pode ser uma das surpresas da temporada.

Esse é o cara: Naoki Ishihara (atacante, 14/08/1984) - Não é muito alto, não é muito forte, não é muito habilidoso, mas está sempre fazendo gol. É uma espécie de primo pobre de Shinji Okazaki. Ano passado ele reviveu a carreira após seguidas lesões e foi o grande destaque da campanha do Sendai.

Fique de olho: Ko Itakura (zagueiro/volante, 27/01/1997) - Defensor alto (1,86 m) e com bom passe, ainda não teve muitas oportunidades no time principal do Kawasaki Frontale, que o emprestou ao Vegalta por um ano. Mas ele tem mostrado um potencial enorme na seleção olímpica. No Asiático Sub-23 um mês atrás, ele foi o melhor em campo e marcou gol nas duas partidas em que jogou.

Opinião: "Acho que nos reforçamos bem. Mita foi para o Vissel Kobe, mas trouxemos para o lugar dele um dos melhores passadores da J2, o Yoshihiro Shoji do Gifu. Vai ser a primeira experiência dele na J1, mas me deu a impressão de que ele vai se dar bem. Estou um pouco preocupado com o ataque, porque o Crislan foi embora, o Hirayama infelizmente se aposentou e vieram reforços jovens. Mas o Rafaelson e o Germain passaram uma boa impressão nos treinos, o otimismo é maior que a preocupação."
Yota Onodera, torcedor do Vegalta Sendai

Saíram:
Kei Ishikawa (goleiro) - foi para o Tochigi SC
Masaya Kojima (lateral) - emprestado para o Machida Zelvia
Tatsuya Masushima (zagueiro) - fim de empréstimo com o Kashiwa Reysol
Vinícius Matos (zagueiro) - fim de contrato
Hirotaka Mita (volante) - foi para o Vissel Kobe
Keita Fujimura (volante) - emprestado para o Zweigen Kanazawa
Yuto Sashinami (volante) - emprestado para o Kataller Toyama (estava emprestado ao Grulla Morioka)
Takumi Sasaki (meia) - emprestado para o FC Gifu
Takuya Nozawa (meia) - foi para o Wollongong Wolves [Austrália]
Crislan (atacante) - fim de empréstimo com o Braga [Portugal]
Sota Hirayama (atacante) - aposentou-se [32 anos]

Chegaram:
Goro Kawanami (goleiro) - veio do Albirex Niigata
Kim Jung-ya (zagueiro) - veio do Gamba Osaka
Ko Itakura (zagueiro/volante) - emprestado pelo Kawasaki Frontale
Masato Tokida (zagueiro) - voltou de empréstimo do Oita Trinita
Yoshihiro Shoji (volante) - veio do FC Gifu
Shota Kobayashi (meia) - contratado em definitivo do Nagoya Grampus
Yoshihiro Nakano (meia) - contratado em definitivo do Kawasaki Frontale
Naoki Ishihara (atacante) - contratado em definitivo do Urawa Reds
Rafaelson (atacante) - emprestado pelo Vitória
Ryo Germain (atacante) - veio da Universidade Ryutsu Keizai
Takuma Abe (atacante) - veio do Ulsan Hyundai [Coreia do Sul]

Elenco do Vegalta Sendai para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Hokkaido Consadole Sapporo - In Misha We Trust

Hokkaido Consadole Sapporo - Província: Hokkaido - Cidade: Sapporo - Mascote: Dole-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: 11º
Melhor colocação na J1: 11º (2001, 2017)
Estádio: Sapporo Dome (39.856), Atsubetsu Park (19.620)
Estrangeiros: Gu Sung-yun (goleiro, Coreia do Sul), Kim Min-tae (volante, Coreia do Sul), Chanathip Songkrasin (meia, Tailândia), Julinho (meia, Brasil), Jonathan Reis (atacante, Brasil), Jay Bothroyd (atacante, Inglaterra)
Técnico: Mihailo Petrovic (desde 01/2018)
Expectativa: ★★

Depois de fazer a melhor campanha da sua história na primeira divisão em questão de pontos conquistados (43), o Hokkaido Consadole Sapporo não vai mais ficar satisfeito apenas com a permanência na J1. O clube agora pensa grande e quer superar o 11º lugar de 2017. Para isso, tomou uma decisão incomum. O técnico Shuhei Yomoda, responsável pelo sucesso do ano passado, voltou a ser assistente, e Mihailo Petrovic, o "gênio azarado" que tantas vezes chegou perto de ser campeão com o Urawa Reds, assumiu o cargo.

