Ed. 117 Agosto 2016

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FOTO DE CAPA MILHARAL Talhão de milho com excelente estande de plantas, fruto de muitos cuidados do agricultor. Foto: Alexandre Ferreira Pevidor (Brazil Nature)

MÁQUINAS

Como minimizar os efeitos adversos do clima no cultivo do Milho

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Artigo dos Engº Agrônomos da DuPont Pioneer, José Carlos Madaloz, Bernardo Tissot e Richard Melo orienta os produtores de milho sobre as consequências das variações climáticas decorrentes dos fenômenos El Niño e La Niña, que afetam diretamente a temperatura e a precipitação em todo o Brasil. O artigo apresenta orientações em todos os períodos da cultura: Período de Plantio, Período Vegetativo e o Período Reprodutivo, considerado o período crítico devido às exigências hídricas.

Governo SP amplia Pró-Trator e Pró-Implementos

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Os agricultores do Estado de São Paulo foram beneficiados pelo subsídio oferecido pelo Governo do Estado para a aquisição de tratores (Pró-Trator) e implementos (Pró-Implementos).

LEITE

Utilização da Cana de Açúcar na suplementação de ruminantes

HORTALIÇAS

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Artigo dos pesquisadores Glayk Vilela e Vânia Mirele que aborda e orienta sobre a utilização da cana de açúcar como excelente forrageira, dado os altos teores energéticos e o baixo custo.

Desempenho de novas cultivares de batata

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Embrapa realiza evento em Araucária (PR) para mostrar o desempenho das batatas “BRS Clara” e “BRS Ana”, conduzidas em sistema orgânico, com foco na resistência a doenças.

Sugestões de Controle Biológico na cafeicultura

CAFÉ

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uem lida com a agricultura diretamente no campo sabe que além do mercado, o grande dilema da produção agrícola no Brasil e no Mundo é o clima. “Que chova na hora certa”.... “Que faça Sol na hora da colheita”.... “Que não venham as geadas”.... Mas não é nada fácil. E nunca foi. Seja no cultivo de grãos, na pecuária leiteira ou de corte, na produção de hortaliças ou frutas ou na produção de madeira. É um “eterno aprendizado” pelo qual tem que passar o agricultor brasileiro. Apenas nos últimos 4 anos presenciamos severos efeitos adversos do clima brasileiro: seca extrema na região produtora de café da Alta Mogiana e Triângulo Mineiro (2014); chuvas em excesso em janeiro e fevereiro em todo o País (2015); geada em todo o cinturão produtor de café brasileiro (2016); seca extrema no Oeste da Bahia (2016). Especialistas afirmam que as alterações climáticas observadas na agricultura brasileira e em todo o Continente Americano nas últimas décadas são consequências da ação direta dos fenômenos El Niño e La Niña (variações de aquecimento ou esfriamento das águas do Oceano Pacífico, que refletem diretamente no clima do continente). Nesta edição, apresentamos artigo de pesquisadores da DuPont Pionner que alertam, orientam e propõem medidas que minimizam os efeitos adversos do clima no cultivo do milho. A Pecuária de Corte passa por uma revolução. Destacamos mais uma vez a importância dos Sistemas Integrados (integrando Lavoura, Pecuária e Floresta) na melhoria dos desempenhos de cada atividade agrícola, aumento na renda final do produtor e preservação do solo. Já a utilização da cana de açúcar volta a ser uma excelente opção para o pecuarista de leite Na Agricultura Orgânica, destaque para o Dia de Campo em Araucária (PR), em que foi apresentado os resultados de desempenho das novas cultivares de batata da Embrapa, bem como a apresentação das primeiras sementes com selo oficial orgânico, desenvolvidos pela Korin Agropecuária. Dentre os eventos, destacamos os bons resultados do 6º Congresso ANDAV - Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários, realizado neste mês em São Paulo (SP). Ressaltamos, ainda, a realização do 15º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, que acontecerá em setembro em Goiânia (GO), com a finalidade de atualizar os agricultores, profissionais, técnicos e estudantes sobre as melhores práticas dentro do SPD - Sistema de Plantio Direto. Na cafeicultura, destaque para os 30 anos de trabalho desenvolvido pelos laboratórios de análises da COCAPEC - Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca e Região e o lançamento do Secador Estático e o Despolpador EcoZero sem água da Palini & Alves. Importante ressaltar, ainda, a importância dos Ácidos Húmicos e dos Fertilizantes Organominerais Fosfatados na cafeicultura. Para finalizar, congratulamos a diretoria do novo Grupo Vittia, que se torna um dos três maiores players de fertilizantes do Brasil, que traz as marcas Bio Soja, Granorte e Samaritá. Boa leitura a todos!!!

EVENTOS

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Os agricultores brasileiros e o eterno aprendizado sobre o clima

DESTAQUE: Clima e o Milho

EDITORIAL

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A empresa JCO Bioprodutos, de Barreiras (BA), apresenta sugestões para o controle biológico da Broca-do-Café, Fitonematóides, Cercosporiose, Fusariose, Antracnose, etc.

6º Congresso ANDAV foca as perspectivas do Agronegócio

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Otimismo, integração entre os profissionais do setor agro e fechamento de negócios marcaram o 6º Congresso ANDAV, evento da distribuição de insumos agropecuários de todo o Brasil.


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contatos

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GUILHERME HENRIQUE FERREIRA (guilherme.ferreira@heringer.com.br) Supervisor Comercial - Alfenas (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. JOÃO ÁLVARO MARTINS MONTEIRO (sitiojacanan@gmail.com) Agricultor - Ribeirão Preto (SP). “Tomei conhecimento da Revista Attalea Agronegócios na Agrishow. Gostei muito e, por isso, solicito o recebimento da mesma”. RICARDO CORREGIARI (ricocafras@gmail.com) Empresário - São Paulo (SP). “Fabricamos produtos plásticos voltados a diversos segmentos, inclusive o agronegócio e gostaria de assinar a Revista Attalea”. RAQUEL FERNANDES DOMINGUES (raquelfdomingues@hotmail.com) Estudante - Sete Lagoas (MG). “Estudo Técnico em Agronegócio pelo SENAR e gostaria de receber a Revista Attalea”. BIANCA DA SILVA (bianca@secua.com.br) Agricultora - Uberlândia (MG). “Criamos Galo Índio e gostaria muito de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.

LUIS FERNANDO AVELINO BORGES (luisfernandoavelinoborges@gmail.com) Cafeicultor - Franca (SP). “Solicito receber a Revista Attalea Agronegócios”. RENATO JARDIM MURTA (renato.jardim@hotmail.com) Pecuarista de Leite - Itaobim (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea”. FÁBIO LUIS ALVES DA CRUZ (fabioluisalves@hotmail.com) Engº Agrônomo - Machado (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. ELIANA CRISTINA G. KONRAD (eliana_generoso@bol.com.br) Professora - Adamantina (SP). “Sou Professora Doutora no Curso de Tecnologia em Agronegócios das Faculdades Adamantinenses Integradas e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. ASSOC. REPOS. FLOR. CANTAREIRA (florestalcantareira@uol.com.br) Produção de Mudas Florestais - Amparo (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. JOÃO DE CAMARGO ARANHA NETO Engº Agrônomo - São Bento Abade (MG). “Sou produtor rural e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.

FERNANDO ROBERTO DA SILVA (frsilva19@hotmail.com) Técnico Agrícola - Pedregulho (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea”.

LUCIANE FRANCO (luciane.franco@tribanco.com.br) Supervisora - São Paulo (SP). “Sou responsável pela área de agronegócios no Banco Triângulo S/A e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.

THIAGO GONÇALES CARDEAL NAVES (thiago_naves00@hotmail.com) Engº Agrônomo - São Sebastião do Paraíso (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.

KUNIO NAGAI (kunionagai61@gmail.com) Agricultor - São Paulo (SP). “Gostaria muito de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.

PRISCILA DE SOUZA CARDOSO (cillacardoso@gmail.com) Estudante - Rio de Janeiro (RJ). “Estudante de Engenharia de Produção, especializando-se em Agronegócios. Tenho muito interesse em me aprofundar, visto que após minha formatura, irei para Viçosa (MG) me especializar. Assim, gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. MARIO ARCHANJO ANICETO (archanjomario@gmail.com) Cafeicultor - Franca (SP). “Além de produzir café, cultivo trambém leguminosas, hortaliças e crio aves. Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. NILSON NUNES AZEVEDO (camposverdesma@hotmail.com) Técnico Agrícola - Juazeiro (BA). “Trabalho como representante de vendas de defensivos agrícolas e insumos. Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. ERIKA PEIXOTO DA MOTTA (erikapmotta@gmail.com) Associativista - Governador Valadares (MG). “Trabalho numa associação, com foco em projetos voltados ao produtor rural e quero receber a Revista Attalea”. SIMONE NÍTONI MAIA FERREIRA (simonemaia2610@outlook.com.br) Técnica Agropecuária - Capetinga (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. ANGÉLICA APDA. CASTRO BERDÚ (caberdu@gmail.com) Cafeicultora - Cristais Paulista (SP). “Somos cafeicultores no Sítio Santa Rosa e gostaria de assinar a Revista Attalea”. ADEMIR MOSCARDINI (moscardini@hotmail.com) Cafeicultor - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.


MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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CAMPO LIMPO

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FOTO: Revista Attallea

FOTO: Revista Attallea

o ano de 2015, o Brasil destinou 45.537 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos. Deste total, a Central de Ituverava (SP) destinou 270,5 toneladas. No primeiro semestre de 2016 nossa Central já destinou 192,5 toneladas de embalagens. Existem no Brasil mais de 410 unidades de recebimento (297 Postos e 113 Centrais), distribuídas por 25 estados e Distrito Federal (DF). Desde 2002, quando o inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) iniciou as operações, foram destinadas mais de 320 mil toneladas de embalagens plásticas vazias de defensivos agrícolas pós-consumo, graças ao engajamento da indústria (representada pelo inpEV), dos canais de distribuição, dos agricultores e do poder público. A responsabilidade compartilhada entre os elos do programa explica a capacidade do Sistema Campo Limpo de encaminhar para a reciclagem 94% das embalagens primárias (ou seja, em contato direto com o produto) e 80% do total de embalagens vazias de defensivos agrícolas comercializadas no mercado brasileiro (plástico, papelão e metal). A Central de Ituverava recebe embalagens de produtores de 34 munícipios de 02 estados. São Paulo: (Adamantina, Altinópolis, Aramina, Barretos, Batatais, Buritizal, Cristais Paulista, Franca, Guará, Guaíra, Igarapava, Ipuã, Ituverava, Jardinópolis, Jeriquara, Miguelópolis, Morro Agudo,

Alunos da rede pública e estudantes de cursos técnicos participam do evento

FOTO: Divulgação FAFRAM-FE

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Central INPEV Ituverava (SP) realiza Dia Nacional do Campo Limpo 2016

Nuporanga, Orlândia, Pedregulho, Restinga, Ribeirão Corrente, Sales de Oliveira, Santo Antônio da Alegria, São Joaquim da Barra, Vazante) e Minas Gerais: (Buritizeiro, Campo Florido, Capetinga, Claraval, Monte Alegre de Minas, Sacramento, São Sebastião do Paraíso, Uberlândia). Também recebe embalagens proveniente dos Postos de Recebimentos de Franca (Franca, Ibiraci, Pedregulho, Claraval, Itirapuã, restinga, Cristais Paulista, Patrocinio Paulista, Ribeirão Corrente, Capetinga, Cassia, Sacramento, Sales de Oliveira) e Batatais (Patrocínio Paulista, Restin-ga, Jardinópolis, Bodowski, Nuporanga, Serrana, Ribeirão Preto, Altinópolis e Cássia dos Coqueiros). Por fim, a Central realiza o Recebimento Itinerante recebendo embalagens de pequenos produtores de 12 municípios do entorno. Além de produtores, a Central recebe embalagens de 07 usinas de açúcar e álcool da região: Alta Mogiana, Biosev, Louis Dreyfus, Pedra Agroindustrial, Raízen, Usina Colorado e Usina Guaíra. Neste mês de agosto, a Central de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos de Ituverava FAFRAM/ FE realizou diversas atividades em comemoração ao Dia Nacional do Campo Limpo 2016. “Mais uma vez é a FAFRAM trabalhando e conscientizando as pessoas para um ambiente mais seguro e sustentável. E tudo isso é fruto do trabalho de uma equipe comprometida de colaboradores e alunos voluntários da FAFRAM, além do apoio incondicional dos funcionários e da diretoria da FAFRAM e da Fundação Educacional de Ituverava mas, acima de tudo, contamos com o apoio do inpEV, especificamente das empresas Arysta LifeScience, Bayer CropScience, Syngenta, UPL e DuPont Pioneer; e das revendas agropecuárias: Campagro/BASF, Casa da Lavoura/BASF, Canaoeste e Coram”, explicou


FENICAFÉ 2015

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Regina Eli de Almeida Pereira, Coordenadora de extensão e gerente da Central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos de Ituverava FAFRAM/FE. Confira as atividaes realizadas nas comemorações do Dia Nacional do Campo Limpo 2016 na região:-

2) - Central Portas Abertas: Com a participação da comunidade do entorno, agricultores e alunos universitários e de cursos técnicos; e como de costume a apresentação das estações (Estação Transporte, Estação Tríplice-lavagem, Estação EPI, Estação Reciclagem e Estação Saúde/curso de Enfermagem FAFRAM). O intuito é explicar o funcionamento de uma central de recebimento, que é parte da logística reversa realizada pelo Sistema Campo Limpo. 3) - DNCL na Escola: O DNCL na Escola é um convite às escolas para promover, por conta própria, atividades como: gincanas, apresentação teatral, exposição de desenhos, passeios ecológicos e materiais produzidos em sala de

Luis Fernando Paulino, diretor da ARPAF - Associação das Revendas de Produtos Agrícolas de Franca e Região, recebe premiação.

aula relacionados à conservação do meio ambiente e reconhecimento ao Sistema Campo Limpo. As atividades foram inscritas no site do DNCL e participaram de uma votação publica (via internet) para concorrer a prêmios. Os alunos do 4º anos, da Escola EMEF Profª. Maria Barbosa, de Ituverava (SP), orientados pela Professora Maria Luiz, apresentaram a peça teatral “ Resíduos Sólidos Responsabilidade Compartilhada”. 4) - DNCL Universitário: Durante todo o mês de agosto, palestras sobre o Sistema Campo Limpo foram ministradas para estudantes universitário da FAFRAM e FFCL, de Ituverava (SP), bem como nos Cursos Técnicos das cidades de Franca (SP), Miguelópolis (SP), Ituverava (SP) e Igarapava (SP); e alunos do SENAR e Jovem Aprendiz (CIEE). 5) - DNCL: Dia de Campo realizado dentro do assentamento Nossa Terra, em Batatais (SP), com apresentações de estações ligadas ao destino final e logística reversa do sistema Campo Limpo. Também foi feito o 1º recebimento itinerante de embalagens vazias no assentamento.

FOTO: Revista Attallea

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1) - Programa de Educação Ambiental (PEA): É uma iniciativa do Sistema Campo Limpo, com o objetivo apoiar as instituições de ensino na complementação de conteúdos curriculares por meio de temas relacionados ao meio ambiente e alinhados às recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Em 2016, a central de Ituverava está levando o PEA para 86 escolas de 19 municípios (Ituverava, Aramina, Buritizal, Franca, Guaíra, Guará, Igarapava, Ipuã, Itirapuã, Jeriquara, Miguelópolis, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Pedregulho, Restinga, Ribeirão Corrente, São Joaquim da Barra, Sales Oliveira), beneficiando 11.770 crianças de 4º ano e de 5º ano, que também irão participar, respectivamente, dos concursos de desenho (6.033 crianças) e redação (5.737 crianças).

FOTO: Revista Attallea

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FOTO: Divulgação FAFRAM-FE

CAMPO LIMPO

Márcio Pereira, diretor da FAFRAM-FE, e Regina Eli de Almeida Pereira, Coordenadora de extensão e gerente da Central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos de Ituverava FAFRAM/FE.

Estande da Campagro, com toda a equipe local de consultores da empresa.


MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Trator Massey Ferguson modelo 4265 Compacto, com tração 4 x 4, motor Perkinns de 65,0 cv (TDF de 57 cv) e câmbio Sincronizado de 12 velocidades a frente e 4 a ré.

ponibilizou R$ 130 milhões. A nova Resolução para o Pró-Trator também atualizou os preços dos veículos, que não eram reajustados desde 2014. O aumento médio foi de 10%. “Antes as máquinas estavam com preços impraticáveis porque não haviam sido reajustados. Colocamos os valores em patamares mais reais”, esclareceu Penteado. Saiba como acessar os benefícios do FEAP no site www.agricultura.sp.gov.br ou procurando a Casa da Agricultura de seu município.

