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Por Diego Ribeiro — São Paulo


Melhores momentos: Chile 0 x 3 Peru pelas semifinais da Copa América 2019

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Por mais que o discurso do técnico Ricardo Gareca e dos jogadores seja de que o Peru não vai abrir mão de seu estilo de jogo, é difícil acreditar que a seleção vá repetir na final da Copa América a estratégia que deu (muito) errado na derrota por 5 a 0 para o Brasil, na fase de grupos, dia 22 de junho, na Arena Corinthians.

Na ocasião, a seleção peruana tentou propor o jogo, de igual para igual, deu espaços para o Brasil e logo viu o rival construir a goleada – 3 a 0 já no intervalo.

O Peru que vai a campo neste domingo, às 17h (de Brasília), no Maracanã, é bem diferente daquele de duas semanas atrás. E, com estrutura diferente na equipe, dificilmente vai se arriscar tanto quanto fez em Itaquera.

Guerrero é a alma da seleção peruana na Copa América — Foto: Reuters

Contra o Brasil, o Peru jogou com: Gallese, Advíncula, Araujo, Abram e Trauco; Tapia, Yotún, Polo, Cueva e Farfán; Guerrero.

No passeio de 3 a 0 sobre o Chile, o time teve três mudanças, fundamentais para mudar o funcionamento do time: Zambrano substituiu Araujo na zaga, e os rápidos Flores e Carrillo assumiram as vagas de Polo e Farfán – este último, por lesão, está fora de combate.

Gallese, caído no gol de Firmino, é um goleiro bem mais confiante após duas grandes atuações no mata-mata — Foto: Miguel Schincariol/AFP

O que mudou em campo?

  • Zambrano, 30 anos, é o zagueiro mais experiente e rodado do elenco, com carreira toda feita na Europa – bom no jogo físico e na bola aérea, é quem carrega o jovem Abram (23 anos);
  • Se alguém não conhecia Flores e Carrillo, pôde ver a velocidade da dupla contra o Chile – contra-ataques devem ser a busca de Ricardo Gareca contra o Brasil;
  • Polo e Farfán, ao contrário, formavam com Cueva um trio talentoso, de posse de bola, mas muito lento na recomposição – o que frequentemente deixou a defesa exposta no jogo contra a Seleção;
  • Gallese, cheio de confiança após a grande atuação, cresceu muito desde o erro infantil que resultou no segundo dos cinco gols brasileiros, marcado por Roberto Firmino. Contra o Uruguai, fez boas defesas e pegou pênalti de Suárez; contra o Chile, fez segundo tempo impecável e pegou outro pênalti, de Vargas. Fora a defesa na penalidade de Gabriel Jesus;
  • Coletivamente, o time agora se fecha bem em duas linhas de quatro sem a bola, com Cueva e Guerrero mais soltos. Assim como no jogo contra o Uruguai, principalmente, a ideia deve ser esperar o adversário;
  • Com a bola, o esquema é o 4-2-3-1, com Flores e Carrillo pelos lados e Cueva próximo de Guerrero, como na imagem abaixo.

Possível formação do Peru para a final da Copa América; se Flores não puder jogar, Gonzáles deve assumir vaga — Foto: GloboEsporte.com

Mas, calma: a seleção do Peru não se tornou imbatível em tão pouco tempo. Há bons pontos que já deram certo na goleada e outros que podem passar a ser explorados na decisão de domingo.

Apesar de não ter sofrido gols contra Uruguai e Chile, nas quartas e semifinal, o Peru é um time que permite muitas (mesmo!) finalizações dos adversários. Desde o jogo contra o Brasil, a seleção de Ricardo Gareca perdeu feio as disputas nesse quesito:

  • Brasil: 18 finalizações, contra 8 do Peru;
  • Uruguai: 15 finalizações, contra 9 do Peru;
  • Chile: 18 finalizações, contra 8 do Peru.

Melhores momentos: Peru 0 x 5 Brasil pela 3ª rodada da fase de grupos da Copa América

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Com a pontaria da Seleção ficando afiada, Everton, Coutinho e companhia podem se beneficiar dos arremates, inclusive de fora da área, mesmo com Gallese em grande fase.

Além disso, os avanços de Daniel Alves pela direita certamente vão conter Edison Flores, que joga por ali (como saiu lesionado contra o Chile, pode perder a final e ser substituído por Christofer Gonzáles). Do outro lado, mesmo cenário se Alex Sandro forçar jogo em cima de Carrillo.

No ataque, Paolo Guerrero é quem faz o jogo andar no Peru: nos 5 a 0, foi substituído logo aos 10 minutos do segundo tempo. Enquanto ficou em campo, tentou três finalizações, mas foi "encaixotado" por Marquinhos e Thiago Silva, com poucas oportunidades de fazer o pivô, sair da área e armar jogadas para os companheiros.

Se Guerrero for anulado, então, as chances do Brasil aumentam muito. Tite e sua comissão técnica sabem que será preciso ter muito mais suor e paciência para superar a barreira peruana na final.

Comemoração brasileira, lamentação peruana: rotina nos 5 a 0 — Foto: Marcos Ribolli

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