Assim, o estilo de jogo do Consadole muda da água para o vinho. De um time que se fechava na defesa e assim que roubava a bola mandava um lançamento para Jay ou Tokura na frente, o Sapporo agora propõe o jogo, toma a iniciativa. Passes curtos e mais jogo coletivo ao invés de chutões e lançamentos. Retenção da posse de bola para cansar o adversário e atacar incessantemente ao invés de se fechar na defesa esperando a chance de contra-atacar. A formação-base é um 3-4-2-1, mas durante o ataque vira um 4-1-5. Porém, gols sofridos em erros de saída de bola, principalmente quando pressionado, mostra que o time pode demorar a se adaptar ao novo estilo.

O elenco ganhou qualidade e dois possíveis jogadores-chave em Yoshiaki Komai, que pode atuar tanto nas alas quanto como um volante armador, e Koji Miyoshi, a promessa do Kawasaki Frontale. Takumi Miyayoshi tem chances de ser titular e a estrela do futebol tailandês, Chanathip Songkrasin, foi testado também na ala direita, em função parecida com a que Sekine fazia no Urawa. A grande dúvida é se "Misha" continuará jogando de forma suicida com a defesa exposta a contragolpes. Se o sérvio corrigir esse problema, o time pode fazer bonito. Se não, o tombo será feio.

Esse é o cara: Jay Bothroyd (atacante, 05/05/1982) - Ficou um semestre sem clube depois de deixar o Júbilo Iwata. Muitos não botaram fé quando ele assinou com o Sapporo, mas o inglês calou seus críticos com boas atuações e muitos gols. Foi o artilheiro do time, mesmo tendo jogado só metade da temporada passada.

Fique de olho: Koji Miyoshi (meia, 26/03/1997) - Seu empréstimo pegou muitos de surpresa, pois esperava-se que ele já teria mais chances no Frontale este ano. Melhor para o Consadole, que ganhou um dos principais nomes da seleção olímpica. Certamente ele vai jogar mais em Hokkaido e, quem sabe, 2018 seja o ano em que ele estoure no futebol japonês.

Opinião: "Bem, acho que apenas sobreviver seria bom para este ano, porque temos um novo técnico. Mas o time quer mais, talvez perto de um décimo lugar. Acho difícil porque vamos jogar um estilo totalmente diferente do ano passado. Mas é o tipo de desafio que temos que enfrentar para conseguir uma posição melhor na liga. Acho que Fukumori e Miyoshi vão carregar o time este ano. Se o objetivo fosse apenas continuar na J1, penso que o Yomoda seria melhor. Mas para almejar um lugar mais alto algo precisa mudar. Talvez Petrovic seja a resposta, então estou ansioso para ver o resultado a longo prazo."
Consadole in English

Saíram:
Junki Kanayama (goleiro) - foi para o Fagiano Okayama
Tetsu Sugiyama (goleiro) - foi para o Tokyo United FC
Diego Macedo (lateral) - foi para o Bragantino
Shinya Uehara (lateral) - foi para o Ehime FC
Takayuki Mae (lateral) - transferiu-se em definitivo para o Renofa Yamaguchi
Kazuki Kushibiki (zagueiro) - transferiu-se em definitivo para o Nagoya Grampus
Takahiro Masukawa (zagueiro) - foi para o Kyoto Sanga
Hiroyuki Mae (volante) - emprestado para o Mito HollyHock
Shogo Nakahara (volante) - emprestado para o V-Varen Nagasaki (estava emprestado ao Gamba Osaka)
Hidetaka Kanazono (atacante) - emprestado para o Ventforet Kofu
Kengo Ishii (atacante) - foi para o Samut Sakhon FC [Tailândia]