FOTO: Agência Agropress

Governo do Estado de São Paulo ampliou a lista de itens financiáveis pelo Programa Pró-Implemento e garantiu o dinheiro da subvenção dos juros do Programa Pró-Trator, ambos do FEAP Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista, executado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento. São mais de R$ 57 milhões para pagar os juros dos tratores adquiridos pelos produtores paulistas pelo Pró-Trator. O secretário Arnaldo Jardim destacou que, mesmo neste momento de escassez de crédito, o Governo do Estado de São Paulo faz um trabalho diferenciado ao manter um programa de apoio ao agricultor. A Resolução SAA nº. 46, de 25 de julho de 2016, estabelece que, dentro do teto de R$ 200 mil de financiamento, o agricultor pode adquirir qualquer tipo de implemento agropecuário por meio do Pró-Implemento. Podem ser comprados - além dos itens acopláveis ao trator, colhedora ou colheitadeira já previstos antes – bens automotrizes, autopropelidos e estacionários, inclusive para preparo, secagem e beneficiamento. “Antes, o agropecuarista só podia adquirir os itens que eram acopláveis ao trator ou à colhedora. Com essa ampliação, estamos atendendo uma solicitação dos próprios produtores surgida nas Câmaras Setoriais da Secretaria”, explicou Fernando Aluizio Pontes de Oliveira Penteado, secretário-executivo do FEAP. Os juros continuam a ser pagos pelo Governo do Estado, que para o ciclo agrícola 2016/2017 aportou R$ 7.995.719 para essa subvenção. O valor oferecido pelo Banco do Brasil para o financiamento do mesmo período é de R$ 30 milhões. “Manter um programa de apoio ao agricultor nesta realidade delicada do Brasil, com uma política onde o governo subsidia os juros, é algo absolutamente revelador da prioridade que a agropecuária paulista tem para o governador Geraldo Alckmin”, apontou o secretário Arnaldo Jardim. Por meio da Resolução SAA nº. 45, de 25 de julho de 2016, o Governo do Estado garantiu a verba de subvenção dos juros do Programa Pró-Trator, disponibilizando R$ 57.185.557 para pagar o prêmio dos veículos adquiridos pelos produtores para o ciclo 2016/2017. Para o financiamento, o Banco do Brasil dis-

FOTO: Divulgação Massey

Governo de SP amplia programa de implementos e disponibiliza recursos para aquisição de tratores

Trator LS Tractor modelo U60C Cabinado, com tração 4 x 4, motor Tier III, com capacidade de 62,0 cv e de 55cv na TDF , câmbio de 12 velocidades a frente.

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GRÃOS

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Como minimizar os efeitos das condições climáticas adversas na cultura do milho

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José Carlos Cazarotto Madaloz¹, Bernardo Tissot² e Richard Mello³

ventos climáticos são ocorrências em um determinado ano, como inundações, tempestades, geadas, ondas de calor e secas prolongadas. A frequência desses eventos é, geralmente, atribuída ao El Niño e La Niña, fenômenos decorrentes das variações dos níveis de temperatura da superfície do mar no Oceano Pacífico. As consequências dessas variações são diretas sobre a temperatura e precipitação no Brasil, e em vários aspectos, tendem a afetar setores da economia que dependem do clima. Este texto tratará especialmente do setor agrícola, com foco na cultura do milho e nos efeitos das condições climáticas adversas para a produtividade em alguns períodos, visando a mitigação desses riscos. Primeiramente, vale lembrar as diferenças dos fenômenos El Niño e La Niña, bem como suas influências: • Durante o El Niño ocorre o aquecimento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Esse aquecimento do oceano e o enfraquecimento dos ventos implicam em mudanças na circulação da atmosfera nos níveis baixos e altos, determinando uma transformação nos padrões de transporte de umidade e, portanto, na variação da distribuição das chuvas em regiões tropicais e

Figura 01 - A diferenciação entre os fenômenos La Niña e El Niño pode ser observado pela coloração da imagem, que ilustra a temperatura da superfície do mar do Oceano Pacífico. Fonte: Climate.gov.

AUTORES

1 - Engº Agrônomo de Campo da DuPont Pioneer

Gráfico 01 - Modelo com base em probabilidade, mostrando a tendência climática para próxima safra de verão. Fonte: IRI/Columbia University.

de latitudes médias e altas. • O fenômeno La Niña possui características opostas ao El Niño, caracterizando-se por um esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical. Alguns dos impactos de La Niña tendem a ser opostos aos do El Niño, porém, nem sempre uma região afetada pelo El Niño apresentará impactos significativos no tempo e clima devido a La Niña (Fonte: www.cptec.inpe.br). Como exemplo do ocorrido na safra passada, quando o clima estava sobre a influência do El Niño, observaramse as seguintes consequências na precipitação e temperatura no Brasil: Na região norte houve uma redução de chuvas nas proporções leste e norte da Floresta Amazônica, caracterizando estiagens cíclicas para a região e aumento das queimadas. A região centro-oeste foi marcada pelo aumento das chuvas durante o verão, com elevação intensa das temperaturas na segunda metade do ano. No nordeste as secas foram severas nas regiões central e norte, afetando, principalmente, a região do Polígono das Secas, que vivenciou crises dramáticas em relação à escassez hídrica. No sudeste do país, houve um aumento das temperaturas no inverno e uma intensificação no regime de chuvas. Já o sul sofreu com a manifestação de chuvas torrenciais, muito acima das médias históricas, além da intensificação das temperaturas. Para a La Niña, nestas mesmas regiões, os efeitos tendem a ser inversos. Análises do Instituto Internacional de Pesquisas da Universidade de Columbia (IRI), de 14 de julho de 2016, indicam que a chance de ocorrência do fenômeno La Niña aumenta para os trimestres seguintes. Segundo o relatório, a “maioria dos modelos de previsão ENSO indicam condições ENSO neutro durante julho, com evolução provável do La Niña (provavelmente fraca) no final de agosto ou setembro”, durando entre a primavera e verão. (Gráfico 01). No Brasil, a maior parte dos efeitos será sentido no decorrer do próximo período de chuva, entre a primavera e o verão. No inverno, seja El Niño ou La Niña, a estação


GRÃOS

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Figura 02 - Fatores que podem interferir na produtividade do milho.

normalmente é mais seca. Somente na região Sul os efeitos de La Niña serão sentidos mais fortemente com tendência de acúmulo de chuva menor que o registrado no mesmo período do ano passado. Com base nessa tendência climática, dividimos o desenvolvimento do milho em três períodos, sendo eles: plantio, vegetativo e reprodutivo (Figura 02). E, a partir disso destacaremos alguns fatores que podem interferir na produtividade e o que pode ser coordenado na propriedade para minimizar os efeitos climáticos adversos. PERÍODO DE PLANTIO - O conhecimento da época ideal de plantio de um híbrido é um fator que pode interferir diretamente na expressão do potencial produtivo. A influência do evento climático na safra, variações na precipitação e temperatura, podem determinar o período de plantio. O que deve ser coordenado é a melhor condição de plantio com a melhor época de plantio (Figura 03).

Figura 03 -Exemplo de um mesmo híbrido com períodos ideais de plantio de acordo com a sua Zona Ambiental Homogênea (ZAH). Fonte: Agronomia DuPont Pioneer.

Outro fator importante no período de plantio é a utilização da correta população de plantas de acordo com cada híbrido. Esse ajuste de população na lavoura pode diminuir riscos em safras com estiagem, e auxiliar no melhor aproveitamento dos recursos (água, luz e nutrientes) evitando a competição intraespecífica. Vejamos um estudo realizado com três híbridos (Gráfico 02) submetidos a diferentes populações de plantas, mostrando que a melhor população para o ambiente resultou em maior aproveitamento da expressão do potencial produtivo do híbrido. Destacamos também, nesse período, a profundidade de plantio e distribuição de plantas (Figura 04) com o objetivo principal de minimizar a competição por recursos conforme citado anteriormente. Um estudo da DuPont Pioneer dos EUA mostra os efeitos da profundidade (atraso na emergência) de plantio e possíveis perdas em produtividade (Figura 05):

Gráfico 02 - No gráfico percebe-se que a melhor população para o ambiente resultou em maior aproveitamento da expressão do potencial produtivo do híbrido. Fonte: Agronomia DuPont Pioneer.

PERÍODO VEGETATIVO - Na cultura do milho, em estádio V8, sob estresse hídrico, é perceptível a diferença que a palhada pode fazer (Gráfico 03). A falta de água nesse período pode afetar o comprimento dos internódios, provavelmente pela inibição do alongamento das células em desenvolvimento, concorrendo, desse modo, para diminuição da capacidade de armazenagem de açúcares no colmo. O déficit de água também pode resultar em colmo mais fino, plantas de menor porte e menor área foliar (Embrapa, Circular técnico, 2006). Outro fator relevante nesse período refere-se a um atributo físico do solo, a compactação (Figura 06). Com restrição hídrica no período de desenvolvimento radicular

Figura 04 - Correta distribuição de sementes na linha

Figura 05 - Efeitos da profundidade (atraso na emergência) de plantio e possíveis perdas em produtividade.


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Figura 07 - Plantas expostas à seca em plantio direto são mais afetadas pela toxicidade do Al. Fonte: Joris, Caires, Bini et al. (2013) – Plant Soil

síveis efeitos negativos climáticos nessa fase. Um último fator destacado no período vegetativo são as doenças foliares. Em decorrência dos eventos climáticos, podemos verificar variações na precipitação e temperatura, o que auxiliará na previsão do aparecimento do patógeno. Vejamos na Tabela 01 a tendência de ocorrência das principais doenças foliares e condições ideais para o seu desenvolvimento.

Gráfico 03 - Palhada na superfície do solo sob estresse hídrico. Fonte: Cruz et. al, 2007

da cultura, as barreiras físicas resultantes da compactação do solo provocam dificuldade de penetração do sistema radicular do milho, dificultando a busca por água e nutrientes, e assim, reduzindo a produtividade da cultura. O equilíbrio nutricional do solo também faz parte das ações que contribuem para minimizar os efeitos climáticos adversos. Em um solo com desequilíbrio nutricional, em situações de estresse hídrico, os nutrientes Nitrogênio (N), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S) e Boro (B) são os que mais sofrem com a disponibilidade para a planta. Nessa situação, e com presença do Alumínio (Al) no solo, as plantas são mais afetadas conforme ilustrado na Figura 07. A Adubação Nitrogenada é mais um ponto importante a ser considerado (Figura 08). Essa operação possui a maior correlação com a produtividade da cultura. O uso inteligente de Nitrogênio, observando as condições climáticas no período da aplicação versus o seu fracionamento, otimizam o uso desse nutriente pela planta e ajudam a “driblar” os pos-

PERÍODO REPRODUTIVO (Embonecamento e Polinização) - Esse estádio inicia quando os estilos-estigmas estão visíveis para fora das espigas. A polinização ocorre quando o grão de pólen liberado é capturado por um dos estilos-estigmas. O grão de pólen, uma vez em contato com o “cabelo”, demora cerca de 24 horas para percorrer o tubo polínico e fertilizar o óvulo. Geralmente, o período requerido para todos os estilos-estigmas em uma espiga serem polinizados é de 2 a 3 dias. Os “cabelos” da espiga crescem cerca de 2,5 a 4,0 cm por dia e continuam a se alongar até serem fertilizados. O número de óvulos que será fertilizado é determi-

Figura 08 - Adubação Nitrogenada. Fonte: Agronomia DuPont Pioneer

Figura 06 - Compactação e efeitos


GRÃOS

nado nesse estádio. Óvulos não fertilizados evidentemente não produzirão grãos. Estresse ambiental nessa fase, especialmente o hídrico, causa baixa polinização e baixa granação da espiga, uma vez que, sob seca, tanto os “cabelos” como os grãos de pólen tendem à dissecação. Vejamos o período crítico do milho em exigência hídrica na Figura 09. A influência do ambiente nessa etapa de desenvolvimento é decisiva. Recomenda-se que seja feito um criterioso planejamento Figura 09 - Período crítico do milho em exigência hídrica. Fonte: Agronomia DuPont Pioneer da cultura, com referência principal à época de semeadura e à escolha do híbrido, de forma simulações da aplicação do SCH na Figura 10. a garantir as condições climáticas favoráveis exigidas pela Na simulação 01 temos a ocorrência do estresse hídrico planta nesse estádio. (Embrapa, Circular técnico, 2006) em novembro, prejudicando 100% o híbrido P1630, 50% os Para gerenciamento dessa fase, a DuPont Pioneer tem híbridos P2530 e P2866 e 0% os híbridos 30F53 e P3456. introduzido, desde o início dos anos 2000, o conceito do Já na simulação 02, há ocorrência de estresse hídrico em Sistema de Combinação de Híbrido (SCH). Este conceito dezembro, prejudica 100% os híbridos 30F53 e P3456, 50% surgiu da condução de ensaios e observações a campo onde os híbridos P2530 e P2866 e 0% o híbrido P1630. notou-se que os híbridos de ciclo diferentes se comportavam de maneira diversa de ano para ano, conforme as condições REFERÊNCIAS: climáticas a que eram submetidos. Como a produtividade do milho é resultado direto da CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS combinação de três fatores (ambiente, manejo e genótipo), CLIMÁTICOS, disponível em www.cptec.inpe.br, acesso busca-se através do SCH uma ferramenta de auxílio ao em 18/07/2016. CRUZ, C.C.; ALVARENGA, R.C.; NOprodutor para que ele possa garantir um lucro aceitável em VOTNY, E.H.; PEREIRA FILHO, I.A.; SANTANA, D.P.; anos de adversidade. PEREIRA, F.T.F. & HERNANI, L.C. Sistema plantio direto. A combinação de híbridos com ciclos diferentes, sob Embrapa Milho e Sorgo. Sistema de produção. Versão Eleum período de estresse, por exemplo, pode ser uma estra- trônica – 3.ed. 2007. tégia para minimizar perdas na propriedade. Vejamos duas EMBRAPA. Circular técnico 76, Fisiologia da produção do milho. 2006. GEOGRAFIA ENSINAR E APRENDER. De El Niño para La Niña. Disponível em http://geografiaensinareaprender.blogspot.com/2016/06/de-el-nino-para-la-nina.html, acesso 18/07/2016. INST. INTERNACIONAL DE PESQUISA DA UNIVERSIDADE DE COLUMBIA (IRI), disponível em http://iri.columbia.edu/, acesso em 18/07/2016. JOIRIS; CAIRES; BINI et al. 2013. Soil Plant. Palestra: A prática da calagem em sistema de plantio direto. Disponível em http://www.agricultura.gov. br/arq_editor/file/Desenvolvimento_Sustentavel/ Abc/Palestras/Seminario%20Dia%20Nacional%20 do%20Calcario%20-%20maio%202013%20-%20 Dr_%20Caires.pdf, acesso em 18/07/2016. MUNDO EDUCAÇÃO. Influência do El Niño no Brasil. Disponível em http://mundoeducacao. bol.uol.com.br/geografia/influencia-el-nino-nobrasil.htm, acesso em 18/07/2016.

Figura 10 - Sistema de Combinação de híbridos. Fonte: Agronomia DuPont Pioneer.

OLIVEIRA, Gilvan Sampaio. O El Niño e você – o fenômeno climático, disponível em http://enos. cptec.inpe.br/saiba/Oque_el-nino.shtml, acesso em 18/07/2016.

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EMPRESAS

ADAMA LANÇA O INSETICIDA VORAZ®

FILÉ DE TRUTA DA KORIN ALTA LANÇA SOFTWARE LIVRE DE ANTIBIÓTICOS “ALTA GESTÃO”

Os agricultores de soja, trigo e milho da região Sul do Brasil contam com um novo aliado para combater as principais lagartas destas culturas: o inseticida Voraz®, lançamento da Adama (leia-se Adamá) (www.adama. com.br). O produto, que combina dois modos de ação, combate as lagartas de difícil controle que se propagaram pelo Brasil, como a Falsa-medideira, Helicoverpa armigera e também no complexo de lagartas do gênero Spodoptera. Devido a algumas técnicas agrícolas como a sucessão de culturas, muitas delas se adaptaram e passaram a ameaçar todo o sistema de produção agrícola, necessitando de uma solução nova e eficaz.

A Korin Agropecuária (www.korin.com.br), empresa líder na produção de frangos livres de antibióticos e que também possui no portifólio as carnes bovinas orgânica e sustentável, lança o Filé de Truta Sustentável, que é livre de antibióticos, hormônios, quimioterápicos e corantes e que marca a estreia da empresa no mercado de peixes. A produção é realizada na Serra da Mantiqueira, especificamente no município de Sapucaí Mirim (MG). Os peixes são criados em tanques de água fria, com sistema de aeração (ventilação), ambiente adequado à espécie, o que garante bem estar e a sobrevivência do animal.

