Os brasileiros Julião Neto, do peso mosca (até 52kg), e Myke Carvalho, do meio-médio (até 69kg), não passaram das semifinais do boxe nesta quarta-feira e ficaram com a medalha de bronze no Pan. Enquanto Julião foi dominado pelo dominicano Dagoberto Aguero Arias, Myke fez duelo muito equilibrado com o cubano Carlos Delvis Banteurt e perdeu apenas no número de golpes.
- Não fiquei satisfeito com a medalha de bronze pelo modo como perdi. Os juízes entenderam que ele deu mais golpes, mas eu também bati no terceiro round. Mas isso é boxe. A gente precisa ter dois corações, um para rir e outro para chorar. Infelizmente o meu chorou hoje - lamentou Myke Carvalho.
Myke e Carlos Banteurt fizeram uma luta igual. Quase literalmente. Depois de um empate por pontos em 14x14, o caribenho acabou levando a melhor no número de golpes (53 a 45) e passou à final.
O primeiro assalto já mostrou o equilíbrio que a luta teria e terminou empatado por 5x5. O brasileiro cresceu no assalto seguinte, seus golpes passaram a entrar mais e ele ganhou por 6x2. No último round, o atleta de Belém, no Pará, parecia cansado, e o caribenho partiu para cima, empatando o confronto novamente. Quando o gongo soou, os dois comemoraram e depois esperaram muito até o resultado ser anunciado. Com o empate, a arbitragem fazia a contagem de golpes, que terminou favorável ao lutador de Cuba.
Julião Neto entrou no ringue na primeira luta da quarta-feira e até conseguiu equilibrar o primeiro round, perdendo por 4x2, mas partiu no desespero no segundo round, dando espaço para Dagoberto Arias acertar bons golpes e ampliar bastante a vantagem. O brasileiro voltou a deixar o combate mais duro no último assalto, mas não foi o bastante: 21x11 para o dominicano.
- O árbitro só marcava um golpe meu. Se tivesse combinado mais, teria ganho. Queria a medalha de ouro, mas o resultado foi maravilhoso. Espero disputar o próximo Pan - lamentou o brasileiro.