Japão termina Copa das Confederações com mais uma frustrante derrota

sáb, 22/06/13
por Tiago Bontempo |

Copa das Confederações – 1ª fase – Japão 1×2 México
Mineirão, Belo Horizonte – Público: 52.690 [vídeo]
Gols: Chicharito (54′, 66′), Okazaki (86′)

Kagawa lamenta: três derrotas em três jogos / Getty Images

Derrotas para Brasil (3×0), Itália (4×3) e agora México (2×1) resumiram a campanha japonesa na Copa das Confederações 2013. Ofensivamente, o time foi nulo na primeira partida, excelente na segunda e fraco na terceira. Defensivamente, foi mal nas três. A defesa, sempre vista como o principal ponto fraco mas que pouco foi exigida nas Eliminatórias, mostrou não estar à altura das grandes seleções. Os lentos volantes sofreram com a velocidade dos adversários e não deram proteção suficiente à zaga. Os meias se destacaram, mas a falta de uma presença de área ainda afeta a produtividade deles. Enfim, são os mesmos problemas que já eram apontados antes mesmo de começar as Eliminatórias, em 2011, e que mais uma vez foram levantados quando a equipe de Zaccheroni deu sinais de estagnação nos últimos jogos. Afinal, o Japão evoluiu com o treinador italiano ou não?

A partida disputada no Mineirão não valia muito, pois japoneses e mexicanos já estavam eliminados. Ainda assim, ambos entraram em campo com algo próximo do que têm de melhor. Nos Samurais Azuis, três mudanças: Hosogai substituiu o suspenso Hasebe (Endo herdou a braçadeira de capitão) enquanto Kurihara e Hiroki Sakai entraram nas vagas dos poupados Yoshida e Uchida.

Na El Tri, José Manuel de la Torre mexeu em todas as posições. No gol, Ochoa finalmente teve uma chance de ser titular. Na defesa, o capitão Francisco Rodríguez deu lugar ao jovem Diego Reyes. O veterano Torrado passou a capitanear a equipe e formou a dupla de volantes com Zavala, que retornou ao time e mandou Salcido para o banco. Mais à frente, Flores perdeu a vaga para Giovani dos Santos, deslocado para a ponta direita. Jimenez entrou no ataque ao lado de Chicharito Hernandez, e a formação que vinha sendo um 4-4-1-1 passou a ser um 4-4-2 mais tradicional.

As formações iniciais: Japão no 4-2-3-1 e México no 4-4-2

O Japão começou melhor e mais organizado. Chegou até a balançar as redes num chute de Endo de fora da área que foi desviado por Okazaki de calcanhar, mas o lance foi anulado por impedimento. Será que estava mesmo? Tire sua própria conclusão. Porém, os nipônicos mostravam dificuldades na saída de bola e na marcação, o que contribuiu para que os mexicanos logo passassem a controlar mais a bola e criassem mais chances de perigo. A principal delas no primeiro tempo foi quando Guardado apareceu como elemento surpresa dentro da área, escorando de cabeça um cruzamento pelo lado esquerdo, sem marcação. Kurihara e Konno estavam ocupados marcando os dois atacantes e os volantes não acompanharam. Kawashima teve sorte e a bola carimbou a trave.

No início da segunda etapa, o camisa 1 não teve tanta sorte assim. Novamente num cruzamento pela esquerda, desta vez com Guardado, Chicharito se adiantou a Kurihara e chegou na bola antes de Kawashima: 1×0. Não demorou muito e saiu o segundo, de novo na bola aérea. E do novo com Chicharito, do alto de seus 1,75 m. O irônico é que um minuto antes de sofrer o segundo gol Zaccheroni tinha tirado o centroavante Maeda e colocado o zagueiro Yoshida. Isso mesmo, com o time perdendo por 1×0, ele tirou um atacante e colocou um defensor. Lá estava o 3-4-3 de volta.

