Destaques de outubro na J2

ter, 30/10/12
por Tiago Bontempo |

O time do mês – Ventforet Kofu

40 de 42 rodadas já foram realizadas na J2 deste ano. O Kofu, que não perde um jogo desde a 18ª e lidera desde a 26ª, garantiu o acesso à J1 na 38ª e comemorou na 39ª o título antecipado. Teve duas vitórias e dois empates em outubro (3×2 Tokushima, 2×2 Shonan, 3×2 Fukuoka e 0×0 Ehime). A equipe treinada por Hiroshi Jofuku prima pelo equilíbrio e consistência e aparece como o nosso time do mês pela terceira vez consecutiva.

Time-base do Kofu em outubro

Quem também se destacou:

Yokohama FC: Definitivamente entrou para o Top 6 e só precisa de um empate contra o Verdy ou uma vitória contra o Gifu para se classificar para os playoffs. Quem mais se destacou no mês foi o atacante brasileiro Kaio Gonçalves (ex-Atlético-PR), com três gols marcados – ele tem nove no total. Também chamaram a atenção as atuações do volante Shinichi Terada e do goleiro Junnosuke Schneider.

 

MVP do mês: Davi (Ventforet Kofu)

Quando chegou ao Kofu na metade do ano passado, Davi estava acima do peso e fora de forma. Ficou na reserva, não marcou um único gol e o Ventforet foi rebaixado. O elenco perdeu nada menos que 17 jogadores na pré-temporada, mas o brasileiro continuou lá. Não se esperava muito dele este ano, mas o Davi de 2012 foi um jogador completamente diferente. Exemplo de superação, recuperou sua forma e tem sido simplesmente arrasador. Lidera a artilharia da J2 com 32 gols e não dá pra imaginar o prêmio de MVP do campeonato nas mãos de outro atleta. O atacante marcou quatro gols nos três primeiros jogos de outubro e foi o melhor em campo em todos eles. O torcedor de Yamanashi só deve se lamentar por Davi não ser japonês nem ter tempo de se naturalizar até 2014, pois ele já é um fenômeno bem maior que Havenaar e seria o jogador ideal para ser o centroavante da seleção. Resta ver se a diretoria conseguirá segurá-lo para 2013 – sem ele, o Ventforet seria candidato fortíssimo a mais um rebaixamento.

Davi marcou dois contra o Fukuoka, no jogo que valeu o título para o Kofu / J.League Photos

Quem também se destacou:

Kengo Kawamata (Fagiano Okayama) – O atacante de 23 anos, que está emprestado pelo Albirex Niigata, vem fazendo uma grande temporada em Okayama e é o terceiro na lista de artilheiros, com 15 gols. Foi o destaques nas vitórias contra Fukuoka (2×1, marcou dois gols) e Verdy (2×0, marcou uma vez).

 

Jogador jovem do mês: Shoya Nakajima (Tokyo Verdy)

Recém-promovido das categorias de base, o atacante de 18 anos está ganhando as primeiras oportunidades na equipe principal do Verdy. Apesar da má fase que o time vem passando, na partida contra o Tochigi não teve tempo ruim – na vitória por 4×1, Nakajima fez três e ainda acertou uma bola na trave, tornando-se de imediato um xodó da torcida. Olho nele, é um candidato para a seleção olímpica de 2016.

Nakajima: hat-trick contra o Tochigi / J.League Photos

Quem também se destacou:

Kosuke Taketomi (Roasso Kumamoto) – O atacante de 22 anos balançou as redes três vezes em outubro e chegou a 14 gols na temporada. O Kumamoto venceu seis dos últimos sete jogos e poderia até estar brigando por uma vaga nos playoffs não fosse o péssimo primeiro semestre que fez.

 

Decepção do mês: Tokyo Verdy

Um dos favoritos ao acesso no início da temporada, passou a maior parte do ano entre os seis primeiros, mas entrou em uma má fase em agosto e está a um fio de perder a vaga para os playoffs. Ganhou apenas três dos últimos 13 jogos que disputou e precisa de qualquer forma vencer os próximos dois, contra Yokohama (casa) e Kusatsu (fora). Ter o melhor ataque do campeonato não tem sido suficiente para o Verdy.

Quem também decepcionou:

Montedio Yamagata: Mais um que começou bem a temporada (chegou até a liderar durante seis rodadas) mas definhou na reta final. Com apenas uma vitória nos últimos nove jogos e com cinco pontos os separando do Top 6, só um milagre pode fazer com que os Reis da Montanha cheguem aos playoffs.

 

Classificação da J2 após a 40ª rodada
Artilharia

Em rodada de empates, Shimizu e Omiya têm mais motivos pra comemorar

sáb, 27/10/12
por Tiago Bontempo |
categoria J-League

Com apenas 12 pontos em disputa até o fim da edição 2012 da J-League, pouca coisa mudou na tabela de classificação após a 30ª rodada. Os três primeiros empataram seus jogos e mantiveram suas colocações: Hiroshima em primeiro (55 pontos, saldo +24), Sendai em segundo (55 pontos, saldo +21) e Urawa em terceiro (49 pontos, saldo +5). Quem se deu bem mesmo foi o Shimizu, que venceu o Kashima fora de casa e chegou aos 48 pontos e ao quarto lugar. Ainda com três jogos para fazer em casa, todos contra equipes que lutam pra não cair (Niigata, Gamba e Omiya), uma classificação para a Liga dos Campeões já é um objetivo bem realista para o S-Pulse.

Na parte de baixo da tabela, o único que comemorou neste fim de semana foi o Omiya. Invictos há sete jogos (apesar de que quatro foram empates), os Esquilos fizeram do Hitachidai a sua casa e chegaram a abrir 4×0 contra os atuais campeões. O Ardija continua em 15º, mas agora tem três pontos de vantagem para o antepenúltimo Gamba Osaka e os mesmos 36 pontos que o Vissel. Enquanto a maioria dos ameaçados pela J2 atravessa boas fases, o Kobe vem no caminho inverso e não conseguiu ganhar de mais ninguém desde os 4×2 contra o Sapporo nove rodadas atrás. Akira Nishino que se cuide, porque todos os quatro jogos que lhe restam são contra adversários que estão entre os nove primeiros. Neste ano, podemos ter um recorde de equipe rebaixada com o maior número de pontos.

