Globoesporte

Amistoso – Japão 2×0 Azerbaijão
Estádio Ecopa, Shizuoka – Público: 30.276 [vídeos: 1º tempo - 2º tempo]
Gols: Kagawa (42′), Okazaki (58′)

Okazaki e Honda foram fundamentais no lance que garantiu a vitória japonesa / Nikkan Sports

Depois de amistosos recentes contra Islândia e Vietnã, o Japão recebeu agora o Azerbaijão para mais uma partida contra uma seleção inexpressiva. Segundo o treinador Alberto Zaccheroni, o objetivo era testar alguns jogadores contra um adversário de nível parecido com os dois próximos confrontos pelas Eliminatórias – os Samurais Azuis enfrentam em junho Omã, Jordânia e Austrália.

A maior expectativa ficou em como o técnico italiano escalaria sua seleção. No fim, nada de 3-4-3 ou de uma equipe cheia de reservas. Veio a campo um time forte, com nove titulares que atuam na Europa – apenas a dupla de zaga, Inoha e Kurihara, jogam na J-League. As atenções estavam voltadas principalmente para Keisuke Honda, de volta após 9 meses – seu último jogo pela seleção foi o amistoso contra a Coreia do Sul (vitória por 3×0) em agosto do ano passado.

A formação inicial das equipes

A partida em si não foi das mais empolgantes, e começou em ritmo de treino. Aos poucos os nipônicos foram criando chances e levando cada vez mais perigo à meta azeri (você sabia que quem nasce no Azerbaijão é azeri? Futebol é cultura!), especialmente em uma cobrança de falta de Honda que acertou o travessão. Após uns 30 minutos de jogo, o gol ainda não tinha saído, a pressão foi diminuindo e o placar ia se encaminhando para um 0×0 no intervalo.

Mas o Japão aproveitou bem uma rara oportunidade de contra-atacar. O capitão Hasebe recuperou a bola no campo de defesa, tabelou com Honda, avançou e lançou Kagawa, que recebeu dentro da área pelo lado esquerdo, deu um corte no defensor com a perna esquerda e chutou colocado com a direita: 1×0. Kagawa tornou-se o segundo jogador mais jovem a alcançar a marca de 10 gols pela seleção (23 anos e 67 dias). O primeiro é o lendário Kunishige Kamamoto (22 anos e 248 dias) e Shinji Okazaki é o terceiro (23 anos e 175 dias).

O ponto negativo da primeira etapa foi mais uma lesão de Takayuki Morimoto. O atacante do Novara tinha até feito um típico gol de centroavante, corretamente anulado por impedimento, mas teve que deixar o campo aos 36 minutos, sentindo um músculo da perna. Uma pena que um jogador tão promissor tenha a carreira tão afetada por lesões.

O Japão no segundo tempo após as alterações

No segundo tempo o time teve várias alterações, e três jogadores fizeram sua primeira partida pela seleção principal: Hiroki Sakai (Kashiwa Reysol), Hideto Takahashi (FC Tokyo) e Ryo Miyaichi (Arsenal/Bolton). Mas nenhum deles chegou a ter uma atuação de destaque. Kagawa foi quem mais brilhou hoje (junto com Hasebe e Honda) e ainda criou a jogada do segundo gol antes de ser substituído por Miyaichi.

O camisa 10 cruzou da linha de fundo, Honda ajeitou de cabeça e Okazaki marcou dentro da pequena área. Olhando mais atentamente a jogada, dá pra perceber que o atacante do Stuttgart pegou só de raspão na bola, que ainda desviou no zagueiro Nabiyev antes de entrar. Até por isso ele ficou meio “sem graça” na hora de comemorar. De qualquer forma, o gol foi validado para Okazaki, que subiu mais uma posição no ranking dos maiores artilheiros de todos os tempos da seleção. Agora com 27 gols em 51 jogos, ele se igualou a Takuya Takagi em quarto lugar. Acima deles, só Hiromi Hara (38 gols), Kazu Miura (55) e Kamamoto (80).

O Azerbaijão, que enfrentou o Japão pela primeira vez na história, se limitou a alguns poucos lances de perigo e, pelo que jogou, o 2×0 esteve de bom tamanho. Ficou a sensação de que Omã e Jordânia serão adversários bem mais complicados, mas valeu o ingresso pra ver a estreia de Miyaichi, o retorno de Honda (jogando bem) e os recordes quebrados.

Próximos jogos do Japão pelas Eliminatórias:
03/06 – Japão x Omã – Saitama
08/06 – Japão x Jordânia – Saitama
12/06 – Austrália x Japão – Brisbane

Extra – Por que Honda jogou com a 4?

Muitos devem ter se perguntado por que Keisuke Honda estava com a camisa 4 ao invés da 18 que sempre usava. Na coletiva após a partida, o meia do CSKA revelou seus motivos. O jogador disse que não gostava muito do 18 que lhe deram na seleção, e preferiria usar o 10 – porém, este já estava ocupado. Outros números que ele gostaria de usar eram o 1 (impossível), 3 e 4. Só que esses números também já estavam ocupados na seleção de Zaccheroni, por Komano (3) e Kurihara (4).

Ao conversar com eles, o “Koma-chan”, como ele chama, não aceitou ceder o 3. Mas Kurihara concordou, Honda pegou a 4 e o zagueiro do Yokohama Marinos ficou com o 16. Honda reconheceu que o 4 geralmente é usado por um jogador defensivo (citou Fabregas como uma excessão), mas declarou que seria bom se a partir de agora esse fosse o número do “ace striker” (é o termo que ele usa) do Japão.