Etaeta disse que jogar no Brasil é oportunidade davida para taitianos (Foto: Marcos Ribolli)
A primeira vez ninguém esquece. O chavão é facilmente confirmado pelos jogadores taitianos. Os olhares deslumbrados a cada treino e a cada entrevista deixam evidente o quanto estar no Brasil para disputar a Copa das Confederações será um feito lembrado para sempre pelos atletas e a delegação do Taiti, pequeno país da Polinésia Francesa. Esta será não só a primeira competição oficial da seleção fora da Oceania. A partida contra a Nigéria, nesta segunda-feira, no Mineirão, às 16h, será a estreia da seleção em jogos oficiais regulamentados pela Fifa longe de seu continente. O GLOBOESPORTE.COM transmite o pré-jogo a partir das 15h e a partida logo em seguida, bem como o SporTV.
Fazer história apenas por disputar uma partida - no caso, três - pode ser difícil de entender aos olhares dos brasileiros, tão acostumados a ver o futebol de forma profissional e vencedora. Exemplo: há quase 33 anos o Taiti fez sua única partida oficial contra uma equipe de fora da Oceania. Foi em uma derrota para o México, por 1 a 0, em setembro de 1980, em jogo realizado na própria ilha da Polinésia Francesa. No mais, apenas jogos contra Austrália, Nova Zelândia e demais ilhas que disputam um futebol amador.
- É um prazer para nós, do Taiti. Uma experiência muito, muito boa. Penso que é bom representar 99% do futebol do mundo, que é amador. Apenas 1% do futebol é profissional. O Taiti é uma ilha pequena, uma boa experiência para o nosso futuro. Queremos que o futebol cresça no nosso país. É uma preparação para o nosso país. Vir para o Brasil é a oportunidade da nossa vida - afirmou Eddy Etaeta, técnico da seleção.
Seria um equívoco, no entanto, dizer que o Taiti pouco jogou até então. Oficialmente, a seleção da Polinésia Francesa disputou 132 partidas oficiais, todas no continente. Foram 65 amistosos, 32 jogos de eliminatórias para Copa do Mundo e outros 35 confrontos na Copa das Nações da Oceania. Neste último torneio, sagrou-se campeão em 2012, superando a Nova Caledônia na final. A conquista já foi um feito para os taitianos, em uma competição que tinha a Nova Zelândia como franca favorita e que ficou pelo caminho, perdendo para os vice-campeões na semifinal - a Austrália, desde 2007, participa de competições da Fifa como seleção asiática.
- Nem acreditamos quando nos classificamos. Pela primeira vez uma ilha representa a Oceania, depois de 14 anos de Austrália e Nova Zelândia se classificando. Nunca pensamos que seria possível. Agora, só pensamos na Copa das Confederações - disse o goleiro Xavier Samin, presente no único título da história do país.
Conquista da Copa da Oceania ainda causa espanto entre os próprios taitianos (Foto: Reprodução Fifa.com)O amadorismo é tanto entre os taitianos que o único profissional, Marama Vahirua, disputará sua primeira partida com a camisa da seleção. Longe da Oceania, já que sempre atuou na França e agora joga na Grécia, o jogador ficava fora das convocações de Eddy Etaeta. O treinador, aliás, elege o goleiro Samin como referência da equipe.
- No nosso time temos o goleiro Xavier Samin, de 36 anos, e que já disputou 15 torneios amadores. E temos o Marama, que é o único profissional e vai disputar a primeira competição oficial. A média de idade do nosso time é 25 anos. Portanto, é uma excelente oportunidade disputar a Copa das Confederações.