A Alta (www.altagenetics.com.br) promoveu, durante a Agroleite, em Castro (PR), o lançamento do “Alta Gestão”, o novo software de gerenciamento de reprodução que oferece conhecimento mais profundo dos índices reprodutivos de fazendas leiteiras com o intuito de melhorar a Taxa de Prenhez, progresso genético, aumentar a produtividade do rebanho e, consequentemente, a lucratividade da propriedade. “A genética é importante, mas ressaltamos que também é necessário trabalhar a nutrição, saúde animal, manejo e capacitação profissional”, destaca Fabio Fogaça, Gerente de Leite Importado da Alta.

A DAF Caminhões (www.dafcaminhoes.com. br), uma das marcas líderes no mercado europeu e subsidiária da Paccar Inc., anuncia a venda de 11 unidades do caminhão XF105 para a Sekalog Transportes. A concessionária responsável pela venda é a Barigui Caminhões, localizada em Itajaí (SC). Todos os veículos da negociação são do modelo XF105 na configuração 6x4, com cabine Space e motorização de 460 cv. A entrega foi feita em duas etapas e todos os caminhões já estão com a transportadora. As 11 unidades do XF105 serão utilizadas em operação “bitrem” e “rodotrem” para o transporte de bobinas de aço em condições severas. Algo que transmite bastante segurança aos motoristas na condução do caminhão DAF é o freio motor PACCAR, com 430 cv. A principal rota dessa operação será Minas Gerais para região Sul do Brasil.

O Grupo Danfoss (www.danfoss.com.br) anuncia a aquisição da propriedade plena da empresa de capital fechado White Drive Products, um dos principais fabricantes de motores hidráulicos, com sede em Hopkinsville, Kentucky, nos Estados Unidos. A White Drive Products representa um parceiro ideal para o segmento de negócios Danfoss Power Solutions, da Danfoss. Com a união, surge um forte player global no mercado de motores hidráulicos. A White Drive Products tem forte presença nos Estados Unidos e na China e o segmento de Power Solutions da Danfoss tem forte presença na Europa - os dois agora unem forças com a clara ambição de acelerar o crescimento, tornando-se líder de mercado em todas as regiões.

A nutrição consiste em um dos principais fatores limitantes ao desempenho reprodutivo em diversas espécies domésticas. Para auxiliar a reprodução de machos e fêmeas de várias espécies, a Vetnil (www.vetnil.com.br) lançou o Promater®, um suplemento com fórmula equilibrada e prontamente assimilável, composto por Vitaminas, Minerais, Aminoácidos, Betacaroteno, L-Carnitina e Ômegas 3, 6 e 9. O suplemento é indicado para equinos, asininos, ovinos, caprinos, avestruzes e suínos em fase de reprodução. Indicado também para fêmeas na fase de gestação ou postura. Contém Beta-Caroteno, L-Carnitina e Ácidos Graxos, como Ômega 3 (Ácido Linolênico), Ômega 6 (Ácido Linoléico) e Ômega 9 (Ácido Oléico). É apresentado em frascos de 30m e 1 L e pode ser administrado por via oral.

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11 DAF CAMINHÕES XF105 DANFOSS ADQUIRE A PROMATER®, DA VETNIL, COMO BITREM E RODOTREM WHITE DRIVE PRODUTCS AUXILIA NA REPRODUÇÃO


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BIOGENE® LANÇA A TECNOLOGIA CASALE PRESENTE NA @ DO BOI 7-7-7 LEPTRA® PARA SUA LINHA DE PRODUTOS 17

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A BioGene® (www.biogene.com.br) está disponibilizando em sua linha de produtos a tecnologia Leptra® de proteção contra insetos, que é a união das tecnologias Agrisure Viptera®, YieldGard®, Herculex®, e Liberty Link®. Devido ao seu amplo espectro, a tecnologia Leptra® é uma excelente opção para auxiliar os agricultores no controle das principais lagartas que atacam a cultura do milho, como a lagarta-docartucho, lagarta-elasmo, lagarta-do-trigo, broca-da-cana-de-açúcar, lagarta- eridania, lagarta-da-espiga e lagarta-rosca. A campanha de lançamento traz a mensagem que a tecnologia Leptra® é um importante reforço que acaba de chegar para auxiliar no controle das principais pragas da cultura. Ela, associada ao Manejo Integrado de Pragas (MIP), o Tratamento de Sementes Industrial, a excelência do suporte técnico da equipe BioGene® e a genética dos híbridos de milho da marca, traz maior segurança para o produtor. Os primeiros híbridos lançados com a tecnologia Leptra® são o BG7046VYH e o BG7640VYH. Em breve novos híbridos com esta tecnologia serão lançados pela BioGene para agregar mais opções à sua linha de produtos.

A Casale (www.casale.com.br) participou neste mês do “Beef Day” evento realizado pela APTA-SP em Colina (SP). De acordo com Mario Casale Neto, diretor comercial e marketing, a Casale desenvolve as melhores soluções para mecanização da pecuária. Desde o grande produtor profissional ao pequeno produtor, seja no corte ou no leite. Segundo ele, a empresa faz parte do elo do boi 7-7-7, por meio de uma engenharia que contempla distribuição concisa, controle e mensuração do trato, georreferenciamento, além de propiciar agilidade e facilidade na lida rural. O Feeder SC é um bom exemplo desta tecnologia. Projetado e desenvolvido especialmente para a suplementação de gado a pasto ou semi-confinamento, ele é um vagão distribuidor de alto desempenho, com tecnologia de ponta, dedicado para a nutrição de precisão com GPS. Possui robustez em sua estrutura (alta resistência à abrasão e à oxidação, células de carga com suportes reforçados e eixo Tandem para relevos acidentados),

GIGANTE NORTE-AMERICANA AGCO GROUP COMPRA A UPL BRASIL PARTICIPA DO ALBAUGH CHEGA AO BRASIL DINAMARQUESA CIMBRIA FÓRUM PECUÁRIA LUCRATIVA

De olho no crescente mercado agrícola brasileiro, a Albaugh amplia sua participação mundial e lança em agosto a Albaugh Brasil (www.albaughbrasil.com.br). Com investimentos iniciais de US$ 300 milhões, a empresa de origem norte-americana quer se firmar no País ampliando sua capacidade fabril e de distribuição. Assim, pretende quintuplicar seu faturamento nos próximos cinco anos, chegando a US$ 500 milhões em 2021. Segundo o presidente da Albaugh Brasil, Renato Seraphim, os investimentos vão ocorrer neste e nos próximos três anos, tanto em infraestrutura quanto em pessoal. “Estamos comprando novos equipamentos de laboratório e fabricação, além de ampliar a capacitação dos funcionários, que são nosso principal foco, e promover equiparação salarial”. Ao mesmo tempo, novos colaboradores estão sendo contratados e o sistema de gestão da empresa está passando por ajustes para comportar o objetivo de quintuplicar o faturamento anual no País, que hoje é de cerca de US$ 100 milhões, em cinco anos. Assim, serão gerados pouco mais de 100 empregos diretos e indiretos, inclusive com reforço na equipe de vendas, que está espalhada pelo Brasil.

A AGCO (www.agco.com.br), fabricante e distribuidora mundial de equipamentos agrícolas das marcas Challenger®, Fendt®, GSI®, Massey Ferguson® e Valtra®, anunciou a aquisição da Cimbria Holdings, por aproximadamente US$ 340 milhões. Líder na fabricação de produtos e soluções para processamento, manipulação e armazenamento de sementes e grãos, a Cimbria® pertencia à Silverfleet Capital e tem sede em Thisted, na Dinamarca. A lista extensa de produtos e serviços oferecidos pela Cimbria® inclui suporte a limpeza, secagem, armazenamento e transporte de grãos e sementes por meio do desenvolvimento, fabricação e instalação de máquinas individuais, sistemas persona-lizados e implementação completa de planta no modelo de “turn key”(contratação de um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas de projeto,obras, serviços e instalações necessárias), bem como gerenciamento de projetos e controle dos processos de consultoria.

A UPL Brasil (www.uplbrasil.com.br) participou, no início de agosto, do “Fórum de Pecuária Lucrativa”, realizado no Centro de Eventos do Ribeirão Shopping, em Ribeirão Preto (SP) e organizado pela Coan Consultoria e Rehagro. A proposta foi divulgar conhecimento e conteúdo para os pecuaristas, a fim de que todos conheçam a nova realidade, as perspectivas e ações de gerenciamento nesse campo e ampliem suas perspectivas e suas fronteiras na pecuária de corte. A UPL Brasil trouxe o seu portifólio completo para o manejo de plantas daninhas voltadas para as pastagens. Destaque para os herbicidas Danado® (com largo espectro de controle, seletivo, com ação sistêmica, recomendado para o controle de plantas invasoras dicotiledônias de porte arbóreo, arbustivo e subarbustivo); Famoso® (foliar com amplo espectro de ação, alta eficácia no controle de folha larga); e Zartan® (pós-emergente sistêmico e altamente seletivo, controla com grande eficácia um amplo espectro de plantas invasoras de folhas largas, podendo ser utilizado tanto em aplicação terrestre como aérea).


LEITE

A

cana de açúcar é uma das mais antigas plantas cultivada no Brasil. Hoje representa um enorme “boom” do setor agrícola devido às perspectivas futuras sobre o etanol no cenário mundial. Em virtude disso, os canaviais vêm se multiplicando por todo o país. A cana de açúcar é a forrageira dos anos 2000 para alimentação animal. Muitas febres forrageiras se passaram nos anos 80 e 90. Agora é a vez da cana de açúcar que em nossa opinião veio com uma nova roupagem de utilização, deixou de ser discriminada pelo baixo teor de proteína e ganhou o status de forrageira energética. Mas suas justificativas de utilização continuam as mesmas. As principais são a alta produtividade, com consequente baixo custo por unidade de matéria seca; por estar madura no período da seca; e por apresentar baixo risco agronômico. A cana de açúcar, quando adequadamente utilizada, é uma excelente alternativa para melhorar a alimentação dos bovinos de corte e leite, principalmente nos períodos secos do ano. A cana de açúcar é imbatível na produção de matéria seca e energia por hectare, em um único corte. Em muitas regiões do Brasil, a produção chega a 120 toneladas de cana fresca por hectare por corte, por um período de até cinco anos. A alta produtividade potencial (80 a 120 toneladas de forragem por hectare) e o fato de seu ponto ótimo de colheita coincidir com o momento de baixa produção dos pastos, fazem da cultura da cana de açúcar uma excelente alternativa para suplementação animal na entressafra. Além disso, variedades adaptadas estão sendo desenvolvidas para diferentes regiões do país, ampliando a área passível de adotá-la.

AUTORES 1 - Zootecnista, B.Sc. Mestrando em Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Jurado Efetivo de Raças Zebuínas e Assessor de Pecuária Leiteira. Email: glaykhumbertovilela@yahoo.com.br 2 - Médica Veterinária, M.Sc. Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Docente do Centro Paula Souza. Atua na área de sanidade, escrituração zootécnica e biotecnologia da reprodução.

FOTO: Prefeitura de Capão Bonito

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Glayk Humberto Vilela Barbosa1 Vânia Mirele Ferreira Carrijo2

FOTO: Território em Rede

Cana de açúcar na suplementação de ruminantes

Porém, para que o uso da cana de açúcar se torne favorável, é imprescindível que sejam bem atendidas às questões agronômicas de produção da planta (variedade correta, nutrição, tratos culturais entre outros) e ajustado o seu valor nutricional. Como alimento exclusivo, a disponibilidade de alguns nutrientes na cana não atende à demanda nutricional de bovinos, ela possui baixo teor de proteína (2 a 4% da MS) que não atende as exigências mínimas dos animais (independente de categoria). Além disso, sua alta constituição fibrosa (20 a 30% da MS) limita o consumo voluntário, impedindo que o animal compense uma eventual deficiência consumindo quantidades maiores do alimento. Portanto para se obter sucesso na alimentação com cana de açúcar, deve-se balancear dietas que atendam as exigências dos animais conforme sua idade, porte, grau de atividade, estágio reprodutivo e expectativa de desempenho. Dentre as diversas vantagens da utilização da cana de açúcar ressalta-se o fato de ser esta forrageira a de maior potencial de produção de matéria seca (MS) e de energia, por unidade de área, em um único corte, atingindo facilmente produções entre 15 a 20 toneladas de Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) por hectare, em comparação com o milho e com o sorgo que produzem menos de 10 toneladas de NDT/ha. As dietas baseadas na cana-de-açúcar com melhores respostas produtiva e econômica ocorrem quando ela é utilizada fresca. O processo de ensilagem da cana de açúcar (mesmo com o uso de aditivos) pode tornar-se dispendioso, inviabilizando um volumoso que tem como melhor característica um menor custo de produção. Dentre as diferentes formas de utilização da cana fresca na produção animal, a mais tradicionalmente difundida é a mistura cana e ureia (até 2% do peso da cana picada), que quando balanceada corretamente, permite ganhos de peso da ordem de 200 g/dia e produção de leite da ordem de 20 kg/dia, ou até mesmo como ferramenta, permitindo aos animais passar pelo período de estiagem sem perdas. Neste tipo de suplementação é indispensável o uso combinado do sulfato de amônio (na proporção de 9 partes de ureia para 1 par-


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FOTO: Divulgação Nutron

LEITE

te de sulfato de amônio), visando atender a demanda de enxofre, que é essencial no metabolismo de proteínas. Porém, é preciso atenção para utilizar à dieta com ureia, devendo-se atentar para os seguintes cuidados:• Período de Adaptação:- por uma semana deve-se usar somente metade da dose de uréia com sulfato de amônio na cana picada, isto permite que o rúmen do animal se adapte a nova dieta, evitando casos de toxidez; • Modelo de Cocho:- é preciso que haja boa drenagem para que não haja acúmulo de água, sob o risco de concentrar no “caldo” o teor de uréia e, se ingerido, provocar intoxicações que podem até mesmo culminar com a morte do animal. Nesse sentido, cochos cobertos são mais apropriados. • Diluição da Mistura:- Diluir 1 kg de ureia + sulfato de amônio em 4 litros de água e pulverizar em 100 kg de cana de açúcar fresca picada. • Homogeneidade da Mistura:- Uma boa mistura evita riscos de consumo excessivo da ureia, prevenindo eventuais intoxicações. A cana-de-açúcar hidrolisada com cal virgem (0,5% da massa de cana) tem sido bastante difundida. Com ela objetiva-se alterar a composição da fibra da cana, tornando-a mais digestível, e prolongar seu período de uso após o corte pela redução da taxa de degradação da mesma. Apesar dessas vantagens, a hidrólise com a cal não supre a carência proteica da cana-de-açúcar, havendo a necessidade de complemento, que pode vir até mesmo da mistura ureia e sulfato de amônio. Outro ponto importante é que o uso da cal eleva o teor de minerais (principalmente cálcio), que se em excesso pode reduzir a absorção de fósforo e a formação de complexos insolúveis no trato digestivo, prejudicando o desempenho dos animais. A cal utilizada deve ser a micro processada que é a mesma utilizada na indústria alimentícia. A cal utilizada em construções civis possui variações de teor de óxido de cálcio e de magnésio na sua composição, e presença de alguns resíduos minerais, ambos problemas indesejáveis na alimentação animal. A forma de aplicação da cal é feita através de diluição em água (0,5 kg de cal em 2 litros), sendo pulverizada

sobre a cana de açúcar picada, misturando bem em seguida. O uso da cana de açúcar como volumoso tem apresentado bons resultados técnicos e econômicos em confinamentos e semi-confinamentos. Em geral é empregada em proporções que variam de 15 a 50% do total de matéria seca, proporcionando ganhos de peso vivo em bovinos da ordem de 0,8 a 1,4 kg/dia. Dietas de confinamento ou semi-confinamento precisam ser cuidadosamente balanceada, buscando a melhor relação custo/benefício para cada situação, nesse contexto, o ideal é procurar um técnico especializado em nutrição animal para receber a orientação necessária. Existem situações onde a silagem de cana de açúcar pode ser uma alternativa viável. Os casos onde ocorrem queimadas (acidentes) ou geadas no canavial provocam reações químicas na cana que, se não colhida rapidamente, acaba sofrendo queda rápida e irreversível de sua qualidade. Há ainda as situações onde problemas de logística e atrasos nas rotinas das fazendas podem inviabilizar o corte diário, sendo necessário o aproveitamento na forma de silagem. Estes fatos têm suscitado um grande número de experimentos nas instituições de pesquisa do país. Porém, não se deve confundir necessidade com solução. Vale ressaltar que todo processo de conservação de forragens, como é caso da silagem, implica em perdas de qualidade do produto original (cana fresca picada). Com isso, o desempenho apurado em animais alimentados com este tipo de silagem tem se mostrado inferior aqueles onde é fornecida dieta a base de cana fresca picada. Isso sem contar o acréscimo em custo que o processo de ensilagem gera, em geral dobrando o custo do volumoso. A cal virgem também tem apresentado bons resultados no processo de ensilagem da cana-de-açúcar, pois estabiliza a silagem em pH básico, selecionando os microorganismos da fermentação para que esta ocorra de forma desejável. A atuação da cal permanece favorável na silagem, pois inibe a deterioração e crescimento de fungos, além de alterar a composição da porção fibrosa melhorando a digestibilidade. O uso de calcário tem os mesmos objetivos da cal virgem, ambos são utilizados com teores entre 1 e 1,5% do total de cana ensilada, porém o uso da cal virgem apresenta melhores resultados depois de aberto o silo. O uso de gesso não apresenta resultado satisfatório em diminuir perdas de


