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Por Sérgio Pais, GloboEsporte.com — Bauru, SP

Marcelo Ferrazoli/Sesi-Bauru

A levantadora Dani Lins, de 34 anos, campeã olímpica em Londres (2012), foi apresentada nesta terça-feira como o mais novo reforço do Sesi-Bauru para a temporada 2019-2020. Aos 34 anos, a multicampeã atleta chega ao time do interior paulista querendo se afastar das polêmicas e reforçando as justificativas que a fizeram pedir dispensa da seleção brasileira.

Dani Lins, que defendeu o Barueri na temporada passada, explicou em entrevista coletiva que tomou a decisão de recusar a convocação do técnico José Roberto Guimarães para “cuidar do corpo”. Ela também disse desconhecer qualquer espécie de ação coordenada após a série de pedidos de dispensa de atletas como Camila Brait, Tassia, Gabi Cândido e Drussyla, que alegaram diferentes motivos.

– Ano passado voltei muito rápido após a gravidez, mas tive problemas físicos, travei a coluna, viajei com dores, joguei com dores, tomei injeções para suportar as dores, e agora quero fazer diferente, cuidar de mim e de meu corpo. Falei tudo isso pro Zé [Roberto Guimarães] e ele me apoiou. Nunca disse um “não” e ele e, se ele me quiser o ano que vem, vou aceitar, porque quero jogar mais uma Olimpíada e estar em quadra até os 40 anos – disse a levantadora de 1,83m.

Dani Lins diz que pretende jogar mais uma Olimpíada: "Se o Zé Roberto ainda me quiser no ano que vem, aceito a convocação" — Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

Dani Lins reforçou que também pesou em sua decisão de recusar a convocação o desejo de fazer uma pré-temporada completa, algo que, segundo ela, “não consegue há tempos”. A atleta prevê que já estará pronta para jogar no Campeonato Paulista, competição na qual o time de Bauru tentará o bicampeonato.

– Esse ano tem de ser diferente, há tempos não consigo fazer uma pré-temporada completa, quero estar com o time do começo ao fim para poder me entrosar e disputar as competições [Paulista e Superliga] em alto nível. Sobre as motivações das outras jogadoras para recusar a convocação, eu não sei, mas a minha foi só o físico e a vontade de poder fazer uma temporada completa no meu clube – disse.

Dani Lins também disse que recusou algumas propostas de outros clubes antes de aceitar a do time de Bauru, inclusive uma de jogar no exterior. Alegou que a estrutura oferecida pelo Sesi e o acolhimento que recebeu no clube do interior paulista pesaram em sua decisão de adiar seu “sonho de jogar no exterior”.

“Sigo o regulamento”

Dani Lins também comentou o fato de jogar ao lado da oposta Tifanny, a primeira transexual a disputar a Superliga Feminina, em um momento de acirramento das resistências contra a situação, agora no plano político. Recentemente surgiram nas assembleias do Rio de Janeiro e também na de São Paulo projetos de lei proibindo a presença de atletas trans nas competições de cada estado. A levantadora evitou entrar em polêmicas e disse que “segue o que está na regra”.

Dani Lins posa para fotos com alunos das escolinhas do Sesi, em Bauru: ideia é participar de uma pré-temporada completa — Foto: Sérgio Pais

– Eu não gosto de entrar em polêmica, eu ando de acordo com o que está na regra, e se a regra permite, eu apoio. Agora a Tiffany é minha parceira, minha companheira de equipe, e eu vou dar muita bola pra ela. Jogo com ela e quero ser campeã com ela – disse Dani Lins.

A levantadora é o segundo reforço de peso anunciado pela equipe bauruense para a próxima temporada. No último sábado, o Sesi-Bauru anunciou a contratação da oposta Polina Rahimova, de 28 anos e 1,98 metro, destaque da seleção do Azerbaijão.

Apesar de não ter anunciado oficialmente, o Sesi-Bauru acertou a renovação de contrato da oposta Tifanny. Em entrevista recente, a jogadora confirmou o permanência na equipe por mais uma temporada.

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