 

Na prévia da final da Nabisco, o Shimizu venceu o Kashima e ficou a
apenas um ponto da zona de classificação para a ACL / J.League Photos

 

Com hat-trick do esloveno Zlatan Ljubijankic, os Esquilos golearam o Reysol em Kashiwa / J-League Photos

 

O duelo entre Tulio e Nakazawa, dupla de zaga da seleção na Copa de 2010, chamou a
atenção na partida entre Grampus e Marinos – mas com Tulio atuando como centroavante.
O nipo-brasileiro começou a jogada do gol do Nagoya, mas o time de Nakazawa arrancou o
empate no último minuto com uma cobrança de falta precisa de Shunsuke Nakamura / Sponichi

 

Tokura salvou o Vissel de mais uma derrota, mas a J2 continua se aproximando / J.League Photos

 

Resultados da 30ª rodada:

Urawa Reds 0×0 Cerezo Osaka – Saitama Stadium 2002 (32.090)

Kashiwa Reysol 1×4 Omiya Ardija – Hitachi Kashiwa Soccer Stadium (12.167)
21′ [0x1] Ljubijankic
47′ [0x2] Ljubijankic
49′ [0x3] Ljubijankic
79′ [0x4] Daigo Watanabe
90′+4 [1x4] Neto Baiano

Júbilo Iwata 1×1 Vegalta Sendai – Yamaha Stadium (10.753) [vídeo]
77′ [0x1] Akamine
84′ [1x1] Kosuke Yamamoto

Nagoya Grampus 1×1 Yokohama F. Marinos – Toyota Stadium (22.332)
87′ [1x0] Tamada
90′+5 [1x1] Shunsuke Nakamura [vídeo]

Gamba Osaka 1×1 Sanfrecce Hiroshima – Expo ’70 Stadium (17.617) [vídeo]
56′ [1x0] Endo
76′ [1x1] Kazuyuki Morisaki

Kashima Antlers 1×2 Shimizu S-Pulse – Kashima Soccer Stadium (14.125) [vídeo]
7′ [0x1] Kim Hyun-Sung
43′ [1x1] Iwamasa
44′ [1x2] Omae

FC Tokyo 5×0 Consadole Sapporo – Ajinomoto Stadium (20.696)
17′ Jang Hyun-Soo
47′ Tanabe
59′ Ishikawa
64′ Ishikawa
81′ Vucicevic

Albirex Niigata 0×2 Sagan Tosu – Tohoku Denryoku Big Swan Stadium (23.254) [vídeo]
3′ Toyoda
38′ Toyoda

Vissel Kobe 3×3 Kawasaki Frontale – Home’s Stadium (16.317) [vídeo]
39′ [0x1] Renatinho
56′ [1x1] Tokura
65′ [1x2] Yu Kobayashi
69′ [1x3] Kusukami
76′ [2x3] Tashiro
82′ [3x3] Tokura

Classificação da J-League após a 30ª rodada
Artilharia

29ª rodada: Disputa por título e ACL fica ainda mais equilibrada

sáb, 20/10/12
por Tiago Bontempo |
categoria J-League

Vegalta Sendai 3×2 Urawa Reds

Yurtec Stadium – Público: 17.711 [vídeo]
2′ [1x0] Akamine
62′ [2x0] Wilson
64′ [2x1] Makino
79′ [3x1] Wilson
82′ [3x2] Marcio Richardes

Sendai: Continua em 2º (54)
Urawa: Continua em 3º (48)

O terceiro colocado Urawa precisava de qualquer forma vencer o vice-líder Sendai para continuar sonhando com o título. Porém, a defesa dos Reds entrou em campo desligada e sofreu o primeiro gol logo no segundo minuto de partida. Diante da forte pressão na saída de bola exercida pelo Vegalta, uma reação não parecia provável, ainda mais depois de Wilson fazer 2×0 em um contra-ataque. Makino diminuiu logo em seguida, mas novamente Wilson apareceu para aumentar a vantagem dos donos da casa. O time de Saitama mais uma vez diminuiu, agora com Marcio Richardes, e quase conquistou um empate no finalzinho, não fosse uma defesa heroica do goleiro Hayashi.

A seis pontos da liderança, o título continua distante da equipe de Saitama, e até mesmo a vaga na Liga dos Campeões da Ásia já é ameaçada por vários concorrentes. O Sendai, por outro lado, chegou ao mesmo número de pontos do Hiroshima e seu sonho de ser campeão está mais vivo do que nunca, além da vaga quase assegurada na ACL.

Wilson chegou à vice-artilharia, com 12 gols no total / J.League Photos

 

Yokohama F. Marinos 4×0 Júbilo Iwata

Nissan Stadium – Público: 21.310 [vídeo]
14′ Marquinhos
35′ Hyodo
71′ Shunsuke Nakamura
84′ Nakamachi

Marinos: Subiu de 9º para 7º (43)
Iwata: Caiu de 5º para 8º (42)

O Júbilo mostrou mais uma vez por que não está disputando o título. Desfalcado do artilheiro Ryoichi Maeda e em um dia sem inspiração, o time sofreu a terceira derrota seguida e caiu três posições na tabela, enquanto o Marinos fez as pazes com a torcida após três jogos sem vencer em casa. Marquinhos e Shunsuke Nakamura, com um gol e uma assistência cada, foram os destaques. Se não fossem os empates (13 no total) e os sete jogos sem vencer no início do campeonato, o Tricolore poderia estar bem melhor colocado na tabela…

 

Omiya Ardija 1×1 Albirex Niigata

NACK 5 Stadium – Público: 11.944 [vídeo]
38′ [0x1] Atomu Tanaka
44′ [1x1] Aoki

Omiya: Continua em 15º (33)
Niigata: Caiu de 16º para 17º (31)

O Omiya ainda não está na zona de rebaixamento e aumentou sua sequência invicta para seis partidas, mas pelo que jogou hoje, a torcida deve se preocupar, e muito. O Niigata foi ligeiramente superior mesmo atuando fora de casa e poderia ter saído com a vitória se tivesse um pouquinho mais de sorte – e competência, é claro. Não dava pra esperar muito do duelo entre o segundo e o terceiro pior ataque do campeonato, mas o resultado foi ruim para ambos.

 

Kawasaki Frontale 2×3 Gamba Osaka

Todoroki Stadium – Público: 18.779 [vídeo]
21′ [0x1] Ienaga
58′ [1x1] Kusukami
64′ [1x2] Fujiharu
72′ [2x2] Kengo Nakamura
76′ [2x3] Ienaga

Kawasaki: Caiu de 11º para 12º (39)
Gamba: Subiu de 17º para 16º (32)

Em uma rodada cheia de empates, o Gamba foi o único da parte de baixo da tabela que conseguiu vencer. No seu tradicional estilo “vamos atacar sem nos importar em defender e simplesmente marcar mais gols que o adversário”, o time de Osaka fez em Kawasaki um dos melhores jogos da rodada. Desta vez Leandro não marcou – coube a Ienaga ser o herói do dia, com dois gols.