FOTO: Divulgação ESALQ / USP

FOTO: Divulgação Nordeste Rural

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quilo de concentrado para cada 3 litros de leite produzido. Para vaca seca pode ser fornecida apenas a cana com ureia na seca. Caso haja necessidade de melhorar o escore corporal recomenda-se a suplementação com concentrado. Difundida há muitos anos no país, a cana de açúcar permanece como excelente opção de volumoso para os ruminantes, podendo ser utilizada com sucesso na recria, em vacas não lactantes, em vacas em lactação com menor demanda nutricional e em baixas inclusões na dieta de vacas de maior produção. Em rebanhos leiteiros, a utilização da cana propicia aumento na capacidade de suporte animal da fazenda, comparativamente a um sistema baseado exclusivamente em silagem de milho. matéria seca e formação de etanol. O uso de aditivos microbianos não apresenta grandes vantagens quando comparados aos demais aditivos anteriormente citados, pois apresenta um custo maior e resultados nem sempre superiores aos dos aditivos químicos. O aditivo microbiano com melhor resultado tem sido o Lactobacillus buchneri, que eleva o teor de ácido acético da silagem, inibindo o crescimento dos microorganismos indesejáveis e reduzindo as perdas por degradação. Há ainda a possibilidade de combinar diferentes aditivos, porém, é essencial estar servido de uma orientação técnica capacitada para se obter melhores resultados garantindo a rentabilidade econômica do processo. A cana-de-açúcar é uma excelente alternativa de suplementação volumosa para entressafra, principalmente em virtude do seu menor custo por tonelada de forragem produzida. O método de fornecimento que gera o melhor resultado em termos de custo e desempenho animal é o uso da cana fresca picada, sempre acrescida de aditivos para garantir o melhor aproveitamento da mesma. Para recria e gado de corte, no período da seca, apenas a cana com ureia é o suficiente para manter o peso dos animais e se houver sobra de pasto os animais ainda podem ter um ganho de aproximadamente 200 g/ dia. Na utilização desta técnica para vacas leiteiras se faz necessária uma correção com concentrado. Vacas com produção de até 6 kg de leite/dia pode ser fornecido apenas cana mais ureia. Para vacas com produção superior recomenda-se fornecer um

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ara muitos agricultores, nas principais regiões produtoras de grãos do país, o investimento contínuo em adubação a cada safra é sinônimo de altas produtividades. A prática também é responsável por altos custos, já que corretivos e adubos representam 30% ou mais dos gastos em sistemas de produção que envolvem as culturas de soja e milho. A boa notícia é que pesquisadores da Embrapa e de outras instituições de pesquisa comprovaram, em experimentos conduzidos em áreas de produção comercial de grãos, que em muitas situações é possível reduzir ou até mesmo deixar de adubar por algumas safras, sem perdas significativas de produtividade. “Em solos de fertilidade construída, situação típica da agricultura de alta produtividade na região de Cerrado, é comum que os agricultores continuem adubando com quantidades fixas de nitrogênio, fósforo e potássio por temerem possíveis reduções de produtividade. Esse procedimento pode ser equivocado e levar a perda de competitividade do agricultor”, revela o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas/MG) Álvaro Vilela de Resende, membro da equipe do projeto “Eficiência do uso de fertilizantes e valida-

ção de novas tecnologias”, que envolveu diversas Unidades de pesquisa da Embrapa, instituições externas e produtores rurais. Solo de fertilidade construída é o nome que se dá ao status adquirido em sistemas de produção, principalmente no Cerrado, após investimentos sucessivos em calagem, gessagem e em adubações corretivas e de manutenção com fósforo, potássio e micronutrientes, associados ao estabelecimento do sistema plantio direto, que mantém ou aumenta o estoque de matéria orgânica no solo. Com o manejo ao longo das safras, esses solos passam a apresentar condições físicas, químicas e biológicas adequadas para as culturas expressarem melhor o seu potencial produtivo. “Apesar de o nível de fertilidade do solo ser alto ou até muito alto, é comum que os agricultores continuem adubando. Essa prática tem resultado em adubações desnecessárias ou superdimensionadas, com baixa eficiência de uso dos fertilizantes”, cita um trecho do artigo “Adubação, produtividade e rentabilidade da rotação entre soja e milho em solo com fertilidade construída”, publicado na revista PAB (Pesquisa Agropecuária Brasileira), editada pela Embrapa.

Como está a fertilidade do solo abaixo de 10cm de profundidade? Tales Tiecher1

N

o Sistema de Cultivo Convencional (SCC), as amostras de solo eram coletadas na camada de 0-20 cm. O calcário era aplicado superficialmente seguido de arações e gradagens para sua incorporação, garantindo uma camada de solo adequada ao crescimento radicular, permitindo o acesso aos nutrientes e a água em profundidade. Contudo, com o advento do Sistema Plantio Direto (SPD), o calcário passou então a ser aplicado superficialmente sem revolvimento do solo. Segundo a Comissão de Química e Fertilidade do Solo dos estados do RS e SC (CQFS-RS/SC, 2004), a recomendação para a implantação do SPD a partir de área cultivada sob SCC, é fazer uma amostragem de solo na camada de 0-20 cm e aplicar a quantidade de calcário necessária para elevar o pH do solo a 6,0, seguido de incorporação no solo. A partir dessa última operação de incorporação as amostras devem ser coletadas somente na camada de 0-10 cm e a aplicação do calcário é feita, quando necessária, superficial-

AUTOR

1 – Mestre em Ciência do Solo//UFSM - Doutor em Ciência do Solo/ UFSM - Doutor em “Sciences de la Terre et de l’Univers, Espace” - Université de Poitiers, França - Professor do Curso Superior de Tecnologia em Agropecuária da URI-FW - Responsável Técnico do Laboratório de Análises de Solos da URI-FW - Editor-Chefe da Revista Brasileira de Tecnologia em Agropecuária. Email:- tales.t@hotmail.com

mente e sem incorporação. Contudo, nos estados do RS e SC, muitos agricultores negligenciaram essa recomendação e começaram a cultivar o solo no SPD em áreas degradadas quimicamente sem fazer essa correção prévia do solo em profundidade antes da implantação do SPD. Devido à baixa mobilidade do calcário em profundidade, os efeitos benéficos da correção da acidez do solo que recebe calcário superficialmente se estendem somente aos primeiros centímetros de solo (geralmente até 10 a 12 cm). Por isso muitas dessas áreas possuem problemas severos de toxidez de alumínio em camadas mais profundas do solo (10-20 cm), que impedem o aprofundamento do sistema radicular das plantas. Isso significa que as plantas cultivadas nessas áreas, sejam elas pastagens ou culturas anuais, não conseguem acessar água e nutrientes do solo em camadas mais profundas, resultando em produtividade limitada, especialmente em períodos de estiagem. Por isso, é de extrema importância que nas áreas cultivadas onde verifica-se crescimento radicular limitado das plantas, seja coletado amostras de solo na camada de 10-20 cm, além do solo da camada 0-10 cm. Em áreas com pH do solo da camada 10-20 cm abaixo de 5,5, com elevada saturação por alumínio (maior que 30%), e baixa saturação por bases (menor que 65%), deve-se levar em consideração uma possível calagem com incorporação para corrigir toda a camada de 0-20 cm e então retomar um SPD com maior qualidade e produtividade.


SOLOS FOTO: Guilherme Viana

EXPERIMENTO - A equipe de pesquisadores conduziu o experimento em uma fazenda localizada em uma região produtora de grãos no noroeste de Minas Gerais, cujo solo vem sendo cultivado há 15 anos em sistema de plantio direto com fertilidade considerada de adequada a alta para a região do Cerrado. Três cultivos de verão, em condições de sequeiro, na sequência de rotação soja/milho/soja, foram avaliados, sendo deixada uma área controle com o manejo de adubação utilizado normalmente pelo agricultor. As demais doses das adubações incluíram quantidades de fertilizantes abaixo e acima das empregadas pelo agricultor. As adubações de semeadura foram realizadas no sulco, via semeadora, e as aplicações em cobertura foram feitas manualmente, com filete de adubo nas entrelinhas. Na primeira safra, foi semeada uma cultivar precoce de soja RR, com estande de 380 mil plantas por hectare. O segundo plantio foi feito com um híbrido simples de milho, com 68 mil sementes por hectare. E, por fim, na última safra, usou-se uma cultivar precoce de soja RR com estande de 280 mil sementes por hectare. Após a análise dos dados de produtividade, os pesquisadores concluíram que “nesses casos de elevada fertilidade do solo, a adubação de manutenção com quantidades que apenas reponham a exportação nos grãos constitui o manejo mais racional, uma vez que os nutrientes aplicados e não absorvidos pelas plantas podem ficar sujeitos a processos de perdas no sistema”. Outros resultados importantes obtidos foram que “a soja não respondeu às adubações NPK de semeadura ou de cobertura potássica, em nenhuma das safras” e que “a produtividade do milho (safra 2011/2012), no entanto, respondeu tanto à adubação NPK na semeadura como à cobertura nitrogenada, o que confirma a maior responsividade dessa cultura à adubação”. Os pesquisadores interpretam que “a ausência de resposta da soja e a resposta relativamente baixa do milho à adubação são indícios de que o solo, de fato, apresentava grande reserva de nutrientes, e de que é possível diminuir a quantidade de fertilizantes aplicados no solo avaliado. Portanto, a adubação com quantidades fixas de N, P e K não parece adequada para o manejo do sistema de produção de soja e milho em solos com esse padrão de fertilidade. Para otimização do dimensionamento das adubações é preciso investir em monitoramento do solo ao longo do tempo, ajustando o fornecimento de cada nutriente de forma individualizada, de acordo com um diagnóstico periódico da condição de fertilidade na lavoura”.

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O artigo publicado revela ainda que alguns autores sugerem que culturas mais responsivas, como a do milho, deveriam ser adubadas mais intensamente, enquanto as menos responsivas e de maior plasticidade, como a da soja, poderiam ser cultivadas apenas com a adubação de arranque e com a adubação residual da cultura anterior. Paradoxalmente, não é esta a constatação mais comum no campo. No estudo de caso relatado no artigo, a adubação otimizada representaria uma economia expressiva no uso de fertilizantes. “A dose de fertilizante normalmente utilizada na fazenda para a adubação de semeadura do milho (359 kg/ha) poderia ser reduzida em 47 kg/ha (13%), uma vez que a dose de máxima eficiência econômica foi de 312 kg/ha. Além disso, a adubação de cobertura nitrogenada poderia ser reduzida de 350 kg/ha para 263 kg/ha, ou em 25%. A soja, por sua vez, dispensaria adubação”. Portanto, de acordo com o pesquisador Álvaro Resende, o agricultor deve seguir estratégias como o monitoramento do solo e ter conhecimento das taxas de exportação de nutrientes pelas colheitas das culturas e avaliar o balanço de nutrientes no sistema para depois definir a necessidade de adubação. “Essas estratégias, relativamente simples e que podem ser incorporadas à rotina das fazendas, são decisivas quando se busca eficiência de gestão para maior competitividade na produção de grãos, com ganho de rentabilidade”, diz. Ainda segundo ele, o monitoramento do sistema de produção por meio de análises de solo e a avaliação econômica realizada nos estudos conduzidos até agora indicam a necessidade de se reavaliar o manejo da adubação em solos de fertilidade construída, visando o uso mais eficiente de fertilizantes. (FONTE: Embrapa Milho e Sorgo)


EVENTOS

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FOTO: Revista Attalea

rovando a força do cooperativismo, a FEACOOP Feira de Agronegócios Coopercitrus, realizada pela Coopercitrus com o apoio da Sicoob Credicitrus e que aconteceu de 01 a 04 de agosto na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (SP), excedeu as expectativas tanto de público quanto em negócios. Segundo José Vicente da Silva, presidente da Coopercitrus, os fechamentos de todas as negociações realizadas na FEACOOP, tanto comercial como instituciona, já são os melhores em todos os anos de Feira. “A FEACOOP superou muito minhas expectativas, tivemos um apoio muito grande dos fornecedores, das instituições financeiras, e os números até o momento são excepcionais. O faturamento se consolidará em alguns dias, porque atuamos muito com os financiamentos diretamente dos cooperados com os Bancos, e isso precisa ser formalizado, então, temos uma maturação de alguns dias para acabar de fechar os resultados, que serão extraordinários. Outra parte muito importante é o atendimento aos cooperados e o contato com os presidentes e diretores de outras empresas, essa troca de experiências é muito valiosa. Se somarmos os aspectos da organização, faturamento, atendimento ao cooperado

FOTO: Divulgação Coopercitrus

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FOTO: Revista Attalea

FEACOOP 2016 supera expectativas e bate recordes de público e faturamento

A feira atraiu um grande número de produtores rurais de todas as cadeias produtivas da agricultura e pecuária e de várias regiões do Brasil.

FOTO: Revista Attalea

Acima, estande da Electro Plastic, no Pavilhão Shopping Rural. Abaixo, estande da Palini & Alves, com produtos para várias cadeias produtivas.

e o network, foi uma feira fabulosa”, afirmou José Vicente. Com o tema “Sustentabilidade na Prática”, a FEACOOP contou com um público aproximado de 15 mil pessoas e 160 expositores, além das condições de negociações diferenciadas e dinâmicas de campo que mostraram alternativas sustentáveis para o aumento de produtividade e rentabilidade com o uso racional do solo com o sistema ILP (Integração Lavoura Pecuária) e ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta), a tecnologia das Mudas Pré-Brotadas de cana-de-açúcar e o campo de grãos, ambos inteiramente planejados com projetos de Agricultura de Precisão. “Na área de máquinas os resultados superaram o do ano passado. Estamos muito satisfeitos e, ano a ano, nossa meta é fazer de cada edição a melhor e isso aconteceu nessa 17ª FEACOOP, que provou pelos resultados, pela dimensão da feira, pelo número de expositores, pelas inovações com a participação pela primeira vez de mais uma marca de tratores, a New Holland, além das dinâmicas de cana de açúcar e grãos e, em especial, a ILP e ILPF. Nossa missão é buscar a satisfação dos nossos cooperados e oferecer, por meio


EVENTOS FOTO: Revista Attalea

dessa feira, um pacote de soluções integradas para que eles possam produzir mais em uma mesma área, obtendo mais resultados”, comenta o diretor comercial de máquinas agrícolas, José Geraldo da Silveira Mello. Uma modalidade diferenciada de negociação oferecida na FEACOOP foi o barter, a troca de grãos como soja, milho e café por insumos, máquinas e implementos agrícolas. Para o diretor comercial de insumos da Coopercitrus, Jair Guessi, a Feira já se consolida como uma das melhores de todos os anos. “Com certeza essa foi uma das melhores feiras que já fizemos, tínhamos preços bons de fertilizantes e defensivos de modo geral de quase todas as empresas, principalmente, com produtos de maior giro para época e com toda a certeza fomos muito bem sucedidos”, comenta. Segundo Fernando Degobbi, diretor A MIAC apresentou em seu estande produtos para a cultura do café (na foto a Master Café 2), financeiro da Coopercitrus, a FEACOOP para a cultura do amendoim, do feijão e mandioca, bem como para o preparo do solo. superou as expectativas de venda em máquinas, insumos, fertilizantes, em sua loja de autoatendimento, impulsionaram os produtores nas aquisições. “O momento é o Shopping Rural, graças ao cenário agrícola se apresentar muito propício e, a Feira, atingiu números surpreendentes. com melhores perspectivas. Segundo o diretor, o preço de Nossa expectativa é um faturamento maior que o ano pascommodities e os preços futuros de açúcar, café, laranja, sado, isso, em razão dos preços e condições oferecidas no grãos positivos, além da melhora do setor sucroalcooleiro evento que foram muito boas e atrativas”.

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SISTEMAS INTEGRADOS

Pesquisa da Embrapa avalia viabilidade e simula desempenho do sistema ILPF

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ma equipe formada por pesquisadores e analistas da Embrapa Agrossilvipastoril, do IMEA - Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária, com apoio de professores da UNEMAT - Universidade Estadual de Mato Grosso, finalizou as primeiras análises de viabilidade de sistemas de integração lavourapecuária-floresta (ILPF). A pesquisa, que está em seu terceiro ano, busca fornecer aos produtores uma ferramenta em que possam simular o desempenho de sistemas integrados.

