Revista Budo 11

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AQUATRO

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Principais competições e eventos

Ano III - № 11 – R$ 25,00 - € 15,00

www.revistabudo.com.br

Raio-X do judô brasileiro

estreia no peso médio com nocaute espetacular sobre Mark Muñoz Brasil bate recorde de medalhas no mundial júnior São Paulo é campeão geral do Brasileiro Sênior Exame da FPJ aprova 183 judocas Santo André sedia Brasileiro Máster 2013 Brasileiro de Karatê-dô Tradicional mostra a força da modalidade Iª Copa São Paulo Aspirante Copa Paraná bate recorde de inscritos Torneio Beneméritos do Judô do Brasil Pinheiros reinou absoluto no paulista sênior Rio de Janeiro surpreende e é campeão brasileiro sub 23 Sarah Menezes participa de evento do SESC Tocantins Associação Colossus realiza festival Curumim de judô Pará comemora desempenho histórico em 2013 Joaçaba realiza melhor edição do Troféu Santa Catarina Campeonato Paulista Aspirante tem recorde de inscritos Copa Bandeirante de judô Rafaela Silva conquista o ouro e faz história no mundial

Rafaela Silva

CONQUISTA O OURO E FAZ HISTÓRIA NO MUNDIAL

Brasileiro de karatê-dô tradicional mostra a força da modalidade

Lyoto Machida

Dirigentes lançam pré-candidatura de

Chico do Judô para a Assembleia Legislativa

São Paulo

é campeão geral do brasileiro sênior

Brasil conquista

seis medalhas no mundial máster Informação a serviço do esporte www.revistabudo.com.br


EDITORIAL

CRESCENDO EM TODOS OS SENTIDOS

Editor e diretor Paulo Roberto Pinto de Souza paulobudo@gmail.com Diretora Executiva Daniela Lemos daniela.lemos@terra.com.br Conselho Editorial Mauzler Paulinetti Luiz Fernandes Araújo Júnior Rui Marçal Alfredo Aires Redator N. T. Mateus – Mtb 10.864 Repórter Luiz Aquino - Mtb 27.813 Direção de Arte Artur Mendes de Oliveira Colunistas Anderson Dias de Lima Fernando Malheiros Filho Alexandre Janotta Drigo Matheus Luiz Consultores Técnicos Luís Alberto dos Santos – Judô Nelson Santi – Karatê-Dô Guilherme Carollo – Projetos Socioeducativos Pesquisa Celso de Almeida Leite

Equipe brasileira vice-campeão mundial sênior 2013

Chegamos ao fim de mais uma temporada do calendário esportivo, e o cenário é extremamente positivo. Nunca antes o Brasil participou de tantos eventos mundiais e conquistou um número tão elevado de medalhas internacionais. Mas vale destacar que a maior conquista do desporto brasileiro não foi alcançada nos tatamis, nas quadras ou arenas esportivas, e sim no campo da gestão. Finalmente uma boa parte das entidades esportivas tem hoje gestores capacitados e preparados para promover o tão desejado crescimento esportivo, e esse vinha sendo o maior entrave ao avanço de modalidades que gozam de grande popularidade em nosso País. Outro fato que deve ser comemorado é o reconhecimento dos governos municipal, estadual e federal da importância do desporto na formação de uma sociedade mais justa, saudável e consciente. Esta conscientização da classe política está promovendo um aporte infinitamente maior de recursos para o fomento e o desenvolvimento do desporto em todas as esferas. Na última edição de 2013 da Revista Budô estão inseridas as principais competições realizadas desde setembro, e temos a certeza de que pouquíssimos eventos ficaram sem a nossa cobertura. O último trimestre de cada temporada apresenta a síntese do calendário anual, e neste

sentido destacamos as incríveis coberturas jornalísticas e fotográficas que fizemos do Mundial de Judô Sênior, no Rio de Janeiro; do Brasileiro Sênior de Judô, em Manaus; do Brasileirão do Karatê-dô Tradicional, em Porto Alegre; e da 5ª edição do Mundial de Judô Máster, realizado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Assim como fazem os melhores atletas, a cada temporada, buscamos evoluir e levar a todos os aficionados das artes marciais a melhor informação possível, comprometidos sempre com a verdade e a qualidade. Focados nestes compromissos estamos reformulando o website da Revista Budô, que a partir da segunda quinzena de dezembro será totalmente repaginado. Por meio de uma formatação muito mais ágil e moderna, ofereceremos a partir de 2014 uma gama de serviços e informações com maior rapidez e abrangência, sem abrir mão da prerrogativa de veicular a verdade fundamentada em fatos realmente importantes. Além de registrar os principias acontecimentos esportivos, nossa proposta não é despejar toneladas de informações desprovidas de importância nacional. Nosso compromisso é registrar e destacar conquistas e fatos relevantes, amparados no crescimento estrutural e profissional de todo o segmento dos esportes de combate. Desejando uma ótima leitura a todos, fazemos votos de um ano repleto de realizações e conquistas, dentro e fora dos tatamis.

O Editor

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Colaboradores Mário Manzatti – FPJ Valter França – CBJ João Cruz – CBKT Hannah Aires - FSRKT Revisão Nilton Tuna Fotografia Marcelo Kura - Capa Paco Lozano - Europa Marcelo Lopes – São Paulo Cristiane Ishizava – São Paulo Marcos Roberto – Rio de Janeiro Paulo Pinto - Brasil Departamento Comercial Daniela Mendes de Souza Daniela.lemos@terra.com.br Jurídico Débora de Souza Assinatura www.revistabudo.com.br/assine Impressão e Acabamento Gráfica Kaygangue – Palmas (PR)

A Revista Budô é uma publicação trimestral da Global Sports Editora. Administração, publicidade e correspondência: Rua Henrique Júlio Berger, 855 – 102 Caçador (SC) - 89500-000 - Fone 49 3563-7333 Distribuição Dirigida Tiragem desta edição 10.000 exemplares Opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas não são de responsabilidade do editor. Direitos Reservados © 2013 - Global Sports Editora Impressa no Brasil - Printed in Brazil www.revistabudo.com.br - revistabudo@gmail.com



SUMÁRIO MATÉRIAS E ENTREVISTAS 30 2013: Ano de enfrentamento, desafios e conquistas 32 Aquiles Gómez Gusmán: Reescrevendo a história do judô no Chile 56 O dilema da formação profissional e o Judô: a nostalgia do mestre 58 Árbitros aprovam mudanças nas regras 82 2013 Um ano Memorável 86 Cúpula da FPJ promove reunião histórica com kodanshas 110 GMJB oportuniza aperfeiçoamento a pentacampeão mundial de Kata 150 Mestre Sang Min Cho volta ao Brasil para noite de autógrafos

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ESPORTE QUER TER VOZ NO LEGISLATIVO PAULISTA

COMPETIÇÕES E EVENTOS 36 Pinheiros reinou absoluto no paulista sênior 46 Joaçaba realiza melhor edição do Troféu Santa Catarina 50 Campeonato Paulista Aspirante tem recorde de inscritos 92 Brasileiro de Karatê-dô Tradicional mostra a força da modalidade 116 Copa Paraná bate recorde de inscritos 124 Copa Bandeirante de Judô 128 Santo André sedia Brasileiro Máster 2013 142 Iª Copa São Paulo Aspirante 151 I° Workshop para padronização do kata da GMJB 152 Brasil bate recorde de medalhas no mundial júnior 156 Exame da FPJ aprova 183 judocas 164 Pará comemora desempenho histórico em 2013 166 Sarah Menezes participa de evento do SESC Tocantins 168 Associação Colossus realiza Festival Curumim de judô

SEÇÕES FIXAS 04 Editorial & Expediente – Crescendo em todos os sentidos 44 Ensaio - O movimento, a estética e a eficiência 140 Crônica – O caminho do guerreiro

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GUERREIRAS GARANTEM O MELHOR DESEMPENHO DO BRASIL EM MUNDIAIS

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LYOTO MACHIDA ESTREIA NO PESO MÉDIO COM NOCAUTE ESPETACULAR SOBRE MARK MUÑOZ 1,1% 2,3%

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SÃO PAULO É CAMPEÃO GERAL DO BRASILEIRO SÊNIOR

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RAIO X DO JUDÔ BRASILEIRO 7,3%

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TIME BRASILEIRO MÁSTER VOLTA DE ABU DHABI COM SEIS MEDALHAS


AQUATRO


TIME BRASILEIRO MÁSTER VOLTA DE

ABU DHABI COM SEIS MEDALHAS POR PAULO

PINTO

| FOTOS REVISTA BUDÔ

Com uma delegação composta por 14 atletas, mais uma vez o Brasil marcou presença no Veterans World Judo Championships, o principal evento mundial da categoria grand master. Para os judocas que foram a Abu Dhabi e participaram da quinta edição do mundial da era FIJ, o torneio foi um divisor de águas devido à quantidade enorme de atletas com nível técnico e preparo físico altíssimos. Após quase uma década de existência, a competição tomou corpo e tornou-se extremamente difícil. Já foi o tempo em que qualquer judoca buscava uma medalha desta competição sem um forte preparo técnico, físico e psicológico. Ao todo 696 judocas provenientes de 56 países participaram desta edição do certame, realizada no Abu Dhabi National Exhibition Centre (ADNEC), na capital dos Emirados Árabes Unidos. O mundial da classe veteranos foi promovido pela Wrestling, Judo & Kick Boxing Federation dos Emirados Árabes Unidos, sob o patrocínio do xeique Hazaa Bin Zayed Al-Nahayan. Mesmo com a enorme distância e o alto custo da viagem, a competição contou com uma participação recorde de países. Para os judocas que acompanham o circuito máster deste ano o evento teve um sabor especial, pois ocorreu um dia após o Grand Prix de Abu Dhabi, e a competição foi realizada com o mesmo padrão utilizado nos principais eventos mundiais da FIJ.

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Andrei Bondor, presidente da comissão de veteranos da Federação Internacional de Judô, avaliou esta edição do certame. “Nunca tivemos tantos países inscritos, mas houve uma participação menor de atletas porque normalmente o país anfitrião inscreve mais de 200 judocas. Em Abu Dhabi a classe veteranos ainda não está tão desenvolvida, mas tenho certeza de que a realização do campeonato mundial aqui ajudará a aumentar a popularidade do judô nesta região.” Durante os três dias de disputa uma multidão entusiasmada pôde ver uma variedade enorme de categorias e classes de peso, que foram do MI (30/34 anos) ao M10 (75/80 anos), no naipe masculino. Já no feminino vimos atletas das classes F1 (30/34 anos) a F7 (60/65 anos). Como sempre, o primeiro dia de disputa foi dedicado às mulheres e às gerações mais velhas, disse Bondor. “Isso é muito importante, pois mostra o respeito que faz parte do DNA do nosso esporte. Esta é uma forte mensagem para a sociedade, dizendo que se pode praticar judô e competir por todo o sempre. Os concorrentes mais velhos aqui tinham 84 anos. Além do mais, esta competição prova que o judô é uma atividade que se adapta a todas as idades.” Nos outros dois dias a competição foi muito mais semelhante às disputas da categoria sênior, especialmente M1 e M2, que concentram atletas que se aposentaram mantendo qualidade e alto nível competitivo. Na verdade presenciamos lutas realmente boas e muito fortes até mesmo no M8. A competitividade e a determinação de vencer é praticamente a mesma, prevalecendo, porém, uma forma muito mais amigável e respeitosa de disputa. Bondor finalizou sua avaliação desta edição agradecendo à comissão de arbitragem que, voluntariamente, veio ao Golfo Pérsico para participar da competição. “Quero agradecer a todos os membros de nossa comissão técnica pelo trabalho árduo, bem como à equipe local, que conduziu plenamente toda a competição, o que não é uma tarefa fácil devido ao número excessivo de categorias. Faço um agradecimento especial aos 18 árbitros que voluntariamente vieram aqui e foram liderados por Vincent Griffo. Eles fizeram um trabalho fantástico.”

Brasileiros ocupam seis pódios Nos tatamis o domínio dos países do Leste Europeu foi absoluto. Rússia, Azerbaijão, Mongólia, Ucrânia, Sérvia e Cazaquistão ocuparam a maioria dos pódios, mas a Rússia nadou a braçadas, faturando a maioria dos ouros em disputa nos Emirados Árabes. O time brasileiro mostrou-se bastante heterogêneo. Vimos judocas experientes e outros que fizeram sua estreia na disputa nesta edição. Os 14 brasileiros inscritos no certame

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somaram seis medalhas, sendo quatro de prata e duas de bronze. Medalharam pelo Brasil os seguintes atletas: Marco Aurélio Trinca (SP), Alexandre Daud (SP), Glauco Bernardes (RJ), Rosângela de Oliveira (SP), Fátima Belboni (SP) e Rogéria Cozendey da Silva (SP). Entre os judocas brasileiros que foram ao Golfo Pérsico, Marco Aurélio Trinca e Sérgio Honda chegaram a Abu Dhabi ostentando o título de campeões mundiais e pretendiam defender a conquista de 2012. Mas ambos pegaram muita pedreira. Para chegar à final do meio-médio no M4, Marco Aurélio Trinca passou antes pelo irlandês Paul Cummins; depois venceu o russo Robert Badakshanov; nas quartas de final encarou o francês Bernard Pagniez, para na semifinal superar outro gigante, o russo Michail Morzov. Apesar do cansaço na final, o campeão mundial dava mostras de que estava levando vantagem sobre o francês Le Gorbelec, dono de um ne-waza fortíssimo. Vencedor de todas as lutas por imobilização, o francês impôs seu judô e, depois de uma longa batalha no chão, acabou levando a melhor. Sérgio Honda, o outro campeão mundial em 2012, não obteve o mesmo desempenho da temporada passada no ligeiro do M7 e foi derrotado no primeiro confronto pelo italiano Pietro Manca. Na segunda luta Honda perdeu do russo Ingil Shaikhullin. Surpreendendo a todos, no terceiro combate Honda venceu o russo Anatoly Petrov, o campeão da categoria. Mas no último combate o judoca da Associação Desportiva Indaiatubana deixou a medalha de bronze escapar, perdendo por shido para o alemão Reinhard Kurt Bunk. Acácio Lorenção Júnior, meio-pesado bicampeão mundial do M4, iniciou a competição de forma magistral, jogando o gigante alemão Juergen Gessel com um belíssimo harai-goshi, faltando dois segundos para o fim da luta. O brasileiro levava dois shidos de vantagem, mas não estava para brincadeira e jogou o alemão com gosto e determinação. No segundo combate o campeão pan-americano não apresentou o mesmo desempenho e caiu diante do russo Alexander Mazaev, que foi o vice-campeão desta categoria. Na repescagem Acácio mostrou cansaço e foi derrotado por Azar Asgarov, do Azerbaijão. Uma das atletas mais expressivas do máster brasileiro, Rosângela de Oliveira conquistou a medalha de prata do meio-médio F4, fazendo quatro lutas e vencendo três delas. Na primeira derrotou a venezuelana Her-


mínia Guillen, por ippon. Na segunda venceu a italiana Aida Guemati, por shido. Na terceira luta foi derrotada por ippon pela francesa Patricia Bastient. Seu último confronto foi contra a também francesa Alexandrine Daillieri, que Rosângela venceu por shido, assegurando a medalha de prata da categoria. Outro brasileiro finalista em Abu Dhabi foi Marcos Alexandre Daud, da Associação de Judô Rogério Sampaio, de Santos (SP). Para chegar à final de uma categoria que teve a participação de 16 atletas, o experiente judoca meio-pesado do M3 teve de vencer três combates. O primeiro foi contra o alemão Michael Rosberg. Na segunda luta venceu o russo Alexey Utenin. Na semifinal Daud encarou outro gigante russo, o qual derrotou espetacularmente por ippon. Na final Marcos Alexandre teve de se desdobrar para segurar o cazaque Ruslan Seilkhanov, um verdadeiro predador que, mostrando excelente preparo, venceu por ippon. Fátima Belboni foi outra finalista brasileira em Abu Dhabi, e para conquistar sua medalha de prata a judoca peso médio do F5 fez quatro lutas, vencendo três delas por ippon. A primeira a cair diante da judoca da Associação Messias de Judô foi a francesa Giselle Gacoin. A segunda vitória foi sobre a brasileira Maria de Jesus Correa da Gama e a terceira, contra a italiana Ângela Tassi. Na final Fátima foi superada por um shido pela russa Nadezhda Gavrilenko, e teve de contentar-se com a medalha de prata. Há três temporadas longe dos mundiais, Maria de Jesus Correa da Gama, atleta do Judô Clube Dinos, do Rio de Janeiro, não alcançou o resultado que buscava, terminando na quarta colocação. Maria iniciou muito bem a disputa, vencendo sua primeira luta por ippon. Depois foram três derrotas seguidas, que a deixaram fora do pódio do peso médio, no F5. Em sua segunda participação em mundiais, Humberto Alonso, da Associação Moacir de Judô (SP), começou vencendo seu primeiro combate contra o russo Valeriy Zhiznevskiy com três shidos. No segundo combate o judoca peso médio do M1 foi superado pelo iraniano Bizhan Azizi. Na repescagem Humberto venceu o japonês T. Takahashi com um belíssimo ippon, mas na disputa do bronze foi superado pelo alemão Eric Keske, e terminou na sétima colocação. Curiosamente, Willian Lima Martins de Oliveira, outro judoca brasileiro desta mesma categoria, terminou a disputa também na sétima colocação. O judoca da Associação Catanduvense de Esportes fez sua estreia em mundiais másteres em Abu Dhabi e iniciou a disputa

com o pé direito ao vencer o mongol Battur Byamdasuren, por um shido, após jogá-lo de todas as formas. Com o esforço excessivo em seu primeiro combate, Willian acabou minando sua energia para as lutas seguintes. Seu segundo confronto foi contra romeno Laszlo Szocs, que venceu por dois shidos. Na repescagem Willian ainda reuniu forças para jogar o russo Denis Ruzanov de ippon, mas na disputa do bronze acabou cedendo a vitória para o francês Azzedine Drif. No primeiro dia de disputa o Brasil ainda obteve mais uma medalha com a experiente judoca Rogéria Cozendey da Silva. A paulista de São Sebastião conquistou o bronze do peso pesado no F3, fazendo três lutas e vencendo uma delas por ippon. Ao superar Hanadi Mohamed, dos Emirados Árabes Unidos, Rogéria conquistou o bronze que a manteve entre as melhores do mundo em sua categoria. O carioca Gláucio Bernardes encarnou o espírito de samurai e fez três lutas memoráveis, nas quais lutou com apenas um braço, superou a dor e garantiu mais um bronze para o Brasil no último dia de competição. O experiente judoca 4º dan do Judô Clube Instituto Reação, do Rio de Janeiro, fez sua primeira luta contra o cazaque Zharynbek Shambetov. Após fazer uma defesa, Gláucio acabou dando o braço para o cazaque, que não perdoou. O brasileiro bateu, o juiz levantou o braço e foi nesse momento – quando Gláucio afrouxou o braço – que maldosamente Zharynbek deu um tranco que lesionou gravemente o braço esquerdo do judoca carioca. Na luta anterior, o este mesmo cazaque havia fraturado o nariz do italiano Enrico Benedetti, com uma cabeçada proposital. Após este absurdo, Gláucio foi para a repescagem na base do sacrifício, mas lutando bravamente venceu o italiano Enrico Benedetti. Na segunda luta da repescagem o carioca derrotou o francês Amar Dlim, por shido. No último confronto da repescagem Gláucio desfilou toda a técnica refinada que possui, jogando de ippon com apenas um braço o também francês Frederic Lavigne. Em nossa avaliação, além do belíssimo ippon, esta foi a medalha mais significativa do Brasil nesta edição do campeonato. Outro carioca nos Emirados Árabes foi Vítor Carvalho de Freitas, atleta da Associação Matsuda de Judô, de Macaé (RJ), que fez sua estreia no circuito mundial máster. O judoca peso leve do M5 iniciou a competição exibindo muita garra e determinação, jogando de forma surpreendente Geybulla Aliyev, do Azerbaijão, de wazari. Na sequência manteve seu adversário sob pressão e, atônito com a intensidade

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do brasileiro, Aliyev acabou sendo punido com dois shidos. A luta estava nas mãos do brasileiro, que se distraiu e permitiu que Aliyev passasse a guarda e o vencesse por imobilização. Pedro Ribeiro da Cruz, judoca da Associação dos Servidores Municipais de Campinas (SP), fez em Abu Dhabi sua quarta participação em mundiais grand master, mas não obteve o desempenho esperado. Foram quatro combates e quatro derrotas que o colocaram na última colocação de sua chave no meio-pesado do M6. Outro judoca que estreou no circuito máster em Abu Dhabi foi o carioca Raul Ferreira de Araújo Júnior, da Associação Matsuda de Judô, da cidade de Macaé. Em seu primeiro combate o judoca peso leve do M2 enfrentou o esloveno Bogdan Savic, que venceu o brasileiro por ippon. Na repescagem Raul enfrentou o russo Maxim Kalinichev, que, após impor um ritmo frenético ao combate, conseguiu jogar o estreante brasileiro de ippon.

Judocas avaliam participação Acácio Lorenção aprovou o formato apresentado pela FIJ em Abu Dhabi. “Gostei muito do evento, foi muito bem organizado e fomos muito bem tratados. Com relação ao resultado em si fiquei um pouco frustrado porque nós sempre queremos ganhar, melhorar e evoluir, mas infelizmente desta vez eu não consegui. Vou me preparar mais para no próximo ano ir à Espanha e voltar com uma medalha.” Lorenção avaliou sua atuação. “Na primeira luta peguei um alemão fortíssimo e consegui jogá-lo de ippon. Já na segunda peguei um russo que era pedreira, e quase consegui jogá-lo, mas recebi uma punição e perdi por shido. Na luta da repescagem peguei um lutador muito forte do Azerbaijão, que já foi campeão mundial. Tentei jogá-lo umas três ou quatro vezes, mas não consegui. Agora é treinar ainda mais para tentar reverter o resultado em 2014. Acho tudo isso muito emocionante. Além de emocionante, subir ao pódio e ouvir o hino é também um grande desafio, e penso que temos de buscar sempre novos desafios.” Em sua segunda participação em mundiais, Humberto Alonso comentou: “Fiz quatro lutas e na primeira peguei um russo que fazia muita força e não deixava a luta rolar. Mas venci por shido. A segunda eu perdi para um iraniano por shido. Na repescagem peguei um japonês numa luta mais solta e menos tensa. Lutar com um japonês é diferente de lutar com o pessoal do Leste da Europa. Venci por ippon e na sequência peguei um alemão que era canhoto, com a mesma altura e com um jogo parecido com o meu. Entrei mais golpes, mas cometi um erro e abri o jogo para tentar ir para cima; tomei um o-uchi-gari e cai de yuko. Esta foi minha segunda experiência em mundiais e bem mais difícil que a do primeiro, em Miami. Tivemos aqui uma variedade muito maior de

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atletas. Venci duas lutas e perdi duas. Penso que faltou um pouco mais de preparo técnico e não físico. Faltou mais treinamento de randori. Agora é treinar muito e tentar participar da maior quantidade possível de competições na temporada, para chegar à Espanha muito mais forte”. Fátima Belboni vibrou com a segunda colocação. “Fiz quatro lutas e na primeira peguei uma russa muito forte e perdi por shido. A segunda foi contra uma italiana, a quem acabei jogando de ippon, com um tani-otoshi. A terceira luta foi com uma francesa, que venci de ippon, jogando de o-uchi-gari. A quarta luta foi contra a Maria de Jesus e também venci por ippon. Este foi o mundial mais forte de que participei até hoje, mas valeu pela experiência e pela medalha de prata, é claro. Chegar aqui foi muito difícil e agradeço a Deus, que me permitiu toda esta vivência. Agradeço também a uma pessoa maravilhosa que sempre me ajuda muito: Gerson, do Studio Garbo. Agradeço ainda a todos os meus apoiadores e especialmente ao Guto Ferreira, que pagou minha passagem para Abu Dhabi.” O bicampeão mundial Sérgio Honda passou em branco em Abu Dhabi e avaliou seu desempenho na competição. “A vida é assim mesmo: existem os dias bons e os ruins, e ontem vivi um dia ruim. Acho que faltou mais treinamento, e só peguei adversários muito bem preparados, principalmente os russos, que geralmente têm um preparo físico muito bom. Fiz quatro lutas e perdi a primeira de ippon para um italiano. Na segunda, contra um

russo, fomos para o ne-waza e ele me finalizou. Na terceira venci outro russo, mas acabei sendo derrotado na quarta por um alemão, que durante toda a luta chutou implacavelmente minha canela e não levou nenhuma punição. Este ano a competição estava muito bem organizada. O que mais uma vez pegou, e foi muito ruim, foi o credenciamento. Tive de ficar o dia inteiro sem comer e em pé numa fila interminável. No dia da luta cheguei ao ginásio cedinho, mas só fui lutar às 18 horas. Isso é um absurdo, pois o nosso desgaste é muito grande. Mas agora é treinar mais e me preparar para recuperar o título na Espanha, no ano que vem.” Rosângela de Oliveira vibrou com a medalha de prata. “Fiz quatro lutas e a primeira venci por ippon. A segunda ganhei por yuko e a terceira acabei perdendo por punição. Felizmente reverti o resultado na última luta e garanti a medalha de prata. A gente treina o ano todo e vem sempre em busca do ouro, mas, quando se perde por ippon, se sai da competição tranquila porque perdeu lutando. Fiquei muito chateada por ter perdido a terceira luta para mim mesma. Estava ganhando de wazari e dominava a luta que era minha. Dá a impressão de que fazemos corpo mole, mas não foi isso que aconteceu. Sou totalmente focada na disputa e meu objetivo sempre é jogar de ippon. Esse foi o campeonato mundial que mais me consumiu psicologicamente, mas no fim acabei garantindo a medalha de prata e estou feliz e tranquila. Sei que vou assimilar esta derrota. Agora tenho de me preocupar com meus


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alunos, fazer os exames de faixa e dar atenção para a molecada que me ajudou a chegar aqui. Em cada competição eu aprendo uma nova lição, conheço melhor as pessoas e a mim mesma. Tenho 35 anos de judô, e sei que uma competição nunca é igual a outra porque a nossa cabeça muda. Aqui pudemos conhecer uma cultura diferente e isso foi muito legal, já que estarei levando para meus alunos um pouco do que conheci e vivi aqui.” Maria de Jesus Correa da Gama sofreu com as trapalhadas da organização. “Esse foi o primeiro mundial em que não conquistei medalhas. Já fui campeã em dois mundiais, mas este ano foi bem diferente. Agora vou me preparar melhor para o próximo ano. A

organização fez uma enorme trapalhada em nossa chave, e acho que isso acabou tirando meu foco. Venci a primeira luta por ippon e a segunda eu perdi, mas não fui chamada para fazer a luta seguinte porque durante a competição descobriram que haviam colocado um homem em nossa chave. Eles refizeram a chave, mas acabei perdendo o foco. Penso que nossa categoria estava tranquila e, se não houvesse as trapalhadas da organização, certamente o resultado teria sido diferente. Essa derrota vai servir apenas para me estimular a treinar mais, e certamente estaremos todos juntos de novo na Espanha, no próximo ano.” Pedro Ribeiro da Cruz já está focado no Aberto do Japão. “A competição foi da for-

ma que todos nós esperávamos: muito forte. Tive a chance de chegar à medalha de bronze, mas faltando cinco segundos dei uma vacilada e perdi no chão. Mas valeu pela experiência e pela oportunidade de conviver mais uma vez no circuito internacional. Para mim o campeonato mundial de Abu Dhabi já é passado e, minha cabeça está no Aberto do Japão de 2014 e no mundial da Espanha.” Nascido em São Paulo, Raul Ferreira de Araújo Júnior vive hoje em Macaé (RJ) e está filiado à FJERJ pela Associação Matsuda de Judô. Em sua primeira experiência em campeonatos mundiais Raul explicou que este era um sonho antigo. “Já há muito tempo cogitava esta participação. Este foi um sonho que almejei por muitos anos. Aí surgiu a oportunidade e, com o apoio da esposa e da família, resolvi a questão financeira e acabei chegando até aqui. O nível da competição foi altíssimo e acho que serviu para adquirir mais experiência e saber no que devemos melhorar. Fiz duas lutas, uma contra um esloveno e a outra com um russo. Foi o terror, pois eles chegam pesando, atropelando, e é preciso muito preparo para enfrentá-los. Acho que quem gosta de judô nunca para. O judô só me trouxe benefícios e incentivo para melhorar a saúde, a alimentação e o bem-estar até no trabalho. Vou continuar em frente, pois a derrota deve ser encarada como uma lição e não como o fim do nosso caminho. Vou me preparar melhor e farei de tudo para estar na Espanha no ano que vem.” Rogéria Cozendey da Silva conquistou o bronze e comemorou muito esta medalha. “Fiz



três lutas, e a primeira delas foi contra a australiana Sonja Hiermann, para quem perdi por shido. A segunda luta foi contra Hanadi Mohamed, dos Emirados Árabes, e ganhei de ippon. A terceira perdi para venezuelana Xiomara Griffith, que me jogou com um harai-goshi bem no finalzinho, mas foi uma luta muito boa e técnica. Ela é uma atleta muito experiente e já participou de três Olimpíadas. Mesmo ficando em terceiro lugar estou muito feliz com o resultado e agora é treinar mais pensando na Espanha em 2014.” Outro atleta que estreou em mundiais no Golfo Pérsico foi o carioca Vítor Carvalho de Freitas, da Associação Matsuda de Judô, de Macaé, que avaliou seu debut na competição. “Tinha esperança de medalhar, mas confesso que cheguei aqui preparado fisicamente, mas não psicologicamente. Faltou mais concentração, experiência e maturidade. Comecei muito bem a luta, joguei de wazari, mas acabei me precipitando e fui finalizado por imobilização. É o meu velho hábito de querer resolver tudo muito depressa. Não tive paciência, mas valeu a pena ter vindo porque a experiência que adquirimos numa competição desse porte é enorme. A organização da competição esteve fantástica, e se Deus quiser em 2014 estarei na Espanha, onde vou brigar por uma medalha.” Willian Lima Martins de Oliveira, da Associação Catanduvense de Esportes, também estreou no circuito mundial em Abu Dhabi. “Foi uma experiência fantástica, e acredito

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que, se estivesse melhor fisicamente, poderia conquistar uma medalha. Cheguei aqui com uma pequena lesão no antebraço e isso prejudicou o meu melhor golpe, que é o seoi-nage. Dei meu máximo e fiquei triste por não medalhar, mas vou me preparar para chegar bem mais forte no próximo ano. A primeira luta foi com um mongol e ganhei por dois shidos. A segunda, contra um russo, venci por ippon. Perdi de shido para um romeno, que deu uma pancada na minha cabeça e me desconcentrou totalmente, e perdi a última luta para um francês. Agora pude fazer uma leitura mais realista desta competição, e credito que no próximo mundial estarei muito melhor. Faço um agradecimento especial a toda a minha família, que me deu um apoio enorme. Agradeço à Gabi, personal trainer, que foi uma das minhas maiores incentivadoras, e ao Wilson Brandemarte, dono da Athos Medicina do Trabalho. Por meio da Prefeitura de Catanduva recebo apoio do Bolsa Atleta, que me tem ajudado muito em meu preparo. Agora é focar e treinar para a competição na Espanha.” O ex-campeão Marco Aurélio Trinca avaliou a organização do certame. “Este ano o espaço físico da competição foi maravilhoso. Tivemos uma boa área para aquecimento e água à vontade. Mas a organização, mais uma vez, deixou a desejar. O credenciamento e a pesagem foram absurdos.” Trinca comemorou a conquista da medalha de prata. “Peguei uma chave muito forte e fiz o primeira embate contra um irlandês.