Chegaram:
Shunta Awaka (goleiro) - voltou de empréstimo do Ehime FC
Takanori Sugeno (goleiro) - emprestado pelo Kyoto Sanga
Naoya Kikuchi (zagueiro) - contratado em definitivo do Sagan Tosu
Tomonobu Yokoyama (zagueiro) - contratado em definitivo do Omiya Ardija
Koji Miyoshi (meia) - emprestado pelo Kawasaki Frontale
Kosuke Shirai (meia) - veio do Ehime FC
Yoshiaki Komai (meia) - veio do Urawa Reds
Ren Fujimura (atacante) - promovido das categorias de base
Takumi Miyayoshi (atacante) - veio do Sanfrecce Hiroshima

Elenco do Hokkaido Consadole Sapporo para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Shimizu S-Pulse - Mais sufoco pela frente?

Shimizu S-Pulse - Província: Shizuoka - Cidade: Shimizu - Mascote: Paru-chan — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: 14º
Melhor colocação na J1: 2º (1999)
Estádio: IAI Stadium Nihondaira (20.248)
Estrangeiros: Hwang Seok-ho (zagueiro, Coreia do Sul), Leandro Freire (zagueiro, Brasil), Crislan (atacante, Brasil), Mitchell Duke (atacante, Austrália), Jong Tae-se (atacante, Coreia do Norte)
Técnico: Jan Jonsson (desde 01/2018)
Expectativa: ★★

O retorno à primeira divisão foi mais turbulento que o esperado para o Shimizu S-Pulse, que na temporada passada só escapou de outra queda para a J2 na última rodada. E nada indica que o time possa ir muito além disso em 2018. Apesar da considerável movimentação no mercado de transferências, a maioria dos recém-chegados só vai compor elenco. Hwang Seok-ho, zagueiro ex-Kashima que estava na China, é o único que vem para ser titular de fato, para suprir a perda de Tomoya Inukai. Crislan, que teve alguns bons momentos no Vegalta Sendai em 2017, briga por um lugar no ataque.

Há outros nomes que eventualmente podem dar as caras, como Hideki Ishige, antiga promessa do clube que não virou realidade e está de volta após um período de empréstimo na J2. Ou Jumpei Kusukami, que jogou no futebol australiano no último ano e meio. De resto, chegaram apenas jovens que estão começando a carreira. E o veteraníssimo Akihiro Hyodo (35 anos), que defendeu o Shimizu de 2005 a 2010 e provavelmente só retornou ao seu primeiro clube para pendurar as chuteiras com elegância.

Apesar da troca de técnico, o estilo deve continuar o mesmo. Duas linhas de quatro, futebol defensivo e bola no Tae-se para ele resolver. O sueco Jan Jonsson salvou o Sanfrecce Hiroshima do rebaixamento ano passado e, a menos que alguma das jovens promessas se sobressaia, a missão dele continuará a mesma nesta temporada.

Esse é o cara: Jong Tae-se (atacante, 02/03/1984) - Também chamado de Chong Tese (nomenclatura mais fiel à pronúncia coreana, "tchon tê-sê"), é o astro solitário do S-Pulse e a maior esperança de que 2018 não termine de forma trágica. É um centroavante de força física, bom no jogo aéreo e com um chute poderoso.

Fique de olho: Koya Kitagawa (atacante, 26/07/1996) - Jogador de muita velocidade, com bom porte físico e técnica acima da média. Tem sido usado como um "super-reserva", mas deve ganhar mais espaço este ano. Em um time quase sem estrelas, pode se tornar o novo queridinho da torcida.

