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Por Tiago Bontempo

Koki Nagahama / Gekisaka

Depois de dois anos de domínio do Kawasaki Frontale no futebol japonês, será que a J.League 2022 será mais equilibrada? O primeiro indício, na Supercopa disputada hoje no Nissan Stadium, em Yokohama, é que sim. O Urawa Reds, que passou por uma grande reformulação após a chegada do técnico espanhol Ricardo Rodríguez ano passado, conquistou a Copa do Imperador e segue evoluindo, conseguiu anular o futebol ofensivo do Golfinho e foi mais perigoso nas poucas vezes em que chegou ao ataque, vencendo por 2x0 com dois gols de Ataru Esaka, um dos maiores talentos da J.League que a Europa não levou, e assistências de Hiroki Sakai e Takahiro Akimoto.

O Frontale teve dois desfalques por covid (não foi revelado quem, mas o único usual titular não relacionado hoje foi o volante Tachibanada), além de Jesiel, que sofreu uma lesão nos ligamentos do joelho em novembro e ainda deve ficar alguns meses em recuperação. A novidade era a estreia do craque tailandês Chanathip Songkrasin, que fez um primeiro tempo discreto na ponta esquerda, mas melhorou no segundo jogando mais centralizado (na posição que era de Hatate) e criou uma das melhores chances do Kawasaki. A outra boa chance veio de um passe do brasileiro Marcinho, mas Chinen, que saiu do banco para substituir Leandro Damião, mandou para fora. Em questão de volume ofensivo e chances criadas, foi uma atuação bem abaixo do que o Frontale costuma ter. "Foi um jogo bom para melhorar nossa preparação pensando na rodada de abertura", ponderou o técnico Toru Oniki.

No Urawa, jogadores importantes e potenciais titulares como Junker, Koizumi e Matsuo não estavam entre os relacionados. A imprensa japonesa colocou nas prévias uma possível formação com três zagueiros para enfrentar o Kawasaki. Quando saiu a escalação, imaginou-se um 4-3-3 com três volantes, mas no fim das contas era só uma variação do 4-2-3-1 padrão de Rodríguez, com Atsuki Ito posicionado como meia, mas focado na marcação. Sem nenhum centroavante, coisa que o Urawa tem feito com frequência, Akimoto fazia o papel do falso nove pressionando a saída de bola junto com Esaka. Rodríguez admitiu que queria que seu time atacasse mais, mas o objetivo era "não deixar o Kawasaki jogar seu futebol com tranquilidade". E deu certo.

Além da presença de ofensiva de Esaka, um típico camisa dez que gosta de pisar na área e finalizar, e da movimentação de Akimoto, fez a diferença também a imposição física de Sakai na lateral direita (grande vitória pessoal para ele pensando também na disputa com Yamane pela titularidade na seleção), ótimo no apoio e também na marcação, tanto que nem Chanathip no primeiro tempo e nem Marcinho no segundo conseguiram algo atacando pelo lado dele. Por fim, o mais combativo dos volantes do Reds, Shibato, ganhava a maioria das disputas pelo meio e não deixava o Frontale impor seu ritmo.

Esaka, com dois gols, foi o nome da conquista do Urawa Reds na Supercopa — Foto: Nikkan Sports

A temporada 2022 da J.League começa na próxima sexta (18/02), quando o Frontale enfrenta no Todoroki mais um desafiante que ter tirar seu trono, o FC Tokyo. Já o Urawa Reds abre sua campanha no sábado (19/02) em Kansai, contra o recém-promovido Kyoto Sanga. Fique ligado que em breve será publicado aqui o guia do campeonato com informações sobre todos os times.

Formações iniciais e notas dos jogadores: o Urawa Reds atuou sem centroavante fixo, com os meias Esaka e Akimoto se movimentando e pressionando na frente, além dos mais defensivos Shibato, Iwao e Ito no meio, dificultando a criação do Kawasaki Frontale. Esaka, com dois gols, foi o melhor em campo, com destaque também para Sakai, Shibato, Scholz e Akimoto — Foto: Futebol no Japão

Fujifilm Super Cup 2022
Kawasaki Frontale 0x2 Urawa Reds

Nissan Stadium, Yokohama - Público: 18.558
Gols: Ataru Esaka (7'), Ataru Esaka (81')

Número de títulos da Supercopa do Japão:
6 - Kashima Antlers (1997, 1998, 1999, 2009, 2010, 2017)
4 - Sanfrecce Hiroshima (2008, 2013, 2014, 2016)
3 - Tokyo Verdy (1994, 1995, 2005)
3 - Júbilo Iwata (2000, 2003, 2004)
2 - Gamba Osaka (2007, 2015)
2 - Kawasaki Frontale (2019, 2021)
2 - Nagoya Grampus (1996, 2011)
2 - Shimizu S-Pulse (2001, 2002)
2 - Urawa Reds (2006, 2022)
1 - Kashiwa Reysol (2012)
1 - Cerezo Osaka (2018)
1 - Vissel Kobe (2020)

Os mais votados no concurso de popularidade dos mascotes: ao centro, o campeão, Marinos-kun (Yokohama F-Marinos); à esquerda, o segundo colocado, Vivi-kun (V-Varen Nagasaki); à direita, fechando o pódio, Grampus-kun (Nagoya Grampus) — Foto: J.League

Como já é tradição desde 2013, o vencedor da votação de mascote mais popular foi anunciado durante a Supercopa. Desta vez o campeão foi inédito: Marinos-kun, do Yokohama F-Marinos. Na verdade, foi o segundo título do Tricolore, mas da outra vez que venceu, em 2020, o clube competiu com seu outro mascote, Marinosuke. Foi a primeira vez que um time ganhou o título com mascotes diferentes.

Vencedores do concurso de mascotes:
Vegatta (Vegalta Sendai): 2013, 2016
Vivi-kun (V-Varen Nagasaki): 2014, 2021
Sanche (Sanfrecce Hiroshima): 2015, 2017
Grampus-kun (Nagoya Grampus): 2018, 2019
Marinosuke (Yokohama F-Marinos): 2020
Marinos-kun (Yokohama F-Marinos): 2022

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