Foi uma luta tática, eu não estava na melhor forma para este mundial porque não sabia se viria ou não. Mas, como bom judoca, eu sempre estou treinando. Na segunda encarei um russo e usei a mesma tática: procurei derrubar ou levar o adversário para a advertência. Na terceira luta peguei um francês, mas uma coisa importante de enfatizar é que todos os adversários eram extremamente fortes. Na semifinal enfrentei um russo – muito mais forte ainda que os demais lutadores –, e fomos para o golden score. Cansamos, ele errou primeiro e eu não perdoei. Fui para a final contra o francês Christofhe Le Gorbelec, e assim que ele subiu a pegada eu encaixei um golpe e quase o joguei, mas fomos para o chão. Eu sabia que ele queria ficar no ne-waza, pois já tinha ganho todas as outras quatro lutas no chão. Sabia que esse era o jogo dele, mas ele encaixou e levantou e o árbitro tinha de dar o mate. Ele voltou de novo para o chão, levantou, e não deram mate mais uma vez. Nisso ele encaixou no meu braço e, como meu ombro já estava baleado, ele conseguiu virar, me imobilizou e ganhou. Independentemente do erro da arbitragem, ele venceu e mereceu, porque é forte mesmo. Pena que a arbitragem comeu bola, pois de pé faríamos uma boa luta. Não dá para ganhar todas e a medalha de prata está de bom tamanho.” O medalhista de prata finalizou agradecendo a seus apoiadores. “Quero agradecer à empresa New Line Iluminação. Só vim a Abu Dhabi devido à ajuda que recebi dela, por meio dos diretores Marcos e Walmar. Estes empresários acreditam na força do esporte como ferramenta de inclusão social, e estão estudando a viabilidade de criar um projeto fundamentado no judô e nas demais modalidades esportivas.” Gláucio Bernardes, bicampeão do World Master Games de 2013, faturou a medalha de bronze e ficou muito emocionado com esta conquista. “Fiz quatro lutas e perdi logo a primeira para um novato do Cazaquistão, que foi

o campeão. Ninguém o conhecia. Nenhum de nós sabia que tipo de adversário teríamos pela frente. Na luta acabei me precipitando e a arbitragem errou. Isso me desconcentrou ainda mais. Repararam o erro, recomeçou a luta e acabei fazendo uchi-mata e ele contragolpeou. Pegou meu braço e me imobilizou. Bati, perdi de ippon e, mesmo depois de eu ter batido, ele deu um tranco no meu braço, ou seja, me machucou e comprometeu minhas lutas seguintes. Achei até que não teria possibilidade de voltar. Tive de ir literalmente para o sacrifício, fazendo minhas outras lutas apenas com um braço. Minha luta seguinte seria com o italiano, mas ele não teve condições de lutar. A terceira foi com um francês forte e muito enjoado, mas mesmo com um apenas um braço consegui neutralizá-lo e derrubá-lo no fim, ganhando a luta por shido.” Após a final Gláucio não pôde segurar a emoção. “A disputa do bronze foi contra outro francês, que tinha feito uma luta duríssima com o italiano que foi vice-campeão. Era um rapaz novo também, com o qual eu nunca tinha lutado, era canhoto e tinha um potencial muito grande. Minha estratégia de luta foi a seguinte: ou eu vencia a luta no começo ou ia ficar difícil aguentar o ritmo dele, principalmente porque ele iria dominar meu braço machucado. Assim que começou a luta fiz a pegada, segurei na gola, esperei ele vir com a mão e antecipei a pegada dele; segurei primeiro, dei dois passos à frente e fiz um tai-otoshi perfeito que foi ippon. Aí consegui extravasar toda emoção que eu estava sentindo pela recuperação. Justamente porque eu tinha dado a competição por perdida, achei que não teria condição física de chegar onde cheguei, tanto pela dificuldade dos adversários quanto pela contusão. Então me surpreendi com minha força de reação e superação.”

O judoca do Instituto Reação terminou destacando a importância da participação nos certames mundiais. “Para este campeonato tive patrocínio parcial da Ortobom, que me ajudou com uma parte da passagem, mas tive de arcar com uma parte das despesas. Mas considero cada competição mundial um investimento em conhecimento. Aqui estamos junto aos atletas renomados e vemos o que está ocorrendo tecnicamente na atualidade do máster.” Marcos Alexandre Daud, falou sobre a volta após seis temporadas longe da competição. “Fiquei seis anos afastado e me surpreendi ao ver o

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nível que a competição atingiu. O campeonato cresceu como um todo. O nível técnico está muito mais elevado. Antes eu tinha uma fórmula de treinamento e hoje ela não atende às necessidades no sentido de atingir o topo. Aqui pude perceber que, se eu quiser continuar obtendo resultados em competições mundiais, terei de reciclar meu treinamento e preparo. Hoje me senti novamente um garoto, com a mesma ansiedade, o mesmo pré-competitivo dos bastidores, de estar ali aquecendo, cheio de ansiedade.” Daud falou sobre a sua atuação. “Esta foi a primeira vez que lutei no meio-pesado, e foi uma opção consciente; sabia que seria o mais baixo da categoria. Fiz quatro lutas e na primeira peguei um atleta da Alemanha que era mais alto e com uma envergadura maior. Com isso acabamos nos descuidando e tivemos um desgaste maior durante a luta, principalmente porque era da mesma guarda: foi canhoto com canhoto. Mas consegui superar a envergadura dele e venci por um yuko. O segundo atleta era da Rússia e, muito forte também. Tive um pouco mais de dificuldade, mas acho que ele cansou mais do que eu e consegui achar um yuko, e com isso fui para semifinal, em que enfrentei outro atleta da Rússia. Além de grande, ele era muito forte, mas ganhei a luta e na final peguei um atleta do Cazaquistão, sem dúvida um dos melhores que estavam ali. Já tinha lutado com ele na Itália este ano no World Master Games, e estava ganhando por dois shidos, mas ele reverteu. Além de ter mais força que os outros, ele é um pouco mais técnico e não se acomoda na pegada que a gente faz. Ele jogou um golpe que eu não esperava e foi feliz. Aplicou um o-uchi-gari, eu cai e ele venceu por ippon.” Sobre o futuro Daud foi enfático: “Acho que no próximo ano vou rever a questão do peso, porque luto melhor no médio e pelo que passei neste mundial com a diferença de estatura, que foi muito grande. Mas, independentemente da categoria, já sei que não dá mais para fazer apenas um ou dois treinos por semana. Se for competir no mun-

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dial, quero trazer a medalha de ouro, e para atingir esse objetivo terei de treinar com determinação e afinco o ano todo. Fomos a Abu Dhabi com 14 atletas e não trouxemos nenhum ouro. Sem contar que gosto de ganhar com ippon, e para isso tenho de estar muito bem preparado, já que eu mesmo me cobro muito isso. O titulo é um objetivo, mas a qualidade para conquistá-lo também é”. O judoca santista foi a Abu Dhabi com o patrocínio da Cruz de Malta Construtora.

GMJB desenvolve ação inédita em Abu Dhabi A revista Budô foi a Abu Dhabi por meio da iniciativa da Associa Grand Master de Judo do Brasil. Esta ação envolveu também a Meltrip Turismo, Kimonos Shihans e Federação Paulista de Judô. Rodrigo Guimarães Motta, diretor de marketing da entidade falou sobre a ação inédita desenvolvida nesta edição do principal evento do judô máster mundial. “A GMJB entende que para atingirmos nosso objetivo de incluir o judô grand master do Brasil entre as principais potências desta classe do mundo, é necessário divulgar o calendário, os resultados e os atletas grand másters, para toda a comunidade judoísta do Brasil. Com um grupo cada vez maior de praticantes eleva-se o nível dos treinos e das competições, assim como o das equipes nacionais que representam o Brasil no exterior. Acreditamos que em médio prazo esse trabalho nos colocará no topo do ranking mundial. Desta forma, a GMJB decidiu prestigiar os atletas brasileiros másteres apoiando o envio de um jornalista da revista Budô para cobrir o Mundial em Abu Dhabi. Com isso garantimos a cobertura da competição e prestigiamos os atletas brasileiros. Podemos afirmar que atingimos nosso objetivo, e anunciamos que pretendemos realizar esse trabalho em um número ainda maior de competições na próxima temporada.”



LYOTO MACHIDA ESTREIA NO PESO MÉDIO com nocaute espetacular sobre Mark Muñoz POR N. T. MATEUS

| FOTOS GETTY IMAGENS

O bom, e até surpreendente, desempenho de Lyoto Machida em sua primeira luta como peso médio colocou-o diretamente na quinta colocação no ranking da UFC da categoria. Com a mesma determinação que o levou a conquistar a faixa preta de karatê-dô tradicional aos 13 anos, Lyoto Machida perdeu 10 kg sem esforço aparente e venceu Mark Muñoz em sua primeira luta como peso médio no UFC. Bastaram 3m10s para Lyoto nocautear o adversário no combate realizado em Manchester (Inglaterra) e estrear em quinto lugar no ranking da categoria (até 84 kg). Embora tenha manifestado vontade de enfrentar Vítor Belfort, a próxima luta do brasileiro será contra o armênio Gegard Mousai, no dia 8 de fevereiro, em Jaraguá do Sul, cidade catarinense que recebe pela segunda vez um evento UFC. Como Lyoto, Mousasi também era meio-pesado (93 kg), categoria em que foi campeão no Strikeforce, e baixou de peso. O armênio não sobe ao octógono desde abril, quando fez sua primeira luta no UFC. Os analistas avaliaram que Lyoto soube usar muito bem sua tática durante a luta, realizada em 26 de outubro. O jogo de quadril, característico do karatê-dô tradicional desenvolvido por Yoshizo Machida, pai de Lyoto, foi fundamental para manter o adversário distante. Aliado a isso, Lyoto desferiu seguidos chutes na linha de cintura de Muñoz, que mantinha a guarda alta para evitar um provável direto. Após receber três chutes fortes e certeiros, Muñoz foi obrigado a baixar a guarda, dando oportunidade a Lyoto para desferir o chute que determinou o nocaute. Muñoz tentou defender-se com a mão, mas não foi suficientemente rápido para evitar o golpe. Amigos fora do octógono, Lyoto Machida e Mark Muñoz se conhecem de longa data, desde que treinaram juntos na academia Black House, em Los Angeles. A expectativa para a luta na Inglaterra, portanto, era de um duelo bastante equilibrado. Lyoto luta há seis anos no UFC e tem um título de campeão na categoria meio-pesado.

Repercussão e perspectivas 20


to pode deparar-se com uma situação muito complicada quanto à sua posição no ranking.

Quem é Lyoto Machida

Uma das primeiras reações à vitória de Lyoto veio do campeão da categoria, Chris Weidman, que conquistou o título recentemente ao derrotar o brasileiro Anderson Silva. “É bom ter outro grande lutador na divisão dos médios. Isso faz a categoria ficar ainda mais interessante”, disse o norte-americano em sua conta no Twitter. Já Lyoto afirmou que está entre os médios para ficar, mas admitiu que, se os chefes Dana White e Lorenzo Fertitta pedirem, ele poderá voltar a lutar entre os meio-pesados. Quem vai decidir os próximos passos da carreira de Lyoto no UFC é Dana White, mas ninguém acredita que ele queira mudá-lo de peso depois da incisiva vitória em Manchester. O dono do cinturão dos médios fará a revanche contra Anderson no dia 28 de dezembro. Se o brasileiro ganhar, Lyoto pode perder a chance de disputar o título. Segundo as publicações especializadas, o Spider já teria dito várias vezes que jamais lutaria contra o amigo. Mesmo com um título dos meio-pesados do UFC e dono de um estilo único, que já foi muito elogiado por Dana White e apreciadores do esporte, Lyoto terá ainda de desvencilhar-

-se da polêmica surgida após a derrota para Phil Davis em agosto, no Rio. Embora muitos analistas tenham apontado sua vitória, prevaleceram as críticas dos que consideram que ele tomou poucas iniciativas no combate. O agente de Lyoto, Jorge Guimarães, disse em entrevista ao programa de TV americano UFC Tonight que acha difícil que ele enfrente Vítor Belfort, embora esse seja um combate que os aficionados da modalidade mais gostariam de ver, inclusive Dana White. Em coletiva de imprensa na sua volta ao Brasil, Lyoto mostrou-se muito feliz com a nova fase de sua carreira e falou sobre o próximo duelo com Gegard Mousasi, marcado para fevereiro. Ele disse que conhece o adversário, que considera “um cara duro”, e que já assistiu a outras lutas dele. Mas Lyoto pretende iniciar a preparação apenas quando faltarem quatro ou cinco semanas para essa luta, pois quer “sentir-se bem” na nova categoria. O armênio está um pouco abaixo de Lyoto, que hoje ocupa o quinto lugar no ranking do UFC. Uma vitória será importante para consolidar o nome do brasileiro e credenciá-lo para voos mais altos. Ao contrário, se perder, Lyo-

Lyoto Machida nasceu em Salvador em 30 de maio de 1978, mas vive em Belém (PA), cidade onde atua seu pai, Yoshizo Machida, mestre em karatê-dô tradicional, conhecido por ter desenvolvido um método de treinamento que hoje leva seu nome. Lyoto teve o primeiro contato com os tatamis aos 3 anos de idade e aos 13 anos já era faixa preta (hoje tem graduação 3º dan na modalidade). Aos 12 anos já havia começado a treinar sumô e, aos 15, iniciou-se no jiu-jitsu (no qual também é faixa preta). Entre os torneios amadores de karatê-dô tradicional que venceu está o pan-americano de 2001. Foi vice no campeonato brasileiro de sumô de 2000 na divisão de 115 kg. Já adulto, Lyoto foi bicampeão brasileiro e vice-campeão no sul-americano. Lyoto é formado em educação física e tem um irmão também lutador, Chinzo Machida, que foi vice-campeão mundial de karatê-dô (Austrália 2006). Atualmente Lyoto, que também é chamado de The Dragon, integra a equipe Black House ao lado de Iago Barros Morales, Otávio Guimarães Fetter, Luiz Massaro Rodrigues, Antônio Soares de Oliveira, Caio Brombila Conceição, Lucas Grill e Otávio Grill, entre outros. A carreira de Lyoto Machida no MMA começou em 2003, quando venceu o japonês Kengo Watanabe por decisão unânime, em Tóquio. Depois de oito vitórias consecutivas, estreou no UFC em 2007, ao derrotar o americano Sam Hoger, também por decisão unânime, em luta realizada em Las Vegas. O cartel de Lyoto Machida registra 24 lutas, das quais venceu 20: oito por nocaute, duas por finalização e dez por decisão. Sofreu quatro derrotas, sendo uma por nocaute, uma por finalização e duas por decisão.

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ESPORTE QUER TER VOZ NO LEGISLATIVO PAULISTA POR N. T. MATEUS

| FOTOS MARCELO LOPES

Líderes de várias modalidades esportivas reuniram-se para convencer Chico do Judô a candidatar-se a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele gostou da ideia. Francisco de Carvalho Filho, o Chico do Judô, presidiu a Federação Paulista de Judô (FPJ) com reconhecida competência e hoje é vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Mas não é nenhum novato em matéria de política partidária. Eleito vereador quatro vezes em Mauá (SP), foi também secretário municipal de esportes e ocupou outros cargos, como o de ouvidor. Mas está claro para os esportistas que a ocupação de cargos no Poder Executivo raramente recai sobre seus legítimos representantes. São indicados com frequência médicos, advogados, pastores e outros profissionais para as pastas de esporte, o que não proporciona o retorno esperado. Para Mauzler Paulinetti, um dos articuladores do movimento em torno de Chico, é necessário levar ao Legislativo pessoas que tenham conhecimento para fazer projetos e aprovar leis que realmente atendam à expectativa de quem atua no setor. “Não temos na Assembleia Legislativa de São Paulo um representante à altura. Então, vimos que o Chico tem o perfil que queremos: é uma pessoa confiável, comprometida e idealista, atributos que nos levam a pensar num futuro e ter a segurança desta representação”, explica. E o que Chico acha disso? “Acho que o judô precisa ter representatividade, assim como as lutas e o esporte em geral”, diz. “Há gente que se coloca como representante do esporte, mas faz apenas o jogo político-partidário. Se formos ver o que fez de verdade e qual é a história dentro do esporte, talvez tenha no máximo disputado um campeonato de várzea.” Chico assegura que pretende ser um legítimo representante do esporte, um setor que está cansado de promessas e mentiras. E acredita que, como deputado, terá mais oportunidade de trabalhar nesse sentido. “Vejo, por exemplo, deputados ligados à área da saúde conseguirem verbas para construir um pronto-socorro ou comprar medicamentos. É um trabalho importante, mas também temos de evitar que as pessoas adoeçam, e o esporte tem esta função.” Uma das possibilidades seria propor emendas para ações que facilitem a vida do

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Dirigentes que solicitaram a pré-candidatura de Chico do judõ

atleta, dando condições para que ele se inscreva numa federação e possa competir, para que ele tenha acesso a atendimento médico. Ou que levem a rede pública a atender a esses atletas de nível. “Não sou de viver de ilusão, tenho sempre os pés no chão”, observa Chico. “Acho que chegou a hora de as modalidades esportivas se organizarem para ter um representante de verdade e crescer com isso. Eu acredito nisso.”

Movimentando as bases Mauzler Paulinetti tem um longo histórico de inserção do esporte na cena política. E está convencido de que já não há espaço no Executivo para os verdadeiros representantes do setor. “O acesso mais viável fica sendo o Legislativo, por meio de um vereador ou deputado”, garante. “Precisamos ter pessoas que assumam o compromisso de legislar a favor do esporte e, ao mesmo tempo, que nos representem perante um prefeito ou um governador e não políticos fazendo leis para o esporte sem ter conhecimento do assunto.”

Mauzler lembra que o esporte não se limita às modalidades de luta, mas avalia que falta massa aos outros segmentos para um movimento forte. Ele acredita, entretanto, que as artes marciais como um todo têm essa união. “E nós vamos mostrar para as outras modalidades que temos de estar juntos para esta conquista maior”, acrescenta. “Quando houver um parlamentar ocupando o seu cargo, ele não vai representar uma modalidade e, sim, todo o desporto no Estado de São Paulo.” O nome de Chico do Judô não surgiu do nada. Primeiro os dirigentes avaliaram como seria o processo eleitoral em 2014 e como seria escolhido alguém para representar o esporte. Segundo Mauzler, vários nomes foram apresentados. Os líderes discutiram o assunto e imaginaram quem teria o perfil ideal, quem teria coragem e liderança. Isso porque, se não fosse um nome no qual se confiasse, não daria para apostar em ninguém. E, se o indicado não tivesse liderança, a oportunidade de ter representatividade seria perdida. “Não interessa para o esporte ter alguém na Assembleia Legislativa só para ter, ser mais um lá. Então, concluímos que o único com esse


perfil e que converge em todos os segmentos esportivos, pela larga experiência que tem, é o Chico do Judô.” Essa decisão motivou os dirigentes a se reunirem para apresentar uma proposta ao ex-presidente da FPJ. “Fizemos uma reunião com as lideranças e trouxemos o Chico. Ele ficou muito entusiasmado e realmente está empolgado com esta indicação. E nós esperamos que ele aceite e que possamos trabalhar em prol de sua candidatura, que será muito importante para nosso segmento esportivo no Estado de São Paulo”, disse Mauzler. Entre os dirigentes que apoiam o projeto de candidatura, é unânime a opinião de que hoje, no esporte, ninguém tem uma experiência como a de Chico do Judô. O que o diferencia de outras grandes lideranças esportivas é a vontade de atuar no cenário político, mas com o desprendimento de estar trabalhando em prol de uma causa. “Os dirigentes, professores e representantes que participaram da reunião perceberam no Chico esta liderança, esta vontade e, principalmente, a confiança. Este foi o fator primordial para que aderíssemos a este pleito de ele realmente construir sua candidatura para 2014”, concluiu Mauzler.

Pré-candidatura toma forma Chico do Judô é filiado ao Partido Ecológico Nacional (PEN), e é por ele que pretende concorrer se sua pré-candidatura obtiver êxito. E, caso seja candidato, acha que pode eleger-se com algo em torno de 35 mil votos, bem menos do que seriam necessários a postulantes de grandes partidos. “Já fui vereador, já fui delegado do esporte, já fui presidente da comissão de esportes, ouvidor público – e isso me fez pensar que vários segmentos da sociedade são representados na esfera política, alguns para o bem e outros para o mal. Acho que o pessoal do esporte tem de lutar agora, tem de projetar melhor o futuro”, esclarece Chico do Judô. Quando fala em futuro, o vice-presidente da CBJ parte da Copa do Mundo, em 2014, e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Para ele, são dois projetos que não alavancam o esporte. “Nós precisamos criar estruturas suficientes para depois de 2016. O que vamos ter depois disso? Qual será o legado real da Olimpíada? O que teremos de estrutura de verdade?”, pergunta. Quando alguém se lança candidato, geralmente aceita qualquer apoio, e corre o risco de assumir compromissos que não poderá cumprir. Mas Chico acredita que conseguirá atrair outros parlamentares, caso sua candidatura se concretize e ele seja eleito. “Eles passaram por aquilo que eu vou passar para chegar onde chegaram, portanto, sabem da minha trajetória.” Ele conta também com o reconhecimento das lideranças de todos os esportes, e não só

dos que praticam modalidades de luta. “Espero ter apoio de verdade e comprometimento do pessoal do esporte de forma geral.” A convalescença de uma grave cirurgia foi uma das razões que levaram Chico do Judô a reduzir suas atividades, deixando a presidência da Federação Paulista de Judô. Mas ele não se sente desencorajado a enfrentar o desafio do embate político. “Deus me deu uma sobrevida, a partir do momento em que fiz um transplante. E eu sempre fui beneficiado pelas coisas que tenho e pelo que consegui na minha vida para mim e minha família. Chegou a hora de retribuir.

Acho que tenho uma responsabilidade maior do que a dos outros que não tenham passado por isso, que é ajudar”, diz Chico. “E, quando digo ajudar, não é dar, mas envolver as pessoas num projeto importante de esporte social e fazer com que os professores de educação física sejam valorizados de verdade. Assim, eles farão um trabalho bem feito e os maiores beneficiados serão as pessoas. É isso que me dá essa vontade de continuar trabalhando.” Para Chico, existem duas formas de atingir um objetivo político: uma delas é com muito dinheiro e a outra, com um trabalho dirigido, com propostas, planejamento, e com muitos

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amigos. “Esta é a melhor proposta, pois não corrompe e não mexe nos cofres públicos. É a proposta que baliza aquilo que deve ser feito e nos dá liberdade de desenvolvê-la. Ter projetos é diferente de distribuir dinheiro.” Ele acredita que o povo está mais acordado em função das manifestações do meio do ano. “E isso terá um grande reflexo na próxima eleição”, analisa Chico. “Aquele que estiver jogando dinheiro pela janela com certeza terá mais dificuldade para se eleger. Não digo que não se eleja, mas vão ser eleitas também muitas pessoas do bem e que vão trabalhar pelo esporte. Espero estar incluído entre elas, mas antes terei de passar pela escolha do partido para, aí sim, poder lançar uma candidatura madura e cercar-me de pessoas que possam me auxiliar.”

Reunião de líderes A reunião em que Chico do Judô foi convidado a assumir um compromisso com o esporte e a pré-candidatura a deputado estadual, organizada por Mauzler Paulinetti, contou com a presença, entre outros, do professor José Carlos Gomes de Oliveira, presidente da Federação Paulista de Karatê (FPK), Fernando Ameneiro Couto, presidente da Federação Paulista de Lutas e Artes Marciais (Feplam); Marjô Couto, presidente da União das Federações Esportivas do Estado de São Paulo (UFEESP), que dentro de pouco tempo fará a transição para o sucessor Frederico Wilche, que é o presidente da Federação Paulista de Triathlon e também estará engajado na campanha; Ciotoko Kojima, presidente da Federação Pan-Americana de Kendô; mestre de capoeira Marcos Caifazes, da Associação Caifazes de Esporte e Cultura; mestre Tsutomu e professor Ademar, lideranças da Federação Paulista e da Confederação Brasileira de Karatê Kyokushin Oyama; professor Rubens Pereira, presidente da Federação de Judô Máster; mestre Edilson Moraes, presidente da Confederação Brasileira de Kung Fu Tradicional; mestre Gabriel, do Instituto de Kung Fu; e mestre Yeo Jun Kim, presidente da Federação de Taekwondo do Estado de São Paulo. Fernando Ameneiro Couto, diretor do Sindicato das Entidades de Administração do Desporto de São Paulo, levou a palavra de José Jorge Farah, presidente da entidade, em apoio ao Chico do Judô.



RAIO X DO JUDÔ EM 2013 No fim de cada competição nacional analisamos os resultados obtidos por cada Estado e avaliamos o desempenho geral. Mas jamais havíamos feito uma análise global, fundamentada em todos os eventos da temporada. Neste ano pudemos avaliar o desempenho de todos os Estados que conquistaram ao menos uma medalha de ouro, e o resultado foi surpreendente. Confira. POR PAULO

Analisamos os seis campeonatos brasileiros realizados pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) nesta temporada, e pudemos produzir um quadro de medalhas das competições que compõem a grade de eventos que obedecem a critérios classificatórios estaduais e nacionais. Com base nos brasileiros das seis categorias, incluímos apenas os Estados que conquistaram ao menos uma medalha de ouro, e nossa análise abrange 96 ouros, 96 pratas e 192 bronzes, que totalizam as 384 medalhas da temporada. Ao todo, 16 dos 27 Estados conquistaram medalhas de ouro e fizeram parte do nosso balanço sobre 2013. Eles foram divididos em dois grupos: a elite, composta pelos sete Estados que conquistaram em

média um ouro por competição e no mínimo 20 medalhas, e o bloco intermediário, dos que, curiosamente, conseguiram um número razoável de medalhas, mas obtiveram poucas de ouro, como Pernambuco e Espírito Santo, que somaram 16 e 15 medalhas na temporada, respectivamente, mas estiveram apenas duas vezes no degrau mais alto do pódio. Além de simples, esta análise é muito interessante porque proporciona um verdadeiro raio X do judô brasileiro. Por meio dela vemos nitidamente quais Estados estão trabalhando na base, bem como os que investem na contratação de atletas formados em outros Estados. Basta uma simples olhada no quadro individual de medalhas de cada Estado para

BRONZE Brasileiro sub 13 = 5 Brasileiro sub 15 = 3 Brasileiro sub 18 = 2 Brasileiro sub 21 = 3 Brasileiro sub 23 = 3 Brasileiro sênior = 4

OURO

72

TOTAL: 20 PRATA Brasileiro sub 13 = 4 Brasileiro sub 21 = 4 Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sub 23 = 1 Brasileiro sub 18 = 2 Brasileiro sênior = 2

detectarmos onde o judô está crescendo e acontecendo verdadeiramente em nosso País. O mais interessante é que o quadro nacional de medalhas permite uma projeção de quais Estados crescerão mais nos próximos anos, já que, na medida em que o trabalho na base se fortalece, a possibilidade de ganho nas categorias de cima aumenta consideravelmente.