65 minutos: Maeda deu lugar a Yoshida e o Japão passou a atuar no 3-4-3

O italiano já tinha feito a mesma mudança tática no decorrer da partida contra a Austrália. O resultado? Gol sofrido dois minutos depois. Desta vez o castigo demorou apenas um minuto para vir. Foi só mudar para o 3-4-3 e imediatamente o México fez 2×0. Foi a sexta vez que a formação com três zagueiros foi usada por Zaccheroni e em nenhuma delas deu certo. 13 minutos depois, mais uma mudança e o sistema voltou para o 4-2-3-1 quando Nagatomo sentiu o joelho e teve que ser substituído. Kengo Nakamura entrou em seu lugar, deslocando Konno para a lateral esquerda e fazendo a ligação com o ataque, onde Honda tentava suprir a ausência de um centroavante.

78 minutos: Com a entrada de Nakamura, o Japão volta para o 4-2-3-1

Nakamura entrou bem e o Japão finalmente parecia capaz de tentar algo na partida. Honda estava visivelmente desgastado e quase não apareceu no segundo tempo, mas Kagawa ainda queria jogo. E foi do camisa 10 o preciso lançamento que encontrou Endo do outro lado da área mexicana, nas costas da defesa. Com um toque de primeira, ele serviu Okazaki, que finalizou também de primeira, à queima-roupa, e venceu o arqueiro Ochoa. Uma boa jogada trabalhada, mas foi só. O Japão se despediu da Copa das Confederações sem nenhum ponto, disse até logo ao Brasil e deixou uma imagem mais ou menos positiva por causa do jogo contra a Itália, mas os pontos negativos foram maiores. Se não quiser dar vexame na Copa do Mundo, Zaccheroni terá que corrigir em um ano os problemas que ele não arrumou nos últimos dois.

Histórico dos confrontos
Em partidas oficiais, o Japão só venceu o México uma vez (3×2, amistoso disputado em Fukuoka em 1996) e sofreu a terceira derrota. As outras duas foram em um amistoso em Hong Kong (1×0, em 2000) e na Copa das Confederações de 2005 (2×1, em Hannover). Existem mais dois confrontos entre seleções consideradas principais na época mas que acabaram não entrando no registro de jogos oficiais: uma vitória japonesa nas Olimpíadas de 1968 (2×0 com dois gols de Kamamoto, partida que valeu a medalha de bronze para os nipônicos) e um triunfo mexicano em jogo-treino (2×1 em Lausanne, Suíça) antes da Copa de 1998.

Notas:
Kawashima – 7,0 - Inseguro em alguns lances, mas fez boas intervenções e ainda defendeu um pênalti, impedindo o hat-trick de Chicharito. Sem culpa nos gols sofridos.
Hiroki Sakai – 5,5 - Apesar de ser um lateral ofensivo, quase não apareceu no ataque e ainda não foi bem na marcação. O primeiro gol mexicano saiu de um cruzamento pelo seu lado.
Kurihara – 6,0 - Vinha fazendo uma partida segura até falhar no lance do primeiro gol, quando não acompanhou Chicharito.
Konno – 6,0 - Regular na zaga. Virou lateral esquerdo no fim do jogo e subiu bastante ao ataque, mas sem sucesso.
Nagatomo – 6,0 - Travou um bom duelo com Giovani dos Santos na marcação mas não foi muito efetivo no ataque. Saiu sentindo o joelho no segundo tempo.
Hosogai – 6,0 - Razoável na marcação mas com participação zero no ataque.
Endo – 6,0 - Sofreu na marcação e não evitou que Mier desviasse de cabeça na primeira trave no primeiro gol mexicano. No entanto, era o único com bom passe na saída de bola e deu a assistência para o gol de Okazaki.
Okazaki – 7,0 - Mais uma vez, o melhor japonês em campo. Seu esforço foi recompensado com um gol no final.
Honda – 4,5 - No primeiro tempo, deu uma furada feia e foi desarmado duas vezes, dando dois contra-ataques perigosos ao México. Arrastou-se em campo no segundo tempo.
Kagawa – 6,5 - Esforçou-se, mas produziu pouco. Iniciou a jogada do gol de honra do Japão.
Maeda – 6,0 - Participativo no ataque, foi melhor que nas últimas partidas (o que não era muito difícil), mas ainda está longe de ser a solução dos problemas da seleção para a posição de centroavante.
Uchida – 5,0 - Entrou no lugar de Sakai para reforçar a defesa mas acabou falhando na marcação de Chicharito no segundo gol mexicano e ainda cometeu um pênalti.
Yoshida – 5,5 - Entrou no lugar de Maeda para formar o terceiro zagueiro no 3-4-3 de Zaccheroni, mas a defesa não melhorou – sofreu o segundo gol um minuto depois que ele entrou em campo.
Kengo Nakamura – 6,5 - Jogou pouco mais de 15 minutos mas foi sua melhor apresentação pela seleção em muito tempo. O Japão melhorou com ele em campo.
Zaccheroni – 2,0 - Escalou o time sem muitas surpresas, no usual 4-2-3-1,  mas colocou tudo a perder com péssimas alterações e a teimosia no 3-4-3 que nunca funcionou com o Japão. Admitiu o erro ao colocar Kengo e voltar para o 4-2-3-1, mas era tarde.

