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Por GloboEsporte.com — Campinas, SP


Série "Seleção EPTV" mostra histórias de Luizão e Luis Fabiano em Copas

Série "Seleção EPTV" mostra histórias de Luizão e Luis Fabiano em Copas

Ponte Preta, São Paulo, futebol europeu, Seleção Brasileira. Uma carreira repleta de gols, glórias e bons momentos, mas, como qualquer outra, também de tristezas que dificilmente se apagam. Luis Fabiano, no alto de seus 37 anos, não consegue esquecer um desses tropeços da vida.

Personagem do penúltimo capítulo da série "Seleção EPTV", que conta a história de jogadores da região de Campinas, Ribeirão Preto e Sul de Minas que disputaram Copas do Mundo, o Fabuloso falou muito do Mundial de 2010, na África do Sul. A derrota por 2 a 1 para a Holanda, nas quartas de final, até hoje assombra o atacante.

Luis Fabiano posa com o número que usou em 2010 — Foto: Caio Maciel / EPTV

– Aquele jogo não dá para entender até hoje. Fazer o primeiro tempo que nós fizemos e tomar a virada foi surpreendente para todo mundo. Kaká e eu nos encontramos às vezes e comentamos desse jogo, que a gente poderia ter passado tranquilamente. Kaká teve chance, eu tive chance. Parecia que estava dominado, e acaba saindo precocemente da Copa. Não merecia isso – disse o jogador.

"Clima horrível. Você pensa na família no Brasil, no povo. Mais um ano, mais uma oportunidade de ganhar a Copa. Muitos ali estavam com 29, 30 anos, e fica a dúvida se vai ter outra oportunidade. Pude presenciar a tristeza de perder um companheiro de time [Antonio Puerta, lateral espanhol do Sevilla que morreu uma parada cardíaca]. A segunda maior tristeza foi ter perdido esse jogo na Copa. Difícil superar uma derrota assim".

A Copa disputada no continente africano foi a única da carreira de Luis Fabiano. Sob o comando de Dunga, o Brasil chegou ao torneio com status de favorito, graças aos títulos da Copa América de 2007 e da Copa das Confederações de 2009, além da liderança das Eliminatórias para o Mundial. Vitórias marcantes, como os 3 a 1 contra a Argentina, marcaram a trajetória do time.

Para Fabuloso, o jogo marcante foi em 2008, quando o atacante marcou os dois gols da vitória de virada sobre o Uruguai, no Morumbi, também pelas Eliminatórias. A partir daquele duelo, Seleção e Luis Fabiano engrenaram juntos até o Mundial, que acabou naquele duelo contra a Holanda.

Luis Fabiano ganha disputa contra Lugano no Morumbi — Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com

– O primeiro jogo já foi importantíssimo para a minha sequência na Seleção. Morumbi, Uruguai, perdendo, acabei fazendo dois gols e virando o jogo. Contra a Argentina, com aquela vitória, senti que realmente seria convocado. Dunga sempre falava que nada estava definido, mas depois desse jogo ele falou que 90% do grupo era aquele. Fazendo tudo que eu fiz, achei que estava nos 90% (risos) – brinca.

O fim da história não foi do jeito que todos esperavam. A Seleção vencia a Holanda até o começo do segundo tempo, mas sofreu dois gols de Sneijder e acabou eliminada na única derrota naquela Copa. Artilheiro da equipe na competição, com três gols, Luis Fabiano comentou outras polêmicas, como o temperamento de Dunga e o clamor pelas convocações de Ganso e Neymar.

– Da porta para dentro, era outra coisa. Dunga era uma pessoa muito legal, só quem conhece sabe. Ele defendia o trabalho dele, os jogadores dele. Sempre foi capitão, então tinha esse negócio de ser líder. Para a gente, era totalmente tranquilo, clima de amizade, saudável. Algumas pessoas sempre pegavam no pé do Dunga, e aí tudo estava ruim. Dentro do grupo, a gente se blindava e nada de fora afetava.

"Neymar era muito novo, não sei se ia estar pronto. O Ganso estava muito bem, mas eles não participaram de nenhuma convocação. Aí fica a dúvida. Quando perde, aí tinha que levar. Se ganha, ninguém ia lembrar. São escolhas, o Dunga acreditou nos 23 que levou. Ele acreditou, teve que escolher e escolheu. O Felipão não levou o Romário e foi campeão. Pergunta se alguém lembra?".

Luis Fabiano marcou 28 gols em 45 partidas com a camisa da Seleção Brasileira, entre 2003 e 2013. Hoje, luta para se recuperar de um problema físico e tem um acordo verbal para defender a Ponte Preta na Série B do Campeonato Brasileiro. Terceiro maior artilheiro da história do São Paulo, com 212 gols, o atacante tenta voltar a jogar em alto nível após uma passagem frustrante pelo Vasco, no ano passado.

Atacante foi o primeiro camisa 9 depois de Ronaldo em uma Copa — Foto: Caio Maciel / EPTV

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