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Por Raylane Martins — Curitiba


Depois de cinco anos seguidos representando o Curitiba Vôlei nas quadras, a central Valeskinha será oficialmente integrante da comissão técnica na próxima temporada. Ouro em Pequim-2008, a jogadora de 47 anos viveu o rebaixamento na Superliga em 2022, continuou na equipe em 2023 e será promovida à auxiliar-técnica em 2024.

Procurada pela equipe do ge, Valeskinha não descartou a possibilidade de entrar em quadra.

— Ainda não me decidi quanto à minha aposentadoria - esclareceu.

A diretora do Curitiba Vôlei, Gisele Miró, explicou que a ideia é que a atleta possa contribuir mais de perto para a formação e aperfeiçoamento de novas atletas.

Valeskinha chegou a anunciar aposentadoria em 2021, mas acabou continuando em quadra. Ela foi a mais experiente jogando a Superliga neste ano, considerando também a Superliga A, e já vinha colaborando como uma auxiliar nos treinamentos, participando das decisões técnicas e trocando experiências com as atletas.

Desde 2016, o Curitiba Vôlei sobrevive com incentivo de apoiadores, do Governo e apenas patrocínios pontuais, que não arcam com todas as despesas nem permitem grandes investimentos.

— Seria um sonho poder gastar as energias apenas no treinamento e preparação da equipe, mas provavelmente seremos a equipe com o menor orçamento na competição. Trouxemos o Moska de volta e vamos contar com toda experiência da Valeskinha. Apesar das dificuldades, o público vai ver uma equipe com o DNA do Curitiba Vôlei: competitiva até o último ponto - conta Gisele.

— O maior incentivo vem do público que lota o ginásio e sempre abraçou o projeto. O ideal seria ter um patrocínio que nos permitisse montar uma equipe anual para disputar várias competições e não apenas a Superliga. Mesmo assim, com pouco recurso, oferecemos entretenimento e inspiramos as novas gerações. O projeto visita as escolas públicas e fomenta o esporte das categorias de base até comunidades invisíveis aos olhos da população em geral - explica a diretora.

Gisele Miró foi campeã no tênis quando atleta - atingiu a 99ª posição do ranking da WTA em 1988, foi ouro nos Jogos Pan-Americanos de 87 e se destacou internacionalmente na modalidade. Desde 2017, a grande luta de Gisele é para colocar o Curitiba Vôlei em alto nível.

— Buscamos um patrocinador que veja o potencial e a importância do projeto como uma oportunidade de negócio. Já tivemos retornos de imagem calculados pelo Ibope Repucom e um projeto aprovado no Ministério do Esporte, onde as empresas podem destinar parte do imposto de renda. Tenho esperança não só de retornar à Superliga A mas de disputar o título num futuro não muito distante - finaliza.

Valeskinha, campeã olímpica em 2008 — Foto: Arquivo Pessoal

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