 

Shimizu S-Pulse 1×1 Vissel Kobe

Outsourcing Stadium Nihondaira – Público: 14.772 [vídeo]
31′ [0x1] Soma
45′+2 [1x1] Muramatsu

Shimizu: Caiu de 4º para 5º (45)
Kobe: Continua em 14º (35)

O Shimizu tinha uma grande chance para se aproximar da zona de classificação para a ACL, enfrentando em casa um dos candidatos ao rebaixamento. Porém, eles encontraram um Kobe decidido a não entregar os pontos facilmente, e que abriu o placar com um golaço de fora da área do lateral Takahito Soma. O S-Pulse empatou nos acréscimos do primeiro tempo com o volante Muramatsu, de cabeça, após falta cobrada por Omae, mas o placar não se alterou na segunda etapa e os donos da casa tiveram que se contentar com apenas um pontinho. O Vissel aumentou para sete sua série de jogos sem vencer.

Soma fez um golaço, mas o Kobe continuar sem vencer / J.League Photos

 

Sagan Tosu 1×3 Nagoya Grampus

Saga Stadium – Público: 11.851 [vídeo]
45′+2 [0x1] Nagai
67′ [0x2] Danilson
90′ [0x3] Tulio
90′+5 [1x3] Noda

Tosu: Caiu de 8º para 9º (41)
Nagoya: Subiu de 7º para 6º (45)

Após a terceira derrota seguida, praticamente acabaram as esperanças do Tosu se classificar para a ACL na primeira temporada de sua história na J1. Os dez gols sofridos nos últimos três jogos também tiraram do clube de Saga a condição de melhor defesa da liga. Já o Nagoya, que tanto decepcionou sua torcida este ano, está a apenas três pontos do G3 – e isso com um saldo negativo.

 

Consadole Sapporo 0×0 Kashima Antlers

Atsubetsu Park – Público: 7.208 [vídeo]

Sapporo: Continua em 18º (14)
Kashima: Continua em 13º (38)

Depois da goleada contra o FC Tokyo (5×1) na rodada passada, o Kashima não conseguiu marcar um golzinho sequer no pior time do campeonato. Teve até pênalti perdido – o goleiro Toshiyasu Takahara defendeu a cobrança de Koroki. O Sapporo, que já quebrou o recorde de rebaixamento mais cedo (nunca um time havia sido rebaixado matematicamente com sete rodadas de antecedência), precisa de pelo menos mais uma vitória (ou dois empates) para não ficar marcado como o pior time da história da J1.

 

Cerezo Osaka 1×1 FC Tokyo

Kincho Stadium – Público: 14.268 [vídeo]
50′ [1x0] Maruhashi
74′ [1x1] Vucicevic

Cerezo: Subiu de 12º para 11º (39)
Tokyo: Continua em 10º (41)

O Cerezo vinha de três vitórias seguidas e já tinha aberto uma boa distância da zona de rebaixamento. O FC Tokyo, que não é ameaçado de cair nem tem chances realistas de vaga na ACL, também não tem muito mais pelo que lutar no campeonato. A equipe de Osaka teve as melhores oportunidades e abriu o placar com um chute do lateral Maruhashi de fora da área, mas o time da capital empatou no segundo tempo com o sérvio Nemanja Vucicevic após cruzamento rasteiro de Hasegawa.

 

Sanfrecce Hiroshima 1×2 Kashiwa Reysol

Hiroshima Big Arch – Público: 24.839 [vídeo]
45′+1 [0x1] Kweon Han-Jin
52′ [1x1] Koji Morisaki
90′+4 [1x2] Masushima

Hiroshima: Continua em 1º (54)
Kashiwa: Subiu de 6º para 4º (45)

No jogo de maior público na rodada, o Kashiwa reviveu suas esperanças de conseguir ao menos uma vaga na ACL. Afinal, nada como derrotar o líder do campeonato fora de casa com o gol decisivo marcado nos acréscimos do segundo tempo. O Hiroshima decepcionou mas continua na liderança, apenas por ter um saldo melhor que o Sendai.

Hisato Sato: Chances desperdiçadas e Sanfrecce derrotado em casa / Nikkan Sports

Classificação da J-League após a 29ª rodada
Artilharia

Brasil 4×0 Japão: Samurais tentam jogar no ataque e acabam sofrendo goleada

ter, 16/10/12
por Tiago Bontempo |

Amistoso – Brasil 4×0 Japão
Estádio Miejski, Breslávia, Polônia [vídeo]
Gols: Paulinho (12′), Neymar (25′, 47′), Kaká (75′)

Kawashima nada pôde fazer para evitar a goleada contra o Brasil / Sanspo

Vindo de uma vitória contra a França, a expectativa era que o Japão fizesse contra o Brasil uma partida equilibrada (mais do que foi, pelo menos). Ao ver a escalação, alguém poderia pensar que os nipônicos jogariam na defesa, mas a postura adotada foi o oposto. E justamente por causa disso, e por ainda não serem capazes de enfrentar o Brasil de igual pra igual, os Samurais não tiveram chance contra a Seleção de Mano Menezes, que teve espaço pra jogar e coroou a ótima atuação com uma tranquila goleada no amistoso disputado na Polônia.

Zaccheroni fez duas mudanças em relação ao time que venceu a França: Uchida entrou no lugar de Hiroki Sakai na lateral direita e Keisuke Honda, recuperado de lesão, voltou a ser titular. Só que ao invés de entrar no lugar de Kengo Nakamura, quem foi para o banco foi Mike Havenaar. Assim, o tradicional 4-2-3-1 dos japoneses acabou se tornando um 4-6-0. Honda e Nakamura eram os meias mais avançados, mas o camisa 4 era quem tentava suprir a falta de um centroavante, uma função na qual ele já havia sido testado durante alguns minutos no amistoso contra a Venezuela em agosto – porém, sem muito sucesso.

O Brasil de Mano Menezes entrou em campo com praticamente os mesmos jogadores da goleada por 6×0 contra o Iraque na semana passada. A única mudança foi a entrada de Leandro Castán, improvisado na lateral esquerda no lugar do lesionado Marcelo.

Ambos jogam no 4-2-3-1, mas a formação do Japão acabou se tornando um 4-6-0

Se o Japão tinha adotado uma postura defensiva contra a França, a proposta de Zaccheroni para enfrentar o Brasil foi bem diferente. Tirando a referência no ataque e adicionando mais um homem de meio-campo, a ideia era ter mais posse de bola e fazer o que os japoneses fazem melhor – trocar passes. E isso foi bem executado em alguns momentos, o que fez com que a partida se tornasse interessante do ponto de vista do espectador.