Classificação final do Grupo A

Pos. País Pontos J V E D GP GC SG
Brasil 9 3 3 0 0 9 2 7
Itália 6 3 2 0 1 8 8 0
México 3 3 1 0 2 3 5 -2
Japão 0 3 0 0 3 4 9 -5

Itália 4×3 Japão: Samurais perdem, mas impressionam com futebol ofensivo

qui, 20/06/13
por Tiago Bontempo |

Copa das Confederações – 1ª fase – Itália 4×3 Japão
Arena Pernambuco, Recife – Público: 40.489 [vídeo]
Gols: Honda (21′), Kagawa (33′), De Rossi (41′), Uchida (gol contra, 50′), Balotelli (52′), Okazaki (69′), Giovinco (86′)

Brilhante no ataque e com lapsos na defesa, o Japão acabou eliminado mais cedo / Getty Images

37 do segundo tempo. O placar da Arena Pernambuco mostra 3×3. Empurrado pela torcida local, o Japão encurrala e coloca a Itália na roda. Troca 26 passes em sequência, enquanto o estádio grita “olé”. Os tetracampeões mundiais eram dominados. Ainda assim, eles já tinham feito três gols. E fizeram o quarto. No momento que mais favorecia os japoneses, os italianos mataram o jogo em um contra-ataque: 4×3 na melhor partida da Copa das Confederações até agora.

Depois da derrota para o Brasil, em que atuou num 4-6-0 e de forma defensiva, Alberto Zaccheroni mudou o Japão de volta para seu 4-2-3-1 padrão, com Maeda à frente dos três meias. A Itália, treinada por Cesare Prandelli, veio com duas mudanças em relação ao time que venceu o México por 2×1 na estreia: Maggio no lugar de Abate na lateral direita e Aquilani substituindo Marchisio no meio-campo.

As formações iniciais: Itália no 4-3-2-1 e Japão no 4-2-3-1

Para a surpresa de muitos, os Samurais lançaram-se à frente desde o início e pressionaram os italianos nos primeiros 15 minutos. Quando o duelo ia se equilibrando, De Sciglio recuou mal e a bola ficou dividida entre Buffon e Okazaki. O árbitro argentino Diego Abal marcou pênalti e Honda cobrou bem: 1×0. Com a vantagem no placar, o Japão continuou dominando. Prandelli viu que sua equipe não conseguia jogar e trocou Aquilani por Giovinco com apenas 30 minutos. Mas sofreu o segundo logo depois, em uma falha defensiva. Konno tentou um passe para Kagawa; Chiellini e Montolivo poderiam ter cortado, mas eles não se entenderam e a bola sobrou com o camisa 10 nipônico, que mandou de voleio para as redes: 2×0.