Números da temporada 2013 O Estado de São Paulo projeta-se em primeiro lugar, somando 72 medalhas, ou seja, 19% de todas que estiveram em disputa nesta temporada. Os paulistas mantiveram a

MEDALHAS DO RIO DE JANEIRO

MEDALHAS DA SÃO PAULO

Brasileiro sub 13 = 4 Brasileiro sub 15 = 7 Brasileiro sub 18 = 7 Brasileiro sub 21 = 7 Brasileiro sub 23 = 6 Brasileiro sênior = 7

TOTAL: 38

BRONZE Brasileiro sub 13 = 5 Brasileiro sub 15 = 2 Brasileiro sub 18 = 2 Brasileiro sub 21 = 4 Brasileiro sub 23 = 3 Brasileiro sênior = 5

TOTAL: 21 PRATA Brasileiro sub 13 = 3 Brasileiro sub 15 = 3 Brasileiro sub 23 = 1 Brasileiro sub 21 = 2 Brasileiro sênior = 2

OURO

48

MEDALHAS DE MINAS GERAIS

OURO Brasileiro sub 21 = 5 Brasileiro sênior = 2

TOTAL: 11

24

PRATA Brasileiro sub 21 = 1 Brasileiro sub 23 = 2 Brasileiro sênior = 3

TOTAL: 6

26

TOTAL: 16

MEDALHAS DE SANTA CATARINA

TOTAL: 7 BRONZE Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sub 18 = 4 Brasileiro sub 21 = 2 Brasileiro sênior = 3

Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sub 15 = 2 Brasileiro sub 18 = 2 Brasileiro sub 21 = 3 Brasileiro sub 23 = 6 Brasileiro sênior = 2

TOTAL: 11

TOTAL: 14

BRONZE Brasileiro sub 13 = 3 Brasileiro sub 15 = 2 Brasileiro sub 18 = 3 Brasileiro sub 21 = 3 Brasileiro sub 23 = 1 Brasileiro sênior = 2

TOTAL: 14

PINTO

26

OURO Brasileiro sub 13 = 2 Brasileiro sub 18 = 1 Brasileiro sub 23 = 2 Brasileiro sênior = 2

TOTAL: 7 PRATA Brasileiro sub 15 = 2 Brasileiro sub 23 = 1 Brasileiro sênior = 2

TOTAL: 5


1,1% 2,3%

média exata de 12 medalhas por competição e são os que produzem o maior número de atletas novos. Se fôssemos considerar os judocas que migram de São Paulo para outros centros, este número cresceria consideravelmente. Mas os paulistas também contratam atletas revelados em outros Estados, e é justamente esse vai e vêm de judocas que proporciona maior intercâmbio técnico. É por meio dele que ocorre a troca de conhecimento dos formadores de atletas que estão por todo o País. Os números de São Paulo impressionam ainda mais quando fragmentarmos nossa análise, já que os paulistas somaram 40% das medalhas de ouro e disputaram 55% de todas as finais brasileiras da temporada. Tudo isso resultou na média incrível de 12 medalhas por competição. O Rio de Janeiro, porém, também fez uma temporada surpreendente, conquistando 17% dos ouros em disputa, e manteve a média de oito medalhas por competição. São números bastante representativos, se comparados aos dos demais Estados. Na verdade, Rio e São Paulo ainda formam a base da elite do judô verde e amarelo, já que a distância deles para os demais Estados é enorme. Com apenas sete medalhas de ouro e totalizando 24 medalhas neste ano, Minas Gerais aparece em terceiro lugar. Com a média de quatro medalhas por competição, os mineiros ainda conquistaram mais seis pratas e 11 bronzes.

TOTAL: 20

1,1%

2,3%

5,2%

40,0 %

5,2%

6,3%

7,3%

17,0

7,3%

%

MEDALHAS DE OURO DA TEMPORADA 2013

Goiás

Minas Gerais

Rio Grande do Norte

Santa Catarina

Paraíba

Rio Grande do Sul

Bahia

Mato Grosso do Sul

Maranhão

Paraná

Mato Grosso

MEDALHAS DO MATO GROSSO DO SUL

TOTAL: 6 PRATA Brasileiro sub 18 = 4 Brasileiro sub 21 = 1 Brasileiro sub 23 = 1 Brasileiro sênior = 1

OURO

BRONZE Brasileiro sub 13 = 3 Brasileiro sub 15 = 3 Brasileiro sub 18 = 3 Brasileiro sub 21 = 5 Brasileiro sub 23 = 2

TOTAL: 16

28

Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sub 18 = 2 Brasileiro sub 23 = 1

TOTAL: 5 PRATA Brasileiro sub 13 = 2 Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sub 18 = 2 Brasileiro sub 23 = 2

TOTAL: 7

OURO

MEDALHAS DA PARANÁ

TOTAL: 10

Piauí

Rio de Janeiro

Pernambuco

TOTAL: 8

BRONZE Brasileiro sub 13 = 4 Brasileiro sub 15 = 4 Brasileiro sub 23 = 1 Brasileiro sênior = 1

São Paulo

Espírito Santo

OURO Brasileiro sub 13 = 3 Brasileiro sub 15 = 2 Brasileiro sub 23 = 1

34

1,1% 1,1%

2,3%

MEDALHAS DO RIO GRANDE DO SUL

BRONZE Brasileiro sub 13 = 4 Brasileiro sub 15 = 3 Brasileiro sub 18 = 3 Brasileiro sub 21 = 5 Brasileiro sub 23 = 4 Brasileiro sênior = 1

1,1%

1,1%

20

Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sub 18 = 1 Brasileiro sub 23 = 1 Brasileiro sênior = 1

TOTAL: 5 PRATA Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sub 18 = 3

TOTAL: 5

MEDALHAS DA PERNAMBUCO

OURO Brasileiro sub 13 = 2

TOTAL: 2 BRONZE Brasileiro sub 15 = 4 Brasileiro sub 18 = 1 Brasileiro sub 21 = 1 Brasileiro sub 23 = 2

TOTAL: 8

16

PRATA Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sub 18 = 3 Brasileiro sub 21 = 2

TOTAL: 6

27


Mas, se analisarmos detalhadamente o retrospecto dos mineiros, veremos que o Estado não disputou uma final sequer nas categorias sub 13, sub 15 e sub 18, somando apenas seis bronzes nesses certames. Isso mostra que em Minas ainda não existe um grande trabalho na base. Santa Catarina também conquistou sete ouros e superou a tradição do Rio Grande do Sul nos tatamis, ficando em quarto lugar. Os catarinenses somaram 26 medalhas e mantiveram a média de 4,3 por competição.

Vemos bom desempenho dos catarinenses na base, em que disputaram praticamente duas finais por competição, somando três ouros e duas pratas. Isso mostra que em médio prazo Santa Catarina deverá subir no ranking nacional, devido ao excelente trabalho desenvolvido por algumas escolas, no sentido de formar bons atletas. Em quinto lugar aparece o Rio Grande do Sul, que obteve um número bastante expressivo de medalhas, 33 ao todo, porém apenas seis de ouro.

DISPUTA DE FINAIS NA TEMPORADA 2013

60,00% 54,16%

50,00%

40,00%

30,00%

28,12%

20,00% 13,54%

12,50%

13,54%

12,50%

10,41%

10,00%

8,33% 4,16%4

,16%

4,16%

3,12%

2,08%2

,08%

1,04%1

,04%

0,00%

MEDALHAS DO ESPÍRITO SANTO

OURO Brasileiro sub 18 = 1 Brasileiro sub 21 = 1

Felizmente o quadro da base no Rio Grande do Sul é bastante favorável, e mostra nove finais que resultaram em cinco medalhas de ouro e quatro de prata. Esse quadro mostra que o judô gaúcho está focado na base, e a razão da queda de rendimento nesta temporada foi o fraco desempenho das seleções sub 21, sub 23 e sênior. Em sexto lugar, o Mato Grosso do Sul mostra que está inserido definitivamente na elite da modalidade. Com cinco medalhas de ouro, sete de prata e 16 de bronze, os sul-mato-grossenses somaram 28 medalhas e atingiram a média incrível de 4,6 medalhas por competição. O quadro de medalhas deste Estado mostra uma escalada ascendente e tem seu ponto alto na base, em que no sub 13, sub 15 e sub 18 foram disputadas nove finais, que renderam quatro ouros e cinco pratas. Certamente em mais duas ou três temporadas o Mato Grasso do Sul chegará com esta mesma qualidade nas categorias de cima, e aí a briga no topo da tabela vai aumentar significativamente. Com cinco ouros e somando 20 medalhas, o Paraná é o sétimo colocado e o último Estado do grupo de elite do judô nacional. Os paranaenses obtiveram a média anual de 3,3 medalhas por competição. Apresentando um resultado bastante homogêneo da base ao topo, o Paraná se mantém no grupo de elite da modalidade. Mas, conhecendo os números do judô neste

MEDALHAS DO PIAUÍ OURO Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sub 18 = 1

TOTAL: 2 BRONZE Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sub 18 = 4 Brasileiro sub 21 = 1 Brasileiro sub 23 = 3 Brasileiro sênior = 2

TOTAL: 11

15

PRATA Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sub 18 = 1

BRONZE Brasileiro sub 21 = 1 Brasileiro sub 23 = 3 Brasileiro sênior = 1

TOTAL: 2

TOTAL: 5

TOTAL: 2

9

PRATA Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sênior = 1

TOTAL: 2

OURO Brasileiro sub 15 = 1

MEDALHAS DE GÓIAS

MEDALHAS DO RIO GRANDE DO NORTE OURO Brasileiro sênior = 1

TOTAL: 1 BRONZE Brasileiro sub 13 = 2 Brasileiro sub 15 = 2 Brasileiro sub 18 = 4 Brasileiro sub 21 = 2 Brasileiro sub 23 = 1 Brasileiro sênior = 3

TOTAL: 10

TOTAL: 1

14

PRATA Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sênior = 2

TOTAL: 3

BRONZE Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sub 23 = 1

TOTAL: 2

5

PRATA Brasileiro sub 23 = 2

TOTAL: 2


Estado, afirmamos que o resultado desta temporada não é compatível com a grandeza do trabalho realizado pela Federação Paranaense de Judô. Muito mais ainda precisa ser feito, pois, depois de São Paulo, o Paraná é o segundo maior berço da modalidade no Brasil. Em oitavo aparece Pernambuco, que, somando 16 medalhas, encabeça o grupo intermediário do judô brasileiro. Neste bloco estão: Espírito Santo em nono, com 15 medalhas; Piauí em décimo, com nove medalhas; Goiás em décimo primeiro, com 14 medalhas; Rio Grande do Norte em décimo segundo, com cinco medalhas; Paraíba em décimo terceiro, com nove medalhas; Bahia em décimo quarto, com seis medalhas; Maranhão em décimo quinto, com quatro medalhas; e Mato Grosso em décimo sexto, com uma medalha. Este grupo é composto por Estados emergentes na modalidade, com destaque especial, é claro, para os quatro primeiros, que somaram um número expressivo de medalhas e se aproximam bastante do grupo de elite. O terceiro grupo é formado por 11 Estados, que não foram contabilizados aqui por não terem conquistado nenhuma medalha de ouro na temporada. Alguns deles apresentam melhor desempenho, como o Pará, Amapá, Amazonas e Rondônia, que mantêm certa frequência nos pódios. Vemos ainda Estados que, devido às conjunturas locais, ainda estão em fase de franca implantação da modalidade, enquan-

MEDALHAS DA PARAÍBA

to outros não avançam em função de administrações arcaicas ou obsoletas.

Péssima distribuição dos certames nacionais Em nossa edição anterior criticamos o erro da CBJ no que diz respeito à distribuição dos eventos nacionais. É nítido que os certames nacionais são distribuídos apenas aos Estados que formaram a base política do presidente da CBJ. Além de injusta e absurda, tal distribuição dos certames nacionais fere os direitos dos judocas dos demais Estados, que são obrigados a investir um volume enorme de recursos para participar das competições. Dos seis eventos nacionais desta temporada, três foram realizados no Nordeste; dois, no Norte; e apenas um no Sudeste. Não houve nenhum evento no Centro-Oeste ou no Sul, e o custo para os clubes, atletas e federações destas regiões foi altíssimo. A CBJ alega que a proposta é promover o desenvolvimento da modalidade nas regiões escolhidas, mas todos sabem que não é fazendo eventos que se alavanca uma modalidade nos Estados em que ela ainda não está estruturada e enraizada. Essa justificativa é infundada e serve apenas para criar uma cortina de fumaça em torno dos reais motivos que levaram todos estes eventos para Estados que compõem praticamente a mesma região.

OURO Brasileiro sênior = 1

Quais interesses fizeram com que a CBJ realizasse 85% dos eventos deste ano nas regiões Norte e Nordeste, e por que os presidentes das federações prejudicadas não questionam uma distribuição tão absurda nos eventos do calendário da CBJ?

Pragmatismo selvagem A CBJ arrecada dezenas de milhões em patrocínios anualmente, mas são os clubes, os familiares dos atletas ou as federações estaduais que bancam as viagens, a alimentação e a hospedagem dos atletas, nos eventos que geram ainda mais receita para a CBJ. A cada competição a confederação se beneficia com os recursos gerados pelos eventos, que são patrocinados e financiados pelos governos estaduais e municipais, sem contar as inscrições dos atletas, que ainda têm de pagar para poder competir nos certames que, na verdade, são fonte de receita da CBJ. Como já escrevemos no passado, a pirâmide está invertida, de forma que a CBJ fica cada vez mais rica e poderosa, enquanto as federações estaduais ficam cada vez mais pobres, impossibilitadas de crescer, em função da política desumana criada para manter os Estados no cabresto e dependentes das migalhas oferecidas pela entidade nacional.

MEDALHAS BAHIA

OURO Brasileiro sub 15 = 1

TOTAL: 1

TOTAL: 1 BRONZE Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sub 23 = 2 Brasileiro sênior = 3

TOTAL: 7

9

MEDALHAS DA MARANHÃO

PRATA Brasileiro sub 21 = 1

TOTAL: 1

OURO Brasileiro sub 15 = 1

BRONZE Brasileiro sub 15 = 2 Brasileiro sub 18 = 1 Brasileiro sênior = 1

TOTAL: 4

6

MEDALHAS DO MATO GROSSO

TOTAL: 3

4

TOTAL: 1

OURO Brasileiro sub 13 = 1

TOTAL: 1 BRONZE Brasileiro sub 13 = 1 Brasileiro sub 15 = 1 Brasileiro sub 18 = 1

PRATA Brasileiro sub 21 = 1

TOTAL: 1

1


2013: Ano de enfrentamento, desafios e conquistas POR DIVULGAÇÃO

“Cair, levantar, cair, levantar outra vez, nunca desistir! Foi uma das primeiras e mais importantes lições que aprendi no judô”, lembra Aurélio Miguel, medalha de ouro na categoria meio-pesado nas Olimpíadas de Seul de 1988. O ano de 2013 irá marcar profundamente a vida do primeiro judoca brasileiro campeão olímpico. No mesmo ano em que Aurélio Miguel completou 25 anos de sua conquista olímpica e foi alçado à condição de membro do Hall da Fama da Federação Internacional de Judô (FIJ), ele enfrenta a maior batalha da sua vida. Aurélio Miguel está lutando para provar que as denúncias que surgiram envolvendo seu nome em esquemas irregulares na Prefeitura de São Paulo são mentirosas. No ano passado, Aurélio Miguel, que cumpre o terceiro mandato como vereador de São Paulo, foi citado em depoimento de uma ex-funcionária de uma construtora multinacional que disse que teria ouvido que o vereador receberia dinheiro para facilitar a vida da empresa no relatório final da CPI do IPTU, em 2009. “A mídia deu grande destaque para essa acusação, mas deixou em segundo plano a informação de que essa funcionária havia sido demitida da empresa e que era alvo de um processo criminal. Além disso, essa mesma pessoa desmentiu essas acusações quando foi chamada para prestar esclarecimento na Polícia Civil”, afirma Aurélio Miguel. Passado um ano, as denúncias baseadas no “ouvir dizer” não se transformaram em prova. De maneira espontânea, Aurélio entregou para o Ministério Público e para a Justiça seus sigilos bancário e fiscal, de sua família e das suas empresas. Não foi identificada nenhuma incompatibilidade da evolução do seu patrimônio com a renda. “É mentira que foi jogada ao vento, manchou meu nome e foi adotada como verdade por parte da imprensa. Sofri um prejuízo irreparável que nem mesmo a decretação de minha inocência – que irá acontecer – poderá reverter”, disse Aurélio. Recentemente a história se repetiu. O nome do judoca foi citado em um testemunho de funcionários públicos acusados de corrupção e membros da chamada “Quadrilha do ISS”. Novamente, um réu de uma investigação criminal disse que “ouviu dizer”. Pela fragilidade da acusação, o promotor do caso afirmou que Aurélio não figurava entre os investigados. “Todos lembram do linchamento sofrido por um casal de senhores proprietários de uma escola infantil (Escola de Base), em São Paulo. Foram massacrados e condenados numa espécie de rito sumário, sem direito a de-

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| FOTOS LEANDRA BENJAMIM /MPIX

fesa. Quando tiveram sua inocência provada, já era tarde”, lembrou. Este segundo golpe baixo contra a sua reputação poderia ter derrubado qualquer político ou pessoa pública. Porém, coerente com sua postura de atleta campeão olímpico, as acusações falsas que tentaram jogar o judoca ao chão serviram como um incentivo ainda maior para continuar lutando contra as irregularidades e injustiças que sempre denunciou como vereador. “Minha história é minha melhor defesa. Minha atuação na Câmara Municipal foi sempre combativa e de vigilância constante das ações da Prefeitura de São Paulo. Fui um dos primeiros parlamentares a denunciar Paulo Wanderley, vice-presidente da FIJ entrega homenagem da Internacional de Judô para Aurélio Miguel, o judoca mais as irregularidades nas secretarias de Federação laureado do Brasil. Finanças e da Habitação, que somente agora estão sendo investigaFoi também neste ano que foi comemodas. Estão tentando transformar o principal rado o jubileu de prata da conquista de ouro acusador em acusado para desviar o foco do olímpica do judoca da Vila Sônia (bairro de principal alvo das investigações, que é o Exe- São Paulo). “Claro que não pude comemorar cutivo Municipal”, afirma Aurélio. como eu imaginava. Seria uma hipocrisia de minha parte. Mas a comunidade do judô lembrou essa data com respeito e dan“Valho-me de todos os ensinamentos do a ela a importância histórica que teve. do judô – filosóficos e esportivos – para Sei o quanto foi fundamental para o judô brasileiro essa medalha, da mesma forma seguir lutando nesse novo tatami, que como o foram todas as outras conquistas segue regras não tão claras quanto as do olímpicas do judô nacional”, avaliou Aujudô e de outros esportes. Não se trata rélio Miguel. de um caminho suave, mas o caminho Aurélio Miguel segue seu terceiro mandato como vereador na maior cidade obrigatório.” do País. “Se alguém tinha a intenção de me calar ao me acusarem de coisas que não Nessa batalha que enfrentou este ano, fiz, enganou-se. Sei que ao cumprir meu paAurélio Miguel recebeu apoio da comunidade pel de fiscal das coisas públicas de São Paulo do judô, que vem acompanhando sua atuação eu incomodei muita gente. Estou pagando o para o fortalecimento do esporte nas últimas preço por isso. Mas não me atemorizo”, assedécadas. Além da sua luta na Justiça para gurou o judoca. ver seu nome livre dessas acusações falsas Ao entrar para a política, Aurélio Miguel e levianas, 2013 guardou para o judoca, úni- buscava dar sequência ao caminho que descoco campeão olímpico da delegação brasileira briu quando testemunhou como protagonista a de todos os esportes que disputou os Jogos retomada dos bons rumos pela Confederação Olímpicos de Seul, momentos de alegria e Brasileira de Judô. “Apenas quando fizemos reconhecimento. “Estar no Hall de Fama da a opção pela ação política foi que acabamos FIJ, ao lado de nomes como Jigoro Kano, é com a ditadura na CBJ. Não é um caminho fámuito especial. E tal reconhecimento chegou cil, vejo agora, mas é o melhor. Valho-me de num momento importante para mim. São fatos todos os ensinamentos do judô – filosóficos e como esse que, ao lado da minha fibra desen- esportivos – para seguir lutando nesse novo volvida nos tatamis, permitem que eu continue tatami, que segue regras não tão claras quanto na luta”, declarou. A entrada de Aurélio Miguel as do judô e de outros esportes. Não se trata nessa importante galeria que conta a história de um caminho suave, mas o caminho obrido judô através de seus mais importantes per- gatório”, completou o campeão olímpico, mesonagens se deu durante o Campeonato Mun- dalha de bronze em Atlanta-96 e duas vezes dial de Judô de 2013, no Rio de Janeiro. vice-campeão mundial.



AQUILES GÓMEZ GUSMÁN

REESCREVENDO A HISTÓRIA DO JUDÔ NO CHILE POR PAULO

PINTO |

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REVISTA BUDÔ

Nascido em 8 outubro de 1954, em Santiago do Chile, Aquiles Gómez Gusmán, judoca 5º dan, pós-graduado em administração de empresas, assumiu em meados do 2012 o desafio de moralizar e alavancar o judô em seu país. Para tanto teve de enfrentar dirigentes que há mais de 25 anos se perpetuavam no poder. Conheça parte da história que está sendo reescrita por um dirigente moderno e empreendedor, que busca estruturar e popularizar a pratica do judô no Chile sem abrir mão do legado de Jigoro Kano. De que forma chegou aos tatamis? Comecei no judô por meio de meu pai que, assim como quase toda a família, era judoca. Tive a sorte de aprender judô com professores muito bons, como Toshiharu Kobayashi, Ryuiji Bunazawa, Juan Carlos Zelaya e Antonio Raffo, entre outros. Conquistei vários títulos nacionais e fiz parte da seleção chilena por muitos anos. Disputei as principais competições que existiam na época: os campeonatos sul-americano, pan-americano e o ibero-americano. Fui campeão ibero-americano e posteriormente ganhei do governo do Japão uma bolsa de estudos na Universidade de Sukuba, onde aprendi muito do que sei. Vou ao Japão frequentemente em busca de conhecimento técnico nas mais variadas áreas de desenvolvimento desportivo. Fui técnico da seleção chilena por um longo período, e acabei me especializando na área esportiva em que hoje atuo profissionalmente.

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POR PAULO

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REVISTA BUDÔ


Aquiles Gómez Gusmán na abertura do Open Santiago 2013

Como está a sua administração, hoje? Havia uma estagnação total, e agora buscamos recuperar o tempo perdido. Os poucos resultados obtidos neste primeiro ano resgataram a credibilidade do judô chileno. Recuperamos a confiança do Ministério do Esporte, da autoridade olímpica, da Federação Internacional de Judô e da Confederação Pan-Americana de Judô. Queremos que as pessoas nos conheçam e saibam como somos e como administramos o novo judô chileno. Somos um país soberano e independente. Temos um voto e uma voz. Não vamos submeter-nos a nenhum tipo de poder, seja ele fático ou desportivo. Nosso voto vale o mesmo que o de qualquer outro país e queremos ser escutados e respeitados. Nosso país precisa desenvolver-se no judô, e para isso não precisamos apenas de dinheiro. Precisamos de amigos à nossa volta, precisamos gerar confiança, alianças e estratégias. Por isso decidimos abrir nosso país para a Europa, mais especificamente para Espanha e França, visando a ficar cada vez mais fortes e competitivos. Queremos treinar no Brasil e na Europa, e estamos conseguindo efetivamente realizar isso, já que recentemente mandamos um grupo de judocas

Como chegou à presidência da Federação de Judô do Chile? Após a fase de competidor, tornei-me técnico da seleção chilena, mas posteriormente fui penalizado, assim como vários judocas de meu país. Fui perseguido e marginalizado das competições oficiais por não concordar com os abusos e absurdos que sempre existiram no judô chileno. Até que o Ministério do Esporte decidiu fazer uma investigação nas operações de Rigoberto Sanz, presidente da Federação Chilena de Judô e da Confederação Sul-Americana e vice-presidente da Confederação Pan“Não vamos submeter-nos a nenhum tipo -Americana. Ele cometeu uma série de irregularidades administrativas e de poder, seja ele fático ou desportiacabou sendo deposto do cargo. vo. Nosso voto vale o mesmo que o de Paralelamente eu continuava minha qualquer outro país e queremos ser escuvida no negócio do esporte, mas tados e respeitados. Nosso país precisa no judô apenas dava aulas, pois desenvolver-se no judô, e para isso não nunca deixei essa atividade. Todos precisamos apenas de dinheiro. Precisasabiam que jamais pretendi um mos de amigos à nossa volta, precisamos cargo administrativo ou político no gerar confiança, alianças e estratégias.” judô, mas, no momento em que o cerco a Sanz se ampliava, houve uma grande pressão e acabei treinar na Espanha, enquanto outros foram à aceitando assumir a presidência de uma nova Rússia. No pan-americano realizado este ano na entidade, e aqui estou. Há um ano fundamos Argentina conquistamos 12 medalhas, e esse a Federação de Judô do Chile, e no dia 12 de foi um feito inédito. Fechamos um grupo para setembro completamos nosso primeiro ano disputar o mundial da Eslovênia, e a soma dos de atividade. eventos internos realizados este ano ultrapassou Você nunca havia ocupado um cargo diretivo? Antes de aceitar este desafio trabalhei muitos anos pelo judô chileno, mas sempre na área técnica. Hoje estamos realizando coisas maravilhosas no sentido de desenvolver verdadeiramente a modalidade. Demos passos importantes, como a implantação de um padrão técnico em todo o Chile. Contratamos um treinador espanhol que obteve conquistas esportivas e possui uma bagagem acadêmica enorme, e ele está capacitando os técnicos e professores filiados à FJC. Nos últimos 25 anos nada tinha sido realizado nesse sentido, e agora todos estão otimistas com a possibilidade de crescimento e desenvolvimento. Perdemos gerações inteiras de técnicos e atletas com grande valor, durante o período em que Rigoberto Sanz tomou o judô chileno de assalto e disseminou o subdesenvolvimento técnico e administrativo em nossa modalidade.

80 competições. Realizamos o Open Santiago, que teve a presença de equipes da Inglaterra, França, Espanha, Hungria, Nova Zelândia, Brasil, Equador, Porto Rico, Bolívia, Argentina e Chile. Premiamos cada primeiro lugar com U$ 1 mil, já que nossa competição não soma pontos para o ranking da FIJ. Tivemos mais participantes da Europa que da América, mas aos poucos estamos recuperando a confiança de todos.

Existe judô em todos os Estados do Chile? Sim, mas nossa estrutura não é como a do Brasil. Não temos federações estaduais, e todos os clubes e escolas filiam-se diretamente à nossa entidade. Antes tínhamos as associações estaduais, mas na verdade elas eram nichos de poder e decidimos acabar com isso. Entendemos que são os clubes que fazem o judô acontecer, e são eles que devem decidir os destinos de nossa modalidade. Somamos atualmente 180 clubes que atuam verdadeiramente em todo o país. Essa estrutura gerou uma dinâmica de participação gigantesca. Todos pensam e opinam da forma como entendem e hoje ninguém é expulso ou marginalizado por pensar de forma diferente. Sentamos, discutimos ideias e ideais, e no fim o judô sai ainda mais fortalecido, sem perseguições ou punições. Durante anos a Confederação Pan-Americana relutou em acatar o pedido da maioria de países do continente, que queriam a saída de Rigoberto Sanz da presidência. Como aconteceu sua saída? Fiz um trabalho de esclarecimento junto ao presidente da CPJ e à maioria dos países, e aos poucos Paulo Wanderley foi cedendo, até que concluiu não ter outra saída, e fez com que Rigoberto renunciasse. Neste momento estamos fazendo uma espécie de transição, mas exigimos que isso seja feito de forma democrática. Não aceitaremos imposições e nossa proposta é que o futuro dirigente eleito seja um presidente de federação nacional. Também vamos mudar o estatuto para que nunca mais aconteçam manobras como as que colocaram Luiz Romariz onde está hoje. Atualmente temos dez países com direito a voto, e apenas dois estão na contramão. Os demais estão alinhados e focados na democracia plena, buscando o melhor para o judô sul-americano. Assim como acontece com Rigoberto Sanz, outros dirigentes sul-americanos estão sendo processados por improbidade administrativa, e isso não tem nada a ver com a filosofia do judô. Você não acha que perdemos a essência e a decência? Desconheço outros casos, além do Rigoberto, mas temos de separar as coisas. Felizmente essa gente é minoria em nossa modalidade. Eles estão no poder, mas não resistirão por mui-

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Aquiles Gómez Gusmán com o colega uruguaio Ignácio Alouise

to tempo nos cargos que ocupam. O Rigoberto caiu e os demais deverão seguir o mesmo caminho. Por outro lado, temos hoje um dirigente internacional que, por meio de uma gestão séria e moderna, fortaleceu espetacularmente nossa modalidade. Marius Vizer colocou o judô na elite do desporto mundial. Hoje temos certeza de que as pessoas podem viver de judô, tamanho é o profissionalismo gerado na administração Vizer. Antes o judô sobrevivia à beira da miséria, e hoje repartimos o sucesso das ações implantadas por um dirigente moderno e visionário. Atualmente existe toda uma política de capacitação dos técnicos, árbitros e demais profissionais envolvidos com nosso esporte, bem como um caderno de encargos que é apresentado a todos os países que se propõem a sediar eventos como a Copa do Mundo, mundiais ou Grand Slam. Fomos formados com base nos valores criados por Jigoro Kano e isso não pode ser negligenciado. Temos de seguir os valores que trazemos no coração e no espírito. Muitas vezes a ambição política é tão grande que ultrapassa todos estes valores, mas não podemos esquecer que somos judocas e temos de seguir o caminho que escolhemos lá atrás, em nossa infância ou adolescência. Algumas pessoas se perderam pelo caminho, mas nem tudo está perdido. E entendo claramente que a Federação Internacional está lutando pela manutenção desses valores. Algumas pessoas acusam a FIJ de elitizar a modalidade. Você apoia este pensamento? De forma alguma. Há pouco disse que antes repartíamos a miséria que existia em nossa modalidade. Hoje administramos o judô quase profissionalmente. Da mesma forma que todo e qualquer profissional é remunerado, os professores de judô também estão sendo valorizados e remunerados. O judô não é apenas um esporte, e nos disponibiliza infinitas possibilidades de crescimento. Antes tínhamos um campeonato mundial por ano e uma Olimpíada a cada quatro anos. Hoje temos eventos internacionais quase semanalmente, e todos com boa premiação em dinheiro. Os árbitros que trabalham nos eventos se hospedam nos melhores hotéis do mundo, e aos poucos todos estão sendo mais bem remunerados. Penso que as pessoas que estão no comando fizeram a escolha certa, pois o judô não pode

Judocas recebendo premiação no Open Santiago 2013

mais ser visto e tratado com aquela visão simplista e humilde do passado, pois ele nos mostra um novo caminho para a sociedade. Todas as mudanças foram positivas e melhoraram o judô em todos os aspectos. O judô cresceu e hoje é uma mídia esportiva cada vez mais valorizada. Qual é o balanço deste primeiro ano à frente do novo judô chileno? Foi um ano muito difícil em função da péssima herança administrativa que tivemos que digerir,

“Não aceitaremos imposições e nossa proposta é que o futuro dirigente eleito seja um presidente de federação nacional. Também vamos mudar o estatuto para que nunca mais aconteçam manobras como as que colocaram Luiz Romariz onde está hoje.” mas as dificuldades geradas por nosso passado estão diminuindo a cada dia e o panorama hoje é outro. Temos agora um céu azul enorme diante de nós, e isso nos enche de esperança no sentido de vermos cada vez mais crianças vestindo judogis, no Chile. Nosso maior parceiro hoje é o governo federal, e já recebemos algum apoio da iniciativa privada. Estamos otimistas e esperamos que em nível de continente as coisas também aconteçam. Ou a América do Sul se une em torno da proposta de crescimento harmonioso da modalidade, ou nada vai acontecer de verdade.

