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Por Redação do ge — Doha, Catar


Há quatro anos, a Croácia venceu a Argentina por 3 a 0 na fase de grupos da Copa da Rússia e colocou a França no caminho dos hermanos. Os franceses venceram Lionel Messi e companhia nas oitavas, eliminando os argentinos.

Depois, foi a vez de os croatas encontrarem os franceses, mas apenas na final do Mundial de 2018. A Croácia ficou com o vice, foi o melhor desempenho da história do país nas Copas e Luka Modric foi eleito o melhor do mundo naquele ano.

Quem leva a melhor? Relembre os dois confrontos entre Argentina e Croácia em Copas

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Quatro anos depois, as seleções se encontram no Catar, desta vez em uma semifinal. Curiosamente, uma das duas seleções vai enfrentar a França no próximo jogo, seja na final ou na decisão de terceiro lugar. Claro que ambas desejam jogar a decisão, e, para isso, contam com trajetórias diferentes desde o último encontro, em 2018.

Há semelhanças, como ser a última Copa de Modric, então melhor do mundo há quatro anos, e Lionel Messi, craque argentino em busca do auge da carreira. Mas também há algumas diferenças, que o ge lista a seguir.

Messi em Argentina x Croácia na Copa de 2018 — Foto: REUTERS/Matthew Childs

A base

Desde 2018, a Croácia manteve a base liderada por Modric, Perisic, Lovren e Brozovic. Mesmo com apenas oito dos 26 convocados para o Catar permanecendo na equipe desde a Copa da Rússia, quatro dos titulares, na defesa, no meio e no ataque, são os mesmos. O técnico Zlatko Dalic também continuou de um Mundial a outro no comando croata.

Já na Argentina, a mudança foi mais radical desde a queda nas oitavas de final da última Copa. Apenas seis dos 26 convocados para o Catar estavam em 2018. Dos titulares na vitória contra a Holanda, nos pênaltis, semana passada, apenas três -- Otamendi, Acuña e Messi -- estavam na derrota por 3 a 0 para a Croácia há quatro anos.

E essa mudança toda nos últimos anos foi promovida por um técnico também estreante em Copas: Lionel Scaloni assumiu o lugar de Jorge Sampaoli no comando da seleção justamente após a campanha decepcionante da Rússia.

Brasil x Argentina Copa América Messi — Foto: André Durão

O título

A mudança na Argentina teve um efeito imediato. A seleção de Scaloni foi campeã da Copa América de 2021, no Maracanã e sobre o Brasil, num título que encerrou jejum de 28 anos sem uma conquista do país. Essa mesma base argentina teve a segunda melhor campanha das Eliminatórias da Copa, atrás apenas da seleção brasileira, e chegou ao Catar com uma invencibilidade recorde, que durava 36 jogos (cerca de três anos e meio).

O time apelidado de Scaloneta conta com 8 dos 11 titulares que bateram o Brasil na decisão de um ano atrás.

Enquanto a Argentina fazia uma reta final rumo à Copa com tranquilidade, a Croácia passou mais dificuldades. Nas Eliminatórias da Copa, apesar da classificação em primeiro lugar no Grupo H -- o que já carimbou o passaporte pro Catar --, os croatas só garantiram a vaga na última rodada ao vencer a Rússia por 1 a 0 em casa.

Na época, o empate classificaria os russos e levaria Modric e amigos para o mata-mata da repescagem. Num grupo fraco, os croatas perderam apenas um jogo, para a Eslovênia.

Já na Eurocopa de 2020, a Croácia perdeu nas oitavas de final, um 5 a 3 para a Espanha. Na fase de grupos, os croatas ficaram na segunda colocação, atrás da Inglaterra (perderam para os ingleses, empataram com os tchecos e venceram os escoceses). Vlasic, Perisic, Orsic, Pasalic e Modric, autores dos gols na Euro, continuam todos no time do técnico Dalic.

Faixa com Maradona e Messi na torcida da Argentina no jogo contra o México — Foto: REUTERS/Pedro Nunes

Primeira Copa sem Maradona

Além das quatro linhas, nestes últimos quatro anos, a Argentina perdeu Diego Armando Maradona. O eterno camisa 10 campeão do mundo em 1986 morreu aos 60 anos, em 25 de novembro de 2020, após uma parada cardiorrespiratória. Um dos grandes nomes da história do esporte, o astro sofreu um mal súbito em casa, onde se recuperava de uma cirurgia no cérebro, em Tigre, na zona metropolitana de Buenos Aires.

Em todas as partidas da seleção argentina na Copa do Catar há bandeiras, cânticos e homenagens a Maradona. Na última Copa, Maradona estava na arquibancada assistindo à derrota da Argentina para a Croácia.

A Croácia também perdeu um ícone nos últimos anos. Zlatko Kranjcar, primeiro capitão da seleção croata, em 1990, morreu em 1 de março de 2021, aos 64 anos. Técnico da seleção da Croácia na Copa de 2006 e astro do Dínamo de Zagreb, como atacante ele brilhou no Leste Europeu nos anos 1970 e 80. Contemporâneo de Maradona, ele também inspirou a geração croata anterior a este que esta na Copa.

Maradona estava na partida contra a Croácia em 2018 — Foto: Matthew Childs / Reuters

Como os times jogaram?

Em 2018, Argentina e Croácia se enfrentaram assim (em negrito, nomes que estão em 2022 no Catar).

Argentina: Caballero, Mercado, Otamendi e Tagliafico; Salvio, Enzo Pérez, Mascherano e Acuña; Messi, Meza e Aguero.

Croácia: Subasic, Vrsaljko, Lovren, Vida e Strinic; Brozovic; Rebic, Modric, Rakitic e Perisic; Mandzukic.

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