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Na telinha: por pedido da mãe, Bruna Benites largou rotina de fisioterapeuta

Zagueira da seleção brasileira chegou a deixar futebol pela outra profissão, mas recebeu o apelo da genitora: "Sonho dela era me ver jogar na televisão"

Por Rio de Janeiro

Bruna Benites durante o treino da seleção  (Foto: Cíntia Barlem)Bruna Benites durante o treino da seleção (Foto: Cíntia Barlem)

Bruna Benites teve um caminho incomum. Deixou o futebol de lado para se tornar fisioterapeuta. Formada, passou a exercer a profissão e já não pensada mais em retornar aos gramados até ter um pedido da mãe. Dona Paulina queria ver a filha jogando pela televisão. Voltou a calçar uma chuteira profissionalmente em 2011. O sábio conselho recebido naquela época resultou em vestir a camisa da seleção brasileira.

- Quando eu comecei a jogar futebol meu objetivo era o estudo. Na minha casa a gente tinha um acordo que enquanto eu estivesse estudando eu não poderia aceitar proposta nenhuma para sair de casa. Foi o que eu fiz. Me formei e depois que eu me formei eu abandonei o futebol. Só que minha mãe, todas as vezes que a gente parava para assistir o futebol feminino ela falava que o sonho dela era me ver jogar na televisão. Quando eu recebi o convite para voltar a jogar no Foz Cataratas em 2011 eu acabei não querendo porque eu sabia que estava trabalhando. Como iria largar meu emprego e fazer uma coisa que não sabia se ia dar certo. Só que minha mãe me encheu o saco, falou que eu deveria tentar e graças a Deus escutei o conselho dela e estou na seleção brasileira - afirmou Bruna Benites.

A zagueira brasileira comenta que espera ver a mãe na torcida em algum jogo da seleção durante os Jogos Olímpicos, mas garante que independente de qualquer resultado a genitora já canta aos quatro ventos que ela é o orgulho da família.

- Ela está muito orgulhosa. Espero que ela consiga vir assistir um jogo pessoalmente para ver a realização do sonho dela. Ela sempre fala que com medalha ou sem medalha eu já sou o orgulho da casa - afirmou a defensora sobre a mãe, que há algum tempo mudou-se para a casa da atleta em razão de um problema de saúde.

A dona Paulina na arquibancada será especial, mas não a única torcedora. Bruna espera um estádio cheio para que esse seja o combustível para que o grupo alcance o desejado ouro. A jogadora comenta que o público a favor não é visto como uma pressão ruim e sim boa.

- A gente sabe que o futebol brasileiro tanto masculino como feminino não tem uma medalha de ouro olímpica. Dentro de casa com a nossa torcida e se Deus quiser com estádio cheio será o cenário ideal para que essa medalha venha. Acho que a gente encara como responsabilidade, mas uma responsabilidade muito boa. Jogar do lado da nossa torcida é lógico que nos deixa mais fortes.

Bruna Benites passou por um momento complicado na carreira. No último ano, sofreu uma séria lesão no joelho e precisou passar por cirurgia. Perdeu a disputa do Mundial, convocação sua que era certa. Recuperada, é opção no banco. Mesmo fora das 11 atualmente, ela enaltece as colegas titulares Rafaelle e Mônica.

- Independente de quem o professor Vadão escolha para jogar (na zaga), a gente está muito bem servida. A gente trabalha bastante, temos zagueiras experientes. Eu e Erika já disputamos outras Olimpíadas. A Monica e Rafa ainda não, mas também são atletas que dispensam comentários. Têm feito um excelente trabalho em seus clubes. Nós temos um plantel todo qualificado e a defesa tem sido um ponto forte. Independente de quem jogue estamos muito bem servidos.