Cristian Rodríguez quer se manter ativo paradisputar a Copa América pelo Uruguai (Foto: AP)
Além da dificuldade financeira, o Grêmio enfrenta outro empecilho para conseguir contratar Cristian Rodriguez: a possibilidade do meia atuar nos Estados Unidos. O país que tenta crescer sua liga surge como o outro destino do uruguaio em razão de ainda manter a janela de transferências aberta.
O meia-atacante, que pertence ao Atlético de Madrid, atualmente defende o Parma. No entanto, o clube italiano, que o contratou em janeiro deste ano, passa por uma grave crise, em vias de declarar falência. Sem pagar salários, tem liberado os jogadores, que sequer têm atuado pelo Campeonato Italiano. Cebolla, como é conhecido, pretende definir rapidamente o seu futuro.
Até para estar apto em seu principal objetivo na temporada: a Copa América. O torneio de seleções será disputado a partir de junho no Chile. E Rodriguez não deseja de ficar fora da lista do Uruguai. Para manter o condicionamento físico, já abriu conversas para definir o que fará até o início do torneio:
- Já falei com (Diego) Simeone (técnico), que me disseram que o Atlético era minha casa e poderia voltar para treinar. Não posso jogar lá porque a janela está fechada. Também foi aberta a possibilidade de eu treinar na seleção. Há também a chance de atuar nos Estados Unidos ou no Brasil por quatro meses. Quero jogar jogar e estar pronto para disputar a Copa América - afirmou em entrevista à Rádio Cadena SER.
A situação pela qual passa o Parma fez o time - que está em último na tabela com apenas 10 pontos - não disputar as últimas duas rodadas contra Udinese e Genoa, respectivamente. Neste último, como seria fora de casa, a direção disse que os atletas precisariam pagar as passagens e a hospedagem no hotel, de acordo com o charrua. Cebolla diz que a rotina de treinos segue mantida, mas que nem sabe contra quem atuariam caso entrassem em campo no final de semana:
- A semana segue normal, com treinos pela parte da tarde, mas não jogamos. É algo muito triste. O clube não paga há sete meses. Vim para cá porque tinha ideia de jogar mais minutos. Não jogava sempre no Atlético. É algo muito duro. A história do clube é linda, assim como a cidade. Cada semana há uma história diferente. Não estamos jogando, não sabemos o que ocorrerá. Não sabemos se perdemos os pontos dos jogos que não atuamos. Nem sei com quem poderemos atuar nesse final de semana. Não há dinheiro para pagar a luz. Teríamos que viajar a Genoa e precisaríamos pagar das nossas contas.
Enquanto isso, o Grêmio admite que ter Cristian seria um sonho. Entretanto, a política de austeridade financeira atrapalha, embora seja possível um esforço para flexibilizar a rigidez nos gastos com o meia-atacante.
A complexidade da negociação que se avizinha aponta uma demora no desfecho. É muito provável que um outro nome seja anunciado até sexta-feira pelo Grêmio, também com características ofensivas. O jovem talento argentino "Chino" Zelarrayan, do Belgrano, segue na mira, apesar das negativas oficiais da direção.
No Parma desde janeiro, Cristian disputou quatro partidas, tendo permanecido em campo em 377 minutos. Ainda não fez gol, tampouco levou cartão. Revelado pelo Peñarol, o jogador de 29 anos defendeu Paris Saint-Germain, Benfica, Porto, Atlético de Madrid e Parma. Esteve na Copa do Mundo de 2014 e disputou as quatro partidas da Celeste no torneio.
Há exatos três anos, Rodríguez também esteve na mira do Grêmio. Na época, jogava pelo Porto, mas a negociação não evoluiu. O último reforço tricolor foi Braian Rodríguez, apresentado nesta terça na Arena. Antes deles, chegaram Douglas, Marcelo Oliveira, Galhardo e Erazo. Por outro lado, 13 atletas do elenco principal deixaram o Tricolor desde o fim do Brasileirão.
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