O domínio ainda era japonês, e cabia mais. Buffon fez boa defesa numa cobrança de falta perigosa de Endo. A Itália só se encontrou quando aconteceu um apagão na defesa japonesa. Bastaram 12 minutos: cinco no fim do primeiro tempo e sete no início do segundo. Numa bola parada, num escanteio de Pirlo em que De Rossi ganhou da marcação de Hasebe e cabeceou para as redes, o placar diminuiu para 2×1. Antes do intervalo, Giaccherini não se importou com a marcação de Konno e acertou um chute na trave.

Começou a segunda etapa e o Japão ainda atacava, mas deu de presente o gol de empate quando Yoshida protegeu mal uma bola que estava para sair em tiro de meta; Giaccherini ganhou dele e cruzou rasteiro para o meio da pequena área, onde Balotelli estava livre para fazer o gol. A bola não chegou nele, mas Uchida colocou para dentro da própria meta: 2×2. Logo em seguida, a Azzurra chegou novamente e o árbitro marcou pênalti num chute de Giovinco em que a bola desviou na perna de Hasebe e depois em seu braço. Intencional? De forma alguma. Desviou a trajetória da bola? Desviou, mas a perna já tinha amortecido o chute. De qualquer forma, Balotelli foi para a cobrança, deslocou Kawashima e virou o jogo: 3×2.

A Itália só precisava defender o resultado e já estaria classificada com antecedência para a semifinal, o que favoreceu a manutenção da pressão nipônica. O gol de empate veio com o guerreiro Okazaki, que se adiantou à marcação na primeira trave e mandou para as redes, de cabeça, a bola cruzada por Endo. A montanha-russa que foi a partida mais uma vez fez com que os japoneses chegassem às alturas, e o gol da virada esteve por um fio – Okazaki e Kagawa acertaram a trave. De repente, um contra-ataque fulminante nos minutos finais e os asiáticos estavam lá embaixo novamente. Giovinco, que nunca tinha feito um gol pela sua seleção, marcou pela primeira vez. Ainda deu tempo de Yoshida empatar após mais uma bola na trave de Okazaki, mas o zagueirão estava impedido e o que seria o seu gol redentor foi anulado.

Foi a segunda derrota em dois jogos e o Japão já está eliminado da Copa das Confederações. A defesa cometeu falhas terríveis, mas dominar a Itália não é para qualquer um. Foi um futebol bonito e ofensivo que certamente deixou orgulhosos os torcedores dos Samurais Azuis. Honda e Kagawa brilharam e Okazaki conseguiu ser ainda melhor. Neste esporte, o time que domina nem sempre é o vencedor, mas se o Japão não tinha mostrado seu verdadeiro futebol no jogo anterior, agora os brasileiros já sabem o que podemos esperar deles.

Histórico dos confrontos
Não foi desta vez que o Japão conseguiu a primeira vitória contra a Itália em sua história. Mas os dois países só se enfrentaram em outras duas ocasiões: um empate por 1×1 num amistoso em Saitama em 2001 (gol de Yanagisawa) e uma goleada italiana por 8×0 nas Olimpíadas de Berlim em 1936.