Opinião: "No papel, praticamente nada mudou da temporada passada e o time novamente irá brigar para não cair. Aquele dream team do final dos anos 1990 e começo dos 2000 realmente ficou no passado. O time em si é fraco e mais uma vez dependerá dos milagres e do talento de Chong Tese. Será um trabalho árduo e complicado para os laranjinhas de Shizuoka permanecerem na primeira divisão."
Elias Falarz, do podcast Hinomaru

Saíram:
Kempei Usui (goleiro) - foi para o Okinawa SV (estava emprestado ao Machida Zelvia)
Masatoshi Kushibiki (goleiro) - foi para o Montedio Yamagata (estava emprestado ao Fagiano Okayama)
Kim Byeom-yong (lateral) - foi para o Suwon FC [Coreia do Sul] (estava emprestado ao JEF United Chiba)
Takayuki Fukumura (lateral) - transferiu-se em definitivo para o FC Gifu
Byeom Jun-byum (zagueiro) - foi para o Ventforet Kofu (estava emprestado ao Zweigen Kanazawa)
Kanu (zagueiro) - foi para o Suphanburi [Tailândia]
Taisuke Muramatsu (zagueiro) - fim de contrato
Tomoya Inukai (zagueiro) - foi para o Kashima Antlers
Kota Miyamoto (volante) - emprestado para o FC Gifu (estava emprestado ao V-Varen Nagasaki)
Kota Sugiyama (volante) - aposentou-se [32 anos]
Shin Mitsuzaki (meia) - fim de contrato
Takuma Edamura (meia) - emprestado para o Avispa Fukuoka
Tiago Alves (atacante) - fim de empréstimo com o Al Hilal [Arábia Saudita]
Yuji Senuma (atacante) - transferiu-se em definitivo para o Montedio Yamagata

Chegaram:
Yoshiaki Arai (goleiro) - veio da Universidade Ryutsu Keizai
Kenta Ito (lateral) - promovido das categorias de base
Hwang Seok-ho (zagueiro) - veio do Tianjin Teda [China]
Akihiro Hyodo (volante) - veio do Ventforet Kofu
Takuma Mizutani (volante) - voltou de empréstimo do FC Imabari
Yasufumi Nishimura (volante) - veio do Colégio Kokoku
Hideki Ishige (meia) - voltou de empréstimo do Fagiano Okayama
Jumpei Kusukami (meia) - veio do Western Sydney Wanderers [Austrália]
Yuta Taki (meia) - promovido das categorias de base
Crislan (atacante) - emprestado pelo Braga [Portugal] (estava emprestado ao Vegalta Sendai)
Daigo Takahashi (atacante) - veio do Colégio Kamimura Gakuen
Jin Hiratsuka (atacante) - promovido das categorias de base

Elenco do Shimizu S-Pulse para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Shonan Bellmare - Em busca de estabilidade

Shonan Bellmare - Província: Kanagawa - Cidade: Hiratsuka - Mascote: Rei Bell Primeiro — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: Campeão da J2 (promovido)
Melhor colocação na J1: 5º (1994)
Estádio: Shonan BMW Stadium Hiratsuka (15.732)
Estrangeiros: André Bahia (zagueiro, Brasil), Alen Stevanovic (meia, Sérvia), Mihael Mikic (meia, Croácia), Lee Jeong-hyeop (atacante, Coreia do Sul)
Técnico: Cho Kwi-jae (desde 04/2012)
Expectativa: ★★

Assim como a maré sobe e desce, o Shonan Bellmare tem alternado entre J1 e J2 nos últimos anos. Desde 2009, não passa mais de dois anos na mesma divisão. Das últimas cinco vezes em que disputou a J1, foi rebaixado em quatro (1999, 2010, 2013 e 2016). Desde 2012 no comando, o sul-coreano Cho Kwi-jae é o que está há mais tempo no mesmo time entre os técnicos na J1. Nesse período, ele já foi promovido três vezes e rebaixado duas vezes. Ano passado ele conquistou seu segundo título na J2, mas com um futebol bem menos vistoso que o primeiro. Com um elenco reforçado, mas ainda limitado, apenas sobreviver seria um feito a ser comemorado em 2018.

