Reina na coletiva desta segunda(Foto: agência EFE)

O goleiro Pepe Reina ainda não jogou um minuto sequer na Copa do Mundo, mas foi decisivo para a classificação espanhola para as semifinais. O jogo contra o Paraguai seguia 0 a 0, já no segundo tempo, quando o árbitro marcou pênalti para os sul-americanos. O atacante Cardozo bateu rasteiro, no canto esquerdo, e Casillas defendeu. Depois do jogo, o goleiro atribuiu a intervenção a uma dica de Reina.

É que dois meses antes, Reina havia enfrentado Cardozo em duas cobranças de pênalti no jogo entre seu time, o Liverpool, e o Benfica pela Liga Europa. Um exemplo clássico da globalização do futebol - um goleiro espanhol, defendendo um clube inglês, diante de um paraguaio atuando por um time português.
Naquela oportunidade, Cardozo marcou os dois gols batendo da mesma maneira - canto esquerdo baixo.

Mas Reina riu por último, e justo numa partida decisiva de Copa do Mundo.

- Antes de uma partida, nós sempre analisamos os possíveis cobradores do adversário. Eu tinha tido essa experiência com o Cardozo e passei ao Casillas. No fim das contas, não sei se isso mais ajuda ou deixa o goleiro em dúvida. Mas neste caso felizmente funcionou - comemorou Reina.

Com o auxílio de Reina, a Espanha conseguiu evitar o gol no único pênalti que teve contra si até agora na Copa. Só que o time não tem sido tão feliz quando o pênalti é a seu favor. Já foram duas cobranças, ambas desperdiçadas por David Villa e Xabi Alonso. Um jornalista espanhol sugeriu então que Reina, o especialista em pênaltis, também desse uma mãozinha lá na frente...

- Assim como nós conhecemos os atacantes, imagino que eles também conheçam os goleiros adversários. Nós tentamos colaborar sempre, mas diria que minha especialidade não é exatamente ajudar atacantes a fazer gol... - brincou o goleiro.

O técnico Vicende Del Bosque aproveitou para destacar a participação de Reina e dos outros reservas na campanha espanhola.

- Ao fim dos jogos sempre penso naqueles que gostariam de ter participado, mas não puderam fazê-lo. Caso dos dois goleiros, que não jogaram nenhuma vez na Copa e mesmo assim estão sempre apoiando o time. Jogam praticamente uma partida lá do banco de reservas. Tentaremos que todos fiquem satisfeitos neste Mundial, até porque o êxito, se vier, será de todos os 23, não apenas de 11.