Revista Placar

Page 1

PLACAR

0 1 2 9 3>

9 770104 176000

-

PLACAR - PLACAR - 1 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

02:41

-

CAPA


CAPA 17:12 20/03/06 AVIEIRA -

Adriano Leite Ribeiro faz parte de uma dinastia de lendas do futebol. As cinco estrelas estampadas na camisa amarela da seleção representam as Copas conquistadas pelo nosso país. O número máximo de estrelas que qualquer um de nossos adversários terá no peito é três. Faça as contas. Ao tentar ganhar a inédita sexta estrela, os jogadores do Brasil vão se sentir muito mais confortáveis com a tecnologia Nike Sphere do tecido. Grudado ao corpo já basta o adversário. www.nikefutebol.com

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 2 - 01/04/06

-

Composite

Nossos heróis estarão nos assistindo.

604119_Rev Nike_U.indd 1


20/3/06 2:17:38 PM

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 3 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

17:12

-

01_CAD


••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••

abril 2006 ©1

42

RONALDO

O predestinado

01_CAD

60 El Coringón Dinheiro, poder e paixão. A disputa nos bastidores do Corinthians parece mais um dramalhão mexicano

66 Rei morto, rei posto Abuso de Romário faz o Vasco vender a alma ao Capetinha

Velho e gordo? Pode até ser. Mas o Fenômeno ainda é o principal trunfo para conquistarmos o hexa. Saiba os motivos

70 Kleber Leite Ele trouxe U2 e Rolling Stones ao Brasil. Mas hoje tem um desafio maior: tirar o Flamengo da lama

78 Juvenal Juvêncio

-

No São Paulo, quem dá as cartas é este folclórico (e competente) dirigente

21/03/06

02:34

82 Paulo César, não! Paulos, Baier e Tinga não eram, antes de trocar de nome, nem sombra do que são

ROANDRADE

-

+

Sempre em Placar

6 > Preleção 8 > Voz da galera

Composite

-

74

Sucesso europeu, Élber finalmente sente o gostinho de jogar em casa

PLACAR - PLACAR - 4 - 01/04/06

★ Destaques

53

9 > Tira-teima 12 > Imagens 18 > Aquecimento 32 > O Mundo é uma Bola 40 > Milton Neves 86 > Bate-bola: Luís Fabiano

Arrogante e chato. Assim é Leão, o técnico mais odiado do Brasil, na visão dos jogadores

88 > Bate-bola: Marcos 91 > Tabelão 97 > Chuteira de Ouro ©3

98 > Meu Time dos Sonhos

PLACAR

-

©2

FOTO DE CAPA DIVULGAÇÃO

©1 FOTO DIVULGAÇÃO ©2 ALEXANDRE BATTIBUGLI ©3 EUGÊNIO SÁVIO


z+

PAT R O C I N A M O S G R A N D E S D E S E M P E N H O S .

Segurança, performance, controle, P a t r o c í n i o O f i c i a l d a C o p a d o M u n d o F I FA 2 0 0 6 . Só uma grande paixão entrega tanto. Pneus Continental. A técnica,

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 5 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

15:39

-

01_CAD

a gente traz. A alma, o Brasil põe.

0800 170061 www.conti.com.br


preleção

Fundador: VICTOR CIVITA (1907-1990) Presidente e Editor: Roberto Civita Vice-Presidente Executivo: Giancarlo Civita Conselho Editorial: Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Jose Roberto Guzzo Diretor Secretário Editorial e de Relações Institucionais: Sidnei Basile Vice-Presidente Comercial: Deborah Wright Diretora de Publicidade Corporativa: Thaís Chede Soares B. Barreto Diretor-Geral: Jairo Mendes Leal Diretor Superintendente: Laurentino Gomes Diretor de Núcleo: Alfredo Ogawa

Nem Pelé nem Rivelino. Meu primeiro ídolo foi Émerson Leão. Os milagres processados na Copa de 74 foram decisivos para que eu desse a ele a camisa número 1 do meu time de heróis. O tempo foi passando, o goleiro passou por diversos clubes e a admiração não diminuiu. Foi com tristeza que descobri em 1995, quando realizei o sonho de trabalhar na Placar, que não poderia entrevistar o já técnico Émerson Leão. “Ele não fala à Placar”, me disseram. Ninguém sabia ao certo os motivos; ele não teria gostado de alguma reportagem publicada muitos anos antes, era o que se dizia. Apenas em 2001, com ajuda de amigos comuns, conseguimos marcar um almoço para colocar em pratos limpos a tal rusga com a revista. Leão marcou o lugar, um restaurante de carnes a poucos metros de sua casa em São Paulo. Ele falou genericamente de reportagens em que teria sofrido perseguição nos anos 80. Eu me desculpei por eventuais erros do passado e deixei claro que na época do ocorrido eu ainda estava na escola, não passava de um adolescente fanático por futebol. E outra: Leão já tinha ido recentemente ao programa de TV do Juca Kfouri, o diretor da época. Se a ferida estava cicatrizada com jornalistas da Placar, hipoteticamente responsáveis por sua mágoa, por certo não haveria por que ter problemas com quem não teve nada a ver com aquele passado. Pronto, almoço divertido, com histó©1 rias de campo e vestiário. Na despedida, perguntei. “E agora, Leão, quando podemos marcar uma entrevista?” Para minha surpresa, ele respondeu: “Nunca, eu não falo com a Placar”. Infelizmente não foi surpresa descobrir que Leão foi o vencedor da pesquisa realizada com 100 jogadores do futebol brasileiro. Ele ganhou, com alguma sobra, o indigesto título de técnico mais odiado do Brasil. A impressão é que Leão utiliza essa antipatia como método de trabalho. Tira o máximo de seus jogadores através do chicote. O esforço para ser desagradável com jogadores, dirigentes, árbitros e imprensa seria recompensado pelos resultados. Pode ser. Leão é responsável pelo grande Santos de 2002 e 2003, conseguiu algumas taças aqui e acolá. Pelo seu talento, pela sua visão de futebol, provavelmente poderia ter conseguido mais em seus 20 anos de carreira. De qualquer jeito, uma eleição dessas deveria servir de alerta. O problema de Leão não parece ser a Placar, mas o planeta todo. ★ ★ ★

E Ronaldo Fenômeno? Em má fase, virou personagem da imprensa mundial. Gordo, perna-de-pau, acabado, muito se falou sobre ele. Já vimos esse filme antes e resolvemos investigar se sua situação está tão preocupante. O próprio deu, por e-mail, uma entrevista reveladora sobre o seu atual momento. Vale a pena ler com atenção...

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 6 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:02

-

01_CAD

Leão e a Placar

Sérgio Xavier Filho DIRETOR DE REDAÇÃO

6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

Diretor de Redação: Sérgio Xavier Filho Editor Especial: Arnaldo Ribeiro Diretor de Arte: Rodrigo Maroja Editores: Gian Oddi e Maurício Ribeiro de Barros Repórter Especial: André Rizek Coordenação: Silvana Ribeiro Atendimento ao leitor: Virgilio Sousa Colaboradores: Alexandre Battibugli (editor de fotografia), Rogerio Andrade (editor de arte), Paulo Tescarolo e Jonas Oliveira (repórteres), Antonio Carlos Castro (designer) e Renato Pizzutto (fotógrafo) www.placar.com.br Apoio Editorial: Beatriz de Cássia Mendes, Carlos Grassetti Serviços editoriais: Wagner Barreira Depto. de Documentação e Abril Press: Grace de Souza Correspondente Internacional: Ruth de Aquino PUBLICIDADE CENTRALIZADA Diretores: Marcos Peregrina Gomez, Mariane Ortiz, Sandra Sampaio Executivos de Negócio: Eliane Pinho, Letícia Di Lallo, Maria Luiza Marot, Marcelo Cavalheiro, Marcelo Dória, Nilo Bastos, Pedro Bonaldi, Robson Monte, Rodrigo Toledo, Sueli Cozza, Vlamir Aderaldo, Wlamir Lino PUBLICIDADE REGIONAL: Diretor: Jacques Baisi Ricardo PUBLICIDADE RIO DE JANEIRO: Diretor: Paulo Renato Simões PUBLICIDADE - NÚCLEO MOTOR ESPORTES: Gerente: Ivanilda Gadioli Executivos de Negócios: Caio Souza; Luciano Almeida; Márcia Marini; Tatiana Castro Pinho e Bruno de Paula MARKETING E CIRCULAÇÃO: Gerente de Marketing: Fábio Luis dos Santos Gerente de Publicações: Gabriela Nunes Analista de Publicações: Marina Pires Analista de Marketing Publicitário: Mara Mayumy Yano Gerente de Circulação Avulsas: Maurício Paiva Gerente de Circulação Assinaturas: Euvaldo Nadir Lima Junior PLANEJAMENTO, CONTROLE E OPERAÇÕES: Diretor: Auro Iasi Gerente: Cheng Chuan Analista: Tales Bombicini Processos: Renato Rosante ASSINATURAS: Diretora de Operações de Atendimento ao Consumidor: Ana Dávalos Diretor de Vendas: Fernando Costa Publicidade São Paulo www.publiabril.com.br, Classificados tel. 0800-7012066, Grande São Paulo tel. 3037-2700 ESCRITÓRIOS E REPRESENTANTES DE PUBLICIDADE NO BRASIL: Central-SP tel. (11) 3037-6564 Bauru Gnottos Mídia Representações Comerciais, tel. (14) 3227-0378, e-mail: gnottos@gnottosmidia.com.br Belém SRS Propaganda e Representações Ltda, tel (91) 32728195, e-mail: tania.alves@veloxmail.com.br Belo Horizonte tel. (31) 3282-0630, fax (31) 32820632 Blumenau M. Marchi Representações, tel. (47) 3329-3820, fax (47) 3329-6191 Brasília Escritório: tels. (61) 3315-7554/55/56/57, fax (61) 3315-7558; Representante: Carvalhaw Marketing Ltda., tels (61) 3426-7342/ 3223-0736/ 3225-2946/ 3223-7778, fax (61) 3321-1943, e-mail: starmkt@uol.com.br Campinas CZ Press Com. e Representações, telefax (19) 3233-7175, e-mail: czpress@czpress.com.br Campo Grande Josimar Promoções Artísticas Ltda. tel. (67) 3382-2139 e-mail: jairo_galvao@hotmail.com Cuiabá Fênix Propaganda Ltda., tels. (65) 9235-7446/96023419, e-mail: lucianooliveir@uol.com.br Curitiba Escritório: tel. (41) 32508000/8030/8040/8050/8080, fax (41) 3252-7110; Representante: Via Mídia Projetos Editoriais Mkt. e Repres. Ltda., telefax (41) 3234-1224, e-mail: viamidia@viamidiapr.com.br Florianópolis Interação Publicidade Ltda. tel. (48) 3232-1617, fax (48) 3232-1782, e-mail: fgorgonio@interacaoabril.com.br Fortaleza Midiasolution Repres. e Negoc. em Meios de Comunicação, telefax (85) 3264-3939, e-mail: midiasolution@midiasolution.net Goiânia Middle West Representações Ltda., tels.(62) 3215-5158, fax (62) 3215-9007, e-mail: publicidade@middlewest.com.br Joinville Via Mídia Projetos Editoriais Mkt. e Repres. Ltda., telefax (47) 3433-2725, e-mail: viamidiajoinvillle@viamidiapr.com.br Manaus Paper Comunicações, telefax (92) 3656-7588, email: paper@internext.com.br Maringá Atitude de Comunicação e Representação, telefax (44) 3028-6969, e-mail: m.atitude@uol.com.br Porto Alegre Escritório: tel. (51) 3327-2850, fax (51) 3227-2855; Representante: Print Sul Veículos de Comunicação Ltda., telefax (51) 33281344/3823/4954, e-mail: ricardo@printsul.com.br; Multimeios Representações Comerciais, tel.(51) 3328-1271, e-mail: multimeiosrepco@uol.com.br Recife MultiRevistas Publicidade Ltda., telefax (81) 3327-1597, e-mail: multirevistas@uol.com.br Ribeirão Preto tel. (16) 3964-5516, fax (16) 6320660, e-mail: achrisostomo@abril.com.br Rio de Janeiro pabx: (21) 2546-8282, fax (21) 25468253 Salvador AGMN Consultoria Public. e Representação, tel.(71) 3341-4992/1765/9824/9827, fax: (71) 3341-4996, e-mail: abrilagm@uol.com.br Vitória ZMR - Zambra Marketing Representações, tel. (27) 3315-6952, e-mail: samuelzambrano@intervip.com.br PUBLICAÇÕES DA EDITORA ABRIL: Veja: Veja, Veja São Paulo, Veja Rio, Vejas Regionais Negócios: Exame, Você S/A Núcleo Consumo: Boa Forma, Elle, Estilo, Manequim Núcleo

Comportamento: Ana Maria, Claudia, Nova, Faça e Venda ,Viva! Mais Núcleo Bem-Estar: Bons Fluidos, Saúde!, Vida Simples Núcleo Jovem: Bizz, Capricho, Flashback, Mundo Estranho, Superinteressante Núcleo Infantil: Atividades, Disney, Recreio Núcleo Cultura: Almanaque Abril, Aventuras na História, Bravo, Guia do Estudante Núcleo Homem: Playboy, Vip Núcleo Casa e Construção: Arquitetura e Construção, Casa Claudia, Claudia Cozinha Núcleo Celebridades: Contigo!, Minha Novela, Tititi Núcleo Motor Esportes: Placar, Quatro Rodas Núcleo Turismo: Guias Quatro Rodas, National Geographic, Viagem e Turismo Núcleo Tecnologia: Info, Info Corporate Fundação Victor Civita: Nova Escola PLACAR nº 1293 (ISSN 0104-1762), ano 35, abril de 2006, é uma publicação mensal da Editora Abril Edições anteriores: venda exclusiva em bancas, pelo preço da última edição em banca. Solicite ao seu jornaleiro. Distribuída em todo o país pela Dinap S.A. Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. PLACAR não admite publicidade redacional. Serviço ao Assinante: Grande São Paulo: 5087-2112 Demais localidades: 0800-704-2112 www.abrilsac.com Para assinar: Grande São Paulo: 3347-2121 Demais localidades: 0800-701-2828 www.assineabril.com.br IMPRESSA NA DIVISÃO GRÁFICA DA EDITORA ABRIL S.A.

Av. Otaviano Alves de Lima, 4400, Freguesia do Ó, CEP 02909-900, São Paulo, SP

Presidente do Conselho de Administração e Presidente Executivo: Roberto Civita Vice-Presidente Executivo: Giancarlo Civita Vice-Presidentes: Deborah Wright, Eliane Lustosa, Marcio Ogliara, Valter Pasquini www.abril.com.br


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 7 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

15:39

-

01_CAD


vozdagalera

Meta o pau, elogie, faça o que quiser. Mas escreva...

‘‘’’

Só mesmo Placar para colocar em uma única edição Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Rivelino e outros Jânio Roberto Dalago de Camboriú (SC) craques. Parabéns

Alexandre Rodrigues Alves, Divinópolis (MG)

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 8 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

17:02

-

01_CAD 20/03/06

Também não gosto do Ricardinho, mas acho essa pesquisa de jogador mais odiado do Brasil inútil. Vocês poderiam tratar de temas mais importantes, como calendário de jogos, horários, influência da TV nos campeonatos, investigação de temas mais importantes para o nosso futebol. Essa pesquisa não acrescenta nada e incita o ódio e os xingamentos gratuitos. Pode trazer alguns atos de violências.

-

O mais odiado

Desde que jogava no Paraná, Ricardinho sempre foi o mestre da mídia. Creio que ele seja odiado por isso e não pela sua "cultura". Se assim fosse, Rogério Ceni e Alex (ex-Cruzeiro), muito mais cultos e líderes que ele, seriam os mais odiados. Lembram da última Copa, ele pedindo para tirar foto da camisa-homenagem ao Émerson? Ele nem conviveu com Émerson para dizer "você está conosco". É puro marketing. Por isso está na Seleção, pois Alex, Renato e Elano jogam muito mais que ele.

Rinaldo Ivanike, Curitiba (PR)

✖ E r ra t a s Na edição de março, duas fotos saíram trocadas. Na reportagem sobre Lothar Matthäus (página 65), quem apareceu ao lado do alemão não foi a sua mulher Marijiana, mas a jornalista Delisiè Teixeira. Na página 82, publicamos a foto do empresário Joel Malucelli, do J. Malucelli, quando deveria ser a de Sérgio Malucelli, presidente do Iraty. As fotos certas estão abaixo:

Lothar Matthäus e sua mulher Marijiana

Sobre a pesquisa da Placar no seu site ("Técnico mais Odiado"), acho uma enorme injustiça os senhores excluírem das opções o mala sem alça e lobista Zagallo. Até porque não é coincidência a expressão "técnico odiado" ter 13 letras...

Sérgio Malucelli, presidente do Iraty

Renato Benzeno, renato_benzeno@ig.com.br

Ronaldo

desse "corintiano de alma" e sigam fazendo essa revista espetacular.

Tenho certeza que o Ronaldo vai arrebentar nessa Copa. Ele vai tapar a boca de muita gente que está falando mal dele. Ele é o cara.

Horacio Fernandez, hfernandez@bancofrances.com.ar

Robson Oliveira, Jacutinga (MG)

Gostaria de parabenizá-los pelos fascículos “A Saga da Jules Rimet”. Confesso que já li tudo o que havia disponível sobre esse assunto e não esperava que conseguissem produzir um material tão bom. O texto é ótimo, bem humorado, e há muitas informações novas, sem cair nos clichês que caracterizam outras publicações.

Corintiano da Boca Estimados placarianos. Sou torcedor do Boca e sei bem que somos um trauma para as equipes brasileiras. Três de nossas cinco Libertadores ganhamos de clubes brasileiros (Cruzeiro em 1977, Palmeiras em 2000 e Santos em 2003). Portanto, deve ser um alívio não cruzar com o Boca nesta edição da Libertadores. Um abraço

Jules Rimet

Mário Araújo, mario@consbras.org.uy

★ Fa l e c o m a g e n t e > NA INTERNET www.placar.com.br > ATENDIMENTO AO LEITOR POR CARTA: Av. das Nações Unidas, 7 221, 14º andar, CEP 05425-902, São Paulo (SP) POR E-MAIL: placar.abril@atleitor.com.br POR FAX: (11) 3037-5597 > As cartas podem ser editadas por razões de espaço ou clareza. Não publicamos cartas, faxes ou e-mails enviados sem identificação do leitor (nome completo, endereço ou telefone para contato). Não atendemos pedidos de envio de pesquisas particulares sobre história do futebol, de camisas de clubes ou outros brindes. Não fornecemos telefones nem endereços pessoais de jogadores. Não publicamos fotos enviadas por leitores. > EDIÇÕES ANTERIORES Venda exclusiva em bancas, pelo preço de capa vigente. Solicite seu exemplar na banca mais próxima de você. > LICENCIAMENTO DE CONTEÚDO Para adquirir os direitos de reprodução de textos e imagens das publicaçõesda revista Placar em livros, jornais, revistas e sites, acesse www.conteudoexpresso.com.br ou ligue para: (11) 3089-8853. > TRABALHE CONOSCO www.abril.com.br/trabalheconosco

8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6


tirateima

As dúvidas mais cabeludas respondidas pela turma da Placar

Vale uma aposta Qual é a maior invencibilidade de Seleções com um amigo em Copas do Mundo? É verdade que o Brasil vascaíno chato. possui a maior série? Frederico Sensini, Florianópolis (SC) De fato, ninguém supera o Brasil neste quesito. O São Paulo supera A Seleção de Pelé e Garrincha é a recordista de invencibilidade em Mundiais. Entre as Copas de o Vasco em 1958/62/66 foram 13 jogos consecutivos sem artilharia do derrotas. Tudo começou com a estréia em 1958 (vitória de 3 x 0 sobre a Áustria) e só terminou na Brasileirão, não é? segunda partida da Copa de 1966 (derrota para os

-

Bom, Tenório, vocês precisarão recorrer ao juizado de pequenas (ou grandes) causas para definir o vencedor da aposta. Se o critério for número absoluto de gols, parabéns, você levou. O São Paulo já marcou 1 350, de 1971 até o Brasileiro do ano passado, e é o maior ataque da competição. O Vasco é o segundo ataque, com 1 300 gols. Agora, se a idéia for comparar os artilheiros da competição, sinto muito, Tenório. O Vasco teve oito artilheiros em Brasileiros (Roberto Dinamite em 1974/84, Paulinho em 1978, Bebeto em 1992, Edmundo em 1997 e Romário em 2000/01/05). O São Paulo só contou com quatro artilharias (Pedro Rocha em 1972, Careca em 1986, Müller em 1987 e Luís Fabiano em 2002).

▼ Artilheiros

Composite

ROANDRADE

-

20/03/06

17:02

-

01_CAD

Tenório Albuquerque, Teresina (PI)

VASCO

GOLS SÃO PAULO

GOLS

16 1972 Pedro Rocha 17

1978 Paulinho

19 1986 Careca

25

1984 R. Dinamite

16 1987 Muller

10

1992 Bebeto

18 2002 Luís Fabiano 19

1997 Edmundo

29

2000 Romário

20

2001 Romário

21

2005 Romário 22

©1

Dinamite: duas vezes artilheiro

••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Se o Brasil vencer essa Copa, ele leva definitivamente a taça? Ou é preciso agora ganhar três vezes seguidas? Acho que fica um pouco mais difícil assim , não? Paulo Gabriel, astorgabri@hotmail.com Quando o Brasil conquistou o tricampeonato mundial e garantiu a posse definitiva da Taça Jules Rimet, em 1970, a Fifa foi obrigada a criar um novo troféu. O trabalho ficou a cargo do italiano Silvio Gazzaniga, que desenhou a Taça Copa do Mundo. Diferente do anterior, o atual troféu, feito em ouro maciço, não será entregue em definitivo a nenhum país, pois o regulamento prevê que ele permanecerá em posse da Fifa. Atualmente, os campeões da Copa do Mundo ficam com a taça até o início da Copa seguinte. Então, ela é devolvida à Fifa, e o vencedor recebe uma réplica da original banhada a ouro. A Copa tem 36cm de altura, é feita de ouro maciço 18 quilates e pesa 4,970 kg. A base contém duas camadas de malaquita semipreciosa e tem espaço para 17 placas pequenas. Aí surge o problema: só há espaço para gravar os campeões até a Copa de 2038. Até lá, a Fifa terá tempo o bastante para pensar numa forma de solucionar esse problema...

A Taça da Copa do Mundo não tem dono

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 9 - 01/04/06

-

1974 R. Dinamite

Djalma Santos, Pelé e Garrincha em 1958: os invictos

húngaros por 3 x 1). Tudo indicava que a marca brasileira seria pulverizada na Copa passada. Os italianos estavam com a faca e o queijo na mão. Sem perder havia 11 jogos, desde o segundo jogo do Mundial de 1994. A Azurra passou a Copa de 1998 sem derrota (perder nos pênaltis não conta) e bastava terminar invicto a primeira fase de 2002, mas perdeu na segunda partida para os croatas (2 x 1). O Brasil pode superar a própria marca em 2006. Depois das sete vitórias de 2002, teria que chegar invicto e pelo menos levar para os pênaltis..

©1 FOTO FERNANDO PIMENTEL

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 9


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 10 - 01/04/06

-

Composite

-

RROSANTE

-

20/03/06

16:35

-

01_CAD


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 11 - 01/04/06

-

Composite

-

RROSANTE

-

20/03/06

16:35

-

02_CAD


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 12 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:03

-

02_CAD


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 13 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:03

-

02_CAD

O “cochicho” de Abelão O técnico Abel Braga não é de ter papas na língua. Sincero, costuma falar na cara. Se ainda não havia percebido, o jovem atacante Michel, esquecido por Muricy e agora resgatado por Abelão, entendeu isso no jogo contra o Caxias, no Beira Rio, pelo Campeonato Gaúcho. E parece que funcionou para o time todo: o Inter venceu de virada, 2 x 1, e se aproximou da decisão do Gauchão FOTO ★ EDISON VARA


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 14 - 01/04/06

Balanรงa caixรฃo...

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

22:44

-

02_CAD


02_CAD 22:44 20/03/06 ROANDRADE Composite PLACAR - PLACAR - 15 - 01/04/06 PLACAR

.

..., balança você, dá um tapa nas costas... Normalmente, a brincadeira acaba com a “vítima” sendo atirada na piscina ou num local seguro. Não foi o caso de Richarlyson, do São Paulo, no empate de 1 x 1 com o Noroeste, no Morumbi. Desesperados com o resultado e com a falta de rápido atendimento médico, Rogério Ceni e Denílson FOTO ★ RENATO PIZZUTTO improvisaram uma maca para retirar o companheiro de campo. De nada adiantou: o Tricolor não conseguiu a esperada 3vitória


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 16 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

15:39

-

02_CAD


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 17 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

15:40

-

02_CAD


aquecimento I M A G E N S ,

N O T Í C I A S

E

•••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• C U R I O S I D A D E S

EDITADO POR MAURÍCIO BARROS (MABARROS@ABRIL.COM.BR)

★ Personagem do mês

Abril 2006

D O

F U T E B O L

DESIGN ROGERIO ANDRADE

M AT T H Ä U S

Matthäus, o breve Alemão veio, viu e não gostou. Fruto de uma jogada de marketing, ficou 46 dias no Atlético Paranaense e foi embora sem dar adeus No princípio, a piada. Mais uma daquelas que o torcedor brasileiro tão bem conhece. Hagi no São Paulo, Ronaldo no Palmeiras, Beckham no Flamengo e... Matthäus no Atlético-PR. A diferença é que o alemão, de fato, desembarcou na Arena da Baixada. Golaço de marketing. Veio por 100 mil dólares por mês (cerca de 220 mil reais), a fim de implantar uma filosofia européia de treinamentos e projetar a marca do Furacão no exterior. Mas sua estada de 46 dias em Curitiba transformouse em uma “pagação de micos”. Nem ele, que, ao lado de Beckenbauer e Fritz Walter, está entre os maiores ídolos do futebol alemão, nem o Atlético precisavam disto. No fim das contas, a jogada de marketing soou como um tiro no pé de ambos. Matthäus foi anunciado técnico do Atlético em 6 de janeiro. Garoto-propaganda da Stellar Group — empresa que cuida da carreira de jogadores pelo mundo afora —, ele veio para inaugurar o escritório da agência no Brasil. Trazido para conhecer a estrutura do Atlético, ficou encantado. Achou que tudo o que sempre sonhou em fazer como técnico poderia ser aplicado no Furacão. Quando convidado para treinar a equipe, aceitou de chofre, antes mesmo de negociar as bases salariais. “Vou para o Brasil, país pentacampeão do mundo”, vibrou, em entrevistas que repercutiram em jornais, revistas, sites, rádios e televisões do planeta inteiro. Tratado como um príncipe, Matthäus ganhou apartamento no Batel — bairro nobre de Curitiba —, recebeu da Volkswagen um Touareg, passou a usufruir do Country Club e freqüentou área vip em show dos Rolling Stones e camarote de cervejaria no Carnaval do Rio. Longe da sérvia-montenegrina Marijiana, mulher de seu quinto casamento, envolveu-se em devaneios e encrencas. A primeira delas em Foz do Iguaçu, quando foi obter visto para trabalhar no Brasil. Após regularizar a papelada, o tradutor Just Vieth, que o acompanhava na viagem, quis dar uma esticada até a Argentina para umas

comprinhas. Matthäus estressou e pediu a cabeça do assessor. Foi atendido, mas o Atlético agora responde a um processo na Justiça do Trabalho por rompimento de contrato com Vieth. Matthäus também se estressou com a imprensa. Suas coletivas, respondidas em alemão, eram um “samba do crioulo doido”. Com o fotógrafo Jader da Rocha, colaborador da Placar e de revistas alemãs, teve uma discussão ríspida que acabou com um único soco (dado pelo jornalista). Os árbitros também foram alvo de sua ira. No empate por 1 x 1 com o J. Malucelli, em 1° de março, ele xingou em inglês o bandeirinha José Carlos Dias Passos. Deu azar, por que o assistente entendeu e os impropérios foram parar na súmula do jogo. Resultado: julgado, acabou suspenso por 30 dias. Matthäus obteve efeito suspensivo da pena, mas nem se beneficiou dela. No dia 6 de março, ele teve uma reunião dura com o manda-chuva do Atlético, Mário Celso Petraglia, e o representante da Stellar Group no Brasil, Márcio Bittencourt. Seu salário estaria atrasado e queria receber (a versão do Atlético-PR é que os primeiros 30 dias de trabalho nem haviam sido completados). Ouviu que o pagamento sairia em breve. Saiu da reunião com a seguinte frase: “Ah, no Brasil é assim!”. No dia seguinte, surpreendeu a todos: largou o treino da manhã no CT do Caju e viajou para São Paulo, onde faria conexão com Frankfurt. Em seu site, deixou uma mensagem à torcida atleticana: “Eu provavelmente subestimei um problema antes de minha ida ao Brasil e não imaginava como seria tão difícil para controlar as coisas à distância.” À imprensa alemã, disse que o problema era a saudade de Marijiana e dos filhos, que ficaram na Hungria: “São milhares de quilômetros até Budapeste e umas 24 horas de avião. É muito cansativo. Não dá para fazer regularmente”. Era a senha para dizer que não voltaria mais. Ironicamente, dentro de campo, Matthäus, o breve, foi bem: em 8 jogos como técnico do Furacão, venceu 6 e empatou 2.

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 18 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:03

-

02_CAD

POR ARNALDO RIBEIRO

1 8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

© FOTO JÁDER DA ROCHA


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 19 - 01/04/06

Matthäus não completou nem dois meses no Furacão: o alemão saiu à francesa

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:03

-

03_CAD


aquecimento

Imagens, notícias e curiosidades do futebol

O estilo Paulo Campos Cinco jogos bastaram para Paulo Campos ser demitido do Fluminense. O treinador vive um inferno astral desde que, no final do ano passado, quando era auxiliar de Luxemburgo no Real Madrid, insinuou em entrevista que Guti havia simulado uma contusão para não jogar contra o Barcelona — o fato lhe rendeu uma multa e intensificou a fritura de Luxa. Não é de hoje que Campos se envolve em polêmicas. Adepto de palestras motivacionais, o técnico deixou a marca de suas excentricidades no Paraná Clube — em 2004, comandou a equipe no Brasileiro em dois momentos e conseguiu salvá-la do rebaixamento. Como o trabalho era Paulo Campos é um bom, o Paraná se dispôs a idiota. Paulo Campos pagar o preço por seu temé um filho da p... peramento. O que signifiPaulo Campos vai cou suportar algumas de tomar no c... suas “estranhezas”, como Do próprio Paulo Campos, a excessiva preocupação após uma derrota do Paraná para o Guarani com simetria, exatidão, ordem ou alinhamento, característica do transtorno de ansiedade. Por ordem dele, por exemplo, toda a comissão técnica tinha que obrigatoriamente se vestir igual ao comandante quando entrava em campo — mesmas cores, inclusive. “Uma vez ele entrou em campo com o tênis do pé esquerdo desamarrado e fez toda a comissão desamarrar o pé esquerdo do tênis”, diz um funcionário do Paraná Clube.

Na cidade de Campinas, Paulo Campos promoveu duas cenas de excentricidade. Uma delas na véspera da partida contra a Ponte Preta, dia 19 de setembro de 2004, quando o Paraná venceu por 2 x 0. A delegação estava dentro do ônibus e fazia o percurso do aeroporto até o hotel. Paulo Campos exibia aos jogadores o vídeo do jogo anterior, para corrigir falhas. Quando o ônibus chegou ao hotel, faltava boa parte do segundo tempo da partida em exibição. O técnico ordenou que o ônibus continuasse dando voltas por quase meia hora até que a fita chegasse ao fim. Outra cena do técnico na cida©1 de paulista. Em 30 de maio, o Paraná perdeu por 1 x 0 para o Guarani, no Brinco de Ouro. Era unanimidade que a derrota deveu-se a uma modificação feita por Paulo Campos. Ele sacou um zagueiro para colocar outro, que entrou frio no jogo. Nos vestiários, após a partida, o técnico decidiu se “autoflagelar”. Passou a se esbofetear, dando tapas na cara e gritando que errou. Os seus gritos foram escutados pelos jornalistas do lado de fora do vestiário. Entre as frases que desferiu para si mesmo, destacaram-se as seguintes: “Paulo Campos é um idiota!”; “Paulo Campos um filho da p...!”; “Paulo Campos vai tomar no c...!”. P O R A L T A I R S A N T O S

’’

★ S e p a ra d o s n o n a s c i m e n t o Cara de um, focinho de outro — as incríveis semelhanças descobertas pela equipe de Placar

O zagueiro Júnior Baiano e o atacante Vonlanthen, da seleção suíça

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 20 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:03

-

03_CAD

Demitido do Flu, técnico tem histórico de manias, autoflagelo e língua solta

2 0 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

O técnico Karel Brückner, da República Tcheca, e o ator Leslie Nielsen

O meia mexicano Gonzalo Pineda e o ator Maurício Mattar: raízes indígenas


VENENO!

©2

Tripulação de emergência Não tem segredo. Só um acidente tira os 23 jogadores queridinhos de Parreira da Copa da Alemanha*. Mas, apesar de ningúem querer a desgraça alheia, acidentes acontecem — vide, por exemplo, as contusões de Romário em 1998 e de Emerson em 2002, que beneficiaram o próprio Emerson e Ricardinho, respectivamente. Por isso, muitos ainda têm esperanças de, na última hora, serem chamados para o vôo que levará a Seleção Brasileira à Europa (veja quadro acima). No gol, Rogério Ceni é o badalado da imprensa e de muitos torcedores. Se Dida ou Marcos tiverem problemas, a vaga deve ser de Ceni. Caso Júlio César se machuque, pode dar Gomes — Parreira já deixou claro que pretende ter um terceiro goleiro mais jovem. Na lateral-direita, Belletti,

que já tem um Mundial nas costas, está à frente de Maicon, caso Cicinho ou Cafu não possam ir à Copa. “Minha família disse que o Parreira falou que está de olho em mim. É claro que eu penso em ir à Copa, e ele pode acompanhar os jogos do Barcelona para me ver”, diz Belletti. “O Parreira sabe que pode contar comigo até para a lateral esquerda. Experiência conta muito na Copa.” Outro que está à espreita é Júlio Baptista, ausente das últimas convocações. “Posso trocar de posição sem que seja preciso nenhuma substituição. Posso atuar como segundo atacante, meia e até segundo volante, saindo para jogar”, diz, sobre seus trunfos.

’’

Do ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho, no lançamento de seu livro Cartão Vermelho

*OS PROVÁVEIS 23 DE PARREIRA: Dida, Marcos e Júlio César; Cafu, Cicinho, Roberto Carlos e Gustavo Nery; Lúcio, Juan, Roque Jr. e Luisão; Emerson, Zé Roberto, Edmílson, Gilberto Silva, Juninho Pernambucano, Kaká, R. Gaúcho, Ricardinho; Ronaldo, Adriano, Robinho e Fred

••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Jogo duplo em Belém

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:03

-

03_CAD

Parreira já tem os 23 na cabeça. Mas muita gente boa ainda sonha com vaga no vôo do hexa

Se eu ainda estivesse trabalhando, seria o primeiro no ranking da Federação.

-

Remo e Paysandu. Os dois clubes solicitaram a inscrição do jogador no Campeonato

PLACAR - PLACAR - 21 - 01/04/06

Uma perícia grafotécnica vai definir o destino do volante Serginho, disputado por

Paraense, apresentando contratos com vigências coincidentes e supostamente assinados por ele — a “duplicidade” é proibida pela lei e pode levar a uma suspensão do atleta por até um ano. Mas a federação local desconfia da validade das assinaturas nos documentos. A perícia decisiva deve ser concluída até o fim de abril. Serginho chegou a treinar uma vez na Curuzu, mas surpreendeu a todos no outro dia negando o acerto com o Papão e dizendo que a assinatura no documento era falsa. “Em nenhum momen-

’’

Edmundo, ao saber da escolha do jogador do Corinthians como o mais odiado, em enquete da Placar

to o contrato foi forjado. Serginho faltou totalmente com a confiança”, afirma o advo©3

gado do Paysandu, Alberto Maia Filho.

POR LEONARDO AQUINO

PLACAR

-

Serginho está treinando no Remo. E diz que não jogará no Papão

Ricardinho? (pausa) Eu devo ter tido alguns votos aí... fico feliz de não ter sido eu.

©1 FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI ©2 ILUSTRAÇÃO CÉLLUS ©3 FOTO LEONARDO MENDONÇA/AG. AMAZÔNIA

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 2 1


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 22 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

15:40

-

ÃO ÉÉSEROTIMISTA. INHO SER RECLAMÃO.

03_CAD

Alguns cadernos circulam apenas na Grande São Paulo.


03_CAD 15:40 20/03/06 AVIEIRA Composite PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 23 - 01/04/06

-

Você conhece bem o tipo. É aquele que balança a cabeça, solta um risinho quase imperceptível e resmunga: “Isso não vai dar certo”. Os pessimistas estão em todos os lugares. O único lugar em que você não pode encontrar um deles é na frente do espelho. Pense Ão. Leia o Estadão.

O JORNAL DE QUEM PENSA


aquecimento ★

Imagens, notícias e curiosidades do futebol

Novo Baixinho na área

POR ENRIQUE AZNAR

O homem mais i ra d o d a c i d a d e

Máquina de fazer gols, Carlinhos Bala é o símbolo da ascensão do Santa

03_CAD

©1

Não sou jornalista. Mas sou amigo de

disse na cara deles: não tem nada mais ridículo que repórter de televisão animado. Manja o cara engraçadinho, que pra dizer que faz algo diferente declama poesia até pra escanteio? Que combina pros jogadores fazerem sei lá o que atrás dele quando ele fala pra câmera? “Ô, Buiú! Quando eu disser isso, você faz a embaixada, tá legal?” E daí, em vez de ver os lances, os gols e as entrevistas dos jogadores nos programas

-

depois do jogo, a gente perde um tempão assistindo... às micagens do infe-

PLACAR - PLACAR - 24 - 01/04/06

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

muitos. Sei como funciona a coisa. E já

liz!! E ainda deixam um monte de gol de fora porque estoura o tempo do programa. Sem contar quando aparecem na tela adivinhando o gol no meio do jogo. “E o gol vai sair agora, fique olhando...” Pô, pensa que a gente é otário, trouxa? Vou dizer só uma vez: Párem de querer

PLACAR

-

aparecer mais que o futebol!