O plantel ganhou nada menos que 14 caras novas. Entre os mais conhecidos, estão Mihael Mikic, croata que defendeu o Sanfrecce Hiroshima nas últimas nove temporadas, mas já está com 38 anos e não tem o fôlego de antes para suas características arrancadas pela ala direita. Tsukasa Umesaki vem do Urawa Reds como uma espécie de compensação pela perda de Naoki Yamada, destaque do Bellmare em 2017. Alen Stevanovic, com passagem pelo futebol italiano e pela seleção da Sérvia, é a esperança de um ataque mais forte. Para o lugar do artilheiro Dinei, que continuará na J2, agora pelo Ventforet Kofu, veio Lee Jeong-hyeop, que tem no currículo 19 jogos e cinco gols pela Coreia do Sul, mas estava na segunda divisão da K-League. Kazunari Ono está de volta ao Shonan após quatro anos no Albirex Niigata e deve ser titular no trio de zaga.

É um time sem estrelas, apesar de bons nomes como Yota Akimoto, André Bahia e Shunsuke Kikuchi, fundamentais na campanha do acesso, sem falar no ídolo Kaoru Takayama. As armas do Shonan para sobreviver na J1 são o jogo coletivo, sem depender de um jogador específico, a continuidade no comando e a possível evolução de seus jovens talentos.

Esse é o cara: Kaoru Takayama (meia, 08/07/1988) - Jogador do Shonan por quase toda a carreira, é um dos mais amados pela torcida. Além de capitão, tem sido sempre um diferencial da equipe, incansável nas arrancadas pela esquerda e participativo na armação e conclusão de jogadas. Passou quase 2017 inteiro se recuperando de uma lesão, mas tudo indica que ele já está 100% recuperado.

Fique de olho: Daiki Sugioka (lateral/zagueiro, 08/09/1998) - Assim que se formou no Ensino Médio, chegou ao Shonan já como titular, na temporada passada. Tem velocidade e habilidade para jogar na lateral e apoiar o ataque, mas também é forte fisicamente para atuar na zaga.

Opinião: "Acredito que o Bellmare vai terminar entre 12º e 15º lugar na tabela, mantendo-se assim na J1. Mas se o Umesaki e o Alen se encaixarem bem no time, podemos chegar até um sétimo a décimo lugar."
Shonan Bellmare EN

Saíram:
Go Ito (goleiro) - transferiu-se em definitivo para o Fukushima United
Tando Yuji Velaphi (goleiro) - foi para o Wellington Phoenix [Nova Zelândia]
Yuji Kajikawa (goleiro) - transferiu-se em definitivo para o Tokushima Vortis
Eijiro Takeda (lateral) - foi para o Yokohama FC
Lyu Xuean (lateral) - emprestado para o Grulla Morioka
Yuta Narawa (lateral) - emprestado para o Tokyo Verdy
Keisuke Tsuboi (zagueiro) - foi para o Renofa Yamaguchi
Kenta Hirose (zagueiro) - foi para o Albirex Niigata (estava emprestado ao Tochigi SC)
Park Tae-hwan (zagueiro) - emprestado para o Cheonan [Coreia do Sul] (estava emprestado ao Verspah Oita)
Akira Ando (volante) - foi para o Matsumoto Yamaga
Hokuto Shimoda (volante) - foi para o Kawasaki Frontale
Naoki Yamada (meia) - fim de empréstimo com o Urawa Reds
Yuta Kamiya (meia) - emprestado para o Ehime FC
Dinei (atacante) - foi para o Ventforet Kofu
Dragan Mrdja (atacante) - foi para o Olimpija Ljubljana [Eslovênia]
Hibiki Wada (atacante) - emprestado para o Fukushima United
Shota Tamura (atacante) - transferiu-se em definitivo para o Fukushima United
Tsuyoshi Miyaichi (atacante) - emprestado para o Grulla Morioka (estava emprestado ao MIO Biwako Shiga)
Yoshihito Fujita (atacante) - foi para o Blaublitz Akita

