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Por Ivan Raupp — Sochi, Rússia


Boletim #7: torcida em Sochi fica devendo, e seleção russa ganha confiança

Boletim #7: torcida em Sochi fica devendo, e seleção russa ganha confiança

Chamar Julian Draxler de promessa é, no mínimo, injusto. O meia-atacante alemão já é uma realidade do futebol europeu e vem aumentando seu destaque a cada temporada. Aos 23 anos, firmou-se como titular da seleção alemã, mesmo quando ela está com 100% da força. E é o líder, capitão e maestro do time de jovens e/ou novatos que foi convocado para a disputa desta Copa das Confederações na Rússia. Ou seja, ao mesmo tempo é o presente e o futuro da atual campeã mundial.

Em meio a uma equipe ainda insegura, que contou por exemplo com falha do goleiro Leno e lances de nervosismo de Julian Brandt na segunda-feira em Sochi, coube a Draxler o papel de organizar a casa. Enquanto no Paris Saint-Germain ele joga de forma ofensiva pelas pontas, contra a Austrália ele foi o dono do meio-campo. Distribuiu passes, armou jogadas, orientou os companheiros, movimentou-se bastante, fez gol e foi essencial na vitória por 3 a 2, no jogo de estreia pelo Grupo B. Tanto é que, com muita justiça, foi eleito o melhor jogador da partida pela Fifa.

Draxler comemora o gol de pênalti que marcou contra a Austrália — Foto: REUTERS / Kai Pfaffenbach

A camisa 7, somada às funções tanto táticas quanto emocionais que exerceu em campo, fizeram com que ele lembrasse Bastian Schweinsteiger, que recentemente se aposentou da seleção. Draxler é o líder da nova geração que pretende manter a Alemanha no topo nos próximos anos. Após a vitória sobre os australianos, recebeu uma chuva de elogios do técnico Joachim Löw.

- Ele é o capitão porque é "o cara". É novo, mas tem experiência. Esteve com a gente na Copa em 2014 e na Euro de 2016. Já tem vários jogos pela seleção. Essa função (da braçadeira) é nova para ele, e foi muito bem. O time tem muita energia, todos são muito ambiciosos. Muitos estão disputando o primeiro torneio com a seleção, e eles veem Draxler como exemplo. Estou muito feliz com o que ele faz dentro e fora de campo. Nem todos conseguem lidar com esse tipo de responsabilidade, e acho que ele está indo muito bem - disse o treinador, ao ser questionado pelo GloboEsporte.com durante coletiva de imprensa.

Apesar da pouca idade, Draxler age como veterano. Afirmou que sabe da pressão e da importância de jogar na seleção e tratou de dividir a liderança com outros do time. Segundo o atleta do PSG, não é só ele quem fala no vestiário, mas também vários companheiros. Na sequência, analisou a atuação alemã contra os australianos.

Draxler com a garotada no treino da Alemanha em Sochi: jogador é o mais assediado do grupo — Foto: GloboEsporte.com

- Foi um jogo importante, e começamos bem com esses três pontos. Acho que jogamos bem no primeiro tempo, e no segundo nos faltou experiência para finalizar a partida. Precisamos de mais treino. Não é algo que dá para desenvolver em um ou dois jogos. Mas acho que fomos bem neste começo - declarou na breve coletiva de "Man of the Match".

Quem é Julian Draxler?

Nascido na pequena cidade de Gladbeck, na Alemanha, Julian Draxler defende a seleção alemã desde as categorias de base. Estreou no futebol profissional aos 17 anos, em 2011, pelo Schalke 04, onde ficou até 2015. De lá foi para o Wolfsburg. E depois de uma temporada e meia, foi contratado pelo rico PSG. Apesar do pouco tempo no time francês, logo se firmou como titular, mandando o brasileiro Lucas para o banco. Em seis meses, obteve bons números: disputou 25 jogos e marcou 10 gols. A próxima temporada em Paris promete para Draxler. E toda a Alemanha estará de olho, afinal, ele tem talento para ser uma das figuras principais da Copa do Mundo de 2018 na Rússia.

Novamente sob a liderança de Draxler, a Alemanha volta a campo na próxima quinta-feira para enfrentar o Chile em Kazan. A bola rola às 15h (de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV. O GloboEsporte.com vai acompanhar todos os detalhes em Tempo Real

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