Notas:
Kawashima: 5,5 - Sofreu quatro gols mas não cometeu falhas.
Uchida: 5,5 - Ficou o tempo todo preso na marcação e ainda fez um gol contra.
Yoshida: 5,0 - Não foi mal durante os 90 minutos, mas a falha terrível no segundo gol italiano comprometeu sua atuação.
Konno: 5,5 - Poderia ter ido melhor nos lances em que deixou Giaccherini chutar na trave e no quarto gol italiano, mas deu a assistência para o gol de Kagawa.
Nagatomo: 6,5 - Cresceu no segundo tempo e incomodou bastante a defesa italiana.
Hasebe – 6,0 - Bem melhor que nas partidas anteriores, o capitão foi firme na marcação (apesar de ter falhado no lance do gol de De Rossi), não teve culpa no pênalti que causou e por muito pouco não fez um golaço de fora da área.
Endo – 6,5 -  Deu a assistência para o gol de Okazaki mas não apareceu muito no resto do jogo.
Okazaki – 8,0 - O melhor em campo. Fez gol, acertou a trave duas vezes, iniciou contra-ataques… Estava inspirado.
Honda – 7,0 - Cobrou bem o pênalti no primeiro gol, apareceu bastante no ataque e quase fez um golaço no segundo tempo.
Kagawa – 7,5 - Desde 2011 ele não tinha uma partida tão boa pela seleção. Fez gol, comandou inúmeros ataques e por pouco não decidiu a vitória em favor do Japão – bateu na trave.
Maeda – 5,0 - Não participou muito das triangulações e desperdiçou as duas chances que teve.
Hiroki Sakai – 6,0 - Entrou no lugar de Uchida para deixar o lado direito mais ofensivo, mas teve pouco impacto na partida.
Havenaar – 5,5 - Entrou no lugar de Maeda. Não teve uma boa chance para finalizar.
Kengo Nakamura – Sem nota - Jogou dois minutos.
Zaccheroni – 6,5 - Teve méritos por fazer o time jogar no ataque e dominar a Itália, mas suas alterações não mudaram nada na partida.

Brasil 3×0 Japão: Samurais ainda não estão à altura de seu eterno algoz

dom, 16/06/13
por Tiago Bontempo |

Copa das Confederações – 1ª fase – Brasil 3×0 Japão
Estádio Nacional Mané Garrincha, Brasília – Público: 67.423 [vídeo]
Gols: Neymar (3′), Paulinho (48′), Jô (90′+3)

Kagawa bem que tentou, mas pouco produziu / Foto: Tiago Bontempo

O discurso era bonito. “Viemos para vencer”, disse um. “Sei como parar o Neymar”, declarou outro. “Podemos surpreender e vencer”, declarava um terceiro. A impressão era de que os japoneses tinham aprendido com os 4×0 do ano passado e vinham motivados para o jogo de abertura da Copa das Confederações, contra o Brasil em Brasília. E, principalmente, sem medo de enfrentar seu maior algoz, o qual nunca venceram com a seleção principal. No entanto, foi só a bola rolar no Mané Garrincha e os nipônicos pareceram ter esquecido de tudo o que disseram antes do jogo. O nervosismo era evidente e os erros em jogadas simples se repetiam. Desatenção no início dos dois tempos e um contra-ataque nos acréscimos resumiram mais uma incontestável vitória brasileira.

Se alguém surpreendeu do lado dos Samurais Azuis, foi Zaccheroni. Desta vez ele não escalou nenhum centroavante e mandou a campo uma formação que até parece um 4-4-2, mas na prática é um 4-6-0. O italiano só havia feito isso uma vez, e foi justamente naquele amistoso contra o Brasil. Se a formação foi a mesma, ao menos a estratégia foi diferente. Nada de tentar atacar e jogar de igual para igual como da outra vez, a postura era bem mais contida. Só que o golaço de Neymar no terceiro minuto de jogo colocou tudo isso por água abaixo.

O restante da primeira etapa foi até bom e o Japão chegou a levar perigo ao adversário em alguns momentos. A torcida (que parecia ser pelo menos 99% composta por brasileiros) chegou até a ensaiar vaias para o Brasil lá pelo 35º minuto. Mas, novamente, foi só começar o segundo tempo e, de novo no terceiro minuto, tudo o que Zaccheroni planejou foi por água abaixo. E no exato momento do segundo gol, Maeda, que se aquecia na beira do campo, foi chamado. Saiu Kiyotake, um dos poucos japoneses que não dava pra falar que estava jogando mal, e entrou o atacante do Júbilo Iwata que tem apenas dois gols na temporada da J-League e não marca pela seleção desde o ano passado. Seria ele o salvador da pátria? Nem de longe.