Chegaram:
Daiki Tomii (goleiro) - veio do Montedio Yamagata
Kota Sanada (goleiro) - promovido das categorias de base
Ryo Takahashi (lateral) - contratado em definitivo do Nagoya Grampus
Kazunari Ono (zagueiro) - veio do Albirex Niigata
Keisuke Saka (zagueiro) - veio da Universidade Juntendo
Daiki Kaneko (volante) - veio da Universidade Kanagawa
Yusuke Kobayashi (volante) - veio do Kashiwa Reysol
Alen Stevanovic (meia) - veio do Partizan [Sérvia]
Hikaru Arai (meia) - veio do Colégio Ichiritsu Nagano
Mihael Mikic (meia) - veio do Sanfrecce Hiroshima
Temma Matsuda (meia) - veio da Universidade Kanoya Taiiku
Tsukasa Umesaki (meia) - veio do Urawa Reds
Kazuki Yamaguchi (atacante) - veio da Universidade Kokushikan
Kunitomo Suzuki (atacante) - veio da Universidade Toin Yokohama
Lee Jeong-hyeop (atacante) - veio do Busan IPark [Coreia do Sul]

Elenco do Elenco do Shonan Bellmare para 2018 — Foto: Futebol no Japão

V-Varen Nagasaki - Fé em mais um milagre

V-Varen Nagasaki - Província: Nagasaki - Cidade: Nagasaki - Mascote: Vivi-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2017: 2º na J2 (promovido)
Melhor colocação na J1: Estreante
Estádio: Transcosmos Stadium Nagasaki (20.258)
Estrangeiros: Choi Kyu-baek (zagueiro, Coreia do Sul), Ben Halloran (meia, Austrália), Juanma (atacante, Espanha)
Técnico: Takuya Takagi (desde 01/2013)
Expectativa:

O V-Varen Nagasaki chegou à elite apenas cinco anos depois de filiar-se à J-League. O 31º clube diferente a disputar a J1 viveu um ano de sonho na J2 em 2017. Havia começado a temporada à beira da falência, mas reergueu-se depois que o carismático Akira Takata, uma celebridade local, assumiu a presidência. O clube foi promovido com uma das vagas diretas, fechando a campanha com 13 jogos de invencibilidade. Porém, agora o desafio é muito maior e as chances de sucesso são pequenas.

A torcida sonhava com Yasuhito Endo e com os reforços que poderiam vir com o dinheiro da Japanet Takata, mas no fim das contas não houve uma grande contratação. O veterano Yuhei Tokunaga, com passagem pela seleção e 15 anos de FC Tokyo no currículo, é o mais conhecido. Choi Kyu-baek, que jogou as Olimpíadas de 2016 pela Coreia do Sul, dá mais opções para a zaga. Para o setor de criação, veio o australiano Ben Halloran, que estava na segunda divisão alemã. No ataque, o principal reforço é Musashi Suzuki, ex-seleção olímpica, mas que nunca fez mais que três gols em uma temporada da J1 ou J2. Nada que empolgue muito. Será preciso mais um milagre para manter o Nagasaki na elite. E ainda há um tabu a ser quebrado. Desde que subiu para a J2, o V-Varen sempre faz boas temporadas em anos ímpares (6º em 2013, 6º em 2015 e 2º em 2017) e se dá mal nos anos pares (14º em 2014 e 15º em 2016). O que será que 2018 reserva?

Esse é o cara: Takuya Takagi (técnico, 12/11/1967) - Em um time sem estrelas, quem mais brilha é o treinador. No comando desde que o V-Varen estreou na J2, em 2013, o ex-atacante da seleção japonesa tem feito sucesso jogando de forma defensiva, com três zagueiros e bolas longas para o centroavante. Analisa extensamente os adversários e busca sempre atacar o ponto fraco do outro time. Agora ele tem a missão mais difícil da carreira: fazer o clube da sua terra natal sobreviver na J1.

Fique de olho: Shunya Yoneda (meia, 05/11/1995) - Recém-formado na universidade, onde vestia a camisa 10 e era titular desde o primeiro ano. Chamava a atenção pelos dribles, chances criadas e gols marcados.