A formação usada pelo técnico italiano fez sentido pelo fato do Japão ter meio-campistas talentosos em abundância e uma eterna carência de um verdadeiro “camisa 9″. Por outro lado, se boas jogadas foram criadas e o Japão chegou com perigo ao gol brasileiro em algumas oportunidades, a falta de um finalizador continua um problema sem solução. Além disso, ao jogar com um estilo mais ofensivo, é inevitável que o adversário tenha mais espaços. E ter três jogadores lentos no meio – Kengo (contribuiu pouco com o ataque e menos ainda na defesa), Hasebe (foi melhor do que no jogo anterior mas ainda está abaixo do que se espera) e Endo (teve atuação razoável e fez alguns bons lançamentos) – contra um adversário rápido e técnico contra o Brasil definitivamente não é receita para o sucesso.

Aproveitando-se disso, Paulinho teve espaço pra chutar de longe e fazer o primeiro gol logo no início da partida. O volante do Corinthians quase fez o segundo pouco depois, mais uma vez chegando de trás como elemento surpresa – ele driblou Kawashima e, com pouco ângulo, chutou pra fora. O Brasil era melhor e logo fez o segundo num pênalti inventado pelo juiz em uma bola na mão (e não mão na bola) de Konno. Neymar ampliou.

No segundo tempo, Zaccheroni promoveu as mesmas duas alterações que fizeram o time melhorar contra a França – Nakamura e Hasebe deram lugar a Inui e Hosogai -, mas a troca de laterais direitos (Sakai na vaga de Uchida) não ajudou muito, já que Uchida, apesar de pouco aparecer no ataque, vinha fazendo um bom trabalho defensivamente e neutralizando Neymar quando este caía pelo seu lado. Sakai deixou o time mais ofensivo mas não criou muito no ataque e deixou espaços na defesa.

O terceiro gol brasileiro, bem no começo da segunda etapa e que contou com a sorte de Neymar para a bola desviar em Yoshida e enganar Kawashima, deixou a partida já fora de alcance para o Japão, mas os Samurais continuavam jogando de forma a tentar equilibrar as ações. Só que o Brasil continuava melhor (e mais preciso nas finalizações) e fez o quarto com Kaká em um contra-ataque. Aliás, a forma como a seleção brasileira evoluiu e tem dado certo com essa formação sem centroavante pode até servir como inspiração para Zaccheroni.

Apesar da decisão contestável do árbitro no lance do pênalti, o resultado foi mais do que justo. O Brasil teve um gol muito mal anulado no segundo tempo e ainda acertou duas bolas na trave. A defesa do Japão sempre foi seu ponto fraco, e isso só não ficava evidente porque a maioria dos adversários que os nipônicos têm enfrentado tomam posturas defensivas. O ataque não fez má partida mas não foi capaz de uma única boa finalização. Não existe uma diferença tão grande entre as equipes como o placar final sugere, mas o Japão apostou alto e pagou o preço por isso. Além, é claro, do Brasil ter feito uma partida excelente. Zaccheroni não poupou elogios ao adversário: “O Brasil é, junto com a Espanha, o melhor time do mundo e eles foram muito melhores que nós.”

 

- Esta foi a pior derrota sofrida na era Zaccheroni e o pior resultado do Japão desde a derrota por 5×0 para a França em um amistoso em 2001.

- A última vez que o Japão sofreu quatro gols em um jogo foi justamente no último confronto contra o Brasil, na derrota por 4×1 na Copa de 2006.

- O Japão nunca venceu o Brasil nos confrontos entre seleções principais: são dois empates e agora sete derrotas.

- Yasuhito Endo se tornou hoje o atleta com mais jogos pela seleção japonesa na história: 123 partidas.

Shimizu e Kashima se classificam para a final da Copa Nabisco

dom, 14/10/12
por Tiago Bontempo |

Shimizu S-Pulse 3×0 FC Tokyo

Jogadores comemoram com a torcida: mais uma final de copa para o Shimizu / J.League Photos

Outsourcing Stadium Nihondaira – Público: 12.155 [vídeo]
26′ Omae
63′ Omae
90′+6 Omae

Placar agregado: Shimizu 4×2 Tokyo

O S-Pulse entrou em campo mordido nessa semifinal. Afinal, eles haviam perdido no jogo de ida graças a uma das mais ridículas simulações de pênalti já vistas no país. Mas a história foi bem diferente no Nihondaira. Tomando a iniciativa, o Shimizu abriu o placar no primeiro tempo com Genki Omae, de cabeça, após cruzamento de Takagi. O 1×0 já classificava a equipe de Shizuoka para a final, então os Tanukis foram pra cima. Mas era o dia de Omae mesmo. E também de Takagi, que iniciou um contra-ataque fulminante com um lançamento longo para Omae. O atacante de 22 anos entortou seu marcador e concluiu com precisão: 2×0.

O time da capital ainda estava vivo e precisava só de um gol para levar o jogo para a prorrogação, mas tudo foi decidido nos acréscimos. Morishige fez pênalti em Nabeta e levou um vermelho direito. Omae foi pra cobrança e anotou seu hat-trick na partida e seu quarto gol no campeonato, classificando o Shimizu para a décima final de copa nacional de sua história. O problema é que o S-Pulse só foi campeão duas vezes nas nove finais anteriores, uma na Nabisco de 1996 e outra na Copa do Imperador de 2001. Será que eles superam a fama de vice desta vez?

 

Kashiwa Reysol 2×2 Kashima Antlers

Atletas do Kashima celebram a vitória num Hitachidai que estava pintado de amarelo / J.League Photos

Hitachi Kashiwa Soccer Stadium – Público: 13.527 [vídeo]
12′ [0x1] Dutra
24′ [0x2] Osako
37′ [1x2] Jorge Wagner
90′+4 [2x2] Neto Baiano

Placar agregado: Kashiwa 4×5 Kashima

O Reysol havia perdido o jogo de ida, mas os dois gols marcados fora de casa equilibraram o confronto e deram boas esperanças para a torcida de Kashiwa. Mas o Antlers tratou de acabar rapidamente com essas esperanças ao marcar dois gols ainda no primeiro tempo. Com apenas 12 minutos, Osako deixou Dutra na cara do gol e o brasileiro fez 1×0. Mais 12 minutos depois, Dutra retribuiu o favor e deu a assistência para Osako ampliar – foi o sétimo gol dele no campeonato, artilheiro isolado da Nabisco.

O Kashiwa (desfalcado de Leandro Domingues, é bom lembrar) tinha que fazer três para levar a partida para a prorrogação. Jorge Wagner logo diminuiu para 2×1 em cobrança de falta, e a torcida local se animou mais ainda quando Sugeno defendeu um pênalti cobrado por Osako ainda no primeiro tempo. O Reysol bem que tentou pressionar na segunda etapa em busca dos dois gols que precisava, mas só conseguiu marcar nos acréscimos, com o substituto Neto Baiano.

Com o resultado, o Kashima se classificou para a 14ª final de copa nacional de sua história. Porém, ao contrário do Shimizu, o Antlers é conhecido por crescer nos momentos decisivos e já conquistou nada menos que quatro títulos da Nabisco e mais quatro da Copa do Imperador.