FOTO: Embrapa Rondônia

Trabalho busca fornecer ferramentas que simulam o desempenho de sistemas integrados

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FOTO: Embrapa Rondônia

ANÁLISES EM UNIDADES DE REFERÊNCIA - Até o momento foram finalizadas as análise de quatro Unidades de Referência Tecnológica e Econômica (URTE) durante um ciclo em sete anos. Em todos os casos em que foi possível comparar os resultados com uma das fazendas modais com sistemas exclusivos de sucessão soja/milho, os sistemas integrados foram mais rentáveis. Nessa análise entraram tanto fazendas com sistema lavoura-pecuária, como áreas com lavourapecuária-floresta. Para se chegar a esse resultado, a equipe do projeto levantou informações sobre os custos de cada atividade desenvolvida ao longo de sete anos em quatro propriedades nos municípios de Barra do Garças (MT), Nova Canaã do Norte (MT), Santa Carmem (MT) e Querência (MT). Com base nos coeficientes de desempenho de cada atividade, nos custos, no investimento inicial e na receita foi possível chegar à análise de viabilidade.

DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTAS - De acordo com o pesquisador da área de economia Júlio César dos Reis, este mesmo trabalho continua sendo feito para se chegar à análise de viabilidade de outras cinco URTEs em diferentes regiões do estado e com diferentes estratégias de ILPF. Com isso, serão geradas mais informações para um banco de dados sobre as atividades desenvolvidas nestes sistemas, para subsidiar a criação de uma ferramenta que possa ser usada pelo produtor. “Nossa meta é até o fim deste ano disponibilizar uma ferramenta para análise de viabilidade econômica de sistema de integração lavoura-pecuária (ILP). Isso poderá ajudá-lo na tomada de decisões”, explica o pesquisador da Embrapa, que diz ainda ser necessário mais tempo de pesquisa para a finalização de um modelo para sistemas integrados com o componente florestal. A ideia é que novas informações sejam coletadas continuamente por meio da parceria com o Imea, de modo a ampliar a base de dados, com mais coeficientes técnicos de ILPF. Esse processo é importante devido ao fato de não existirem coeficientes definidos para esses sistemas como já existe para lavoura ou pecuária. São considerados coeficientes técnicos a quantidade de mão de obra necessária para fazer determinada operação, o tempo e consumo de uma máquina para uma atividade, a quantidade de vezes que


SISTEMAS INTEGRADOS FOTO: Embrapa Rondônia

uma operação como a poda de árvores, por exemplo, é realizada, entre outros. O levantamento constante de informações ainda visa manter atualizado o banco de dados, uma vez que as variações de mercado podem impactar diretamente na viabilidade econômica de um determinado sistema produtivo. O superintendente do IMEA, Daniel Latorraca, ressalta que além de auxiliar o produtor a iniciar um projeto de ILPF com a gestão bem alinhada, um dos grandes benefícios deste trabalho é o subsídio às políticas públicas relacionadas à agricultura de baixo carbono. “Esses dados irão subsidiar aplicação de recursos púbicos como os do Programa ABC, que oferece crédito para tecnologias sustentáveis, como a ILPF. Eles irão subsidiar bancos e projetistas para que vejam o que é viável, o que não é viável”, ressalta Daniel Latorraca. METODOLOGIA - Para se chegar a esta análise de viabilidade, a equipe do projeto adotou uma nova metodologia de organização dos custos baseada no sistema ABC (do inglês, Custo Baseado em Atividades). O pesquisador da Embrapa Júlio César dos Reis explica que a vantagem em relação aos demais métodos utilizados é que esse permite a identificação dos custos de produção associados a cada atividade realizada, como plantio, aplicação de fungicida, aplicação de inseticida, dessecação, colheita, poda de árvores, vacinação de animais, etc. Isso é diferente da metodologia de custeio por absor-

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ção, a mais utilizada na avaliação econômica de sistemas produtivos. No método anterior, são computados os custos globais de cada insumo. Assim, não é possível saber, por exemplo, quanto de mão de obra foi dispendida no plantio. A partir da definição dessa metodologia, foram coletados os dados nas URTEs para se chegar à análise de viabilidade. Além disso, ao extrapolar esses dados, é possível criar coeficientes que podem ser utilizados para outras propriedades. Além da continuidade da coleta de dados em Mato Grosso, outro projeto liderado pela Embrapa Agrossilvipastoril e com participação de 17 Unidades da Embrapa começará a levantar os custos em diferentes regiões do país. O objetivo é ampliar a base de dados, de forma a se chegar a uma ferramenta que abranja todo o país.


HORTALIÇAS

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valiar o desempenho das cultivares de batata “BRS Clara” e “BRS Ana”, conduzidas em sistema orgânico de produção, e estabelecer uma comparação entre os dois materiais, com foco na resistência a doenças. Esse foi o principal objetivo do dia de campo realizado no município paranaense de Araucária (PR), a cerca de 30 km de Curitiba (PR). Promovido pelo Escritório de Negócios da Embrapa Produtos e Mercado em Canoinhas (SC), a Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) e a Emater-PR, o evento contou com a participação de pesquisadores, técnicos e produtores rurais da região. Na propriedade do produtor Adão Duran, onde são plantadas hortaliças em sistema orgânico há 15 anos, os testes com as duas cultivares apresentaram algumas variações relacionadas ao comportamento frente ao fungo Phyto-

FOTO: Giovani Olegário da Silva

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Desempenho de cultivares de batata em sistema orgânico é apresentado em Araucárias (PR)

Agricultura brasileira ganha as primeiras sementes com selo oficial orgânico

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orin Agropecuária e Fundação Mokiti Okada lançam este ano, em parceria, as primeiras sementes da Agricultura Natural, com o selo oficial orgânico, concedido pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). A Korin investe em pesquisa e desenvolvimento da Agricultura Natural através de projetos realizados pelo Centro de Pesquisa Mokiti Okada (CPMO), o qual conduz sua pesquisa baseada nos princípios deixados pelo filósofo japonês Mokiti Okada (1882-1955), preconizador da Agricultura Natural. A produção orgânica no Brasil vem crescendo rapidamente nas últimas décadas, mas a baixa oferta de sementes orgânicas reflete a complexidade deste tema, que envolve não somente a falta de pesquisas para obtenção de plantas adequadas ao manejo orgânico, quanto à concentração da produção de sementes nas mãos de poucas empresas. Dentro deste contexto, o CPMO, através do setor de Pesquisa & Desenvolvimento de Sementes, iniciou, sob manejo da Agricultura Natural, a produção de sementes mais adequadas também para a produção orgânica e demais métodos de base agroecológica. A Korin, além de investir nas pesquisas, faz a distribuição das sementes através de suas lojas e ações sociais. O CPMO instalou seu primeiro campo oficial de sementes em 2015, sendo a alface “Brunela”, desenvolvida pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a primeira variedade a ser lançada em maio de 2016, e logo seguida pelas sementes do coentro “Verdão”. Até o final deste ano serão oferecidas mais 4 tipos de alface e o tomate “Camaquã Vermelho”. O tomate “Camaquã Vermelho” foi desenvolvido pelo CPMO a partir de um

processo de seleção iniciado em 2004, seguindo procedimentos técnicos de melhoramento, adaptados aos conceitos da Agricultura Natural. A cultivar foi inserida no Registro Nacional de Cultivares (RNC) do MAPA em 2015 e seu primeiro campo oficial foi instalado em 2016. Com o objetivo de produzir e disponibilizar sementes com o selo orgânico para produtores e praticantes de hortas em casa, escolas e comunidades, o projeto não para por aí e a parceria pretende investir na produção e distribuição de sementes de um número cada vez maior de espécies, entre olerícolas e grandes culturas.


HORTALIÇAS FOTOS: Giovani Olegário da Silva

phthora infestans, causador da Requeima, considerada a doença mais importante da batata no mundo inteiro. Na avaliação do Engº Agrº Antonio Bortoletto, da Embrapa Produtos e Mercado, palestrante do evento, na batata “BRS Ana” a ocorrência da doença reduziu para 80 dias o ciclo vegetativo dessa cultivar que, em condições normais, é de 110 dias, aproximadamente, afetando o rendimento, que ficou em 12,62 t/ha. Já a “BRS Clara”, que apresenta entre suas características a resistência ao fungo, a produção chegou a 22,72 t/ha. De acordo com Bortoletto, nessa área de cultivo não foi utilizada nenhuma forma de controle, nem mesmo as caldas permitidas, pois o objetivo era testar a capacidade de resistência das cultivares. “Caso as caldas fossem utilizadas, certamente os rendimentos teriam sido maiores”, aposta. Para o produtor, que cultiva batata há muito tempo, embora não tenham sido utilizadas outras cultivares para comparação, no caso de materiais mais suscetíveis, em meio às condições adversas como o exResistente à Requeima, a cultivar “BRS Clara” atingiu produtividade de 22,72 t/ha cesso de chuvas – como ocorreu no período dos testes com a “BRS Ana” e a “BRS Clara” -, “teriam resistido menos concentrados em comparação com a adubação utilizada em sistemas convencionais de cultivo”, considera. do que as cultivares de batata em questão”. Segundo o técnico da Emater-PR João Batista MariConforme o pesquisador da Embrapa Hortaliças Giovani Olegário, a mesma resistência não é, muitas vezes, nho, que acompanhou os experimentos com as cultivares observada em sistemas convencionais de cultivo por causa da de batata, o cultivo orgânico vem ganhando importância na aplicação preventiva de fungicidas, enquanto que no sistema região, estimulado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “A prefeitura de Araucária, inclusive, orgânico essas vantagens são mais facilmente visíveis. “Somado esse trabalho a outras experiências anteri- já assinou vários contratos esse ano para recebimento de ores, podemos verificar que as cultivares “BRS Ana” e “BRS produtos orgânicos para o programa”, destaca. Clara”, principalmente essa última, apresentam boa adaptação ao sistema orgânico de cultivo, notadamente pela maior resistência à requeima, e também a outros fatores que precisam ser melhor analisados”, anota o pesquisador, que levanta algumas hipóteses para a boa performance da cultivar, a exemplo de um sistema radicular mais bem desenvolvido. “Alguns resultados experimentais indicam que a “BRS Clara” é mais tolerante à seca e, caso essa característica esteja relacionada a um maior sistema radicular por ter sido melhorada em solos mais ácidos, pode vir daí a explicação do melhor aproveitamento de nutrientes do solo – menos

Cultivar “BRS Ana”, colhida na propriedade do Sr. Adão Duran

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Controle biológico na cafeicultura 30

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Luciane Oliveira Miller1

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Figura 1. Frutos com brocas infectadas com B. bassiana

Brasil é um dos maiores produtores de café do mundo. Devido às exigências do mercado importador de café, a busca por manejos alternativos de pragas na cafeicultura estão se tornando cada vez mais frequente. Neste contexto entra o controle biológico que se utiliza de organismos para controlar ou diminuir a população de outros organismos considerados maléficos.

Controle biológico da Broca-do-Café - A broca-docafé, Hypotenemus hampei, é um exemplo de sucesso no controle biológico (NEVES,et al.2005). Na lavoura, os conídios do fungo entram em contato com os adultos da broca, germinam em poucas horas, penetrando posteriormente por diversos pontos do corpo do inseto (Figura 1). A partir do quarto dia após a aplicação, os primeiros insetos mortos são observados. Poucos dias após a morte, os adultos são recobertos por uma camada pulverulenta de conídios de cor branca/creme. Os conídios, assim formados, aumentam consideravelmente a fonte de inóculo do agente biológico, permitindo que o mesmo se mantenha ativo na área por período prolongado de tempo. Controle Biológico de Fitonematóides - Nematóides do gênero Meloidogyne também são grandes responsáveis pela redução da produção em áreas cafeeiras. O fungo Paecilomyces lilacinus pode diminuir esta perda dentro de uma abordagem integrada. Essa espécie é muito estudada no controle biológico de nematóides fitopatogênicos (CADIOLI, et al.2009). Sua ação caracteriza-se pela penetração de suas estruturas parasíticas na matriz de ovos das fêmeas (Figura 2), destruindo o embrião do nematóide, podendo exercer forte pressão na capacidade reprodutiva das fêmeas que são colonizadas. Também possui capacidade de parasitar a fase móvel (Juvenil 2) colonizando-os e consumindo-os completamente. Além disso, apresenta produção de metabólitos solúveis com efeito tóxico sobre os adultos. Além do P. liFigura 3. A)- Pareamento de Trichoderma sp.x Fusarium sp.; B)- Trichoderma sp. Crescendo sobre a colônia de Fusarium sp.

AUTORA

1 – Mestre em Agricultura de Precisão.

FONTE: Ufndesyram

Figura 2. Ovo de Meloidogyne sp. parasitado por Paecilomyces lilacinus

lacinus, também existe a Pochonia chlamydosporia, fungo que parasita ovos e fêmeas de nematóides endoparasitos sedentários pertencentes aos gêneros Meloidogyne, Heterodera e Globodera. Controle Biológico de Doenças - No café, o fungo Trichoderma sp., é indicado na redução do inóculo de Cercosporiose (Cercospora coffeicola), Fusariose (Fusarium spp.), Aspergilose (Aspergillus spp)., Phoma (Phoma spp.), Antracnose (Colletotrichum sp.) e outras espécies (Figura 3) (NINA, et al. 2011). Este fungo proporciona melhor crescimento radicular e desenvolvimento da parte aérea da planta devido ao controle dos fitopatógenos do solo, além de estimular a sistema de defesa da planta e aumentar a disponibilidade de nutrientes para absorção radicular tais como o fósforo e potássio, entre outros elementos. Ainda, existem outros agentes de biocontrole com funções similares ao Trichoderma spp.. A bactéria Bacillus subtilis é um dos microrganismos antagonistas mais estudados a qual se destaca no controle de doenças. No cafeeiro o B. subtilis é muito conhecido para o controle da ferrugem (Hemileia vastatrix). A bactéria interfere na aderência do patógeno na folha, no seu desenvolvimento posterior e inibe a germinação dos conídios. Este microrganismo é usado também como promotor do crescimento de plantas e indução de resistência. Além disso, alguns estudos evidenciaram que o B. subtilis pode ajudar no controle de nematóides formadores de galhas, pois as endotoxinas produzidas por B. subtilis no solo interferem na ovoposição e eclosão de juvenis.


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TECNOLOGIA

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Bioproteção de Qualidade do Café - A qualidade do café é essencial para conseguir preços superiores e é igualmente importante a produtividade. O fungo Cladosporium cladosporioides é associado a bebidas de alta qualidade devido a sua propriedade biofungicida (ANGÉLICO, 2013). Este agente de qualidade age contra os fungos produtores de micotoxina que deterioram a qualidade do café como o Fusarium sp., Penicillium sp., Aspergillus ochraceus e Aspergillus niger. A Empresa JCO Bioprodutos tem uma linha de produtos voltada para a cafeicultura feita à base dos microrganismos citados. Estes produtos são seguros ao aplicador, ao consumidor e ao meio ambiente. Além de serem ideais para uso em Programas de Manejo Integrado de Pragas e agricultura orgânica. REFERÊNCIAS NEVES, Pedro MOJ et al. Utilização de Beauveria

bassiana no controle da broca-do-café Hypothenemus hampei (Ferrari) em lavoura de café no norte do Paraná. 2005. CADIOLI, Marina Capparelli et al. Efeito de isolados de Paecilomyces lilacinus no desenvolvimento de cafezais e na população de Meloidogyne paranaensis. Ciências Agrotec, v. 33, n. 3, p. 713-720, 2009. NINA, Rudy et al. Evaluación de la capacidad biocontroladora de cepas nativas de Trichoderma spp. sobre Rhizoctonia sp. y Fusarium sp. en café (Coffea arabica) en condiciones experimentales. Journal of the Selva Andina Research Society, v. 2, n. 1, p. 43-52, 2011. ANGÉLICO, Caroline Lima. Aplicação do agente biológico Cladosporium cladosporioides (Fresen) de Vries “Cladosporin” como bioprotetor da qualidade do café (Coffea arabica L.). 2013.

Goiânia (GO) sediará o 15º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha

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Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (FEBRAPDP) realiza de 20 a 22 de setembro de 2016 o 15º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha com o tema “Palha, Ambiente e Renda”, em parceria com a EMBRAPA, Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e Universidade Federal de Goiás (UFG). O Encontro será realizado no Centro de Eventos da UFG em Goiânia (GO). Em 1996, Goiânia sediou a 5ª edição do Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, que serviu para estimular o desenvolvimento do Sistema Plantio Direto na região dos cerrados. O Sistema Plantio Direto (SPD) é uma prática conservacionista baseada no mínimo revolvimento do solo, rotação de culturas e manutenção de cobertura vegetal do solo. A prática protege os solos da erosão, preserva a vida biológica e aumenta a produtividade das lavouras. O Encontro Nacional do Plantio Direto ocorre com a finalidade de atualizar os agricultores, técnicos, estudantes, sobre as melhores práticas dentro do SPD.