Poucos no Arruda acreditam que Carligar a Segundona. A boa participação na nhos Bala fique no Santa Cruz para o BraSérie B garantiu um contrato com o Beirasileirão. O bom desempenho em 2005 e o Mar, de Portugal, de 2002 até meados de começo arrasador em 2006 atraíram o in2004, quando retornou ao Santa. “Minha teresse do Santos. O Peixe chegou a oferepassagem por Portugal foi boa não apenas cer 5 milhões de reais pelo atacante de financeiramente. Amadureci profissional1,65 m de altura, mas os tricolores exigimente, aprendi a marcar e trabalhei basram que ele ficasse até o fim do Estadual. tante os fundamentos”, diz. A transação esfriou; provavel-mente até o Ano passado, seus 25 gols levaram o fim do campeonato. Santa ao título estadual e à Série A. Este Se Bala for embora, o Arruda certamenano, até a quarta rodada do segundo turno te ficará mais triste. “Ele está sempre zoando Campeonato Pernambucano, Carlido com todo mundo, não pára”, diz o zanhos já havia marcado 13 gols em 13 jogos. gueiro Adriano. A descontração comprova E ele garante que ainda tem muita bala na a melhor fase de sua carreira e a satisfação agulha. P O R C A R L O S L O P E S com a “virada” na vida. “Minha ©2 mãe trabalhava em casa de família e muitas vezes ia a pé ao trabalho, para me dar o dinheiro do ônibus para eu ir ao treino”, diz. “Ele esperava o pai ir trabalhar, de madrugada, embrulhava a chuteira no papel do pão e saía escondido para a pelada”, conta a mãe Ednalda, sentada na escada de sua casa em San Martin, subúrbio do Recife. “A casa era o meu sonho e ele realizou”, diz. Carlinhos mora em Boa Viagem, na Zona Sul, mas diz não ter perdido os laços com o bairro onde viveu — especialmente com o campo Caco de Vidro, onde experimentou as arrancadas que lhe dariam o apelido de Bala. Do Caco de Vidro, foi para o juvenil do América, onde ficou até 1996. “Fiz quatro gols em cima do Santa e fui chamado para testes”, diz. Aprovado, foi para os juniores e, três anos depois, já rondava os profissionais. Carlinhos Bala Mas, com problemas nas finaNascimento: 17/09/1979, Recife (PE) lizações e uma terrível mania de Altura/peso : 1,65 m /58 kg jogar de cabeça baixa, Bala foi Clubes: Santa Cruz, Náutico e Beira-Mar-POR emprestado ao Náutico, para jo-

2 4 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6


★ Lendas da bola

••••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••P O R M I L T O N T R A J A N O

O inacreditável, o impressionante, o sobrenatural. Histórias que os gramados não contam

O doutor caça-dor É provável que você nunca tenha visto este homem. Ele não costuma dar entrevistas — até porque ninguém as pede. Alexandre Galeno é quem faz os exames de ultra-som para Palmeiras, São Paulo, Santos e São Caetano — os clubes confiam na precisão de seus diagnósticos e evitam trocar de profissional. O médico Galeno “estreou” nas categorias de base do Corinthians, em 1996. “Foi uma aposta do Dr. (Joaquim) Grava.

03_CAD

Na época, não se usava muito o ultrasom para detectar lesões”, diz.

-

Desde então, a maior parte dos clubes 17:05

aderiu ao exame — e, os paulistas, ao trabalho de Galeno. “Sempre achamos

20/03/06

que o ultra-som teria um diagnóstico melhor, mas depende muito de quem

-

opera”, diz o médico do São Paulo,

ROANDRADE

Joaquim Sanchez. Além disso, Galeno atende nos próprios clubes. Há quatro anos, comprou

-

um aparelho de pouco mais de 2,5 kg,

Composite

de fácil transporte. Pela satisfação dos clientes, ele é mesmo páreo duro para a POR JONAS OLIVEIRA

-

concorrência.

PLACAR - PLACAR - 25 - 01/04/06

No futebol paulista, Galeno é a “grife do ultra-som”

PLACAR

-

©3

©1 ILUSTRAÇÃO MILTON TRAJANO ©2 FOTO LÉO CALDAS/AG. TITULAR ©3 FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 2 5


aquecimento

Imagens, notícias e curiosidades do futebol

Boleiros 2 acerta a trave

VENENO!

A personagem mais importante deste “Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos”, que entra em cartaz no dia 7 de abril em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba, nunca calçou chuteiras e detesta futebol: a repórter Aninha, vivida por Fernanda D’Umbra. Aninha é um panfleto. É por ela que o diretor Ugo Giorgetti grita. No filme, Aninha cobre a área de cultura do jornal em que trabalha e resmunga quando é escalada para uma pauta com Marquinhos, o fictício grande craque da Seleção Brasileira. No meio da reportagem, que se passa no mesmo bar do primeiro filme (agora “modernizado”), ela acaba entrando em contato com velhas histórias de boleiros reunidas por um jornalista (Zé Américo, encarnado por Cássio Gabus Medes). Aninha se deslumbra. Porque vê poesia, drama, paixão e encantamento naquele mundo que ela julgava de broncos. Giorgetti é um torcedor doente, não só do Palmeiras como também do futebol como espelho. Acredita que o jogo é um fórum para se discutir humanidades. E vale a pena assistir Boleiros 2. Primeiro, porque é divertido. Um filme fragmentado, de esquetes, como o anterior. E tem quadros impagáveis (o que Lima Duarte protagoniza é de chorar de rir) e outros nem tanto, também como o anterior (o de Petrônio Gontijo e Silvio Luiz é fraco). Mas quem compartilha da paixão de Giorgetti sai com a sensação de que o cinema ainda deve ao

★ Dicionário da bola

futebol um grande filme. Um “Touro Indomável” ou mesmo uma “Menina de Ouro” que troque os ringues pelos gramados. E é curioso pensar que o próprio Giorgetti apontou caminhos para esse grande filme justamente em Boleiros 1. A história de Paulinho Majestade, o craque que não soube viver quando a idade lhe tirou dos gramados, é uma peça belíssima e valeria muito mais que um quadro. P O R M A U R Í C I O B A R R O S

’’

José Mourinho, técnico português do Chelsea, após a eliminação na Liga dos Campeões

Composite -

Placar traduz os novos e velhos vocábulos do futebol

Fundamento [Lat. fundamentu] Do Dicionário Aurélio: SUBSTANTIVO MASCULINO. 1.Base, alicerce; 2.Razão, justificativa; motivo:

O Rooney é um jovem muito bom, mas não é nenhum Messi.

3.Filos. Aquilo sobre que se apóia quer um dado domínio do ser, quer uma teoria ou um conjunto de conhecimentos.

’’

No futebol, fundamento é aquilo sobre que se apóia quer um dado domínio do jogador, quer uma teoria ou conjunto de conhecimentos que os técnicos tentam passar aos pupilos (“cobra direito essa %$$#% de lateral, cabeceia essa *&%#$

-

de bola no chão, passa direito essa *$%#$$@% de bola!!”). PLACAR

©1

Denise Fraga e Lima Duarte fazem o melhor quadro do filme

Claro que estou satisfeito, mas sou ambicioso e quero ganhar mais e mais. Por isso, eu digo que não me sinto o melhor técnico do mundo.

••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• P O R D A G O M I R M A R Q U E Z I

PLACAR - PLACAR - 26 - 01/04/06

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

03_CAD

Filme de Ugo Giorgetti diverte e deixa claro: o cinema ainda deve ao futebol uma grande obra

2 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

©2

Do argentino Riquelme, valorizando o companheiro de seleção em entrevista ao jornal português “Record”


Os 10 mandamentos do Goleirão

2

Quando teu time estiver ganhando de 2 x 0 e levares um gol, correrás para pegar a bola e impedir que os adversários recomecem a partida

5

Ao fazeres uma grande defesa, gritarás e gesticularás com a zaga, aquela cambada de incompetentes

8

Usarás sempre camisas espalhafatosas, para que notem a tua presença em campo

3

Na hora da cobrança do pênalti, sempre te adiantarás

1

Terás uma catimba especial debaixo da trave, que repetirás antes do início de cada jogo

4

Quando estiveres perdendo um jogo e te vires nos acréscimos do tempo, partirás para a área adversária a fim de tentar o cabeceio

7

Sempre sairás do gol mostrando a sola do pé, afugentando qualquer atacante que ousar ficar à tua frente

6

Se tua equipe estiver dando um baile e a bola custar a chegar às tuas mãos, te aquecerás com polichinelos

10

Defenderás um, e apenas um, time na vida

PLACAR

©3

©1 FOTO DIVULGAÇÃO ©2 ILUSTRAÇÃO MILTON TRAJANO ©3 ILUSTRAÇÕES MAURO SOUZA E BRUNO TEDESCO

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 2 7

*Com colaboração do leitor Sérgio Sá (Manaus-AM)

9

Darás três biquinhos no chão antes de bater o tiro de meta

-

PLACAR - PLACAR - 27 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

04_CAD

Tu sonhas em virar um guardião da meta do teu clube? Pois aqui vão dez passos fundamentais para que tu alcances esse objetivo. Obedeça-os e serás como São Marcos, o milagreiro


aquecimento

Imagens, notícias e curiosidades do futebol

Os irados do Orkut Nosso colunista Enrique Aznar, o homem mais irado da cidade, que se À esquerda, Ronaldinho no game oficial da FIFA; abaixo, o jogo-propaganda Pinobol

cuide: ele tem concorrência na internet. A comunidade da Placar no Orkut já completou um ano e meio de vida e tem mais de 1 200 associados, alguns com um humor bem ácido. Capitaneados pelos nossos assíduos leitores Júlio Bernardes, Marcelo

até anúncios de que não gostaram. É a

Copa aquece mercado de games

democracia da internet. Mas, para

Jogos realistas e diversões promocionais misturam brincadeira e negócio

Fernandes e Jorge Andrade, o pessoal

vejar contra matérias, colunas, DVDs, edições especiais, preços, logotipos e

nossa sorte, eles também usam o espaço com elogios, como os feitos à última edição da revista. “Placar tá acertando o pé. Espero que siga neste caminho”, disse Valmor Soares. Agradecemos ao Valmor, mas queremos deixar claro que adoramos (e às vezes até nos divertimos lendo) as críticas. Certas vezes, é verdade, não respondemos lá nos tópicos. Mas levamos tudo em consideração, viu, pessoal?

Gigantes dos games vêm lançando vários produtos aproveitando o ano de Copa. Além de saciar os gamemaníacos, servem para as empresas criarem promoções. No ©2 site da Mitsui Alimentos (www.cafebrasileiro.com.br), por exemplo, há o game “Copa 3D”, criado pela Devworks, onde o jogador defende as seleções da Copa e concorre a uma viagem à Alemanha, para ver um jogo do Brasil. “Já até preparamos um jogo básico para web”, diz André Penha, diretor da Délirus. “Quando o cliente pede um jogo-anúncio, o adaptamos para a empresa”. Confira alguns destaques que pegaram carona na onda da Copa:

A comunidade da Placar: amor e ódio, nunca indiferença

2006 FIFA World Cup Germany (EA) É o jogo oficial da Copa 2006. Conta com 12 estádios alemães e 127 seleções (abrange as Eliminatórias). Deve ser lançado em abril para PlayStation 2, Xbox and Xbox, Nintendo GameCube, Nintendo DS, and Game BoyAdvance, PSP, computadores e celulares. Super Mario Strikers (Nintendo) Lançado em dezembro, este game combina o conhecido personagem com o esporte mais famoso da terra. Fantasioso, não se prende às

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 28 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

04_CAD

não pensa duas vezes antes de esbra-

2 8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

regras do futebol. Uma cerca elétrica envolve as quatro linhas, para deixar a coisa mais divertida. Kick Real (Siemens) O “Kick Real” deve estar disponível no exterior junto com a Copa. Nele, o dono do celular pode usar o próprio pé para treinar cobranças de pênalti, em um jogo onde a bola, o campo e o gol são virtuais. Tudo acontece através da câmera do telefone. Enquanto o jogador mira a câmera para o próprio pé, a tecnologia alemã integra o campo digital com o ambiente real. CBF Brasil (Délirus) A CBF não ficou de fora e licenciou seu game também. Apresentado como o jogo oficial da Seleção Brasileira, o “CBF Brasil” saiu ano passado e está sendo vendido na operadora Vivo. São cinco seleções, que se enfrentam com visão tridimensional do campo. Pinobol (Devworks) O cenário deste jogo para computador é uma mesa parecida com as de futebol de botão e as partidas são disputadas on-line. O game será lançado no portal de jogos GameTrack (www.gametrack.com.br) em abril e poderá ser jogado gratuitamente durante determinado período. Depois, será cobrada uma mensalidade. P O R F E L I P E Z Y L B E R S Z T A J N


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 29 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

17:10

-

04_CAD


aquecimento

Imagens, notícias e curiosidades do futebol

★ M O R T O S -V I VO S ★ P O R

D A G O M I R

M A R Q U E Z I

O craque do cabelo bom O primeiro ídolo do futebol Fried arrasou os times eurobrasileiro foi um mulato de peus ganhando nove em 10 olhos verdes e cabelo pixaim. jogos com a camisa do PaulisToda sua brilhante carreira tano e foi considerado “um esteve na corda bamba entre o dos melhores do mundo”. Um status do europeu e o talento desses jogos foi contra a Seledo crioulo. A chave de ser um ção Francesa: 7 x 2. O alemão preto aceito como germânico fez três e saiu com o apelido estava em esticar os cabelos “roi du football”. Virou mito. todos os dias. Foi nosso “craDiziam que na cobrança de que-chapinha”. um pênalti ele havia matado o Arthur Friedenreich naspróprio irmão (e goleiro adceu três anos depois da liberversário) com um petardo no tação dos escravos. Era filho meio do peito (o caso acontedo comerciante alemão Oscar ceu com o jogador Perácio; com a lavadeira negra MatilFried nem tinha irmão). de. Nasceu no dia 18 de julho No dia 21 de julho de 1935, Fried era filho de um alemão com uma lavadeira negra de 1892, em São Paulo, perto El Tigre abandonou a carreira da estação da Luz. Dois anos aos 43 anos, jogando pelo Fladepois, o destino quis que Charles Miller importasse o fumengo (ele atuou também no Santos, Dois de Julho de Saltebol para o Brasil. Logo, o pequeno Fried estava fazendo vador e São Paulo). Fried não concordava com a profissiosuas embaixadinhas com uma bexiga de boi cheia de ar. nalização do futebol brasileiro. Como descedente de alemães, só poderia ter começado Justamente por ser ainda amador, o futebol brasileiro sua carreira no Germânia (hoje Pinheiros). E se não tivesse registrou mal sua história. Calcula-se que Arthur Friendeessa ascendência alemã (e a gomalina para alisar os caberich tenha jogado 1 329 partidas de futebol e marcado los), não teria chance em times paulistanos de elite: Mac1 239 gols, só perdendo na artilharia para Pelé e seus kenzie, Ypiranga e Paulistano. O jovem afro-alemão tinha 1 284. Esses registros desapareceram em 1962, jogados fo1,75 m de altura e 52 kg. E revelou-se um centroavante ra pela família e carregados por um caminhão de lixo da cheio de imaginação. Considera-se que ele inventou não só prefeitura de Santos. Os documentos que restaram apono chute de efeito como a finta e o drible curto. Logo estava tam para números bem menores: 558 gols em 562 partidas, curtindo sua ascensão social, vestindo ternos de linho ircom a espantosa média de 0,99 gol por jogo. landês, provando conhaque francês na Confeitaria VienenAposentado, enfrentou duros anos de pobreza. A Comse e fumando os caros cigarros Pour La Noblesse. panhia Antártica o contratou como inspetor de vendas. O Em 1919, Friedenreich estava na Seleção Brasileira que São Paulo cedeu a casa na rua Cunha Gago, bairro de Piganhou a Copa América. Voltou do Uruguai com um apelinheiros, onde Fried viveu seus últimos anos. Na velhice, do que o marcaria para sempre: “El Tigre”. Pixinguinha alienado pela arteriosclerose, manteve o revelador tique de compôs o choro Um a Zero em sua homenagem. Em 1925, alisar os cabelos até falecer em 6 de setembro de 1969.

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 30 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

04_CAD

O mulato Friedenreich reinou numa época em que era preciso disfarçar o pixaim

3 0 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6


04_CAD 15:40

em 12 revistas da Abril e em edições especiais.

VIAGEM E TURISMO, CONTIGO!, QUATRO RODAS, EXAME, VIP, MUNDO ESTRANHO, NOVA e CLAUDIA. E também na MTV, TVA, internet e DVDs.

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 31 - 01/04/06

-

-

O projeto Abril na Copa está nas revistas PLACAR, VEJA, SUPERINTERESSANTE, PLAYBOY,

Composite

AVIEIRA

-

São reportagens, entrevistas, guias, bastidores e perfis que serão publicados

20/03/06

-

Na Abril, a bola já está rolando.

Abril na Copa 2006 tem o apoio de


o mundo é uma bola C R A Q U E S

E

B A G R E S

Q U E

FA Z E M

O

•••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••

F U T E B O L

EDITADO POR GIAN ODDI (GODDI@ABRIL.COM.BR)

N O

P L A N E TA

DESIGN ANTONIO CARLOS CASTRO

★ O s c ra q u e s d a C o p a 2 0 0 6

Pavel Nedved

-

20/03/06

17:03

-

04_CAD

A prova de sua qualidade é que, apesar de não garantir que vai à Copa, ele é apontado como uma das estrelas

11

★ Olho nele

Rep. Tcheca Nascimento: 30/8/1972, Cheb, República Tcheca Altura: 1,77 m Peso: 70 kg Clubes: Dukla Praga, Sparta Praga, Lazio e Juventus Copas disputadas: estreante

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 32 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

©1

O chavão “disputar uma Copa do Mundo é o sonho de todo jogador” não faz sentido quando falamos do tcheco Pavel Nedved. Após cair com sua seleção na semifinal da Eurocopa 2004, diante da futura campeã Grécia, o meia resolveu abandonar a equipe e, junto com ela, as chances de disputar a Copa do Mundo. Sem ele, contudo, seus compatriotas se complicaram nas Eliminatórias e foram parar na repescagem. O técnico Karel Bruechner chiou. Disse que a saída de Nedved era o motivo da queda. A imprensa tcheca chamou o meia de traidor. Ele não gostou: “Por que a culpa é minha, se eu nem faço parte da equipe”? Mas não demorou a ceder e, 16 meses após seu abandono, em novembro de 2005, voltou para ajudar a equipe nos dois jogos da repescagem, contra a Noruega. Jogou os 90 minutos nas duas partidas. Duas vitórias por 1 x 0, dentro e fora de casa, e a vaga garantida para o Mundial. Ao garantir a classificação, Nedved mostrou alegria contida. O tcheco parecia ter superado, burocraticamente, mais uma etapa de sua brilhante carreira. “Eu não queria voltar. Aos 33 anos, não tenho mais energia para jogar no clube e na seleção. Sou um velhinho e me canso facilmente, tenho dificuldades para me recuperar de um jogo para outro. Eu havia escolhido a Juventus, mas como sou sentimental, não resisti aos apelos de meus

3 2 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

ex-companheiros, como Poborsky, Baros e Galasek. Por dentro eu dizia não, mas para eles eu disse sim. Fiquei feliz em ter ajudado minha seleção e não guardo rancores. Era o meu objetivo”, disse. Quem lê a declaração acima supõe que, com o objetivo cumprido, ele não vá jogar a Copa. De fato, o meia não garante sua ida ao Mundial: “Se eu terminar a temporada cansado, irei à Alemanha só como espectador. Até porque não gostaria de participar e jogar mal”. Mas as apostas na Europa são todas de que Nedved mais uma vez acabará cedendo às pressões. “Acredito que ele jogue. Afinal, seria o primeiro, único e último Mundial da sua vida”, diz Luciano Bertolani, do jornal italiano Corriere dello Sport. Até porque a Juventus, que Nedved não se constrange em classificar como sua “prioridade”, não estará mais em ação. No dia 12 de junho, quando a República Tcheca estreará na Copa diante dos Estados Unidos, os jogadores da Juve estarão em férias há, no mínimo, 26 dias. Antes de chegar na Juventus, Nedved havia atuado pela Lazio (de 1996 a 2001) e por dois times de Praga, o Sparta (de 1992 a 1996) e o Dukla (1991 e 1992). Na República Tcheca, foi campeão nacional em 1993, 94 e 95. Na Itália, ganhou o scudetto pela Lazio, em 2000, e pela Juve, em 2002 e 2003, ano em que venceu a Bola de Ouro da revista France Football.


04_CAD 17:03 20/03/06 ROANDRADE Composite PLACAR - PLACAR - 33 - 01/04/06 PLACAR

-

Era de se esperar, portanto, que agora a Copa fosse a prioridade da “Fúria Tcheca” (apelido de Nedved na Itália). Mas ele pensa diferente. “Seu único objetivo é ganhar a Liga dos Campeões pela Juventus”, diz Francesco Bramardo, que há 17 anos cobre os times de Turim pelo jornal La Gazzetta dello Sport. A verdade é que, apesar dos tchecos ocuparem o segundo lugar do ranking da Fifa, o meia crê mais nas chances da Juventus na Liga do que nas da sua seleção no Mundial. Fora do futebol, Nedved também é diferente da maioria dos colegas. Avesso a badalações, não faz parte dos grupos de franceses ou sul-americanos do seu time. “Ele é muito fechado. Gosta de ficar em casa com a família ou deitado na cama, comendo em frente à televisão. E é fã de hóquei no gelo, esporte que já praticou”, afirma Roberto Perrone, do Corriere della Sera. O casal de filhos do jogador tem o mesmo nome dos pais, Pavel e Ivana. Nedved comprou uma casa em Cheb, cidade onde nasceu, e quando acabar seu contrato com a Juventus (em 2008) pretende voltar a morar em seu país. Enquanto não volta a ter uma vida pacata, ele se dedica com empenho ao trabalho. Quando não há treino, acorda cedo e corre em um parque próximo à sua casa, no belo bairro de Mandria, em Turim. Nas festas de fim de ano, enquanto seus colegas estão longe dos campos, Nedved vai a Praga por dois dias e volta à Itália para treinar sozinho. Por tudo isso, a definição “perfeccionista” foi recorrente nas entrevistas sobre o meia. Suas qualidades são variadas. “Ele é perigoso dentro e fora da área e corre o tempo todo”, diz Perrone. “É um líder, tem um relacionamento sereno com os companheiros”, afirma Francesco Bamardo. “É fundamental na equipe, ele faz a diferença. Além de ser um grande profissional, sua vontade de jogar e o seu entusiasmo são exemplos para todos”, diz Emerson, companheiro de Nedved na Juve. Com toda essa vontade e as qualidades que tem, ninguém dúvida que Nedved jogue a Copa. E que seja uma de suas estrelas.

©1 FOTO PIER GIAVELLI ©2 ILUSTRAÇÃO STEFAN

©2


o mundo é uma bola

Craques e bagres que fazem o futebol no planeta

★ I n i m i g o s d o B ra s i l A u s t r á l i a

20/03/06

Com a Copa ganha Ao garantir a vaga no Mundial, os australianos comemoraram como se tivessem sido campeões. Explica-se: a missão já está cumprida

-

17:03

-

04_CAD

Os heróis australianos: após 32 anos, eles voltam a jogar uma Copa

Por três vezes, o lateral Tony Vidmar quase chegou à Copa. Em 1993, ele e a Seleção Australiana venceram o grupo da Oceania e na repescagem perderam para a Argentina. Quatro anos mais tarde, deixaram escapar a vaga contra o Irã, em casa. Em 2001, foi a vez de cair diante do Uruguai. Por isso, para ele e outros australianos, a Copa já foi ganha no dia 16 de novembro de 2005, na vitória nos pênaltis sobre os uruguaios em Sydney. “Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Achava que jamais iria a uma Copa”, diz Vidmar, de 35 anos, que atua no NAC Breda, da Holanda, e é o jogador com mais partidas disputadas pela seleção. “A ficha ainda não caiu. A gente lembra daquele momento como se fosse ontem”, afirma Mark Viduka, de 30 anos, atacante do inglês Middlesbrough. Os australianos — ou Socceroos, como são conhecidos — se encontraram pela primeira vez desde a classificação numa semana de treinamentos em Mierlo, na Holanda, no fim de fevereiro. Lá, foi difícil não ter a sensação de que, para eles, o dever já foi cumprido — a classificação teve direito a festa no país. “Vamos tentar chegar o mais longe possível, mas o objetivo era a vaga”, diz Vidmar. Na Copa, a principal estrela estará no banco. E nem ela ousa nas previsões. O técnico Guus Hiddink foi às semifinais das duas últimas Copas, com a Holanda e a Coréia do Sul. Contratado antes da repescagem contra o Uruguai, ele é apontado pelos jogadores como o responsável pela classificação. O técnico foi o primeiro a dizer, após o sorteio das chaves, que australianos, croatas e japoneses brigariam pela segunda vaga do grupo. Tanto que sua maior preocupação é não

AUSTRÁLIA Ranking da Fifa Na Fifa desde

Principais títulos 3 Copas da Oceania (1980, 1986 e 2000)

-

PLACAR - PLACAR - 34 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

Participações em Copas

PLACAR

44º 1963

Melhor colocação Na Copa 2002 Nas Eliminatórias Site

1 Primeira fase (1974) Não disputou 7V/1E/1D/31GP/5GC www.footballaustralia.com.au

TIME-BASE*

*Entre parênteses, a pronúncia dos nomes em português

3 4 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6


05_CAD 17:03 20/03/06 ROANDRADE Composite PLACAR - PLACAR - 35 - 01/04/06

perder na estréia, contra o Japão. “Vamos jogar para ganhar, sempre. Mas é importante não ser derrotado na estréia. Isso deverá nos manter na disputa mesmo após o jogo contra o Brasil. É difícil comparar este time com a Holanda de 1998. Talvez seja mais fácil fazê-lo com a Coréia de 2002. Mas não dá para dizer que repetiremos aquele feito”, diz o treinador, que também comanda o PSV-HOL. Hiddink terá um grupo experiente, com jogadores que atuam na Europa e que têm duas, três ou quatro Eliminatórias nas costas, além de várias Copas das Confederações. Copa do Mundo, porém, é novidade. E cabe ao treinador evitar surpresas. Para isso, ele conta com a ajuda do auxiliar Johan Neeskens, ex-jogador da Seleção Holandesa. “Enquanto todas as seleções faziam amistosos, nós treinávamos. É difícil esses jogadores se encontrarem. Queremos tê-los motivados e em forma na Copa”, diz o vice-campeão mundial de 1974 e 78. Segundo Hiddink, a maior qualidade da equipe é o fato de jogar os 90 minutos com a mesma intensidade e não se entregar: “Esse time tem muita força e velocidade. Mas também tem jogadores de boa qualidade. Caso contrário, não estariam na Europa”. Difícil é marcar gols. Para quem estava acostumado à vida mansa contra adversários como Samoa Americana ou Ilhas Salomão, a situação complica quando o nível dos rivais sobe. À exceção do grandalhão John Aloisi, do Alavés-ESP, a fase dos atacantes não é boa. Na Itália, Mark Bresciano tinha só cinco gols após 24 partidas pelo Parma. O mesmo fez Viduka, na Inglaterra, em 28 jogos. O meia-atacante metido a galã Harry Kewell marcou dois pelo Liverpool-ING. Titular da Austrália e campeão da última Liga dos Campeões, ele não goza de boa imagem com a torcida do seu time, que o considera “pipoqueiro”. Assim como a dupla Viduka e Kewell, a maioria dos Socceroos atua ou já atuou no futebol inglês. É o caso do goleiro Mark Schwarzer, também do Middlesbrough, um dos heróis da classificação por pegar dois pênaltis contra o Uruguai. Amigo de Juninho Paulista, ele é mais um dos atletas para quem esta era a última chance de disputar uma Copa e destoa dos colegas que parecem felizes só por ir à Alemanha. Aos 33 anos, diz que a seleção tem o desafio de despertar nos jovens australianos a paixão pelo futebol, que ainda perde para o rúgbi e outros esportes na preferência nacional. Para isso, disputar mais do que três jogos seria um grande passo: “Não quero só participar. Podemos surpreender. Se passarmos de fase, podemos repetir a festa inesquecível que tivemos em Sydney. Sempre disse ao Juninho que um dia nos encontraríamos numa Copa do Mundo. Pena que, dessa vez, ele não vai estar lá”. POR RAFAEL Guus Hiddink: nesta Copa, nem ele sonha alto

Língua solta e pé certeiro Ambos são reservas. Um é atacante e nasceu na Nova Zelândia. O outro, um goleiro gigante (2,02m), é croata. Archie Thompson, 27 anos, joga no PSV e está no Guinness Book como recordista mundial de gols feitos numa partida entre seleções. Zeljko Kalac, 33, é reserva de Dida no Milan e destaca-se pela língua solta. Kalac disse, por exemplo, que sua equipe fará de tudo para vencer o Brasil, até usar a violência: “Não daremos atenção a quem está do outro lado e faremos o que for preciso. Se tivermos que dar neles, faremos isso”. O goleiro não poupa nem os colegas e acha que tomará a posição de Mark Schwarzer até a Copa. “Hiddink demorou para decidir quem enfrentaria o Uruguai. Teremos três semanas de treinos antes da estréia e muita coisa pode mudar. Não existe lealdade no futebol, isso não ganha jogos”. Como Kalac, Archie Thompson não é a primeira opção de Hiddink. Foi o único jogador da Liga Australiana a participar do grupo que venceu os uruguaios. O técnico gosta tanto dele que decidiu levá-lo para o PSV. Mas o auge da carreira de Thompson aconteceu nas Eliminatórias da Copa 2002, quando os Socceroos venceram Samoa Americana por 31 x 0 e o atacante fez 13 gols, superando um recorde de quase 90 anos do alemão Gottfried Fuchs. Desde então, Thompson marcou só mais cinco vezes pela seleção. Hoje, diz que ficará feliz se fizer um golzinho no Mundial: “Estarei pronto para jogar. Mas não espero marcar 13 vezes. Na Copa, fazer um gol já seria espetacular!”.

PLACAR

-

MARANHÃO, DE MIERLO (HOLANDA)

Archie Thompson: marca no livro dos recordes

© FOTOS PIER GIAVELLI

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 3 5


o mundo é uma bola

Craques e bagres que fazem o futebol no planeta

Odrama dos anfitriões A menos de cem dias da Copa, a Alemanha enfrenta uma crise sem precedentes na gestão do técnico Klinsmann. Mas ele parece ser o único a não se preocupar

-

05_CAD

©1

Os alemães já estavam se acostumando com a idéia de que sua seleção chegaria à Copa aos trancos e barrancos e de que não saberiam escalar o time até pouco antes do jogo de abertura do Mundial, contra a Costa Rica. Em menos de uma semana, porém, o sentimento piorou muito. A goleada de 4 x 1 para a Itália em Florença, no dia 1º de março, deu início a uma crise que pôs em dúvida até a permanência do técnico Jurgen Klinsmann. Alvo de inúmeras críticas, ele jogou gasolina na fogueira ao não aparecer no encontro entre os treinadores do Mundial, em Dusseldorf. Levou uma bronca pública do “Kaiser” Franz Beckenbauer, presidente do Comitê Organizador da Copa, por ter permanecido em Los Angeles, onde mora. Para tentar manter a torcida alemã com um mínimo de confiança, foi necessária a intervenção da primeira-ministra Angela Merkel. Aliás, no festival de lambanças da crise, não faltam personagens ilustres.

17:03

Klinsmann, o solitário

20/03/06

Passa boa parte da história no computador: como mora nos EUA, é por e-mail que Jurgen Klinsmann geralmente dá entrevistas e se comunica com os jogadores. Em

-

Dusseldorf, onde faltou ao encontro dos técnicos, uma parte de seus colegas não

ROANDRADE

quis tocar no assunto. Outra, entre eles Parreira, Felipão e o algoz Marcelo Lippi, saiu publicamente em sua defesa. Mas, nos bastidores, os técnicos não deixaram de mostrar surpresa com a ausência do alemão. “Ele bobeou. Numa hora dessas,

-

é melhor não dar razão a mais críticas”, disse um técnico de um dos favoritos da

Composite

Copa. Nem os defensores de Klinsmann conseguiram apoiá-lo. O presidente da Federação Alemã, Theo Zwanziger, foi a público dizer que tentaria fazer o técnico

-

treinador, porém, não tem qualquer plano de se mudar. Diz ele que a viagem aos

PLACAR - PLACAR - 36 - 01/04/06

mudar de idéia: “Convenceremos Klinsmann de que a torcida o quer por aqui”. O

EUA estava marcada há muito tempo. Quando os jornais começaram a criticá-lo, ele respondeu: “Desde que o campeonato recomeçou, eu estive assistindo aos jogos da Bundesliga e da Liga dos Campeões. Tenho meu planejamento e não vou mudá-lo”. Como as queixas não cessaram, passou a dizer que estivera ausente por “motivos particulares”. Comentou-se que ele teria prometido visitar a mãe no primeiro aniversário da morte do pai. Pouco adiantou. Uma pesquisa revelou que só 3% dos alemães acreditam no título. O consolo: 66% são contra sua queda. Ou

PLACAR

-

porque é tarde demais ou porque acham que a culpa é da falta de bons jogadores. 3 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6


Beckenbauer, o incendiário Palavra de Kaiser na Alemanha é lei. E Franz Beckenbauer, campeão mundial como jogador e técnico pelo país, não tem poupado Klinsmann de críticas. Tanto pelos resultados quanto pela viagem aos EUA: “Ele precisa estar mais presente na Alemanha. E ter faltado ao encontro dos técnicos é uma afronta aos profissionais que estão aqui”. Depois, questionou a escalação da seleção, em especial o fato de Kahn poder não ser titular na estréia da Copa, no estádio do Bayern (time do goleiro). “Se ele não escalá-lo, poderá haver uma revolta dos torcedores”. Não parou por aí. Ao avaliar o trabalho de Klinsmann: “No começo, funcionou bem. Mas retrocedemos alguns anos. Se ele acha que está faltando apoio da opinião ©1

pública, é bom se preparar porque as críticas vão piorar cem vezes até a Copa”.

Angela Merkel, a bombeira mente manda no país,a primeira-ministra Angela Merkel. Ela chamou Beckenbauer e Klinsmann para conversar, e sua atitude deu dimensão da gravidade com que os

-

05_CAD

Na hora de pôr fim a uma crise nacional, foi preciso a intervenção de quem real-

falar dos preparativos para a Copa, mas não foi. Ao lado de Merkel, Beckenbauer e Klinsmann eram só sorrisos. O técnico recebeu apoio da primeira-ministra: “Tenho certeza de que Klinsmann e sua equipe estão no caminho certo. Ele não deve

-

deixar que o seu trabalho seja perturbado pelas críticas”. Como resposta, ouviu do técnico a promessa de que estará mais presente na Alemanha. Aí, foi a vez do

ROANDRADE

20/03/06

17:03

alemães estão tratando o desentendimento entre a dupla. A reunião seria para

Kaiser sorrir e soltar mais uma das suas: “É bom mesmo. Sol demais não faz bem”.

©1

Composite

-

Os lança-chamas de plantão Apesar das cutucadas de Beckenbauer, ninguém pegou mais pesado com Klins-

-

Não somos mais respeitados. Se eu tivesse poder, demitiria Klinsmann e faria

PLACAR - PLACAR - 37 - 01/04/06

mann do que seu ex-companheiro Stefan Effenberg: “O mundo está rindo de nós.

Ottmar Hitzfeld estrear”. Hitzfeld não fala sobre o assunto. Mas parece estar ao lado do telefone, esperando apenas ser chamado. Quem também mostrou oportunismo foi um outro ex-companheiro de seleção. Lothar Matthäus passou como um relâmpago pelo comando do Atlético-PR e voltou à Alemanha com uma pá nas costas para tentar cavar uma vaguinha na seleção. Nem que seja após o Mundial. Com ex-companheiros como estes, Jurgen Klinsmann definitivamente não precisa ©1

de inimigos. E os concorrentes da Alemanha ao título agradecem.

PLACAR

-

POR RAFAEL MARANHÃO, DE DUSSELDORF (ALEMANHA)

©1 ILUSTRAÇÕES SAMUEL CASAL

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 3 7


o mundo é uma bola SOBE

Emerson Entre abril e março, em quatro jogos seguidos, o volante foi eleito pelos jornais italianos o melhor em campo nas partidas da Juventus. Contra Lecce, Sampdoria, Werder Bremen e Milan, ele teve as notas mais altas.

Fred Tem evoluído no Lyon, pelo qual fez um golaço contra o PSV, na Liga dos Campeões. Já marcou 10 vezes pelo clube francês e não tem dado muito espaço a quem defende a convocação de Nilmar para sua vaga na Seleção.

Tudo bem, ele não é nem de longe o atacante dos tempos de São Paulo. Mas melhorou: virou titular do Sevilla e marcou o gol da classificação para as quartas-de-final da Copa da Uefa.

▼ DESCE Diego

Do balão para a bola O pequeno Mike, aquele cantor da Turma do Balão Mágico, virou empresário de jogadores na Inglaterra Para quem ouviu Michael Biggs pela última vez nos anos 80, pode parecer estranho ler sobre ele na Placar. Mas o excoleguinha de Toby, Simony e Jairzinho no grupo “A Turma do Balão Mágico” dá hoje seus primeiros passos como empresário da bola, levando brasileiros com passaporte europeu para testes em times da League Two, a quarta divisão inglesa. “Há três anos, um empresário que tinha um passado na música perguntou se eu queria trabalhar com futebol. Trabalho com três centros no Brasil, mas devo manter contato com um só. O projeto poderia estar rendendo mais, mas prefiro fazer a coisa aos poucos”, diz aos 31 anos. De seu três primeiros jogadores, só um

O meia não vem sendo sequer convocado para o banco nos jogos do Porto pelo técnico Co Adriaanse. Segundo pessoas próximas ao jogador, Diego dificilmente permanece na equipe portuguesa ao final da temporada.