Opinião: "Para ser sincero, acho que o time terá muitas dificuldades. Ano passado a base era uma defesa forte, que certamente será vazada mais vezes na J1 e eles precisarão marcar mais gols de alguma forma. Juanma é bom, mas não acho que só ele vai resolver. Ben Halloran pode ser uma contratação interessante para o meio-campo, mas ainda acho que falta criatividade. No papel, é o elenco mais fraco da liga e eu não consigo imaginar um cenário em que o time sobrevive. Mas espero que o milagre aconteça!"
Sam Robson, do Football Radar

Dérbi da Paz. Este ano, Nagasaki e Hiroshima vão se enfrentar pela primeira vez na história. Um dos duelos está marcado para o dia 11/08, perto do aniversário das bombas atômicas das duas cidades. O outro será em 28/04.

Saíram:
Song Young-min (goleiro) - foi para o Kamatamare Sanuki
Yuya Miura (goleiro) - aposentou-se [28 anos]
Kenta Furube (lateral) - foi para o Montedio Yamagata
Yusuke Murakami (zagueiro) - aposentou-se [33 anos]
Kota Miyamoto (volante) - fim de empréstimo com o Shimizu S-Pulse
Miguel Pallardo (volante) - foi para o Real Murcia [Espanha]
Tatsuya Onodera (volante) - transferiu-se em definitivo para o Giravanz Kitakyushu
Yuji Yabu (volante) - foi para o Fujieda MYFC
Mitsuru Maruoka (meia) - fim de empréstimo com o Cerezo Osaka
Ryusuke Hayashida (meia) - emprestado para o Verspah Oita

Chegaram:
Kenta Tokushige (goleiro) - veio do Vissel Kobe
Hokuto Nakamura (lateral) - veio do Avispa Fukuoka
Takuto Honda (lateral) - veio da Universidade Tokai Gakuen
Yuhei Tokunaga (lateral) - veio do FC Tokyo
Choi Kyu-baek (zagueiro) - veio do Ulsan Hyundai
Masato Kurogi (volante) - veio do Ventforet Kofu
Ryo Niizato (volante) - veio da Universidade Juntendo
Shogo Nakahara (volante) - veio do Consadole Sapporo (estava emprestado ao Gamba Osaka)
Ben Halloran (meia) - veio do Heidenheim [Alemanha]
Shunya Yoneda (meia) - veio da Universidade Juntendo
Takumi Nagura (meia) - veio do FC Ryukyu
Musashi Suzuki (atacante) - veio do Albirex Niigata

Elenco do V-Varen Nagasaki para 2018 — Foto: Futebol no Japão

Jogadores estrangeiros: 83
Brasil (32), Coreia do Sul (24), Tailândia (5), Austrália (4), Coreia do Norte (2), Croácia (2), Espanha (2)Alemanha (1), Colômbia (1), Curaçao (1), Eslovênia (1), Filipinas (1), Inglaterra (1), Macedônia (1), Polônia (1), Portugal (1), Rússia (1), Sérvia (1), Uzbequistão (1)

Nacionalidade dos técnicos:
Japão (11), Coreia do Sul (2), Austrália (1), Brasil (1), Itália (1), Sérvia (1), Suécia (1)

Maiores salários da J-League 2018 (valores anuais)
1- Lukas Podolski (Kobe) - 600 milhões de ienes (R$ 18 milhões)
2- Jô (Nagoya) - 350 milhões de ienes (R$ 10,5 milhões)
3- Jung Woo-young (Kobe) - 180 milhões de ienes (R$ 5,4 milhões)
4- Leandro Montera (Kobe), Pedro Júnior (Kashima), Yasuhito Endo (G. Osaka) - 150 milhões de ienes (R$ 4,5 milhões)
7- Mu Kanazaki, Léo Silva (Kashima) - 130 milhões de ienes (R$ 3,9 milhões)
9- Atsuto Uchida (Kashima) - 120 milhões de ienes (R$ 3,6 milhões)
10- Kengo Nakamura (Kawasaki) - 110 milhões de ienes (R$ 3,3 milhões)
(Fonte: El Golazo)

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