 As formações iniciais: O Japão com Okazaki um pouco mais à frente e Honda com liberdade para se
movimentar pelo meio-campo; o Brasil foi o mesmo que venceu a França por 3×0 no último amistoso

A formação voltou a ser o 4-2-3-1 mas o Japão continuou errando demais (o Brasil teve 31 desarmes) e deixou claro que não existe um Plano B. Endo estava num dia terrível, mas qual alternativa Zaccheroni tinha com o time perdendo por 2×0? Ele optou por colocar Hosogai, um volante de marcação. O capitão Hasebe até tentou compensar um pouco subindo ao ataque, mas sem sucesso. Os nipônicos não fizeram por merecer nem mesmo um gol de honra; apesar da atuação decente da dupla de zaga, o péssimo desempenho dos volantes e a falta de uma presença ofensiva para finalizar as jogadas comprometeram demais. O Brasil foi superior em todos os aspectos e aumentou sua vantagem no histórico de confrontos para oito vitórias, dois empates e nenhuma derrota.

Notas:
Kawashima: 5,0 - Sua única falha foi não ter segurado o chute de Paulinho; era uma bola defensável. No resto da partida foi bem.
Uchida: 5,0 - Ganhou a maioria dos duelos com Neymar mas também sofreu muito para marcá-lo. Nulo ofensivamente.
Yoshida: 5,5 - Não teve atuação ruim e ganhou praticamente todos os duelos dentro da área, mas estava quase caminhando ao invés de tentar marcar Jô no lance no terceiro gol.
Konno: 5,5 - Também ganhou vários duelos dentro da área mas foi incapaz de evitar os gols sofridos.
Nagatomo: 5,0 - Não teve tanto trabalho quanto Uchida na marcação, mas suas subidas ao ataque não influenciaram o jogo.
Hasebe: 4,0 - Péssimo na marcação, não conseguiu acompanhar o ritmo dos brasileiros.
Endo: 3,0 - Irreconhecível. Errou passes simples e marcou mal.
Kiyotake: 6,0 - Um dos poucos que dava a esperança de que poderia acontecer algo quando pegava na bola. No entanto, foi substituído no início do segundo tempo.
Kagawa: 5,0 - Alguém lembra quando foi a última vez que ele jogou realmente bem pela seleção?
Honda: 6,0 - Chamou o jogo para si e foi o principal nome do ataque japonês, mas pouco pôde fazer.
Okazaki: 5,0 - Perdeu a maioria das jogadas e pouco produziu.
Maeda: 5,0 - Manteve a regularidade de não fazer gol pela seleção. Passou em branco pelo oitavo jogo seguido.
Hosogai: 5,5 - Jogou 15 minutos e não impressionou.
Inui – Sem nota - Quatro minutos em campo, não teve tempo de fazer nada.
Zaccheroni: 3,0 - Não escalou mal, mas acabou vítima das limitações que ele mesmo impôs à sua seleção e não tinha o que fazer com o time perdendo por 2×0. Suas duas alterações não tiveram impacto nenhum.

Japão anuncia convocados para Copa das Confederações

qua, 05/06/13
por Tiago Bontempo |

Os 23 convocados para a Copa das Confederações foram anunciados hoje pelo técnico da seleção japonesa, o italiano Alberto Zaccheroni. Como já era esperado, a lista não trouxe nenhuma novidade. Dos 26 que haviam sido chamados para os jogos contra Bulgária e Austrália, foram cortados o lateral Yuichi Komano (Júbilo Iwata), o meia Keigo Higashi (FC Tokyo) e o atacante Masato Kudo (Kashiwa Reysol). Confira a convocação completa:



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