Michael: estrela mirim no Brasil, hoje é ele quem caça talentos

Júlio César O goleiro da Internazionale se machucou na hora errada: deu espaço ao reserva Toldo, que foi muito bem, e perdeu a vaga de titular na reta final da temporada e a menos de 100 dias da convocação para a Copa.

Adriano Perdeu um pênalti na Liga dos Campeões e, dias depois, irritou o presidente da Inter, Giacinto Faccheti, porque teria passado a noite em uma boate de Milão ao lado de Ronaldinho Gaúcho, faltando ao treino no dia seguinte.

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 38 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:03

-

05_CAD

Luís Fabiano

Craques e bagres que fazem o futebol no planeta

3 8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

©1

passou nos testes — e não vingou. O lateral Wesley chegou do Lemense-SP e foi aprovado no Barnet. Mas uma lesão no joelho fez com que fosse liberado. Hoje, Wesley se trata e aguarda convites. Ele tem passaporte europeu, fundamental para atuar no restrito futebol inglês: lá, quem não é da Comunidade Européia tem que ter jogado 75% das partidas de sua seleção nos últimos dois anos. Michael crê que a experiência de ter trabalhado jovem no Balão Mágico pode ajudá-lo hoje. “Os meninos terão encaminhamento. O futebol é um negócio frio, mas temos dever moral. Não pode ser só ‘ele se machucou, manda embora’. É uma relação longa, de horas boas e ruins. Trabalhava aos 6 anos, sei como é difícil para os mais jovens. Ainda mais para os que são tirados de perto da família”. Na Inglaterra, Michael é conhecido por ser filho de Ronald Biggs, integrante do bando que roubou um trem pagador em 1963. Biggs escapou da prisão dois anos depois e fugiu para o Brasil, onde viveu até 2001, quando entregou-se. Michael luta para que o pai, doente, deixe o hospital-penitenciário em que vive. Aos antigos fãs, Michael avisa que a música ainda é sua vida e indica o site pessoal, www.michaelbiggs.com. Aliás, graças à internet ele retomou contato com os antigos amigos. “Por meio do Orkut, entrei em contato com o Jairzinho, o Toby e a Simony. Encontro com o Jair quando ele vem a Londres. Chegaram a sugerir a idéia de uma turnê do Balão. Seria muito bonito, mas é complicado: hoje, cada um tem seus próprios compromissos”. P O R R A F A E L M A R A N H Ã O


Série Grandes Bagres Satellite Sports Café, em Amsterdã: à esquerda, a iluminada fachada do bar. Abaixo, a efusiva comemoração dos torcedores durante o movimentado dia 1º de março

Que não precisa ser craque para ser ídolo de uma torcida, a gente sabe. Agora, para ter um DVD exclusivo... Pensando certamente no bom número de vendas entre os torcedores do Milan, o jornal italiano La Gazzetta dello Sport colocou nas bancas um

©2

DVD com tudo sobre a carreira de Rino Gattuso, o volantão raçudo do time. Tá certo que Gattuso está entre os jogadores mais amados pelos

Shevchenko e, mais recentemente, ©2

Kaká. O nome de Gattuso já havia vendido gorrinhos, adesivos,

A Babel do futebol

camisetas e até um livro, chamado “In Rino veritas”. Agora, veio o “In video

Para agradar a todos, um bar em Amsterdã não economiza em tevês e telões É difícil para um fanático por futebol decidir a que jogo assistir quando existem várias partidas ao mesmo tempo. Em Amsterdã, os loucos por futebol não precisam se preocupar. Basta tomar um bonde até a movimentada Leidseplein e entrar no Satellite Sports Café. Aberto em 2000, o bar oferece mais de duas dezenas de tevês e quatro telões, num ambiente com direito a assentos que imitam degraus de arquibancada. No dia 1º de março, quando as principais seleções da Copa estavam em ação, o Satellite era um convite ao torcicolo. No telão do lado direito, muitos holandeses e alguns equatorianos viam o amistoso jogado em Amsterdã. No telão oposto, barulhentos italianos e silenciosos alemães assistiam à goleada da Azurra sobre os anfitriões da Copa. Nas demais telinhas: Argentina x Croácia, Inglaterra x Uruguai, Portugal x Arábia Saudita, República Tcheca x Turquia, Espanha x Costa do Marfim, Irlan-

da x Suécia e País de Gales x Paraguai. Assim como em outros pubs, você não paga nada para ver o jogo, mas não pode ficar sem consumir. Atendentes muito atenciosas estão prontas para trazer uma cerveja ou alguma comida nada balanceada. Quem quiser, ainda pode alugar fones de ouvido para acompanhar os jogos das telinhas. Por 3 euros, dava até para ver o rubro-negro Tigre Ramirez jogando em Cardiff, com narração em galês! No primeiro andar, os telões tinham ingleses de um lado e argentinos do outro. Os primeiros tiveram o gostinho de comemorar uma vitória no fim da partida contra o Uruguai. Os fãs de Tevez e Messi passaram pelo sentimento oposto de ver a Croácia virar a partida no fim. Restou a alguns subir as escadas e tentar secar o Brasil diante da Rússia, em jogo reprisado assim que acabaram os amistosos. Para esses, foi uma noite realmente perdida. P O R R A F A E L M A R A N H Ã O

veritas”, cuja frase de Gattuso na capa já dá uma idéia de seu conteúdo: “Não sou eu que corro. São os outros que andam”. Tá certo. Pra quem gosta de corrida, deve ser um grande filme! ©2

É isso mesmo: um DVD só sobre o Gattuso

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 39 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:03

-

05_CAD

milanistas, ao lado de Maldini,

©1 ARQUIVO PESSOAL; ©2 DIVULGAÇÃO

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 3 9


MiltonNeves

A Seleção é só da Globo? É sempre a mesma coisa: pintou jogo da Libertadores, só a Globo entra. O torneio é dela, só dela. Não entra nem repórter de rádio no gramado. Câmeras, nem pensar. Nem da Record, sua parceira nos direitos de outras competições. Os gols? Só depois do Globo Esporte, que perde do Chaves, do SBT. Porque o Debate Bola, da Record, dos seus já habituais 5,6 pontos, roubou 3,2 que eram dele, Globo Esporte, e não devolveu mais. Mas, e daí? Daí que na Libertadores a Globo faz valer ferrenhamente seus direitos contratuais exatamente como na Copa. Ali, temos o monopólio há décadas. Mas por que no Paulistão, Copa do Brasil e Brasileirão ela finge que não vê as câmeras da Band, Rede TV!, Gazeta, Cultura e até do SBT? É que a gritaria seria imensa e o monopólio ficaria escancarado. E, com mais uma Copa chegando, essa exclusividade torna-se mais visível, dolorida e injusta. Até quando? E o que fazer? Tenho a solução, mas falta apoio. Na imprensa esportiva, há um corporativismo ao contrário. Toda boa idéia é abandonada por quem só enxerga o próprio umbigo. Ora, Copa para todas as TVs já! A Seleção é do Brasil, e não de um só canal! Então, por que não a intermediação governamental em adquirir os direitos e repassar a todos os canais? E com cada um pagando o mesmo percentual que cada emissora tem de audiência, de acordo com o Ibope médio individual dos últimos seis meses anteriores à data da “licitação”?

Calma, gente, não estou propondo um “Proer” do futebol para os canais de TV. Apenas a escalação do governo como árbitro em disciplinar a briga desigual que há no setor. E nada contra a Rede Globo, que tudo o que faz executa com nota 10. Ora, é ovo de colombo esse condomínio televisivo-futebolístico. E envol©1 vendo também todos os torneios nacionais. A Globo pagaria mais, mas sempre teria (como tem) maior facilidade de buscar respaldo financeiro no apertado mercado publicitário. Um mercado curto para as cotas milionárias da Globo, cotas que são inalcançáveis para empresas sem o porte de Bradesco, Itaú, AmBev, Volkswagem e etc... Essa socialização permitiria que todos os canais — abertos e fechados e até universitários, além da rede pública — transmitissem a Copa. E empresas quase top de linha, além daquelas de segundo até décimo time, todas poderiam patrocinar os jogos da Copa neste ou naquele canalzão ou canalzinho. E quanto isso não seria importante para a imprensa esportiva e para tantos canais que não andam nadando em dinheiro? De outra forma, como ter o futebol em suas grades? Assim, peço e sugiro, socialização já na TV esportiva! A economia esquentaria, enviaríamos 100 Galvões Buenos à Alemanha, além de 500 Falcões, 1800 Bassans e 5000 operadores e jornalistas. Nada contra a iniciativa privada, até porque sou empresário e publicitário, mas a Seleção é do Brasil, de todos os canais, e não só da Globo. Até quando? Roberto Carlos dá entrevista à Globo na Copa 2002: exclusividade

Quanto isso não seria importante para a imprensa esportiva e para tantos canais que não nadam em dinheiro?

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 40 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:03

-

05_CAD

Por que uma única emissora monopoliza a Copa? Uma idéia: o governo regularia os direitos de transmissão e cada canal pagaria o proporcional à sua audiência

4 0 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

©FOTO RICARDO CORRÊA


05_CAD 15:40 20/03/06 AVIEIRA PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 41 - 01/04/06

-

Composite

Próximos sorteios: 23/03/06 05/05/06

Realização:

Para participar, recorte o selo ao lado, junte com mais 2 selos e responda:

Apoio:

Envie os 3 selos para a Caixa Postal 11856 São Paulo – SP, CEP 05049-970, aos cuidados da Promoção Torcida Abril na Alemanha, junto com seus dados (nome, RG e telefone). Você encontra mais selos nos anúncios das revistas participantes da promoção.

Não fique no banco de reservas.

• O regulamento completo e a relação dos produtos desta promoção você encontra no site www.torcidaabril.com.br. • CA CAIXA nº 6-0577/2005. • Promoção válida até 05/05/06.


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 42 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:53

-

05_CAD


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 43 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:53

-

06_CAD


RONALDO, O PREDESTINADO

A ESTRELA No tarô, a carta da estrela de um predestinado indicará esperança, sorte e bom astral. Quando remeter ao passado, trará apenas lembranças positivas. Para os tarólogos de botequim da Placar, o que aconteceu com Ronaldo em 2002 sugere que o ambiente de Copa “conspirará a favor do Fenômeno e do hexa”.

REENCONTRO

COM O DESTINO Esperar o quê de um jogador que não consegue cumprir direito um simples treinamento de driblar cones e chutar em gol? Que chega a tropeçar em um dos cones e cair no gramado? Placar responde: espere tudo, inclusive que ele seja o principal responsável pela conquista do hexa para o Brasil. Mais: que ele seja o artilheiro da Copa. De novo. Porque foi essa a descrição da participação de Ronaldo feita por alguns jornalistas que acompanharam o treino do Real Madrid no último dia 14 de março. Foi o toque tragicômico do momento sombrio por que passa um dos melhores atacantes de todos os tempos. O Fenômeno vem apanhando de vários lados. Algumas críticas justificadas, outras gratuitas. Não bastasse a inédita sensação de ter sido barrado e colocado no banco pelo técnico Juan López Caro por questões técnicas, ouviu de Michel Platini que está “velho e gordo” e de Pelé que “seus problemas particulares o atrapalham”. No Real, vê naufragar o projeto “galáctico” após a demissão do presidente Florentino Perez, um prenúncio de que sairá em breve do clube tendo conquistado um título espanhol e um Mundial Interclubes em quatro anos. Tudo isso existe, mas não há porque duvidar de sua capacidade de voltar a jogar bem e brilhar. A carreira do Fenômeno, hoje com 29 anos, é recheada de voltas por cima e mostra que, quando decretam seu fim, as cartas do destino sempre lhe viram nas melhores combinações. Por que não agora, de novo? É preciso lembrar que, nos

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 44 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:53

-

06_CAD

O MUNDO Carta que, em sua melhor interpretação, sugere popularidade, filantropia e realização universais. Análise de araque: essa carta já é dele e ninguém tasca.

4 4 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

meses que antecederam a Copa de 2002, Ronaldo vivia uma situação muito pior. Pairavam dúvidas se ele voltaria mesmo a jogar futebol. Mas depois da segunda cirurgia no joelho direito, ele conseguiu se recuperar e disputou o Mundial em altíssimo nível. Atuou em todos os jogos e foi artilheiro do torneio com oito gols, dois deles na final. Os problemas de hoje, portanto, são fichinha para o Fenômeno. Ele tem tudo para derrubá-los nestes dias que antecedem a estréia do Brasil, dia 13 de junho, contra a Croácia.

O CORPO Este é o nono ano consecutivo que Ronaldo inicia com uma lesão. Há duas razões para isso, que têm ligação entre si. Qualquer pessoa que passe por cirurgias que impliquem longas recuperações sofre um desequilíbrio muscular natural. Seria necessária uma dedicação absurda e diária em fisioterapia para que os músculos do Fenômeno não sofressem. Com este desequilíbrio (uma perna mais forte do que a outra, ou os músculos posteriores de uma perna mais fortes que os anteriores, por exemplo), Ronaldo sempre vai estar mais suscetível a lesões musculares do que os outros — ainda mais porque, hoje em dia, depois de tudo o que passou e com seus inúmeros compromissos fora de campo, ele não consegue mais dedicar-se tanto à musculação. E ainda pesa contra ele o clima europeu no começo do ano, de inverno, mais propício para que ocorram problemas musculares. Por essas e outras — como a silhueta um pouco mais rechonchuda que há alguns anos — o Brasil inteiro deve estar preocupado com a forma física do Fenômeno. Uma pessoa fundamental, porém, aparenta tranqüilidade: “O estado fí-


97 JOGOS 67 VITÓRIAS 22 EMPATES 8 DERROTAS 61 GOLS Copas do Mundo: 1994, 1998 e 2002 14 jogos, 11 vitórias, 1 empate e 2 derrotas;12 gols marcados Títulos: Copa Stanley Rous/Umbro (1995); Medalha de Bronze na Olimpíada de Atlanta; Copa América (1997 e 1999); Copa das Confederações (1997) e Copa do Mundo (1994 e 2002)

65 JOGOS 38 VITÓRIAS 15 EMPATES 9 DERROTAS 30 GOLS Copas do Mundo: 2002 5 jogos, 5 vitórias; 2 gols marcados Títulos: Copa América (1999); Torneio Pré-Olímpico (2000); Copa do Mundo (2002) e Copa das Confederações (2005)

34 JOGOS 19 VITÓRIAS 9 EMPATES 6 DERROTAS 22 GOLS Copas do Mundo: Estreante Títulos: Copa América (2004) e Copa das Confederações (2005)

18 JOGOS 11 VITÓRIAS 5 EMPATES 2 DERROTAS 5 GOLS Copas do Mundo: Estreante Títulos: Copa das Confederações (2005)

33 JOGOS 19 VITÓRIAS 9 EMPATES 4 DERROTAS 9 GOLS Copas do Mundo: 2002 1 jogo, 1 vitória; nenhum gol marcado Títulos: Copa do Mundo (2002) e Copa das Confederações (2005)

preparação para a Copa, em comparação com o time deste ano, que terá 22 dias. Mas Romário chegou mais tarde (estava jogando a final da Liga dos Campeões pelo Barcelona, derrota de 4 x 0 para o Milan). Ou seja: o Baixinho teve antes do Mundial dos Estados Unidos o mesmo tempo de preparação que Ronaldo terá agora. E não só ele, como o time inteiro, “voou” na Copa. “O Romário nem queria fazer a avaliação física quando chegou, me dizia para colocar tudo zero em seus índices. Eu o convenci a fazer a avaliação, para saber que pontos eu trabalharia, e de fato a situação dele estava péssima”, disse Moracy. “Eu tinha 15 dias de prepara-

sico dele na Copa não me preocupa nem um pouco”, diz Moraci Sant’Anna, preparador-físico da Seleção Brasileira. A última vez que Moraci avaliou Ronaldo foi em setembro de 2005, durante a preparação para as Eliminatórias. A sua taxa de gordura estava entre 8 e 10%, o nível normal para um atleta de futebol. Apenas Cafu, um fora-de-série, tem 7%. Se faz tanto tempo que não avalia o Fenômeno — nos amistosos só dá tempo “para comer e dormir” —, o que deixa Moraci tranqüilo é o exemplo de Romário na Copa de 1994, quando ele também era preparador-físico de Carlos Alberto Parreira. Em 1994, a Seleção teve uma semana a mais de treinos na

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 45 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:53

-

06_CAD

Na Copa do Mundo, os homens se distingüem dos meninos – e os jornalistas abusam dos clichês. Conheça o currículo das estrelas brasileiras na Seleção e responda: quem é o mais confiável?

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 4 5


RONALDO, O PREDESTINADO

PLACAR

4 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

FEVEREIRO 2002 Autorizado pela Internazionale, Ronaldo vem ao Brasil fazer tratamento com o médico da Seleção, José Luiz Runco. Na Itália, cada vez mais pipocam notícias de que ele e o treinador Hector Cúper não se davam. O treinador chegou a afirmar que Ronaldo era mais importante para a Seleção Brasileira do que para a Inter. Seguiu fora de combate por todo o mês.

JANEIRO 2006

FEVEREIRO 2006

Ronaldo se lesiona em sua primeira partida do ano (contusão muscular, na perna direita, como de hábito) contra o Villarreal e fica três semanas de molho. Participa, dias depois, do lançamento da chuteira que usará na Copa do Mundo. É o nono ano consecutivo que ele inicia contundido.

Volta a jogar contra o Espanyol, dia 4, e marca um gol de cabeça. Disputa mais seis partidas seguidas pelo clube espanhol, marca apenas um gol, joga mal, é vaiado pela torcida e ameaça deixar o clube depois da Copa. Diz que nunca foi tratado com carinho no Santiago Bernabéu e não consegue se sentir em casa.

ção com ele, como vou ter este ano com o grupo. Tinha um bala na agulha, só podia dar um tiro, e sem errar.” Moraci conta que decidiu trabalhar com Romário apenas explosão muscular, para ele poder dar seus piques curtos e mortais. Praticamente deixou de lado resistência física, característica tão importante aos laterais e volantes daquele time de Parreira. Romário não precisaria correr o jogo todo. Precisaria de explosão. E Ronaldo? Moraci não tem acesso aos dados do Fenômeno há seis meses. Mas tem certeza de que, por pior que esteja, vai chegar à Seleção melhor fisicamente do que Romário em 1994. Como vai ter tempo para fazer com ele o mesmo trabalho que fez com o Baixinho... “Ronaldo também não precisa correr o jogo todo. Vai precisar de potência, de arrancadas, e em 15 dias vai chegar a um bom nível nesse quesito”, aposta. Quem conhece bem o atual estágio físico do Fenômeno é o fisioterapeuta Bruno Mazziotti, 28 anos, que substituiu Nilton Petroni, o Filé, no staff particular do craque desde o ano passado. Além de administrar o centro de recuperação que o jogador montou no Rio (investimento de 18 milhões de reais), ele vai a Madri sempre que o camisa 9 precisa de um trabalho mais específico. Esteve lá em novembro, quando Ronaldo torceu o tornozelo, e no começo do ano, quando teve uma lesão muscular, desta vez na panturrilha. Mazziotti diz que passou suas conclusões para a comissão técnica

-

PLACAR - PLACAR - 46 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:53

-

06_CAD

Veja como foi o ano de Ronaldo antes da Copa de 2002 e compare com o que acontece agora em 2006. Para quem um dia ressuscitou, espantar a uruca atual é como curar resfriado...

JANEIRO 2002 Não jogou por causa de uma lesão muscular sofrida em dezembro, após alguns minutos em campo contra o Piacenza. O joelho parecia bom, mas sofria com os músculos. Passou 15 dias em tratamento no Brasil. Felipão o queria para um amistoso contra a Arábia, mas não deu. Muitos consideravam Ronaldo um ex-jogador e clamavam por Romário.

da Seleção. “O que falta ao Ronaldo é ritmo de jogo. Ele pode estar pesado, que é estar sem mobilidade, mas não está gordo. Sua taxa de gordura está dentro do previsto”, diz. Se Ronaldo está pesado, como deixá-lo mais leve? “Ele precisa de potência, de velocidade. O Ronaldo é um tipo de jogador que, por todo o seu histórico de lesões e por suas características de jogo, precisa de um trabalho individualizado, voltado para ele”, diz Mazziotti, em sintonia com o pensamento (e os planos...) de Moraci. Está claro que esse trabalho — que está previsto para ser feito com o Fenômeno na Suíça, com a Seleção — não vem sendo realizado no Real Madrid. “Talvez porque estejam no meio da temporada... Não sei o motivo”, diz o fisioterapeuta, sem polemizar. Mazziotti deve embarcar novamente para a Espanha em abril, a fim de fazer um trabalho preventivo visando à Copa. Vai cuidar da reorganização muscular do atleta, ou seja, evitar que haja desequilíbrio muscular, o principal vilão


MARÇO 2002 Ronaldo volta a jogar depois de três meses. Apesar de inativo na Inter, é convocado para amistoso contra a Iugoslávia, depois de 2,5 anos fora da Seleção. Atua bem e fala em “voltar ao topo”, mas é ridicularizado na imprensa. Felipão diz que ele precisa atuar pela Inter para ser convocado. O amigo Filé o acompanha na Seleção e cria a polêmica: pode haver um fisioterapeuta particular na Seleção?

ABRIL 2002 Pela primeira vez no ano, atua por 90 minutos na Inter. O Fenômeno começava a voltar. Joga bem contra o Feyenoord, pela Copa da Uefa. Faz sua melhor partida desde a cirurgia numa virada contra o Brescia, pelo Italiano, quando marcou dois gols e saiu emocionado de campo. Dias depois, defende a Seleção e agüenta o primeiro tempo no empate por 1 x 1 com Portugal. Mostra evolução. Na Itália, atinge a média de 0,75 gol em oito jogos pelo Italiano, perto de sua marca em 1997/98.

MAIO 2002 A Inter perde o título italiano após derrota para a Lazio na última rodada (Ronaldo jogou até os 32 do segundo tempo e não marcou). É convocado para a Copa. Antes do amistoso contra a Malásia, prometeu a Felipão que marcaria um gol no jogo e, na Copa, faria seis. Marca contra os asiáticos, mas não empolga. “Ele teve uma atuação normal para quem vem de contusão e vem mostrando qualidade aos poucos”, dizia Scolari. Um mês depois, chega ao Mundial, marca oito gols, termina como artilheiro e jogador mais decisivo do penta.

das lesões. A comissão técnica da Seleção será informada de todos os detalhes (é possível que ele esteja na Alemanha também). Sobre as críticas que Ronaldo vem recebendo mundo afora, Mazziotti conta como está a cabeça do Fenômeno: “Ele está muito motivado para dar o troco. Ninguém entende de dar a volta por cima mais do que ele.”

A ALMA

“Nunca gostei de estar em um lugar onde eu não sou bem aceito”. Desse modo, Ronaldo reclamou da torcida do Real Madrid no final de fevereiro, sugerindo que esta é sua última temporada no clube. Onde o Fenômeno já declarou se sentir mais à vontade? Acertou se você pensou em Seleção Brasileira. Ronaldo estará entre amigos, poderá brincar o tempo todo sem aturar olhares tortos dos sisudos espanhóis — lembre-se das críticas públicas de Helguera às comemorações coreográficas dos brasileiros no ano passado.

Além de tudo, a Copa da Alemanha é um prato cheio para o Fenômeno quebrar recordes e encontrar motivações, os tais objetivos que os jogadores tanto falam... Por exemplo: Ronaldo já é o maior artilheiro do Brasil em Copas, com 12 gols, ao lado do novo desafeto Pelé. Pode superá-lo e também deixar para trás o alemão Gerd Müller, o recordista geral com 14 gols. Ronaldo também pode se igualar a Cafu e disputar três finais seguidas de Copa (1998, 2002 e 2006); isso desde que Cafu não jogue a final de 2006. Para completar, o Fenômeno tem mais duas barreiras “superáveis”: ele pode se tornar o primeiro jogador duas vezes artilheiro de Mundiais e duas vezes campeão e goleador. Acostumado ao protagonismo, Ronaldo há tempos deixou de ser o único xodó da torcida brasileira, compartilhando o título com (e às vezes sendo superado por) Adriano, Robinho, Kaká e, sobretudo, o xará Ronaldinho Gaúcho. O problema é que nenhum dos quatro têm a folha de serviços prestados à Seleção de Ronaldo. Adriano, fundamental nas recentes conquistas da Copa América e da Copa das Confederações, já mostrou que a camisa amarela lhe cai bem, mas nunca disputou um Mundial, a exemplo de Robinho, que jamais foi brilhante na Seleção como o colega da Inter de Milão. Kaká e Ronaldinho Gaúcho jogaram uma Copa, mas nunca foram os mesmos de Milan e Barcelona na Seleção. Kaká ainda jogou bem nas Eliminatórias, mas Ronaldinho, o melhor do mundo, está devendo uma exibição de gala desde o jogo Brasil x Inglaterra na Copa de 2002. De todos os nossos craques, Ronaldo é aquele que pode levar o carimbo: “testado e aprovado”. Os outros, não. No jargão do turfe, a barbada é ele. Pode apostar. * Leia entrevista exclusiva de Ronaldo na página 50.

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 47 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:53

-

06_CAD

MARÇO 2006 Convocado para amistoso com a Rússia, tem atuação discreta como todo o time, porém marca o único gol do jogo. No Real, é barrado por motivos técnicos: não fica nem no banco contra o Atlético de Madrid. Retorna na partida seguinte, mas segue jogando mal. Perde um pênalti no empate por 0 x 0 com o Valencia, pelo Espanhol, e vê seu time eliminado da Liga dos Campeões contra o Arsenal.

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 4 7


RONALDO, O PREDESTINADO

UM INFERNO CHAMADO

BERNABÉU

POR JÚLIO GOMES FILHO, DE MADRI

O desabafo de Ronaldo sobre “não se sentir querido” pela torcida do Santiago Bernabéu teve grande repercussão. No jogo seguinte, contra o Arsenal, pela Liga dos Campeões, surgiram faixas de apoio no estádio: “Ronaldo, a torcida está contigo”; “Ronaldo, você é o rei”. Uma das faixas era de Juan Santamaría. Após um primeiro tempo apagado do time, ele dizia: “Hoje, não vaiei o Ronaldo. Se continuar jogando assim, vaio no segundo tempo. A torcida tem razão. Ele tem que se preocupar mais com a forma física e se envolver mais nas partidas”. Como Santamaría, havia centenas de críticos no Bernabéu. “Ronaldo não poderia ter falado o que falou sobre a torcida. Veja Roberto Carlos, Raúl e Beckham. Nós percebemos a entrega deles em campo e é isso que a torcida quer, amor à camisa. Eu nunca vi o Ronaldo aplaudir o público ou dar a camisa depois do jogo. Nós não sentimos entrega e não sentimos vontade da parte dele em nos conquistar”, diz José Emílio Martín, presidente da torcida Cinco Estrelas (5 Estrellas). O que dizem Juan e José Emílio resume o espírito de todo o estádio. Quando Ronaldo faz gols, cala os críticos, mas não conquista o coração madridista. A visão geral, discutível, é a de que o Fenômeno é o rei da noite na cidade, está gordo, não corre em campo e apenas espera a bola chegar aos seus pés. A antítese deste sentimento é o tratamento dado a Raúl, com quem Ronaldo definitivamente não se bica. O capitão vive péssima fase há pelo menos três temporadas, mas dizer isso em Madri beira a blasfêmia. A cada pique, a cada carri-

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 48 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

02:35

-

06_CAD

O ENFORCADO Carta que, no tarô, tem como um de seus significados correlatos a figura da vítima. Pós-graduados em picaretagem, os místicos de Placar interpretam: num time recheado de estrelas milionárias, como Zidane, Beckham, Robinho, Casillas, Raúl e o folgado do Guti, a torcida do Real jogar toda a culpa pela falta de títulos pra cima do Ronaldo é uma sacanagem fenomenal...

4 8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

nho, Raúl é aplaudido pela torcida. Em 2002, quando Ronaldo recebeu a Bola de Ouro no Bernabéu, teve que engolir seco os gritos de “Raúl, Raúl, Raúl” vindos das arquibancadas. O novo presidente do clube, Fernando Martín, também prefere Raúl. E, por fim, a imprensa esportiva espanhola só faz enaltecer o “esforçado” capitão. Desde que deu as declarações criticando a torcida, Ronaldo passou a ser alvo de diversos meios, notadamente o diário Marca. As capas freqüentemente “dão ordens” a Ronaldo para que treine e se esforce mais no lugar de falar mal da torcida. Os colunistas apóiam o técnico López Caro, que vem deixando o Fenômeno no banco com freqüência. A linha editorial, enfim, é contrária a Ronaldo, que há mais de um ano não dá entrevistas ao jornal. A relação estremeceu quando o diário teria invadido demais a vida privada do jogador na época do relacionamento com Daniela Ciccarelli. Por este mesmo motivo, ele não dá entrevistas para os canais de televisão Antena 3 e Tele 5. O outro diário esportivo madrilenho, o As, tem uma linha dúbia. Alguns criticam Ronaldo, mas em geral o jornal está ao lado do jogador, embora tome cuidado para não melindrar a torcida. O jornalista Oscar Ribot é uma espécie de “setorista” de Ronaldo no As. “Nós nos damos bem, mas isso não quer dizer que Ronaldo não seja criticado pelo jornal”, diz Ribot, que acredita na permanência do Fenômeno. “Ganhar a Liga dos Campeões com o Real virou uma obsessão para ele.” Já a torcida não está tão segura, como mostram as palavras de José Emílio Martín: “Nós temos a sensação de que o Ronaldo quer sair, e o clube quer que ele saia. A torcida está dividida. Mas queremos entrega. Sem entrega em campo, seja Ronaldo ou qualquer outro, pode ir embora”, diz.


O CARRO Carta que, virada para um predestinado, indica a volta do herói, com horizontes ampliados e besuntados de triunfo e progresso. Nosso diagnóstico: depois de brilhar no hexa, Ronaldo dá uma banana aos chatos do Bernabéu e se manda para brilhar em outras bandas.

SAÍDA DE

EMERGÊNCIA

POR LÉDIO CARMONA E GIAN ODDI

Se outro clube rico resolver tirar Ronaldo do Real Madrid, a chance é agora. Até porque ficar na Europa é a preferência do Fenômeno. O futebol inglês já seduziu Ronaldo. Mas, após tantas cobranças no Real Madrid, chegou à conclusão de que enfrentar a cornetagem da mídia britânica não é lá muito saudável. A amigos, Ronaldo já admitiu que, se pudesse, gostaria mesmo era de voltar ao Barcelona. Chance zero. Com Ronaldinho Gaúcho e Eto’o, os catalães, magoados com a saída do Fenômeno, em 1997, não pensam nessa possibilidade. Assim, o mapa competitivo do futebol europeu encaminha Ronaldo novamente a Milão. A novidade é que o Milan também o quer. O vice-presidente do clube, Adriano Galliani, afirmou recentemente que o Fenômeno seria bem vindo ao seu clube. Mas as portas estão um pouco mais abertas no lado inimigo. O petroleiro Massimo Moratti, maior acionista do clube, é fã de Ronaldo e já perdoou o artilheiro pela bola nas costas recebida em 2002, quando ele preferiu ir para o Real Madrid. No ano passado, o jornal La Gazzetta dello Sport definiu bem a relação do dirigente com o jogador: “Com Ronaldo, Moratti é mais um sentimental irracional do que um presidente rígido e racional. Já o criticou algumas poucas vezes, como faz um pai com um filho, mas, também como um bom pai, sempre manteve as portas abertas para ele”. É verdade. Desde fevereiro de 2004, um ano e meio depois da saída do atacante para o Real, o dirigente diz que gostaria de ver o Fenômeno de volta — embora negue depois, dependendo da repercussão.

Mas Ronaldo trocou a Inter pelo Real em 2002, logo depois de ter sido campeão e artilheiro da Copa. Após anos convivendo com seguidas lesões em Milão, saiu de lá justamente quando estava de novo por cima. Despertou a ira dos torcedores, que o chamaram de traidor (até um livro com o título “O Rei Igrato” foi publicado). “Se voltar, Ronaldo terá que fazer a torcida perdoá-lo. Eu ainda estou chateado por sua traição”, disse o roqueiro Luciano Ligabue, célebre torcedor da Inter. O Fenômeno ainda guarda uma última opção, quase de emergência, caso todas as possibilidades européias se esgotem. No dia 28 de fevereiro, o celular de Ronaldo tocou. Do outro lado da linha, Kleber Leite, vice-presidente de futebol do Flamengo. “Quando você virá jogar pelo seu time do coração?”, disse o cartola. A pergunta foi feita após Leite ouvir vários lamentos de Ronaldo sobre seus dias difíceis no Real Madrid. A resposta, porém, foi evasiva. “Um dia, com certeza. Quando, nem eu sei... Mas vou jogar no Flamengo.” Kleber Leite jura que, como na vinda de Romário, em 1995, o Flamengo nada gastaria. A Nike, empresa que fornece o material esportivo do clube, ajudaria na operação, assim como o vice-presidente tem certeza de que teria amparo da Ambev, da TIM e do Banco Santander, outros patrocinadores do Fenômeno. “Eu estou de olho em tudo. Vou aproveitar todos os passos do Ronaldo nesse período. Basta ele acenar e aceitar conviver com a realidade financeira do futebol sul-americano”. Kleber tem direito de sonhar alto, mesmo com o Flamengo mergulhado no buraco. No entanto, a concretização da operação está fadada a ser retardada por mais alguns anos. Ronaldo quer ficar na Europa. Desde que não seja no Real Madrid.

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 49 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

02:35

-

06_CAD

O EREMITA É a carta do tarô que alude ao teto protetor, à sabedoria, à maturidade e à busca por um grande amor. Anote aí: Ronaldo volta à Inter, dá um título ao clube e vem encerrar a carreira no Flamengo. No Rio, se dedica ao mundo feminino.

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 4 9


E N T R E V I S TA

Na Copa, não há brecha para erro. Ronaldo, sobre seu torneio preferido

A VOZ DO FENÔMENO Você aguarda com ansiedade o início dos treinos para a Copa? Para você, o que significa estar com a Seleção?

O ambiente de Seleção sempre me anima muito. Tive uma temporada difícil, com seguidas contusões, um certo baixo astral. Voltar à Seleção, sem dúvida, significa encontrar bons amigos e um objetivo bem definido. Adoro estar ali.

PLACAR - PLACAR - 50 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

02:35

-

06_CAD

De certa forma, aquele “carinho” que falta na torcida do Real você encontra no ambiente da Seleção? Como?

Sei perfeitamente que um jogador como eu deve ser cobrado. É natural que a torcida fique insatisfeita se as coisas não andam bem. Nunca me esquivei de pressão. Ocorre que, mesmo nos melhores momentos, não senti o carinho de uma pequena parte dos torcedores dentro do estádio. Sim, dentro, porque nas ruas eles me pedem autógrafo, fotos, essas coisas. Gosto muito do Real Madrid, um dos maiores clubes do mundo, e tenho orgulho de jogar aqui, mas quem gosta de não se sentir querido dentro de sua própria casa? Não quero enfrentamento com a torcida, o Real tem uma história. Já fui ovacionado pelo estádio lotado, com a minha mãe até saindo emocionada, mas também quando voltei do Mundial de Clubes, em 2002, e tinha sido o melhor daquela final, uma parte da torcida, que por sinal é sempre a mesma, gritou por outro jogador (Raúl). São coisas assim que gostaria de avaliar. O que existe na Copa do Mundo que motiva tanto você, que faz com que você se torne o jogador decisivo?

PLACAR

-

Creio que a Copa do Mundo pode ser definida como uma 5 0 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

(Ronaldo) se preparará muito bem e disputará o melhor Mundial de sua carreira. Acho que será o melhor jogador da competição. Ronaldinho Gaúcho, no jornal croata Sportske Novosti

“ competição no seu estado máximo. Ali, não tem brecha para erro. Eu gosto disso, me sinto especialmente motivado. Foi assim desde a primeira vez, em 1994. Sabia que o professor Parreira dificilmente me colocaria, mas eu sonhava em entrar. Acho que, se entrasse, jogaria bem. Mas, mesmo sem jogar, foi uma experiência maravilhosa. Nas outras eu consegui ir bem. Por que de repente esse desejo de “apagar a geração Pelé”? Você acha possível entrar para a história como o maior jogador brasileiro de todos os tempos?

Gostaria até de esclarecer. Disse isso, de fato, mas me expressei mal. Sinceramente. Sei que o futebol brasileiro é rico por toda a sua história de muitos anos. E a geração do Pelé começou a abrir o caminho de grandes títulos para nós. Não apenas ele, mas todos os que jogaram naquelas equipes serão inesquecíveis. O que quis dizer é que, pelos resultados que temos e poderemos ter, talvez nós fiquemos no mesmo patamar de importância. O Tostão, a quem admiro muito, jogou com o Pelé e fez uma coluna mais equilibrada sobre o que falei. Disse que sempre vão existir ótimos jogadores e que uns não apagarão os outros. Concordo. Daqui a 20, 30 anos, se Deus quiser, haverá uma geração que terá o mesmo número de títulos que a nossa, que a do Pelé. Só o futebol brasileiro é assim. Ser o maior jogador de todos tempos? Nem pensar. Esse posto é do Pelé com toda a justiça. Por falar nisso, o que ainda te move para continuar jogando futebol, concentrando, tendo a vida investigada, enfim... Quais os objetivos do Ronaldo como jogador depois da Copa, por exemplo?


