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Espanha x Uruguai: clássico no Recife marca busca da taça que falta

Bicampeã europeia e campeã do mundo, geração histórica da Fúria agora busca o título da Copa das Confederações, objeto de desejo da Celeste

Por Recife

Copa das Confederações 2009 - Espanha x Estados Unidos - David Villa (Foto: Reuters)Em 2009, David Villa lamenta derrota para os
EUA na Copa das Confederações (Foto: Reuters)

De um lado, uma seleção tricampeã europeia e campeã do mundo. Do outro, um adversário duas vezes campeão mundial e outras quinze vezes dono da América. Rivais também campeões olímpicos. Mas que nunca levantaram a Copa das Confederações. São coincidências que marcam o clássico entre Espanha e Uruguai e engrandecem ainda mais o confronto que vai abrir o Grupo B na Arena Pernambuco no próximo domingo, às 19h.

Falta a Copa das Confederações à Espanha. O torneio é um porém no currículo daquela que já é, com sobras, a geração mais vitoriosa da Fúria. E os jogadores estão no Brasil para eliminá-lo. É a busca por uma espécie de tríplice coroa, a soma das três competições mais difíceis entre seleções, que motiva os campeões do mundo.

Claro, uma Copa das Confederações não tem o mesmo peso de uma Eurocopa, muito menos da Copa do Mundo. Não é ganhar ou perder esse torneio que determinará quão vitoriosa foi a carreira de figuras como Xavi, Iniesta, Villa, Casillas, Fernando Torres. Mas a ideia do ciclo completo seduz os jogadores. Até porque boa parte deles estava na campanha frustrada da Copa das Confederações de 2009.

- É um torneio fundamental para nós. É um título que nos falta. Foi por isso que viemos para cá – disse o meia Jesús Navas.

ANO CAMPEÃO
1997 Brasil
1999 México
2001 França
2003 França
2005 Brasil
2009 Brasil

Em 2009, a Espanha levou à África do Sul, para a Copa das Confederações, a gênese da seleção que seria campeã mundial no ano seguinte, no mesmo país. Na primeira fase, a Fúria venceu seus três jogos: 5 a 0 na Nova Zelândia, 1 a 0 no Iraque, 2 a 0 na África do Sul. Foi às semifinais, e aí perdeu para os Estados Unidos, por 2 a 0.

Dos 11 jogadores que começaram a partida contra os americanos naquele 24 de junho, em Bloemfontein, apenas quatro não estão na nova edição da Copa das Confederações: Puyol, Capdevilla, Xabi Alonso e Riera. Os outros sete agora têm uma segunda chance: Casillas, Piqué, Sergio Ramos, Xavi, Fábregas, Villa e Fernando Torres. No banco daquela equipe estavam figuras hoje fundamentais para o time de Vicente del Bosque – casos de Busquets, David Silva e Juan Mata.

A perda do título em 2009 abalou a crença sobre a Espanha. Ela era favorita, especialmente pela conquista da Eurocopa do ano anterior. Quando caiu para os Estados Unidos, voltou a conviver com dúvidas – e com a fama de eterna perdedora. Mas os rótulos foram por água abaixo. Em 2010, ganhou a Copa do Mundo. Em 2012, mais uma Euro. E agora busca o ineditismo que lhe resta.

- Um campeonato deste nível é sempre importante. Ser no Brasil, pela tradição que tem, é algo mais especial. É mais do que motivador. Viemos com a mentalidade de vencer. Nos falta a Copa das Confederações – afirmou o atacante Roberto Soldado.

A Espanha conquista o título da Eurocopa (Foto: Getty Images)O goleiro Iker Casillas levanta a Eurocopa de 2012: Copa das Confederações pode coroar a geração mais vitoriosa da seleção espanhola (Foto: Getty Images)

Um título para resgatar a autoestima celeste

O Uruguai, por outro lado, não vive sua era mais vencedora no futebol. Mas não deixa de ser gigante. Bicampeã mundial em 1930 e 1950, bicampeã olímpica em 1924 e 1928 e ainda 15 vezes campeã da Copa América, sendo a última em 2011, a Celeste também chegou ao Brasil com o discurso de buscar a taça que lhe falta.

O histórico na competição, no entanto, é curto. Das seis Copas das Confederações realizadas, o Uruguai disputou apenas a primeira, em 1997, na Arábia Saudita. Terminou na quarta colocação depois de ser derrotado pela Austrália na semifinal e pela República Tcheca na decisão do terceiro lugar. Em cinco jogos, três vitórias e duas derrotas.

- Para ganhar, é preciso jogar muitas vezes. E esta será apenas a nossa segunda participação. A Copa das Confederações foi ganhando relevância com o passar dos anos e se tornou tradicional no ano anterior ao Mundial. Ser campeão é um objetivo alto e depende de muitos aspectos. Prefiro usar um pensamento comum: vamos jogar primeiro a estreia e só depois pensar nos outros jogos. Nossa aspiração é passar para as semifinais. E teremos de trabalhar muito para alcançar esse objetivo - disse o técnico Óscar Tabárez.

Se a Espanha vai tentar coroar de vez a sua mais vitoriosa geração, o Uruguai busca recuperar a autoestima. Após surpreender com o quarto lugar na última Copa do Mundo e vencer a Copa América de 2011, os comandados de Tabárez vivem um momento irregular e ocupam apenas a quinta colocação nas eliminatórias sul-americanas. Um panorama que pode ser revertido com o título que lhe falta.

jogadores uruguai com a taça da copa américa (Foto: Agência Reuters)Depois do título da Copa América em 2011, Celeste vive momento de irregularidade, mas quer dar a volta por cima com a única taça que falta em sua estante (Foto: Agência Reuters)

- Vai ser um torneio difícil, que reúne as melhores seleções do momento. Nosso único objetivo é ganhar. Com o prestígio que o Uruguai tem, o fato de ser o único título internacional que falta nos faz ter ainda mais desejo de conquistá-lo - resumiu o atacante Luis Suárez.

O primeiro tira-teima dessa luta por objetivos parecidos será no próximo domingo, quando Uruguai e Espanha vão se enfrentar na Arena Pernambuco, às 19h (de Brasília), pela primeira rodada do Grupo B.