DIA DE CAMPO - Além das palestras e painéis de discussão, nessa edição haverá mini-cursos e dia de campo na Embrapa Arroz e Feijão. A Estação 1 divulgará o tema “SPD e ILP no sequestro de gases de efeitos estufa”. O objetivo desta estação será elucidar a dinâmica das principais fontes de gases do efeito estufa relacionadas à agricultura e mudança do uso da terra e, ainda, apresentar estratégias para mitigar tais emissões e aumentar o sequestro de C no sistema solo planta em ILP. Além disso, o participante terá acesso às mais recentes informações sobre a emissão desses gases em um sistema de integração lavoura pecuária, com dados de mais de três anos ininterruptos de coleta.

Na Estação 2, o tema abordado será “Manejo de pragas, plantas daninhas e doenças com plantas de cobertura”. Para minimizar os riscos e os prejuízos causados por doenças, pragas e plantas daninhas torna-se imperativo aos produtores, em Sistema de Plantio Direto (SPD), melhorarem a qualidade do seu sistema, adotando a rotação de culturas e a diversificação de espécies, além do uso do manejo integrado e do controle biológico. Já na Estação 3, o tema abordado será “Adubação de sistemas”. Nesta estação, o agricultor terá a oportunidade de conhecer os principais avanços da pesquisa e demais informações relacionadas ao manejo da fertilidade do solo de forma eficiente na região do Cerrado de modo a gerar discussões sobre o assunto, desenvolvendo maneiras eficientes de aumentar a produção agrícola. Os patrocinadores do evento são: Monsanto (master), Microgeo (master), Dow AgroSciences, Jacto, Case iH, Mosaic e Syngenta sInformações: http://www.15enpdp. com.br/


FRUTICULTURA

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CAFÉ

Laboratório de análises da COCAPEC completa 30 anos de qualidade, agilidade e confiança

34 FOTOS: Divulgação COCAPEC

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A alta qualidade da equipe faz a diferença nos resultados.

s modernas instalações e o alto nível técnico dos colaboradores fazem do laboratório da COCAPEC um dos melhores do Brasil. Essa graduação é atestada pelas instituições Esalq/USP e IAC, que há anos classificam o laboratório com a conceituação máxima. O laboratório foi criado um ano depois da fundação da COCAPEC, em 1986. Nestes 30 anos de atuação ele evoluiu sempre, seja em novas técnicas de análises, em melhorias estruturais e também em qualificação de funcionários. Tudo

Equipamentos modernos auxiliam na precisão e na agilidade dos trabalhos.

As amostras passam por diversas etapas para assegurar um resultado confiável ao produtor.

para prestar serviços de excelência. A agilidade é mais um ponto forte. Os laudos são entregues rapidamente para que os produtores possam fazer as correções necessárias em sua lavoura, com base nas orientações de seu agrônomo. Além de estar totalmente à disposição dos cooperados, o laboratório também atende clientes não associados, que podem desfrutar igualmente de todos os esses benefícios. Para se obter um bom resultado é muito importante o produtor seguir as metodologias das retiradas das amostras, sejam de solo ou de folha. Este trabalho influenciará diretamente no parecer final e é preciso ser feito sob orientação.


CAFÉ

CECAFÉ e Secretaria de Agricultura do Estado de SP assinam protocolo para ampliar capacitação de produtores

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CECAFÉ - Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – acaba de assinar um protocolo de intenções com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo com intuito de ampliar a capacitação de produtores familiares de café em informática e boas práticas agrícolas no Estado de São Paulo. O acordo tem como objetivo obter apoio da Secretaria no sentido de ampliar a abrangência do programa “Produtor Informado” para atender o maior número de produtores de café e trabalhadores rurais. O projeto, criado há dez anos pelo CECAFÉ, visa levar inclusão digital e as boas práticas agrícolas aos pequenos e médios produtores de café do Brasil. Pelo protocolo assinado, o CECAFÉ e a Secretaria se comprometem a promover cursos de capacitação aos agricultores com ênfase em ações de sustentabilidade para a cafeicultura brasileira. O plano de trabalho, que inclui a organização, operacionalização e programação dos cursos, deverá ser executado pelo GTC - Grupo Técnico de Cooperação, formado por representantes do CECAFÉ e da Secretaria. A parceria contempla ainda o fornecimento de materi-

ais aplicados aos produtores participantes. “Há mais de uma década buscamos aprimorar e ampliar os nossos programas ligados à inclusão dos pequenos produtores e à sustentabilidade. Essa nova parceria com a Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo é mais um passo importante neste sentido”, diz Luciana Florêncio, diretora-geral do CECAFÉ. Segundo a executiva do CECAFÉ, as práticas sustentáveis devem sempre andar de mãos dadas com a cadeia produtiva e, para atingir esse objetivo, é essencial ter produtores agrícolas bem preparados e conectados com as melhores e mais inovadoras práticas de produção. “Só assim teremos um produto cada vez mais qualificado e com processos produtivos sustentáveis”, completa. O projeto “Produtor Informado” conta também com a parceria da Emater-RO, Emater-MG, Incaper, Fundação Hanns Neumann, IFES-Agrifesw, COCAPEC e Cooxupé, atingindo 45 municípios nos principais estados produtores (MG, ES, SP e RO). Desde sua criação, o programa já capacitou 2.000 participantes e a expectativa é totalizar, ao longo deste ano, 1.500 alunos formados em diferentes regiões do Brasil.

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CAFÉ

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Ricardo T. Suzuki1

cafeicultura utiliza mão de obra de maneira intensiva e os custos operacionais de produção do café estão cada vez mais altos, em função da falta de mão de obra e dos aumentos indexados do salário. O uso de tecnologias para minimizar o custo de produção na cafeicultura está ligado à intensificação da mecanização nas lavouras. Isso demanda investimentos elevados e se faz necessária uma avaliação sistemática e aprofundada sobre o assunto. Na formação do cafezal, principalmente nos dois primeiros anos, a mecanização é presente, mas de forma parcial, pois muitos processos ainda dependem de execução manual, em especial a capina, sendo ela química ou manual, não se tratando de um processo simples, necessitando de mão de obra qualificada para execução destes serviços, aumentando muito o custo de produção e por vezes, não tendo o controle e eficiência esperados neste manejo tão importante nesta fase. O mulching de polietileno, como é chamado o filme de cobertura de solo, cuja função mais conhecida é o controle do mato, já é amplamente utilizado pelos produtores de morango, tomate, melão e outras tantas culturas do segmento de hortaliças e frutas é uma ferramenta que pode e irá ajudar muito neste manejo das ervas daninhas, pois uma vez colocado, ele não permitirá a passagem de luz e também o crescimento das ervas, diminuindo assim estes custos de mão de obra e uso que herbicidas. FOTOS: Divulgação Electro Plastic

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Método revolucionário no controle do mato na cultura do café

AUTOR 1 - Engenheiro Agrônomo, Supervisor Técnico Comercial da Electro Plastic.

A preocupação pelo custos de produção e investimentos desta tecnologia, muitas vezes dificulta sua implantação, mas uma pergunta poderá nos auxiliar em muito na tomada de decisão: quanto se gasta no processo de capina manual ou química nos dois primeiros anos na implantação da lavoura? Quanto realmente ela é eficiente? Portanto uma avalição dos processos atuais de manejo e formação do cafezal deve ser considerada, diante das novas tecnologias do mercado. A Electro Plastic tem em sua linha o ECOMULCHING MPB que por sua aditivação especial contra a ação do sol, possibilita durante os 2 anos a eficiência deste controle, além de permitir no final da sua utilização, a retirada total do material e sua destinação para ser reciclado, contribuindo para uma agricultura sustentável.


MA SHOU TAO

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HOMEOPATIA

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FOTO: Divulgação Homeopatia Brasil

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m junho de 2015 a Homeopatia Brasil promoveu um importante evento em Franca (SP), reunindo cafeicultores, agrônomos e compradores de café interessados em produzir e comercializar cafés especiais e livres de resíduos de agrotóxicos. O evento contou com a palestra apresentada pelo diretor da Homeopatia Brasil, Alexandre Henrique Leonel sobre o tema – A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL – baseada no livro publicado em 2005 e escrito por W. Chan Kim e Renée Mauborgne. A palestra teve como objetivo estimular os convidados a buscarem um novo cenário para a comercialização de seu café, com destaque para o de cafés especiais livres de agrotóxicos. A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL é responsável por diversos casos de sucesso comercial no mundo todo, en-

FOTO: Divulgação Homeopatia Brasil

Oceano azul para clientes da Homeopatia

tre eles a famosa Starbucks, reconhecida mundialmente por sua promissora capacidade de comercializar cafés especiais em diversos países. Nesse ano os primeiros resultados já estão sendo colhidos por alguns dos clientes da Homeopatia Brasil. A produtora Maria José Cintra Diniz, por exemplo, proprietária do sítio São Miguel, em Ibiraci (MG), acreditou e investiu no projeto tornando-se a primeira a produzir e comercializar uma safra de café livre de resíduos de agrotóxicos. Os resultados de laboratório confirmaram que os grãos produzidos por ela não apresentavam nenhum resíduo de agrotóxico o que permitiu que ela acessasse o cobiçado mercado de cafés especiais livres de agrotóxicos e recebesse um prêmio de R$ 100,00 por saca. As lavouras da senhora Maria José estão em conversão para obter a certificação orgânica e mesmo antes de estar certificada já foi possível agregar algum valor a sua safra:

Reflexões sobre o 1º Plano Nacional de Produção Orgânica

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Brasil ganhou destaque no cenário internacional, sendo o primeiro país a lançar um Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PLANAPO). Atualmente, o Uruguai também está elaborando um plano nacional de agroecologia. E alguns Estados, como Rio Grande do Sul, Paraíba, Paraná, Minas Gerais, entre outros já possuem planos ou programas estaduais de agroecologia. O primeiro PLANAPO foi elaborado de forma participativa com a sociedade e teve como objetivo articular e implementar um conjunto de programas e ações de fortalecimento e ampliação da agricultura de base agroecológica, da transição agroecológica e da sociobiodiversidade, bem como estimular processos sustentáveis de uso e manejo da agrobiodiversidade e sociobiodiversidade. Possui 14 metas distribuídas em quatro eixos: produção, recursos naturais, conhecimento e comercialização e consumo e conta com 125 iniciativas. Dentre os diversos resultados deste Plano, destaca-se a aplicação de R$ 63,1 milhões em crédito para a

recursos e contratos efetivados por meio das linhas Pronaf Agroecologia e de outras linhas do Pronaf, para sistemas orgânicos e de base agroecológica, na qual foram beneficiadas 1.973 famílias de agricultores familiares. Além disso, hoje os/as agricultores/as familiares somam 80% dos produtores/as certificados/as na lei de orgânicos. Houve um aumento de 14% das unidades de produção sob controle oficial em relação a 2013 (acréscimo de 1.756 unidades), totalizando 13.916 unidades, e um aumento de 60% do número de Organizações de Controle Social, em relação a 2013, passando de 163 para 260. Esse tipo de certificação socioparticipativa é utilizada pelos agricultores/as familiares para oficializarem-se como produtores orgânicos, passando a integrar o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos. As políticas de compra institucional também tiveram um bom desempenho na aquisição de produtos orgânicos e agroecológicos. Somados os Programas de Aquisição de Alimentos e de Alimentação Escolar, alcançou-se um volume de recursos da ordem de R$ 241 milhões. (FONTE: MDA)


FOTO: Divulgação Homeopatia Brasil

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“conseguimos o ágio porque o tratamento com os preparados homeopáticos da Homeopatia Brasil nos ajudou a produzir café conforme as normas orgânicas e após análise em laboratório, não foram encontrados resíduos de agrotóxicos. Para nós, isso foi uma alegria muito grande e uma recompensa porque, além do retorno financeiro, temos também o benefício para a saúde que é o que queremos. A Homeopatia é usada na prevenção de ferrugem, broca e bicho-mineiro e é uma solução muito boa dentro daquilo que estamos buscando. As lavouras responderam bem e a produção foi acima do esperado. Nosso café teve uma bebida muito boa, com pontuação entre 81 e 85 pontos. Desta forma, comprovamos que é possível fazer uma cafeicultura diferenciada e, na próxima safra, esperamos vender o café certificado como orgânico para o mercado brasileiro, com a possibilidade de agregar ainda mais valor ao produto, ao mesmo tempo em que realizamos o manejo de forma mais natural porque a prioridade na nossa vida é a saúde, não só da minha família, mas também das outras pessoas”, disse Maria José. O engenheiro agrônomo Caio Diniz, especializado em

agricultura orgânica e responsável técnico pela condução das lavouras, esclarece que, hoje em dia, produzir alimentos orgânicos, como o café orgânico, está muito mais fácil do que era há 10 anos. “Temos adubos orgânicos de boa qualidade e produtos fitossanitários permitidos para uso na agricultura orgânica, como os preparados homeopáticos da Homeopatia Brasil. Com tecnologia adequada, seguindo princípios agroecológicos, é possível produzir café orgânico com alta produtividade e qualidade. Tenho percebido um aumento na procura de produtores interessados em produzir café orgânico, buscando informações sobre como fazer o manejo e a certificação, e, como sabemos, o mercado orgânico está em pleno crescimento no Brasil e no mundo”. Para o diretor da Homeopatia Brasil o prêmio pago a cliente Maria José é uma demonstração de que o mercado é comprador de café de qualidade produzido de forma sustentável e segura, “a missão da Homeopatia Brasil é promover a saúde das águas, dos solos, das plantas, dos animais e do Homem, e estamos investindo todos os nossos esforços no sentido de alcançá-la”, afirmou Alexandre Leonel.


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Ácido Húmico: uma alternativa viável para a cafeicultura 40

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Tiago Siqueira Rodrigues Alves1

Figura 1. Teores de P (extraído com Mehlich-1) no solo, 90 dias após a aplicação de 200 kg.ha-1 de P2O5, utilizando MAP Convencional e MAP revestido com AHLA (adaptado de DUARTE et al., 2013).

m termos práticos, as Substâncias Húmicas (SH) são compostos orgânicos heterogêneos condensados, que diferem dos demais compostos resultantes da atividade microbiana sobre a matéria orgânica, tais como polissacarídeos, aminoácidos, açúcares, proteínas e ácidos orgânicos de baixa massa molar (Stevenson, 1994). Por possuírem elevada persistência no solo e desempenharem papel fundamental na alteração no desenvolvimento de plantas, as SH tem sido amplamente utilizadas na agricultura atual (CHEN et al., 2004). De acordo com Metzger (2010), dentre as fontes naturais existentes para a extração de substâncias húmicas, a Leonardita (minério de lignito) é o material que proporciona a maior concentração de ácidos húmicos e fúlvicos, bem como, a molécula mais reativa devido ao seu estágio mais avançado de oxidação e polimerização.

AUTOR 1 - Engº Agrônomo - ESALQ/USP.