A final será em jogo único no dia 3 de novembro, no Estádio Nacional de Tóquio. Em quem você aposta pra levar a taça? A história se repete com o tradicional campeão Kashima ou o Shimizu, tradicional vice, consegue quebrar a escrita?

França 0×1 Japão: Contra-ataque mortal no fim da partida define vitória histórica japonesa

sex, 12/10/12
por Tiago Bontempo |

Amistoso – França 0×1 Japão
Stade de France, Saint-Denis [vídeo]
Gol: Kagawa (88′)

Kagawa: Discreto na maior parte do jogo, mas decisivo no final / AP

É esse tipo que jogo que falta para o Japão. Acostumado a atuar quase sempre em casa, com o apoio de um estádio lotado e contra adversários que geralmente entram em campo para se defender, os Samurais Azuis precisavam mais do que nunca de desafios maiores. Jogar na Europa contra seleções de primeira grandeza, contra times que vão atacar e de fato testar sua defesa é tudo que é o que vinha faltando na preparação nipônica para a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014. E pelo menos na partida de hoje, contra a França, o resultado foi até melhor que o esperado.

Alberto Zaccheroni teve que lidar com alguns desfalques. Lesionados, Okazaki nem foi convocado e Maeda retornou ao Japão, sendo substituído pelo artilheiro da J-League, Hisato Sato. Keisuke Honda não se recuperou totalmente de uma pancada na panturrilha direita que sofreu na última rodada do Campeonato Russo e ficou só no banco. O técnico italiano não ousou muito ao escalar o time titular e colocou os reservas imediatos dos atletas que não estavam disponíveis: Havenaar no lugar de Maeda, Kengo Nakamura no lugar de Honda e Kiyotake no lugar de Okazaki. A surpresa foi Hiroki Sakai na lateral, deixando Uchida e Komano no banco.

A França também não veio com força total. Por ter um jogo importante contra a Espanha pelas Eliminatórias da Copa do Mundo na próxima semana e também por causa de algumas lesões, o treinador Didier Deschamps optou por uma escalação mais cautelosa e deixou no banco sua grande estrela, Franck Ribery.

A França no seu 4-3-3 e o Japão no 4-2-3-1

A partida começou do jeito que os donos da casa esperavam, com um completo domínio francês. Os japoneses, aparentemente nervosos, ficaram acuados no campo de defesa durante todo o primeiro tempo. Mas foram poucas as chances criadas – apenas Benzema conseguiu oferecer mais perigo, com um chute que passou rente à trave e uma cobrança de falta bem na frente da área em que Kawashima fez boa defesa e mandou pra escanteio.

No segundo tempo, o Japão finalmente começou a se aventurar no ataque e a partida melhorou. Os nipônicos passaram a ter mais posse de bola e entraram no jogo de vez depois de duas substituições pontuais: o capitão Hasebe (que não vem sendo nem relacionado para o banco no Wolfsburg) está visivelmente sem ritmo de jogo e era o único japonês a destoar em campo. Entrou Hosogai em seu lugar. Kengo Nakamura foi substituído por Inui e o antigo trio ofensivo do Cerezo Osaka (Inui, Kagawa e Kiyotake) estava formado novamente, agora na seleção.

Vendo que a partida tinha ficado equilibrada, Deschamps não perdeu tempo e tratou de colocar em campo seu melhor jogador. Ribery entrou no lugar de Menez e logo criou dificuldades para a defesa nipônica. Faltando 15 minutos para o fim, a França tinha voltado a dominar. Sólido na defesa, o Japão ia fazendo por merecer sair com um empate, e Zaccheroni deixou suas intenções bem claras a cinco minutos do fim quando tirou o centroavante pra colocar um volante – Takahashi entrou no lugar de Havenaar.

Ainda assim, Kawashima foi muito exigido e ia fazendo grandes defesas. Depois de um escanteio cobrado pela França, Konno puxou um contra-ataque e foi levando a bola do campo de defesa até a entrada da área adversária. Ele serviu Nagatomo e o lateral da Internazionale passou para o meio da área, onde estava Kagawa, na frente do gol. Lloris, já batido, não podia fazer nada. Era o gol da primeira vitória do Japão contra os Le Bleus na história. O jogo da próxima terça, contra o Brasil, promete.

 

- Foi a primeira vez na história que o Japão derrotou a França. Até hoje, eram cinco partidas, com um empate e quatro derrotas – a última delas, em 2003.

- O Japão não perde um amistoso desde abril de 2010, quando foi derrotado por 2×0 pela Costa do Marfim.

- Foi a primeira vez que o atual uniforme reserva foi utilizado pela seleção principal.

- Yasuhito Endo igualou hoje o recorde do zagueiro Masami Ihara de mais jogos na história da seleção, com 122 partidas.

Copa do Imperador: Resultados da 3ª fase

qua, 10/10/12
por Tiago Bontempo |

Após a 3ª rodada da Copa do Imperador, restaram 16 sobreviventes, sendo 11 clubes da J1, três da J2, um da JFL e um das ligas regionais. Boa parte dos favoritos se classificou, mas não sem passar por dificuldades. Kashiwa, Nagoya e Urawa venceram com gols nos acréscimos; Kashima e Kawasaki tiveram que enfrentar a prorrogação e o Iwata só conseguiu a vaga nos pênaltis.

Das equipes da J2 que avançam na competição, a surpresa foi o Kumamoto, que eliminou o Vegalta em Sendai, na prorrogação. O único representante da JFL é o Yokogawa Musashino, de Tóquio, que passou por outro time da terceira divisão, o Nagano Parceiro, depois de um 0×0 no tempo normal, na prorrogação e onze séries de pênaltis. Mas a maior zebra continua sendo a equipe amadora do Fukushima United. Depois de eliminar o Kofu, eles passaram pelo Niigata – desta vez, jogando com os titulares.