O que precisa ser feito para obtermos um desenvolvimento sustentável no judô sul-americano? Primeiro temos de deixar claro que a até hoje a Confederação Sul-Americana não realizou absolutamente nada. A entidade não possui a força que deveria ter. Necessitamos promover cursos de capacitação para nossos técnicos, árbitros e até mesmo para as pessoas que cuidam da administração de cada país. Podemos aprender muito com as experiências dos demais países do continente. Precisamos estabelecer núcleos de treinamento permanentes, e isso pode ser feito de forma rotativa. Cada país sediaria o treinamento e ofereceria alojamento e alimentação aos visitantes. Temos de fomentar nosso próprio crescimento técnico, envolvendo cada vez mais países nesta proposta. Na medida em que o judô continental cresce, o Brasil crescerá ainda mais. Contudo, se quisermos crescer de verdade, temos de ser solidários. Precisamos gerar mecanismos que nos proporcionem maior intercâmbio, e se não formos solidários nada mudará a curto ou longo prazo. O estatuto da Federação de Judô do Chile permite apenas uma reeleição, e estou nisso focando apenas o desenvolvimento do judô de meu país. Estou deixando meus negócios, minha família e minhas filhas de lado, para trabalhar pelo crescimento de algo que para mim é muito importante, e gostaria que os dirigentes dos demais países do continente buscassem soluções para o judô sul-americano de forma coletiva, pois juntos podemos muito mais.


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PINHEIROS REINOU ABSOLUTO NO PAULISTA SÊNIOR POR PAULO

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BUDÔ

O Esporte Clube Pinheiros literalmente atropelou seus adversários, conquistando mais da metade das medalhas em disputa. Ao todo foram oito ouros, cinco pratas e seis bronzes, que autenticaram a supremacia da equipe na classe sênior. A Federação Paulista de Judô (FPJ) realizou o campeonato paulista da classe sênior no dia 7 de setembro, no ginásio do Esporte Clube Pinheiros. Foi o último certame estadual desta temporada e, além da grande disputa por medalhas, acontecimentos e fatos marcantes confirmaram toda a grandeza e tradição do judô paulista. A competição contou com a participação de 415 atletas, sendo 173 do feminino e 242 do masculino. Participaram desta edição do campeonato com mais glamour no calendário paulista 117 associações e clubes vindos das 17 delegacias regionais. Com 46 judocas inscritos, a equipe anfitriã bateu recorde de participantes. Com 25 competidores, o Palmeiras/Mogi foi a segunda maior equipe da competição, seguida pelo SESI/SP, com 24. A cada ano o time que representa o Serviço Social da Indústria toma mais corpo e conquista maior espaço no judô de São Paulo. A cerimônia de abertura reuniu verdadeiras lendas do judô bandeirante, entre os quais o sensei Edgar Ozon, membro do conselho do Esporte Clube Pinheiros; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); Arnaldo Queiroz, delegado da 1ª Delegacia Regional; Dante Kanayama, diretor de arbitragem da FPJ; Kembo Masatsume Shira, diretor do Instituto de Judô Shira da Argentina; Celestino Seiti Shira; Luiz Alberto dos Santos, coordenador de cursos da FPJ; Joji Kimura, diretor técnico da FPJ; Maurílio Cesário; Massanori Yanagmori; Júlio Sakai Yokoyama; Paulo da Costa Figueiroa, Takeshi Yokoshi, delegado da 16ª Delegacia Regional; Nelson Shigueki Koh, delegado da 7ª Delegacia Regional; Galileu Paiva; Mauro Oliveira; Edson Minakawa; Ney de Lucca Mecking; Odair Borges; Argeu Maurício, delegado da 3ª Delegacia Regional; Júlio César Jacopi, delegado da 9ª Delegacia Regional: Takeshi Nitsuma; Hisato Yamamoto; Paulo Duarte; Leandro Alves; Fernando da Cruz; Celso de Almeida Leite, delegado da 15ª Delegacia Regional; Valdir Melero, tesoureiro da FPJ; Marcelo Lacerda Santos, diretor de esportes olímpicos do Clube Pinheiros; Mário Aparecido de Oliveira; Rogério Sampaio, campeão olímpico; e Douglas Vieira, vice-campeão olímpico, supervisor de judô do Club Athletico Paulistano e atual técnico da seleção brasileira. Marcelo Lacerda deu boas-vindas a todos e destacou a tradição do judô da agremiação. “Hoje é um dia muito especial para todos nós, pois o Clube Pinheiros completa 114 anos de história, e para iniciar bem este dia nada melhor do que receber uma competição de judô, uma das modalidades mais importantes em nosso clube. Lembro aos atletas que a razão de tudo isso é justamente proporcionar uma grande competição a todos vocês, para que possam melhorar cada vez mais seu desempenho e superar seus próprios limites. Agradecemos a presença de

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todos e desejamos a vocês uma boa competição.” O presidente da FPJ ressaltou a tradicional parceria entre a entidade e o Clube Pinheiros, e finalizou parabenizando os atletas paulistas que medalharam no campeonato mundial. “É com enorme satisfação que estamos realizando mais uma edição do campeonato paulista sênior, o principal certame desta classe do Brasil. Tenho certeza de que a seleção que hoje será definida aqui obterá o melhor resultado possível para São Paulo no campeonato brasileiro em outubro. Aproveito a oportunidade para agradecer à diretoria do Clube Pinheiros pela grande parceria que mantém com a FPJ e homenagear os atletas Maria Suellen Altman e Rafael Silva, que conquistaram o vice-campeonato mundial e muito nos orgulham pela determinação e seriedade no preparo para as principais competições. Sabemos que, para estar entre os melhores, é preciso muito preparo, e muita coisa deve ser deixada de lado. Mais uma vez estes dois grandes judocas representaram São Paulo muito bem e trouxeram para nosso Estado duas medalhas de prata da principal competição do judô mundial.” O último a falar foi Francisco de Carvalho, vice-presidente da CBJ, que parabenizou Marcelo Lacerda pelo excelente trabalho realizado no Clube Pinheiros e na sequência prestou homenagem ao sensei Edgar Ozon. “Quero cumprimentar Marcelo Lacerda pela grande gestão que vem imprimindo à frente da diretoria de esportes olímpicos do Clube Pinheiros e desejo que continue obtendo os resultados que conquistou até aqui. Muita gente não sabe, mas hoje o sensei Edgar Ozon é o kodansha mais antigo do judô paulista. Aos 91 anos de idade, ele se confunde com a história

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do judô do nosso Estado. Em 1943 participou da criação do departamento de judô do Pinheiros, o primeiro clube do Brasil a implantar judô como modalidade oficial. Posteriormente o sensei Fukaia veio do Japão para dar aulas no clube, e alguns anos depois, graças à

articulação dos clubes Pinheiros, Paulistano e Linense, a FPJ pôde ser fundada. Os senseis responsáveis por estes clubes eram Seisetsu Fukaia, Hikari Kurachi e Yoshida, respectivamente. O primeiro tesoureiro da FPJ foi o sensei Edgar Ozon. O judô do Clube Pinheiros nasceu 15 anos antes da fundação da FPJ, e por tudo isso afirmo que estamos diante de um dos precursores do judô de nosso Estado e do Brasil”, lembrou o dirigente. Na sequência Alessandro Puglia iniciou a cerimônia de outorga do 9º dan a Edgar Ozon. “É com enorme satisfação e orgulho que faremos a outorga da faixa de 9º dan a um dos fundadores de nossa entidade. Esta graduação reflete tudo aquilo que o professor Ozon realizou por nossa modalidade e tudo que fez em prol do desenvolvimento do judô de nosso Estado.” Antes, porém, Francisco de Carvalho destacou a relevância de toda a atuação do homenageado no contexto do judô paulista. “Se fosse falar sobre a obra de Edgar Ozon, eu levaria horas enumerando todas as ações que culminaram em resultados relevantes para o fortalecimento de nossa modalidade. Mas só o fato de ter sido fundador da Federação Paulista e hoje, aos 91 anos, estar aqui com todos nós já mostra a garra e a dedicação que nutre pelo judô. Sinto um orgulho enorme de poder prestar esta homenagem a uma pessoa que tanto fez pelo judô paulista.” A entrega da graduação foi feita pelos professores Odair Borges, membro do conselho


de graduação da CBJ, e Arnaldo Luiz Queiroz Pereira, delegado da 1ª delegacia da capital e ex-diretor do departamento de judô do Esporte Clube Pinheiros. Bastante emocionado, o mais novo kodansha 9º dan do Brasil contou um pedacinho de sua história aos centenas de judocas que estavam perfilados à sua frente. “Minhas palavras são de agradecimento e alegria, pois, depois de junto com muitos colegas ter feito tudo que fizemos pela implantação e o desenvolvimento de nossa modalidade no Brasil, é muito emblemático ver nosso judô fortalecido e vencedor. Figuramos hoje entre os países mais fortes do mundo, e esta é a maior paga por tudo que fizemos. As conquistas de hoje validam todo o esforço, tudo que fizemos e realizamos no passado”, disse Edgar Ozon. O quase centenário judoca finalizou seu depoimento lembrando os amigos que no passado pavimentaram a estrada que hoje é trilhada por milhares de jovens do nosso País. “Primeiramente, agradeço a Deus pela oportunidade de ter feito tanto pelo esporte que sempre amei, mas agradeço também aos amigos que trilharam este caminho e possibilitaram o fortalecimento de nossa modalidade. Vocês são o futuro do judô e sei que muitos de vocês continuarão a obra que fizemos no passado e hoje é feita pelos dirigentes que aqui estão. Tive a sorte de ter tido como professor um judoca brilhante, o sensei Fukaia, que era ligado ao Instituto Kodokan do Japão, que já na década de 1950 sabia que aqui no Brasil havia um judô fortíssimo. Tínhamos aqui no clube o Arcênio Costa Martins, um judoca que por mais de dez anos foi campeão paulista, e muitos japoneses vinham ao Brasil competir e treinar conosco. Há mais de 60 anos o Brasil já escrevia seu nome entre os países mais fortes da modalidade. É uma honra enorme receber esta graduação das mãos de Francisco de Carvalho, um homem que também escreveu uma história de vitórias e conquistas importantíssimas para nossa modalidade, já que a FPJ é e sempre será o esteio de nossa modalidade no Brasil. Muito obrigado a todos.” Antes de encerrar a cerimônia de abertura, José Jantália, o mestre de cerimônias, lembrou outro grande judoca do Clube Pinheiros. “Em nome do nosso querido amigo João Gonçalves, que tanto fez pelo judô e muito nos ensinou, peço a todos os atletas que façam o juramento do atleta da forma que ele sempre cobrava, ou seja, com muita força e determinação.” Na sequência Jantália convidou os árbitros para a realização do rei-ho inicial, lembrando que durante a competição seriam avaliados aproximadamente 30 árbitros, e a sensei Marilaine Ferranti foi escalada para proferir a saudação inicial.

No shiai-jo o Clube Pinheiros foi soberano

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Quando fazemos análises comparativas das competições nacionais, sempre damos um desconto pelo diferencial existente entre São Paulo e os demais Estados brasileiros. Quando a análise é feita em nível estadual, temos de considerar que em São Paulo existem mais de 30 agremiações fortíssimas que mantêm algum tipo de investimento em suas equipes. Mas, quando vemos um placar muito elástico, nos surpreendemos justamente pelo equilíbrio técnico do judô bandeirante, e nesta edição do sênior o time do Esporte Clube Pinheiros sobrou. Paradoxalmente, das 117 equipes inscritas no certame apenas 21 medalharam, mostrando a heterogeneidade da classe sênior paulista. Na briga por medalhas o Clube Pinheiros literalmente atropelou, conquistando mais da metade das que estavam em disputa. Foram oito ouros, cinco pratas e seis bronzes, que exibiram a supremacia da equipe pinheirense no sênior. Correndo por fora, o time do SESI/SP superou equipes que tradicionalmente ocupam a ponta de cima da tabela e finalizou a competição na vice-liderança, com dois ouros, duas pratas e um bronze. O SESI mostrou a seriedade do trabalho que hoje é feito pela comissão técnica da equipe. Conquistando dois ouros e duas pratas, a Associação Desportiva São Caetano ficou em terceiro lugar, e pelo menos momentaneamente deixou de ser a segunda força do sênior paulista. O Rio Preto Automóvel Clube ficou em quarto lugar, com um ouro e três bronzes. As equipes Lins/Morimoto e Kiai Kan dividiram a

quinta colocação, com uma medalha de ouro. Já o Palmeiras/Mogi, que costuma sobrar na base, ficou em sexto lugar, com uma medalha de prata e seis de bronze.

Finais eletrizantes Mais uma vez o novo formato adotado pela FPJ proporcionou muita emoção a todos que acompanharam a competição, e após o fim dos combates conhecemos os campeões paulistas seniores de 2013. Além das medalhas, os vencedores conquistaram vaga na seleção paulista que disputará o Campeonato Brasileiro Sênior, que se realizará em outubro, em Manaus (AM). No super-ligeiro feminino, Amélia Souza, da SEMEL, superou Lívia Yamashita, da Associação Vila Sônia, e após a premiação falou sobre sua conquista. “Foi uma competição difícil e agora é focar o brasileiro e correr atrás da vaga para a seletiva olímpica.” A final do super-ligeiro masculino foi disputada pela dobradinha do SESI/SP formada por Marcos Batista e Diego Rocha, que venceu e comemorou a volta à seleção paulista. “Este é meu quarto título paulista e o segundo do sênior. A meta agora é buscar o ouro no brasileiro.” Diego começou nos tatamis aos 6 anos, com o sensei Nelson Morimoto, em Presidente Prudente, e aos 14 anos mudou para Cubatão, onde foi treinar com o sensei Paulo Duarte, e hoje é uma das grandes esperanças de medalha do judô paulista. No ligeiro feminino, Jéssica Neves, do Clube Pinheiros, venceu Luana Barbosa, do Tênis Clube de São José dos Campos, e disse que a prioridade agora é treinar para o brasileiro. “Este é meu segundo título paulista e agora vou inten-

sificar meu treinamento visando ao campeonato nacional.” A final do meio-leve masculino apresentou outra dobradinha, mas esta foi formada pelos judocas do Clube Pinheiros Daniel dos Santos e Ilden Ribeiro. Daniel levou a melhor e comemorou mais um título paulista. “Já havia conquistado vários títulos estaduais, mas este foi o primeiro do sênior. Sou campeão pan-americano e sul-americano, mas minha meta agora é vencer o brasileiro e conquistar uma vaga para a seletiva olímpica.” Já o meio-leve feminino contou com a presença de outra gigante dos tatamis, que uma semana antes havia dado um show no mundial sênior realizado no Rio de Janeiro: Eleudis Valentin, que na final do paulista venceu Milena Mendes, do Palmeiras/Mogi, outra fera dos tatamis. Em clima de seleção, Eleudis falou sobre o foco para o resto da temporada. “Este é meu nono título paulista, mas sempre é bom subir no lugar mais alto do pódio. Não sei se vou poder disputar o nacional, pois dependo da convocação da seleção brasileira. Sou a número dois da seleção e não posso priorizar uma determinada competição. Tenho muito que evoluir ainda para conseguir ocupar o primeiro lugar da categoria, mas o importante é manter o preparo e treinar duro.” Outro gigante da competição foi Eduardo Barbosa, da Associação Desportiva São Caetano, que no golden score da final venceu Adriano Santos, do Clube Pinheiros. “Este é meu terceiro titulo paulista. Havia vencido dois no sub 23 e este é meu primeiro ouro no sênior.” Após a final, Barbosa foi agredido por Adriano, mas ainda no pódio ele afirmou que estava tudo zerado e que já havia perdoado seu adversário. “Fora do shiai-jo sempre nos demos bem e sei que o Adriano estava de cabeça quente. Ele se desculpou, eu já o perdoei e está tudo zerado. Agora é treinar e me preparar para o brasileiro. Já sou campeão do sub 23 e quero eliminar mais um adversário para a vaga olímpica. É preciso matar um leão por dia, focando 2016.” Outro destaque desta edição do paulista sênior foi a peso leve Fabiana Oliveira, do Clube Pinheiros, que na final venceu Jéssica do Amaral, da Associação de Judô Mauá. Bastante experiente, Fabiana falou sobre a tão esperada volta ao pódio. “Já conquistei sete campeonatos paulistas, mas este é o meu primeiro ouro


do sênior.” Formada no projeto Curumim, de Peruíbe, pelos senseis Amauri, Wagner e Samuel, Fabiana sonha agora com uma vaga na seleção brasileira. “Meu foco agora é buscar o ouro no brasileiro e brigar por uma vaga na seleção nacional.” Campeão do Troféu Brasil desta temporada e campeão meio-médio do paulista sênior, Vinicius Panini avaliou o certame. “A competição como um todo foi duríssima e a final não foi diferente. O Danilo Gonçalves é muito técnico e acho que a vitória sobre ele veio nos detalhes.” Seis vezes campeão paulista, Panini falou sobre as últimas competições da temporada. “Este é meu sexto título paulista, mas é o primeiro do sênior. Venci o Troféu Brasil e depois fui convocado para disputar o Grand Prix de Qingdao, na China. Antes, porém, disputarei o brasileiro e o GP e depois vou encarar a seletiva que se realizará em dezembro.” A disputa do meio-médio feminino teve a presença de umas das judocas mais experientes da atualidade: Dione Barbosa, que hoje defende o Esporte Clube Pinheiros e na final venceu Daniele dos Santos, da A. D. São Caetano. Dione iniciou sua trajetória no Recife (PE), com o sensei Marcílio Moraes, mas tem passagens pela Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo. Já havia sido campeã estadual nos três Estados, mas vibrou muito pela conquista do campeonato paulista. “Estou de alma lavada, já que o título paulista era um sonho antigo. Na semana passada fui campeã brasileira sub 23 e já estou classificada para a seletiva olímpica, mas quero muito conquistar o título brasileiro por São Paulo e pelo Clube Pinheiros.” Outro destaque da competição foi Rubens Inocente Filho, do Clube Pinheiros, vencedor do peso médio que fez uma final muito dura com Raphael Magalhães, do São Caetano. Campeão paulista por várias vezes e campeão sênior pela segunda vez, Rubens falou que sua meta agora é conquistar uma vaga na seleção brasileira. “Penso que esta vitória sobre o Raphael mostra que estou pronto para brigar por esta vaga. Já havia perdido para ele este ano, na Copa São Paulo, e todos sabem que ele é um grande atleta.” A campeã do médio foi Helena Romanelli, da Associação Kiai Kam, de Franca, que na final venceu Anne Barbosa, do Clube Pinheiros. Nascida em Itamonte (MG), Helena já passou por várias equipes, entre elas o Minas Tênis Clube. Seu objetivo agora é conquistar o ouro no brasileiro e uma vaga para disputar a seletiva olímpica. Hugo Coutinho foi o campeão do meio-pesado, vencendo na final Tiago Liberato, da SEMEL/Ribeirão Preto. Pentacampeão paulista, Hugo teve sua formação em Mogi das Cruzes, onde era aluno do sensei Paulino Namie. Hoje defende outra tradicional escola do judô paulista, a Associação Osasco/Yanaguimori, que tem à frente o kodansha 7º dan Massanori Yanaguimori. A final do pesado feminino teve a estreia de uma conhecida judoca, que subiu de peso e venceu. Edinanci Silva estreou no pesado e superou Riva Coelho, a atual campeã do Troféu


Brasil. Após a premiação, Edinanci explicou que teve de suar a camisa para vencer. “Algumas pessoas afirmaram que seria fácil subir de peso e manter a mesma performance, mas tive de treinar muito para encarar esta nova categoria. Sem contar que já não encontro tanta facilidade para lutar e jogar de ippon, pois a diferença de peso atrapalha muito.” Atleta da Associação Desportiva São Caetano e da Marinha do Brasil, Edinanci Silva foca agora o ouro do brasileiro e resultados para suas equipes. “Vou para Manaus ciente das dificuldades que me esperam nesta nova categoria, mas vou treinar pesado visando a resultado para as equipes que defendo.” A disputa da final do pesado masculino contou com um ingrediente a mais: a grande torcida da equipe do SESI, que vibrou e empurrou Daniel Plácido para cima de Josué Bragança, da Associação Moacyr de Judô, tradicional escola da Zona Leste da capital. Na metade da luta Josué jogou seu adversário e o árbitro deu ippon, que não foi validado pelos árbitros de mesa. Com isso Daniel venceu com dois yukos, e após a premiação o atleta do litoral fez sua avaliação da final. “O Josué é um excelente lutador, mas eu estava muito bem na luta e na frente na pontuação. O árbitro viu o golpe dele por outro ângulo e se confundiu o que é muito comum em nossa modalidade. Depois as coisas voltaram ao normal e acabei vencendo, mas eu não ficaria chateado se perdesse para ele, pois o Josué é um excelente competidor. Agora é buscar o ouro no brasileiro e disputar a seletiva olímpica.”


CLASSIFICAÇÃO FINAL Feminino

3º Talita Libório - Palmeiras/Mogi

3º Danilo Rocha - A. D. Santo André

Super-ligeiro

Pesado

3º Ricardo B. de Jesus - Palmeiras/Mogi

1º Amélia R. Souza - SEMEL/Lins Morimoto

1º Edinanci Silva - A. D. São Caetano

Meio-pesado

2º Lívia E. Yamashita - Assoc. Vila Sônia

2º Riva Coelho - Palmeiras/Mogi

1º Hugo D. Coutinho - Osasco/Yanaguimori

3º Amanda Alves - Palmeiras/Mogi

3º Aline Puglia - E. C. Pinheiros

2º Tiago Liberato – SEMEL/Ribeirão Preto

3º Bianca Paiva - Concordia/Ômega

3º Richele J. Jorda - A. Edinho Company

3º Leonardo R. Eduardo - Rio Preto A. C.

Ligeiro

Masculino

3º Rogério Valeriano - Assoc. Mauá

1º Jéssica Neves - E. C. Pinheiros

Super-ligeiro

Pesado

2º Luana Barbosa - Tênis Clube/SJC

1º Diego A. Rocha – SESI/SP

1º Daniel Plácido - SESI/SP

3º Vitória B. Camargo - MESC/São Bernardo

2º Marcos A. Batista Jr. – SESI/SP

2º Josué Bragança Jr. - Assoc. Moacyr

3º Ana Paula Nobre - Palmeiras/Mogi

3º Rodrigo Makiyama - Assoc. Vila Sônia

3º Victor L. da Silva - Concordia/Ômega

Meio-leve

3º Kainan Pires - Assoc. Guarujá

3º Willian Akutagawa - São João T. C.

1º Eleudis Valentim - E. C. Pinheiros

Ligeiro

2º Milena C. Mendes - Palmeiras/Mogi

1º Phelipe Pelin - E. C. Pinheiros

Classificação Final Por Associação

3º Renata Zyman - Hebraica SP

2º Allan Eiji Kuwabara - E. C. Pinheiros

1º Esporte Clube Pinheiros

3º Andressa Fernandes - A. Rogério Sampaio

3º Breno R. Bufolin - E. C. Pinheiros

2º SESI/SP

Leve

3º Vítor H. Carvalho - Palmeiras/Mogi

3º Associação Desportiva São Caetano

1º Fabiana Oliveira - E. C. Pinheiros

Meio-leve

4º Rio Preto Automóvel Clube

2º Jéssica do Amaral - Assoc. Mauá

1º Daniel dos Santos - E. C. Pinheiros

5º Semel Lins/Morimoto

3º Gilmara C. Prudêncio – Seduc/P. Grande.

2º Ilden Ribeiro Jr. - E. C. Pinheiros

5º Associação Kiai Kam

3º Flávia Rodrigues - Barão de Mauá

3º Denílson Moraes - E. C. Pinheiros

7º Palmeiras/Mogi

Meio-médio

3º Lucas Bernardo - SESI/SP

8º Associação de Judô Rogério Sampaio

1º Dione Barbosa - E. C. Pinheiros

Leve

9º Associação de Judô de Mauá

2º Daniele L. dos Santos - A. D. São Caetano

1º Eduardo Katsuhiro Barbosa - A. D. São Caetano

9º Associação de Judô Vila Sônia

3º Mariana Barros - Palmeiras/Mogi

2º Adriano dos Santos - E. C. Pinheiros

11º Associação Moacyr de Judô

3º Karoline Barbeirotti – Assoc. Rogério Sampaio

3º Marcelo Contini - E. C. Pinheiros

11º Tênis Clube São José dos Campos

Médio

3º Renan Pereira - Rio Preto A. C.

11º SEMEL/Ribeirão Preto

1º Helena Romanelli - Associação Kiai Kam

Meio-médio

14º Clube Concórdia/Academia Ômega

2º Anne C. Barbosa - E. C. Pinheiros

1º Vinicius Panini - E. C. Pinheiros

15º Ateneu Barão de Mauá

3º Nádia Bagnatori - E. C. Pinheiros

2º Danilo Gonçalves - A. Rogério Sampaio

15º Associação Desportiva Santo André

3º Adriana Leite - Assoc. Rogério Sampaio

3º Luiz F. Duarte - E. C. Pinheiros

15º A. A. D. MESC/São Bernardo

Meio-pesado

3º Leandro Ferrante - Ateneu Mansur

15º SEDUC/Praia Grande

1º Kelly C. Silva - Rio Preto A. C.

Médio

15º São João Tênis Clube

2º Beatriz Oliveira – SESI/SP

1º Rubens Inocente Filho - E. C. Pinheiros

15º A. D. Ateneu Mansor

3º Samarita Santagnello - Rio Preto A. C.

2º Raphael Magalhães - A. D. São Caetano

15º Academia Edinho Company


ENSAIO

O MOVIMENTO, A ESTÉTICA E A EFICIÊNCIA POR FERNANDO

O movimento opõe-se à inércia, assim como a vida à morte. É muito provável que a origem da vida encontre raízes justamente no movimento de partículas subatômicas, de átomos e moléculas, otimizando as possibilidades de reunião de elementos químicos com a formação dos aminoácidos e, finalmente, as formas mais primitivas de vida. Ainda que os objetos inanimados possam movimentar-se, sua dinâmica sempre se dará em razão de forças externas, enquanto somente os seres vivos produzem movimento autodeterminado. É na vida inteligente que o movimento ganhará seu aspecto de arte, por vezes com um fim em si mesmo, como na arte em geral, que não se presta a qualquer finalidade evolutiva senão o deleite de quem a observa. O budoca é o artista do movimento, mas sua ação física, ainda que motivada por preocupações estéticas, tem por finalidade a eficiência máxima que o movimento pode produzir, sintetizando fenômeno raro nas atividades humanas, nas quais a estética está a serviço da eficiência. Podemos distinguir dois objetivos claros na prática de artes marciais, pelo menos à vista de propósitos honestos. De um lado, de forma imediata, a produção de movimentos harmônicos, sinérgicos, em que a beleza plástica é produto da eficiência e esta, daquela. No plano mediato, como sabemos, a prática do budô persegue a formação do caráter do praticante pela via do autoconhecimento, mas esse tema destina-se a outras especulações.