Nesse contexto a Omnia Fertilizantes® desenvolve parte de seus produtos utilizando a Leonardita Australiana, fonte reconhecida pela alta concentração de ácido húmico, para obtenção de SH. Grande parte dos solos cultivados no Brasil são altamente intemperizados, predominando, nesses solos, argilas 1:1 e óxi-hidróxidos de ferro (Fe) e de alumínio (Al). Estes minerais possuem elevada capacidade de adsorção de fósforo (P), sendo esta característica um dos fatores que controla a disponibilidade deste nutriente. A maneira pela qual o P se liga a matéria orgânica é similar ao modo que esse mesmo nutriente se prende nas cargas do solo, ficando indisponível para absorção. Assim, as SH podem afetar a disponibilidade de P pelos seguintes mecanismos: a) bloqueando os sítios de adsorção de P dos hidróxidos de Fe e Al; b) competindo com os sítios de adsorção da fração mineral pelo P solúvel e c) deslocando parte do P adsorvido pela fração mineral (ANDRADE et al., 2003). Duarte et al. (2013) encontraram aumento na disponibilidade de fósforo na ordem de 60%, ao comparar a disponibilidade de fósforo após a aplicação de 200 kg de P2O5 por hectare, na forma de MAP, quando comparado a aplicação do MAP revestido com AH proveniente da Leonardita Australiana (AHLA) (Figura 1). A aplicação de AH pode acarretar ganhos expressivos de produtividade, mesmo com aplicações de volumes considerados baixos. Acredita-se que os ganhos de produtividade alcançados ocorram devido à combinação de fatores, tais como maior disponibilidade de P, pela complexação de metais presentes no solo (ROCHA; ROSA, 2003) e pelos efeitos fisiológicos que as SH podem causar nas plantas. As SH estão relacionadas com a ativação do metabolismo secundário das plantas, como o aumento da captação de CO2, síntese de ATP e respiração mitocondrial (METZGER, 2010), bem como aumento no teor de clorofila e a ativi-


FEMAGRI

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dade de várias enzimas (NANNIPIERI et al., Figura 2. Produção em sacas de café beneficiadas por hectare, ao longo de 1983). Além disso, as SH podem causar alteraquatro safras consecutivas, comparando o tratamento padrão (Testemunha), com o tratamento padrão + aplicação de HumaKelp®. ções no sistema radicular, tais como a formação de raízes laterais e adventícias e o alongamento radicular (BALDOTTO et al., 2010). As SH também atuam de maneira indireta na rizosfera, alterando a dinâmica microbiana na zona radicular por estimularem a exsudação de açúcares pelas raízes. Tal alteração no ambiente da rizosfera interfere principalmente na disponibilidade e na assimilação dos nutrientes (BALDOTTO; BALDOTTO, 2014). Em um experimento conduzido na ACA - Associação dos Cafeicultores de Araguari, sob coordenação técnica do Professor Dr. André Luís Teixeira Fernandes (UNIUBE), por 4 safras consecutivas em lavoura de cafeeiro adulto, a aplicação de 15 litros por ha.ano-1 de HumaKelp® (produto a base de ácido húmico extraído da Leonardita Autraliana), resultou em menor incidência de doenças (ferrugem, phoma e cercóspora), v.50, n.7, p. 1089-1095, 2004. maior crescimento vegetativo e ganho de produtividade médio de 14,6 sacas por ha.ano-1 (Figura 2) (SANTINATO et al., DUARTE, I.N.; MELO JUNIOR, H.B.; SILVA, A.A.; 2015). Portanto, a utilização de ácido húmico na cafeicultura, LANA, R.M.Q.; PIRES, M.R. Utilização de ácidos húmicos surge como uma ferramenta viável na busca de novos patama- no revestimento do MAP. Enciclopédia Biosfera, Centro res de produtividade. Científico Conhecer, v.9, n.16, p.2084-2091, 2013. Referências ANDRADE, F.V.; MENDONÇA, E.S.; ALVAREZ V., V.H.; NOVAIS, R.F. Adição de ácidos orgânicos e húmicos em Latossolos e adsorção de fosfato. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.27, p.1003-1011, 2003. BALDOTTO, M.A.; BALDOTTO, L.E.B. Ácidos húmicos. Revista Ceres, v.61S, p.856-881, 2014. BALDOTTO, M.A.; CANELA, M.C.; CANELLAS, L.P.; DOBBSS, L.B.; VELLOSO A.C.X. Redox index of soil carbono stability. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.34, p. 1543-1551, 2010. CHEN, Y.; CLAPP, C.E.; MAGEN, H. Mechanisms of plant growth stimulations by humic substances: the role of organo-iron complexes. Soil Science and Plant Nutrition,

METZGER, L. Humic and fulvic acids: the black gold agriculture? New AG International. 2010. 22-34 p. NANNIPIERI, P.; MUCCINI, L.; CIARDI, C. Microbial biomass and enzyme activities: production and persistence. Soil Biology and Biochemistry, v.15, p.679-685, 1983. ROCHA, J.C.; ROSA, A.H. Substâncias húmicas aquáticas: interações com espécies metálicas. São Paulo, UNESP, 2003. 120 p. SANTINATO, R.; FERNANDES, A.L.T.; MOSCA, E. Boletim Técnico ACA-Uniube-Fundação Procafé, n.5, 2015. 127p. STEVENSON, F.J. Humus Chemistry: Genesis, Composition, Reactions, 2a. Edição. New York: John Wiley, 1994. 512 p.


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Região da Alta Mogiana entre os campeões olímpicos

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FOTO: Divulgação AMSC

evento das olimpíadas de 2016 é um momento no qual a atenção do mundo se volta para o Rio de Janeiro (RJ), principalmente para os espetáculos esportivos, mas também para as atividades que complementam o cenário. E um ícone brasileiro tão importante quanto o café não poderia deixar de ser uma das atrações para encantar turistas do Brasil e do Mundo. Dentro da Casa Brasil, no Píer Mauá, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Apex-Brasil e o Sebrae Nacional, estruturou o Espaço Arte Café, uma cafeteria modelo para apresentações sobre os cafés especiais brasileiros, explorando história, origens produtoras, características e os métodos mais interessantes de preparo. E a Região da Alta Mogiana marcou sua presença ao longo de três dias durante o segundo final de semana das Olimpíadas 2016. Com o apoio das marcas Bela Época e Irmãos Moscardini, a AMSC expôs diretamente a mais de duas mil pessoas as diferenças de qualidade dos cafés de sua Região e a importância da origem para a produção de grãos especiais. Visitantes de diversas nacionalidades e localidades faziam fila para aguardar a

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apresentação seguida da degustação dos cafés. Ao todo foram três dias, 24 apresentações e mais de mil minutos de fala. Uma maratona digna para promover uma Região de café campeã!


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UMA REGIÃO, UM CONCURSO. André Luis da Cunha - Cafeicultor, diretor-presidente da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana [ altamogiana@amsc.com.br ]

Região da Alta Mogiana se fortalece em um momento em que os cafés especiais ganham cada vez mais evidência no país e fora dele. Em 2016, a Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, com o apoio da COCAPEC, realizará o 14º Concurso de Qualidade da Região da Alta Mogiana. Um passo importante diante do caminho de construção que temos pela frente. Estruturar um único concurso de qualidade de café demonstra a união dos esforços em prol do desenvolvimento da cafeicultura e do reconhecimento do trabalho de seus produtores, bem como a apresentação para o mercado de um exclusivo conjunto de lotes premiados com os melhores grãos especiais da Região. A comunicação uníssona traz maior “peso” para os cafés premiados e valorização ao produtor, o que posiciona melhor a Região perante compradores e consumidores. Concentrar as amostras em um processo de seleção também enriquece a experiência dos juízes que são convidados para provarem os cafés, muitos dos quais vêm com o interesse de conhecer melhor o potencial da Região para a aquisição de lotes. Ao provarem uma maior quantidade de amostras, poderão conhecer mais a fundo os diferentes perfis de bebida e carregar consigo essa vivência ao longo da sua trajetória profissional. Em um ano de safra alta em que chuvas no início da colheita comprometeram a qualidade de parte dos grãos, é importante mostrar que a Região ainda assim tem cafés excelentes para ofertar para reafirmar seu potencial quantitativo e qualitativo. Afinal, o mercado desse segmento é crescente e precisamos ganhar cada vez mais espaço.

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) estima que o Brasil possa produzir até 8 milhões de sacas de 60kg de café especial em 2016, o equivalente a 35,5% da demanda mundial de 22 milhões de sacas de 60kg, conforme estimativas da Organização Internacional do Café (OIC). Em 2015, para fins comparativos, o país exportou 6,75 milhões de sacas de consumiu internamente 1 milhão de sacas de cafés especiais. E a Região da Alta Mogiana conseguiu se posicionar entre os melhores em concursos de expressão. O desempenho dos nossos cafés nos principais concursos do país precisa ser mantido ou até melhorado. Por isso a necessidade do envolvimento dos nossos cafeicultores, classificadores e provadores nesses processos. São os senhores que conhecem os lotes desta safra e têm condições de identificar aqueles que se destacam. As entidades líderes do setor, como Sindicatos Rurais, Cooperativas e Associações também desempenham papel fundamental, pois são elo de comunicação direta com o produtor. Essas instituições são chave para divulgar e incentivar a adoção de técnicas e processos que visem a melhoria da qualidade; além de motivar a participação nos principais concursos. Ao unir esforços para emplacar vencedores, mantemos a bandeira da Região da Alta Mogiana erguida e conseguiremos o devido reconhecimento aos cafés e cafeicultores. E esse trabalho começa pela inscrição de cafés diferenciados no 14º Concurso de Qualidade de Café da Região da Alta Mogiana. Quanto mais amostras de cafés especiais, mais forte o Concurso e mais credibilidade para a Região. O Brasil cultiva café em 23 regiões, precisamos valorizar e destacar a nossa!


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Liderança e Qualidade Palini & Alves em duas inovações para a cafeicultura

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novar sempre requer uma mudança de conceitos, mas quando o produtor rural tem ao lado a segurança e a qualidade de uma empresa como a Palini & Alves, a inovação é um processo natural. Seguindo esta tendência, a empresa promoveu no início de agosto o lançamento de dois novos equipamentos que prometem revolucionar o processamento de café em todo o País: o Secador Estático e o Despolpador EcoZero sem Água. O lançamento aconteceu em um Dia de Campo, em que participaram muitos agricultores, clientes, parceiros, cooperativas e muitas referências da cafeicultura brasileira. No evento, os produtores puderam comprovar ao vivo o funcionamento dos equipamentos.

FOTOS: Divulgação Palini & Alves

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Lançamento Palini & Alves: Secador Estático e o Despolpador EcoZero sem Água

Os participantes do dia de campo avaliam o trabalho do Secador Estático.

SECADOR ESTÁTICO - Os custos de produção estão pressionando cada vez mais os cafeicultores brasileiros. Especialmente os custos com a mão-de-obra. A correta secagem do café é um processo crucial para manutenção da qualidade do produto, porém, quase sempre requer um intenso trabalho. Atualmente, o uso de terreiros na secagem tem por desvantagem questões como o espaço e capacidade de seca nos picos da colheita, e os custos com mão-de-obra. Com o

objetivo de facilitar o trabalho do produtor nesta etapa de secagem, a Palini & Alves lança no mercado o Secador Estático para o café. É a tecnologia da Palini & Alves mais uma vez revolucionando o mercado. Desta vez, com a segurança e qualidade que só uma empresa líder pode oferecer. Cafeicultor, você vai deixar de depender da sorte para contar com a tecnologia! A primeira grande vantagem deste sistema é eliminar a secagem no terreiro; do pé de café diretamente para o Secador Estático, realizando uma présecagem. Ele elimina a necessidade de movimentação dos grãos durante o processo. Por isso, consegue trabalhar com qualquer grau de umidade e qualquer estado de maturação. O resultado é a redução de custos, tanto no uso de mão de obra como em seu baixo consumo de energia. O Secador Estático permite flexibilidade em termos de volume, atendendo tanto pequenos como grandes produtores, a um custo acessível, inclusive, para os produtores de menor porte. Em conjunto com os Secadores Rotativos, o Secador Estático permite o controle total da temperatura e da umidade em todo o processo de secagem, A flexibilidade de volume do Secador Estático permite o atendimento de pequenos a grandes cafeicultores.


CAFÉ FOTO: Divulgação Palini & Alves

aumentando a possibilidade de alcançar cafés de qualidade superior. Um diferencial importante é a experiência e liderança de mercado que só a Palini & Alves pode oferecer. A qualidade do Secador Estático se baseia nos equipamentos Palini & Alves que o acompanham, como a fornalha Palini & Alves de fogo indireto, o alimentador de palha automático, e o ventilador tipo turbina.

VANTAGENS E DIFERENCIAIS DO SECADOR ESTÁTICO • Elimina a secagem no terreiro, e diminui a mão de obra necessária nesta etapa; • Capacidade: de 4.000 L à 32.000 L; • Dispensa obra civil para sua instalação; • Forno de fogo indireto; O Despolpador EcoZero é o único do mercado que não utiliza água para a despolpa do café. • Alimentador de palha automático; • Pré-secagem: complementa o Secador Rotativo, au• Sistema de transporte (após basculamento): transporte mentando sua produtividade. por roscas transportadoras ou transportador de correias; • Tampa metálica; • Fácil limpeza dos fundos; • Sistemas de descarga: manual ou basculamento hidráulico; • Painel de comando elétrico (opcional).

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DESPOLPADOR ECOZERO - O futuro da cafeicultura brasileira passa diretamente pela necessidade de uma cafeicultura mais sustentável. É uma demanda dos compradores internacionais e é, além de tudo, uma responsabilidade socioambiental que o produtor brasileiro deve encarar. E no centro das preocupações ambientais está o uso da água. Cada vez mais escassa, seu uso no processamento pós-colheita de café gera impactos no meio-ambiente. Como líder no segmento máquinas agrícolas para o processamento de café, a Palini & Alves conseguiu melhorar o que já era muito bom. Reconhecida pelos seus clientes por possuir o melhor Despolpador do mercado, a Palini & Alves lança agora o Despolpador EcoZero, o único do mercado que Os participantes avaliam a qualidade do café despolpado do Despolpador EcoZero. não utiliza água para a despolpa do café. O que era bom, ficou ainda melhor. nica em todo o Brasil. Além de ser ecologicamente correto, pois não gera água residuária no pós-colheita, possui grande facilidade de VANTAGENS E DIFERENCIAIS DO DESPOLPAoperação e é ajustável à diversos tipos de estágios de matu- DOR ECOZERO ração dos cafés, fornecendo diversas possibilidades para me• Ecologicamente Correto, Zero consumo de água; lhorar o rendimento e a qualidade no pós-colheita. • Único despolpador do mercado realmente SEM ÁGUA; • Não gera água residuária; O grande diferencial de qualidade é a confiança na • Facilidade de operação e manutenção; marca Palini & Alves. O cafeicultor brasileiro também pode • Ajustável à diversos tipos de cafés; contar com a segurança de ter em mãos um produto 100% • Baixo custo de manutenção; nacional, com baixo custo de manutenção e assistência téc• Despolpador mais eficiente; • Melhor custo-benefício. Mais uma vez, a Palini & Alves mostra porque é líder de mercado, oferecendo duas novas opções de maquinários inovadores e de qualidade para o cafeicultor brasileiro. São soluções completas para a cafeicultura brasileira, resultado de mais de 35 anos investindo em tecnologia e qualidade, com dedicação para ajudar os cafeicultores a realizarem seus sonhos. É uma liderança reconhecida dentro e fora da fazenda. Ser líder de mercado é o resultado de um esforço construído em conjunto com os produtores de café, e este é o maior reconhecimento que uma empresa pode ter, o da satisfação e confiança de seus clientes.


EVENTOS

COCATREL e MINASUL realizam Feira de Negócios Cooperativas se unem para executar comercialização de insumos e implementos

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iabilizar bons negócios e aproximar o cooperado do que há de melhor no mercado de adubos, fertilizantes, defensivos e maquinário para a cafeicultura. É com este objetivo que a COCATREL - Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (MG) e a MINASUL - Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha (MG) se uniram para realizar a 1ª Feira de Negócios Cocatrel Minasul. O evento, que será realizado do dia 5 a 7 de setembro, é uma demonstração inequívoca do potencial das Cooperativas para aprimorar a competitividade. Juntas, elas pretendem comercializar seus insumos e implementos agrícolas aos mais de 10 mil associados, espalhados por cerca de 200 municípios mineiros. Durante a 1ª Feira de Negócios Cocatrel e Minasul o produtor rural terá a oportunidade de fazer suas compras de defensivos, fertilizantes, máquinas e implementos agrí-

colas com condições especiais de preço e prazo. O cooperado que desejar, poderá optar por pagamentos até agosto de 2017 com financiamentos via cooperativas, bancos, ou ainda, efetuar a troca de café por produtos (barter)- a modalidade de pagamento mais segura e rentável para o produtor rural. Numa área de 100 mil m², o visitante encontrará uma estrutura completa, inclusive com praça de alimentação. A entrada é gratuita e o credenciamento para acesso ao evento poderá ser feito online com antecedência. A 1ª Feira de Negócios Cocatrel e Minasul, que conta com a promoção da Café Editora (empresa especializada em eventos e conteúdo na área de café) acontecerá no Espaço Cocatrel (Av. Ipiranga, 1745, Três Pontas/MG), das 8h às 17 horas nos dias 05 e 06 de setembro e, das 8h as 12 horas, no dia 07 de setembro. Entrada Gratuita. Informações: (35) 3265-1358 (Cocatrel) ou (35) 3219-6956 (Minasul).

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EVENTOS

Evento da distribuição de insumos agropecuários movimentou expositores e congressistas

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timismo, integração entre os profissionais do setor agro e fechamento de negócios marcaram a sexta edição do Congresso ANDAV – Fórum & Exposição, que aconteceu entre os dias 15 e 17 de agosto, em São Paulo. Para o presidente executivo da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV), que realiza o evento, Henrique Mazotini, o encontro superou as expectativas e refletiu as ações que a ANDAV vem desenvolvendo no mercado. “Conseguimos reunir nesta edição nomes de grande representatividade do agronegócio nacional e que envolvem toda a cadeia agrícola: a indústria, os distribuidores e os produtores rurais. Discutimos o aumento de produtividade nas revendas, a qualidade da gestão e dos serviços e os nossos esforços também foram essenciais para manter e ampliar a integração necessária para o crescimento do setor”, apontou Mazotini. Quem esteve presente nos três dias de evento, além de obter grande troca de informações sobre o setor do agronegócio e efetivar networking na área de exposição, teve também a oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre as mudanças e perspectivas do mercado atual sob a ótica de especialistas e técnicos durante as plenárias. “Tanto a área

FOTO: NewsLink

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Relacionamento e foco nas perspectivas do agronegócio 2017 marcaram o 6º Congresso ANDAV

Henrique Mazotini, presidente executivo da ANDAV

de exposição quanto a grande sala do congresso estiveram bem movimentadas nesta edição”, completou Mazotini. NETWORKING FOI DESTAQUE NO SEGUNDO DIA - O segundo dia do VI Congresso ANDAV foi marcado pelo amplo relacionamento entre expositores e distribuidores de insumos agrícolas e veterinários. A interação entre os públicos foi o principal estímulo para a geração de negócios. Para Henrique Mazotini, presidente executivo da ANDAV, associação que organiza o evento, o destaque da programação ficou por conta do fluxo de visitantes e congressistas tanto nas plenárias quanto na área de exposição. Para José Munhoz Felippe, vice-presidente de Proteção de Cultivo da Basf, o congresso está sendo um excelente termômetro de negócios, equilibrado entre as oportunidades de networking e discussões pertinentes sobre a evolução e crescimento do agronegócio nacional. “Neste ano estamos apresentando um novo fungicida para controle da ferrugem e das doenças da soja, e também estamos investindo em relacionamento e oportunidades de negócios”, apontou. Leandro Cita, responsável pelo acesso ao merca-

Representantes das empresas vencedoras do Prêmio ANDAV 2016


FOTOS: Revista Attalea

FOTOS: NewsLink

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Henrique Mazotini discursa na abertura do 6º Congresso ANDAV.