Tenho muito futebol pela frente. Gosto de jogar e devo seguir pelo menos até os 34 anos. Quanto à perseguição, realmente é chato. Falam coisas que não acontecem, aumentam outras sem o menor constrangimento. Há uma preocupação muito grande com o que eu faço. Tenho uma namorada (a modelo Raica) há nove meses e vivem me relacionando com outras mulheres. Isso realmente é muito desagradável. Quanto aos meus objetivos depois da Copa, prosseguirei no futebol europeu e na Seleção.

Acho muito bom que a comissão técnica da Seleção se preocupe comigo. Aliás, não apenas a comissão técnica. Outro dia o presidente Ricardo Teixeira ligou para me apoiar, dizer que está comigo. Isso conforta muito. Quanto ao Rosan, ele foi lá para ver como eu estava. Tive três contusões nesta temporada. Aquela do tornozelo, no começo, que me atrapalhou demais porque estava disputando (a artilharia) gol a gol com o Eto’o. Depois, tive as lesões musculares. Acho natural que o pessoal da CBF queira ver de perto o tratamento, como estou reagindo. Fico feliz. Sinal de que contam comigo. Se Deus quiser, por muito tempo. Você já insinuou que dificilmente continua no Real. Que clubes e países hoje em dia são capazes de seduzir o Ronaldo? As opções não são restritas demais?

Nunca disse textualmente que sairei do Real. Tive uma conversa com dirigentes e eles me pediram para ter tranqüilidade, fazer o máximo possível neste fim de temporada. Foi bom, o novo presidente é uma pessoa sensível. Não vou falar nomes de clubes aqui, mas todos sabem aqueles que têm condições de abrir uma negociação com o Real Madrid, caso haja interesse das três partes. Dinheiro não é tudo, quero é ser feliz. Mas essa felicidade pode até estar aqui mesmo no Real. O que te faria voltar ao Brasil para jogar no Flamengo? Dinheiro com certeza não seria, né?

Claro que não. Jogar no Flamengo é um sonho antigo, mas está longe de se realizar. O futebol brasileiro precisa ter condições não apenas de me levar de volta, mas também de buscar outros grandes jogadores. E isso não tem a ver apenas com dinheiro, mas com planejamento, organização. Por ora não vejo, com certeza, uma forma disso acontecer. Você pretende resolver sua situação no Real Madrid e uma possível mudança de clube antes ou depois da Copa do Mundo? Você não acha que, se estourar na Copa, o Real pode não querer te liberar depois?

Torcedores da Inter de Milão entregaram uma carta à diretoria e levaram uma faixa ao CT do clube apoiando seu retorno. No dia seguinte, outros torcedores gritaram o contrário. Como você encara o fato de ter “rachado” a torcida da Inter?

Fico feliz com os que gostariam de me ter de volta. Esse negócio de rachar é relativo. Sempre tem alguém que não gosta de você. Mas garanto que todos gostaram dos golzinhos que fiz lá. Tenho excelente média de gols na Inter (é de 0,6 por jogo). Você e o Moratti são amigos e, a todo o momento, ele dá sinais de que adoraria te ver de novo com a camisa da Inter. A recíproca é verdadeira? E você teria mesmo coragem, depois de tudo o que aconteceu na Inter, de jogar pelo Milan?

Gosto da Inter, mas sou um profissional. São dois clubes grandes, fortes, que chegam nas competições para ganhar. Não vejo porque evitar de jogar num por causa do outro. Aqui no Brasil muita gente disse que o Luxemburgo só caiu no Real porque era brasileiro. Mas os três técnicos anteriores também foram breves. Qual sua visão sobre a demissão? Houve algum tipo de preconceito?

Difícil. Como disse na época, não acho que a saída do Vanderlei resolveria. Não resolveu. Eu e os companheiros buscamos uma explicação para essa campanha. Nosso time é forte, mas realmente não encaixou. O Vanderlei estava fazendo um trabalho certo, mas aqui, como no Brasil, futebol é resultado. Se eles não aparecem logo, o técnico cai. Sinceramente, não sei o motivo de a equipe não produzir. Você não acha que o problema do Real é não priorizar o futebol, mas sim o retorno financeiro de suas contratações? A queda do Florentino Perez não é uma prova disso?

Não. O Real Madrid segue um modelo dos principais clubes da Europa. Todos os grandes fazem do marketing esportivo uma prática comum. Isso dá o retorno financeiro que permite montar grandes equipes. Eu acho que o Florentino foi ousado, um grande presidente. Aos 29 anos, você não acha que pode ser uma roubada voltar para um futebol mais duro como o Italiano? Não é mais fácil continuar na Espanha para seguir marcando gols?

Quem te disse que vou voltar para a Itália? Além disso, que futebol é mais duro e disputado do que aquele que enfrentamos na Copa do Mundo? ✪

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 51 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

02:35

-

06_CAD

A comissão técnica da Seleção garante que não interfere na sua preparação enquanto você está no Real, mas o fisioterapeuta Luis Rosan foi a Madri cuidar de você. A dois meses da Copa, não seria interessante pedir outras orientações para o staff da Seleção, nem que seja de maneira sigilosa?

Não acredito que alguma coisa aconteça antes da Copa do Mundo. Eu mesmo não estou com pressa. Quero fechar bem a temporada e me concentrar na Copa. Temos muitos objetivos. O que acontecerá depois é conseqüência. Pelas conversas que tenho com os dirigentes sei que as decisões que forem tomadas em relação ao meu futuro aqui serão sem conflito ou pressão. Seja para ficar ou sair.

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 5 1


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 52 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

15:40

-

06_CAD


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 53 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:22

-

06_CAD


O MAIS ODIADO

©1

1987

OS RESULTADOS

EM QUEM VOTARAM OS JOGADORES

35,42% (17 VOTOS) ÉMERSON LEÃO 10,42% (5 VOTOS) CELSO ROTH 6,25% (3 VOTOS) LEVIR CULPI 4,17% (2 VOTOS) VANDERLEI LUXEMBURGO, 06_CAD

EVARISTO DE MACEDO E JOEL SANTANA RECEBERAM APENAS UM VOTO:

cara é antipático e arrogante, um treinador prepotente”. “Tem um autoritarismo excessivo”. “Ele é muito chato, perfeccionista”. “Os métodos dele não combinam com a minha maneira de ver o futebol. É prepotente no jeito de falar com os atletas”. “Não tive problemas com ele, mas é um cara arrogante. Todo mundo sabe”. Estas foram algumas das justificativas que os repórteres da Placar receberam dos jogadores que elegeram Émerson Leão o técnico mais odiado do Brasil. Utilizando o mesmo método da enquete sobre o jogador mais odiado do país — publicada na última edição e que teve Ricardinho como mais votado —, ouvimos, prometendo sigilo, 100 jogadores de futebol, para saber qual o técnico que eles mais odeiam. Leão ganhou fácil, com 35,42% dos votos válidos, mais do que o triplo do segundo colocado, o gaúcho Celso Roth. Entre a centena de boleiros consultados pela enquete, apenas 48 votaram — 18 abstenções a mais que a pesquisa vencida por Ricardinho.

O

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 54 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:22

-

Ricardo Gomes, Carlos Alberto Silva, Abel Braga, Casemiro Mior, Ademir Fonseca, Péricles Chamusca, Dorival Júnior, Dário Lourenço, Arthur Neto, Jair Picerni, Sebastião Rocha, Robertinho, Mário Sérgio, José Mourinho, Cuca, Lori Sandri e Marco Aurélio Votos válidos: 48; abstenções: 52

5 4 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

1987-1988 A TRILHA DO LEÃO EM QUASE 20 ANOS DE CARREIRA, ÉMERSON LEÃO COLECIONA POLÊMICAS POR SEU ESTILO RÍGIDO E TEMPERAMENTAL. CONFIRA SUA TRAJETÓRIA COMO TÉCNICO

Aos 37 anos, assina com o Sport Recife para jogar como goleiro. Seis meses depois, assume o cargo de treinador — sob a suspeita de que teria conspirado para a queda do antigo técnico — e conquista o módulo amarelo da Copa União. No ano seguinte, chega às semifinais do Campeonato Paulista com o São José e dirige o Coritiba no Brasileiro. “Comigo não tem essa de estrela. Joga quem realmente estiver em condições”

O motivo não é difícil de imaginar: mesmo com a garantia do sigilo, nem todos se arriscam a questionar publicamente um treinador com quem podem trabalhar algum dia. Mas o grande número de abstenções acabou tornando a eleição de Leão ainda mais significativa. O treinador recebeu os mesmos 17 votos de Ricardinho, porém em um universo bem menor de votos válidos (o jogador do Corinthians foi escolhido por 25,76% dos que opinaram). Se a eleição de Ricardinho surpreendeu pelo comportamento aparentemente irretocável do jogador, a escolha de Leão está bem longe do inesperado. A exemplo do que aconteceu com Ricardinho, a fama de Leão se espalhou. E as entrevistas muitas vezes arrogantes, as respostas atravessadas, as brigas com adversários, dirigentes e jornalistas certamente não o ajudaram a mudar sua reputação. É provável que Leão nem queira mudá-la. Assim, até mesmo quem nunca foi treinado pelo ex-goleiro acabou por escolhê-lo na enquete. “Nunca trabalhei com ele, mas o jeitão assusta. Pelo que todo mundo fala, ele deve ser o mais chato”, justificou um atleta que hoje atua na Europa.


©3

1989

1992

1989

1990-1991

1992-1996

De volta ao Palmeiras, onde tornou-se ídolo como goleiro, treina o clube em 55 jogos, com 27 vitórias, 19 empates e nove derrotas. No Paulistão, permanece invicto durante 23 partidas, mas é eliminado com apenas uma derrota, contra o Bragantino, por 3 x 0. Cai após fracassar na reta final do Brasileiro, quando terminou a competição em quinto. “Dizem que o Neto é indisciplinado. Deixa ele comigo. Comigo ele joga”

Treina o São José e a Portuguesa-SP. Após o fracasso da Seleção Brasileira e a queda de Sebastião Lazaroni na Copa do Mundo da Itália, em 1990, é cogitado para assumir o cargo e afirma que está pronto para o desafio. Mas quem fica com a vaga é Paulo Roberto Falcão. No ano seguinte, treina o XV de Piracicaba e, novamente, a Portuguesa de Desportos. “Quem não aceitar meus métodos terá liberdade para procurar outro clube”

Assina com o Shimizu, time da segunda divisão japonesa, onde fica até 1994. Volta ao Brasil para treinar o Juventude, em 1995, e o Atlético Paranaense, em 1996. Retorna ao Japão, desta vez para comandar o Verdy Kawasaki. Pouco tempo depois, no final do ano, alega saudades da família e volta para o Brasil. “Não resisti à saudade da minha família e à vontade que eu sempre tive de voltar a trabalhar no futebol brasileiro”

Ao longo de seus 19 anos de carreira como treinador, Leão esteve à frente de boas equipes, conquistou títulos e adquiriu credibilidade. Ao lado de Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari, é hoje um dos técnicos mais cobiçados do Brasil. Por onde passa, não faz questão de esconder seu jeito rigoroso de trabalhar. Há quem diga que o prestígio e os títulos só foram conquistados graças ao estilo linha-dura. A personalidade de Leão acabou lhe rendendo mais um título, este, porém, indesejado: o de treinador mais odiado do Brasil.

COMO TREINADOR, O ETERNO GOLEIRO “Pretendo ser o espelho do que fui como atleta, só que copiando mais. Como goleiro, vi poucos para me inspirar”, disse Leão ao assumir o Sport em 1987. E foi o que fez. Como técnico, Leão virou reflexo do que era como atleta — embora, por ora, menos brilhante. Quando deixou o gol do Sport para assumir a equipe, especulou-se que ele havia articulado a queda do técnico Ernesto Guedes com o então presidente do clube, Homero de Moura Lacerda. Mas Lacerda nega: “Quando o

técnico caiu é que eu convidei o Leão para treinar. Ele até relutou, disse que não estava preparado, mas depois se convenceu”, conta o ex-dirigente, sem esconder que o “pulso firme” de Leão foi fundamental em sua decisão. “Como goleiro, ele já exercia uma liderança grande, pois tinha personalidade forte. No começo, eu até achava que ele era excessivamente rígido, talvez para se proteger da falta de experiência”, diz. Ainda em 1988, Leão acertou sua ida para o Guarani e, menos de dois dias depois, já tinha se desligado do clube. “Quando apresentei a lista dos jogadores, ele disse que alguns não trabalhariam com ele. Falou que o Ricardo Rocha tinha dificuldades em bolas altas, e que o Neto era indisciplinado. Eu disse que não ia mexer no elenco e ele bateu o pé. Decidimos que era melhor cada um seguir o seu rumo”, afirma Beto Zini, presidente do Guarani na época. Na Portuguesa, em 1990, Leão queria também determinar se as viagens seriam de ônibus ou avião e onde o elenco ficaria hospedado. Depois de duas passagens pelo futebol japonês, Leão voltou ao Brasil, onde conquistou duas Copas Conmebol, com

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 55 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:22

-

06_CAD

©2

©1 FOTO SÉRGIO BEREZOVSKI ©2 FOTO ANTONIO GAUDÉRIO ©3 FOTO NÉLSON COELHO

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 5 5


O MAIS ODIADO

1993

1997

1997

1998-1999

2000

Chega ao Atlético-MG, onde vence a Copa Conmebol. No primeiro jogo da final, contra o Lanus, na Argentina, é agredido e tem que passar por uma reconstituição parcial do rosto. Leva o time às semifinais do Brasileiro. Deixa o tetracampeão Taffarel no banco. “Dizem que sou enérgico, mas todos querem continuar comigo. Recebo convites de todos os clubes pelos quais passei”

Treina o Santos, onde chega a mais uma semifinal do Campeonato Brasileiro e vence sua segunda Conmebol. Deixa o clube em agosto do ano seguinte. Dois meses depois, dirige o Internacional e consegue evitar o rebaixamento. O preterido da vez é o volante Dunga. “Gostaria que os jogadores tivessem (a mesma determinação da época em que era goleiro), mas não se pode exigir algo acima do que a pessoa pode dar”

Troca o Beira-Rio pelo Olímpico, onde fica por três meses — o suficiente para barrar Danrlei. Volta ao Sport, onde ganha o Pernambucano e vai bem na Copa João Havelange. Após a queda de Luxemburgo, é convidado pela Seleção, após as recusas de Felipão, Parreira e Oswaldo Oliveira. Aceita e promete resgatar o futebol-arte. “Temos que ter nossas raízes e valorizar o futebol alegre, ofensivo, o futebolbailarino”

Atlético-MG (1997) e Santos (1998). Faltava-lhe ainda um título que o colocasse de vez na elite dos treinadores brasileiros. Mas o reconhecimento veio antes do título: em outubro de 2000, Leão chegava à Seleção Brasileira. Ao assumir o cargo, questionado sobre sua vaidade, respondeu o seguinte: “Só não se pode ser mais vaidoso do que a sua capacidade. Esse é o máximo da carreira de um treinador, e não sei se meu ego já teve tempo de pensar nisso”. De fato, o tempo para seu ego foi curto: oito meses depois, Leão seria demitido no aeroporto de Narita, no Japão, após o fracasso na Copa das Confederações. Além do mau futebol mostrado por sua equipe, Leão desentendeu-se com a Nike, patrocinadora da Seleção, por ter calçado um par de tênis da concorrente Adidas. Desde a demissão, Leão ataca o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sempre que pode. “Não assumiria a Seleção enquanto o comando for este”, costuma dizer. Se antes do sucesso como treinador Leão já era centralizador, não se poderia esperar algo diferente após o reconhecimento definitivo, que veio com o título brasileiro pelo Santos,

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 56 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:22

-

06_CAD

©1

5 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

em 2002. Em sua recente passagem pelo São Paulo, o treinador chegou ao clube querendo mandar em tudo. Mas foi enquadrado pelo vice-presidente Juvenal Juvêncio. “Foi uma relação de tapas e beijos”, define o próprio dirigente, para quem Leão testa as diretorias dos clubes onde trabalha tentando definir até onde pode ir seu poder. “Ele tateava todo o tempo. Na preparação física, no departamento médico, na assessoria de imprensa. Mas, toda vez que avançava demais, tomava um tapa na mão”, afirma o superintendente de futebol tricolor, Marco Aurélio Cunha. No que diz respeito aos jogadores, sua passagem pelo São Paulo explica muito sobre o resultado da eleição. A exemplo do que fez em 2005 no Palmeiras — e do que tentou fazer, sem sucesso, no Cruzeiro em 2004 —, o técnico obrigava os jogadores a treinar bem cedo. Certas vezes ignorava as orientações dos preparadores (preocupados com lesões musculares) e fazia todos treinarem à exaustão, sobretudo após as derrotas. Pegou no pé de alguns jogadores: quis mandar Júnior embora, mas Juvenal não deixou; não queria Luizão, mas


2000

2006

©3

2001

2002-2004

2004-2006

Treina a Seleção por 11 jogos. Desgastase com torcedores, imprensa e até com a patrocinadora da seleção. Após o fracasso na Copa das Confederações, é demitido ainda no aeroporto, no Japão. Desde então, passa a atacar o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sempre que pode. Após a decepção, volta ao Juventude. “Quando assumi a Seleção, houve uma apresentação oficial. Agora, deveriam me chamar para uma conversa oficial”

De volta ao Santos, chega ao auge de sua carreira com o título brasileiro. No ano seguinte, perde a final da Libertadores para o Boca Juniors e o Brasileiro para o Cruzeiro. Deixa o clube no meio da Libertadores de 2004. “Quando eu queria organizar alguma coisa no futebol, tinha rejeição. Hoje, mudou muito, porque há necessidade de profissionalismo. A minha visão de hierarquia é que era antecipada”

Contratado pelo Cruzeiro, adianta o horário dos treinos, encontra resistência dos jogadores e deixa o clube após dois meses no comando. Em setembro, assume o São Paulo. No ano seguinte, após conquistar o Paulista, deixa o clube para treinar o Vissel-Kobe-JAP, onde fica por dois meses. Em julho, assume o Palmeiras. “Se eu sou burro, que venha um inteligente da arquibancada para resolver nossos problemas, porque está difícil”

teve que engolir. Venceu Falcão pelo cansaço, ao deixá-lo encostado, às vezes nem no banco de reservas. Com essa personalidade e quase 20 anos de carreira como técnico, Leão coleciona inimizades de longa data. O ex-zagueiro Darío Pereyra, por exemplo, se desentendeu com o treinador em 1988, na época em que jogava pelo Palmeiras, e até hoje não fala com ele: “Prefiro não falar sobre isso, até porque foi há muito tempo. Até hoje não nos falamos e prefiro não gastar as palavras”. Já o ex-meia Neto, comandado por Leão no Palmeiras em 1989, fez as pazes com o treinador. “Ele era como eu. Impulsivo, rebelde, com personalidade. Eu sempre o odiei, fiquei 18 anos sem falar com ele. Hoje, não penso mais assim; e para falar a verdade eu acho ele um baita treinador”, diz o ex-jogador. Odiado por muitos, Leão parece não se preocupar com a imagem que fazem dele. Pelo contrário, dá a impressão de cultivá-la. Em 1990, questionado sobre seu suposto autoritarismo pelo jornal O Globo, deu a seguinte declaração: “Depende do que se considera métodos autoritários. Se organiza-

ção e disciplina forem métodos autoritários, essa é uma realidade”. Para o Jornal do Brasil, em 1997: “Gosto de respeito à distância (com os jogadores). Não faço média, infelizmente eu não participo de churrasco”. Ao O Estado de São Paulo, em 1998: “Não gosto quando dizem que eu tenho personalidade forte. Eu tenho personalidade. As pessoas sempre dizem para eu ter mais jogo de cintura, mas acho isso coisa de bailarina”. E, por fim, para a Folha de S. Paulo, em 2000: “Não dá para todo mundo mandar. Estou no futebol há 37 anos. Aponte um time em que a democracia funcionou. Unzinho, que eu paro de pensar”. Você pode até não concordar com os motivos que levaram Leão a ser “o eleito” entre os jogadores. Mas, convenhamos, não é difícil compreendê-los...

A DEFESA DE LEÃO Émerson Leão não fala com Placar (leia Preleção, na página 6). Recentemente, tentamos pelo menos quatro contatos com o técnico palmeirense — o último deles para que comentasse o resultado da enquete. Em vão. Em uma das tentativas, bas-

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 57 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:22

-

06_CAD

©2

©1 FOTO RICARDO CORRÊA ©2 FOTO EDUARDO MONTEIRO ©3 FOTO RENATO PIZZUTTO

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 5 7


O MAIS ODIADO

mas mudei de opinião. O jogador só

entrevistas, como só fala o básico, é

Eu tive problemas pessoais com ele,

Acho que o problema dele não é com

os jogadores, e sim com a imprensa. Nas

funciona sendo cobrado todo dia. Se não for, deita e rola

polêmico. Mas quando tem problema com

Neto, ex-meia de Guarani, Palmeiras e Corinthians

um jogador, ele chama na sala e pronto

Ribamar, ex-jogador de Sport, Corinthians e Palmeiras

tou que o repórter se apresentasse como jornalista da Placar para receber a resposta seca. “Azar o seu. Faz 30 anos que eu não falo com a Placar”. Para ouvir o outro lado, portanto, procuramos dar voz àqueles que trabalharam ou trabalham com o treinador. E descobrimos que Leão não cultivou apenas ódio por onde passou. Craques da geração que deu o primeiro título brasileiro ao Santos (e a Leão), Diego e Elano são convictos defensores do técnico. Ambos compartilham a opinião de que o rigor de Leão é benéfico aos atletas. “Em todo lugar do mundo o treinador tem que adquirir o respeito do grupo que comanda. Ele sempre teve jeito disciplinador; nós entendemos e nos encaixamos na filosofia de trabalho dele”, diz Diego, hoje no PortoPOR. Na opinião de Elano, que está no Shakhtar DonetskUCR, a fama de “odiado” parte dos atletas barrados: “Os jogadores que não jogam ficam realmente chateados. Ele é assim: se te pede algo e você não faz ele vai te tirar”. A “tese” de Elano é corroborada pelo meia Adriano Gerlin, hoje no CRB-AL, que trabalhou com Leão no Juventude, em

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 58 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

-

©2

01:22

06_CAD

©1

5 8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

1995, e no Sport, em 2000. A primeira experiência não foi boa: amargou a reserva em Caxias. Cinco anos depois, quando a diretoria do clube pernambucano cogitou a contratação do treinador, Adriano foi contra. Chegou a liderar um movimento entre os jogadores para “barrar” Leão. “Eu fui contra, por que não me dei bem com ele no Juventude. A diretoria disse que ia mesmo trazer o Leão e eu fiquei com medo, não sabia se seria titular. Mas logo no primeiro dia ele me chamou para conversar e disse para eu ficar tranqüilo, que ia me ajudar a render o meu melhor futebol”, diz. Uma das acusações mais recorrentes dos desafetos de Leão é de que ele não sabe lidar com “estrelas”. O meia Ribamar, ex-Sport e Palmeiras, discorda. “Ele só não gosta de estrelas quando elas têm compromissos extra-campo, contratos de publicidade e outras coisas que possam atrapalhar”, diz. Se, no passado, Leão teve problemas com jogadores consagrados — Darío Pereyra, Zetti, Taffarel e Dunga, entre outros —, no Palmeiras a convivência com Edmundo tem sido pacífica. Depois de ensaiar um veto à contratação do atacante, ele acabou


©3

©4

Ele pode até não indicar jogadores,

mas veta os que não quer. E se ele não quer, não adianta você trazer; porque se

Tem hora que está de cara boa, tem

hora que nem olha para você

Ex-atacante de um grande clube paulista

aceitando a chegada do Animal. Recentemente, após marcar um gol contra a Portuguesa, Edmundo se desmanchou em elogios ao comandante. “Ele é uma espécie de paizão para a gente. Às vezes, fala para fora para criar uma situação, mas com a gente sempre dá afeto e carinho”, disse. Entre os dirigentes que o defendem está Zezé Perrela, vice-presidente de futebol do Cruzeiro, que trabalhou com Leão em 2004. “Mesmo não tendo dado certo aqui, não tenho nada a reclamar. Aquele elenco tinha acabado de ser campeão, e talvez por isso não aceitou a liderança dele. Eu julgo a pessoa pelo caráter, e no caso do Leão, ninguém pode acusálo de ser mau caráter”, diz Perrela. Mas ninguém defende Leão tão cegamente quanto o ex-presidente do Sport Recife, Homero de Moura Lacerda. O dirigente diz duvidar que algum atleta que tenha trabalhado com ele possa odiá-lo: “Ele tem o plantel na palma da mão. Os jogadores jogam por ele, mais do que pelo time”. E explica, de maneira bem-humorada, a eleição do treinador. “É evidente que um técnico muito bom e importante seja odiado pelas outras equipes”, diz.

...E O POVO ODEIA LUXA Se Leão ganhou com ampla margem a eleição de técnico mais odiado entre os jogadores, na enquete que fizemos pela internet, no site da Placar, deu Luxemburgo. Entre os dias 3 e 10 de março, mais de 10 mil internautas votaram para escolher o treinador mais odiado pelo público. Luxemburgo assumiu a ponta já no primeiro dia e não largou mais, terminando com 26,9% da “preferência” entre os internautas. Leão, neste caso, ficou apenas com a segunda colocação, e em momento algum chegou a ameaçar o posto do treinador santista — teve 21,1%. A terceira colocação foi de Antônio Lopes, que durante o período de votação ainda comandava o Corinthians. Certamente, corintianos irados com os tropeços da equipe tiveram boa influência na “honrosa” colocação de Lopes...

RESULTADO FINAL 1º Vanderlei Luxemburgo

26,9 % (2 737)

2º Émerson Leão 3º Antônio Lopes

21,1% (2 149) 10% (1 023)

4º Carlos Alberto Parreira 5º Paulo César Gusmão

7% (712) 6,7% (678)

6º Nelsinho Baptista

4,4% (445)

7º Levir Culpi

3,7% (380)

8º Celso Roth

3% (307)

9º Oswaldo de Oliveira Outros

3% (305) 14,2%

Total

10 177 votos

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 59 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

01:22

05_CAD

Zezé Perrela, vice-presidente de futebol do Cruzeiro

-

trouxer, não vai jogar

©1 FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI ©2 FOTO JOSENILDO TENÓRIO ©3 FOTO FUTURA PRESS ©4 FOTO PATRICIA SANTOS/FOLHA IMAGEM

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 5 9


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 60 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

02:38

-

05_CAD

CLUBE BOMBA-RELÓGIO

6 0 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6


PLACAR

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 6 1

-

PLACAR - PLACAR - 61 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

21/03/06

02:38

-

05_CAD


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 62 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

20:37

-

05_CAD

CLUBE BOMBA-RELÓGIO

6 2 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6


PLACAR

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 6 3

-

PLACAR - PLACAR - 63 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

20:37

-

05_CAD


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 64 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

15:40

-

05_CAD


Apoio:

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 65 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

15:41

-

05_CAD

Realização:

www.sportmuseum-koeln.de

A PARTIR DE 11 DE JUNHO Terça a sexta, das 10h às 18h Sábados e domingos, das 11h às 19h Entrada: € 5

ENDEREÇO: Rheinauhafen 1, Colônia, Alemanha (às margens do Rio Reno) Tel.: 49 (221) 33-6090


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 66 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

21:57

-

05_CAD

A CORTE VASCAÍNA


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 66 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

21:57

-

05_CAD

A CORTE VASCAÍNA


04_CAD 21:57 20/03/06 ROANDRADE -

De tanto abusar de seus poderes, Romário foi perdendo a majestade no Vasco de Eurico Miranda. A coroa pode parar na cabeça do “sucessor” Edílson POR FLÁVIA RIBEIRO

DESIGN ANTONIO CARLOS CASTRO

ão Januário, 2000: Edmundo reclama ironicamente dos privilégios dados pelo “rei” Eurico Miranda ao “príncipe” Romário. Ouviu em resposta, do próprio Romário, que então a corte estava completa: lá havia “o rei, o príncipe e o bobo”. Edmundo, “o bobo da corte”, segundo Romário, foi embora. O príncipe saiu depois, jogou no Fluminense e retornou em 2005 para ser artilheiro do Brasileiro com 21 gols, às vésperas de completar 40 anos. E voltou com novo posto. Palavras do próprio Eurico (agora imperador, divindade ou alguma coisa do gênero...) no início deste ano, ao ironizar o interesse do Corinthians pelo Baixinho: “No Vasco, Romário é rei. Em São Paulo, ele seria no máximo um príncipe ou um membro da corte.” Mas o rei, quem diria, acabou perdendo a majestade. Antes do clássico contra o Fla-

S

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 67 - 01/04/06

-

Composite

Rei morto, Rei posto! ©ILUSTRAÇÃO FLÁVIO ROSSI

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 6 7


04_CAD 21:57 20/03/06 ROANDRADE -

De tanto abusar de seus poderes, Romário foi perdendo a majestade no Vasco de Eurico Miranda. A coroa pode parar na cabeça do “sucessor” Edílson POR FLÁVIA RIBEIRO

DESIGN ANTONIO CARLOS CASTRO

ão Januário, 2000: Edmundo reclama ironicamente dos privilégios dados pelo “rei” Eurico Miranda ao “príncipe” Romário. Ouviu em resposta, do próprio Romário, que então a corte estava completa: lá havia “o rei, o príncipe e o bobo”. Edmundo, “o bobo da corte”, segundo Romário, foi embora. O príncipe saiu depois, jogou no Fluminense e retornou em 2005 para ser artilheiro do Brasileiro com 21 gols, às vésperas de completar 40 anos. E voltou com novo posto. Palavras do próprio Eurico (agora imperador, divindade ou alguma coisa do gênero...) no início deste ano, ao ironizar o interesse do Corinthians pelo Baixinho: “No Vasco, Romário é rei. Em São Paulo, ele seria no máximo um príncipe ou um membro da corte.” Mas o rei, quem diria, acabou perdendo a majestade. Antes do clássico contra o Fla-

S

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 67 - 01/04/06

-

Composite

Rei morto, Rei posto! ©ILUSTRAÇÃO FLÁVIO ROSSI

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 6 7


A CORTE VASCAÍNA

Adeus ou até breve? Tudo ia bem entre Romário e Renato até que o chefe “ousou” substituir o Baixinho contra o Fluminense. O artilheiro saiu emburrado e foi embora antes de o jogo acabar. Na segunda-feira, Renato — que ganhou o cargo por indicação do próprio jogador —, rasgou seda a favor do atacante. Não adiantou. Romário voltou contra a Cabofriense e mostrou completo desânimo. Na semana do clássico com o Flamengo, ele não apareceu para treinar quinta-feira. Na sexta, idem. Renato pediu para ele não faltar sábado. É no mínimo curioso que um treinador tenha de pedir a um atleta para “não faltar”, mas... Romário faltou. Domingo, ele ligou para o vice de futebol, José Luiz Moreira, para Eurico e para Renato, pedindo para jogar. Em vão. O fim de um reinado? Em termos. Após o jogo, Eurico disse que Romário seria muito bem recebido de volta (e com as mesmas regalias).

Ao sair do Maracanã, Renato foi a um restaurante. Romário estava lá. E não se falaram. Na segunda, dia seguinte, Romário era esperado no clube. Não apareceu. E Renato: “O Vasco é o pai, que aguarda a volta do filho pródigo”. Romário acha que alguns jogadores não estavam “fechados” com ele. A torcida também. Xingou o jogador contra o Flamengo e, por fim, soltou o grito “Ah, é Edmundo!”. O site Netvasco botou no ar uma pesquisa cujo resultado, em pouco mais de 24 horas, com 2 643 votos, indicava que 70,2% não queriam mais Romário. O Flamengo pensou em repatriá-lo. Idéia (mais uma...) de Kleber Leite. Não saiu do papel. Celso Barros, presidente da Unimed, gostaria de tê-lo de volta, mas enfrentaria resistência no clube. Romário estudou acompanhar Zinho e jogar em Miami (Estados Unidos). A última hipótese é pendurar as chuteiras, desistindo dos mil gols. Alguém acredita nisso?

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 68 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

21:57

-

04_CAD

Edílson e Romário em treino, dia 14 de março: foi a última vez que o Baixinho deu as caras

6 8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

mengo, no dia 19 de março, pela Taça Rio, Romário não apareceu para treinar por três dias. Tudo bem que ele só treinava e jogava quando bem entendia, mas ao menos aos coletivos costumava ir. Não foi. O técnico Renato Gaúcho, fortalecido depois de ameaçar entregar o cargo e receber garantias de Eurico Miranda, o barrou. E o clima, que já estava conturbado desde que Renato substituiu Romário no jogo contra o Fluminense, azedou de vez, abrindo espaço para um novo postulante ao trono: o Capetinha Edílson, 34 anos. “Quero me tornar ídolo no Vasco nessa minha volta a um time de ponta. Vai ser bom para mim, principalmente porque estou de volta ao Rio. E vai ser bom para o Vasco também, porque sei que ainda tenho o que dar ao futebol”, disse Edílson em seu “discurso” de apresentação. A torcida, que nunca gritou o nome do rei Romário com a mesma paixão com que até hoje eventualmente grita o do bobo Edmundo, começa a depositar sua devoção em outro atacante de personalidade forte e que, assim como Romário e Edmundo, tem um bocado de confusões no currículo. Ainda sem reivindicar regalias (fora o fato de ter adiado sua apresentação para depois do Carnaval), o pentacampeão Edílson chegou de mansinho, assumindo responsabilidades de príncipe, para conquistar rapidamente o grupo de jogadores e, sobretudo, a torcida. O Capetinha dá entrevistas todos os dias. Responde às perguntas e alfinetadas com o mesmo sorriso estampado no rosto. Tem treinado como todos os outros; tem cumprido religiosamente os horários, bem diferente do “antecessor”... Romário reinou como bem entendeu em São Januário nos últimos anos: aprovou técnico, indicou jogador, treinou quando quis, jogou quando bem entendeu, não concentrou e fez bico quando foi substituído. Para completar, o clube (em péssima fase) criou o Projeto Romário Mil Gols, que incluiu a marcação de amistosos inexpressivos para ajudar o Baixinho a chegar à sonhada marca. Nada que cause espanto, considerando-se que o atacante emprestou dinheiro ao clube em 2001 e que essa dívida é paga em parcelas mensais. Romário vinha jogando no Vasco em troca desse pagamento. E, por isso, conseguiu ainda mais privilégios do que tinha em 2000. Diferentemente de Romário, Edílson precisa, desde o dia em que chegou, se concentrar antes dos jogos, como qualquer mortal. Mas é o único do time que fica num quarto só para ele. “Não


A CORTE VASCAÍNA

Adeus ou até breve? Tudo ia bem entre Romário e Renato até que o chefe “ousou” substituir o Baixinho contra o Fluminense. O artilheiro saiu emburrado e foi embora antes de o jogo acabar. Na segunda-feira, Renato — que ganhou o cargo por indicação do próprio jogador —, rasgou seda a favor do atacante. Não adiantou. Romário voltou contra a Cabofriense e mostrou completo desânimo. Na semana do clássico com o Flamengo, ele não apareceu para treinar quinta-feira. Na sexta, idem. Renato pediu para ele não faltar sábado. É no mínimo curioso que um treinador tenha de pedir a um atleta para “não faltar”, mas... Romário faltou. Domingo, ele ligou para o vice de futebol, José Luiz Moreira, para Eurico e para Renato, pedindo para jogar. Em vão. O fim de um reinado? Em termos. Após o jogo, Eurico disse que Romário seria muito bem recebido de volta (e com as mesmas regalias).

Ao sair do Maracanã, Renato foi a um restaurante. Romário estava lá. E não se falaram. Na segunda, dia seguinte, Romário era esperado no clube. Não apareceu. E Renato: “O Vasco é o pai, que aguarda a volta do filho pródigo”. Romário acha que alguns jogadores não estavam “fechados” com ele. A torcida também. Xingou o jogador contra o Flamengo e, por fim, soltou o grito “Ah, é Edmundo!”. O site Netvasco botou no ar uma pesquisa cujo resultado, em pouco mais de 24 horas, com 2 643 votos, indicava que 70,2% não queriam mais Romário. O Flamengo pensou em repatriá-lo. Idéia (mais uma...) de Kleber Leite. Não saiu do papel. Celso Barros, presidente da Unimed, gostaria de tê-lo de volta, mas enfrentaria resistência no clube. Romário estudou acompanhar Zinho e jogar em Miami (Estados Unidos). A última hipótese é pendurar as chuteiras, desistindo dos mil gols. Alguém acredita nisso?

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 68 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

21:57

-

04_CAD

Edílson e Romário em treino, dia 14 de março: foi a última vez que o Baixinho deu as caras

6 8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

mengo, no dia 19 de março, pela Taça Rio, Romário não apareceu para treinar por três dias. Tudo bem que ele só treinava e jogava quando bem entendia, mas ao menos aos coletivos costumava ir. Não foi. O técnico Renato Gaúcho, fortalecido depois de ameaçar entregar o cargo e receber garantias de Eurico Miranda, o barrou. E o clima, que já estava conturbado desde que Renato substituiu Romário no jogo contra o Fluminense, azedou de vez, abrindo espaço para um novo postulante ao trono: o Capetinha Edílson, 34 anos. “Quero me tornar ídolo no Vasco nessa minha volta a um time de ponta. Vai ser bom para mim, principalmente porque estou de volta ao Rio. E vai ser bom para o Vasco também, porque sei que ainda tenho o que dar ao futebol”, disse Edílson em seu “discurso” de apresentação. A torcida, que nunca gritou o nome do rei Romário com a mesma paixão com que até hoje eventualmente grita o do bobo Edmundo, começa a depositar sua devoção em outro atacante de personalidade forte e que, assim como Romário e Edmundo, tem um bocado de confusões no currículo. Ainda sem reivindicar regalias (fora o fato de ter adiado sua apresentação para depois do Carnaval), o pentacampeão Edílson chegou de mansinho, assumindo responsabilidades de príncipe, para conquistar rapidamente o grupo de jogadores e, sobretudo, a torcida. O Capetinha dá entrevistas todos os dias. Responde às perguntas e alfinetadas com o mesmo sorriso estampado no rosto. Tem treinado como todos os outros; tem cumprido religiosamente os horários, bem diferente do “antecessor”... Romário reinou como bem entendeu em São Januário nos últimos anos: aprovou técnico, indicou jogador, treinou quando quis, jogou quando bem entendeu, não concentrou e fez bico quando foi substituído. Para completar, o clube (em péssima fase) criou o Projeto Romário Mil Gols, que incluiu a marcação de amistosos inexpressivos para ajudar o Baixinho a chegar à sonhada marca. Nada que cause espanto, considerando-se que o atacante emprestou dinheiro ao clube em 2001 e que essa dívida é paga em parcelas mensais. Romário vinha jogando no Vasco em troca desse pagamento. E, por isso, conseguiu ainda mais privilégios do que tinha em 2000. Diferentemente de Romário, Edílson precisa, desde o dia em que chegou, se concentrar antes dos jogos, como qualquer mortal. Mas é o único do time que fica num quarto só para ele. “Não


04_CAD 21:57 20/03/06 ROANDRADE Composite PLACAR - PLACAR - 69 - 01/04/06

Edílson passa por Diego Souza: o Vasco venceu o Flamengo, com ele e sem Romário...