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MALHEIROS FILHO

| FOTO REVISTA BUDÔ

O desafio do praticante, no plano de seus exercícios diários, estará sempre vinculado à pureza do movimento e a todos os significados éticos e filosóficos que essa depuração pode alcançar. Trata-se de uma luta eterna – enquanto perdurar a vida – pelo polimento, no exato ajuste entre ideal estético e a eficiência do gesto. Essa complexidade enriquece a prática, garantido a projeção de uma utopia a ser perseguida e, como qualquer objetivo utópico, jamais alcançada. O espírito humano, nos seus extratos mais profundos, não se contenta com os fatos da realidade superficial e ao alcance dos olhos. Luta constantemente para descobrir o que não pode ser visto e, mais ainda, compreender o universo imaterial. Esse também o imenso desafio do budoca que se produz na execução de movimentos. O resultado plástico associado ao objetivo atingido na execução de uma técnica não se resume a estes postulados, pois que a soma de ambos resulta em valor muito superior àquele de cada um dos elementos individualmente considerado. O fenômeno é conhecido do praticante. Há uma consciência por trás da execução, a certeza de que o ideal estético foi atingido porque o movimento é eficiente e que a eficiência decorre da beleza do gesto. Essa ligação indissociável entre a beleza e o resultado técnico encerra o mistério que o praticante persegue sem jamais compreender inteiramente, senão pelas sensações e vivências que a prática produz (satori). E isso porque o gesto nunca se resume exclusivamente à sua representação

no espaço-tempo. Alcança outras dimensões imperceptíveis à medição do olhar e aos demais instrumentos métricos. Cada movimento encerra uma abstração, para além do seu resultado prático e estético, cuja compreensão exige do praticante esse constante cuidado na limpeza da ação, removendo-lhe as impurezas, vestígios das demais imperfeições de cada ser humano. O movimento, portanto, representa a própria saga da existência humana, na luta de cada um de nós para superar as imperfeições, o caminho em direção ao zênite, mas não para ser alcançado, pois o Olimpo somente pertence aos deuses. Como na vida, o movimento e sua dinâmica refletem a existência e o esforço para aperfeiçoá-la no limite do que pode ser alcançado. Então, a busca da pureza do movimento, para o budoca, representa a chave responsável pela abertura dos mistérios espirituais, assim compreendidos como dimensão imaterial da existência humana. Benditos aqueles que entendem essa equação e reconhecem que a prática nada mais é do que o estágio necessário entre a simples condição de existir e a complexa missão de compreender a existência.

Fernando Malheiros Filho é

Professor de karatê-dô, historiador e advogado, especialista em direito de família e sucessões.


Filiada a International Traditional Karate Federation – ITKF

Karatê-DôTradicional - Filosofia - Arte Marcial - Educação Presidente de Honra – Yasutaka Tanaka Presidente – Gilberto Gaertner Vice-presidente e Diretor Técnico – Sérgio Bastos Vice-presidente – Hiroyasu Inoki Diretor Secretário – João Cruz Erbano Filho Diretor Administrativo Financeiro – Rui Francisco Martins Marçal Diretor de Arbitragem – Hiroyasu Inoki Diretor de Graduações – Ugo Arrigoni Neto Diretor de Eventos – Alfredo Aires Diretor Jurídico – Antonio Sérgio Palú Filho Diretor Médico – Admar Moraes de Souza Diretor de Projetos Sócioeducativos - Guilherme Carollo Coordenador de Seleções - Nelson Santi Consultor Técnico - Tasuke Watanabe Rua Iapó, 1225 - Curitiba (PR) - CEP 80215-223 - Fone 55 41 3027-7007 - www.cbkt.org - cbkt@cbkt.org

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Rio Grande do Sul Porto Alegre

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Rondônia - Porto Velho

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São Paulo – São Paulo

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Pernambuco Jaboatão dos Guararapes

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Joaçaba realiza melhor edição do

TROFÉU SANTA CATARINA Mais uma vez a cidade de Joaçaba sediou o Troféu Santa Catarina, competição voltada eminentemente para a base. Apesar da pouca idade dos participantes, vimos no shiai-jo uma piazada aguerrida e determinada na vitória e na conquista de uma vaga para representar Santa Catarina, no Meeting Interestadual Interclubes, a mais tradicional competição voltada para a base, da Região Sul. POR PAULO

PINTO |

FOTOS IJF MEDIA REVISTA

A Associação Meio Oeste de Judô e a Federação Catarinense de Judô (FCJ), realizaram o Troféu Santa Catarina de Judô 2013, certame classificatório para o Meeting Interestadual Interclubes que acontece no mês de novembro, em Florianópolis (SC). Realizado no dia 19 de outubro no ginásio de esportes do Centro de Eventos da Unoesc de Joaçaba (SC), o vento contou com o importante apoio da UNOESC, Fundação Municipal de Cultura e Esportes, Limger e Pioneiro Baterias. No dia 18 de outubro, na véspera da competição, a diretoria da Associação Meio Oeste de Judô ofereceu jantar de confraternização para membros da diretoria da FCJ, árbitros, técnicos e jornalistas. No mesmo aconteceu a cerimônia de entrega da homenagem alusiva aos 40 anos de criação da Federação Catarinense de Judô, fundada em 1973 pelo sensei Kazuo Konishi. Ao todo 393 judocas oriundos de 29 associações e clubes catarinenses, participaram da competição disputada nas categorias sub 11, sub 13 e sub 15.

BUDÔ

A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades políticas e esportivas, entre os quais Rafael Laske, prefeito de Joaçaba; Marcos Weiss, vice-prefeito de Joaçaba; Mirian Dolzan, superintendente da Fundação Municipal de Cultura e Esporte; Silvio Acácio Borges, presidente da FCJ; Maurício Eing, presidente da AMOJ/FMCE/UNOESC/Limger/Pioneiro Baterias; Roberto David da Graça, ex-presidente da FCJ; Moisés Gonzaga Penso, vice-presidente da FCJ; Ysao Yamaguti, diretor técnico da AMOJ: e Oumar Cassol, professor e técnico da Associação Meio Oeste. Em seu pronunciamento Maurício Eing, presidente da AMOJ/FMCE/UNOESC/Limger/Pioneiro Baterias, agradeceu a presença de todos e o apoio recebido pelos parceiros da associação. “Cumprimento as autoridades esportivas e políticas, professores, atletas e seus familiares que aqui vieram dividir a responsabilidade de promover esta grande festa do judô do nosso Estado. Este é o terceiro que a AMOJ realiza esta competição, e a cada ano experimentamos

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Entre os destaques um judoca chamou bastante atenção pela segurança, velocidade e determinação: Gabriel Granja Marchiori dos Santos, campeão meio-médio do sub 15. Atleta da ADIEE de Florianópolis, e aluno do sensei Bruno Bastos Venâncio, Gabriel fez três luta e venceu todas por ippon. Eclético, Gabriel tem no seoi-nage, sode-tsuri-comi-goshi e tai-otoshi, seu tokui-waza. Foto D 1

Outro judoca forte e muito bem preparado em Joaçaba, foi Mateus Roberto Pereira da SKD Judô de Itajaí. Aluno do sensei Marco Antônio Otavio, Mateus tem no o-goshi, seu tokui-waza. Campeão peso leve do sub 13, Mateus fez quatro lutas e venceu três delas por Ippon. Foto D 2

crescimento maior. Dividimos o sucesso desses certames com a diretoria técnica da FCJ, e principalmente com todos os professores, atletas e os pais que não mediram esforções para estar aqui.” Na sequência Silvio Acácio Borges, presidente da FCJ agradeceu o apoio e a participação dos pais e familiares que foram a Joaçaba. “Quero parabenizar todas as associações que conseguiram mobilizar esta quantidade enorme de judocas que vemos aqui. Devemos isso a toda essa gente simpática que está nas arquibancadas: pais e mães incansáveis que na correria do dia a da, acompanham seus filhos na escola, no dojô e demais atividades. Com o mesmo esforço tentamos compensar todos vocês com a promoção desta modalidade que tem seu foco principal na educação e na formação, não apenas em medalhas. Lembro que este evento é classificatório para o Meeting Interestadual de Judô, e que em novembro estaremos promovendo uma grande festa juntamente com judocas do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, e esperamos vê-los na competição. Não poderia deixar de enfatizar e enaltecer o envolvimento deste município com o judô. Desde a fundação da Federação Catarinense Joaçaba mantém um ritmo bastante elevado participação em nossa modalidade. Recentemente completamos 40 anos de atividade, e ontem

a AMOJ prestou uma linda homenagem pelo aniversário de nossa entidade. Indubitavelmente o trabalho incessante dos professores Isao Yamaguti, Cassol e de toda equipe da Associação Meio Oeste, faz com que o judô mantenha este ritmo de crescimento em toda a região e a qualidade desta competição ratifica a qualidade do trabalho feito nesta região.” O último pronunciamento foi feito por Rafael Laske, prefeito de Joaçaba que parabenizou a FCJ e a AMOJ pela realização deste grande evento. “Damos as boas-vindas aos judocas de todo o Estado que vieram participar dessa competição. Cumprimento toda a equipe da Federação Catarinense e da Associação Meio Oeste, pela realização de mais um grande evento em nossa cidade. Joaçaba tem a tradição de participar e apoiar iniciativas focadas no desenvolvimento dos jovens seja por meio do esporte ou da educação. Entendemos que o judô é uma modalidade fundamentada na formação de bons cidadãos e de uma sociedade melhor, e por isso fizemos questão de estar aqui para cumprimentar e parabenizar a todos vocês.” Após os pronunciamentos aconteceu a execução do hino nacional e na sequência Sérgio Ricardo Borba, diretor de arbitragem da FCJ fez o rei inicial e iniciou a competição oficialmente. Durante as disputas Moisés Penso, vice-


Maurício Eing, presidente da AMOJ

-presidente da FCJ explicou a importância da realização de eventos como o Troféu Santa Catarina de Judô. “Competições como esta são de suma importância para o desenvolvimento técnico dos judocas por vários motivos: você qualifica os atletas com a competição e faz com que as associações participem. Com isso proporcionamos um grande intercâmbio em todo o Estado. Algumas academias acabam relegando esta categoria, porque focam mais o rendimento e participam apenas dos Joguinhos e dos Jogos abertos. E este evento está atrelado diretamente ao Meeting Interestadual, que é hoje umas das mais importantes competições voltada para a base da Região 5. No mesmo temos a participação do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Este certamente é tão importante que hoje Santa Catarina está entre os Estados que mais medalham nos campeonatos brasileiros, devido justamente ao cuidado que damos à base.” Outro dirigente que fez questão de destacar a importância do Troféu Santa Catarina foi Silvio Borges, presidente da FCJ. “Este é um evento oficial do calendário da FCJ, e foi pensado a partir do momento que o Meeting foi criado. É classificatório para o interestadual e, oportuniza maior preparo para a equipe catarinense. Por isso sempre é realizado no mês anterior ao Meeting. A realização deste certame em Joaçaba possibilita maior desenvolvimento para toda esta região que trabalha muito bem o judô.” No shiai-jo vimos atletas com excelente preparo e muita determinação já que além das medalhas em disputa, todos queriam conquistar uma vaga para representar o Estado de Santa Catarina no Meeting Interestadual.

Silvio Acácio Borges, presidente da FCJ

Balanço positivo Ysao Yamaguti, Mirian Dolzan, Silvio Acácio Borges e Oumar Cassol

Rafael Laske, prefeito de Joaçaba

Ysao Yamaguti, Márcio Eing, Silvio Acácio Borges, Roberto David da Graça e Oumar Cassol

Após o encerramento das disputas entrevistamos Isao Yamaguti, diretor técnico da AMOJ, que deu nota dez ao evento. “Esta é a terceira vez que sediamos o Troféu Santa Catarina, e a cada ano crescemos em qualidade, organização e na capacidade de realização. Nesta edição tivemos a participação recorde de 393 atletas e nossa equipe levou tudo a bom termo. Este ano inovamos e fizemos a competição em cinco áreas, e essa mudança deu outra dinâmica à competição. Com isso a comissão técnica, os atletas e os pais que acompanharam a competição não se cansaram tanto e o certame acabou ficando muito mais dinâmico. Para fechar não tivemos nenhum problema de ordem médica e nosso balanço é extremamente positivo. Dou nota dez para toda a equipe que trabalhou na competição, e agora é pensar em 2014.” Para Silvio Acácio, a competição foi sucesso absoluto. “Havíamos feito uma previsão do tempo de luta e a precisão foi extrema. É muito fácil fazer uma competição quando você tem um número de áreas e de árbitros compatível à necessidade do evento. A equipe de arbitragem esteve totalmente comprometida e não vimos uma área se quer parada, durante toda a competição. Toda a equipe organizadora foi bastante competente, e cada vez mais sentimos a adesão de um novo grupo que vem para somar esforções e fortalecer ainda mais o judô catarinense. Resumindo o Troféu Santa Catarina foi sucesso absoluto.”


CAMPEONATO PAULISTA ASPIRANTE

TEM RECORDE DE INSCRITOS POR PAULO

PINTO |

FOTOS

REVISTA BUDÔ

O número recorde de 194 associações inscritas no Campeonato Paulista Aspirante mostra a pujança do judô no Estado, já que na próxima temporada grande parte dos judocas participantes deverá ascender à primeira divisão. Pela segunda vez nesta temporada, a cidade de Mogi das Cruzes sediou um evento do calendário oficial da Federação Paulista de Judô (FPJ). Depois do campeonato paulista das classes sub 18 e sub 21, realizado no dia 27 de abril, agora foi o Campeonato Paulista Aspirante, que aconteceu em 5 de outubro. Mais uma vez o palco da competição foi o excelente Ginásio de Esportes de Mogi das Cruzes, onde o departamento técnico da FPJ montou 12 áreas de luta, para aproximadamente mil judocas disputarem as medalhas das classes sub 9, sub 15, sub 18 e sênior. Assistiram à cerimônia de abertura várias autoridades esportivas e políticas, entre as quais delegados regionais, kodanshas, vereadores, deputados e membros da diretoria da FPJ. Alguns deles falaram sobre a participação de Mogi das Cruzes na história do judô paulista e sobre a importância da pra-

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tica do judô na formação de uma sociedade melhor. Os pronunciamentos foram feitos por Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô; Junji Abe, deputado federal; Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Romildo Campello, secretário municipal do verde e meio ambiente de Mogi das Cruzes; e Yoshiyuki Shimotsu, professor de judô em Mogi das Cruzes. Entre os kodanshas estavam Paulo Graça, Takeshi Nitsuma, Antônio Honorato de Jesus, Delmiro Boaventura, Dante Kanayama, Zenia Morimasa, Mateus Sugizaki, Maurilio Cesário, Sethiro Namie, Rubens Pereira, Celestino Seiti Shira, Luiz Sérgio Ferrante, Uishiro Umakakeba, Nelson H. Onmura, Yoshiyuki Shimotsu, Cláudio Calasans Camargo, Osmar Aparecido Feltrim, Leonel Matsumoto e Paulino Tohoru Namie. Entre os delegados regionais estavam Wilmar Shiraga, Takeshi Yokoshi, Cláudio Calasans Camargo, Yokoshi, Akira Hanawa, Nelson Shigueki Koh, Joji Chiba Kimura, Osmar Aparecido Feltrim. Completaram a mesa de honra Cláudio Calasans Camargo, judoca faixa preta que é vereador em São José dos Campos; o deputado federal Junji Abe, ex-prefeito de Mogi das Cruzes; Romildo Campello, secretário municipal do verde e meio ambiente de Mogi das Cruzes; e Juliano Abe, vereador de Mogi das Cruzes. A cerimônia contemplou também a homenagem prestada por Chico do Judô ao kodansha Seithiro Namie, de Mogi das Cruzes. O pai do professor Paulino Namie foi homenageado pelos relevantes serviços prestados ao judô brasileiro ao longo de sua trajetória nos tatamis. Na sequência, o mestre de cerimônias José Jantália convidou os árbitros para a realização do rei-ho inicial, e a partir daí o evento foi comandado pelo jornalista santista José Aquino, que fez a locução de toda premiação. Nos tatamis estavam judocas vindos de 194 agremiações filiadas as 16 delegacias regionais que, para chegar a esta competição, tiveram de passar por duas seletivas: uma regional e outra estadual do interior, que reúne quatro regiões do Estado de São Paulo. Para Joji Kimura, diretor técnico da FPJ, as dimensões da arena permitiram a rápida realização de uma grande competição. “Tivemos disputas de quatro classes completas e, se o evento não fosse a realizado numa arena com estas dimensões, certamente levaríamos muito mais tempo. Mesmo com o grande número de atletas inscritos, a competição transcorreu de forma ordenada e dentro do que havíamos planejado.” Na visão de Alessandro Puglia, presidente da FPJ, o campeonato aspirante atendeu plenamente aos objetivos traçados quando de sua criação. “Esta competição existe há mais de dez anos, só que antes era chama-

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da de segunda divisão. Ela foi criada para os judocas menos experientes e é na verdade a porta de entrada para as principais competições do nosso calendário. Por meio dela estes judocas se familiarizam com a competição e aos poucos obtêm condições de migrar para os campeonatos paulistas de suas respectivas classes, nos quais passam a disputar medalhas em pé de igualdade com seus adversários.” Em seu depoimento à revista Budô, Chico do Judô, vice-presidente da CBJ, destacou a importância do aprendizado no shiai-jo. “Tudo na vida é aprendizado e, assim como toda ação mecânica ou motora, aprender judô demanda técnica e prática. Entretanto, aprender judô de forma lúdica ou como defesa pessoal é uma coisa, mas competir é outra. Aqui todos estão em busca de medalhas e resultados. A proposta da categoria aspirante é climatizar ainda mais os judocas

Seithiro Namie ao lado de Paulino Namie, Mateus Sugizaki e Cláudio Calasans Camargo

Joji Kimura, diretor técnico da federação Paulista de Judô e anfitrião do evento como delegado da 10ª Delegacia Regional Central

Osmar Aparecido Feltrim, Chico do Judô, Seithiro Namie, Paulino Namie e Mateus Sugizaki

Chico do Judô homenageia o kodansha Seithiro Namie

Romildo Campello, secretário municipal do verde e meio ambiente de Mogi das Cruzes

Mesa gestora

Os professores Rogério Quintela, Sérgio Ferrante e Osmar Aparecido Feltrim

- Yoshiyuki Shimotsu, professor de judô de Mogi das Cruzes

O kodansha Seithiro Namie cercado por todas as autoridades presentes


que ainda estão na fase de maturação. Certamente muitos atletas que lutaram aqui hoje estarão nos campeonatos paulistas de suas classes na próxima temporada, e este processo é de suma importância no crescimento dos judocas que querem se desenvolver na competição.”

Classificação por associação Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô

O deputado federal Junji Abe

Juliano Abe, vereador de Mogi das Cruzes e Romildo Campello, secretário municipal do verde e meio ambiente de Mogi das Cruzes

Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô

1 - Academia de Judô Pissarra 2 - SEDUC - Praia Grande 3 - Associação Cultural e Esp. Irmãos Ribas 4 - D.E.R.L.A / Aguaí 5 - Associação Marcos Mercadante 6 - Secretaria Municipal de Esp. e Lazer Francisco 7 – Associação Desportiva Judô Na Faixa 8 - Palmeiras/Mogi 9 - SESI – SP 10 – Associação Amigos do Judô de Itapira 11 - Associação Cultural Nipo Brasileira de Vila Carrão 12 - Associação Moacyr de Judô 13 - Liga de Judô do Litoral 14 - Adrearmas Associação Desportiva e Recreativa 15 - Associação Fábrica de Campeões 16 - Grêmio Cubatão 17 - A. Esportiva e Cultural Okinawa do Ipiranga 18 - São Paulo Futebol Clube 19 - Ateneu Barão de Mauá 20 - Clube Esportivo da Penha 21 - Associação de Judô Ichikawa 22 - Clube Internacional de Regatas 23 - Assoc. Dib. SP 24 - Itapira Atlético Clube 25 – Clube Atlético Bandeirantes 26 – Academia de Judô Morada do Sol 27 - Circulo Militar de São Paulo 28 - Associação de Judô Umino 29 - Associação de Judô Vila Sonia 30 - Pirituba Futebol Clube

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Classificação individual

2º Ana Maria Ramos - Clube Penha

1º Natalia Esteves - São Paulo F. C.

Feminino

3º Mariana Hayakawa - A. Vila Sônia

2º Tamires Pereira - A. Irmãos Ribas

Sub 9

3º Julia Vieira - SESI - Votorantim

3º Lucimar Ferreira - Assoc. Moacyr

Super-ligeiro

Pesado

3º Angelita Mandolini - Bauru Judô

1º Vitoria Peres - ADREARMAS

1º Amanda Souza - SEDUC P. Grande

Pesado

2º Caroline Morales - A. Vila Carrão

2º Danielle Ferreira - A. Irmãos Ribas

1º Caroline Alves - Grêmio Cubatão

3º Agatha Cassari - C. A. Tremembé

3º Giovanna Prato - São Paulo F. C.

2º Dulcineia Prates - SEMEL Francisco

3º Vitoria Santos - Ass. Mercadante

3º Natalia Barbosa - Assoc. Aleixo

3º Jacqueline Jaceguai – C. A. Taboão

Ligeiro

Sub 18

3º Mayara Rodrigues - D.E.R.L.A Aguai

1º Rafaela Nery - Assoc. Nery

Ligeiro

Masculino

2º Mariana Mulari - Barão de Mauá

1º Desiree Ferreira - Assoc. Spessoto

Sub 9

3º Evelyn Shimabukuro - Santa Isabel

2º Mariane Novais - A. Irmãos Ribas

Super-ligeiro

3º Maria I. Ramos - Judô Terazaki

3º Caroline Soares - Liga do Litoral

1º Kevim M. Aquino - Judô Pissarra

Meio-leve

Meio-leve

2º Raul H. Pissarra - Judô Pissarra

1º Gabriela de Melo - Judô Pissarra

1º Marcela Colferai - Vila Souza A. C.

3º Enzo Zanini - A. Barão de Mauá

2º Rafaela F. Oliveira - Assoc. Itapira

2º Maria J. Prado - Morada do Sol

Ligeiro

3º Melissa Shirasu - Palmeiras/Mogi

3º Heloysa Flores - Círculo Militar SP

1º Cauã Yuta Yokota - Assoc. Araçatuba

3º Tamires V. Lima - Assoc. Itapira

3º Karoline Lopes - Academia Tayoba

2º Murilo Albuquerque - A. Ibiunense

Leve

Leve

3º Kauan Matos - Judô Pissarra

1º Samara Rodrigues – F. de Campeões

1º Estefani Oliveira - SEMEL Francisco

3º Allan Bandeira - Judô Terazaki

2º Ana Laura Paulo - Assoc. Mercadante

2º Ana Julia Katsumata - A. Alto da Lapa

Meio-leve

3º Ana Julia Julian - Assoc. Mercadante

3º Ana Flavia Magora - D.E.R.L.A / Aguai

1º Guilherme Shimada - Palmeiras/Mogi

Meio-médio

3º Jessica Santos - Judô Adriana Bento

2º Matheus Nunes - Assoc. Guararapes

1º Anna E. Maciel - Assoc. Itapira

Meio-médio

3º Iago Ap. Santos - Assoc. Pessoa

Meio-pesado

1º Maria G. Dias - C. I. de Regatas

3º Nickolas M. Torres - Assoc. Kyoei

1º Isabela Tannus - Assoc. Vila Sônia

2º Bruna Botelho - SEMEL Francisco

Leve

Pesado

3º Sthefany Souza - SEDUC P. Grande

1º Ernane Ferreira - ADPM-Reg. S.J.C.

1º Giulia Porto - Assoc. Mercadante

3º Maria Schiaffino - SEMEL Francisco

2º Humberto Nakamura - As. Pessoa

Sub 15

Médio

3º Fernando Machado - Pirituba F. C.

Super-ligeiro

1º Adrielly C. Silva - Assoc. Ichikawa

3º Caio Nascimento - A. Mercadante

1º Pamela Santos - Judô Adriana Bento

2º Camila Vieira - SESI - SP

Meio Médio

2º Luiza Catalano - Círculo Militar SP

3º Lavinia M. Santos - Judô Pissarra

1º Francisco Gorgulho – P. do Morumby

Ligeiro

3º Maria Lemes - Assoc. Judô na Faixa

2º Thiago Motta - Palmeiras/Mogi

1º Isabella Damasceno - SEDUC Grande

Meio-pesado

3º Leonardo Araújo - Assoc. Umino

2º Ana C. da Silva - SEDUC P. Grande

1º Mayara Prudêncio - SEDUC P. Grande

3º Caua Camargo - Assoc. Umino

Sub 15

2º Mariana de Oliveira - Clube Penha

3º Erick Oliveira - Assoc. Mercadante

Meio-leve

3º Cainara Ferrara - Judô Pissarra

Médio

1º Laura Ferreira - ADREARMAS

3º Mirela Santiago - Assoc. Irmãos Ribas

1º Marcello Laurenitz - A. Barão de Mauá

2º Iasmin Andrade - SESI - SP

Pesado

2º Lucas F. Ribeiro - Judô Pissarra

3º Lis Abreu - SESI - Votorantim

1º Isabelly Gomes - D.E.R.L.A / Aguai

3º Joao Vitor Gomes - Assoc. Mercadante

3º Echillen Silva - Palmeiras/Mogi

2º Ariane Evangelista - D.E.R.L.A / Aguai

3 Weslley Mello - Associação Kyoei

Leve

Adulto

Meio-pesado

1º Lisandra Amaral - Assoc. Okinawa

Super-ligeiro

1º Giuliano Attorre - Hombu Budokan

2º Isabella Ribeiro - C. I. de Regatas

1º Tatiane Candido - D.E.R.L.A / Aguai

2º Rafael Ribeiro - Assoc. Judô na Faixa

3º Leila Luvezutto - Assoc. Moacyr

Ligeiro

3º Victor Hugo Faria - ADPM-Reg. S.J.C.

3º Thais Pires - Palmeiras/Mogi

1º Amanda de Alencar - Pirituba F. C.

3º Vitor Scomparini - Judô Terazaki

Meio-médio

2º Tatiane Ferreira - SEMEL Francisco

Pesado

1º Sabrina Soares - SEDUC P. Grande

3º Daniela Ferreira - Judô Pissarra

1º Gleydson Barros - As. Mercadante

2º Jessica Carvalho - SEDUC P. Grande

3º Ana C. Oliveira Assoc. Dib. SP

Super-pesado

3º Ana C. Vieira - Círculo Militar SP

Leve

1º Ygor Bortolucci - Assoc. Mercadante

3º Shayla Tonini - Assoc. Judô na Faixa

1º Renata Molina - Assoc. Moacyr

2 Luciano De Oliveira Junior - As. Itapira

Médio

2º Adriana Overgoor - São Paulo F. C.

Sub 15

1º Sabrina Prudêncio - SEDUC Grande

3º Victoria Santos - Vila Souza A. C.

Super-ligeiro

2º Luara Furlan - Palmeiras/Mogi

Meio-médio

1º Thomaz Horibe - Assoc. Vila Carrão

3 Isabela F. Barros - Assoc. Hirakawa

1º Kethelen N. Silva Grêmio Cubatão

2º Kaique Tofoli - Assoc. Itapira

3º Amanda Fornarolli - A. Araçariguama

2º Dayane Santos - Assoc. Ichikawa

Meio-pesado

3º Berenice Barbosa - C. Bandeirantes

3º Enzo Scavarielo - Assoc. Judô na Faixa

1º Aline A. Benites Assoc. Dib. SP

Médio

3º Abimael Vieira - Assoc. Judô na Faixa


Ligeiro

2º Matheus Vieira - Assoc. Judô na Faixa

1º Enzo Leitão - Assoc. Vila Carrão

3º Bruno Sabatini De Oliveira - SESI - SP

2º Gabriel Oliveira - Círculo Militar SP

3º Matheus Pereira - Ass. Irmãos Ribas

3º Antônio Camargo - Ass. Alto da Lapa

Médio

3º Luiz G. Andrade - Ass. Irmãos Ribas

1º Eliel Bonfim - Assoc. Guarujá

Meio-leve

2º André L. Figueira - Judô Pissarra

1º Danilo Mesquita - SESI - SP

3º Alexandre Bomfim – P. Morumby

2º Vitor Jun Shimada - S. C. Corinthians

3º Lukas M. Ramos - SESI - SP

3º Ramon Braconi – P. Pequeno Davi

Meio-pesado

3º Rodrigo Barbosa - Itapira A. C.

1º Thiago Ferreira - SEMEL Francisco

Leve

2º Vitor H. Mianti - C. A. Bandeirantes

1º Richard Cardoso - Ass. Judô na Faixa

3º Felipe Bento - D.E.R.L.A / Aguai

2º Igor Rossini - Associação Mirai

3º Matheus H. Almeida - Itapira A. C.

