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Por Globoesporte.com

Em 1962 a Nasa lançou um satélite que seria usado nas transmissões da Copa de 1970. Seu nome era Telstar, abreviação de Television Star (estrela da televisão, em inglês). Deste satélite não nasceu apenas a inspiração para o nome da bola da Copa de 1970, ela foi modelo também para o seu design. Inovadora, a bola Telstar de 1970 seria a primeira com 32 gomos usada em um Mundial. Estes gomos eram 20 hexágonos brancos e 12 pentágonos pintados de preto, para melhorar o contraste nos televisores da época. Depois de 48 anos, a fabricante resolveu homenagear esta bola precursora e batizou a que será usada na Copa da Rússia como Telstar 18. E para manter a tradição, ela também traz uma inovação: será a primeira bola interativa das Copas.

gif bola abrindo — Foto: infoesporte

A pintura em preto e branco lembra o modelo de 1970, porém pequenos quadrados na pintura são os pixels que representam a entrada da bola no mundo digital. Isso porque existe um chip instalado nela que permite a interatividade através de um dispositivo, como um smartphone, por exemplo.

O desenho de seus painéis segue a ideia implementada na Brazuca, a bola da Copa de 2014. Através de programas 3D os designers chegaram a uma forma que se repete seis vezes e se encaixa, formando a bola.

As camadas

Materiais modernos compõem as quatro camadas da Telstar 18. A melhoria dos materiais ao longo dos anos aumentou a estabilidade, a proteção e a durabilidade da bola.

  1. Camada externa
    Os seis gomos de plástico encaixados possuem uma textura que ajuda a dar estabilidade. A selagem dos gomos com calor, que substituiu as costuras nas bolas da Copa desde 2006, a deixa impermeável.
  2. Borracha
    Feita com uma espuma especial, esta camada é responsável por manter a elasticidade da bola, além de ajudar a proteger as camadas internas.
  3. Tecido de proteção
    Mais fina camada interna, ela fica ligada à câmara de ar para aumentar a proteção e durabilidade dos materiais.
  4. Câmara de ar
    Feita com quatro painéis colados, ela mantém toda a unidade estrutural, podendo ter uma pressão que varia de 0,8 a 1 BAR.

Após a Jabulani, bola da Copa de 2010, a fabricante entendeu que os sulcos que separam os gomos têm uma função importante no equilíbrio da bola. Por isso, a versão seguinte (Brazuca, 2014) teve seus gomos desenhados para aumentar o tamanho dessas ranhuras. Como o resultado obtido com jogadores foi positivo, resolveram ampliar ainda mais o tamanho desses espaços na Telstar 18.

Testes

Depois de pronta, a bola passa por vários testes para verificar se ela atinge as exigências da Fifa. Impermeabilidade, resistência e equilíbrio são alguns dos itens testados na sede do fabricante, em Herzogenaurach, na Alemanha.

A bola é pressionada várias vezes num recipiente com água e depois pesada para verificar se há absorção de líquido.

Um microfone no chão mede se há diferença de desvio em dois quiques da bola

Sensores comparam o grau de redondeza da bola antes e depois dos testes.

A bola é jogada a 50km/h centenas de vezes contra uma placa de metal para verificar se há deformações.

Um robô chuta a bola para testar a estabilidade de sua trajetória no ar.

Chip na bola

Será a primeira vez que a bola de uma Copa do Mundo terá um chip interno. A tecnologia usada nele é a NFC (Near Field Communication), que permite a comunicação com smartphones e tablets através de um aplicativo.

Este não é o mesmo chip que mostra se a bola entrou no gol, apenas as telas acima aparecem quando conectamos. No entanto, pela evolução dos materiais dos últimos quatro modelos, podemos esperar algo mais interativo para a Copa de 2022.

Laboratório de Tecnologia e Inovação da Adidas

banner bolas — Foto: infoesporte

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