A próxima fase da Copa do Imperador vai ser disputada só no dia 15 de dezembro, quando a J-League já tiver acabado. Quebrando a tradição dos anos anteriores, os confrontos serão decididos por sorteio e não mais seguindo o chaveamento definido na primeira rodada. Confira os resultados de hoje:

Kashiwa Reysol 2×1 Shonan Bellmare
Nagano Parceiro 0(9)x(10)0 Yokogawa Musashino (pênaltis)

Júbilo Iwata 1(5)x(3)1 Kyoto Sanga (pênaltis)
Sagawa Shiga 1(6)x(7)1 JEF United (pênaltis)

Vegalta Sendai 1×2 Roasso Kumamoto (prorrogação)
Omiya Ardija 3×1 Avispa Fukuoka

Yokohama Marinos 2×1 Yokohama FC
Cerezo Osaka 2×1 Montedio Yamagata

Fagiano Okayama 2×3 Nagoya Grampus
Kamatamare Sanuki 1×2 Urawa Reds

FC Imabari 2×5 Machida Zelvia
Shimizu S-Pulse 1×0 Tokyo Verdy

Gamba Osaka 1×0 Mito HollyHock
Albirex Niigata 0×1 Fukushima United

Kashima Antlers 2×1 Gainare Tottori (prorrogação)
Kawasaki Frontale 3×2 Tokushima Vortis (prorrogação)

 

Artilheiros:
4 gols
Ryohei Shirasaki (Shimizu)
3 gols
Yasushi Endo (Kashima)
Kenyu Sugimoto (Cerezo)
Yuki Kitai (Machida)
Toshihiro Horikawa (Sanuki)
Shohei Kiyohara (Sagawa Shiga)
Yoshihiro Masuko (Fukushima)
Yusuke Sakai (Saurcos Fukui)

 

Embalado pelo título da Liga de Tohoku, o Fukushima United
conseguiu uma vitória histórica no Big Swan / Sanspo

 

O Marinos venceu o dérbi de Yokohama com dois gols de falta de
Shunsuke Nakamura / Yokohama F. Marinos Photo Report

 

O Nagoya sofreu, mas passou pelo Okayama com dois gols de Tulio / J.League Photos

 

A torcida do Sanuki se animou quando seu time empatou aos 43 do segundo tempo,
mas Popó marcou aos 48 e deu a classificação para o Urawa / J.League Photos

 

“Hoje fizemos um jogo muito equilibrado. Vínhamos de uma goleada no final de semana, pelo Campeonato
Japonês, e acredito que por isso o time não tenha entrado com o foco necessário. O Gainare Tottori atuou de
forma muito defensiva e tivemos dificuldade para conseguir espaços para furar a retranca. Mas felizmente
conseguimos superar o jogo defensivo deles e conquistamos a vitória e a consequente classificação para a
próxima fase. Até dezembro teremos um longo período para nos prepararmos para o Kawasaki Frontale, que
se trata de uma excelente equipe e com jogadores muito experientes”, disse o técnico Jorginho após a partida /
Foto: Site oficial do Kashima Antlers

Cerezo e Kashima respiram na luta contra o rebaixamento; disputa pelo título continua acirrada

dom, 07/10/12
por Tiago Bontempo |
categoria J-League

Cerezo Osaka 3×2 Sagan Tosu

Kincho Stadium – Público: 10.013 [vídeo]
20′ [0x1] Kim Min-Woo
27′ [1x1] Kakitani
70′ [1x2] Toyoda
76′ [2x2] (gol contra)
86′ [3x2] Kakitani

Cerezo: Continua em 12º (38)
Tosu: Caiu de 5º para 8º (41)

Pela primeira vez na temporada, o Cerezo ganhou três seguidas – incrivelmente, todos seus últimos três jogos foram vitórias por 3×2 de virada! A 8 pontos da zona de rebaixamento, a equipe de Levir Culpi está muito próxima de cumprir seu objetivo de se manter na J1. O Tosu perdeu mais uma chance de se aproximar de uma vaga na ACL e, com sete gols sofridos nas últimas duas rodadas, não é mais a melhor defesa do campeonato. Pelo menos seu artilheiro, Yohei Toyoda, chegou aos 12 gols e empatou com Maeda (Iwata) na vice-artilharia. Só que Toyoda perdeu a chance de marcar mais um e garantir ao menos um ponto ao Sagan no fim da partida em uma cobrança de pênalti defendida pelo sul-coreano Kim Jin-Hyeon.

Bom demais pra ser rebaixado? Falta pouco para que Cerezo de Kakitani se salve / J.League Photos

 

Yokohama F. Marinos 0×0 Sanfrecce Hiroshima

Nissan Stadium – Público: 36.412 [vídeo]

Marinos: Subiu de 10º para 9º (40)
Hiroshima: Continua em 1º (54)

Mesmo com um excelente público no Nissan Stadium e tendo criado as melhores chances durante os 90 minutos, continua a sina de empates do Marinos. Com Marquinhos suspenso e Oguro não relacionado nem para o banco, Yuji Ono foi escalado como centroavante no 4-2-3-1 do técnico Yasuhiro Higuchi. Mas o jovem atacante segue mostrando que precisa melhorar e muito nas finalizações – desta vez ele isolou um pênalti e o torcedor do Tricolore saiu decepcionado por ver o 13º empate do seu time. O Hiroshima continua em primeiro e ainda passou a ser a melhor defesa da liga, mas a diferença para o segundo colocado Sendai diminuiu para 3 pontos.

 

Kashima Antlers 5×1 FC Tokyo

Kashima Soccer Stadium – Público: 15.118 [vídeo]
18′ [1x0] Dutra
38′ [2x0] Shibasaki
69′ [3x0] Yasushi Endo
71′ [4x0] Dutra
83′ [4x1] Takahashi
87′ [5x1] Dutra

Kashima: Continua em 13º (37)
Tokyo: Caiu de 8º para 10º (40)

O Kashima tem feito uma temporada decepcionante, mas não havia sido realmente ameaçado de rebaixamento até a rodada passada. Só que uma goleada convincente contra o FC Tokyo mostrou que o time do técnico Jorginho é mais um que pode ser classificado como “bom demais pra ser rebaixado”. O destaque foi Júnior Dutra, autor de três gols, o último deles um chutaço no ângulo de fora da área. Pelo lado do time da capital, a esperança é brigar pelo menos por um quarto lugar e tentar se classificar para a final da Nabisco no próximo fim de semana. E se já surgiam boatos de que o volante Hideto Takahashi teria despertado o interesse de clubes como Hamburgo, Monchengladbach, Milan e Manchester United, depois do gol de letra nesta partida não deve demorar até aparecerem especulações dele no Barcelona ou Real Madrid (nota: foi um comentário irônico e esses boatos vêm de fontes nada confiáveis).

Júnior Dutra: Hat-trick na goleada do Kashima / J.League Photos

 

Kashiwa Reysol 1×0 Kawasaki Frontale

Hitachi Kashiwa Soccer Stadium – Público: 10.769 [vídeo]
66′ Jorge Wagner

Kashiwa: Subiu de 9º para 7º (42)
Kawasaki: Continua em 11º (39)

O Reysol perdeu Leandro Domingues, com uma lesão no joelho, pelo resto do mês, o que diminui ainda mais a chance do atual campeão conseguir ao menos uma vaga na ACL. Mas uma cobrança de falta perfeita de Jorge Wagner, no ângulo, acabou sendo o único gol de uma vitória que mantém viva a esperança do Kashiwa. O Kawasaki, time que mais sofreu alterações na escalação durante todo o campeonato, passa por uma verdadeira montanha russa na temporada e deve se contentar apenas em escapar do rebaixamento.

