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Por Marcelo Braga — São Paulo


Nome certo do México nos últimos três ciclos de Copa do Mundo (2010, 2014 e 2018), o atacante Javier Hernández, o Chicharito, não é opção para o técnico Gerardo "Tata" Martino no Catar. O jogador de 34 anos é o maior artilheiro da história do México, com 50 gols.

No Los Angeles Galaxy, os números jogariam a favor: foram 19 gols e duas assistências em 34 partidas em 2022. Em 2021, 17 gols em 21 jogos, com mais dois passes. Já em 2020, no primeiro ano da pandemia de Covid-19, foram seis gols, divididos entre jogos por West Ham, da Inglaterra, Sevilla, da Espanha, e LA Galaxy.

A última convocação do ex-atacante de Real Madrid e Manchester United, porém, aconteceu há mais de três anos: em 10 de setembro de 2019, na derrota por 4 a 0 para a Argentina num amistoso. E a ausência da seleção, de acordo com a imprensa mexicana, não seria por falta de gols.

Chicharito e Neymar nas oitavas da Copa de 2018 — Foto: David Gray/Reuters

Segundo o jornalista José Ramón Fernández, da ESPN, a razão foi extracampo: Chicharito teria levado duas garotas de programa para a concentração em jogos nos Estados Unidos, as esposas de alguns jogadores descobriram e houve um grande mal-estar no elenco. O repórter diz ter ouvido isso do próprio Tata Martino.

– O grupo se opôs, Chicharito não soube pedir desculpas a tempo. Martino falou com o jogador, e ele negou tudo – diz o repórter.

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No mês passado, em entrevista também à ESPN, Chicharito disse que recentemente teve uma conversa com o treinador argentino e que entenderia as razões para ficar fora da seleção.

– Conversei com ele há meses, tivemos duas chamadas em que as coisas ficaram claras e se resolveu o que precisava se resolver. Eu o chamei, depois ele me chamou e nós dois pensamos ser o momento certo para discutir sobre as questões que ambos tinham e, no final, tudo se resolveu. Martino decide o que é melhor para a Seleção e para os atacantes que ele crê que o ajudarão.

Chicharito comemora gol pelo LA Galaxy — Foto: Shaun Clark/Getty Images

E Carlos Vela?

Outro veterano da Major League Soccer que não faz parte da seleção é Carlos Vela, de 33 anos.

Jogador do Los Angeles FC desde 2018, Vela fez 38 gols em 36 partidas em 2019, com 11 assistências. Nos outros anos, os números caíram: nove em 13 jogos em 2020, cinco em 20 partidas em 2021 e, neste ano, foram 12 em 38.

Ele atuou na Copa do Mundo da África do Sul em 2010. Meses depois, foi punido pela Federação Mexicana com um gancho de seis meses por ter participado de uma festa também com garotas de programa após uma partida contra a Colômbia. A partir daí, viveu um período de desinteresse em relação à Seleção, recusando a convocação para os Jogos Olímpicos de 2012, num torneio em que o México ficou com a medalha de ouro em Londres.

Carlos Vela em disputa com Willian em 2018 — Foto: Reuters

Em 2014, quando defendia o Real Sociedad, da Espanha, ficou fora da Copa do Mundo ao não mostrar interesse em disputá-la após conversa com o técnico Miguel Herrera. No fim daquele ano, voltou a receber chances e ganhou espaço, voltando a disputar um Mundial em 2018, na Rússia.

Para o atual ciclo, o jogador chegou a ser sondado pelo técnico Tata Martino para fazer parte do grupo, mas disse não tinha interesse em jogar mais uma Copa.

– Um treinador de seleção precisa convencer um jogador a vir? O convencimento é quando temos algum problema pessoal (...) Para a seleção precisa querer vir – disse Martino, no início do mês.

Vela e Chicharito em 2018

Tanto Vela quanto Chicharito foram titulares na Copa da Rússia e participaram da eliminação do México nas oitavas de final, quando o time de Osório perdeu por 2 a 0 para o Brasil de Tite. Relembre:

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