3º Henrique Nascimento - Irmãos Ribas

Pesado

3º Alexandre H. Lahr - Assoc. Dib. S.P

1º João Alves - Fábrica de Campeões

Meio-médio

2º Kayo Mendonça - Liga do Litoral

1º Matheus H. Alves - Liga do Litoral

3º Felipe Matos - Judô Taboão

2º Vinicius Muniz - Academia Mura

3º Renán Santana - C. R. Tumiaru

3º Henrique Assis - Bauru Judô

Adulto

3º Jose M. Araújo - Assoc. Irmãos Ribas

Super-ligeiro

Médio

1º Ian Lima - Palmeiras/Mogi

1º David Reis Santos - Assoc. Moacyr

2º Silas Sales - Judô Pissarra

2º Kaio L. da Rocha - Morada do Sol

3º Ary Vieira - Assoc. Carvalho

3º Enzo Abe Faretra - As. Vila Carrão

3º Rafael Bezerra - D.E.R.L.A / Aguai

3º Arthur Moretti - Colégio Cermac

Ligeiro

Meio-pesado

1º Gustavo Cretton - Judô Pissarra

1º Luan Barbosa - As. Irmãos Ribas

2 Marcelo Santos - Judô Pissarra

2º Enzo Malone - Judô Pissarra

3º Rodrigo Freitas Assoc. Dib. SP

3º Mateus Marques - Assoc. Mirai

3º Vitor H. da Costa - Morada do Sol

3º Jorge Santana - SEDUC P. Grande

Meio-leve

Pesado

1º Bruno Santos - Assoc. Irmãos Ribas

1º Davison Santana - SESI - SP

2º Renan Melo - Assoc. Carvalho

2º Matheus Mendes - Judô Pissarra

3º August Matos - Assoc. Irmãos Ribas

3º Matheus Kledeglau - C. A. Juventus

3º Ageu Sene – Camp. SBC

3º Vitor P. Almeida - Itapira A. C.

Leve

Sub 18

1º Marcelo Ângelo - Assoc. Shiroma

Super-ligeiro

2º Rafael Rogatto - D.E.R.L.A / Aguai

1º Caio Nilander - Camp. SBC

3º Cleverson Barbosa - Judô Pissarra

2º Joao Marques - Liga do Litoral

3º Everton Santos - A. Irmãos Ribas

3º Rafael Gromann - As. Kanayama

Meio-médio

3º Emerson F. Sales - Judô Pissarra

1º Mario Rolim - Judô Taboão

Ligeiro

2º Douglas Cerqueira - SEMEL Fran.

1º Guilherme Oliveira - Judô Pissarra

3º Renan Teixeira - Assoc. Shiroma

2º Leonardo Martins - Judô Pissarra

3º Samuel Cruz - C. A. Bandeirantes

3º Alan M. Mattos - Assoc. Aleixo

Médio

3º Patrick Grilando - D.E.R.L.A Aguai

1º Marcos Botelho - Assoc. Kanayama

Meio-leve

2º Vinicius Barcelos - Clube Penha

1º Fabio da Costa - Assoc. Irmãos Ribas

3º Rafael Barini - Assoc. Judô na Faixa

2º Vinicius Carvalho - Colégio Cermac

3º Lenivaldo Oliveira - Palmeiras/Mogi

3º Micael Tonini - Assoc. Judô na Faixa

Meio-pesado

3º Kaique H. Rocha - Morada do Sol

1º Renato R. Pontes - Assoc. Umino

Leve

2º Francisco I. Ambiel - Assoc. Messias

1º Thiers W. Moreira - Itapira A. C.

3º Antônio Vale - São Paulo F. C.

2º Luís F. Rodrigues - D.E.R.L.A / Aguai

3º Wagner de Moura - Judô Pissarra

3º Jonathan Carvalho - Assoc. Carvalho

Pesado

3º Roberto Ferreira - SESI - Votorantim

1º Ramon Bortholin - Assoc. Okinawa

Meio-médio

2º Daniel Oliveira - C. A. Bandeirantes

1º Leonardo Araújo - Ass. Judô na Faixa

3º Adriano Barbosa - Assoc. Vila Sônia

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O DILEMA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL E O JUDÔ:

A NOSTALGIA DO MESTRE POR ALEXANDRE

JANOTTA DRIGO |

O judô, durante seu desenvolvimento no Brasil, apresentou características que perduraram durante quase um século, desde a imigração japonesa que aportou em Santos em 1908 no navio Kassato Maru até meados dos anos 1980 e 90. O funcionamento, a lógica interna do judô, apresentava-se no que considero modelo artesanal de ensino ou de prática do judô. Considerar artesanal a estrutura do ensino, baseada nas escolas de ofício da Idade Média, de forma nenhuma desmerece o modelo ou põe limites à sua eficiência ou ao seu desempenho, pois não foi o judô fundamentalmente que mudou, mas sim a sociedade na qual está inserido. O modelo artesanal é considerado o mais antigo meio de ensino-aprendizagem que a sociedade humana criou. Desde que um pai ensinou seu filho a pescar ou caçar este modelo foi configurado, incluindo posteriormente a própria terminologia de mestre. Desta forma, as características principais deste modelo são: 1) A presença do mestre como figura central e molde de aprendizagem. 2) Todo ou quase todo o aprendizado é prático, por meio do treinamento, até o aprendiz alcançar certo domínio ou competência técnica. 3) As atividades práticas têm como objetivo a formação do caráter do aprendiz, da mesma forma que os estudos formais (escolares) formam o indivíduo. Esta forma de pedagogia faz ponte com a tradição do ensino de pai para filho, porém com uma estrutura mais evoluída, tendo

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FOTOS REVISTA

BUDÔ

sido descrita por vários autores, como Rugiu (1998) e Cunha (2000). Eles apresentam em seus estudos referências do artesanato da Europa medieval que, por estrutura, assemelha-se ao que presenciei na minha vivência com o judô. Outras semelhanças entre o modelo artesanal (medieval) e a estrutura do judô podem ser percebidas, como a oficina onde se aprendia o ofício em atividades práticas, a exemplo das academias; as entidades diretoras do ensino e do controle da atividade (as corporações de ofício), semelhantes às nossas federações; e o exame prático para ser considerado artesão sob a supervisão de bancas específicas de mestres, assim como ocorre atualmente nos exames de faixa preta, realizados, em ambos os casos, em evento específico na capital correspondente. Pode-se dizer que esta época apresentava sua complexidade, porém possuía um objetivo simples e claro de ensino, fundamentado no desenvolvimento do praticante desde a faixa branca até a faixa preta. Todo o contexto do ensino girava em torno disto e as atividades correlatas à prática, como as competições, eram testes de confirmação do aprendizado e domínio técnico. Geralmente, isso era avaliado pela lógica: quem se dedicou mais tem melhor desempenho, lembrando que era prioritário o gesto técnico. Neste sentido, evidencia-se que as mudanças no nível de complexidade da sociedade podem ser elucidadas a partir de diferentes perspectivas:


a) Biológicas – O crescimento do conhecimento biológico insere conceitos de diferenciação no entendimento da fisiologia humana e cria divisões de elementos, separando individualidades biológicas em relação a idade e sexo. Também influencia o desenvolvimento de teorias de bioenergética, comportamento motor, crescimento e desenvolvimento. b) Comportamentais – Advindos dos conhecimentos de psicologia e das mudanças do mundo moderno, representadas pelas normas de consumo e políticas educacionais, entre outras. c) Tecnológicas – Relacionadas ao treinamento nos aspectos da iniciação, especialização inicial, especialização profunda e treinamento de alto nível. E, de forma crucial, o avanço das tecnologias da informa-

ção (TIs), que, facilitando o acesso a qualquer informação disponível, acabou por transformar os comportamentos de ordem social. Isso ocorre principalmente no que diz respeito ao entendimento dos direitos civis, sendo o esporte disseminado enquanto direito do cidadão nas suas múltiplas configurações, e não apenas enquanto direito do desportista de alto rendimento. d) Social/legislativa – Tem base na regulamentação profissional da prática de educação física e legislações intervenientes, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Código de Defesa do Consumidor, e transformações de ordem social, principalmente em relação à necessidade de formação de nível superior para atuar com esporte. Todas estas transformações determinaram alterações na forma como o judô está expresso na sociedade, pois se instalaram de forma sutil e gradual, de forma que nos adaptamos a elas, uma vez que fazemos parte do processo. Podemos evidenciar este fato, por exemplo, ao olhar para as academias de judô de 20 anos atrás, como já citado: elas possuíam o tatami e acessórios (alguns aparelhos para musculação, geralmente), mas eram primordialmente um espaço para a prática do judô. Hoje, este tipo de espaço está em extinção. Atualmente, no Estado de São Paulo, há uma minoria de locais que apresentam esta característica. O mercado das lutas em geral, e consequentemente do judô, deslocou-se para os clubes e prefeituras ou academias com múltiplas atividades, em que se incluem lutas. Da mesma forma, assistimos à inserção do judô em projetos sociais, em atividades de saúde vinculadas a hospitais e programas do SUS e em espaços educacionais como escolas e faculdades. Neste sentido, percebe-se que os objetivos se modificaram do quadro inicial que foi apresentado, uma vez que em cada um destes espaços contemporâneos tem-se uma especificidade, acarretando também uma alteração da lógica artesã, pois não há mais a figura definida do mestre nem da academia enquanto oficina. Assim como o mestre artesão europeu se rendeu ao avanço industrial, nos últimos tempos o mestre de judô tornou-se refém de contratos e concursos para sua sobrevivência. E, dependendo do local em que a modalidade funciona, vários professores fazem parte da formação do judoca, dividindo-se as funções entre instrutores que cuidam de iniciações e técnicos especializados. Neste texto aponto que a complexidade da sociedade gera diferenças na formação para o trabalho, dirigindo as práticas artesanais para uma eminente profissionalização. Assim, o domínio técnico artesanal pode não ser mais suficiente para dar conta desta nova realidade. No caso das lutas, a demanda de profissionais passa por um período de transição, para o qual acredito que estamos no fim de uma fase. Portanto, é imprescindível o planejamento para o futuro. Considero importante que iniciemos políticas de incentivo a cursos superiores com propostas curriculares, cursos de extensão e especialização e pesquisas que venham suprir as necessidades profissionais do trabalho com judô. Desta forma, pondero sobre os cursos de educação física como legalmente instituídos para formação de profissionais do esporte e das práticas corporais, devendo-se focar esforços para que estes cursos auxiliem nesta meta. Por outro lado, considerando o momento de transição, devem ser tomados os devidos cuidados para que a essência do judô, expressa nos ensinamentos de Jigoro Kano, não se percam, se alterem ou se contaminem.

Referências

CUNHA, L. A. – O ensino de ofícios artesanais e manufatureiros no Brasil escravocrata. São Paulo: Editora UNESP, Brasília, DF: Flacso, 2000. RUGIU, A. S. – Nostalgia do mestre artesão. 1ª ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1998.

Alexandre Janotta Drigo é doutor em ciências do esporte (Unicamp); docente do PPG em ciências da motricidade da UNESP de Rio Claro (orientador de mestrado e doutorado); 4º dan de Judô pela FPJ.

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Árbitros aprovam mudanças nas regras POR NILTON

TUNA

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Quase um ano após terem sido implantadas, árbitros brasileiros FIJ A acham que as mudanças nas regras instituídas pela Federação Internacional de Judô foram benéficas, deram maior dinâmica aos combates e resgataram o verdadeiro judô. As mudanças instituídas pela Federação Internacional de Judô (FIJ), especialmente quanto à atribuição de pontos aos lutadores e à utilização do vídeo replay, são consideradas positivas pelos árbitros brasileiros de maneira geral. Para levar esta avaliação aos leitores, a Budô ouviu três árbitros internacionais FIJ A: André Mariano, do Distrito Federal; Dante Kanayama, de São Paulo; e Leonardo Stacciarini, de Goiás. Entre os pontos positivos, eles esperam que as lutas fiquem mais dinâmicas, com os competidores buscando sempre o ippon, sem se prender a punições aplicadas aos adversários. Já o uso de câmeras, sem exagero e quando houver dúvidas pontuais, deve dar maior tranquilidade aos juízes e confiança aos lutadores. Outra proposta dos entrevistados é a participação dos brasileiros em mais eventos de ponta e maior intercâmbio com árbitros internacionais.

Ação e produtividade A busca pela pontuação durante toda a luta é um dos aspectos mais positivos da nova regulamentação aprovada pela Federação Internacional de Judô, segundo André Mariano, árbitro internacional FIJ A. Isso tornará o combate mais ativo e produtivo, pois a projeção sempre valerá mais do que algumas punições. Ele também não acredita que a arbitragem fique muito dependente do uso de câmeras, “pois a própria recomendação da FIJ é que se modifiquem somente as situações com erros mais evidentes”. Para André Mariano, além da instalação de mais câmeras, para aperfeiçoamento do sistema de arbitragem seria necessário proporcionar mais experiência internacional aos juízes brasileiros. “Precisamos preparar adequadamente os novos e futuros árbitros internacionais do Brasil, fazendo com que eles atuem com frequência em competições de ponta para depois repassarem as formas de trabalho que a FIJ deseja utilizar em todos os seus eventos.”

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André Mariano - DF

No caso específico das câmeras, André não faz restrições a um grande número delas. Ele defende a instalação de pelo menos duas, estrategicamente posicionadas, e acrescenta: “Imagine um evento oficial com quatro câmeras. A equipe de arbitragem se sentiria extremamente segura e justa em seus resultados”. Ele admite que o sistema eletrônico ainda tem opositores – “figuras carimbadas que querem a vitória a qualquer preço” – mas salienta que os árbitros devem ser justos e honestos, reconhecendo que não têm uma visão tão privilegiada quanto a de uma câmera focada no lugar certo e na hora certa. Para André, não há risco de os árbitros ficarem reféns da tecnologia, desde que estejam atualizados e preparados para conduzir de maneira justa os combates “e não ficarem todo o tempo revendo as ações no sistema de vídeo replay”.

Confiabilidade e padronização Dante Kanayama, 8º dan, diretor de arbitragem da Federação Paulista de Judô (FPJ) e árbitro internacional FIJ A, lembra um ponto importante quanto ao emprego de tecnologia: a confiabilidade dos equipamentos. Por enquanto, nem todas as federações têm as condições ideais. “Creio que, quando tivermos uma padronização técnica, aí sim, teremos menos problemas”, afirma. A existência de duas câmaras, para Kanayama, seria suficiente; mais do que isso já constituiria “uma parafernália”. O aluno de Hikari Kurachi não teme que os árbitros se tornem dependentes desse recurso – “pelo menos os bons” – e que o sistema é útil para tirar dúvidas. “Como ocorre todas as vezes em que há modificações, houve um período de


Dante Kanayma - SP

que o objetivo da modalidade é a busca pelo ippon. “Colocou-se novamente a busca pela projeção e pela pontuação. É mais justo o lutador sair vitorioso por pontos do que por punições. Ademais, estimulou-se a produtividade das técnicas”, justifica. Stacciarini chama atenção também para a possível redução de golden scores nos combates em função do aumento da dinâmica que as novas regras proporcionam. Quanto ao sistema eletrônico, ele acredita que, quando for necessário acionar o vídeo replay, os técnicos e atletas aceitarão estar diante da decisão mais justa, “visto que a tecnologia é um instrumento de auxílio importante, que diminui a relação com a dúvida pontual”. Mesmo assim, admite que alguns indivíduos encontram motivos para duvidar do sistema. Duas câmeras seriam o ideal para melhor acompanhamento da luta, avalia Stacciarini, que acha desnecessária a multiplicação de equipamentos. “Com o dinamismo das lutas, uma câmera nem sempre atende às necessidades, pois algumas avaliações exigem melhor ângulo para serem pontuadas”, explica. “Mas é neste pormenor que o árbitro central

deve concentrar-se, posicionando-se de maneira a ter visão da projeção, sendo fundamental para o crivo da avaliação pelo trio.” Entretanto, ele diz que não se pode falar que quanto mais câmeras, melhor, pois poderiam exceder o contingente de visualizações durante o combate. “O vídeo é uma ferramenta para auxílio extremo, quando em alguns momentos necessitamos conferir algumas situações.” Ou seja, o árbitro central continua no controle dos combates e em nenhum momento lhe será tirada a responsabilidade de condução da luta. Leonardo Stacciarini, que, além de professor de judô e de educação física, é advogado, tem outras propostas para aperfeiçoamento da arbitragem no Brasil. “Seria de grande valia para a arbitragem brasileira a vinda de árbitros internacionais para troca de experiências, assim como a ida de nossos árbitros internacionais para os eventos chancelados pela FIJ.” Desses eventos, explica, os juízes trariam mais informações sobre como se portar e proceder em determinadas situações adversas, nos moldes propostos pela entidade internacional.

adaptação para árbitros, atletas e técnicos. Em geral os resultados foram satisfatórios, trazendo benefícios para o judô técnico, premiando aqueles que tiveram iniciação fundamentada em formação básica”, resume Kanayama, ao avaliar as mudanças promovidas de pela FIJ. Ele acredita que foi resgatado quase tudo do judô tradicional, que as lutas vão tornar-se mais dinâmicas e o grau de aceitação na comunidade do judô foi total.

Estímulo à técnica O professor Leonardo Stacciarini, árbitro internacional FIJ A, considera muito importantes as mudanças introduzidas pela Federação Internacional de Judô, destacando Leonardo Stacciarini - GO

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São Paulo é campeão geral do

BRASILEIRO

SÊNIOR Com sete ouros, duas pratas e quatro bronzes, a seleção paulista volta de Manaus com os troféus de primeiro lugar no feminino e no masculino.

POR PAULO

Manaus (AM) – Com o apoio da Federação Amazonense de Judô e do Governo do Estado do Amazonas, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) realizou o campeonato brasileiro da categoria sênior nos dias 5 e 6 de outubro, na Arena Amadeu Teixeira, o Vivaldinho, em Manaus. A competição reuniu 208 atletas (129 no masculino e 79 no feminino), oriundos de 26 Estados e do Distrito Federal. Os Estados com o maior número de judocas inscritos foram Amazonas, São Paulo e Santa Catarina, com 16, o máximo permitido. Minas Gerais e Rio de Janeiro inscreveram 13 atletas e a Bahia foi a Manaus com 11. Além de ser o principal campeonato individual do calendário nacional, o torneio distribuiu as últimas vagas para a Seletiva Rio 2016 – II Etapa. Todos os campeões (à exceção dos da categoria super-ligeiro) garantiram vaga na competição que será realizada nos dias 14 e 15 de dezembro. Eles se juntarão aos campeões do Troféu Brasil e dos brasileiros sub 21 e sub 23, aos titulares da seleção sub 21 e aos indicados por critérios técnicos na busca de um lugar na equipe princi-

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pal e, consequentemente, no ranking mundial. Vale lembrar que o critério para a participação nos Jogos Olímpicos é a posição no ranking da Federação Internacional de Judô (FIJ).

Cerimônia de abertura tem presença de secretária do Estado As 27 unidades federativas brasileiras participaram do desfile na cerimônia de abertura, que teve a presença de autoridades esportivas e políticas, entre as quais Aldemir Duarte do Nascimento, presidente da Federação de

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Judô do Amazonas (FEJAMA); Marcelo França, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); Alessandra Campêlo, secretária de Estado da Juventude, Desporto e Lazer (SEJEL); Anderson Souza, secretário executivo de Esportes do Amazonas; Delfino Batista da Cunha Filho, presidente da Federação de Judô do Estado do Acre; Antônio Jovenildo Viana, presidente da Federação Amapaense de Judô; Danys Queiroz, presidente da Federação Piauiense de Judô; Paulo Cézar de Oliveira, presidente da Federação de Judô do Estado de Roraima; Jeferson Vieira, árbitro FIJ A e coordenador nacional de arbitragem; e Robnelson Ferreira, gestor técnico nacional e de eventos da CBJ.

O primeiro pronunciamento foi de Aldemir Duarte do Nascimento, o dirigente anfitrião. “Quero dar as boas-vindas a todos que aqui estão – atletas, técnicos e dirigentes –, que não mediram esforços para participar da nossa competição e abrilhantá-la.” Marcelo França, vice-presidente da CBJ, destacou o empenho do governo estadual na realização da competição. “Em nome de Paulo Wanderley, presidente da CBJ, quero parabenizar o governo do Amazonas pela realização deste importante evento do nosso calendário. Faço um agradecimento especial a Alessandra Campêlo, secretária da Juventude, Desporto e Lazer, por todo o comprometimento na organização do campeonato brasileiro.”


Alessandra Campelo fez em seguida um breve histórico da ação que resultou na realização do certame. “Organizamos o brasileiro sub 13 e tivemos uma experiência muito boa. Devido ao sucesso daquela ação, propus ao meu irmão a realização de mais um torneio da CBJ em Manaus, e ele sugeriu que brigássemos pelo brasileiro sênior, que era mais difícil de fazer, mas daria maior visibilidade. Conversamos com o vice-presidente Marcelo França, montamos o projeto e hoje tenho o prazer de dar as boas-vindas a todos vocês. Quero também parabenizar os atletas amazonenses, que pela primeira vez poderão disputar medalhas na categoria sênior em casa”, comemorou a secretária. Robnelson Ferreira, gestor técnico nacional e de eventos da CBJ, destacou a importância de uma medalha de ouro no campeonato brasileiro. “Por ser o certame que oferece maior projeção, temos aqui muitos atletas talentosos e jovens que buscam afirmação dentro do cenário do alto rendimento nacional. Além da vaga para a seletiva e da oportunidade de ingressar na seleção dentro do ciclo olímpico Rio 2016, o título de campeão brasileiro fica marcado na trajetória do atleta”, disse.

Rafaela Silva e Geraldo Bernardes são homenageados Uma homenagem especial marcou a cerimônia de abertura da competição. A Federação de Judô do Amazonas, representada por Deise Oliveira, ex-atleta da seleção brasileira e uma das técnicas da equipe amazonense, entregou uma placa ao professor Geraldo Bernardes e outra à campeã mundial Rafaela Silva como forma de agradecimento aos serviços prestados ao judô e à conquista inédita da atleta carioca. “Fico muito feliz em poder prestar essa homenagem ao professor Geraldo, que foi meu técnico durante muito tempo na seleção brasileira. É uma forma também de reconhecer o trabalho que ele fez com a Rafaela, que é justamente o que fazem vários técnicos do Brasil: descobrir talentos e trabalhá-los para que conquistem medalhas para o nosso País, proporcionando também melhor qualidade de vida por meio do esporte”, disse.

Já no primeiro dia São Paulo abre distância Fazendo jus à tradição de São Paulo no cenário nacional, e conquistando seis ouros, duas de prata e dois bronzes nas doze categorias disputadas no primeiro dia, os judocas paulistas mantiveram a escrita e asseguraram antecipadamente o título de campeão geral do certame. A equipe comandada pelos técnicos

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Marcos Antônio Inácio e Rafael Luiz Moura sobrou no shiai-jo, e deixou de medalhar apenas em duas categorias de peso. As campeãs no naipe feminino foram Eleudis Valentim e Helena Romanelli. Já o time masculino conquistou quatro ouros com Phelipe Pelim, Daniel Santos, Eduardo Katsuhiro e Rubens Filho. As medalhas de prata foram conquistadas por Amélia Souza e Dione Barbosa, enquanto os bronzes vieram por meio de Diego Rocha e Vinicius Panini. O Rio de Janeiro ficou na segunda colocação geral com os dois ouros conquistados por Maria Eduarda Gonçalves e Rafaela Silva que, mesmo fora de ritmo, fez a lição de casa e assegurou mais um ouro para seu Estado. Os demais ouros foram conquistados por Patrícia Marques, de Santa Catarina, que lutou muito e liderou o super-ligeiro. Lutando de forma objetiva e com muita determinação, Victor Kaminari assegurou um ouro para o Paraná, no super-ligeiro, e Veronice Chagas, do Rio Grande do Norte, foi a gigante que surpreendeu ao faturar o ouro do meio-médio. Sobrando nos tatamis, Yuri Miranda assegurou o único ouro de Minas Gerais, no primeiro dia de disputa.

Segundo dia foi mais equilibrado A segunda rodada envolveu disputas apenas nas categorias meio-pesado e pesado, e as medalhas foram distribuídas de forma muito mais homogênea. No meio-pesado feminino, Luciana Mazetto (SC) ficou com o título, Renata Januário (RJ) com a prata e Adriana Aragão (PB) e Gláucia Lima (CE) ficaram com o bronze. Já no masculino, Bruno Altoé (MG) ficou com o ouro e Horácio Antunes (RS) conquistou a prata, enquanto Hugo Coutinho (SP) e Leandro Costa (PA) ficaram com o bronze e fecharam o pódio da categoria. No pesado feminino, mesmo subindo de categoria de peso, Edinanci Silva manteve o desempenho habitual e levou mais um ouro para São Paulo. Angelita Sassi (SC) conquistou a medalha de prata, enquanto Rafaela Nitz (RJ) e Mayara Oishi (PR) ficaram em terceiro lugar. Já no pesado masculino, o paraibano Isaque Conserva surpreendeu Juscelino Junior (MG) e sagrou-se campeão. Completaram o pódio Guilherme Silva (RJ) e Daniel Sousa (SP).

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sendo que os dois ouros foram conquistados por Maria Eduarda Gonçalves (48kg) e Rafaela Silva (+57kg). Com mais duas de prata e cinco de bronze, o selecionado carioca ficou em terceiro lugar geral, porém mostrou que está na briga direta pela vice-liderança do judô verde e amarelo. O Estado de Santa Catarina mostrou grande poderio, conquistando dois ouros com Patrícia Marques (44kg) e Luciana Mazetto (78kg), mais duas de prata e dois bronzes. O quarto lugar geral foi um resultado bastante expressivo e embolou a disputa na parte de cima da tabela. O judô catarinense vem marcando presença nos pódios e, em Manaus, a equipe sulista fez quatro finais, faturou seis medalhas e se impôs como uma das grandes forças do judô nacional. Em quinto lugar ficou a seleção do Estado da Paraíba, que somou um ouro, conquistado por Isaque Conserva (+100 kg), e três bronzes. A seleção do Estado do Paraná ficou na sexta colocação, com uma medalha de ouro, conquistada pelo determinado judoca Victor Kaminari, campeão do super-ligeiro, e mais uma de bronze. A última medalha de ouro foi conquistada pela seleção do Rio Grande do Norte, com a judoca Veronice Chagas, da categoria meio-médio, assegurando ao Estado a sétima colocação geral na disputa.

Medalhistas e destaques

Após as duas rodadas, São Paulo sagrou-se campeão geral Por meio dos judocas Eleudis Valentim (+52kg), Helena Romanelli (+63kg), Edinanci Silva, (+78kg), Phelipe Pelim (+60kg), Daniel Santos (+60kg), Eduardo Katsuhiro (+73kg) e Rubens Filho (+81kg), o Estado de São Paulo assegurou sete medalhas de ouro, e o lugar mais alto no pódio dos naipes feminino e masculino. Além das medalhas de ouro, o time paulista conquistou duas de prata, com Amélia Souza (44kg) e Dione Barbosa (+57kg), e quatro de bronze, com Diego Rocha (55kg), Vinicius Panini (+73kg), Hugo Coutinho (+90 kg) e Daniel Sousa (+100 kg).

Dessa forma o selecionado paulista encerrou sua participação nos campeonatos brasileiros desta temporada com chave de ouro e consolidou a tradicional hegemonia nacional.