Mesmo num estádio pequeno, a torcida de Kashiwa sempre cria um ótimo ambiente / J.League Photos

 

Albirex Niigata 0×0 Vissel Kobe

Tohoku Denryoku Big Swan Stadium – Público: 23.849 [vídeo]

Niigata: Subiu de 17º para 16º (30)
Kobe: Continua em 14º (34)

Nesse confronto direto entre dois candidatos ao rebaixamento, o empate sem gols nem foi muito ruim para ambos. É claro que o torcedor do Albi esperava por uma vitória em casa, mas ao menos viu seu time subir uma posição na tabela e manter a invencibilidade que já dura mais de um mês. O Kobe pelo menos conseguiu pontuar depois de quatro derrotas seguidas.

 

Nagoya Grampus 0×0 Omiya Ardija

Mizuho Athletic Stadium – Público:  8.793

Nagoya: Continua em 7º (42)
Omiya: Continua em 15º (32)

O clima não parece nada bom no Grampus. Era um dos favoritos ao título no início do ano e tem ficado na parte de cima da tabela até agora, mas o Nagoya nem chegou perto de alcançar a liderança. Pior do que isso, as duas derrotas recentes por 5×0 para dois candidatos ao rebaixamento (Gamba e Niigata) deixou o moral da equipe e dos torcedores em pedaços. Tanto que o público desta partida foi o pior do Grampus em todo o campeonato – pela primeira vez ficou abaixo dos 10 mil. O Omiya, há mais de um mês sem sofrer um único gol, somou mais um pontinho e segue rumo ao seu objetivo de mais uma temporada sendo bom o bastante apenas para não cair.

 

Júbilo Iwata 0×1 Shimizu S-Pulse

Ecopa Stadium – Público: 28.745 [vídeo]
20′ Muramatsu

Iwata: Caiu de 4º para 5º (42)
Shimizu: Subiu de 6º para 4º (44)

Altamente promovido pela liga, o dérbi de Shizuoka é sempre um confronto interessante e uma das maiores rivalidades da J-League, se não a maior. Quando ambos estão brigando na parte de cima da tabela, então, a coisa pega fogo. O Júbilo teve alguns momentos brilhantes na temporada e poderia até estar disputando o título, não fosse por sua defesa nada confiável. Já com o Shimizu foi o contrário: uma defesa forte e uma dificuldade enorme em marcar gols. Porém, o S-Pulse tem estado bem acima das expectativas, pois tem o elenco mais jovem da J1 e ainda perdeu vários atletas importantes e experientes que eram titulares, como Shinji Ono (West Sydney Wanderers), Alex Brosque (Al Ain), Iwashita (Gamba) e Edamura (Cerezo). E a apertada vitória no clássico não poderia ter sido melhor para o Shimizu: além de ultrapassar o rival na tabela, a zona de classificação para a ACL ficou a apenas 4 pontos de distância.

Taisuke Muramatsu decidiu o dérbi em favor do Shimizu / Sanspo

 

Vegalta Sendai 2×1 Gamba Osaka

Yurtec Stadium – Público: 18.003 [vídeo]
76′ [1x0] Ryang Yong-Gi
82′ [2x0] Nakahara
90′ [2x1] Paulinho

Sendai: Continua em 2º (51)
Gamba: Caiu de 16º para 17º (29)

Praticamente imbatível em casa (o Shimizu foi o único visitante a vencer no Yurtec este ano) e com chances reais de ser campeão nesta que é apenas a quinta temporada de sua história na primeira divisão, o Sendai explorou bem as fraquezas do Gamba e conseguiu a vitória graças a um presente do “mito” Fujigaya (que novidade, não?) e um gol de cabeça após bola cruzada na área. Desta vez nem Leandro, cotado até para ser o MVP da liga, foi capaz de evitar uma derrota do Gamba. Aliás, foi a primeira vez que o time de Osaka perdeu no campeonato com o brasileiro em campo.

 

Urawa Reds 1×2 Consadole Sapporo

Saitama Stadium 2002 – Público: 30.692 [vídeo]
50′ [0x1] Furuta
74′ [0x2] Furuta
86′ [1x2] Umesaki

Urawa: Continua em 3º (48)
Sapporo: Continua em 18º (13)

O Urawa só precisava vencer em casa o “jogo-bônus” contra o já rebaixado Sapporo para ficar a apenas 3 pontos da liderança e definitivamente deixar de lado o vexame que foi o 5×0 que sofreu em Saitama pelas mãos do Gamba Osaka, duas rodadas atrás. Mas parece que os Reds não conseguem se livrar de alguns fantasmas do passado. Em 2007, eles perderam para o Yokohama FC na última rodada e o título da J-League que estava praticamente garantido acabou nas mãos do Kashima Antlers. Aquele Yokohama FC de 2007 fez apenas 16 pontos e, junto com o Shonan Bellmare de 2010 (com o mesmo número de pontos), pode ser considerado o pior time da história da J1. O Consadole precisa de pelo menos mais uma vitória para que essa marca negativa não seja superada, mas novamente um dos piores times que a J1 já viu contribuiu para que o troféu não fosse para o Urawa.

Foi a primeira vitória fora de casa do Consadole, e logo em Saitama / J.League Photos

Classificação da J-League após a 28ª rodada
Artilharia

Depois de uma 1ª fase arrasadora, Japão Sub-17 cai nas quartas no Mundial

sex, 05/10/12
por Tiago Bontempo |

Japonesas desoladas após a eliminação nas quartas de final / Getty Images

O melhor ataque, nenhum gol sofrido, goleadas e três vitórias tranquilas na fase de grupos. As Pequenas Nadeshiko (ou Little Nadeshiko, como é chamada no Japão a seleção feminina sub-17) fizeram uma primeira fase impecável na Copa do Mundo disputada no Azerbaijão e já eram tidas como principais candidatas ao título. Nas eliminatórias, elas também tinham ficado em primeiro, também tiveram o melhor ataque e também não sofreram nenhum gol. Diziam os comentaristas japoneses que esta geração era ainda melhor que a sub-20. Porém, como já estamos cansados de saber, no futebol nunca há vitória garantida.

O caminho estava traçado para uma final contra Coreia do Norte ou Alemanha. Gana (adversário das quartas de final) e França (já classificada para a semifinal) não tinham mostrado um futebol vistoso e envolvente como o Japão. Mas em torneios eliminatórios, ainda mais no sub-17, resultados inesperados não são raros. Bastou uma partida atípica das japonesas, somada a uma atuação defensiva irretocável das ganesas e a maior “zebra” desse Mundial apareceu.