Edílson cultiva os mais novos, a torcida e também a imprensa concentração, e de ser dono de trio elétrico na Bahia, Edílson tem uma gravadora especializada em axé; bandas de axé; e casa de shows onde rola axé... Haja axé! Resultado: vai fatalmente viver entre Rio e Salvador enquanto durar sua passagem por São Januário, onde, por enquanto, funciona como porta-voz. “Acho que tenho capacidade de falar pela equipe do Vasco”, disse Edílson. “Polêmica só atrapalha o rendimento. Arrogância também. E eu não serei responsável por isso aqui”. Ao que parece, Edílson tem demonstrado que entendeu que, para manter a majestade, precisa agradar a todos na corte — e não abusar demais do poder... ✪

PLACAR

-

preciso de regalias. Eu não sou jogador de exigir coisas. Se tenho alguma necessidade, prefiro pedir. Mas não pedi para ficar sozinho no quarto, me ofereceram. E claro que gostei”, diz Edílson. Mas será que ele continuará cordeirinho como nos primeiros dias de São Januário? O Capetinha tem um currículo marcado por polêmicas. Ele teve problemas de relacionamento no Flamengo, no Corinthians e no Palmeiras, quando demonstrou dificuldade no convívio com estrelas... Por enquanto, Edílson não dá motivos para os outros se queixarem; nem os superiores e nem a turma do “baixo clero”. Tem procurado dar dicas aos jogadores mais jovens, principalmente ao companheiro de ataque Valdiram. O carro de Edílson sai sempre lotado de São Januário. Ele dá carona para diversos garotos e chegou a estender a política de boa vizinhança a Romário. Chamou o Baixinho para passar o Carnaval em Salvador, em seu trio elétrico, mas o companheiro preferiu o camarote de uma cervejaria no Sambódromo. “O Capetinha tem aquele jeito dele, engraçado pra caramba, todo mundo gosta”, afirma o veterano goleiro Carlos Germano, que tem treinado no Vasco para manter a forma. Se parece ter conquistado os companheiros, Edílson luta agora pelo carinho da torcida. Na semana em que se apresentou para treinar, teve uma reunião com membros da Força Jovem, maior torcida organizada vascaína, ainda desconfiada com a chegada de um ex-ídolo do Flamengo ao clube. Edílson diz que os torcedores o chamaram para conversar porque queriam “conhecê-lo e dar força”. E nega que tenham pedido para ele parar de andar com amigos dos tempos do Flamengo, como José Carlos Peruano (presidente da Associação das Torcidas Organizadas do Fla), Edmar (ligado à torcida Jovem do Flamengo e exmotorista de Edílson) e Leandro Careca (da Torcida Jovem do Flamengo). “Não precisam me pedir isso. Eles continuam meus amigos, mas nunca os traria para dentro de São Januário”, diz ele. “Tenho 34 anos, mas continuo temendo a pressão da torcida, a vaia. Então, tenho que me esforçar para não receber uma. Já sofri com a torcida do Vasco, quando era do Flamengo. Agora, espero tirar proveito de tê-la ao meu lado.” No Rio, Edílson consegue relaxar, ir à praia, como costuma fazer na sua Bahia. Está procurando escola para o filho Mateus, de 8 anos, que ainda mora em Salvador. Além de gostar de tocar cavaquinho até de madrugada, quando tem insônia na ©FOTOS DARYAN DORNELLES

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 6 9


04_CAD 21:57 20/03/06 ROANDRADE Composite PLACAR - PLACAR - 69 - 01/04/06

Edílson passa por Diego Souza: o Vasco venceu o Flamengo, com ele e sem Romário...

Edílson cultiva os mais novos, a torcida e também a imprensa concentração, e de ser dono de trio elétrico na Bahia, Edílson tem uma gravadora especializada em axé; bandas de axé; e casa de shows onde rola axé... Haja axé! Resultado: vai fatalmente viver entre Rio e Salvador enquanto durar sua passagem por São Januário, onde, por enquanto, funciona como porta-voz. “Acho que tenho capacidade de falar pela equipe do Vasco”, disse Edílson. “Polêmica só atrapalha o rendimento. Arrogância também. E eu não serei responsável por isso aqui”. Ao que parece, Edílson tem demonstrado que entendeu que, para manter a majestade, precisa agradar a todos na corte — e não abusar demais do poder... ✪

PLACAR

-

preciso de regalias. Eu não sou jogador de exigir coisas. Se tenho alguma necessidade, prefiro pedir. Mas não pedi para ficar sozinho no quarto, me ofereceram. E claro que gostei”, diz Edílson. Mas será que ele continuará cordeirinho como nos primeiros dias de São Januário? O Capetinha tem um currículo marcado por polêmicas. Ele teve problemas de relacionamento no Flamengo, no Corinthians e no Palmeiras, quando demonstrou dificuldade no convívio com estrelas... Por enquanto, Edílson não dá motivos para os outros se queixarem; nem os superiores e nem a turma do “baixo clero”. Tem procurado dar dicas aos jogadores mais jovens, principalmente ao companheiro de ataque Valdiram. O carro de Edílson sai sempre lotado de São Januário. Ele dá carona para diversos garotos e chegou a estender a política de boa vizinhança a Romário. Chamou o Baixinho para passar o Carnaval em Salvador, em seu trio elétrico, mas o companheiro preferiu o camarote de uma cervejaria no Sambódromo. “O Capetinha tem aquele jeito dele, engraçado pra caramba, todo mundo gosta”, afirma o veterano goleiro Carlos Germano, que tem treinado no Vasco para manter a forma. Se parece ter conquistado os companheiros, Edílson luta agora pelo carinho da torcida. Na semana em que se apresentou para treinar, teve uma reunião com membros da Força Jovem, maior torcida organizada vascaína, ainda desconfiada com a chegada de um ex-ídolo do Flamengo ao clube. Edílson diz que os torcedores o chamaram para conversar porque queriam “conhecê-lo e dar força”. E nega que tenham pedido para ele parar de andar com amigos dos tempos do Flamengo, como José Carlos Peruano (presidente da Associação das Torcidas Organizadas do Fla), Edmar (ligado à torcida Jovem do Flamengo e exmotorista de Edílson) e Leandro Careca (da Torcida Jovem do Flamengo). “Não precisam me pedir isso. Eles continuam meus amigos, mas nunca os traria para dentro de São Januário”, diz ele. “Tenho 34 anos, mas continuo temendo a pressão da torcida, a vaia. Então, tenho que me esforçar para não receber uma. Já sofri com a torcida do Vasco, quando era do Flamengo. Agora, espero tirar proveito de tê-la ao meu lado.” No Rio, Edílson consegue relaxar, ir à praia, como costuma fazer na sua Bahia. Está procurando escola para o filho Mateus, de 8 anos, que ainda mora em Salvador. Além de gostar de tocar cavaquinho até de madrugada, quando tem insônia na ©FOTOS DARYAN DORNELLES

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 6 9


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 70 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

04_CAD

F L A M E N G O AT É M O R R E R

74 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 5


Ex-repórter de rádio (do tipo que comemorava os gols do Flamengo atrás das traves), Kleber Leite ou Dengoso para os íntimos tem a segunda chance de provar que, além de empresário de sucesso, é capaz de salvar o clube mais popular do país do atoleiro POR LÉDIO CARMONA

o

DESIGN ANTONIO CARLOS CASTRO

mesmo homem que ajudou a trazer Mick Jagger e Bono Vox ao Brasil teve que fazer malabarismos financeiros para reforçar o Flamengo com Luizão, Juan, Peralta, Toró e companhia nesse começo de temporada. O carioca Kleber Fonseca de Souza Leite, de 56 anos, vive dupla identidade em seu dia-a-dia. Com a sua empresa de marketing esportivo, ficou milionário; ainda ganha muito dinheiro e é parceiro de eventos grandiosos, como prova a vinda dos Rolling Stones e do U2 ao Brasil em fevereiro. Na Gávea, exerce o cargo de vice de futebol, convivendo com salários atrasados, delicada situação financeira e falta de crédito no mercado. Da riqueza à pobreza, são menos de 10 quilômetros. É a distância que separa a Klefer, a empresa saudável, do Flamengo, o clube adoentado. Kleber Leite, ou Dengoso, como era seu apelido na fase de radialista, nos primórdios, foi um dos repórteres mais notórios do rádio esportivo do Rio nas décadas de 70 e 80. Da Rádio Tupi, foi para a Rádio Globo. Perambulava pelos

gramados com uma calça de moletom preta e uma camisa amarela. Rubro-negro fanático, comemorava, sem nenhum constrangimento, os gols de Zico, Nunes & Cia atrás das traves, onde ficava durante os jogos. Simultaneamente, fez estágio em empresas de publicidade e propaganda, aprendeu os segredos do mercado e, em sociedade com outro radialista, Fernando Luís, fundou a Klefer, em 1984. O radialista Dengoso, hoje divorciado (está no segundo casamento), pai de dois filhos e peladeiro de “tênis”, começava a pendurar o microfone e dar lugar ao empresário Kleber Leite. “Eu ganhei dinheiro, não nego. Fiquei bem de vida, admito. Mas, pode acreditar, eu era muito mais feliz na época em que ganhava 250 cruzeiros como repórter da Tupi”, afirma Kleber Leite. Mas os tempos são outros... Depois de J. Hawila, o presidente da Traffic, outra mega-empresa de marketing esportivo, foi a Klefer quem apostou no filão milionário das placas de publicidade nos estádios. Uma aqui, outra ali. Sobe daqui, sobe dali. Viraram painéis eletrônicos. Agora, são “tapetes”. E, com toda essa parafernália, en-

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 71 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

04_CAD

QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ

©FOTO DARYAN DORNELLES

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 7 1


F L A M E N G O AT É M O R R E R

Ronaldo Fenômeno é o novo sonho de consumo de Kleber Leite. Se Romário veio no auge, em 1995...

©1

Kleber Leite nos tempos de “latinha”, entrevistando o “ídolo” Tita

traram milhões. “O importante é saber onde está o negócio. Saber enxergar as oportunidades”, diz Kleber, referindo-se não só à empresa como ao futebol do Flamengo. A Klefer trabalha em várias frentes. É parceira da Traffic em jogos da Copa do Brasil e das Eliminatórias. Com a Plan Music, cujo diretor é Luís Oscar Niemeyer, viabilizou toda a parte comercial dos shows dos Rolling Stones e do U2, enquanto a parceira cuidava da produção dos eventos. Com a Fullplay, uma empresa argentina, já fechou toda a estratégia para comercializar a pré-temporada da Seleção Brasileira na Suíça e na Alemanha, inclusive os amistosos preparatórios, antes da estréia na Copa 2006. Kleber Leite é um nome polêmico no futebol. Há quem o odeie. Há quem o ame. “Vim para o Flamengo porque sou rubro-negro e senti firmeza no Kleber”, diz Luizão, o grande reforço do clube para a temporada. Kleber foi presidente do Flamengo em dois mandatos (1995-96 e 1997-98). Contratou quase 100 jogadores, trouxe parceiros comerciais, pôs os salários em dia... Mas...ganhou pouco (apenas o Campeonato Carioca de 1996). Perdeu muito: por exemplo, o Estadual de 1995, com gol de barriga de Renato Gaúcho; Supercopa, em casa, para o Independiente; Rio-São Paulo, no Maracanã, contra o Santos; Copa do Brasil, também no Rio, contra o Grêmio... Ganhou fama de pé-frio; e de vender jogadores com a mesma fúria com que contratava. “Não ligo que me chamem de pé-frio. Esquecem o que fiz pelo Flamengo. Mas tem muita gente que lembra”.

Apresentando Romário, em 1995

©3

“Bancando” o show dos Stones

De fato, Kleber agitou o mercado. Seis meses após a Seleção ter conquistado o tetra nos Estados Unidos, em 1994, ele passou 20 dias na Espanha negociando a contratação de Romário, na época, o melhor jogador do mundo. Seu interlocutor era o dirigente catalão Joan Gaspar, a quem chama de “espanhol encrespado”. Kleber contratou o Baixinho, cheio de saudades das namoradas, da praia, do futevôlei e do Maracanã. Depois, vieram Edmundo, Zé Roberto, Bebeto, Amoroso, Branco, Mancuso, Marques, Renato Gaúcho, Palhinha, entre outros menos votados. Contratou Vanderlei Luxemburgo, o técnico mais valorizado do Brasil, que ficou apenas seis meses. Acabou derrubado pela vaidade de Romário e pela barriga de Renato Gaúcho. “Eu perdi muito dinheiro (na empresa) por causa do Flamengo. Mas não me arrependo. É preciso ter paixão no trabalho. Foi um sonho ser presidente do clube. E foram ótimos os quatro anos que passei dentro da Gávea”, afirma. “Faltaram duas coisas na administração do Kleber: sorte, pois ele ganhou pouco, e mais gente experiente cercando-o

KLEBER CONTRATOU NA RIQUEZA (1995 A 1998)

Romário

Edmundo

Bebeto

Zé Roberto

Amoroso

Branco

R. Gaúcho

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 72 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

04_CAD

©2

7 2 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

©1 ARQUIVO PESSOAL, ©2 SÉRIGO MORAES, ©3 LEONARDO LEMOS, ©4 FUTURA PRESS


©4

no futebol. As brigas internas também atrapalharam”, diz Delair Dumbrosck, membro do Conselho Deliberativo. Kleber Leite voltou. Hoje, é vice-presidente de futebol. Afinal, por que um empresário rico e bem-sucedido aceitaria voltar a tomar conta de um clube endividado? Por que trocar toda a pompa de um jantar com os Rolling Stones em pleno Copacabana Palace, quando Kleber deu para cada um dos quatro roqueiros uma camisa personalizada do Flamengo, por uma sala modesta na Gávea? Por quê? “Por dois motivos. Ano passado, eu e o Helinho (Hélio Paulo Ferraz, outro ex-presidente rubro-negro) recebemos o convite para ajudar o Flamengo na reta final do Campeonato Brasileiro. Nossa missão era apagar incêndio e não deixar, de jeito nenhum, o time cair para a segunda divisão. E o segundo motivo é irracional, é fruto da paixão”, diz. Deu certo. Em novembro e dezembro, Kleber “morou” no clube. Trocou o terno pela camisa social e, nos treinos finais, na Granja Comary, por uma jaqueta. Parecia um inspetor de escola. Falava com cada jogador a cada dia. Distraía a

KLEBER CONTRATOU NA POBREZA (2005 A ...

Ramirez

Luizão

Peralta

Toró

Renato

R. Angelim

Juan

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 73 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

04_CAD

De volta à Gávea, com o uruguaio Peralta: uma outra realidade...

imprensa. Fiscalizava os bastidores. Levou até humoristas à concentração para fazer um show e amenizar o ambiente. Retaguarda pronta, bastou a Joel Santana fazer o seu preferido feijão-com-arroz, e o clube se livrou. “Agora, vamos planejar 2006. O ano que vem será bem melhor”, disse Kleber. Mas ele errou feio na escolha do técnico: Valdyr Espinosa foi demitido em fevereiro. Kleber pensou em Cesar Luis Menotti, Carlos Bianchi, Jorginho, Levir Culpi... Mas o dinheiro era curto. Os salários estavam atrasados havia três meses. A verba da Petrobras, cujo contrato de patrocínio ainda não foi renovado, não entrava no clube também pelos mesmos três meses. Solução: “Todo mundo começou a falar bem do Valdemar (Lemos). Até o Luizão elogiou. Conversei com ele três horas, gostei e contratei. Ele tem colhão”. Valdemar Lemos é irmão de Oswaldo de Oliveira, sempre foi seu auxiliar e assumiu o cargo de treinador interino do Flamengo no fim de 2003, após a demissão do “maninho”. “O Flamengo não contratou um técnico, mas um irmão”, criticou Renato Maurício Prado, colunista de O Globo. Não tem jeito. Valdemar pode ter “colhão” e é barato, como jogadores de vizinhos sul-americanos: o paraguaio Cesar “El Tigre” Ramirez e o uruguaio “Horacio Peralta”. De resto, o vice-presidente de futebol busca alternativas e, principalmente, parceiros. “Temos várias possibilidades. Uma concreta é com o AlSaad, clube da Arábia Saudita. Ele injetaria dinheiro para a construção do Ninho do Urubu (centro de treinamento) e nas divisões de base. Em troca, faríamos uma espécie de intercâmbio com eles”, afirma. Enquanto isso, Kleber Leite se vira como pode. Lembra dos tempos de abundância como presidente, lamenta a fase de vacas magras, sonha alto, mas confessa que não pode ter o mesmo ímpeto dos anos 90. “A diferença de hoje para 1995 é o tsunami que passou aqui na gestão daquele senhor (Edmundo Santos Silva). Aquela administração fechou um contrato de 80 milhões de dólares com a ISL, mas só entraram 61 milhões no clube. O resto ninguém sabe onde foi parar ”. Kleber garante agora que vai em busca do Fenômeno depois da Copa. Até porque Ronaldo acenou com o desejo de voltar e vestir a camisa do seu time de infância. Não duvidem. Dos Rolling Stones a Romário, de Bono Vox a Vanderlei Luxemburgo, o papo do Dengoso costuma funcionar. ✪

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 7 3


PÁTRIA AMADA

Enfim,

brasileiro s

POR ÉDSON CRUZ

omente aos 33 anos, no Cruzeiro, o atacante Élber sentiu o gostinho de vestir a camisa de um time profissional no Brasil. Depois de um exílio de 15 anos na Europa (onde jogou na Itália, Suíça, Alemanha e França), ele está de volta ao país e vive um processo de readaptação ao futebol brasileiro. Para um amigo alemão, Élber confessou que ainda está se sentindo um estranho em sua terra. O correspondente no Brasil da agência alemã Sport Informations Dients, Heiner Gerhardts, disse que, em menos de três meses, o futebol de Élber já mudou radicalmente. Bastou observar uns treinos durante uma visita à Toca da Raposa para o jornalista constatar a transformação. Segundo ele, na Alemanha Élber chamava o jogo para si e corria bem mais pelos quatro cantos do campo. Agora, está paradão dentro da área, ao melhor estilo Romário. Élber concorda, mas diz que não precisa correr tanto no Brasil porque o jogo é mais cadenciado e a bola passa de pé em pé. “Na Alemanha, é ligação direta defesa e ataque o tempo inteiro. Tanto assim que jogador de meio-campo na Europa vira e mexe tem torcicolo porque só vê a bola no alto.” Além do futebol, Élber está tentando se adaptar à rotina de treinos, ao calendário e à desorganização brasileira... “Aqui, é um jogo em cima de outro”, diz. Élber também es-

DESIGN ROGERIO ANDRADE

tranhou o sistema de concentração. Nos tempos de Alemanha, se apresentava horas antes da partida e, em pouco tempo de Cruzeiro, já ficou até três dias enclausurado. Outra crítica é com relação à cor da bola usada nos campeonatos (no Mineiro, ela é laranja). O atacante já ouviu piadas de amigos alemães que acompanham jogos no Brasil pela televisão. Um deles perguntou por que por aqui se joga com a bola usada apenas para neve na Europa. Pelo menos fisicamente, para a surpresa do preparador físico Jorge Sotter, Élber teve uma adaptação surpreendente. “Ele ficou muito tempo fora do Brasil e não estava acostumado com a pré-temporada, que aqui é mais intensa, mas participou de tudo. Pela idade e pela posição em que joga, ele está num momento físico bom.” O empenho de Élber tem sido notado também pelos companheiros e concorrentes no ataque. “A experiência dele tem sido muito importante. Além de gols, pela sua dedicação durante os treinos, ele é um exemplo para os mais novos”, diz o atacante Araújo, que se recupera de uma cirurgia. “O Élber está com a gente o tempo inteiro. Parceirão. Diferente de alguns jogadores que são mais rodados, e que, por isso, costumam se isolar e desdenhar do grupo”, afirma o atacante Gil. No Cruzeiro, aos poucos, Élber foi recobrando a confiança. “Depois de uma contusão séria, por mais que você tra-

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 74 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

04_CAD

Em fase final de uma carreira vitoriosa, Élber experimenta pela primeira vez o que é jogar em seu país

74 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

FOTO EUGÊNIO SÁVIO


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 75 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

03_CAD


PÁTRIA AMADA

1

2

A corneta do Élber Alguns pitacos do “craque” dos comentários HEXA: O maior entrave é o favoritismo. Alemanha, Argenti-

3

4

ra cima do Brasil. E na história do futebol mundial, os favoritos nem sempre vencem. O Flamengo montou um time dos sonhos que não ganhou nada e os galácticos do Real Madrid estão há quase três anos sem levantar uma taça. ALEMANHA: A batata do Klinsmann está assando. Deu para ver que a defesa é o ponto fraco da Alemanha. Na história das Copas, as Seleções Alemãs sempre tiveram defesas fortes. Hoje, é o contrário. O ataque alemão faz gols, é bom, e a defesa é um desastre. Por outro lado, foi bom para o Klinsmann ver que a defesa está tão mal. Com isso, ele pode melhorar o time até a Copa do Mundo. A Alemanha é seu conjunto e sempre será. Tem só um que se destaca mais do que os outros que é o Michel Ballack; e o resto do grupo é formado por trabalhadores. Quando se une o conjunto, o grupo, eles ficam muito fortes. O fato de jogar em casa também pode ajudar. OUTROS FAVORITOS: Portugal, pelo treinador que tem (Felipão), França, Itália, Argentina e alguma seleção africana. Em 2002, O Senegal foi a grande surpresa. O problema dos africanos é que eles só acham que têm que atacar o tempo inteiro e acabam se esquecendo de se defender.

5

balhe, fica sempre um ponto de interrogação na cabeça. Será que eu sei fazer gols ainda?”. A resposta surgiu em poucos jogos. Élber não desaprendeu e até 12 de março era o artilheiro do Cruzeiro na temporada com oito gols. Uma façanha, considerando que em várias partidas ele só entrou no segundo tempo. A contusão séria ocorreu em 2004, quando ele sofreu uma ruptura da fíbula e do ligamento. Élber foi vítima de um erro médico do ortopedista do Lyon, da França, e teve que passar por duas cirurgias. “Errar, todo mundo erra, mas o médico sabia que havia cometido um erro e não me avisou. Daí, não havia mais clima para permanecer no Lyon”, diz Élber, que aceitou um convite do Borussia Mönchengladbach e voltou à Alemanha. Mais um erro que cometeu. Depois de ficar quase um ano no estaleiro, Élber ainda diz ter sido boicotado no Borussia pelo técnico Hosrt Köppel. Decidiu rescindir o seu contrato em dezembro do ano passado depois de receber uma multa de 10 mil euros por criticar o técnico na imprensa. “Como o Cruzeiro foi o primeiro clube que me procurou (em setembro), aceitei o convite”, diz Élber, que teve que convencer a mulher, a psicóloga Cíntia, e os filhos Camila (nove anos) e Victor (seis anos), que nasceram na Alemanha. O pequeno Victor foi um dos mais relutantes. “Ele me disse que não queria sair do país dele.”

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 76 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

03_CAD

na, Itália e França podem transferir a responsabilidade de dar show e aplicar goleadas pa-

7 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

©1 FOTO EUGÊNIO SÁVIO ©2 FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI ©3, ©4,©5 FOTO STELLAN DANIELSSON ©6 FOTO JOSÉ PEDRO


1 Gastando a bola pelo Cruzeiro, seu “primeiro clube” no Brasil (2006); 2 Chance rara na Seleção, na Copa Ouro, nos EUA (1998); 3 Conquistando a Alemanha, pelo Stuttgart (1996); 4 Garotinho, no CT do Milan, pelo qual não chegou a jogar (1993); 5 Pelo seu “clube de coração”, o Bayern Munique (1999); 6 Em Londrina, pegando o avião para a Europa (1991); Ele não imaginava que demoraria tanto a voltar...

Pesou também na balança a estrutura do Cruzeiro. “Só vi algo parecido no Milan, da Itália. Lá não existem tantos campos de futebol como os da Toca da Raposa (que possui quatro campos oficiais), mas há uma florestinha em que os jogadores ficam treinando e fazendo corridas sem ser incomodados”, afirma o atacante. E foi no mesmo Milan que Élber começou sua aventura européia. Os italianos investiram um milhão de dólares na contratação dele, que despontou como promessa no Mundial de Juniores, em 1991, em Portugal. Élber, então jogador do Londrina, do Paraná, foi o artilheiro do torneio, com seis gols, numa Seleção Brasileira vice-campeã que contava ainda com Paulo Nunes e Djair, e que perdeu o título paras os anfitriões.

Blogueiro artilheiro Na internet e também na TV, ele descobriu a “veia comentarista” A nova diversão de Élber vem de um contrato que ele fechou com um site alemão. Desde o início de março, está

Todos pediam a entrada de Ronaldo, na época, com seus 17 ou 18 anos. Até a mãe do Parreira pediu, via TV Globo, a

escrevendo o “Blog do Élber”, falando sobre a Seleção Brasileira e futebol

escalação do garoto. Mas Parreira não escutou ninguém e, com aquela equipe,

europeu. “Não meto o pau nos brasileiros, mas tenho a liberdade de escrever o que eu quero, e do meu jeito. Estou gostando, e quem sabe não me

foi tetracampeão. Por isso, acho que não vai mudar”, escreveu Élber, em 8 de março, no blog que pode ser visto no (http://blogs.dw-world.de/copa2006/).

matriculo num curso de jornalismo?” Na primeira fornada do Blog, que é

Élber também tem um contrato com o canal alemão Premier e vai comentar

traduzido para 30 idiomas, Élber disse que Nilmar tem feito gols a rodo no Brasil, mas que Parreira é conservador e deve convocar Fred como quarta opção

a Copa ao lado de Matthäus, Effenberg e o técnico do Bayern, Felix Maggath. “Eles vão olhar mais o lado técnico, e eu vou ficar por conta do lado do

para o ataque. “Lembro-me de 1994.

jogador”, diz.

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 77 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

03_CAD

6

Com a transferência precoce, aos 18 anos, Élber iniciou uma peregrinação de 15 anos em campos europeus. Num Milan recheado de estrelas, ele teve poucas chances. Para “ganhar experiência”, foi emprestado ao Grasshopper, da Suíça, onde jogou por três anos. Depois, passou dez anos na Alemanha (Stuttgart, Bayern e Borussia Mönchengladbach) e outros dois anos no Lyon, da França. “No início, a adaptação foi difícil; primeiro, a língua e os costumes, e depois, a maneira de jogar.” Para se manter ligado ao Brasil, Élber conta que se dirigia semanalmente à estação ferroviária de Zurique (Suíça) e comprava o jornal O Globo. Lia notícias de duas semanas atrás, mas pelo menos não perdia o contato com a língua e ficava um pouco informado. “Naquele tempo, não existia a parafernália eletrônica que hoje está disponível.” Superada a fase turbulenta, Élber acumulou feitos: conseguiu se tornar o maior artilheiro estrangeiro da história da Bundesliga, com 133 gols em 256 jogos, e conquistou 11 títulos. De quebra, foi indicado para receber em 2001 a Bola de Ouro, da France Footbal. O ganhador foi o inglês Michael Owen, mas, naquele ano, seu Bayern levantou a Liga dos Campeões e o Mundial Interclubes. Élber viveu o “quase” também em relação às duas últimas Copas. Em 2002, contundiu-se antes do penúltimo jogo das Eliminatórias e não foi liberado pelo Bayern para participar da partida que garantiu a classificação do Brasil contra a Venezuela (3 x 0). “Com o jeitão de delegado que foi, o Antônio Lopes (então coordenador técnico da Seleção) me ligou e disse: ‘Élber, você não está algemado. Venha para a Seleção!´ Eu disse que tinha o contrato com Bayern e que o clube pagava os meus salários e não queria me liberar.” Não colou. Quatro anos antes, Élber não foi convocado por Zagallo, mas não deixou de ir à França. Meio que escondido em uma cabine, comentou os jogos do Brasil para uma rede de televisão alemã. A ausência em Copas não mancha o seu currículo. Por todos os títulos que conquistou e pela Fundação Giovane Élber — que mantém em Londrina, acolhendo cerca de 600 pessoas, de bebês a idosos —, ele já é um grande vencedor. O torcedor que quiser vê-lo jogar, entretanto, não pode perder tempo. Dois anos é o período máximo que estipulou para o fim de sua carreira. O lado bom é que Élber disse que, se sua história no futebol alemão já está escrita, ele pretende guardar um capítulo especial para o Brasil. O torcedor cruzeirense agradece e espera com ansiedade o desfecho. ✪ A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 7 7


São Paulo

Juvenal Clube POR ARNALDO RIBEIRO E MAURÍCIO BARROS ILUSTRAÇÕES STEFAN DESIGN ROGERIO ANDRADE

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 78 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

03_CAD

O PODEROSO CHEFÃO

7 8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

© FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI


Em tempos de “profissionalismo”, é o excêntrico diretor quem manda prender/contratar e soltar/vender no clube campeão do mundo. Conheça um pouco mais essa figura e saiba por que ninguém ousa contestá-lo...

mudou sua opinião. Seus homens de confiança para as contratações são o mesmo Mílton Cruz e Antônio Carlos da Silva, que atua nas categorias de base. O técnico do time principal trabalha com quem ele contrata e, no máximo, indica um auxiliar. O São Paulo tem preparador físico, fisiologista, treinador de goleiros, médico etc., todos fixos. O treinador chega e vai embora depois de um certo tempo sem deixar raízes. Mas quem disse que saem magoados com o manda-chuva? “Para mim, ele é o mestre dos magos (risos). Sabe a hora de falar, a hora de se calar, a hora de se impor. É um cara que não é só seu patrão, mas procura te ouvir, ser amigo.” Esse é Cuca, contratado por Juvenal para dirigir o time em 2004. Ele confirma a história de que foi Juvenal quem montou por conta própria a base do time que tornou-se campeão do mundo em 2005. “O Rodrigo, zagueiro, foi ele quem trouxe. O Cicinho, também. O Danilo ele queria a todo custo. O Grafite e o Mineiro, também. Eu mesmo só indiquei o Fabão e o Josué. Ele é um cara que conhece o mercado de jogadores como poucos.” Juvenal também faz sucesso entre os jogadores. Ele se intitula um “dirigente boleiro”. “Você precisa entender o mundo do jogador, falar a língua dele. Jamais fale: ‘puxa, e aquele gol que você perdeu?’, por exemplo”, diz o dirigente, que costuma presentear alguns craques com cavalos que cria. “Ele está sempre com os atletas, no ônibus do time. Põe a cara para bater, não tem medo do povo”, afirma o superintendente Marco Aurélio Cunha, que foi genro de Juvenal. Ele se casou com Gisele em 1988, quando Juvenal era presidente do São Paulo. Separaram-se em 1994. Tiveram João Paulo, hoje com 16 anos, único neto do dirigente. Segundo Cunha, Juvenal não perde um jogo do São Paulo. Ele diz que o ex-sogro quase enfartou quando não pôde ir à Bolívia no ano passado para acompanhar São Paulo x The Strongest pela Libertadores. “Era o casamento da filha mais nova do Juvenal, mas ele não sossegou. Ficou ligando o tempo todo para a Bolívia.” Até a ferrenha oposição do São Paulo não tem muitas queixas em relação a Juvenal. “Não posso tirar o mérito dele como diretor de futebol, porque ele foi bem”, afirma José Dias que ocupou o mesmo cargo na década de 90. A crítica dele é em relação às categorias de base do clube: “Hoje, o São Paulo é um time de aluguel. Você pode ver que nos últimos quatro anos o clube não ganhou nada na base e nem formamos grandes jogadores. A grande maioria não pertence ao São Paulo. Até o garoto que é revelação, o Tiago, não é do São Paulo.” O fato é que Juvenal Juvêncio deve ser eleito presidente do São Paulo em abril e não pretende mudar seu estilo. Disse que ficará mais tempo no CT, próximo aos jogadores, do que no Morumbi, “esperando problemas”. Na sua gestão, quer formar um sucessor, ou sucessores. “Precisamos de quadros. Se alguém incompetente assumir o clube, pode quebrá-lo em dois anos”. Conheça nas próximas páginas, em oito histórias folclóricas e inéditas, o jeito Juvenal de ser e saiba como ele transformou o São Paulo de novo num time de ponta. ✪

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 79 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:05

-

03_CAD

n

em Rogério Ceni, nem Amoroso e nem Mineiro. Tampouco Émerson Leão, Paulo Autuori ou Muricy Ramalho. O grande responsável pela construção do time que conquistou o mundo em 2005 e continua fazendo bonito em 2006 não calça chuteiras nem fica dando ordens à beira do campo. Advogado aposentado, fazendeiro criador de cavalos mangalarga, fumador de cachimbo, tomador de uísque e simpatizante do PT, Juvenal Juvêncio, 70 anos, é o arquiteto do São Paulo que voltou a ser vencedor. Ele comanda o futebol do clube com mão de ferro. Centralizador, não segue os modelos de administração modernos, em que cada profissional tem autonomia na sua área de ação. Diretor de futebol entre 1984 e 1988 e presidente de 1988 a 1990, Juvenal voltou a dar as cartas no São Paulo em 2003, substituindo Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco. Seu primeiro decreto foi não contratar um técnico para a vaga de Oswaldo de Oliveira, que estava de saída... Juvenal bancou o preparador de goleiros Roberto Rojas e o auxiliar-técnico Mílton Cruz como “técnicos-interinos”. Monitorados, os dois levaram o São Paulo à disputa da Libertadores após dez anos. “Dirigente precisa entender de futebol; não pode virar refém de técnico”, costuma dizer Juvenal, que contratou Cuca, Leão, Paulo Autuori e Muricy Ramalho depois disso, mas não

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 7 9


AMOROSO Por que diabos o São Paulo não aceitou logo a exi-

THIAGO Juvenal faz uma de suas visitas habituais ao

PAULO AUTUORI Juvenal viu ao lado do técnico Paulo Autuori e junto

gência de Amoroso (três anos de contrato) e renovou o acordo com seu principal jogador, evitando que ele fosse para a Europa? Porque Juvenal tinha convicção de que Amoroso “era jogador para um ano, no máximo dois”. Traduzindo: rico, realizado, sem grande motivação. Segundo alguns membros da comissão técnica, “se empenhava apenas nos clássicos”. Contrariado, Juvenal decidiu aceitar as exigências do jogador na chegada triunfal do time a São Paulo, depois do título mundial no Japão. “Cruzamos a cidade em cima do carro de bombeiros, e os torcedores nas ruas não paravam de gritar: ‘Fica, Amoroso!’, ‘Renova, Juvenal!’. Pensei comigo mesmo: vou ter que oferecer três anos de contrato para ele... O povo está pedindo.” Depois, a diretoria do São Paulo rompeu com o representante do jogador, Nivaldo Baldo, e Amoroso acabou no Milan, para certo alívio de Juvenal...

escritório do empresário Juan Figer. Num momento da conversa, Figer atende o telefone e começa a falar com um tal de Thiago. Desconfiado, Juvenal liga para seu olheiro de confiança do São Paulo: “Silva, esse Thiago, que está na França e é do Figer, é aquele mesmo que você disse maravilhas quando era do Rio Branco de Americana?” Resposta: “Sim, é ele mesmo”. Juvenal emenda: “Então, agora ele é nosso!”. Em seguida, o dirigente diz para Figer: “Quero esse Thiago! Agora!” No dia seguinte, Thiago assinou contrato com o clube até o fim de 2006. Agora, Juvenal fez proposta para Figer, por mais dois anos de contrato com Thiago e a compra de parte dos direitos do jogador (que pertencem exclusivamente ao empresário). “Vamos comprar, mas quero um desconto por toda a visibilidade que o Thiago está tendo aqui”, diz.

com os jogadores o Liverpool arrasar o Saprissa, da Costa Rica, e se classificar para a decisão do Mundial de Clubes contra o São Paulo. Juvenal percebeu que o técnico e seus atletas ficaram assustados com a eficiência dos ingleses. Para quebrar o gelo, Juvenal soltou: “Eles são grandões, mas nosso pequenininhos farão um estrago na defesa deles”. Dois dias antes da final, Autuori procurou Juvenal para uma conversa. “Sabe aquela história dos pequenininhos? Estou querendo mexer no time...” Juvenal: “Quem você pretende colocar?” Autuori: “O Souza, tirando um zagueiro...” Juvenal nem deixou ele terminar: “Não faça isso! Nosso time é como um castelo de cartas. Se você tirar uma, desmorona tudo. Cai tudo!”. Resultado: o São Paulo entrou em campo com o mesmo time, sem Souza e com três zagueiros, e conquistou o título.

ROGÉRIO CENI

GRAFITE

O goleiro é um dos interlocutores prediletos de Juvenal. O dirigente costuma trocar idéias sobre contratações, sobre o desempenho do time... Ano passado, às vésperas do Mundial de Clubes, Rogério disse a Juvenal. “Acho que não vai dar para a gente. Faltam opções na frente. O Grafite ainda não voltou... Falta centroavante”. Juvenal respondeu: “Fique tranqüilo. O centroavante está chegando; só não posso te dizer o nome.” Dias depois, Aloísio é apresentado. Rogério passa por Juvenal e diz: “Agora, não falta mais. Vai dar para a gente!”

