Aos 57 anos e nascido na então Iugoslávia, na cidade de Livno, onde hoje fica a Bósnia e Herzegovina, Dalic tem família de origem croata. Sua história no futebol começou como jogador, aos 17 anos, quando estreou profissionalmente pelo clube croata Hajduk Split, em 1983. Na função de volante, Dalic não chegou a ter grande sucesso, tendo passado por clubes como Cibalia, Podgorica, Velez Mostar e Varteks, entre Croácia, Bósnia e Montenegro.

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Foi no mesmo clube croata Varteks, no qual se aposentou dos gramados em 2000, que Zlatko Dalic começou sua carreira fora de campo. Ele foi diretor do clube, assistente técnico de Miroslav Blazevic - técnico croata que levou o país ao terceiro lugar na Copa de 1998 - e depois seria levado ao posto de treinador, já em 2005.

Católico praticante, Dalic sempre carrega com um terço no bolso, que usa para rezar antes das partidas.

- A fé me dá força! Ando sempre com um terço no bolso e nunca deixo de rezar antes dos jogos. Agradeço a Deus diariamente por me ter concedido força e fé, mas também por me ter permitido fazer algo na vida - disse o treinador ao jornal católico Glas Koncila, da Croácia.

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A relação com a igreja, aliás, vem ainda da infância. Hoje, Dalic passa para os dois filhos Toni e Bruno sua proximidade com a religião e a fé. Ele costuma frequentar as missas aos domingos sempre que pode:

- Ao lado da casa dos meus pais havia um mosteiro franciscano. Cheguei a ser um coroinha. Me sentia feliz por ir à missa. Foi a minha mãe (Kata) que me ensinou e encaminhou para a fé. Foi isso que tentei também fazer aos meus dois filhos.

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À beira do campo, depois de levar o Varteks à final da Copa da Croácia, competição a qual perdeu para o Rijeka, Dalic assumiu o comando do Rijeka em 2007, e depois passou pelo Dínamo Tirana e Slaven Belupo, antes de uma longa passagem pelo Oriente Médio. Ele treinou os clubes da Arábia Saudita Al-Faisaly e Al-Hilal, emendando depois três anos nos Emirados Árabes Unidos pelo Al-Ain, onde conquistou o um título e chegou à final da Liga dos Campeões da Ásia.

- Passei sete anos por lá, o que me permitiu fazer o meu nome e obter bons resultados. Isso foi muito positivo para a minha carreira, pois adquiri experiência e vivência. Foi por isso que quis chegar com bastante antecedência ao Catar, para disputar alguns jogos e facilitar a adaptação dos meus jogadores às condições locais. Chegar com antecedência é benéfico em vários aspectos. Vários jogadores já estão acostumados com partidas importantes, então minha experiência com relação ao contexto local pode ser uma vantagem para nós, ainda que não a gente não dependa só disso - disse o técnico em entrevista ao Fifa+ ainda antes da Copa.

A chegada de Zlatko Dalic à Croácia foi em outubro de 2017, após a demissão de Ante Cacic. Logo ao ser anunciado, ele afirmou que só permaneceria como treinador se classificasse o país para a Copa do Mundo da Rússia. O caminho não foi simples. A equipe terminou em segundo lugar em seu grupo, atrás da Islândia, e teve que jogar a repescagem - venceu a Grécia no primeiro jogo por 4 a 1 e depois empatou sem gols para conquistar a vaga na Rússia. Foi só então que Dalic assinou um contrato longo, válido até 2020.

Na Copa do Mundo da Rússia, a Croácia foi primeira colocada na primeira fase num grupo com Argentina, Islândia e Nigéria. Depois, eliminou Espanha, Rússia e Inglaterra, até perder a final para a França por 4 a 2.

No Catar, Dalic e seus comandados estão a um passo de repetir o feito e ir à final. Para isso, terão que passar pela Argentina na terça-feira, às 16h (de Brasília). A seleção europeia que participa de Copas apenas desde 1998, já eliminou Japão e Brasil neste mata-mata.

- Ser o técnico da Croácia é um orgulho para mim. Naturalmente, o sucesso que obtive com o meu país também me orgulha e me traz uma alegria imensa. Minha carreira de treinador é uma parte fundamental da minha vida - disse o treinador ao Fifa+, citando na sequência que tem aprendido a lidar melhor com a pressão e as críticas.

- As pessoas têm memória curta, se esquecem rápido das vitórias e já saem criticando no menor deslize. É a mesma coisa com a imprensa. Eu entendo e aceito, já vi como as coisas funcionam e consigo administrar a pressão. Não é fácil, mas estou pronto, me concentro no meu trabalho. As críticas são bem-vindas, desde que sejam construtivas - concluiu.