Para essas meninas entre 15 a 17 anos, é uma derrota que jamais será esquecida, mas também uma importante lição aprendida. De qualquer forma, tudo indica que o futebol feminino japonês está sendo desenvolvido no rumo certo e que atletas como Yui Narumiya, Yui Hasegawa, Mizuki Nakamura e Rika Masuya, entre outras, possuem uma promissora carreira pela frente.

Confira um pouco sobre cada um dos quatro jogos disputados pelo Japão neste Mundial:

Brasil 0×5 Japão – 23/09 – Bayil stadium, Baku [vídeo]
Gols: Rika Masuya (2′, 17′), Yui Narumiya (49′, 67′), Hina Sugita (63′)
Esperava-se uma estreia mais difícil, mas o Japão marcou bem no comecinho e não deu a menor chance às brasileiras. Dominou do início ao fim e, muito superior, goleou merecidamente.

Nova Zelândia 0×3 Japão – 26/09 – 8 km Stadium, Baku [vídeo]
Gols: Yui Hasegawa (60′, 78′), Rin Sumida (90′+3)
A partida mais difícil das japonesas na primeira fase. As neozelandeses se retrancaram e seguraram o ataque nipônico até o segundo tempo, quando cansaram a não conseguiram mais impor resistência. Ofensivamente, só um time jogou.

Japão 9×0 México – 30/09 – Shafa Stadium, Baku [vídeo]
Gols: Risa Shimizu (8′), Yui Narumiya (18′), Akari Shiraki (22′, 29′), Ayaka Inoue (28′, 56′), Hina Sugita (69′), Yuka Momiki (79′), Mizuki Nakamura (86′)
Simplesmente um massacre. Mais uma goleada e as Pequenas Nadeshiko encerraram a primeira fase com a melhor campanha entre todos os 16 participantes.

Japão 0×1 Gana – 05/10 – 8 km Stadium, Baku [vídeo]
Gol: Sherifatu Sumaila (53′)
O Japão teve 67% de posse de bola, mais do que em todas as outras partidas, mas parou na implacável defesa ganesa. Foram apenas dois chutes na direção do gol durante os 90 minutos. Gana também não fez muito para merecer a vitória e apareceu pouco no ataque, mas o lance crucial foi quando a goleira Chika Hirao caiu para segurar um cruzamento rasteiro que vinha na sua direção e tomou um frango incrível. Detalhe que Hirao já tinha até feito boas defesas, mas essa única falha acabou custando caro. O Japão foi eliminado e praticamente não teve seu sistema defensivo testado.

Destaques de setembro na J2

ter, 02/10/12
por Tiago Bontempo |

O time do mês – Ventforet Kofu

Os concorrentes ajudaram, mas não tem como tirar o mérito da única equipe que consegue ser consistente numa liga tão equilibrada como a J2. Curiosamente, o Kofu venceu os quatro jogos mais difíceis que teve no mês (2×1 Oita, 1×0 Okayama, 3×2 Kitakyushu e 2×1 Tochigi) mas acabou empatando o mais fácil: 1×1 em casa contra o Tottori. A vexaminosa eliminação na Copa do Imperador para o Fukushima United, um time amador e que ainda jogou com os reservas, também merece ser lembrada, mas isso não tira o brilho da excelente campanha que vem fazendo na segundona. Faltando seis rodadas para o fim do campeonato e com 74 pontos (o vice-líder Shonan Bellmare tem 63), a vaga nos playoffs (do 3º ao 6º colocados) já está praticamente garantida e até mesmo a promoção direta (para os dois primeiros) só seria perdida se acontecesse um desastre.

Time-base do Kofu em agosto

Quem também se destacou:

FC Gifu: Venceu três candidatos ao acesso (1×0 Verdy, 1×0 Tochigi e 3×2 Shonan) e, em 19º lugar, vem mostrando que merece continuar na J2. Lembrando que o 22º pode ser rebaixado para a JFL. Na terceira divisão, o V-Varen Nagasaki (atualmente em primeiro lugar) é o único que conseguiu cumprir os requerimentos da J-League até agora para ser promovido, e terá o acesso automático para a J2 se terminar como campeão na JFL. Caso termine em segundo, jogará um playoff contra o último colocado da J2. O Kamatamare Sanuki desistiu de obter a licença este ano. O Nagano Parceiro também só deve tentar em 2013.

Kataller Toyama: Também ganhou três jogos no mês e passou a lanterna de volta para o Machida. Tem o melhor saldo entre os que lutam pra não cair.

 

MVP do mês: Davi (Ventforet Kofu)

Depois deste último mês, em que marcou seis gols em cinco jogos e deixou o título da J2 praticamente nas mãos do Kofu, a escolha de Davi para o melhor jogador do campeonato parece barbada. O brasileiro lidera com folga a artilharia, com incríveis 28 gols em 33 jogos – o segundo colocado, Takuma Abe (Verdy), balançou as redes 17 vezes. Dificilmente o recorde de gols em uma temporada na J2 será batido (em 2007, Hulk marcou 37 vezes em 42 jogos pelo Verdy), mas, graças a Davi, poucos em Yamanashi devem sentir saudades de Havenaar.

Davi: mais em forma do que nunca e destruindo defesas na J2 / J.League Photos

Quem também se destacou:

Fernandinho (Ventforet Kofu) – O brasileiro de 31 anos, ex-Mogi Mirim e que já passou por vários clubes do Japão, ganhou a titularidade em setembro e caiu como uma luva no sistema ofensivo do Kofu, jogando quase como um segundo atacante logo atrás do artilheiro Davi.

Masaki Chugo (Tokyo Verdy) – Se o ataque do Verdy não tem mais empolgado como antes, a presença do ex-jogador de Kashima, JEF e Cerezo melhorou e muito o sistema defensivo do time da capital. Um dos melhores volantes da J2.

 

Jogador jovem do mês: Jin Hanato (Giravanz Kitakyushu)

Um dos destaques de agosto, o atacante de 22 anos que está emprestado pelo Yokohama Marinos aparece desta vez como o que mais se sobressaiu entre as jovens promessas. Marcou quatro gols em setembro e chegou a 12 no total, em quinto na tabela de artilharia. Brilhou na vitória por 3×0 contra o JEF em Chiba, quando marcou duas vezes e foi escolhido o melhor em campo.

Jin Hanato, mais um jogador do Marinos que se dá bem ao ser emprestado / J.League Photos

 

Decepções do mês: Shonan, Oita, Kyoto, JEF, Verdy, Yamagata…

Não tinha como escolher um só. Todos os principais candidatos ao acesso merecem o título de “decepções do mês”. Nenhum deles ganhou mais que dois jogos em setembro, contribuindo assim para que o Kofu disparasse na liderança. Desse grupo citado acima, mais Yokohama FC e Tochigi, que correm por fora, qualquer um que subir será saco de pancadas na J1 se manter a mesma inconsistência e não se reforçar.

Classificação da J2 após a 36ª rodada
Artilharia



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