Grafite procurou Juvenal e disse que estava decidido a jogar de qualquer jeito no Le Mans, da França. Depois de tentar manter o jogador, oferecendo um novo contrato, Juvenal mandou essa: “Grafite, vou te dizer duas coisas: uma para você esquecer agora e outra para não esquecer jamais.” A “coisa” para esquecer: “Grafite: você não era ninguém quando o São Paulo te contratou. Tinha uma perna mais forte do que a outra, tropeçava na bola, era vaiado pela torcida... E eu fui dizer naTV: ‘O Grafite é melhor que o Tevez’. Isso tudo para dar força a você. Resultado:

você melhorou, chegou à Seleção. Além disso, o São Paulo ajudou você no caso do racismo, ajudou, depois de acionar o Abílio Diniz e o governador, a libertar sua mãe do cativeiro. Grafite: esqueça tudo isso que eu falei.” Agora, a “coisa” para não esquecer: “Você está indo para um timinho. Está assinando um contrato de três anos. Você acha que vai ganhar bem lá? Eles estão te pagando pouco. Eu sei quanto ganha o Luís Fabiano. Quando acabar o contrato, você terá 30 anos. Ninguém vai te querer, você nunca mais vai para a Seleção. Você acabou, Grafite! Não se esqueça disso nunca!”

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 80 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:04

-

03_CAD

O PODEROSO CHEFÃO

8 0 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

©1 ILUSTRAÇÕES STEFAN


O TIME DO JUVENAL Com muito tino para negociar, ele nunca troca seis por meia dúzia... No São Paulo, quem escolhe o jogador a ser contratado é o diretor. O técnico trabalha com quem Juvenal escolhe. Mais uma particularidade: Juvenal optou por trazer jogadores assim que eles tenham seus contratos encerrados com seus clubes. Em resumo: sem ônus. A política, que pressupõe assédio enquanto o jogador está sob contrato e incursões na Justiça, para que os atletas consigam se desvincular de outros clubes, fez com que o São Paulo rompesse com alguns rivais. Mas que a estratégia tem dado lucro e atraído atletas, ah, isso tem. Juvenal começou a montar o São Paulo campeão no fim de 2003, com o dinheiro da venda de Kléber para a Ucrânia: cerca de 6,4 milhões de reais. Com isso, ele trouxe Cicinho, Fabão, Rodrigo, Danilo, Grafite, entre outros. Confira abaixo as outras “mágicas” que Juvenal fez para armar os São Paulos de 2004, 2005 e 2006.

2004

Goiás, estava tentando a “liberdade” na Justiça. Soube também que Corinthians, Palmeiras e Santos já haviam sondado o jogador. Juvenal pegou o celular de André com um dos ex-atletas do Goiás que hoje defendem o São Paulo e ligou direto para ele. “Você quer jogar no São Paulo, não quer? Mas tem o interesse de outros times, certo? Só te peço uma coisa: quando você conseguir a liberação na Justiça, eu serei a primeira pessoa para quem você ligará, certo?” No dia seguinte, toca o telefone de Juvenal. Era André Dias. “Conseguiu a liberação? Onde você está? Porto Alegre? Vem para cá agora, nem troque de roupa.” André Dias: “Mas vou chegar só tarde da noite”. Juvenal: “Estarei esperando”. E Juvenal foi ao aeroporto, já com o contrato pronto para André assinar. No dia seguinte, quando vazou a informação da liberação do jogador, ele já pertencia ao São Paulo.

2006

COM A VENDA DE

COM A VENDA DE

Kléber

Rodrigo

Cicinho

ELE TROUXE

ELE TROUXE

ELE TROUXE

Cicinho

Mineiro

Aloísio

Fabão

Josué

Alex Dias

Rodrigo

Luizão

André Dias

Danilo

Amoroso

Leandro

Grafite

Christian

Lima

Júnior

Thiago

Rodrigo Fabri

KAKÁ Ciente da proposta do Milan, o São Paulo propôs pagar o mesmo salário que o clube italiano pagaria a Kaká para que o craque ficasse mais um ano no Morumbi. Bosco, pai do jogador, procurou Juvenal no CT. “Juvenal, não é dinheiro. É a família. O Kaká quer morar na Itália. Eu também, a minha mulher, o irmão dele, a namorada do irmão...” Juvenal para Bosco: “Não é dinheiro? Dinheiro não é problema? Então, eu não vou pagar os 15% que ele tem direito, certo? Se ele quiser ir amanhã, a gente libera, mas sem os 15%”. E Kaká foi; abrindo mão dos 15%.

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 81 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:04

-

03_CAD

ANDRÉ DIAS Juvenal soube que o zagueiro André Dias, então no

2005

COM A VENDA DE

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 8 1


SEGREDOS DA BOLA

A MALDIÇÃO de Paulo César 20/03/06

17:04

-

03_CAD

Os gaúchos Tinga e Paulo Baier sempre tiveram talento, mas só venceram no futebol quando mudaram de nome. Eles (e a numerologia...) explicam o fenômeno

-

POR ANDRÉ RIZEK E LEANDRO BEHS

ROANDRADE

DESIGN ANTONIO CARLOS CASTRO

PLACAR - PLACAR - 82 - 01/04/06

-

Composite

-

E

-

©1

PLACAR

les já foram Paulo César um dia. Pouca gente se lembra deles nessa época. Eram jogadores comuns, sem personalidade, sem fama. Um dia eles mudaram. Em 2000, o então meia do Grêmio passou a ser conhecido por seu apelido, Tinga. Em 2002, o então lateral do Criciúma passou a ser chamado de Paulo Baier, o sobrenome de seu pai. E a vida deles também mudou. Tornaram-se estrelas, líderes de suas equipes, jogadores desejados pelos grandes clubes do país. A mudança de nomes não foi planejada. Mas a carreira deles se divide entre antes e depois da troca. O lateral Paulo César iniciou a carreira no São Luiz, de Ijuí, Rio Grande do Sul, sua cidade natal. Foi contratado pelo Criciúma em 1997. E começou a crescer. Em 1998, foi para o Atlético-MG, com o técnico Carlos Alberto Torres. Não se destacou e foi dispensado. Em 1999, chegou ao Botafogo, com Valdyr Espinosa. Foi vice-campeão da Copa do

8 2 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6


02_CAD 17:04 20/03/06 ROANDRADE Composite PLACAR - PLACAR - 83 - 01/04/06

©2

PLACAR

-

Brasil, mas César Prates surgia como promessa, e o clube não quis ficar com ele. Acabou no Vasco de Antônio Lopes, onde disputou o Brasileiro oscilando entre a reserva e o time titular. Depois de seis meses, nova dispensa. Talvez os torcedores nem se lembrem de sua passagem pelo Rio. Depois do Rio, Baier seguiu sua sina de perambular pelos clubes brasileiros a cada seis meses. Acabou no América-MG em 2000 e teve nova chance no Galo em 2001, com Abel Braga. De novo, foi dispensado depois de um vicecampeonato estadual (seu reserva e amigo Cicinho já dava mostras de que seria o dono da posição). Todos estes técnicos de muito prestígio já haviam dirigido Paulo César. E ninguém via muito futuro nele. “Nunca soube marcar e tinha dificuldade para me firmar em clubes grandes como lateral”, admite o jogador. Ele ficou parado por seis meses e acabou no Pelotas, em 2002, onde jogou por mais cinco meses. “Eu havia chegado ao topo, joguei em três clubes grandes. Mas não consegui me destacar e despenquei. É muito raro um jogador nestas condições recomeçar uma boa carreira”, diz o hoje ídolo palmeirense. Parecia o começo do fim. Mas aí veio a chance de jogar novamente pelo Criciúma, na Série B, em 2002. Em sua segunda passagem pelo time de Santa Catarina, já com 28 anos, a imprensa passou a chamá-lo de Paulo Baier, o sobrenome de seu pai. Havia outro Paulo César na equipe, que tinha mais moral. Natural que fosse Baier a mudar de nome. No começo, ele não gostou muito. “Embora seja o nome do meu pai, achava estranho. Sempre fui Paulo César, né? Mas não teve jeito.” Ao mesmo tempo, mudou também de posição. Depois de ser dirigido por tantos treinadores famosos, foi o técnico Édson Gaúcho o primeiro a descobrir sua verdadeira vocação num campo de futebol: o ataque. Passou a usá-lo como ala, num esquema com três zagueiros. E foi aí que o futebol de Baier deslanchou. Foi vice-artilheiro do time na Série B daquele ano, com nove gols, e fez três gols na decisão que levou a equipe de volta à primeira divisão. No Brasileiro de 2003, fez 10 gols. É tratado até hoje como um dos maiores ídolos do clube. O resto é história. De nome novo (nunca mais foi chamado de Paulo César), foi para o Goiás, onde sagrou-se artilheiro do Estadual em 2005. Ganhou a Bola de Prata em 2004 e foi segundo em 2005. “Comecei a fazer gols, o que nunca havia acontecido na minha carreira. Antes, eu era apenas mais um. Mas, a partir de 2002, quando virei Paulo Baier, os técnicos passaram a fazer um esquema para eu jogar. Vivi uma fase incrível no Goiás, a melhor da minha vida”, diz. É claro que Baier credita toda essa reviravolta na carreira à mudança de posição, que coincidentemente aconteceu justo quando ele mudou de nome. Coincidentemente? Placar precisava de uma explicação para o fenômeno! Consul©1 ALEXANDRE BATTIBUGLI, ©2 EDISON VARA

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 8 3


SEGREDOS DA BOLA

©1

A Placar mostra...

02_CAD

Veja como eram Paulo Baier e Tinga em seus tempos de Paulo César: “jogadores imaturos”

O lateral PC em 1997, no Criciúma, e o meia PC em 1998, no Grêmio

tamos o numerólogo mais famoso do país, o carioca Gilson Zhveid Oen. Ele cria marcas para empresas há 27 anos (está bolando três novas marcas de cerveja) e foi o responsável, entre outras, pelas mudanças dos nomes de Sandrá de Sá (ex-Sandra Sá) e Baby do Brasil (ex-Consuelo). Sem conhecer os jogadores em questão, Gilson fez uma análise dos três nomes: Paulo César, Paulo Baier e Tinga. A idéia básica da numerologia é a seguinte: cada letra tem um número. A soma das letras de um nome representa uma casa, de 1 a 9. Cada casa tem um significado, que, segundo o numerólogo, desperta imagens e crenças no subconsciente das pessoas, inclusive no próprio “dono” do nome. Gilson garante que uma pessoa pode adquirir personalidade diferente de acordo com seu nome. E que o nome é, também, o nosso maior agente de marketing. “Paulo César, com s, é casa 3. Desperta uma imagem de infantilidade, de fragilidade, da pessoa que não está pronta para os desafios. Pode perguntar a 50 homens com este nome. A grande maioria vai dizer que é assim que se sente quando é encarada pelos outros, uma criança, imatura”, diz. “Imagine o homem como um grupo de caçadores. Ninguém quer uma criança em seu grupo de caçada”, complementa Gilson, passando por cima dos milhares de Paulo Césares (com s...) bem sucedidos na vida. No futebol, são

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 84 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:04

-

©1

8 4 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

poucos. Paulo César Caju e Paulo César Carpegiani começaram (muito bem) suas carreiras, nos anos 70, apenas como “PCs”. Acabaram fazendo mais sucesso com o sobrenome, como são chamados até hoje. “Paulo Baier é casa 8, a casa que emana poder. É o nome de um rei da cocada preta. Todo mundo quer ter alguém assim em seu grupo de caçada”, compara Gilson. Segundo as contas dele, Ronaldinho e Romário também estão na mesma casa. Mostramos a análise do numerólogo para Baier (que hoje usa um medalhão dourado com as letras P e B em caixa alta). Sua reação: “Que legal! Eu nunca tinha pensado nisso. Pensando bem, Paulo Baier é um nome que soa mais forte mesmo. Sem falar que é um nome único, só tem um.” Não queremos que você, leitor Paulo César, mude de nome. Mas saiba que Paulo César Fonseca do Nascimento, o Tinga, tem trajetória semelhante à do palmeirense,...

DE PC PARA TINGA Dona Maria Nadir jamais se acostumou. Em 1999, ela viu o filho primogênito se transferir do Grêmio para o Frontale Kawasaki, do Japão. Um ano após o empréstimo aos orientais, ele retornou diferente. Havia perdido o pomposo sobrenome português da família e se transformado em Paulo César Tinga. O apelido vem de uma contração do nome do


©2

... a numerologia explica: Depois de mudar o nome de atrizes globais e de cantoras como Sandra de Sá e Baby do Brasil, o numerólogo carioca Gilson Oen analisa o que significou a mudança (não planejada) para os dois jogadores

PAULO CÉSAR = CASA 3 o imaturidade, infantilidade, fragilidade

PAULO BAIER = CASA 8 TINGA = CASA 6 o liderança, família, determinação

Gilson, o numerólogo: “Meu trabalho não é esotérico, mas científico”, garante ele, que tem um jogador de futebol como cliente também

bairro Restinga, em Porto Alegre, onde o volante nasceu e cresceu. Mais uma temporada, e o Paulo César morreu para o futebol. Naquele ano de 2000, emprestado ao Botafogo, transformaria-se definitivamente em Tinga. Foi como Tinga que o jogador deslanchou. Primeiro, em General Severiano, depois, repatriado pelo Grêmio. Campeão da Copa do Brasil de 2001, com o time de Tite, chegou também à Seleção. Jogou as Eliminatórias da Copa de 2002. Mais tarde, depois de uma batalha judicial, encerrou seu vínculo com o Grêmio. Foi para o Sporting Lisboa e, meses depois, retornou ao Brasil, contratado pelo Inter, onde foi um dos melhores do Brasileiro de 2005. “O apelido foi pegando porque, além de ser o meu bairro, também é o nome da minha escola de samba: o Estado Maior da Restinga (atual bicampeã do Carnaval de Porto Alegre, e cujo grito de guerra é um inconfundível Tingaaa, teu povo te ama!)”, diz. “Fico muito orgulhoso por divulgar esse nome mundo afora. Não sei se a mudança trouxe sorte, mas é certo que venci como Tinga. Não troco mais”, diz o ex-Paulo César, hoje com 28 anos. Pela numerologia, Tinga representa a casa 6, a casa do amor e da família. “Com esse nome, ele passa a ser visto como a mãe de todos, o centralizador dos problemas do time, o cara que assume a liderança do grupo, que protege. Alguém que é muito bem aceito como capitão, um líder na-

to”, afirma Gilson. Hoje, aos 28 anos, Tinga é uma espécie de mecenas do bairro mais populoso da capital gaúcha, com 150 mil moradores. Parceiro de Dunga e de uma associação beneficente, mantém um projeto que atende a cada ano 300 crianças e adolescentes carentes da Restinga. Para os amigos do bairro, ele ainda é Paulinho. Da “época do Paulinho”, ficou a amizade com Ronaldinho Gaúcho. O último gol do craque no Olímpico foi dedicado a Tinga. Sob vaias dos torcedores gremistas em sua despedida, o camisa 10 correu em direção ao banco, deu um forte abraço em Tinga e lhe disse ao pé do ouvido: “Esse é pra gente, que é da vila”. Baier já está com 31 anos. Seus pais seguem plantando soja em Ijuí (embora hoje tenham trator e máquinas dadas pelo filho, bem diferente de quando a família vivia em uma casinha de madeira). A terra em Ijuí é sua paixão. Ainda mais agora, que construiu a única piscina da região no terreno dos pais. Nas folgas, está sempre por lá fazendo um churrasquinho. “Não tenho mais planos no futebol. Meu sonho sempre foi estar aqui onde estou, no Palmeiras.” Depois de psicólogos de botequim e mestres de autoajuda, quem sabe agora os clubes não contratem numerólogos também. “Existe um jogador da Bahia, Rafael Martins, com quem venho trabalhando. Em breve vocês vão falar dele”, diz Gilson, em tom profético. ✪

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 85 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:04

-

02_CAD

o poder, força

©1 EDISON VARA; ©2 DARYAN DORNELLES

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 8 5


batebola

Por Jonas Oliveira

Olha eu aqui outra vez! O Luís Fabiano do Sevilla ainda não é aquele do São Paulo, mas já faz alguns golzinhos e não é mais expulso. É pouco? Ele também acha que sim Houve alguns comentários sobre um possível retorno seu ao São Paulo. O que aconteceu de concreto?

Quem você levaria para a Copa no lugar que poderia ser seu: Nilmar, Ricardo Oliveira ou Fred?

De concreto, não houve nada, nem chegou a ter proposta. Eu conversei com o Marco Aurélio Cunha, e ele me perguntou se eu gostaria de voltar, mas ficou só nisso mesmo.

Aí é só com o Parreira mesmo. É difícil dizer, porque não tenho acompanhado o Fred, vi o Nilmar em duas ou três partidas, e o Ricardo Oliveira não tem jogado. O negócio é esperar para ver quem vai terminar melhor a temporada.

Do Corinthians também não teve nada certo, só algumas sondagens. O Flamengo sim, tentou a minha contratação. Mas o Sevilla não quis me liberar de forma nenhuma, já que estamos bem no meio da temporada.

No início do ano você disse que queria deixar o Sevilla, depois voltou atrás e se desculpou com a torcida. O que o levou a mudar de idéia? No começo do ano eu realmente queria sair porque não vinha jogando e, depois de uma conversa que tive com o técnico, senti que eu não estaria nos planos dele. Disse que queria sair, porque se não tiver espaço para mim eu tenho que buscar outro lugar para jogar. Mas depois que eu soube que ele contava comigo para a temporada, tive que voltar atrás e me desculpar com a torcida do Sevilla. Não pretendo sair, até porque sempre tive o sonho de jogar na Espanha. O duro é que atacante é muito cobrado, e sempre esperam que o Luís Fabiano faça tantos gols quanto fazia no São Paulo.

Uma parte dos seus direitos federativos pertence a um grupo de empresários e outra ao Sevilla. O fato de não ser dono do próprio nariz não te atrapalha? É muito complicado, sim. É duro para os clubes brasileiros, que não estão bem financeiramente, terem que negociar com duas partes diferentes. Hoje, o que eu posso dizer é que estou no Sevilla por mais três anos. Mas amanhã eles podem dizer “vamos emprestar o Luís Fabiano para tal clube”. A gente nunca sabe o que vai acontecer de verdade.

Você já se conformou em não disputar a Copa do Mundo? Com certeza. Futebol é fase. Desde quando eu jogava no Porto e deixei de ser convocado, já sabia que não tinha mais chances. Seleção é assim: você pára um pouco, vem outro e atropela.

O Marcos Senna conseguiu ser convocado pela Espanha. Você também se naturalizaria para ir a um Mundial? Não. Se eu ficar aqui por mais uns dois anos pretendo me naturalizar, mas não jogaria pela Espanha, jamais. Quando você veste uma vez a amarelinha, meu amigo, não tem mais jeito.

Depois que saiu do São Paulo, você quase não foi convocado para a Seleção. Você se arrepende de ter deixado o clube? Não vou dizer que me arrependo, até porque todos os grandes jogadores estão aqui ou querem vir para cá. Mas eu gostaria muito de ter ido para o Mundial com o São Paulo. Fiquei tão feliz por eles como fiquei com o título que conquistei pelo Porto.

Já que não se arrepende de sua saída, não acha então que ela pode ter sido um pouco precipitada? Acho que sim. Fui para o Porto em um ano em que o clube teve muitos problemas. Por outro lado, o São Paulo não vivia um momento financeiro bom e precisava vender alguém para fazer caixa. Como o primeiro da lista era eu, não tinha escolha.

O Luís Fabiano do São Paulo tinha um temperamento bem explosivo. Conseguiu mudar isso? Cem por cento. Com o tempo a gente aprende, fica mais maduro, mais calmo. Hoje, sou outra pessoa. Eu era muito reclamão. Aqui, a diferença é que eu não abro a boca para nada. E, se eu abrir, eles também não entendem (risos).

Você se lembra do último cartão vermelho que levou? O último? (Pausa) Foi pouco antes de sair do Brasil, quando encontrei a (árbitra) Sílvia Regina. Eu estava me desculpando por tê-la xingado no jogo contra o Corinthians e dediquei a ela uma camisa do São Paulo. Aí, ela me deu um cartão vermelho, escrito assim: “Espero que seja o último. Com carinho, Sílvia Regina”. E foi o último mesmo (risos).

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 86 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:04

-

02_CAD

Falou-se também do interesse do Corinthians e Flamengo. Você jogaria em algum desses times?

8 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L 2 0 0 6

© FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 87 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:04

-

02_CAD

‘‘

Já sabia que não teria chances de jogar a Copa. Seleção é assim: você pára um pouco, vem outro e atropela

’’


batebola

Por Jonas Oliveira

É Dida e mais dez! Marcos, goleiro do Palmeiras e da Seleção, acha que seu criticado colega do Milan merece a camisa 1 na Copa e que Rogério Ceni tamém deve ir

Não mudou nada. O pessoal falou que eu tinha brigado com o Leão, mas vocês sabem, né? Tem uma parte da imprensa que quer fazer fumaça, vender mais... sei lá. O Leão não é uma pessoa difícil de se conviver, porque não fala nada nas suas costas. Também sou desta forma, e a gente nunca teve problema. Nunca tive problema com nenhum treinador. Não é da minha índole ficar brigando. Tem que ter hierarquia; treinador ocupa o cargo máximo dentro de campo.

Leão faz lobby para você ir à Copa. Ele lhe falou sobre a conversa que teve com o Parreira a seu respeito? Ele sempre fala: “Treina bastante aí que você vai para a Seleção”. Ele me coloca ao lado do Rogério e do Dida como os goleiros que devem ir à Copa do Mundo. É uma felicidade grande saber que eu sou um dos favoritos dele.

Você sempre falou tudo o que pensava sobre o time do Palmeiras, principalmente quando a equipe perdia. Mas temos notado um Marcos mais contido ultimamente. O Leão pediu para você maneirar nas entrevistas? Não, isso é porque o Palmeiras está ganhando, né? Quando tá ganhando, você não precisa ser polêmico. O Palmeiras viveu um momento muito difícil há alguns anos, caiu para a segunda divisão, tomou de sete do Vitória no Parque Antárctica e, na maioria das vezes, a imprensa gostava de me ouvir. Sempre sobrava para mim. Hoje, a responsabilidade é bem mais dividida no Palmeiras, porque tem o Gamarra, tem o Edmundo, o Juninho e outros jogadores que a imprensa também procura para ouvir. Sempre que acontecia uma coisa ruim era a minha cara que estava no jornal.

O que você pensa sobre o argentino Carlitos Tevez? Ele é mesmo o melhor jogador em atividade no Brasil hoje? Ele é bom e boa gente também. Na primeira vez que joguei contra ele, num Palmeiras e Corinthians, acabei pisando no pé dele sem querer. Sou pesado e sei que dói. Fui pedir desculpas. Falei: “Foi mal ,Tevez. Desculpe”. Ele disse: “Tranquijo”. O cara nem sentiu...

Pensando na Copa, você observa os campeonatos internacionais para conhecer os nossos rivais? Na verdade, eu não assisto futebol europeu, só o brasileiro. O pessoal da Europa não dá muita moral para o futebol brasileiro; só vê futebol brasileiro quando é para comprar jogador. Então, eu também faço questão de não assistir.

Não acha que tem que ficar de olho em como os jogadores das outras seleções batem pênaltis, por exemplo? Não, sou meio bairrista com isso aí. Eu acho que o melhor futebol do mundo está aqui e tenho que assistir ao futebol daqui, que é onde eu posso aprender alguma coisa. A gente só tem que ir lá para ensinar.

Então, sem mais enrolação: quem deve ser o titular do gol brasileiro na Copa do Mundo? Sem dúvida é o Dida. Ninguém é titular do Milan por tanto tempo por acaso. No Brasil, ele não é tão valorizado como merece. Se juntar o meu currículo com os do Rogério, Júlio César e Gomes, não chega à metade do currículo do Dida.

Você acha que disputa uma convocação com Rogério Ceni? Não. Acho que podemos ir os dois. Fiquei feliz com a convocação dele para o jogo contra a Rússia. Ele merece.

Essa série de lesões seguidas fez você pensar em encerrar a carreira? Pode ser este o motivo que o levará a parar? De maneira alguma. Isso faz parte da carreira do jogador, pode acontecer com qualquer um, de qualquer idade. A gente tem a cada ano menos tempo para pré-temporada.

Você não teme ficar muito fora de forma por parar de jogar por tanto tempo? Quando fico parado, tratando de contusão, não posso comer quase nada porque engordo. Só estava comendo “fôia” e “pranta”. Estou me cuidando.

O Guga diz que, depois que ganhou Roland Garros, ficou mais bonito, e a mulherada passou a cair matando em cima. E você? Também ficou mais bonito com a fama? Que nada, eu fiquei é mais feio. Perdi todo o cabelo!

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 88 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

17:04

-

02_CAD

Quando o Leão chegou ao Palmeiras, parecia que teria problemas com você. O que mudou de lá para cá na sua relação com ele?

8 8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L 2 0 0 6

© FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI


02_CAD 17:04 20/03/06 ROANDRADE Composite PLACAR - PLACAR - 89 - 01/04/06 PLACAR

‘‘

Se juntarmos o meu currículo com os do Rogério, Júlio César e Gomes, não chegamos à metade do currículo do Dida

’’

D E Z E M B R O ★ 2 0 0 5 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 3 3


PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 90 - 01/04/06

-

Composite

-

AVIEIRA

-

20/03/06

15:41

-

02_CAD


2005 tabelão 2006

•••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••••

D ED E 2 42 1 D DE E O FU ET VU EB RR EO I RA O 2 A 1

2D 0E

D E 2 02 00 60 5 D NE O VM EA MR BÇ R O OD E E D I TA D O POR PAULO TESCAROLO

Corinthians 4 x 1 Santo André G: Nilmar (2), Rafael Moura e Carlos Alberto (C); Hernanes (S) Ituano 1 x 0 Portuguesa Santista G: Ricardo Lopes (I)

★ Nacionais Campeonato Pa u l i s t a

1/3

Tu r n o ú n i c o

Santo André 0 x 2 Bragantino G: Adãozinho e Dinélson (B) São Caetano 2 x 3 Santos G: Marabá e Marcelinho (SC); Rodrigo Tabata, Fabinho e Léo Lima (S) Rio Branco 3 x 1 Noroeste G: Adelino, Thiaguinho e Vainer (R); Rodrigo Tiuí (N) Portuguesa 0 x 2 São Bento G: André Leonel e Leandro Moreno (S) Marília 1 x 0 Portuguesa Santista G: Wellington Amorim (M)

22/2

São Paulo 3 x 0 Mogi Mirim G: Mineiro, Souza e Rogério Ceni (S) Palmeiras 4 x 3 Juventus G: Enílton (2), Reinaldo e Edmundo (P); Paulo Isidoro (2) e Rafael Silva (J) Guarani 1 x 2 Paulista G: Adeílson (G); Rever e Amaral (P) 24/2

São Caetano 1 x 0 Portuguesa G: Marabá (S)

2/3

Juventus 0 x 1 Ponte Preta G: Danilo (P) Ituano 2 x 3 Corinthians G: Ricardo Lopes e Erivélton (I); Nilmar (2) e Roger (C)

-

20/03/06

20:36

-

01_CAD

25/2

Ponte Preta 1 x 2 São Paulo G: Luís Mário (P); Danilo e André Dias (S) Santos 1 x 0 Rio Branco G: Geílson (S) São Bento 0 x 1 América G: João Paulo (A) Paulista 1 x 2 Bragantino G: Muñoz (P); André e Marcos Aurélio (B) Noroeste 1 x 3 Palmeiras G: Leandrinho (N); Ricardinho, Douglas e Washington (P) Mogi Mirim 1 x 4 Juventus G: Dinei (M); Rafael Silva, Sérgio Lobo, Sidney e Juca (J) Marília 3 x 1 Guarani G: Fernando, Zumbi e Éder (M); Juliano (G)

Rio Branco 1 x 1 Juventus G: Nunes (R); Paulinho (J) Noroeste 2 x 1 Guarani G: Rodrigo Tiuí e Edmílson (N); Rodrigo Sá (G) Ituano 2 x 1 América G: Paulo Santos e Juliano (I); Danilinho (A) Bragantino 2 x 3 São Caetano G: Marcos Aurélio (2) (B); Thiago, Somália e Leandro Lima (S) 8/3

Palmeiras 1 x 4 América G: Cláudio (P); Marlon, Reginaldo, Danilinho e Du (A) 11/3

São Caetano 1 x 1 Portuguesa Santista G: Cristiano (contra) (S); Jonatas (P) Portuguesa 1 x 2 Palmeiras G: Almir (Po); Thiago Gomes e Edmundo (Pa) 12/3

4/3

Portuguesa Santista 2 x 1 Portuguesa G: Lincon e Jonatas (PS); Diogo (P) 5/3

Santos 1 x 0 Palmeiras G: Léo Lima (S) Corinthians 1 x 1 Marília G: Nilmar (C); Bruno Ribeiro (M) São Bento 2 x 0 São Paulo G: André Leonel e Celsinho (SB) Ponte Preta 2 x 0 Paulista G: Almir e Thiago Mathias (PP) Santo André 2 x 1 Mogi Mirim G: Alexandre e Leandrinho (S); Gerson (M)

Juventus 1 x 1 Bragantino G: Fabrício (J); Marcos Aurélio (B) Corinthians 1 x 2 São Paulo G: Nilmar (C); Danilo e André Dias (S) América 0 x 2 Rio Branco G: Júlio César e Edílson (R) Santo André 1 x 1 Marília G: Da Guia (S); Wellington Amorim (M) Paulista 1 x 1 Ituano G: Muñoz (P); Paulo Santos (I) São Bento 1 x 1 Noroeste G: Evandro (S); Lenílson (N) Mogi Mirim 2 x 2 Ponte Preta G: Josué e Gerson (M): Thiago Mathias e Adauto (P) Guarani 2 x 1 Santos G: Edmílson e Goeber (G); Reinaldo (S)

ROANDRADE

EQUIPES

••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••

Classificação 1 Santos 2 Palmeiras 3 São Paulo 4 Noroeste 5 São Caetano 6 Corinthians 7 América 8 Juventus 9 Rio Branco 10 Paulista 11 Ituano 12 Bragantino 13 São Bento 14 Ponte Preta 15 Santo André 16 Portuguesa Santista 17 Guarani 18 Marília 19 Portuguesa 20 Mogi Mirim

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

34 32 30 27 27 25 21 21 21 21 21 20 19 18 17 17 16 13 11 9

15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15

11 10 9 8 8 8 7 6 6 6 5 5 5 4 5 5 4 3 3 2

1 2 3 3 3 1 0 3 3 3 6 5 4 6 2 2 4 4 2 3

3 3 3 4 4 6 8 6 6 6 4 5 6 5 8 8 7 8 10 10

25 33 35 27 21 37 22 24 25 20 20 20 19 20 20 18 20 17 13 17

14 21 18 19 18 19 25 20 23 24 19 21 21 21 29 29 26 28 24 34

11 12 17 8 3 18 -3 4 2 -4 1 -1 -2 -1 -9 -11 -6 -11 -11 -17

Artilheiro 17 GOLS

São Paulo 1 x 1 Noroeste G: Thiago (S); Leandrinho (N) Portuguesa Santista 2 x 2 Santo André G: Marcelo Magalhães e Juá (P); Elton e Leandrinho (S) São Caetano 2 x 0 Guarani G: Marcel e Márcio Richards (S) Juventus 2 x 0 Portuguesa G: Rafael Silva (2) (J) 19/3

Palmeiras 4 x 2 Ponte Preta G: Marcinho, Edmundo, Washington e Marcinho Guerreiro (Pal); Almir (2) (PP) América 2 x 1 Corinthians G: Carlão (contra) e William (A); Marcelo Mattos (C) Santos 2 x 0 Ituano G: Luiz Alberto e Léo Lima (S) Marília 0 x 1 Bragantino G: Adãozinho (B) Paulista 2 x 1 Mogi Mirim G: Neto Baiano (2) (P); Gerson (M) Rio Branco 1 x 2 São Bento G: Ozéia (R); Odirlei e Emerson (S)

Cianorte 1 x 5 Atlético-PR G: André Mikimba (C); Pedro Oldoni, Alan Bahia, Ferreira e Willian (A) Nacional 2 x 6 Iraty G: Wellington e João Renato (N); Leandro (3), Edson Borges, Maurício e Ricardinho (I) Galo Maringá 1 x 2 J. Malucelli G: Edu (G); André Nunes (2) (J) Rio Branco 3 x 2 Francisco Beltrão G: Fábio Garcia e Ratinho (2) (R); Wilson e Baby (F) Adap 1 x 2 Coritiba G:Ivan (A); Marcelo Batatais e Eanes (C) Londrina 3 x 0 Paranavaí G: Bruno Barros, Guilherme e Bruno (L) Paraná 2 x 0 TCW G: Beto e Eltinho (P) Roma 0 x 0 União Bandeirante

1 ª fa s e 25/2

J. Malucelli 2 x 2 Rio Branco G: Cristiano (2) (J); Baiano (2) (R) Galo Maringá 1 x 2 Nacional G: Didi (G); Magrão e Sílvio (N) Cianorte 1 x 1 Francisco Beltrão G: Bruno Batata (C); Jéferson Cruz (F) Adap 0 x 1 União Bandeirante G: Neném (U) Atlético-PR 2 x 2 Iraty G: Paulo André e Ferreira (A); Leandro e Bruno (I) 26/2

Roma 2 x 3 TCW G:Tony (2) (R); F. Rosa, Dinei e Alan (T) Coritiba 2 x 1 Londrina G: Eanes e Renan (C); Bruno (L) Paranavaí 1 x 2 Paraná G: Mauro (Pv); Mussamba e Vandinho (Pn)

Quartas-de-final 11/3

Londrina 1 x 1 Rio Branco G: Eduardo (L); Clênio (R)

1/3

Atlético-PR 1 x 1 J. Malucelli G: Dagoberto (A); William (J) Francisco Beltrão 2 x 1 Nacional G: Jefferson (2) (F); Eduardo (N) Coritiba 1 x 1 Roma G: Jefferson (C); Felipe (R) Rio Branco 4 x 1 Galo Maringá G: Negreiros, Doriva, Neizinho e Clênio (R); Maurício (G) Iraty 4 x 1 Cianorte G: André, Leandro (2) e Matheus (I); Bruno Batata (C) União Bandeirante 1 x 1 Londrina G: Neném (U); Guilherme (L)

12/3

J. Malucelli 2 x 1 Coritiba G: William (2) (J); Guaru (C) Iraty 0 x 1 Paraná G: Leonardo (P) Adap 2 x 1 Atlético-PR G: Batista e Marcelo (A); M. Bastos (A) 18/3

Paraná 1 x 1 Iraty G: Edinho (P); Mateus (I) Atlético-PR 1 x 2 Adap G: Rodrigão (A); Alex Noronha e Dezinho (A)

2/3

19/3

TCW 1 x 1 Paranavaí G: Dinei (T); André Góes (P) Paraná 3 x 1 Adap G: Marcelinho, Leonardo e Maicossuel (P); Souza (A)

Rio Branco 2 x 1 Londrina G: Ratinho e Rodrigo (R); Donizetti (L) Coritiba 4 x 1 J. Malucelli G: Eanes, Jefferson, Henrique e Anderson Gomes (C); Marcelo (J)

★ Pa ra n a e n s e

••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••

C l a s s i f i c a ç ã o f i n a l d a 1 ª fa s e GRUPO A 1 Atlético-PR 2 Rio Branco 3 J. Malucelli 4 Iraty 5 Cianorte 6 Galo Maringá 7 Nacional 8 Francisco Beltrão GRUPO B 1 Paraná 2 Coritiba 3 Londrina 4 Adap 5 Roma 6 Paranavaí 7 União Bandeirante 8 TCW

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

28 25 25 21 19 14 11 10

14 14 14 14 14 14 14 14

8 7 6 6 5 4 3 2

4 4 7 3 4 2 2 4

2 3 1 5 5 8 9 8

38 31 21 32 26 17 17 16

20 24 14 25 29 22 34 30

18 7 7 7 -3 -5 -17 -14

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

26 25 24 23 17 14 14 9

14 14 14 14 14 14 14 14

7 7 7 7 4 3 3 2

5 4 3 2 5 5 5 3

2 3 4 5 5 6 6 9

24 19 26 26 21 18 10 14

13 14 18 20 24 21 22 26

11 5 8 6 -3 -3 -12 -12

Artilheiro Nilmar (Corinthians)

18 GOLS

Leandro (Iraty)

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 91 - 01/04/06

-

Composite

★ Pa u l i s t a

-

18/3

5/3

Campeonato Pa ra n a e n s e

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 9 1


tabelão 2006 Sorato (2) (C); Bidu e Jones (F) Fluminense 2 x 2 Vasco G: Jean (2) (F); Ygor e Claudemir (V) América 2 x 2 Flamengo G: Santiago e Dias (A); Ramirez e Luizão (F) Americano 2 x 2 Botafogo G: Cléber Goiano e Faióli (A); Dodô e Felipe Adão (B)

Campeonato Carioca Ta ç a R i o 22/2

Americano 2 x 1 Madureira G: Flavinho e Faioli (A); Djair (M) 25/2

01_CAD 20:36 20/03/06 -

26/2

Internacional 4 x 1 São José (POA) G: Iarley (2), Michel e Bolívar (I); Toledo (S) 1/3

São José-PA 1 x 1 Caxias G: Zé Alcino (S); Aílton (C) Novo Hamburgo 1 x 2 Internacional G: Giancarlo (N); Rentería e Michel (I)

18/3

Flamengo 1 x 2 Vasco G: Diego Souza (F); Ygor e Morais (V) Volta Redonda 1 x 2 Fluminense G: Cadu (V); Roger e Petkovic (F) Nova Iguaçu 0 x 2 América G: Julinho e Santiago (A) Friburguense 1 x 0 Americano G: Gedeil (F) Cabofriense 0 x 0 Madureira