Minas Gerais é vice-campeã e Rio de Janeiro fica em terceiro lugar Ratificando a força do trabalho realizado em Minas Gerais, o selecionado mineiro ficou em segundo lugar geral, somando oito medalhas. Foram dois ouros conquistados por Yuri Miranda (-81kg) e Bruno Altoé (100kg), mais três pratas e três bronzes. O Rio de Janeiro somou nove medalhas,

No primeiro dia de disputa um judoca chamou a atenção pela determinação e objetividade, e seu nome é Victor Kaminari, campeão do super-ligeiro. Atleta da Associação Bom Jesus, de Curitiba, Victor tem no ippon-seoi-nage seu tokui-waza, e sua meta agora é conquistar uma vaga na seleção brasileira. “Sou bicampeão brasileiro, conquistei meu primeiro ouro no sub 13, e no sub 15 fui vice-campeão brasileiro. Vencer o Diego de São Paulo foi uma emoção muito grande. Eu já havia lutado com ele e não estava muito confiante, pois ainda sou sub 18. Não entrei no sênior apenas com a cabeça, mas sim com a força de Deus, de meus familiares e de meu sensei Hélio Ney Prado Fabri. Graças a eles tudo deu certo. Treinei muito para esta competição, atingi meu objetivo e agora sou campeão brasileiro sênior. Este ano ainda tenho de enfrentar outro desafio: os Jogos Escolares Brasileiros, mas minha atenção mesmo está na seletiva.” Campeão brasileiro sub 23 em 2012, o ligeiro Phelipe Pelim repetiu o desempenho apresentado no Troféu Brasil e confirmou que 2013 está sendo o ano de sua afirmação. “Tenho treinado muito e estou muito feliz porque percebo que meu esforço está valendo a pena. Já tinha a vaga para a seletiva conquistada, mas queria muito essa medalha, pois para mim ela é revestida de muitos significados. Vou para a seletiva da mesma forma que vim para o brasileiro: totalmente focado e concentrado. Quero muito fazer parte da seleção brasileira e fazer

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bom papel, representando meu País”, disse o catarinense de Joinville, que após quatro anos de Projeto Futuro hoje defende o Clube Pinheiros. Pelin é mais um dos inúmeros judocas formados pelo sensei Marco Antônio Otavio, da SKD Judô, de Itajaí (SC). Bicampeã brasileira sênior e focada na seletiva, Eleudis Valentim falou dos compromissos que restam na temporada e do caminho percorrido na competição. “Neste ano ainda restam o GP, o Grand Slam de Tóquio e a seletiva. A competição foi bastante acirrada, pois em todos os Estados vemos atletas fortes e bem preparados. Fiz quatro lutas, mas a semifinal foi a mais difícil porque houve um espaço enorme entre as quartas de final e a semifinal. Eu entrei totalmente dispersa e a coisa complicou muito. Felizmente acabou dando certo e agora é treinar para os demais compromissos e correr para o abraço.” Convocado para a competição por equipes em São Petersburgo, Eduardo Katsuhiro confirmou o favoritismo entre os leves e já sonha com uma vaga entre os três nomes de sua categoria na equipe principal. “Não me considerava favorito, mas vim focado para fazer aquilo que venho treinando e, felizmente, consegui colocar em prática tudo que trabalhei. Os resultados estão aparecendo e quero manter esse ritmo representando o Brasil. Fui convocado para a seleção que vai disputar a competição por equipes em São Petersburgo, mas meu foco é a seletiva. Já pus na cabeça que a vaga será minha, e desenvolvo meu trabalho fundamentado nisso.” Focada na seleção brasileira, Helena Romanelli comemorou mais uma conquista na temporada. “Este é meu segundo ouro no brasileiro sênior. Este ano já conquistei os Jogos Abertos, o campeonato paulista e agora o brasileiro. Mas não estou focando apenas as medalhas. Meu maior objetivo é conquistar vaga na seleção brasileira. Este ouro me garante nessa briga e agora vou treinar muito para a seletiva.” Outro paulista que sobrou em Manaus foi Rubens Filho, do Esporte Clube Pinheiros, que após mais esta atuação brilhante sonha com uma vaga na seleção. “Fiz quatro lutas e venci três delas por ippon, contudo, a mais complicada foi a primeira. Felizmente este ano estou mantendo um ritmo excelente, apesar de ter

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iniciado a temporada com o vice-campeonato da Copa São Paulo. Mas depois venci o paulista, o beneméritos, e agora fechei com o brasileiro. Resta ainda o brasileiro universitário, o Grand Prix e a seletiva, que é o nosso grande objetivo. E se Deus quiser vou manter o ritmo da temporada.” Certos judocas parecem estar sempre à frente de seus adversários, mas para estar no topo é preciso muito comprometimento, treinamento e preparo. Yuri Miranda é um exemplo de determinação, já que sempre se destaca em sua categoria e, em Manaus, não foi diferente. Mesmo competindo no meio-médio, uma das categorias mais fortes e difíceis, o judoca da Belo Dente Minas fez quatro lutas, vencendo três por ippon e uma por wazari. Após a premiação Yuri falou sobre a competição e o foco para o resto da temporada. “Sou brasiliense e meu sensei foi o Robert Marques. Fui campeão brasileiro júnior e agora conquistei o ouro do sênior. Sobre a competição, eu me preparei muito para ela e estudei meus adversários, pois sabia o que iria enfrentar aqui. Vim com uma estratégia traçada e graças a Deus tudo deu certo. Eu havia imaginado que a luta contra o Panini seria bem mais complicada, mas acabou rapidamente e com isso pude me poupar para os outros combates. Meu foco agora está totalmente voltado para a seletiva e espero atingir meus objetivos.” Os bronzes no brasileiro sub 23 e no sênior mantiveram Fernanda Araújo com a mesma performance de 2012. “Sem querer acabei repetindo o desempenho da temporada passada e fico chateada, porque queria ter a oportunidade de brigar na seletiva do fim do ano. Acho que lutei bem, já que hoje em dia os atletas estão bem nivelados e é no erro que se ganha. Aliás, acho até que vence quem errar menos. Fiz três lutas e perdi justo a primeira, para a Dione. Eu até que lutei bem, mas a coisa complicou porque ela dificilmente erra. Já lutamos várias vezes e eu estava bem, mas dei um vacilo e ela entrou. Venci as duas lutas da repescagem jogando de ippon-seoi-nage.” Um dos gigantes na arena Vivaldinho foi Daniel Santos, o campeão do meio-leve que defende o Esporte Clube Pinheiros. “Esse é o meu primeiro título no brasileiro sênior, mas sou pentacampeão brasileiro nas categorias de base. Fiz quatro lutas, venci três delas por

ippon e uma por wazari. Paradoxalmente, a luta mais difícil foi a semifinal. Estava perdendo por um shido, e consegui reverter o resultado faltando menos de dez segundos. Joguei meu adversário e consegui um wazari que me colocou na final. Acreditei até o último segundo, mas foi uma luta muito difícil”, disse Daniel, que finalizou lembrando que começou nos tatamis na Sociedade Esportiva Palmeiras e seu sensei foi Sérgio Pessoa. Seu tokui-waza é o uchi-mata e tem foco, agora, na seletiva que se realizará em dezembro. Dona de quatro ouros em brasileiros e a grande esperança de ouro do time paulista, Dione Barbosa vacilou na final e teve de conformar-se com a medalha de prata. “Fiz três lutas e ganhei as duas primeiras por ippon, mas na final infelizmente as coisas não saíram como nós queríamos. Achei que estava bem na luta, e estava impondo minha pegada, só que, ao contrário de minha adversária, não fui favorecida com a shido. Paciência. Meu foco total é a seletiva de dezembro e vou me preparar para atingir meus objetivos.”O maior nome em ação na competição foi Rafaela Silva, a carioca campeã mundial, que mais uma vez deu exemplo de humildade participando de uma competição que há anos já não conta com a participação de nenhum atleta da seleção brasileira. Mesmo estando parada desde o mundial, a judoca do Instituto Reação não sentiu pressão e venceu todos os seus confrontos por ippon. “Sou campeã mundial, mas em meu currículo ainda não tinha um título do brasileiro sênior, em minha categoria. Por isso, vim com muita vontade de ganhar e felizmente tudo deu certo. Também aproveitei para ver como estava meu ritmo, já que estava parada desde a conquista do mundial”, disse Rafaela Silva. Decepcionado por não disputar a final, Vinicius Panini fez um balanço da competição. “Como já havia vencido o Troféu Brasil, tenho vaga garantida na seletiva. Mas é claro que fiquei chateado com a derrota nas quartas de final. Já lutei várias vezes com o Yuri e ele está muito bem. Ele encaixou o golpe, venceu, e isso é mérito dele. Acho que esta derrota vai me fazer muito bem porque vou competir sem muita pressão. Vou aproveitar para estudar mais alguns adversários que estavam aqui e certamente estarão na seletiva. Cheguei aqui


com o objetivo de ser campeão e de ajudar meu Estado na somatória de medalhas, mas agora é focar a seletiva e me preparar para a grande batalha.” Um dos grandes destaques em Manaus foi a jovem Maria Eduarda Gonçalves, campeã brasileira na categoria ligeiro. A atleta de apenas 19 anos começou no judô aos 8, no ensino fundamental, e posteriormente foi para academia do professor Robson Madeira. Aos 15 anos foi convidada para fazer parte do projeto do Instituto Reação, e agora quer encarar de igual para igual os maiores nomes do judô nacional. “Não imaginei que iria vencer porque este ainda é o meu primeiro ano como sênior. Mas foi bom vencer porque esse ouro me mostrou que, se treinar ainda mais e continuar evoluindo, poderei chegar à seleção brasileira. Agora sei que este não é um sonho impossível”, disse a judoca que, para chegar ao ouro, venceu três combates. Depois da campeã mundial Rafaela Silva, o nome de maior destaque em Manaus foi Edinanci Silva, a mais experiente atleta em atividade no Brasil. Mesmo subindo de categoria Edinanci manteve a escrita e chegou ao degrau mais alto do pódio. Após esta conquista inédita em seu currículo, a experiente atleta do São Caetano (SP) falou sobre a evolução técnica dos Estados do Norte e Nordeste. “O campeonato brasileiro é uma ótima competição para termos uma ideia do que está acontecendo no judô nacional. Não podemos olhar apenas os resultados da seleção brasileira, pois é da base que surgem os futuros campeões. Estou feliz porque vimos Estados do Norte e Nordeste atingindo resultados expressivos. Assim como aconteceu comigo, nessas regiões existem ótimos atletas e penso que, se tiverem um pouco mais de incentivo e estrutura, certamente chegarão à seleção”, disse Edinanci Silva. Outro gigante na competição foi o mineiro Bruno Altoé, que mostrando maturidade conquistou o ouro para Minas Gerais. “Tudo é fruto de um trabalho que vem sendo feito durante o ano todo. Acredito que a oportunidade que me está sendo oferecida pela CBJ, de estar treinando com a seleção e com os atletas de ponta, tem somando em

meu desenvolvimento técnico. Agora é focar a seletiva porque estar na seleção brasileira é o sonho de todos os atletas”, disse Bruno Altoé. Houve espaço também para surpresas, e a maior delas talvez tenha sido o título conquistado pela potiguar Veronice Chagas, na categoria meio-médio. Na decisão Veronice derrotou a experiente Dione Barbosa, e agora sonha com a seleção principal em 2014. “Essa conquista foi muito importante. Há vários anos venho tentando e sempre ficava em segundo ou terceiro. Mas, mesmo diante de todas as dificuldades que enfrento em meu Estado, minha determinação falou mais alto, e este ano conseguiu chegar lá. Vai ser muito bom poder participar da seletiva, e agora é treinar mais para chegar à seleção, que é meu principal objetivo.”

Dirigente catarinense vibra com as conquistas do feminino Adriana Capela, chefe da delegação de Santa Catarina, comemorou o vice-campeonato da equipe feminina. “No feminino nossa equipe teve um desempenho muito bom e conquistamos algumas medalhas que não eram previstas. Temos mantido uma média de

medalhas, e neste ano superamos todas as expectativas. Nossas meninas se superaram e conquistaram um resultado excelente. Já no masculino deixamos a desejar. Esperávamos um desempenho melhor e ficamos devendo. Na verdade, neste ano tivemos um calendário muito apertado dentro do Estado, com muitas competições, e isso acabou desgastando nossos atletas. Mas o time feminino fez a lição de casa e vamos comemorar muito a segunda colocação obtida por nossas meninas”, disse a dirigente, que é da Associação Judocas de Itajaí.

Comissão técnica paulista comemora mais um título nacional A comissão técnica do Estado de São Paulo comemorou mais este importante título, e o técnico Marcos Antônio Inácio destacou a união da equipe. “Cada um de nós vem de uma equipe diferente, mas aqui todos lutaram pelo nosso Estado, e foi este espírito de união que nos fortaleceu rumo à vitória. Atingimos nosso objetivo e estamos felizes por tudo que conquistamos.” Para o técnico Rafael Luiz Moura, a equipe respondeu às expectativas. “O resultado foi bom, mas esperávamos mais. Houve as falhas da Dione Barbosa e do Vinicius Panini, e em

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nossa projeção estes ouros estavam 100% certos. Mas sabemos que todos os Estados crescem a cada ano e não podemos querer ganhar tudo. Os objetivos pessoais e o coletivo foram alcançados, mas tivemos pequenos erros que representaram uma perda enorme para São Paulo. Todos nós vamos tirar lição destes erros e aprenderemos com eles.” Após a premiação, Gildemar de Carvalho, chefe da delegação paulista, avaliou o desempenho de sua equipe. “Nossa projeção inicial era conquistar mais medalhas em algumas categorias de peso, mas não podemos esquecer que todos os 27 Estados que participaram desta competição treinaram muito para subir no pódio. Nossa meta era medalhar em todas as categorias, mas somamos sete ouros, duas

pratas e quatro bronzes, e para nós este resultado é muito significativo.” Gildemar finalizou lembrando que o judô brasileiro está cada vez mais nivelado. “A maioria dos Estados possui hoje um judô de alto nível. Fazendo uma análise superficial, vemos Minas Gerais, Rio de janeiro e Santa Catarina com quase o mesmo número de medalhas, já que os três conquistaram dois ouros e quase o mesmo número de pratas e bronzes. Os combates hoje são definidos nos detalhes, e vence quem errar menos. Esse pensamento mostra que São Paulo obteve um resultado expressivo e compatível à sua tradição, mas se quisermos manter esta distância teremos de trabalhar duro, pois o judô está evoluindo rapidamente.”

Para dirigente paranaense time superou as expectativas Para Washington Toshihiro Donomai, chefe da delegação paranaense, o time superou as expectativas. “Se compararmos com o desempenho de outras equipes da Região Sul, fizemos uma campanha brilhante, mas acho que poderíamos ter conquistado algumas medalhas a mais. Nossos atletas ainda carecem de maior preparo e determinação, mas mesmo assim o sexto lugar na classificação final foi um resultado surpreendente.”

Técnico goiano comemora resultado Joseph Guilherme, técnico do selecionado de Goiás, vibrou com a qualidade da equipe. “Temos tradição de medalhar mais nas categorias de base. Fazia muito tempo que não tínhamos um resultado tão bom como este. Fizemos duas finais e ficamos com duas medalhas de prata e uma de bronze. Na classificação geral ficamos em nono lugar, à frente inclusive do Rio Grande do Sul, uma das potências do judô brasileiro. Foi um resultado excelente para o Estado de Goiás.”

Floriano de Almeida elogia time mineiro Após dois dias de disputa, Minas Gerais foi vice-campeã geral e, na avaliação do técnico mineiro, o resultado foi surpreendente. “Faço uma leitura muito boa sobre o nosso desempenho, pois viemos a Manaus com dez atletas apenas e conquistamos oito medalhas. Independentemente da cor das medalhas, eu acho que foi um resultado muito bom, já que tivemos um aproveitamento de 80%. Não vie-

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mos com a equipe principal, e sim com um time mesclado, e mesmo assim obtivemos esse resultado bastante satisfatório. Penso que o nível técnico da competição não foi tão alto, mas fizemos o dever de casa.”

Técnico gaúcho fica satisfeito com desempenho da equipe Apensar do fraco desempenho do time gaúcho, Daniel Pires, o técnico sul-rio-grandense, ficou satisfeito com o desempenho de sua equipe. “Acho que tivemos um bom desempenho, mas é claro que poderíamos ter tido um aproveitamento melhor. Acabamos fazendo apenas uma final, o que serviu para termos uma ideia da equipe para o Grand Prix, mas no geral penso que fizemos uma boa campanha. Aproveito para parabenizar a estrutura do evento, que foi impecável. Os campeonatos promovidos pela CBJ hoje têm nível internacional, e isso é muito importante para os nossos atletas.”

Geraldo Bernardes elogia evento e o time carioca De bem com a vida e irradiando a simpatia de sempre, o lendário técnico fluminense Geraldo Bernardes se disse satisfeito com o desempenho de sua equipe. “Acho que nosso time foi bem, principalmente o feminino. Penso que, diante das circunstâncias, obtivemos uma classificação satisfatória para o Rio de Janeiro, já que não viemos com nossos melhores atletas em função de vários estarem viajando com a seleção brasileira e outros com compromissos do treinamento promovido pela CBJ. Somamos mais medalhas que Minas, mas acabamos em terceiro lugar. A equipe deu conta do recado e para toda a nossa comissão técnica o resultado foi bastante satisfatório. A competição foi muito bem organizada e tudo ocorreu muito bem. O ginásio é muito bom e o trabalho da equipe técnica foi impecável.”

Gestores e dirigentes fazem balanço positivo da competição Aldemir Duarte do Nascimento, presidente da FEJAMA, agradeceu o apoio recebido. “Gostaria de agradecer a presença de todos e, especialmente, à Confederação Brasileira de Judô por nos dar a oportunidade de organizar uma competição com tamanha relevância. Não medimos esforções para atendê-los da melhor forma possível, e seremos eternamente gratos a todos aqueles que direta e indiretamente apoiaram nossa iniciativa”, disse Nascimento. Alessandra Campêlo, secretária de Es-

tado da Juventude, Desporto e Lazer, destacou o sucesso da parceria entre a federação, a CBJ e o governo do Amazonas. “Para nós, do Amazonas, a realização do brasileiro sênior foi uma experiência muito positiva, gratificante, que evidenciou nossa capacidade de receber e promover eventos deste porte. Temos aqui a elite do judô nacional. Conquistando quatro medalhas, a seleção do Amazonas ficou em oitavo lugar e mostrou maturidade para participar de certames nacionais e que está no caminho certo. O resultado prático da competição ratifica a importância de a CBJ tirar os principais eventos do Rio, São Paulo e Minas Gerais. Com isso damos oportunidade para que os familiares e as torcidas de todos Estados possam participar das competições, e isso acaba popularizando ainda mais o judô em nosso País. Mais uma vez a parceira entre a federação amazonense, a CBJ e o governo do Amazonas foi coroada de sucesso, e isso nos permite pleitear a realização de um desafio internacional em Manaus, no próximo ano.” Para Marcelo França, vice-presidente da CBJ, a competição teve sucesso absoluto. “O evento foi muito bem organizado e fiquei surpreso com a estrutura e o apoio oferecidos não só pelo governo do Estado, como também pela federação. A arena é moderna, dispõe de excelente iluminação, o que proporcionou um clima agradável para a competição. Com relação ao resultado, não me surpreendi com o equilíbrio das equipes de todas as regiões, em que quase todos lutaram de igual para igual. Dois atletas nordestinos ficaram com o ouro e isso mostra como o judô do Brasil está crescendo de modo geral. Vejo hoje outras vertentes fomentando nossa modalidade, que não depende apenas da CBJ e das federações estaduais. O poder público e a iniciativa privada têm somado esforços e este apoio está proporcionando um crescimento que passa pelo social e o alto rendimento.” O dirigente finalizou enfatizando a importância de massificar a modalidade. “Vários Estados usam o judô como ferramenta de inclusão social, e este é o caminho. Não podemos mais pensar o judô para as elites. Não existe espaço para este pensamento. Seja por meio de projetos sociais, seja por meio de programas educativos, o judô e o esporte como um todo têm de estar na periferia, que é de onde deverão sair as novas gerações de atletas do nosso País. E em Ma-

naus demos um grande passo no sentido de massificar ainda mais nossa modalidade neste Estado e nesta região”, disse Marcelo França.

Nossa avaliação Esta edição do brasileiro sênior não apresentou um nível técnico muito alto, mas vimos muitos atletas subindo de produção, melhorando tecnicamente e mostrando maturidade. Em geral a arbitragem foi bastante equilibrada e não presenciamos erros ou equívocos que comprometessem resultados. Vimos árbitros atentos, que souberam coibir abusos de técnicos e atletas que tentaram reverter pontos na base da pressão, e esta postura da arbitragem garantiu que a competição acontecesse dentro do melhor ambiente possível. Mais uma vez a equipe comandada por Robnelson Ferreira, gestor técnico nacional e de eventos da CBJ, deu show na organização de mais um grande evento e tudo esteve impecável dentro e fora do shiai-jo. Horários cumpridos, logística, atenção aos atletas e às equipes: tudo funcionou de forma impecável. E, somado ao apoio da FEJAMA e do governo do Amazonas, resultou num evento de excelente qualidade. Numa análise um pouco mais profunda sobre o desempenho das equipes, vemos ainda muitos Estados como meros coadjuvantes, mas este é o processo natural que lentamente desenhará um cenário mais homogêneo na modalidade. A grande novidade desta edição do sênior foi a ascensão de Estados como Paraíba, Rio Grande do Norte e Amazonas, que conquistaram várias medalhas e algumas delas de ouro, garantindo classificação entre os primeiros colocados. Outra grata surpresa ficou por conta de Santa Catarina, que além do vice-campeo-

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nato geral do feminino e do nono lugar no masculino, ficou em quarto lugar na classificação geral. A ascensão do judô catarinense no cenário nacional é fruto do excelente trabalho que vem sendo desenvolvido pelos professores de todo o Estado em parceira com a nova diretoria da Federação Catarinense de Judô. Tecnicamente falando, o destaque negativo foi o fraco desempenho da equipe gaúcha na competição. Horácio Antunes, do meio-pesado, foi o único representante do Rio Grande do Sul numa final. Com isso, os gaúchos não marcaram presença nos pódios da classificação geral do feminino e do masculino. E com um desempenho não compatível com a tradição do judô sul-rio-grandense, a equipe terminou o certame na décima colocação geral. Por outro lado, a cada ano vemos um certame cada vez mais vazio e de menor índice técnico. Nossa análise é que a CBJ deve criar mecanismos que resgatem o glamour que esta competição teve no passado. O brasileiro sênior era o campeonato mais esperado do calendário nacional e nele víamos o desfile dos maiores nomes do judô brasileiro. Todos queriam participar, fosse competindo, arbitrando ou apenas assistindo à disputa. Chegamos a um ponto que, em Manaus, vimos vários faixas laranjas competindo. Além do risco que esse desnível técnico representa para os atletas, é uma situação impensável e inadmissível numa competição sênior. O campeonato paulista sênior desta temporada contou com a participação de 415 judocas, o dobro de atletas inscritos no brasileiro e, indubitavelmente, a competição estadual apresentou um nível técnico infinitamente superior ao do certame nacional. Mas fazemos esta comparação com o intuito apenas de criar uma discussão em torno da necessidade de mudar o formato desta competição. Analisando o resultado obtido por São Paulo, o campeão geral, e comparando o

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desempenho paulista nesta edição com o resultado obtido em 2012, veremos que os paulistas recuaram no número de medalhas e na quantidade de ouros. Na temporada passada o time bandeirante conquistou 14 medalhas, sendo que dez delas foram de ouro, além de uma de prata e três de bronze. Mas se para os paulistas este quadro representa retrocesso, para os demais Estados significa um avanço enorme, que deve ser comemorado. Os Estados da Região Sudeste totalizaram 11 medalhas de ouro. Já os da Região Sul somaram três ouros, enquanto os Estados do Nordeste conquistaram dois. Muito ainda precisa ser feito no sentido

de nivelarmos verdadeiramente o judô brasileiro, porém as distâncias têm diminuído significativamente. Insistimos que só vemos investimento nas seleções, enquanto nada é feito na base. Na verdade, os Estados são o grande celeiro do judô brasileiro, e isso precisa ser levado em consideração urgentemente. Um exemplo do que estamos falando é o acordo firmado recentemente entre a prefeitura de Teresina (PI) e a Associação de Judô Expedito Falcão. O convênio prevê a implantação do judô em escolas municipais da capital piauiense. Na medida em que a base de praticantes cresce País a fora, a


modalidade cresce e se fortalece em todos os níveis. Se o projeto piauiense for levado adiante, em breve veremos judocas oriundos das escolas municipais de Teresina brigando por medalhas no Brasil e no exterior. Investir na base é fomentar o crescimento da modalidade nos Estados, e não apenas realizar competições pelo País. Será que investir todos os recursos de patrocínio e do governo federal nas seleções atende às necessidades do judô brasileiro? Nossa análise é que o investimento deve ser repensado urgentemente, pois massificar o judô e disseminar a prática da modalidade é imprescindível.

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Classificação Final Feminino

Classificação Final Masculino

Super-ligeiro

Super-ligeiro

1º Patrícia Marques - SC

1º Victor Kaminari - PR

2º Amélia Souza - SP

2º José Neto - GO

3º Rita Reis - AM

3º Rafael Lima - PB

3º Juliana Rodrigues - ES

3º Diego Rocha - SP

Ligeiro

Ligeiro

1º Maria Eduarda Gonçalves - RJ

1º Phelipe Pelim - SP

2º Núbia Santos - AP

2º Antônio Alves - PI

3º Carolynne Hernandez - RS

3º Ivan Sabino - PB

3º Lorrayna Ferreira Costa - MG

3º Diego Ribeiro - MG

Meio-leve

Meio-leve

1º Eleudis Valentim - SP

1º Daniel Santos - SP

2º Luana Pinheiro - MG

2º Adriano Souza - AM

3º Rafaela Barbosa - AM

3º Paulo Santos - RJ

3º Maria Krauss - SC

3º Daniel Moraes - TO

Leve

Leve

1º Rafaela Silva - RJ

1º Eduardo Katsuhiro - SP

2º Laisse Souza - GO

2º Leonardo Luz - MG

3º Ana Heymanns - SC

3º Luís Henrique Carmo - RS

3º Ana Fernandes - MG

3ºAdriano Araújo - RJ

Meio-médio

Meio-médio

1º Veronice Chagas - RN

1º Yuri Miranda - MG

2º Dione Barbosa - SP

2º Dennis Barbosa - RJ

3º Laísa Santana - BA

3º Vinicius Panini - SP

3º Fernanda Araújo - GO

3º Milton Miranda - PA

Médio

Médio

1º Helena Romanelli - SP

1º Rubens Filho - SP

2º Thayna Silva - AM

2º Richard Costa - SC

3º Amanda Dutra - ES

3º Roberto Gomes - RJ

3º Hayssa Santos - PI

3º Marcelo Filho - RS

Meio-pesado

Meio-pesado

1º Luciana Mazetto - SC

1º Bruno Altoé - MG

2º Renata Januário - RJ

2º Horácio Antunes - RS

3º Adriana Aragão - PB

3º Hugo Coutinho - SP

3º Gláucia Lima - CE

3º Leandro Costa - PA

Pesado

Pesado

1º Edinanci Silva - SP

1º Isaque Conserva - PB

2º Angelita Sassi - SC

2º Juscelino Junior - MG

3º Rafaela Nitz - RJ

3º Guilherme Silva - RJ

3º Mayara Oishi - PR

3º Daniel Sousa - SP

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GUERREIRAS GARANTEM O MELHOR DESEMPENHO DO BRASIL EM MUNDIAIS POR PAULO

PINTO |

FOTOS

REVISTA BUDÔ

Conquistando seis medalhas, as judocas brasileiras fizeram as honras da casa e mais uma vez garantiram o bom desempenho do Brasil em mundiais da categoria sênior Rio de Janeiro (RJ) - Até mesmo por conta de tudo que já foi dito e escrito sobre o campeonato mundial sênior realizado em setembro, no Rio de Janeiro, achamos por bem fazer uma análise diferenciada, focada apenas no desempenho dos atletas que medalharam ou daqueles que, mesmo não medalhando, alegraram a torcia pela técnica ou pela determinação, justificando tudo que foi feito e investido para que, no Maracanãzinho, o Brasil fosse muito bem representado. E com base nestes pontos de vista os atletas destacados nesta matéria são os medalhistas Rafaela Silva, primeira brasileira a ganhar medalha de ouro num mundial de judô da classe sênior; Érika Miranda, medalhista de prata; Maria Suelen Altheman, medalhista de prata; Mayra Aguiar, medalhista de bronze; Sarah Menezes, medalhista de bronze; Rafael Silva medalhista de prata; Maria Portela e Charles Chibana. Antes de iniciar nossos comentários, porém, gostaríamos de fazer o registro de nossa

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indignação pela escalação de determinados atletas que compuseram a seleção brasileira. Depois de a Confederação Brasileira de Judô impor inúmeras seletivas aos judocas brasileiros e criar um ranking que só Ney Wilson, o gestor de alto rendimento da CBJ, entende, como explicar a participação de determinados atletas na seleção brasileira? Para que servem as infinitas seletivas realizadas durante a temporada? Perder é inerente a toda competição. Numa disputa a vitória e a derrota andam de mãos dadas, mas foi revoltante ver alguns atletas perdendo logo no primeiro combate, lutando sem o menor comprometimento, como se estivessem fazendo um randori em suas associações. Quanta passividade! Onde está o espírito de competição desses judocas? Além da vergonha que senti, vendo colegas jornalistas estrangeiros zombando do judô apresentado por alguns dos nossos nada abnegados atletas, senti muita saudade do tempo em que víamos Fúlvio Miyata, Douglas Vieira, Andrea Berti, Aurélio Miguel, Carlos Honorato, Thiago Camilo, Flávio Canto e outros entrando no shiai-jo com garra e determinação, em busca da vitória.

Sarah Menezes conquista o bronze Mais uma vez o ouro não veio, mas Sarah Menezes não desanimou. Mostrando muita superação minutos após ver o sonho do ouro ir embora, a brasileira voltou ao tatami determinada a trazer o bronze. Lutou até o fim. Até o último segundo. E foi premiada. Em duelo emocionante, a medalhista de ouro em Londres 2012 bateu a norte-coreana Sol Mi Kim no último segundo, com um ippon, e repetiu sua campanha nos dois últimos mundiais, quando foi bronze em Tóquio (2010) e Paris (2011). Apesar de ter conquistado o terceiro bronze consecutivo em mundiais, a piauiense mostrou nesta competição que continuará brigando pelo ouro inédito em sua categoria. “É um desafio pessoal. Meu objetivo era conquistar a medalha de ouro. A minha meta agora é conquistar uma medalha de ouro em um mundial e ser bicampeã olímpica no Rio”, disse Sarah Menezes. A medalha veio no sufoco. Com duas punições, a piauiense via a medalha de bronze

escapar por entre os dedos até os últimos 40 segundos do combate. Sem desistir, porém, a judoca conseguiu igualar a luta, com mais uma punição sobre a norte-coreana Sol Mi Kim, e no último segundo encaixou e jogou a rival. Um ippon que lhe valeu o pódio. “Estou feliz. Subi ao pódio mais uma vez num mundial. Já que não veio o ouro, busquei o bronze e conquistei. A gente aprende com a derrota. Agora é buscar um degrau a mais”, frisou a brasileira.