Estande da Bio Soja, no 6º Congresso ANDAV.

do, da Syngenta, disse que o objetivo da empresa no encontro é mostrar que sua presença junto à rede de distribuição é de extrema importância para o mercado agrícola como um todo. “Sabemos que a cadeia só funciona se tudo isso estiver muito bem alinhado. Nossa preocupação é com que o agricultor extraia o máximo da terra que ele cultiva”, pontuou. Para Magno Rodrigo Moreira, diretor comercial da PGG Chem, o evento tem se mostrado uma oportunidade de buscar os distribuidores de insumos agrícolas de alta performance. Presente pela primeira vez no encontro, o diretor aproveitou o momento para filiar a empresa à ABISOLO Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal, que também é expositora do Congresso. A ANDAV também entregou o primeiro prêmio para as melhores ações educacionais apresentadas por seus associados. Os ganhadores foram: 3 Tentos, de Santa Bárbara do Sul (RS), com o projeto “Produzir Mais”, que desenvolveu soluções personalizadas sustentáveis aos produtores rurais; a SC Tecnologia – de Recife (PE), com o programa “Rally do Melão”, que realizou uma corrida de conscientização sobre a fruticultura regional no padrão de regularidade; e a Agro Amazônia, de Cuiabá (MT), com o projeto educacional “Horta na Escola”, que levou para a sala de aula as melhores práticas para a criação de uma horta comunitária.

e ambiental da gestão. E levantou a questão, “Afinal, porque se fala tanto de pecuária sustentável?”. Ele ressaltou que apenas 25% da pastagem pertencentes aos biomas – Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado – estão em boas condições. A segunda palestra da manhã da terça-feira foi realizada por Bob Higby, ex-presidente da Independent Agribusiness Professional (IAP), conjunto de empresas varejistas. Ele contou que os fatores que garantem o sucesso de um distribuidor independente são o compromisso com sua própria empresa, com os outros membros, com a liderança, com o estatuto, reforçando assim as políticas da empresa junto a seus fornecedores. “Se você está entrado numa organização para benefício próprio não vai dar certo, mas se você pensar no grupo será beneficiado”, concluiu. A terceira palestra foi apresentada por Edson Bouer, responsável pelo Prêmio Best Innovator, que explicou como a excelência na gestão de inovação impulsiona o crescimento rentável. Na sequência, Celso Luiz Moretti, chefe de departamento de pesquisa e desenvolvimento da EMBRAPA, apresentou o tema “O futuro da pesquisa da produção de alimentos: a distribuição como difusor da tecnologia”. Moretti ressaltou que até 2050 será preciso aumentar a produção de alimentos, mas sem desmatar novas áreas, por isso o crescimento tem de ser vertical e para isso precisamos estar preparados para mudanças e investimentos tecnológicos. Dado Schneider, palestrante motivacional falou sobre o tema “Vendas no século XXI: mudar ou morrer” e fez o público refletir sobre as mudanças no mercado de trabalho, com relação às novidades tecnológicas. “Quem tem mais de 30 anos está atrasado digitalmente e precisa se atualizar para não ficar defasado em relação aos novos profissionais de mercado, afinal, você pode ficar velho, mas não pode ficar ultrapassado”, sugeriu.

CONGRESSO APRESENTOU ASPECTOS ESTRATÉGICOS DE GESTÃO - Abrindo a plenária do segundo dia do evento, Francisco Beduschi Neto, gestor de projetos e coordenador da iniciativa de pecuária no Instituto Centro de Vida (ICV) falou sobre a sustentabilidade econômica, social

Estande da Agrotitan, no 6º Congresso ANDAV.

CONGRESSO FECHA O DIA COM PALESTRA MOTIVACIONAL - Abrindo o último dia, Daniel Pagotto, diretor da Tratto Consultoria, trouxe aos congressistas dados sobre a governança corporativa no agronegócio. Já a segunda palestra da manhã da quarta-feira foi realizada por Veridiana Cavalheri, Business Coach e Performance Trainer da Sociedade Brasileira de Coaching, que ressaltou as ferramentas de coaching para o desenvolvimento de líderes globais num agronegócio de alcance global. Encerrando a edição 2016 do Congresso ANDAV, Rafael Baltresca motivou os congressistas apresentando os aspectos do subconsciente que envolvem o sucesso.


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Fertilizantes organominerais fosfatados na cultura do cafeeiro (Parte 2) Cássio Ricardo Rodrigues Gomes1, Renato Passos Brandão2, Eder de Paula Guirau3 e Rodrigo Chiareli4

6. O que é o Fertium® Phós?

É

um fertilizante organomineral com altos teores de substâncias húmicas e enriquecido com nitrogênio e fósforo. Os nutrientes são provenientes de fertilizante solúvel em CNA+água (Tabela 1).

Tabela 1 - Dados técnicos do Fertium® Phós GARANTIAS

PARÂMETROS Nitrogênio (N total)

3%

Fósforo (P2O5 sol. CNA+água)

15%

Carbono Orgânico Total (COT)

11%

Capac. Troca Catiônica CTC Umidade Máxima Odor Cor Natureza Física

500 mmolc/dm3 20% Inodoro Escura Farelado

7. Benefícios do Fertium® Phós O Fertium® Phós possui maior eficiência agronômica no fornecimento do P ao cafeeiro. As substâncias húmicas do Fertium® Phós aumentam a eficiência das adubações fosfatadas através de três mecanismos: • Reduzem os locais de “fixação” do fósforo no solo recobrindo estes locais com radicais orgânicos, formação de complexos organofosforados e substituição de íons fosfatos por íons orgânicos nos sítios de adsorção; • Estimulam o maior desenvolvimento das raízes do cafeeiro aumentando o volume explorado do solo e a absorção do fósforo;

AUTORES 1 – RTV de Franca (SP). Email:- cassioagrogomes@hotmail.com 2 – Gestor Agronômico. Email:- renatobrandao@biosoja.com.br 3 – Coordenador Agronômico. Email:- ederguirau@biosoja.com.br 4 – Coordenador Regional de Vendas. Email:- rodrigochiareli@terra.com.br

• Liberação de parte do fósforo fixado (P lábil).

No plantio do cafeeiro, o cafeicultor deve realizar a aplicação do Fertium® Phós no sulco de plantio e em lavouras em formação e produção, aplicá-lo na projeção da copa. Em lavouras fertirrigadas, realizar a aplicação de substâncias húmicas líquidas (Fertium® Humic) no bulbo de irrigação iniciando as aplicações com as primeiras fertirrigações. O Fertium® Humic também podem ser aplicados em lavouras sem irrigação na projeção da copa do cafeeiro. 8. Ensaios com Fertium® Phós em café arábica a. Implantação de uma lavoura de café arábica Foi instalado um ensaio de campo com o Fertium® Phós na cultura do café arábica sequeiro em Boa Esperança (MG), em lavoura da cultivar Mundo Novo IAC 379-19, plantada em janeiro de 2013, no espaçamento de 3,5 x 0,7 m com 4.081 plantas/ha. O solo da área experimental é um Latossolo Vermelho distrófico, classe textural argilosa com 45% de argila, 15% de silte e 40% de areia. O teor de P no solo era muito baixo (P Mehlich-1 = 1,5 mg/dm3). Foram avaliadas duas fontes de fósforo (superfosfato simples e o Fertium® Phós) na dose de 60 g de P2O5 por metro linear de sulco e duas doses de composto orgânico (0 e 3 L por metro linear de sulco). O composto orgânico é uma mistura de esterco bovino e de aves na proporção de 1:1 (peso/peso), equivalente a aproximadamente 1,8 kg de composto por metro linear de sulco. Antes do plantio do cafeeiro, foi realizada uma calagem com 2 t/ha de calcário dolomítico. Os demais tratos culturais foram definidos de acordo com o Manual de Recomendações da Fundação Procafé. A primeira safra comercial foi colhida em junho de 2015. A produtividade do café foi influenciada pela fonte de fósforo e pelo composto orgânico (Figura 3). O Fertium® Figura 3. Efeito de duas fontes de fósforo e do composto orgânico na produtividade do café.

Fonte: Deptº Agronômico da Bio Soja, 2015.


CAFÉ Figura 4. Efeito do Fertium Phós no pegamento da florada e grãos do cafeeiro. ®

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Fertium® Phós

Superfosfato simples

Phós proporcionou aumento de 6 sacas/ha de café beneficiado na produtividade do café. A aplicação do composto orgânico no sulco de plantio aumentou ainda mais a produtividade do café.

era médio (P resina = 24 mg/dm3). Foram avaliadas duas fontes de fósforo (superfosfato simples e o Fertium® Phós) na dose de 400 kg/ha dos produtos comerciais. Os fertilizantes fosfatados foram aplicados em 15 de outubro de 2014 na projeção da copa do cafeeiro. A colheita do café foi realizada em 19 de junho de 2015. O Fertium® Phós proporcionou maior pegamento da florada e grãos do café (Figura 4). O aumento na produtividade do cafeeiro foi de 6 sacas/ha de café beneficiado (Figura 5). As substâncias húmicas do Fertium® Phós reduziram a fixação do P e aumentaram a disponibilidade do nutriente ao cafeeiro. Além disso, as substâncias húmicas promovem maior desenvolvimento das raízes do cafeeiro, aumentando a absorção de água e nutrientes, dentre os quais o fósforo.

b. Lavoura do café arábica em produção Foi instalado um ensaio de campo com o Fertium® Phós na cultura do café sequeiro em produção em Jeriquara (SP), em lavoura da cultivar Catuaí Vermelho IAC 144, plantada em 15 de dezembro de 2011, no espaçamento de 3,5 x 0,7 m com 4.081 plantas/ha. O solo da área experimental é um Latossolo Vermelho Escuro distrófico, classe textural argilosa. O teor de P no solo


CAFÉ Figura 5. Efeito do Fertium® Phós na produtividade do cafeeiro arábica. Fonte: Deptº Agronômico da Bio Soja, 2015.

de (Ed.). Anais do Simpósio sobre fertilizantes na agricultura brasileira. Brasília, DF, EMBRAPA. 1984. p.255-289. GUERRA, A.F.; ROCHA, O.C.; RODRIGUES, G.C.; SANZONOWICZ, C.; RIBEIRO FILHO, G.C.; TOLEDO, P.M.R.; RIBEIRO, L.F. Sistema de produção de café irrigado: um novo enfoque. ITEM, Brasilia, n.73, p.52-61, 2007.

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INSTITUTO DA POTASSA & FOSFATO. Manual internacional de fertilidade do solo. 2 ed. Piracicaba, Potafos 1998. 177p. 9. Considerações finais O fósforo, ao lado do nitrogênio, é um dos nutrientes mais limitantes à cultura do cafeeiro. A eficiência da adubação fosfatada no cafeeiro no primeiro ano após a aplicação no solo é muito baixa. O cafeicultor tem que adotar práticas culturais que possam melhorar a eficiência agronômica das adubações fosfatadas otimizando os investimentos realizados com este insumo agrícola. Basicamente, são práticas que reduzem o contato do P com o solo e aumentam o volume do solo explorado pelas raízes do cafeeiro. A utilização do Fertium® Phós, um fertilizante organomineral, reduz as perdas do nutriente por fixação, aumentando a eficiência da adubação fosfatada. Entretanto, atualmente, a utilização dos fertilizantes organominerais na cultura do cafeeiro está relegada a um segundo plano. Um dos grandes obstáculos à utilização destes fertilizantes em escala comercial é a premissa que o custo dos fertilizantes organominerais é superior aos minerais. Conforme observado em vários ensaios de campo com o Fertium® Phós, a lucratividade da cultura do cafeeiro com este tipo de fertilizante fosfatado é superior aos minerais, dentre os quais, o superfosfato simples.

MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres, 2006. 631p. MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. New York: Academic, 1995. 887p. MARTINEZ, H.E.P.; GUIMARAES, P.T.G.; GARCIA, A.W.R.; ALVAREZ, V., V.H.; PREZOTTI, L.C.; VIANA, A.S.; MIGUEL, A.E.; MALAVOLTA, E.; CORRÊA, J.B.; LOPES, A.S.; NOGUEIRA, F.D.; MONTEIRO, A.V.C.; OLIVEIRA, J.A. Cafeeiro. In: COMISSAO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª aproximação. Viçosa, MG, 1999. p.143-168. NOVAIS, R.F.; SMYTH, T.J.; NUNES, F.N. Fósforo In: NOVAIS, R.F.; ALVAREZ V., V.H.; BARROS, N.F.; FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. (Ed.). Fertilidade do solo. Viçosa, MG; SBCS, 2007. p.471-550. RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e adubação. São Paulo: Ceres/Potafos, 1991. 343p.

“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.” Albert Einstein, físico alemão, 1879-1955

SHARPLEY, A. manejo de fósforo en sistemas de producción agrícola ambientalmente sustentables: desafios y oportunidades. IPNI International Plant Nutrition Institute. Acassuso, Argentina, p.1- 9, 2010.

10. Literatura consultada

SOUSA, D.M.G. Manejo da adubação fosfatada. In: PROCHNOW. L. I.; CASARIN, V. & STIPP, S.R. (Eds.). Boas práticas para uso eficiente de fertilizantes. v.2. Piracicaba, IPNI. 2010. p.411-467.

FAVARIN, J.C.; TEZOTTO, T.; NETO, A.P. & PEDROSA, A.W. Cafeeiro. In: PROCHNOW. L. I.; CASARIN, V. & STIPP, S.R. (Eds.). Boas práticas para uso eficiente de fertilizantes: culturas. v.3. Piracicaba, IPNI. 2010. p.411467. GOEDERT, W.J. & SOUSA, D.M.G. Uso eficiente de fertilizantes fosfatados. In: ESPINOZA, W.; OLIVEIRA, A.J.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719p. TIDAU, A.C. Matéria orgânica e fertilidade do solo. 3. ed., São Paulo. Ed. Nobel. 1984. 220 p.


EMPRESAS

O novo Grupo Vittia é apresentado ao mercado no 6º Congresso ANDAV Vittia engloba as marcas Bio Soja, Granorte e Samaritá e prevê dobrar de tamanho em 5 anos

C

om novas identidades visuais representando inovação e modernização, o Grupo Vittia - com as marcas Biosoja, Samaritá e Granorte - foi o grande destaque do 6º Congresso ANDAV - Fórum & Exposição, realizado neste mês no Transamérica ExpoCenter, em São Paulo (SP). O grupo está entre os três maiores players de fertilizante foliar do Brasil, atende a 25% do mercado de inoculantes do País e está presente em 20% de toda a área brasileira de soja - o mercado agrícola mais relevante do agronegócio brasileiro. Em 2015, o Grupo Vittia - antigo Grupo Bio Soja - obteve um crescimento de 21% em relação ao ano anterior e prevê um incremento de 30% para 2016. Esses resultados positivos se devem à ampliação dos negócios em todas as regiões do Brasil, além da abertura de novos mercados no exterior, para as mais diversas culturas agrícolas. O Grupo Vittia já começa a todo vapor, com muitas novidades para os próximos meses. Em 2017, uma nova unidade industrial será inaugurada em São Joaquim da Barra (SP) e novas operações se iniciarão na América Latina.

Com modernos e completos laboratórios e certificados de qualidade, o Grupo Vittia reforçou a equipe interna de produção, com a contratação de novos profissionais de destaque no mercado, bem como ampliou sua equipe de campo, com profissionais altamente capacitados e em sintonia com o novo posicionamento da empresa. O Grupo Vittia conta com a mais alta tecnologia para a agricultura moderna, nas linhas de adjuvantes, acaricidas/ fungicidas, condicionadores de solo, controles biológicos, fertilizantes foliares, fertilizantes organominerais, formicidas, micronutrientes granulados e sais para a agricultura e pecuária.

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