Portuguesa 2 x 1 Volta Redonda G: Biula e Ratinho (P); Túlio (V)

C l a s s i f i c a ç ã o f i n a l d a 1 ª fa s e Chave 1

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

1 2 3 4 5 6

Internacional Caxias Ulbra 15 de Novembro Gaúcho Passo Fundo

23 16 14 13 13 7

10 10 10 10 10 10

7 5 4 4 4 2

2 1 2 1 1 1

1 4 4 5 5 7

20 9 18 11 12 13

7 10 13 11 16 26

13 -1 5 0 -4 -13

Chave 2

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

1 2 3 4 5 6

Grêmio Santa Cruz Veranópolis Farroupilha Esportivo São Luiz

23 16 15 15 11 5

10 10 10 10 10 10

7 5 5 4 3 1

2 1 0 3 2 2

1 4 5 3 5 7

21 14 16 14 17 8

11 13 20 11 17 18

10 1 -4 3 0 -10

Chave 3

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

1 2 3 4 5 6

Juventude São José (POA) Novo Hamburgo São José (CS) Glória Brasil

18 17 16 16 11 7

10 10 10 10 10 10

5 5 5 5 3 2

3 2 1 1 2 1

2 3 4 4 5 7

17 16 19 15 12 13

15 11 16 12 19 19

2 5 3 3 -7 -6

Grêmio 3 x 0 Santa Cruz G: Evaldo, Pedro Júnior e Tcheco (G) Juventude 2 x 0 Veranópolis G: Hugo e Márcio Rosário (J)

19/3

4/3

•••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••

2/3

Portuguesa 0 x 2 Botafogo G: Felipe Saad e Joílson (B)

Flamengo 2 x 3 Madureira G: Luizão (2) (F); Maicon, André Lima e Muriqui (M)

4/3

Internacional 2 x 1 Caxias G: R. Cardoso e Tinga (I); Aílton (C) 5/3

Novo Hamburgo 1 x 0 São José (POA) G: Luís Henrique (N) Juventude 1 x 2 Grêmio G: Hugo (J); Herrera e Lucas (G) Veranópolis 5 x 0 Santa Cruz G: Douglas, Leandro Rodrigues (2), Guilherme e Elivélton (V)

5/3

Cabofriense 5 x 2 Friburguense G: Têti, Esquerdinha, Anderson e

-

11/3

Composite

ROANDRADE

Caxias 3 x 2 Novo Hamburgo G: Vágner, Neném e L. Henrique (contra) (C); Giancarlo e Luís Henrique (C) Veranópolis 2 x 3 Grêmio G: Leandro Xavier e Douglas (V); Tcheco e Evaldo (2) (G) Santa Cruz 0 x 1 Juventude G: Márcio (J)

América 1 x 1 Cabofriense G: Bruno Lazaroni (A); Sorato (C) Vasco 2 x 2 Americano G: Valdiran e Éder (V); Marcelo Uberaba (2) (A) Fluminense 2 x 2 Botafogo G: Marcão e Tuta (F); Zé Roberto e Felipe Adão (B) Madureira 0 x 0 Portuguesa

2/3

★ Carioca GRUPO A

-

25/2

12/3

Fluminense 2 x 0 América G: Lenny e Cláudio Pitbull (F) Nova Iguaçu 2 x 4 Vasco G: Schneider e Deni (N); Romário, Ramón e Valdiran (2) (V) Friburguense 3 x 1 Portuguesa G: Bruno, Jones e Ricardinho (F); Orlando (P) Americano 2 x 1 Volta Redonda G: Flavinho (2) (A); Vinícius (contra) (V) Botafogo 1 x 1 Cabofriense G: Dodô (B); Sorato (C)

★ Gaúcho

2 ª fa s e

Nova Iguaçu 5 x 1 Friburguense G: Juan, Marcos Dener (2), André Brito e Moisés (N); Ricardinho (F) Flamengo 0 x 0 Volta Redonda

1/3

•••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••

Classificação final P

J

V

E

D

GP

GC

SG

1 Cabofriense 2 Americano-RJ 3 Fluminense 4 Flamengo 5 Portuguesa-RJ 6 Nova Iguaçu GRUPO B

9 8 8 6 5 4

6 6 6 6 6 6

2 2 2 1 1 1

3 2 2 3 2 1

1 2 2 2 3 4

10 9 10 11 5 10

7 9 11 12 11 13

3 0 -1 -1 -6 -3

EQUIPES

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

1 2 3 4 5 6

11 11 10 9 7 7

6 6 6 6 6 6

3 3 3 2 2 1

2 2 1 3 1 4

1 1 2 1 3 1

10 9 14 12 8 10

6 6 15 11 8 9

4 3 -1 1 0 1

Artilheiros 7 GOLS

Grêmio e Sa nta Cruz, no Olímpico: vitória fácil do tricolor gaúcho

12/3

EQUIPES

América Madureira Friburguense Vasco Volta Redonda Botafogo

Grêmio 2 x 2 Juventude G: Pedro Júnior e Ricardinho (G); Raullen (2) (J) Santa Cruz 0 x 0 Veranópolis

Dodô (Botafogo), Sorato (Cabofriense) e Túlio (Volta Redonda)

Caxias 0 x 3 Internacional G: Márcio Mossoró, Iarley e Fabinho (I) São José-POA 1 x 0 Novo Hamburgo G: Zé Alcino (S) 18/3

Internacional 1 x 0 Novo Hamburgo G: Rentería (I) Veranópolis 1 x 1 Juventude G: Guilherme (V); Éder Ceccon (J) 19/3

Santa Cruz 1 x 1 Grêmio G: Anderson Sefrim (S); Pedro Júnior (G) Caxias 3 x 2 São José (POA) G: Marcelo Miguel, Ailton e Eduardo (C); Bill e Toledo (S)

★ Gaúcho

•••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••

C l a s s i f i c a ç ã o 2 ª fa s e Grupo 4

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

1 2 3 4

Internacional Caxias São José (POA) Novo Hamburgo

15 7 4 3

5 5 5 5

5 2 1 1

0 1 1 0

0 2 3 4

12 8 5 4

3 10 9 7

9 -2 -4 -3

Grupo 5

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

1 2 3 4

Grêmio Juventude Veranópolis Santa Cruz

11 8 5 2

5 5 5 5

3 2 1 0

2 2 2 2

0 1 2 3

11 7 8 1

6 5 6 10

5 2 2 -9

Artilheiros 12 GOLS

Giancarlo (Novo Hamburgo)

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 92 - 01/04/06

Campeonato Gaúcho

11/3

Portuguesa 0 x 3 América G: Edu e Robert (2) (A) Volta Redonda 2 x 1 Nova Iguaçu G: Túlio e Sérgio Manoel (V); Deni (N) Fluminense 1 x 4 Friburguense G: Petkovic (Flu); Cadão, Bruno, Carlos Alberto e Gedeil (Fri) Flamengo 3 x 2 Botafogo G: Luizão, Juan e Renato (F); Dodô (2) (B)

De 12 de março dezembro de 2005 De22 21de denovembro fevereiro a 20 de 2006

9 2 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

©FOTO EDISON VARA


Campeonato Mineiro 25/2

Villa Nova 0 x 1 Atlético-MG G: Zé Antônio (A) Ipatinga 4 x 0 URT G:D. Silva (2), L. Medeiros e Gonçales (I) Ituiutaba 2 x 1 Democrata (GV) G: Filhão e Moreno (I); Marinho (D) América 1 x 1 Uberlândia G: Euller (A); Gilson (U) Guarani 2 x 1 Democrata (SL) G: Ronaldinho e Fred (G); M. Pelé (D) Caldense 0 x 2 Cruzeiro G: Élber e Gil (A) 1/3

Atlético-MG 3 x 1 Guarani G: Ramón (3) (A); Fred (G) 4/3

URT 3 x 2 América (MG) G: Ditinho, Carioca e Germano (U); Douglas (2) (A)

Democrata (GV) 4 x 3 Caldense G: Marinho (3) e Ciro Gomes (D); Souza, Zé Maria e Naia (C) Ipatinga 1 x 0 Democrata (SL) G: Camanducaia (I) Ituiutaba 1 x 0 Cruzeiro G: Marquinhos (I) Villa Nova 4 x 2 Uberlândia G: Davidson, Clodoaldo, Raniery e Geison (V); Gilson e Luisinho (U) 8/3

América 4 x 1 Guarani G: Michel, Washington, Euller e

Composite

12/3

Semifinais

América 3 x 1 Democrata (GV) G: Washington, Fabrício Soares e Douglas (A); Rudson (D) Caldense 2 x 1 Villa Nova G: Souza e Clayton (C); Magrão (V) Cruzeiro 2 x 0 URT G: Élber e Anderson (C) Democrata (SL) 4 x 2 Ituiutaba G: João Carlos e Marcelo Pelé (3) (D);

★ Mineiro

19/3

Atlético-MG 2 x 2 Cruzeiro G: Rodrigo e Ramón (A); Francismar e Gil (C) América 2 x 3 Ipatinga G: Gesiel e Douglas (A); Leandro, Válter e Cristian (I)

•••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••

C l a s s i f i c a ç ã o f i n a l d a 1 ª fa s e P

J

V

E

D

GP

GC

SG

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

25 24 22 19 18 17 16 11 11 10 7 5

11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11

7 7 6 5 6 5 5 3 3 3 2 1

0 1 1 2 5 4 5 6 6 7 8 8

4 3 4 4 0 2 1 2 2 1 1 2

20 19 17 20 18 23 14 18 15 15 9 12

8 5 11 12 18 19 17 21 18 23 23 25

12 14 6 8 0 4 -3 -3 -3 -8 -14 -13

Ipatinga Cruzeiro Atlético América Ituiutaba Democrata (SL) Caldense Democrata (GV) Villa Nova Guarani Uberlândia U.R.T

Artilheiro 9 GOLS

2º turno 19/3

Vitória 0 x 4 Santa Cruz G: Carlinhos Paulista, Carlinhos Bala, Lecheva e Paulinho (S) Central 1 x 2 Sport G: Tobias (C); Fumagalli e Geraldo (S) Náutico 4 x 0 Ypiranga G: Nildo (2), Pedro Neto e Danilo Lins (N) Serrano 1 x 1 Porto G: Arlindo (S); Carlos Alberto (P) Salgueiro 0 x 2 Estudantes G: Batata e Belchior (E)

5/3

Central 2 x 0 Salgueiro G: Clébson e Fernando (C) Estudantes 2 x 2 Náutico G: Sueyde (2) (E); Flávio e Róbson Baiano (N) Ypiranga 0 x 0 Vitória 6/3

L. NOGUEIRA (MOSSORÓ-RN)

POTIGUAR-RN 2 X 0 S. ANDRÉ-SP J: Genival Batista Júnior-PB; G: Erivélton 40 do 1º; Verona 45 do 2º; CA: Túlio, Édson Ramalho, Roncatto, Erivan, Michel e Serginho POTIGUAR: Nilson, Niel, Ricardo, Michel e Derguinho; Erivan, Ricardo Lima, Jânio (Mazinho) e Erivélton (Alex Carioca); Canindezinho e Fábio Giuntini (Verona). T: Flávio Araújo SANTO ANDRÉ: Júlio César, Túlio, Diego Padilha, Gabriel e Alexandre; Édson Ramalho, Makelele, Leandrinho (Makanaki) e Rafinha (Pará); Élton (Ronaldo) e Roncatto. T: Roberto Fernandes ROMEIRÃO (J. DO NORTE-CE)

ICASA-CE 0 X 0 CORITIBA-PR J: Hércules Martins da Silva-AL; R: 44 401; P: 4 830; CA: Nelsinho, Rodrigo Mancha, Eanes e Anderson; E: Rodrigo Mancha 39 do 1º ICASA: Valdo, Ivan (Galeano), Alex Costa, Nelsinho e Paulinho; Totonho, Marco Antônio, Thiago Santos (Márcio) e Alcimar; Cristóvão e Marco Túlio (Robson). T: Jorge Luiz CORITIBA: Artur, Wilton Goiano, Anderson, Henrique e Julinho; Rodrigo Mancha, Peruíbe, Eanes (Guaru) e Jackson; Ludemar (Anderson Gomes) e Jefferson (Índio). T: Márcio Araújo

★ Pernambucano

••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••

Classificação 2º turno Equipes

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

14 13 9 9 8 8 6 5 4 2

6 6 6 6 6 6 6 6 6 6

4 4 2 2 2 1 1 1 1 0

2 1 3 3 2 5 3 2 1 2

0 1 1 1 2 0 2 3 4 4

15 14 6 12 8 11 7 5 5 1

5 5 7 14 7 7 11 8 12 8

10 9 -1 -2 1 4 -4 -3 -7 -7

Sport Santa Cruz Ypiranga Porto Estudantes Náutico Serrano Central Vitória Salgueiro

Artilheiro 16 GOLS

Carlinhos Bala (Santa Cruz)

22/2

VIVALDÃO (MANAUS-AM)

NACIONAL-AM 2 X 5 CRUZEIRO-MG J: Domingos Viana Filho-PA; G: Júnior Negrão 31 do 1º; Alecsandro 3, Luiz Henrique 6, Diego 19, Alecsandro 21 e Élber 25 e 37 do 2º; CA: Moisés, Júlio César, Recife e Arcelino; E: Wendel 35 do 2º NACIONAL: Ângelo, Henrique, Dirlei, Rondinelli e Alex (Everton); Arcelino, Wendel, Marcos Cruz e Diego Marangon; Luiz Henrique (Sandro) e Júnior Negrão. T: Luís Carlos Winck CRUZEIRO: Fábio, Jonathan, Edu Dracena, Moisés e Júlio César; Diogo (Alecsandro), Jonilson (Recife), Francismar (Wagner) e Leandro Bomfim; Diego e Élber. T: Paulo César Gusmão 22/2 SADY SCHMIDT (CAMPO BOM-RS)

15 DE NOVEMBRO-RS 4 X 1 NOROESTE-SP J: Marco Antônio Martins-SC; G: Cris 17 do 1º; Aldrovani 5, Valdeir 7 e 30 e Luciano Bebê 21 do 2º; CA: Márcio, Valdeir, Rudnei, Bebeto, Valdeír, Edmílson, Bonfim, Reginaldo Araújo e Marcelo Santos 15 DE NOVEMBRO: Márcio, Cadu, Marília, Marcão e Cris (Doriva); Edmilson, João Henrique, Bebeto (Martin) e Rudnei; Valdeir e Aldrovani (Dauri). T: Leandro Machado NOROESTE: Mauro, Reginaldo Araújo (Cacá), Bonfim, Marcelinho (Wellington) e Marcelo Santos; Luciano Santos, Reginaldo Nascimento, Luiz Carlos e Luciano Bebê; Otacílio Neto e Felipe (Daniel). T: Paulo Comelli

CRICIÚMA-SC 2 X 1 N. HAMBURGO-RS J: Cleivaldo Bernado-PR; R: 318 901; P: 5 589; G: Dudu 21 e Dejair 41 do 1º; Dejair 37 do 2º; CA: Márcio Alemão, Alex Sandro, Marcelo, Luiz Henrique, Giancarlos e Duda CRICIÚMA: Fabiano, Luizinho Neto, Márcio Alemão, Luciano e Gleidson (Marcelo Rosa); Filipe (Alexandre Lopes), Alex Sandro, Athos e Fernandinho; Dejair e Délmer (Rodrigo). T: Edson Gaúcho NOVO HAMBURGO: Luciano, Dias, Marcelo e Sidiney; Dudu, Pedro Ayub, Itaqui (Maiquel), Preto e Luiz Henrique (Alessandro); Washigton (Duda) e Giancarlos. T: Gilmar Iser

LONDRINA-PR 1 X 1 URT-MG J: Elmo Alves Cunha-GO; G: Tiago 28 do 1º; Guilherme 15 do 2º; CA: Eduardo, Donizete, Tiago, Ivan e Mantena LONDRINA: Serginho, Cassiano, Ronaldo Marconato, Rogélio e Bruno Barros; Carlão, Carlos Lima (Jairo), Andrezinho e Guilherme (Doda); Eduardo e Donizete. T: Vica URT: Willians, Valdemir, Bráulio e Germano; Adriano, Mantena, Tiago (Rafael), Goiano (Damon) e Ivan; Rodrigo e Ditinho (Adílson). T: José Aparecido Souza

22/2

CANARINHO (BOA VISTA-RR)

22/2 FREI EPIFÂNIO (IMPERATRIZ-MA)

SÃO RAIMUNDO-RR 0 X 2 BRASILIENSE-DF J: Celso Mota Rezende-AM; R: 15 000; P: 1 500; G: Padovani 41 do 1º; Allan Delon 21 do 2º; CA: Marquinhos, Teca, Fábio e Jairo SÃO RAIMUNDO: Cristiano, Valdo, Gidelson, Fábio e Edmundo; Teca (Chulapa), Marquinhos Pernambucano, Cuamba e Berg; Branco (Willer) e Marcinho (Heitor). T: Chiquinho Viana BRASILIENSE: Gustavo, Danilo, Jairo, Padovani e Augusto; Deda, Carlos Alberto, Allan Delon e Coquinho (Richard); Welington Dias (Fábio Lima) e Joãozinho. T: Lula Pereira

IMPERATRIZ-MA 1 X 1 VITÓRIA-BA J: Adriano de Carvalho-TO; R: 21 645; P: 2 094; G: Ralf 5 e Leandro Domingues (p) 41 do 1º; CA: Rodrigo Ramosa, Cristiano, Denis, Leandro, Ricardinho, Bruno Lopes, Neto e Bida IMPERATRIZ: Rodrigo Ramos, Aelson, Cristiano, Denis e Juninho (Zé Eduardo); Lindoval, Ricardo Feltre, Leandro e Ralf; Ricardinho (Daniel) e Joca. T: Pedro Rocha Filho VITÓRIA: Emerson, Apodi, Bruno Lopes, Itamar e Alysson (Bida); Jairo, Neto, Leandro Domingues e Índio (Dudu Paraíba); Davi (Fábio) e Mendes. T: Arturzinho

22/2

CAFÉ (LONDRINA-PR)

PLACAR

-

Sport 6 x 0 Porto G: Buno, Rodriguinho, Marcos Tamandaré (2), Anderson Aquino e Clayton (S)

22/2

22/2 HERIBERTO HÜLSE (CRICIÚMA-SC)

Santa Cruz 2 x 0 Salgueiro G: Carlinhos Bala (2) (SC) Porto 3 x 3 Ypiranga G: Sérgio, Vagner Rosa e Arlindo (P); Wilson Surubim, Júnior Amorim e Júnior Brasília (Y) Serrano 1 x 1 Central G: Gleidson (S); Clebson (C) Vitória 0 x 1 Estudantes G: Valdir Papel (E) Sport 1 x 1 Náutico G: Rodriguinho (S); Betinho (N)

Santa Cruz 4 x 0 Serrano G: Alex Oliveira (2), Thiago Gentil e Marco Britto (SC)

1 ª fa s e

Marcelo Pelé (Democrata (SL))

12/3

Náutico 2 x 2 Serrano G: Betinho e Flávio (N); Sandro Miguel e Didiu (S)

C o p a d o B ra s i l

22/2

EQUIPES

Estudantes 0 x 1 Porto G: Janduir (P) Vitória 3 x 0 Central G: Wires, Laelson e Laércio (V) Salgueiro 0 x 1 Sport G: Fumagalli (Sp) Ypiranga 2 x 0 Santa Cruz G: Tony e Jorge Guerra (Y)

4/3

-

Valderi e Moreno (I) Guarani 3 x 4 Ipatinga G: Fred (2) e Eduardo (G); William, Walter, Leandro Salino e Henrique (I) Uberlândia 2 x 2 Atlético-MG G: Elivélton (2) (U); Tiago Cavalcanti e Zé Antônio (A)

1/3

2/3

PLACAR - PLACAR - 93 - 01/04/06

Douglas (A); Andrade (G) Atlético-MG 3 x 0 Ituiutaba G: Alberto, Leandro Castan e Lima (A) Democrata (GV) 5 x 2 URT G: Denílson (2), Marinho, Fabiano e Ivan (contra) (D); Thiago e Saulo (U)

Campeonato Pernambucano

-

ROANDRADE

-

20/03/06

20:36

-

01_CAD

5/3

1 ª fa s e

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 9 3


tabelão 2006 22/2 MORENÃO (CAMPO GRANDE-MS)

SÃO JOSÉ-AP 0 X 1 CRB-AL J: Jamil Rodrigues de Souza-MT; R: 10 470; P: 1 097; G: Lenílson 34 do 2º; CA: Goiano e Rodrigo Santos; E: Jéfferson 8 do 2º SÃO JOSÉ: Darlan, Goiano, Walber, Juninho e Everaldo (Cebola); Teco, Glauber e Eduardo (Kokito); William (Matheus), Cléo e Bala. T: Jonas Duarte CRB: Pantera, Gino, Jéfferson e Ben Hur; Bebeto (Renatinho), Rodrigo Santos, Roberto Ramos, Adriano (Dino) e Saulo; Wellington (Lenílson) e Marquinhos. T: Ferdinando Teixeira FRASQUEIRÃO (NATAL-RN)

ABC-RN 5 X 1 PARNAHYBA-PI J: Marcos Antônio de Vasconcelos-PB; R: 47 995; P: 5 608; G: Daniel 5 e Ivan 35 e 45 do 1º; Pantico 4, Ivan 20 e Barata 29 do 2º; CA: Aciolly, Beto, Teci, Marcelo, Puxa, Fred e Francielio ABC: Adriano, Nêgo, Aciolly, Beto e Teci (Marcelo Rocha); Carioca, Kel (Geraldo) e Daniel Bamberg; Barata e Ivan (Wallyson). T: Luiz Carlos Cruz PARNAHYBA: Ribamar (Everaldo), Marcelo, Puxa e Marcelo Sabiá; Jaime, Fred, Lira, Jammerson (Marreco) e Pantico; Cipó (Jarbas) e Valdomiro (Francielio). T: Estevam Corrêa 22/2

ALBERTÃO (TERESINA-PI)

PIAUÍ-PI 1 X 2 GRÊMIO-RS J: Cleston Santino Pereira-CE; R: 20 653; P: 3 425; G: Lucas 38 do 1º; Pedro Júnior 6 e Joniel 15 do 2º; CA: Moura, Neném, Ronaldo, Laércio, Pedro Júnior e Sandro Goiano PIAUÍ: João Paulo, Veloso (Gilberto), Alisson, Laércio e Cleiton Cearense; Aroldo, Moura, Ronaldo (Mazinho) e Antônio Carlos; Joniel (Fred) e Neném. T: Luís Eduardo Alves GRÊMIO: Galatto, Alessandro, Maidana, Evaldo e Bruno Coutinho; Lucas, Sandro Goiano, Marcelo Costa e Tcheco; Pedro Júnior (Lipatin) e Herrera (Cézar). T: Mano Menezes 22/2

JOSÉ FRAGELLI (CUIABÁ-MT)

OPERÁRIO-MT 2 X 3 FLUMINENSE-RJ J: Manoel Paixão dos Santos-MS; R: 135 029; P: 11 998; G: Cláudio Pitbull 26, Odil 33 e Fabiano 46 do 1º; Lenny 30 e Bruno 33 do 2º; CA: Marcão, Odil, Marcelo, Reginaldo, Thiago e Pedrinho OPERÁRIO: Ernandes, Polaco, Ataliba, Fábio Pastor e Fabiano; Gugu, Rafael, Wender e Odil; Reginaldo (Diogo) e Rinaldo. T: Carlos Henrique Pedroso FLUMINENSE: Diego (Fernando Henrique), Gabriel Santos, Thiago e Marcão; Rogério (Ângelo), Romeu, Bruno, Pedrinho e Marcelo (Roger); Lenny e Cláudio Pitbull. T: Josué Teixeira 22/2 JOSÉ DE MELO (RIO BRANCO-AC)

R. BRANCO-AC 0 X 1 NÁUTICO-PE J: Almir Belarmino Caetano-RO; R: 25 525; P: 3 017; G: Flávio 22 do 2º; CA: Bonieque, Rodrigo, Maurício e Róbson Baiano; E: Ademar 35 do 2º RIO BRANCO: Acosta, Ley, Bonieque, Rodrigo e Ananias; Dema (Neném), João Paulo, Ricardinho (Zezé)

22/2

P. DA AMAZÔNIA (VILHENA-RO)

VILHENA-RO 1 X 3 FORTALEZA-CE J: Neuriclaudio do Rego-AC; R: 68 640; P: 3 432; G: Rinaldo 29 do 1º; Igor 11, Miro 14 e Mazinho Lima 21 do 2º; CA: Róbson, Miro, Vélber, Marco Aurélio e Adelar VILHENA: Vinícios, Robson, Marco Aurélio, Marcone (Fábio Renato) e Andrade; Wagner, Duzinho (Adelar), Cezar Baiano e Elvis; Miro e Ednaldo (Juninho). T: Ionay da Luz FORTALEZA: Albérico (Alexandre Negri), André Cunha, Gláuber, Váldson e Patrick; Galeano, Mazinho Lima, Igor (Rabicó) e Maurílio (Bechara); Vélber e Rinaldo. T: Jair Picerni 22/2 COARACY FONSECA (ARAPIRACA-AL)

ASA-AL 1 X 1 FLAMENGO-RJ J: Patrício Antônio de Souza-PE; R: 171 280; P: 9 910; G: Denílson 33 do 1º; Ronaldo Angelim 24 do 2º; CA: Charles, Jônatas, Leonardo Moura, Souza e Juan ASA: Pablo, Gilmar (Marcelo Souza), Santiago, Marcio e Ítalo; Beto, Charles, Souza e Neto (Lamar); Cascata e Denílson (Rômulo). T: Coca FLAMENGO: Diego, Leonardo Moura, Renato Silva, Fernando (Ronaldo Angelim) e Juan; Jônatas, Diego Souza, Renato e Fellype Gabriel; Peralta (Rodrigo) e Luizão. T: Valdir Espinosa 22/2

VILA BELMIRO (SANTOS-SP)

SANTOS-SP 3 X 0 SERGIPE-SE J: Luiz Carlos da Silva-MG; R: 34 455; P: 6 564; G: Cléber Santana 10 e Magnum 46 do 1º; Léo Lima 15 do 2º; CA: Chicão, Harley, Cléber Santana e Márcio SANTOS: Fábio Costa, Fabinho, Manzur, Luiz Alberto e Kléber; Maldonado (Ronaldo), Léo Lima, Cléber Santana (Wendel) e Rodrigo Tabata (Galvão); Magnum e Geílson. T: Vanderlei Luxemburgo SERGIPE: Genílson, Cesco, Daniel (Felipe) e Toninho; Flávio, Chicão, Márcio, Harley e Mica; Alex Paulista e Fabinho (Rafael). T: Vinicius Saldanha 22/2

SÃO JANUÁRIO (R. JANEIRO-RJ)

VASCO-RJ 7 X 0 BOTAFOGO-PB J: Phillipe Lombard-SP; R: 12 310; P: 1 231; G: Romário 17, Éder 22 e Morais 29 do 1º; Romário 29 e 33 e Valdiram 35 e 37 do 2º; CA: Jorge Luiz, Edson Ratinho e Da Silva VASCO: Roberto, Claudemir, Jorge Luiz, Éder e Diego (Thyago Fernandes); Ygor, Abedi (Ricardinho), Ramon (Ernane) e Morais; Valdiran e Romário.T: Renato Gaúcho BOTAFOGO: Gilberto, Edson Ratinho, Rogério, Da Silva e Marcos Vinícius (Fabinho) (Jailton); Flaviano, Geraldo, Gaibú e Rody; Lino (Robertinho) e Neto. T: Freitas Nascimento

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 94 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

20:36

-

01_CAD

22/2

e Rosier (Jessé); Doca e Juliano César. T: João Carlos Carvalho NÁUTICO: Rodolpho, Maurício, Breno, Róbson Baiano e Ademar; Tozo, Flávio, Pedro Neto (Alexandre) e Netinho (Jaílton); Danilo (João Vítor) e Betinho. T: Roberto Cavalo

9 4 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

De 21 de fevereiro a 20 de março de 2006

22/2 MORENÃO (CAMPO GRANDE-MS)

CENE-MS 2 X 1 TREZE-PB J: Jamil Rodrigues de Souza-MT; R: 3 620; P: 430; G: Kiko 21, Hugo 25 e Edenilson 46 do 2º; CA: Halison, Jorge, Dioney, William, Maurício, Leonardo, Júnior Rodrigues; E: Kiko 24 do 2º CENE: Pitarelli, Jederson, Josimar, Edinho e Gilson; Halison, Ricardo Alves (Paulão), Pimentel e Jorge (Michel); Hugo e Dioney (Edenilson). T: Roberto Teixeira TREZE: Azul, Dinho, William, Kiko e Júnior Rodrigues; Raminho, Viola (Airton), Maurício e Gil Baiano (Alan); Leonardo e Téo (Anderson). T: José Maurício Simões 22/2

ABADIÃO (CEILÂNDIA-DF)

CEILÂNDIA-DF 0 X 0 BAHIA-BA J: Rogério Pereira Costa-MG; R: 3 920; P: 392; CA: Pereira e Edgar BAHIA: Marcão, Denílson, Pereira, Josemar e Ávine; Careca (Jaílson), Baiano, Marcone e Danilo Rios (Ancelmo); Rafael Bastos e Bruno César. T: Charles Fabian CEILÂNDIA: João Carlos, Bruno, Adriano, Edgar e Tércio; Lucas, Leandro Leite, Marcelo Sá (Didão) e Leandro Tavares (Maradona); Abimael e Johnes. T: Mauro Fernandes 22/2

ARRUDA (RECIFE-PE)

STA. CRUZ-PE 1 X 0 VILA AURORA-MT J: Mário Sérgio Bancilon-SE; R: 42 882; P: 7 252; G: Alex Oliveira 39 do 1º; CA: Alex Oliveira, Joel, Thiago Fofão e Zé Luciano SANTA CRUZ: Anderson, Lecheva, Valença, Carlinhos Paulista e Xavier (Peris); Neto, Júnior Maranhão, Alex Oliveira (Edson Mendes) e Rosembrik; Carlinhos Bala e Marco Brito (Paulinho). T: Givanildo Oliveira VILA AURORA: Ronaldo, Zé Luciano, Kaká e Thiago Fofão; Edmar, Joel (Macedo), Jefferson, Cristiano e Sandro; Gil (Arlei) e Carlinhos (Coelho). T: Birigüi 22/2 MARACANÃ (RIO DE JANEIRO-RJ)

BOTAFOGO-RJ 5 X 1 OPERÁRIO-MS J: Édson Esperidião-ES; R: 20 395; P: 2 493; G: Tiago 2, Dodô 18 e Lúcio Flávio 38 e 41 do 1º; Rafael Marques 12 e Felipe Adão 25 do 2º; CA: Reinaldo e Tiago BOTAFOGO: Lopes, Neném, Rafael Marques, Scheidt e Bill (Júnior César); Thiago Xavier, Diguinho, Lúcio Flávio (Glauber) e Zé Roberto; Reinaldo e Dodô (Felipe Adão). T: Carlos Roberto OPERÁRIO: Erlano, Reinaldo (Léo), Izone, Júlio César e Tadeu; Edílson, Cuiabá, Éverton e Tiago; Adriano (Misso) e Capilé. T: Itamar Bellassalma 22/2

PRES. MÉDICI (ITABAIANA-SE)

ITABAIANA-SE 0 X 0 REMO-PA J: Lúcio José da Silva Araújo-BA; R: 9 554; P: 1 275; CA: Magrão, Beto, Ricardo Henrique, Emerson Ávila, Barata, Landu, Róbson, Vitor e Gil ITABAIANA: Acácio, Antônio Carlos, Róbson, Héri, Melck e Lima; Junga, Marcos Néri e Dinho; Ailton (Cley)

e Vitor (Gil). T: Natanael Ferreira REMO: Alexandre Buzzetto, Marcos, Magrão, Ricardo Henrique e Emerson Ávila; Odair, Maicon Gaúcho, Beto e Barata (Daniel); Landu (Torrô)e Maicon Carioca (Anelka). T: Flávio Campos 22/2

ROBERTÃO (SERRA-ES)

SERRA-ES 1 X 3 IPATINGA-MG J: Gutemberg de Paula Fonseca-RJ; R: 4 385; P: 756; G: William 26, André 32 e Diego Silva 39 do 1º; Enrico 23 do 2º; CA: Índio, George, Alex Passos, Márcio, Jaílton, Marinho Donizete, Walter e William SERRA: Walter, Helinho, Alex Passos, Tiago e Aloísio; Tiago Feijão, George (Marquinhos), André e Flávio Santos; Índio e Rodrigo (Márcio). T: Cosme Eduardo IPATINGA: Rodrigo Posso, Dênis, William, Teco e Marinho Donizete (Leandro Salino); Paulinho, Jaílton (Léo Silva), Léo Medeiros e Walter (Enrico); Diego Silva e Cristian. T: Ney Franco 22/2 INDEPENDÊNCIA (B. HORIZONTE-MG)

AMÉRICA-MG (6) 2 X 1 (7)* VOLTA REDONDA -RJ J: Antônio dos Santos-DF; R: 5 502,50; P: 2 158; G: Euller 20 do 1º; Adriano 8 e Sérgio Manoel 10 do 2º; CA: Hamilton, André, Dudu e Leonardo AMÉRICA-MG: Gilberto, Wellington Paulo, Fabrício Soares e Fábio Paulista; Michel (Osmar), Dudu, Leonardo (Ricardo), Adriano (Dênis) e Bigu; Euller e Washington. T: Flávio Lopes VOLTA REDONDA: Adriano, Márcio Gabriel (Luiz Eduardo), André, Ailson e Hamilton; Cadu, Élson (Alex), Sérgio Manoel e Amaral; Alexandre Gaúcho (Silva) e Túlio. T: Dário Lourenço * nos pênaltis

15 DE NOVEMBRO: Márcio, Barão, Marcão, Marília e Cris; Edmílson, Rudnei (Paulinho), Cadu e Valdeir; Dauri (João Henrique) e Bebeto (Doriva). T: Leandro Machado 8/3

ALMEIDÃO (JOÃO PESSOA-PB)*

TREZE-PB 1 X 3 CENE-MS J: Ricardo Tavares de Lima-PE; G: Edinho 8, Dioney 18, Kim 26 e Téo 33 do 2º; CA: Dinho, William, Júnior Rodrigues, Ricardo Alves, Gilson e Michel TREZE: Azul, Dinho, William, Alison e Júnior Rodrigues; Raminho (Alan), Leonardo, Maurício e Gil Baiano (Márcio Cardoso); Rogério Costa (Beto) e Téo. T: José Maurício Simões CENE: Pitarelli, Jederson, Josimar, Edinho e Gilson; Halison, Ricardo Alves, Pimentel (Zé Maria)e Jorge (Michel); Hugo (Kim) e Dioney. T: Roberto Teixeira * jogo disputado com os portões fechados, sem presença de público 8/3

GODOFREDO CRUZ (CAMPOS-RJ)

AMERICANO-RJ 4 X 2 MINEIROS-GO J: Eucimar Luiz Ramos-ES; R: 4 520; P: 702; G: Faioli 16,18 e 30 e Marcelo Uberaba 46 do 1º; Torrinha 8 e Marcinho 12 do 2º; CA: Robson, Eraldo e Torrinha AMERICANO: Erivélton, Carlão, Kléber Goiano e Róbson; Júlio César (Bruno Rangel), Marcelo Uberaba, Vinícius, Adriano Sella e Ademar (Pirão); Flavinho e Faioli. T: Válter Ferreira MINEIROS: Douglas, Andrezinho, Eraldo, Tárcio e Freitas; Henrique, Marcelo Goianira (Torrinha), Flavinho e Castor; Marcinho e Bombinha. T: Vitor Hugo 8/3

BARRADÃO (SALVADOR-BA)

CRB-AL 3 X 0 SÃO JOSÉ-AP J: Emerson Luiz Sobral-PE; P: 4 192; G: Adriano Gerlin 2, Cristiano 21 e Everton 30 do 2º; CA: Ben Hur, Everaldo e Bala; E: Walber 24 e Bebeto 35 do 2º CRB: Pantera, Ben Hur, Gino e Everton; Tiago, Dino, Rodrigo Santos, Adriano Gerlin (Saulo) e Bebeto; Marquinhos (Tico Mineiro) e Cristiano (Renatinho). T: Ferdinando Teixeira SÃO JOSÉ: Darlan, Goiano, Walber, Max e Everaldo; Teco (Cebola), Glauber, Kokito e Matheus (Buiu); Cléo e Bala. T: Jonas Duarte

VITÓRIA-BA 5 X 2 IMPERATRIZ-MA J: Rogério Lima da Rocha-SE; R: 24 200; P: 3 111; G: Índio 8, Aelson 17 e Mendes 21, 29 e 37 do 1º; Leandro Domingues 15 e Juninho 30 do 2º; CA: Mendes, Ricardinho, Ricardo Feltre e Luciano VITÓRIA: Emerson, Ademir, Bruno Lopes, Itamar e Alysson; Jairo, Azevedo, Leandro Domingues (Davi) e Índio (Garrinchinha); Mendes e Márcio Carioca (Bida). T: Arturzinho IMPERATRIZ: Rodrigo Ramos, Joca, Leandro, Denis e Aelson; Ralf, Ricardo Feltre, Cristiano (Zé Eduardo) e Ricardinho; Lindoval (Luciano) e Pedro Paulo (Juninho). T: Pedro Rocha Filho

8/3 ALFREDO DE CASTILHO (BAURU-SP)

8/3

NOROESTE-SP 2 X 0 15 DE NOVEMBRO-RS J: Fábio Dornelas Calábria-RJ; R: 29 500; P: 2 370; G: Fábio 3 do 1º; Edmílson 42 do 2º; CA: Mauro, Luciano Bebê, Edmílson, Luiz Carlos, Rodrigo Tiuí, Márcio e Bebeto; E: Otacílio Neto e Barão 38 do 2º NOROESTE: Mauro, Marcelo Santos (Reginaldo Araújo), Fábio, Edmílson e Cláudio; Hernani, Luciano Santos, Luciano Bebê e Luiz Carlos (Otacílio Neto); Rodrigo Tiuí e Leandrinho (Felipe). T: Paulo Comelli

BAHIA-BA 1 X 2 CEILÂNDIA-DF J: Antônio Hora Filho-SE; R: 72 202,50; P: 10 658; G: Johnes 45 do 1º; Rafael Bastos 44 e Myron 45 do 2º; CA: Bruno e Lucas; E: Bruno César 16 do 2º BAHIA: Marcão, Denílson (Marcus Vinícius), Pereira, Rodrigão e Ávine; Guilherme, Marcone (Deon), Emerson e Danilo Rios (Marcel); Rafael Bastos e Bruno César. T: Charles Fabian CEILÂNDIA: João Carlos, Bruno (Wagner), Adriano, Edgar e Paulinho; Leandro Leite, Lucas, Luiz Fernando

8/3

REI PELÉ (MACEIÓ-AL)

FONTE NOVA (SALVADOR-BA)


(Tenório); Daniel, Anderson, Alex e Esquerdinha (Hugo); Têti e Sorato. T: Ademir Fonseca 8/3

COUTO PEREIRA (CURITIBA-PR)

CORITIBA-PR 3 X 1 ICASA-CE J: José Acácio da Rocha-SC; R: 57 127; P: 7 486; G: Jefferson 34 do 1º; Marciano 3, Jefferson 7 e Anderson 19 do 2º; CA: Nelsinho, Marco Antônio, Guaru, Totonho, Marcelo Batatais e Paulinho CORITIBA: Artur, Anderson, Índio e Marcelo Batatais; James, Peruibe, Guaru (Julinho), Jackson e Ricardinho; Eanes (Anderson Gomes) e Jefferson (Ludemar). T: Estevam Soares ICASA: Valdo, Ivan, Nelsinho, Alex Costa e Paulinho; Marco Antônio (Eridon), Totonho, Tiago Santos (Róbson) e Alcimar; Marciano (Vanvan) e Cristóvão. T: Jorge Luiz 8/3

01_CAD

Lenny e Tuta se abraçam: o Flu despacha o Operário (Myron) e Ewerton Maradona (Marcelo Sá); Abimael e Johnes. T: Mauro Fernandes AFLITOS (RECIFE-PE)

NÁUTICO-PE 4 X 1 RIO BRANCO-AC J: Reginaldo da Silva-RN; R: 15 485; P: 3 098; G: Netinho 18 e Rosier 44 do 1º; Danilo 37, Flávio 41 e Netinho 46 do 2º; CA: Maurício, Breno, Betinho, Tozo, Danilo Lins, Danilo, Ananias, Rosier, Rodrigo e Marquinhos; E: Vítor 32 do 1º; Ley 38 do 2º NÁUTICO: Rodolpho, Maurício (Pedro Neto), Leandro, Breno e Edu Silva; Tozo, Flávio, Nildo (Jaílton) e Danilo; Netinho e Betinho (Danilo Lins). T: Roberto Cavalo. RIO BRANCO: Acosta, Ley, Vítor, Rodrigo e Ananias (Esquerdinha); Dema, João Paulo, Marquinhos (Boniek) e Rosier (Ricardinho); Juliano César e Doca. T: João C. Cavallo

-

ROANDRADE

-

20/03/06

20:36

-

8/3

BAENÃO (BELÉM-PA)

REMO-PA 4 X 1 ITABAIANA-SE J: Marcelo Bispo Nunes Filho-MA; R: 71 220; P: 8 366; G: Émerson Avilla 3, Daniel 6, Quinho 18 e Maicon Carioca 36 do 1º; Maicon Carioca 15 do 2º; CA: Maicon Gaúcho, Émerson Ávila, Acácio e Melck REMO: Alexandre Buzzetto, Magrão, Ricardo Henrique e Rodrigo; Léo (Landu), Odair (Fabrício), Maicon Gaúcho (Barata), Beto e Émerson Ávila; Daniel e Maicon Carioca. T: Flávio Campos ITABAIANA: Acácio, Antônio Carlos, Héri, Róbson e Melck (Marcelinho); Lima, Vítor (Junga), Marcelo (Juliano) e Quinho; Aílton e Marcos Neves. T: Gil Sergipano 8/3

B. J. DANIEL (SANTO ANDRÉ-SP)

SANTO ANDRÉ-SP 1 X 2 POTIGUAR-RN J: Adriano Pereira Machado-RJ;

8/3 BRINCO DE OURO (CAMPINAS-SP)

GUARANI-SP 3 X 0 ESTRELA-ES J: Marcelo R. Santos-MG; R: 11 415; P: 2 226; G: Adeilson 1, Juca 30 e Élvis 41 do 2º; CA: Emerson, Goeber, Rogério e Nado; E: Kanu 40 do 2º GUARANI: Fernando, Nelsinho (Mariano), Emerson, Rogério e Adílio; Goeber, Rodrigo Sá, Juca e Bilu (Élvis); Edmílson (Éder) e Adeilson. T: Renato Frederico ESTRELA DO NORTE: Alan, Ronei (Glaucivan), Gustavo, Kanu e Marcos Thiago; Índio, Nei (Nado), Júnior e Zé Afonso; Quirino e Arpini (Martins). T: Rubens Filho 8/3 A. CAMPANELLA (S. C. DO SUL-SP)

SÃO CAETANO-SP 4 X 1 CABOFRIENSE-RJ J: Nilo Neves de Souza-PR; R: 5 116; P: 633; CA: Marabá, Daniel, João Paulo e Cléberson; G: Leandro Lima 9 e 33 do 1º ; Alex 11, Anderson Lima 20 e Dimba 30 do 2º SÃO CAETANO: Sílvio Luis, Anderson Lima, Thiago e Gustavo; Alessandro, Zé Luís (Paulo Miranda), Marabá, Leandro Lima e Triguinho (Canindé); Marcelinho e Somália (Dimba). T: Nelsinho Baptista. CABOFRIENSE: Flávio, João Vitor, Cléberson (Charles), João Paulo e Oziel

8/3

OLÍMPICO (PORTO ALEGRE-RS)

GRÊMIO-RS 4 X 0 PIAUÍ-PI J: Jefferson Schmidt-SC; R: 60 304; P: 10 079; G: Marcelo Costa 28 do 1º; Pedro Júnior 23 e 38 e Herrera 43 do 2º; CA: Veloso, Fred e Laércio GRÊMIO: Galatto, Alessandro, Maidana, Evaldo e Wellington; Jeovânio, Lucas, Willian (Ramón) e Marcelo Costa (Nunes); Pedro Júnior e Ricardinho (Herrera). T:Mano Menezes PIAUÍ: João Paulo, Veloso, Alisson, Laércio e Cleiton Cearense; Aroldo, Gilberto (Ronaldo), Moura e Antônio Carlos (Mazinho); Joniel e Neném (Fred). T: Luis Eduardo Alves 9/3 MARACANÃ (RIO DE JANEIRO-RJ)

FLUMINENSE-RJ 3 X 1 OPERÁRIO-MT J: Jamir Carlos Garcez-DF; R: 40 310; P: 4 781; G: Tuta 12 e Cláudio Pitbull 34 do 1º; Diogo 21 e Evando 34 do 2º; CA: Reginaldo, Lenny, Ernandes, Wender e Rissut; E: Ernandes 36 do 2º FLUMINENSE: Fernando Henrique, Rissut, Anderson, Thiago Silva e Jean; Marcão, Ângelo (Arouca), Bruno (Romeu) e Cláudio Pitbull (Evando); Lenny e Tuta. T: Paulo Campos OPERÁRIO: Ernandes, Polaco (Júnior), Ataliba, Fábio Pastor e Fabiano; Edson Nascimento, Rafael (Luís Fernando), Wender, e Odil; Reginaldo e Rinaldo (Diogo). T: Carlos Henrique Pedroso

ABADIÃO (CEILÂNDIA.-DF)

CEILÂNDIA-DF 1 X 1 FORTALEZA-CE J: Enéas Eugênio de Aguiar-MG; G: Ewerton Maradona 6 e Rinaldo 15 do 1º; CA: Mazinho Lima e Lucas CEILÂNDIA: João Carlos, Bruno, Adriano, Edgar e Tércio; Leandro, Luís Fernando (Vágner), Lucas e Abimael (Reinaldo); Ewerton Maradona (Marcelo Sá) e Johnes. T: Mauro Fernandes FORTALEZA: Maizena, Tiago Souza, Alan, Gláuber e Patrick; Galeano, Preto Casagrande (Bechara), Igor (Vélber) e Mazinho Lima; Maurílio (Finazzi) e Rinaldo. T: Jair Picerni 15/3

SEREJÃO (TAGUATINGA-DF)

BRASILIENSE-DF 3 X 1 REMO-PA J: Ramon Rodrigues-GO; G: Jairo 9, Maicon Gaúcho 34, Índio 40 e Augusto 50 do 2º; CA: Magrão, Ricardo Henrique, Douglas e Wellington Dias BRASILIENSE: Gustavo, Danilo, Jairo, Padovani e Augusto; Deda, Carlos Alberto, Douglas (Coquinho) e Iranildo; Wellington Dias (Rubens) e Joãozinho (Índio). T: Lula Pereira REMO: Alexandre Buzzetto, Magrão, Ricardo Henrique e Rodrigo (Barata); Léo, Fabrício, Maicon Gaúcho, Beto e Émerson Ávila; Maicon Carioca (Felipe) e Daniel. T: Flávio Campos 15/3

IPATINGÃO (IPATINGA-MG)

IPATINGA-MG 3 X 0 BOTAFOGO-RJ J: Luiz Flávio de Oliveira-SP; G: Walter Minhoca 23 do 1º; Diego Silva 28 e 35 do 2º; CA: Asprilla, Diguinho, Teco e Walter Minhoca IPATINGA: Rodrigo Posso, Dênis, William, Teco (Henrique) e Leandro Salino; Paulinho, Léo Silva, Léo Medeiros e Walter Minhoca (Cristian); Diego Silva e Camanducaia (Enrico). T: Ney Franco BOTAFOGO: Lopes, Neném, Scheidt, Asprilla (Rafael Marques) e Bill; Thiago Xavier, Diguinho, Lúcio Flávio e Zé Roberto (Glauber); Felipe Adão (Christian) e Dodô. T: Carlos Roberto 15/3SADY SCHMIDT (CAMPO BOM-RS)

15 DE NOVEMBRO-RS 1 X 0 GRÊMIO-RS J: Francisco Silva Neto-RS; R: 33 335; P: 2 789; G: Rudinei 2 do 1º; CA: Edmilson, Marília, Cadu, Nunes, João Henrique, Rudinei, Lucas, Nunes e Marcelo Costa; E: Cadu 15 DE NOVEMBRO: Márcio, Cadu, Marília, Marcão e Cris; Edmílson, Rudinei, Valdeir e João Henrique (Paulinho Carioca) (Doriva); Bebeto e Dauri (Diego). T: Leandro Machado GRÊMIO: Galatto, Patrício, Marcelo Oliveira, Evaldo e Escalona (Paulo Ramos); Jeovânio (Nunes), Lucas, Ramón e Marcelo Costa; Pedro Júnior e Ricardinho (Herrera). T: Mano Menezes 15/3

ARRUDA (RECIFE-PE)

SANTA CRUZ-PE 2 X 2 VITÓRIA-BA J: Miguel Oliveira-PB; R: 59 185; P: 9 836; G: Tiano 22 e Bida 29 do 1º; Paulo Matos 38 e Paulinho 39 do 2º;

CA: Neto, Alex Oliveira, Peris, Júnior Maranhão, Itamar e Mendes SANTA CRUZ: Anderson, Jamesson, Carlinhos Paulista, Valença e Peris; Neto, Júnior Maranhão, Alex Oliveira (Marco Brito) e Tiano (Rosembrik), Thiago Gentil (Paulinho) e Carlinhos Bala. T: Givanildo Oliveira VITÓRIA: Emerson, Anderson, David e Itamar; Índio (Apodi), Garrinchinha, Alesandro, Leandro Domingues e Alisson; Bida (Fábio) e Mendes (PauloMatos). T: Arturzinho 15/3 A. CAMPANELLA (S. C. DO SUL-SP)

SÃO CAETANO 4 X 1 CRICIÚMA J: Pablo dos Santos Alves-RJ; R: 4 099; P: 502; G: Leandro Lima 34 e Anderson Lima 45 do 1º; Dejair 9, Anderson Lima 13 e 23 do 2º; CA: Alessandro, Triguinho, Gustavo, Zé Luís, Marabá, Anderson Lima, Alexandre Lopes, Luciano, Marcelo Rosa e Fabiano SÃO CAETANO: Sílvio Luís, Anderson Lima, Thiago e Gustavo; Alessandro, Zé Luís, Marabá, Leandro Lima (Paulo Miranda) e Triguinho (Canindé); Somália (Marcel) e Marcelinho. T: Nelsinho Baptista CRICIÚMA: Fabiano, Luizinho Netto (Rodrigo), Luciano, Alexandre Lopes (Márcio Alemão) e Fernandinho; Filipe, Leandro Guerreiro, Athos e Marcelo Rosa; Delmer (Ricardo Lobo) e Dejair. T: Edson Gaúcho 15/3 ODILON FLORES (MINEIROS-GO)

MINEIROS-GO 3 X 2 ATLÉTICO-MG J: Edílson Ramos da Mata-MT; R: 48 270; P: 4 489; G: Ramón 10, Castor 22 e 34 do 1º; Éverton 17 e Bombinha 18 do 2º; CA: Rafael Miranda e Andrezinho MINEIROS: Douglas, Andrezinho, Eraldo, Zacarias e Freitas; Henrique, Marcelo Goianira (Luisão), Flavinho (Torrinha) e Castor (Vagner); Marcinho e Bombinha. T: Vítor Hugo ATLÉTICO: Bruno, Leandro Cardoso, Lima e Leandro Castan; Rodrigo Dias, Rafael Miranda, Márcio Araújo, Jonathan Fabbro (Rafael Gaúcho) e Vicente; Ramón e Tiago Cavalcanti (Éder Luís). T: Lori Sandri 15/3

AFLITOS (RECIFE-PE)

NÁUTICO-PE 2 X 0 CORITIBA-PR J: Manoel Aguiar Moita-CE; R: 27 430; P: 5 014;.G: Netinho 5 do 1º; Netinho 38 do 2º; CA: Guaru, Márcio Egídio, Diogo, Ricardinho, Ludemar, Pedro Neto, Flávio e Danilo; E: Diogo 14 e Peruíbe 39 do 2º NÁUTICO: Rodolpho, Pedro Neto, Breno, Leandro e Edu Silva (Ademar); Tozo, Flávio, Nildo (Danilo Lins) e Danilo; Netinho e Betinho. T: Roberto Cavalo CORITIBA: Arthur, Anderson, Henrique e Índio; Jackson, Peruíbe, Márcio Egídio (Diogo), Guaru (Ludemar) e Ricardinho; Eanes e Jefferson (Wilton Goiano). T: Estevam Soares

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 95 - 01/04/06

-

Composite

8/3

R: 4 510; P: 690; G: Canindezinho 32 e Tássio 45 do 1º; Verona 36 do 2º; CA: Herivelton, Ricardo, Fábio e Gabriel SANTO ANDRÉ: Júlio César, Alexandre, Diego Padilha, Gabriel e Da Guia; Ronaldo, Hernanes (André Luis), Tássio (Juninho Cearense) e Rafinha; Leandrinho e Roncatto (Makanaki). T: Luiz Carlos Ferreira. POTIGUAR: Nilson, Niel, Ricardo, Michel e Berguinho; Erivan, Jânio (Mazinho), Ricardo Lima e Herivelton (Verona); Canindezinho e Fábio Giuntini (Leandro). T: Flávio Araújo

MARACANÃ (RIO DE JANEIRO-RJ)

FLAMENGO-RJ 2 X 1 ASA-AL J: Wallace Nascimento Valente-ES; R: 60 070; P: 7 756; G: Cascata 14, Renato Silva 22 e Peralta 40 do 1º; CA: Fellype Gabriel, Lamar, Ítalo, Jônatas, Júnior, Ronaldo Angelim, Brito e Ramírez; E: Lamar 3 e Neto 40 do 2º FLAMENGO: Diego, Leonardo Moura, Renato Silva, Ronaldo Angelim e Juan; Jônatas, Renato, Peralta (Rodrigo) e Fellype Gabriel; Ramírez (Júnior) e Luizão. T: Waldemar Lemos ASA: Pablo, Júnior (Celso), Rodney, Brito e Ítalo (Neto); Marcos Mendes, Souza, Zezinho e Lamar; Cascata e Denílson (Charles Vagner). T: Coca

15/3

©FOTO CARLOS COSTA

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 9 5


tabelão 2006 ★ Internacionais Ta ç a Libertadores 2 ª fa s e 21/2

Estudiantes (ARG) 4 x 3 Sporting Cristal (PER) Newell´s Old Boys (ARG) 2 x 0 Unión Española (CHI) Tigres (MEX) 5 x 4 Deportivo Cali (COL) 22/2

Pumas (MEX) 0 x 1 Maracaibo (VEN)

GOIÁS 2 X 0 THE STRONGEST (BOL) J: Carlos Amarilla (PAR); R: 331 170; P: 20 526; G: Nonato 16 e Romerito 33 do 1º; CA: Nonato, Leonardo, Júlio Santos, Rogério Corrêa, Rivero, Arévalo e Gutiérrez GOIÁS: Harlei, Rogério Corrêa, Júlio Santos e Leonardo; Vitor, Fabiano (Cléber Gaúcho 44/2), Danilo Portugal, Romerito (Jefferson Feijão 42/2) e Jadilson; Nonato (Vampeta 24/2) e Welliton. T: Geninho THE STRONGEST: Caballero, Mena, Juan Carlos Paz e Rivero (Jáuregui int.); Gutiérrez, Arévalo, Zenteno, Baldivieso e Sandro Coelho; Líder Paz (Fernández 26/2) e Suárez (Cabrera int.). T: Víctor Barrientos 22/2

PACAEMBU (SÃO PAULO-SP)

CORINTHIANS 2 X 2 UNIV. CATÓLICA (CHI) J: Héctor Baldassi (ARG); R: 605 936; P: 32 600; G: Roger 14 do 1º; Jorge Quinteros 6 e 17 e Nilmar 15 do 2º; CA: Roger, Betão, Gustavo Nery, Tevez, Jorge Quinteros, Imboden, Osorio e Pérez; E: Arrué 45 do 2º CORINTHIANS: Marcelo, Coelho, Betão, Wescley e Gustavo Nery; Marcelo Mattos, Rosinei (Carlos Alberto 13/2), Roger (R. Moura 33/2) e Ricardinho; Tevez e Nilmar. T: Antônio Lopes. UNIVERSIDAD CATÓLICA: Buljubasich, Zenteno (Muñoz 16/1), Rubilar e Imboden; Fuenzalida (Osorio 34/2), Ormeño, Arrué, Pérez e Conca; Jorge Quinteros e Ignacio Quinteros (Nuñez 27/2). T: Jorge Pellicer 23/2 BEIRA RIO (PORTO ALEGRE-RS)

INTERNACIONAL 3 X 0 NACIONAL J: Horacio Elizondo (ARG); R: 369 197; P: 31 178; G: Michel 20 e Fernandão 22 do 1º; Rubens Cardoso 43 do 2º; CA: Adriano, Fernandão, Vanzini, Victorino e Mansilla; E: Jaume 17 do 2º INTERNACIONAL: Clemer, Ceará, Fabiano Eller, Bolívar e Rubens Cardoso; Fabinho, Perdigão, Tinga (Adriano 37/2) e Michel (Márcio Mossoró 24/2); Iarley (Jorge Wagner 38/2) e Fernandão. T: Abel Braga

NACIONAL: Bava, Jaume, Leites, Paniagua e Victorino; Albín (Franco 12/2), Brítez, Martinez (Mansilla 26/2) e Vanzini; Garcez e Castro. T: Martín Lasarte

Mineiro passa por jogador do Cienciano: o São Paulo vence com facilidade

23/2

Rosario Central (ARG) 0 x 2 Cerro Porteño (PAR) 28/2

Unión Española (CHI) 1 x 0 The Strongest (BOL) 1/3 BRÍGIDO IRIARTE (CARACAS-VEN)

CARACAS (VEN) 1 X 2 SÃO PAULO J: Alberto Duarte (COL); G: Danilo 35 do 1º; Aloísio 17 e Rey (p) 37 do 2º; CA: André Dias, Bosco e Rey CARACAS: Toyo, Olivares (Casanova 21/2), Rey, Vizcarrondo e Rouga; Vera, Jimenéz, Rojas (De Pablos 28/2) e González; Guerra e Carpitero (Serna 24/2). T: Noel Sanvicente SÃO PAULO: Bosco, André Dias, Alex e Edcarlos; Souza, Mineiro, Josué, Danilo (Ramalho 45/2) e Júnior; Alex Dias (Thiago 12/2) e Aloísio. T: Muricy Ramalho 2/3

JAIME CINTRA (JUNDIAÍ-SP)

PAULISTA 0 X 0 LIBERTAD (PAR) J: Rúben Selman (CHI); R: 143 820; P: 9 705; CA: Bosco, Rever, Bodadilla e Cáceres PAULISTA: Rafael, Bosco, Rever, Dema e Fábio Vidal; Gleydson (Jean Carlos int.), Amaral, Sammir e Wilson (Beto 24/2); Muñoz e Wesley Brasília (Abraão 22/2). T: Vágner Mancini LIBERTAD: Bobadilla, Balbuena, Sarabia e Damiani; Martínez, Villarreal, Cáceres, Guiñazú e Bonet (Robles 35/2); Romero (Garnier 32/2) e López. T: Gerardo Martino 2/3 PALESTRA ITÁLIA (SÃO PAULO-SP)

PALMEIRAS 3 X 2 ATL. NACIONAL (COL) J: Jorge Larrionda (URU); R: 284 865; P: 17 481; G: Marcinho 18, Marcelo Ramos 31 e Edmundo 36 do 1º; Douglas 26 e Aristizábal 27 do 2º; CA: Díaz, Leonardo Silva e Edmundo; E: Passo 44 do 2º PALMEIRAS: Sérgio, Paulo Baier, Douglas (Valdomiro 29/2), Leonardo Silva e Márcio Careca; Marcinho Guerreiro, Corrêa, Ricardinho (Alceu 40/2) e Marcinho; Edmundo e Enílton (Washington 32/1). T: Emerson Leão ATLÉTICO NACIONAL: Saldarriaga, Passo, Díaz, Mendoza e Marín; Amaya, Chará, Casañas (Hurtado 35/2), Aldo (Marrugo 35/2) e Marín; Aristizábal e Marcelo Ramos. T: Santiago Escobar 7/3

Chivas (MEX) 1 x 1 Caracas (VEN) Universitario (PER) 0 x 1 Vélez Sarsfield (ARG) Rocha (URU) 3 x 2 LDU (EQU)

8/3

MORUMBI (SÃO PAULO-SP)

SÃO PAULO 4 X 1 CIENCIANO (PER) J: Martín Vázquez (URU); R: 693 055; P: 29 419; G: Fabão 2, Alex Dias 20 e Roberto Silva 30 do 1º; Thiago 21 e Souza 32 do 2º; CA: Fabão, Souza, Josué, De la Haza e Butrón SÃO PAULO: Rogério Ceni, Fabão (Edcarlos 34/1), Lugano e André Dias; Souza, Mineiro, Josué, Danilo e Júnior (Richarlysson 23/2); Alex Dias (Thiago 19/2) e Aloísio. T: Muricy Ramalho CIENCIANO: Ibáñez, Huertas (Butron int.), Villalta, Lugo e Guizasola; Ferrari, Bazalar, De la Haza (Mostto 22/2), Garcia e Salas (Torres 29/2); Roberto Silva. T: Wilmar Valencia 8/3

River Plate (ARG) 4 x 3 El Nacional (EQU) Sp. Cristal (PER) 2 x 1 Bolívar (BOL)

15/3 SERRA DOURADA (GOIÂNIA-GO)

Cienciano (PER) 2 x 1 Caracas (VEN) Vélez Sarsfield 4 x 3 Universitario (PER) Cerro Porteño (PAR) 1 x 5 Atlético Nacional (COL)

GOIÁS 3 X 0 NEWELL’S OLD BOYS (ARG) J: Roberto Silvera (URU); G: Welliton 17 e 18 do 1º; Romerito 35 do 2º; CA: Fabiano, Souza, Júlio Santos, Hussain, Aguirre, Spolli e Ré; E: Aguirre 33 do 2º GOIÁS: Harlei, Rogério Corrêa, Júlio Santos e Leonardo; Cléber, Fabiano (Vampeta 48/2); Danilo Portugal, Romerito e Jadílson; Souza (Nonato 30/2) e Welliton (Cléber Gaúcho 47/2). T: Geninho NEWELL’S OLD BOYS: Villar, Gavilán, Aguirre, Spolli e Ré; Hussain (Colace int.), Lucero (Serras int.), Zapata e Belluschi (Peralta 39/2); Ortega e Scocco. T: Neri Pumpido

15/3

16/3 MON. DE NUÑEZ (B. AIRES-ARG)

Bolívar (BOL) 1 x 2 Sporting Cristal (PER)

RIVER PLATE (ARG) 4 X 1 PAULISTA J: Carlos Chandía (CHI); G: Santana 9, Montenegro 12 e Muñoz 27 do 1º; Montenegro 6 e Abán 38 do 2º; CA: Abraão e Dema RIVER PLATE: Lux, Ferrari, Cáceres, Tula e Dominguez; Santana, Ahumada (Mareque 42/2), Zapata (Lima 22/2) e Patiño (Pusineri int.); Montenegro e Abán. T: Daniel Passarella PAULISTA: Rafael, Bosco (Beto 32/2), Rever, Dema e Fábio Vidal; Amaral, Glaydson (Lucas 14/2), Jaílson (Wesley Brasília 21/2) e Wilson; Abraão e Muñoz. T: Vagner Mancini

14/3

OL. UNIV. (CID. DO MÉXICO)

PUMAS (MEX) 1 X 2 INTERNACIONAL J: Rubén Selman (CHI); G: Lopez (p) 42 do 1º; Rentería 18 e Fernandão 35 do 2º; CA: Torres, Moreno, Lopez, Victorino, Beltrán, Michel e Fabinho PUMAS: Bernal, Lopez, Beltrán, Moreno e Torres (Morales int.); Galindo, Castro, Victorino e Leandro Augusto (Palácios 27/2); Marioni e Roma (Botero 32/2). T: Miguel España INTERNACIONAL: Clemer, Ceará, Bolívar, Fabiano Eller e Rubens Cardoso (Jorge Wagner 30/2); Fabinho, Edinho (Rentería 17/2), Tinga e Fernandão; Iarley e Michel (Márcio Mossoró 17/2). T: Abel Braga 9/3 UNIVERSITÁRIO (MONTERREY-MEX)

8/3

Tevez; E: Marcelo Mattos 6 do 2° TIGRES: Rodríguez, Saavedra (Garcia 15/2), Briseño, Júlio César e Martínez; Montano (Peralta 16/2), Veiga, Morales (Palacios 37/2) e De Nigris; Gaitán e González. T: Ricardo Ferretti CORINTHIANS: Herrera, Marcus Vinícius, Betão e Wendel (Rosinei 14/2); Marcelo Mattos, Mascherano, Ricardinho, Roger (Carlos Alberto int.) e Gustavo Nery; Tevez (Renato 31/2) e Nilmar. T: Antônio Lopes

TIGRES 2 X 0 CORINTHIANS J: Carlos Chandía (CHI); G: Martínez 7 e Peralta 44 do 2°; CA: Júlio César, Morales, Palacios, Marcus Vinícius e

15/3 PALESTRA ITÁLIA (S. PAULO-SP)

PALMEIRAS 0 X 0 ROSARIO CENTRAL (ARG) J: Carlos Torres (PAR); R: 178 515; P: 10 671; CA: Edmundo, Marcinho Guerreiro, Alceu, Raldes, Rubén, Moreira, Castellano, Passi e Borzani PALMEIRAS: Sérgio, Daniel, Gamarra e Douglas (Alceu int.); Paulo Baier (Ricardinho int.), Marcinho Guerreiro, Corrêa, Marcinho e Lúcio; Edmundo e Enílton (Washington 10/2). T: Emerson Leão ROSARIO CENTRAL: Castellano, Moreira, Raldes, Fassi e Villagra; Encina (Coudet 30/2), Borzani, Ledesma (Grabowsky 34/2) e Eluchans; Vitti (Zelaya 23/2) e Ruben. T: Leonardo Astrada

16/3

LDU (EQU) 5 x 0 Rocha (URU) União Maracaibo (VEN) 2 x 3 Nacional (URU)

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 96 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

20:37

-

01_CAD

22/2 SERRA DOURADA (GOIÂNIA-GO)

De 21 de fevereiro a 20 de março de 2006

9 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

©FOTO RENATO PIZZUTTO


8ªChuteiradeOuro P L A C A R

P R E M I A

O

M A I O R

••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••

A R T I L H E I R O

D O

B R A S I L

Leandro quem?

PLACAR - PLACAR - 97 - 01/04/06

-

Composite

-

ROANDRADE

-

20/03/06

20:36

-

01_CAD

O artilheiro do Brasil, ao lado do corintiano Nilmar, se chama Leandro. Não é "aquele" do São Paulo, nem nenhum outro conhecido. A indústria brasileira de goleadores apresenta sua mais nova criação Os holofotes apontaram para o atacante do Corinthians. Golaço no Paulistão, gol na Libertadores, Nilmar é Seleção. Enquetes pipocando aqui e acolá para saber se a última vaga no grupo de Parreira deveria ser de Fred, hoje na França, ou de Nilmar. Mas apesar da fase iluminada e dos 18 gols feitos até 20 de março, Nilmar não é o artilheiro isolado do Brasil. Um tal de Leandro fez tantos gols quanto ele. Não se trata de nenhum Leandro conhecido. Não é o atacante que disputou o Brasileirão do ano passado pelo Fluminense e hoje está na reserva do São Paulo. Tampouco é o Leandro do Vitória, nem o da Portuguesa. O atual Chuteira de Ouro joga no pequeno Iraty e já marcou 18 gols pelo Campeonato Paranaense. Não é nenhuma criança: já está com 24 anos, mas só apareceu para o futebol no ano passado, quando marcou 12 gols e ajudou o Barueri a subir para a Série A-2 do Campeonato Paulista. Sérgio Malucelli, dono do Iraty, foi mais esperto e contratou o atacante. Seus gols foram fundamentais para a boa campanha do Iraty no Paranaense. Será uma tarefa complicada para Leandro terminar o ano como o artilheiro do país. Precisaria encontrar um clube no segundo semestre para jogar o Brasileirão e seguir com o faro de gol. Precisará bater Nilmar, Carlinhos Bala e quem mais aparecer pela frente. Não é fácil, mas o atacante do Iraty está com média superior a 1,3 gol por jogo; e mais valorizado que nunca. ✪ Leandro: ele não é famoso, mas sabe fazer gols

Nilmar: se ele for para a Seleção, a briga fica desigual

©2

★ C h u t e i ra d e O u r o 2 0 0 6 JOGADOR

1 Leandro Nilmar 3 Carlinhos Bala 4 Giancarlo

Iraty-PR

L/S(2) CBR(2)

20/03

BR(2)

SA(2)

EST(2)

EST/B(1)

PTS

36

0

0

0

0

36 (18)

0

Corinthians-SP

2(1)

0

0

0

34 (17)

0

36

Santa Cruz-PE

0

0

0

0

32 (16)

0

32

Novo Hamburgo-RS 0

0

0

0

24 (12)

0

24

Ednei

Colo-Colo-BA

0

0

0

0

24 (12)

0

24

Diogo Carlos

Ipitanga-BA

0

0

0

0

24 (12)

0

24

7 Rinaldo

Fortaleza-CE

0

4 (2)

0

0

0

8 Dodô

Botafogo-RJ

0

6 (3)

0

0

L. Domingues

Vitória-BA

0

4 (2)

0

Ratinho

Rio Branco-PR

0

0

0

11 Castor

Mineiros-GO

0

8(4)

12 Romário

Vasco-RJ

0

Catuense-BA

Fabinho

17 (17)

21

14 (7)

0

20

0

16 (8)

0

20

0

20 (10)

0

20

0

0

0

11(11)

19

6 (3)

0

0

12 (6)

0

18

0

0

0

0

18 (9)

0

18

Índio

Vitória-BA

0

2 (1)

0

0

16 (8)

0

18

Danilo

São Paulo-SP

2 (1)

0

0

0

16 (8)

0

18

Marcos Aurélio

Bragantino-SP

0

0

0

0

18 (9)

0

18

Marcelo Pelé

Democrata SL-MG

0

0

0

0

18 (9)

0

18

São Paulo-SP

2 (1)

0

0

0

14 (7)

0

16

Ramon

Atlético-MG

0

4 (2)

0

0

12 (6)

0

16

Élber

Cruzeiro-MG

0

4(2)

0

0

12 (6)

0

16

18 Thiago

L-Libertadores; S-Seleção; CBR-Copa do Brasil; BR-Brasileiro; SA-Copa Sul-Americana; EST-Estaduais; B-Série B do Brasileiro

Leia o regulamento da Chuteira de Ouro no site: www.placar.com.br

PLACAR

-

©1

TIME

•••••••••••••••• •••••••••••••••• •••••••••••••••• A T É

©1 FUTURA PRESS; ©2 PABLO REY

A B R I L ★ 2 0 0 6 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ 9 7


meutimedossonhos

Gilberto

©1

Os 11 melhores de todos os tempos para...

★ Goleiro Taffarel “Foi o goleiro mais frio e concentrado que eu vi jogar.”

O lateral-esquerdo do Hertha Berlim escolhe um esquema ofensivo para sua seleção de craques. Todos brasileiros, por sinal

★ Lateral-direito Jorginho “Era um lateral que chegava na linha de fundo com facilidade e tinha um cruzamento preciso.”

★ Zagueiros Válber “Ainda é um zagueiro excepcional. Merecia ter sido campeão do mundo.”

Ricardo Gomes “Zagueiro técnico e excepcional nas bolas aéreas. Campeão brasileiro pelo Fluminense.”

★ Lateral-esquerdo 01_CAD

Júnior “Ganhou tudo no Flamengo tanto no meio quanto na lateral esquerda. Um espelho para mim.”

-

★ Volante

17:04

Falcão

20/03/06

“Classe, técnica e raça. Nunca vou me esquecer dele na Seleção de 82.”

★ Meias Gérson

ROANDRADE

-

“Outro que não tive a oportunidade de acompanhar ao vivo, mas todos com quem já conversei sobre futebol me dizem que ele era um jogador cerebral.”

Zico “Meu ídolo, não pode ficar de fora de jeito nenhum.”

-

Pelé

Composite

“Não assisti ele jogar ao vivo, mas vendo 15 minutos de qualquer documentário sobre ele você percebe que Pelé era mágico.”

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 98 - 01/04/06

-

★ Atacantes Romário “Eu tive a felicidade de jogar ao lado dele; é impressionante a capacidade de finalização do Baixinho.”

Ronaldinho Gaúcho

‘‘

Minha equipe jogaria em um 4-4-2 ofensivo, com o Falcão como único volante de marcação

9 8 ★ WWW.PLACAR .COM.BR ★ A B R I L ★ 2 0 0 6

“O que ele vem fazendo no Barcelona nos últimos tempos é impressionante. Um dos jogadores mais técnicos que já vi jogar.”

★ Técnico

’’

Telê Santana “Ele é e sempre será uma referência para todos treinadores.” ©1 FOTO PIER GIAVELLI


9 CANAIS

CAPA 16:35

• CONTEÚDO

• CONTEÚDO

• AVISO

DOS HORÁRIOS DOS JOGOS NO SEU CELULAR.

• GRAVE

E REVEJA PROGRAMAS NA HORA EM QUE VOCÊ

EXCLUSIVO DA PLACAR NO CANAL TVA.

COM QUALIDADE DIGITAL. EM FORMATO WIDESCREEN.

ADESÃO GRATUITA.

QUISER SEM PARAR A SUA PROGRAMAÇÃO. VOCÊ PODE PAUSAR A PROGRAMAÇÃO AO VIVO COM O SEU TVA DVR: RÁPIDO, DIRETO E SIMPLES DE USAR.

ASSINE JÁ. PACOTES COM 10 CANAIS HBO A PARTIR DE

41

-

Composite

R$

Ligue já:

3038-5500

,90

OFERTA VÁLIDA POR TRÊS MESES.

tva.com.br

PLACAR

-

PLACAR - PLACAR - 99 - 01/04/06

ESPN + 2 BANDSPORTS.

E você ainda pode ir para a Alemanha 2006. Veja o regulamento no site www.tva.com.br

Muito mais pra você.

Consulte condições especiais em tva.com.br/copa

• GLOBO

-

RROSANTE

-

TODOS OS JOGOS DA COPA COM QUALIDADE DIGITAL SÓ NA TVA: • 4 CANAIS

20/03/06

COM TUDO SOBRE A COPA.


A Yamaha YBR 125 é um profissional completo. Só ela tem resistência e robustez para trabalhar muito, em qualquer situação, na cidade e com muita economia. Disponível nas cores preta, prata, vermelha e verde, a Yamaha YBR 125 tem novo painel de instrumentos e novos grafismos. Yamaha YBR 125. A sua escolha profissional.

www.yamaha-motor.com.br

Use capacete. CONHEÇA A AMAZÔNIA

PRODUZIDO NO PÓLO INDUSTRIAL DE MANAUS

certificado pela DQS de acordo com ISO 9001: 2000. Nº- de registro 003841QM. Foto ilustrativa. As motocicletas Yamaha estão em conformidade com o Proconve/Promot. Sistema de Gestão de Qualidade

CAPA 15:41 20/03/06 AVIEIRA Composite PLACAR - PLACAR - 100 - 01/04/06 PLACAR

Yamaha YBR 125. O trabalho dela é facilitar o seu.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.