Érika Miranda conquista a medalha de prata No segundo dia de competição Érika Miranda garantiu mais uma medalha para o Brasil. A judoca da Belo Dente/Minas conquistou sua melhor marca na competição. Após ficar em quinto lugar em duas edições do mundial, a atleta garantiu a medalha de prata, perdendo na final para Majlinda Kelmendi, do Kosovo. “Hoje tive o privilégio de tomar café com o Luciano (Luciano Corrêa, campeão mundial em 2007) e pedi um conselho sobre o campeonato. Ele me disse para lutar pensando que era um grand slam, uma competição menor, para não dar tanta importância. Foi o que eu fiz, lutei com seriedade, mas tentei me imaginar em outro torneio, e deu certo. Foi uma vitória pessoal”, analisou Érika Miranda. A atleta do Kosovo foi uma adversária dura. Na semifinal, a judoca superou a japonesa Yuki Hashimoto, uma das mais consistentes do campeonato e algoz da brasileira Eleudis Valentim. Com a vitória, a judoca confirmou a posição de primeira do ranking mundial. Yuki Hashimoto e a Mareen Kraeh, ficaram com o bronze. “É a terceira vez que enfrento a Érika e todas foram lutas duras, ela é uma excelente judoca e tem tudo para conquistar títulos. Mas hoje acho que a sorte estava do meu lado. Gostei da torcida, quando venci balancei as mãos para agradecer e comemorar. Esse é o esporte, não tenho nada contra a Érika ou contra a torcida”, esclareceu Majlinda Kelmendi, campeã mundial da categoria meio-leve.

Rafaela Silva é campeã mundial Um dia que ficará marcado na história do judô brasileiro. A carioca Rafaela Silva con-

quistou, no dia 28 de agosto, o primeiro título mundial feminino de judô da classe sênior. Lutando em casa, a judoca venceu, por ippon, a norte-americana Marti Malloy, na final, e a atual líder do ranking Automne Pavia, na semifinal. Com o apoio de cerca de 5 mil torcedores que fizeram do Maracanãzinho um caldeirão, Rafaela conquistou a terceira medalha do Brasil na competição, a primeira de ouro. “Hoje estou aqui mostrando que a vitória não depende de cor, dinheiro, de nada. Depende da vontade e da garra que a pessoa tem para buscar a vitória. Ainda não parei para pensar que sou campeã mundial, muito menos que estou escrevendo a história do judô brasileiro”, disse Rafaela Silva. Parte dos resultados obtidos pela judoca carioca é fruto do trabalho incansável de um dos maiores formadores de atletas do judô verde e amarelo, o sensei Geraldo Bernardes. Ex-técnico da seleção brasileira, Bernardes formou mais de uma centena de judocas excepcionais, e mais uma vez ele viu todo seu esforço ser premiado por meio do ouro conquistado por Rafaela. Em tom de desabafo após a conquista, o experiente técnico comentou o perfil de sua aluna. “Quando criança ela era muito indisciplinada, só queria soltar pipa, jogar bola e brigar na rua. Por isso, o pai a levou para treinar. Aos 8 anos ela começou a praticar e ao longo dos anos revelou um talento nato para o esporte, uma agressividade que poderia ser usada dentro dos tatamis. Este título estava engasgado desde a Olímpiada, pois ela tinha toda condição de ser campeã e não foi. Se há algo de justo no esporte, é este título da Rafaela”, ressaltou Geraldo Bernardes.

Desempenho na competição Rafaela começou o dia lutando contra a americana Hana Carmichael, que fez jogo duro, dificultou a vida da brasileira, mas não conseguiu evitar os dois yukos que deram a vitória para Rafaela. Em casa, ela ia ganhando confiança à medida que a torcida gritava seu nome. No entanto, a luta mais dura ainda estava por vir. Contra a romena Loredana Ohai, muita emoção, de levantar a torcida na arquibancada. As duas chegaram ao terceiro minuto de luta sem pontuar, mas a romena tinha duas punições, contra apenas uma da brasileira. Faltando pouco mais de um minuto para o fim do combate, Loredana conseguiu um yuko, e Rafaela se viu em desvantagem. Abriu os braços, reclamou da pontuação contra e perdeu a concentração. Com isso, entrou nos segundos finais precisando encaixar um golpe perfeito, ou quase perfeito, para não ser eliminada. Mas a 15 segundos do fim da luta veio o wazari salvador, que a colocou à frente do marcador novamente e a empurrou para as quartas de final.

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A vaga na semifinal veio num reencontro Brasil x Kosovo. Se na terça-feira Érika Miranda perdeu o ouro para Majlinda Kelmendi, na quarta Rafaela não deu chances para Nora Gjakova. A atleta do Kosovo bem que tentou, mas a carioca aplicou um ippon ainda no início do combate e avançou para enfrentar na semifinal a número 1 do mundo da categoria, a francesa Automne Pavia. O histórico entre Pavia e Rafaela era equilibrado. Uma vitória para cada lado. E assim foi a luta. As duas disputavam pegada e não atacavam. O árbitro deu dois shidos para cada uma. O duelo continuou truncado, mas a brasileira conseguia entrar alguns golpes. Foi quando um deles encaixou, e a carioca conseguiu jogar de wazari, imobilizou, deixou a francesa escapar, até pegou o braço para uma chave, mas o árbitro interrompeu a luta. Não dava mais tempo para nada, e Rafaela estava mais uma vez na decisão do mundial, dois anos depois de Paris. Tudo conspirava a favor da brasileira e no retrospecto entre Rafaela e Malloy, a sul-americana sobrava. As duas haviam lutado sete vezes e a brasileira havia vencido seis. E a vantagem foi ampliada: 7 a 1. Rafaela precisou de menos de um minuto para jogar a rival. Mas teve que esperar para comemorar. O árbitro assinalou wazari. Mas, depois de ouvir os árbitros da mesa por um ponto eletrônico, corrigiu a marcação e deu ippon. Enfim, Rafaela podia gritar que era campeã mundial.

Além de patrocinadora oficial da competição, a Komatsu do Brasil enviou ao Rio de Janeiro uma torcida organizada que foi à capital fluminense apoiar as judocas da seleção japonesa e os judocas do Brasil. A animação da torcida de Suzano (SP) contagiou os torcedores brasileiros que estavam no Maracanãzinho.

Pegada de campeã O terceiro dia de competição do campeonato mundial mostrou muitos medalhistas olímpicos caindo diante de atletas menos experientes, porém mais focados e determinados na vitória. A história mostra que salto alto, arrogância e prepotência não garantem ninguém em pé no shiai-jo. Este é o grande diferencial do judô, uma modalidade que exige humildade, preparo físico, trabalho e muito afinco. O que determina

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quem vai subir ao degrau mais alto do pódio é a intensidade do trabalho que atletas e treinadores desenvolvem para atingir este objetivo. No dia 28 de agosto de 2013 Rafaela inscreveu seu nome no seleto grupo de campeões mundiais, honrou sua família, seu sensei

e mostrou que muita gente errou quando a julgaram e condenaram por um pequeno equívoco cometido. Porém o fato mais importante de sua conquista é o exemplo de humildade, garra e determinação que deixou para milhões de crianças e jovens brasileiros.


Mayra Aguiar fica com o bronze A judoca Mayra Aguiar conquistou o bronze da categoria meio-pesado, e a sul-coreana Sol Kyong foi a grande campeã da categoria. A atleta gaúcha começou o certame muito bem, mas, nas quartas de final, foi superada pela holandesa Marhinde Verkerk. Na repescagem, Mayra enfrentou a ucraniana Viktoriia Turks, vencendo por ippon. Na disputa do bronze, a atleta venceu a canadense Catherine Roberge, novamente pela pontuação máxima. Apesar de não ter atingido seu objetivo, Mayra mostrou enorme capacidade de superação e confirmou a condição de umas principais judocas do mundo em sua categoria. “A gente sempre luta muito, se esforça ao máximo. É muito difícil, mas a gente conquista”, disse, emocionada, Mayra Aguiar. “Quando perdi a primeira luta fiquei muito abatida, mas me motivaram tanto que pensei: não poderia sair desse mundial sem uma medalha. Por isso, esse bronze valeu ouro”, comemorou a judoca da Sogipa.

Imponente, Maria Suelen conquistou a medalha de prata Nem parecia a primeira competição de Maria Suelen Altheman como líder do ranking mundial dos pesados (+78kg). A brasileira mostrou sangue frio ao derrotar a cazaque Gulzhan Issanova. Administrando a luta de estreia, ela anulou as entradas da adversária. Issanova sofreu quatro punições e foi desclassificada. Classificada para as quartas de final, Suelen só precisava de mais uma vitória para chegar à final em casa. E a sul-coreana Eunkyeong Kim não deu nem para o gasto. A paulista garantiu a vaga na semifinal em 32 segundos. Após derrubar a rival e conseguir um wazari, ela imobilizou a opositora e venceu o combate. A adversária seguinte de Maria Suelen foi a francesa Emitlie Andeol. O resultado que apontou quem disputaria a medalha de ouro só saiu depois de cinco minutos de sofrimento – e por uma diferença mínima. Sob os gritos da torcida de “eu acredito”, a brasileira foi mais objetiva, e viu a rival levar um shido. E foi essa punição que deu a vitória e a vaga na decisão para Suelen. No caminho do ouro estava a cubana Idalys Ortiz, atual campeã olímpica. E o retrospecto não era nada favorável. Nos quatro encontros, quatro vitórias para Ortiz. E a história se repetiu. Apesar do apoio da torcida, Maria Suelen não conseguia atacar e levou uma punição. Em seguida, a cubana derrubou a brasileira, marcou um wazari, e finalizou a luta com uma imobilização. “Queria ser campeã. Perdi a final, mas fico feliz pelo jeito como lutei. Peguei adversárias

fortes no caminho, mesmo sendo líder do ranking. Na final aconteceu esse deslize, mas no ano que vem há mais um mundial. A CBJ sempre batalhou para isso, antes era só Japão, Japão... Elas eram imbatíveis. Agora não, saíram com pouquíssimas medalhas. Esse é um trabalho da confederação, da nossa técnica, e da gente também. É o primeiro ano, as Olimpíadas vão ser em casa, é só o gostinho do que vai acontecer.”

Baby não resiste, e fica com a prata Os gritos de apoio das arquibancadas do Maracanãzinho não foram suficientes para contrariar os números. Baby encarou o gigante francês Teddy Riner, mas acabou vendo o grande rival conquistar o hexacampeonato do mundo e ampliar sua sequência de vitórias sobre o brasileiro (6 x 0). Após a conquista de Riner, a torcida ensaiou uma vaia, mas recebeu de volta os aplausos do francês, que também ajudou Baby a se levantar. Daí em diante, muita comemoração. O dia começou cheio de ippons para Rafael Silva. Cabeça de chave, ele encarou o cazaque Iurii Krakovetskii na estreia. Com duas punições a seu favor, Baby teve o controle da luta do início ao fim. O ippon encaixou, e o brasileiro venceu, fazendo com que a torcida comemorasse muito. Nas quartas de final, Baby novamente foi preciso. Ele não deixou o japonês Ryu Shichinohe lutar, controlou as ações e esperou o momento certo para entrar e conseguir novo ippon, garantindo presença nas semifinais. Baby e Andreas Toelzer dividiram o terceiro lugar no pódio das Olimpíadas de Londres, no ano passado. Mas no Rio de Janeiro eles se viram frente a frente para decidir quem iria à final dos pesados. A luta foi dura, truncada e franca. Os dois levaram punições, e o brasileiro começou a tomar mais iniciativa. Foi aí que o alemão foi punido uma segunda vez, dando a vantagem a Baby. Os cinco minutos se passaram, e o placar não se alterou. Vitória de Rafael, e novo encontro marcado com Teddy Riner. Isso porque do outro lado da chave, a len-

da francesa também venceu tudo. Ele passou por Mukhamadmurod Abdurakhmonov, do Tajiquistão; Aliaksandr Vakhaviak, de Belarus; Oscar Brayson, de Cuba; e Adam Okruashvili, da Geórgia. Os gritos de “Rafael, Rafael...” ecoaram no Maracanãzinho para a última luta do dia. Baby e Riner entraram no tatami ovacionados. A família do francês não ficou para trás e se manifestou: “Riner, Riner!”. O campeão olímpico tratou de matar a pegada do brasileiro, jogou Rafael, mas o juiz já havia parado a luta. Na sequência, punição. Não demorou para o gigante encontrar a posição certa e derrubar. Resultado: wazari e imobilização para levar seu sexto título mundial. Na comemoração, aplausos para a torcida e para o rival.

Fora do pódio, mas no coração da torcida Maria Portela estreou contra a dinamarquesa Emilie Sook. A brasileira demorou para se impor na luta. Na frente por um shido, Portela, enfim, conseguiu um wazari quando faltava pouco mais de um minuto para o fim do duelo. Depois de muito sofrimento, saiu com a vitória. Já contra a cazaque Dinara Kuzarova, Portela manteve a pegada, dominou a rival, que tomou duas punições, conseguiu um wazari e terminou o duelo com uma imobilização sobre a rival. Com o apoio da torcida gaúcha no Maracanãzinho, Maria Portela encarou a sul-coreana Ye-Sul Hwang por uma vaga na semifinal. A brasileira teve dificuldades, já que a rival era bem mais alta. Portela levou uma punição e ainda sofreu um yuko, tendo de se contentar com a repescagem. Em seu caminho na luta pelo bronze, deparou-se com a francesa Lucie Decosse, campeã olímpica e tricampeã mundial que aos 32 anos se aposentou neste mundial do Rio. O combate durou quase nove minutos. Depois dos cinco minutos regulares, as duas atletas somavam duas punições cada uma. No golden score, muito equilíbrio, mas o cansaço falou mais alto. Após mais quatro minutos de combate e mais uma punição para cada lado, a francesa aproveitou um momento de descuido da brasileira e conseguiu um belo ippon.

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Portela encerrou sua participação no mundial com o sétimo lugar. “Eu peguei a chave, e sabia que ia cruzar com ela. Isso aumentou ainda mais minha vontade de vencer. A gente convive com elas, treinamos fora, tenho muitas competições nas costas. Sabia que seria difícil, mas queria muito, muito, estava bem preparada fisicamente, com a cabeça focada, e tecnicamente e taticamente eu sabia como lutar com ela. Tanto que lutamos nove minutos. Não vou abaixar a cabeça, fiz uma boa competição. Claro que ganhar uma medalha aqui, num mundial, quem não quer? Ainda mais os brasileiros. Mas apenas quatro chegam lá. Eu errei, ela aproveitou”, disse a judoca, que sobrou na garra e na determinação.

Meninas conquistam a medalha de prata por equipe No último dia da competição, o tão esperado ouro por equipes não veio, mas a medalha de prata das judocas brasileiras garantiu o melhor resultado da história do País no torneio, já que o bronze do mundial de Salvador, em 2012, era, até então, a maior conquista da equipe. Na grande final, o time brasileiro enfrentou o Japão, num duelo emocionante. As lutas foram disputadíssimas, mas a seleção da casa acabou sendo derrotada por 3 a 2. Já a equipe masculina não teve um bom desempenho, foi eliminada pela Alemanha na primeira luta do dia. “O ouro não veio, mas mostramos que estamos perto de conquistá-lo, e que estamos no topo do judô mundial. Fico muito orgulhosa da nossa equipe, lutamos até o fim. Agora é bola para frente, na próxima competição vamos novamente buscar o primeiro lugar”, disse Rafaela Silva. Na primeira luta da final (até 52kg), Érika Miranda foi imobilizada por Yuki Hashimoto. Na sequência, Rafaela Silva (até 57kg) enfrentou Anzu Yamamoto e venceu por um yuko. Katherine Campos (até 63kg) tentou, mas não conseguiu superar a técnica de chão de Kana Abe e acabou sendo imobilizada. A gaúcha Maria Portela (até 70kg) entrou logo depois, e com muita raça, como de costume, venceu Haruka Tachimoto, por dois shidos. A decisão ficou entre Maria Suelen Altheman e Megumi Tachimoto. A brasileira lutou até o fim, mas foi derrotada por uma punição. “Quando entramos ali temos de superar tudo. Eu sou raça pura, vibro mesmo e eu tento passar isso para a minha equipe. Quando eu perdi, elas me levaram e nessa última luta foi o contrário. Somos uma equipe de verdade. Não era para ser ainda, quem sabe vem algo melhor na frente”, finalizou Maria Portela.

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Excelente desempenho O Brasil terminou sua participação na disputa individual do mundial na quarta colocação geral, com seis medalhas: Rafaela Silva (ouro), Érika Miranda, Maria Suelen e Rafael Silva (prata) e Sarah Menezes e Mayra Aguiar (bronze). O título por países ficou com o Japão (três ouros, uma prata e três bronzes), seguido pela França (dois ouros, duas pratas e três bronzes) e por Cuba (dois ouros). Foi uma campanha brilhante, que mantém o Brasil entre as potências mundiais da modalidade. E o grande mérito desta conquista, mais uma vez, vai para o judô feminino, que soube construir resultados e perseguiu implacavelmente a vitória.

Teddy Riner e Yarden Gerbi são eleitos os melhores atletas do mundial No dia 7 de outubro a Federação Internacional de Judô (FIJ) anunciou os nomes dos dois melhores judocas do Campeonato Mundial do Rio de Janeiro/2013.

No masculino, a lenda do judô mundial Teddy Riner pôde juntar mais um título à sua carreira vitoriosa, já que ele foi o indicado desta edição do certame. De quebra, o Big Ted também foi eleito presidente da Comissão de Atletas da Federação Internacional de Judô e tornou-se campeão entre os pesados vencendo todas as lutas por ippon, sem ser projetado uma única vez. O ícone francês precisou de um tempo total de 10 minutos e 57 segundos para conquistar o seu sexto título mundial individual. Uma impressionante média de 2 minutos e 11 segundos por combate. Na decisão, ele finalizou Rafael Silva. No feminino, a israelense Yarden Gerbi (63kg) também esteve impecável durante o mundial. Venceu todas as suas cinco lutas por ippon, precisando de apenas 9 minutos e 3 segundos no tatami para tornar-se a primeira atleta do seu país a ser campeã mundial de judô. “Estou muito feliz, é uma grande emoção. Eu fiz uma competição muito boa e fico orgulhosa de ser a primeira israelense a ganhar o ouro no campeonato mundial”, disse Gerbi ao final da competição.


Chibana é hoje o judoca mais técnico do Brasil Sem tomar conhecimento dos rivais, brasileiro venceu quatro lutas por ippon Charles Chibana chegou ao mundial de judô do Rio de Janeiro como o judoca com o maior número de medalhas na temporada do circuito mundial: quatro no total (três ouros e uma prata). E provou que o bom momento não é por acaso. Com um ippon atrás do outro e levantando a torcida nas arquibancadas, o atleta, número 7 do ranking mundial da categoria meio-leve (66kg), derrubou seus rivais um a um, com um repertório técnico variado. Com isso, o paulista garantiu vaga nas semifinais, ficando a duas lutas do ouro em seu primeiro mundial. A vaga na semifinal veio sem Chibana tomar conhecimento do russo Mikhail Pulyaev. Com apenas 35 segundos de luta o brasileiro ergueu o russo e o jogou de ura-nage, e comemorou o belíssimo ippon. Ao todo Chibana fez três projeções reversas que ratificaram seu poderio também no ma-sutemi-waza. Antes, na estreia, Charles Chibana foi soberano. Logo no início, quase encaixou uma finalização com uma chave de braço, mas o judoca do Equador Israel Verdugo escapou. Em seguida, Chibana seguiu ofensivo e logo tirou da cartola um ippon sensacional, arrancando aplausos das arquibancadas. No segundo duelo, o brasileiro conseguiu um wazari com apenas 20 segundos, saindo na frente da contagem. Um minuto depois, Chibana levantou o público no Maracanãzinho com mais um ippon, após outra bela projeção no judoca do Canadá Patrick Gagne. Outra vítima do judoca foi o israelense Tal Flicker. Ofensivo e decidido, o brasileiro partiu para cima do israelense e venceu a luta em menos de dois minutos, com um estrangulamento. Fora da final dos 66kg, após ser derrotado pelo japonês Masashi Ebinuma na semifinal, o brasileiro Charles Chibana perdeu a disputa do bronze para Masaaki Fukuoka, também do Japão. Chibana chegou a comemorar o que seria a sua vitória, mas o árbitro não entendeu como ippon um golpe aplicado pelo brasileiro a 3m57s do fim da luta. O combate mal começou e o japonês já recebeu a primeira advertência. Instantes depois, Chibana aplicou o que seria um ippon, mas a arbitragem não entendeu assim, frustrando a torcida, que chegou a vibrar efusivamente com a vitória do brasileiro. Renovado, Fukuoka começou a se soltar mais na luta, tentando duas entradas seguidas no terceiro minuto. Na sequência, o brasileiro, enfim, conseguiu pontuar aplicando um wazari. Quando a vitória parecia encaminhar-se para Chibana, veio o golpe de misericórdia. Com um ippon, dessa vez validado pela arbitragem, Fukuoka conquistou o terceiro lugar para a frustração do brasileiro, que foi da alegria à tristeza em menos de cinco minutos. Charles Chibana é hoje o judoca brasileiro com maior repertório de golpes, que desfere com técnica bastante refinada. Faltam ainda ao atleta do Clube Pinheiros mais experiência e tranquilidade na condução dos combates.

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Classificação Final Masculino Ligeiro 1º Naohisa Takato - JPN 2º Amartuvshin Dashdavaa - MGL 3º Won Jin Kim - KOR 3º Orkhan Safarov - AZE Meio-leve 1º Masashi Ebinuma - JPN 2º Azamat Mukanov - KAZ 3º Masaaki Fukuoka - JPN 3º Georgii Zantaraia - UKR Leve 1º Shohei Ono - JPN 2º Ugo Legrand - FRA 3º Dirk Van Tichelt - BEL 3º Dex Elmont - NED Meio-médio 1º Loic Pietri - FRA 2º Avtandili Tchrikishvili - GEO 3º Ivan Vorobev - RUS 3º Alain Schmitt - FRA Médio 1º Asley Gonzalez - CUB 2º Varlam Liparteliani - GEO 3º Ilias Iliadis - GRE 3º Kirill Denisov - RUS Meio-pesado 1º Elkhan Mammadov - AZE 2º Henk Grol - NED 3º Lukas Krpalek - CZE 3º Dimitri Peters - GER Pesado 1º Teddy Riner - FRA 2º Rafael Silva - BRA 3º Faicel Jaballah - TUN 3º Andreas Toelzer - GER Feminino Ligeiro 1º Majlinda Kelmendi - KOS 2º Erika Miranda - BRA 3º Mareen Kraeh - GER 3º Yuki Hashimoto - JPN Meio-leve 1º Urantsetseg Munkhbat - MGL 2º Haruna Asami - JPN 3º Charline Van Snick - BEL 3º Sarah Menezes - BRA Leve 1º Rafaela Silva - BRA 2º Marti Malloy - USA 3º Vlora Bedeti - SLO 3º Miryam Roper - GER Teddy Riner e Yarden Gerbi são eleitos os melhores atletas do mundial

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Meio-médio 1º Yarden Gerbi - ISR 2º Clarisse Agbegnenou - FRA 3º Gevrise Emane - FRA 3º Anicka Van Emden - NED Médio 1º Yuri Alvear - COL 2º Laura Vargas Koch - GER 3º Kim Polling - NED 3º Seongyeon Kim - KOR Meio-pesado 1º Kyong Sol - PRK 2º Marhinde Verkerk - NED 3º Mayra - Aguiar BRA 3º Audrey Tcheumeo - FRA Pesado 1º Idalys Ortiz - CUB 2º Maria Suelen Altheman - BRA 3º Megumi Tachimoto - JPN 3º Jung Eun Lee - KOR

Classificação por equipes Masculino 1º – Geórgia 2º – Rússia 3º – Alemanha 3º – Japão Feminino 1º – Japão 2º – Brasil 3º – França 3º – Cuba

SELEÇÃO BRASILEIRA Feminino

48kg – Sarah Menezes (Associação de Judô Expedito Falcão/PI) 52kg – Érika Miranda (Minas Tênis Clube/MG) e Eleudis Valentim (EC Pinheiros/SP) 57kg – Rafaela Silva (Instituto Reação/RJ) e Ketleyn Quadros (Minas Tênis Clube/MG) 63kg – Katherine Campos (C.R. Flamengo/RJ) 70kg – Maria Portela (Sogipa/RS) 78kg – Mayra Aguiar (Sogipa/RS) +78kg – Maria Suelen Altheman (Associação de Judô Rogério Sampaio/SP)

Masculino

60kg – Felipe Kitadai (Sogipa/RS) 66kg – Charles Chibana (EC Pinheiros/SP) e Luiz Revite (Associação de Judô Rogério Sampaio/SP) 73kg – Bruno Mendonça (SESI/SP) 81kg – Victor Penalber (Instituto Reação/RJ) 90kg – Eduardo Santos (Sogipa/RS) 100kg – Renan Nunes (Sogipa/RS) e Luciano Correa (Minas Tênis Clube/MG) +100kg – Rafael Silva (EC Pinheiros/SP) Para a disputa por equipes a CBJ inscreveu mais seis atletas. Pelas regras, na competição entre times, não entram em ação judocas das categorias ligeiro (48kg e 60kg) e meio-pesado (78kg e 100kg). Os seis atletas que participaram do mundial por equipes: Mariana Silva (63kg – Minas Tênis Clube/MG), Bárbara Timo (70kg – CR Flamengo/ RJ), Marcelo Contini (73kg – EC Pinheiros/SP), Mauro Moura (81kg – CR Flamengo/RJ), Eduardo Santos (90kg – Sogipa/RS) e David Moura (+100kg – Kodokan de Cuiabá/MT).

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2013 UM ANO MEMORÁVEL POR PAULO

A Equipe de Judô SME Ribeirão Preto/Barão de Mauá/Liceu Albert Sabin tem motivos de sobra para comemorar o ano de 2013. Foi uma temporada repleta de conquistas no campo esportivo e de ações inéditas focadas no desenvolvimento e no fortalecimento da modalidade. E quem falou sobre estas conquistas foi o professor Rogério Quintela, coordenador técnico das categorias de base do judô de Ribeirão Preto. “Este ano foi um marco para nossa equipe. Chegamos ao fim da temporada mais fortalecidos no campo esportivo, tendo várias medalhas obtidas por nossos atletas. Entre as principais conquistas destacamos Adriano Cruz, judoca super-ligeiro que levou o ouro no campeonato paulista sub 23; Marcelo Caiado, que foi campeão do médio na Copa São Paulo; Marianna Heidrch, peso ligeiro que conquistou o título de campeã paulista; e Flávia Rodrigues da Cruz, que faturou o ouro do leve no Aberto por faixas. Somam-se a estes medalhistas de ouro os judocas Paulo Amarante e Murilo Jaqueti, que foram aprovados no exame de graduação realizado anualmente pela FPJ e conseguiram a faixa preta”, explicou o professor Quintela. Além das conquistas no campo esportivo, o time ribeirão-pretano realizou ações inéditas que trouxeram as famílias para o ambiente do judô paulista. “Obtivemos títulos importantes, mas além destas conquistas tivemos ainda três grandes feitos para comemorar em 2013: a campanha pais e filhos torcendo juntos pelo judô do Brasil; a vinda do campeão olímpico Aurélio Miguel, que prestigiou nossa cerimônia de graduação da qual participaram mais de 200 crianças; e minha aprovação no concurso da Academia Brasileira de Treinadores, do Comitê Olímpico Brasileiro”, disse Quintela. O experiente professor das escolas Barão de Mauá e Liceu Albert Sabin explicou como foi a ação que envolveu e levou pais e alunos para o campeonato mundial de judô realizado em setembro, no Rio de Janeiro. “Depois dos Jogos Olímpicos de Londres, percebi que meus alunos não sabiam o nome dos principais atletas do Brasil, e isto me incomodou bastante. Como educador, desenvolvi a campanha pais e filhos torcendo juntos pelo judô do Brasil, que envolveu mais de 300 famílias num projeto inédito que consistia em um “bolão do judô”, no qual pais e filhos da-

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| FOTOS ARQUIVO

Famílias vão ao Rio de Janeiro para torcer pelo Brasil no mundial de judô


Judocas se concentram para a cerimônia de graduação

vam sugestões sobre os resultados. No fim da campanha, as famílias que obtiveram o maior número de acertos ganharam quimonos autografados pelos atletas da seleção e mochilas personalizadas. Esta ação culminou na ida ao Rio de Janeiro de um grupo formado por 14 pessoas, entre atletas e pais formadores de opinião. Esta experiência inédita proporcionou grande interação e maior comprometimento dos pais e alunos da nossa escola com o judô. Hoje temos um grupo de atletas e pais verdadeiramente comprometidos com o judô. Foi maravilhoso poder proporcionar aos meus alunos a oportunidade de acompanhar o campeonato mundial realizado no Rio de Janeiro”, comentou Quintela. Sensei Quintela avaliou também a ida de Aurélio Miguel, primeiro campeão olímpico do judô brasileiro, a Ribeirão Preto. “Trazer o campeão olímpico para nossa cerimônia de graduação foi uma ação impor-

tantíssima. Por meio desta iniciativa demos aos nossos mais de 200 jovens judocas a oportunidade de conhecer o maior ídolo de nossa modalidade, um judoca que, além da conquista do ouro, obteve um bronze olímpico e foi campeão mundial. O Aurélio deu autógrafo, posou para muitas fotos e deixou sua mensagem para as nossas crianças”, disse o professor, que ainda explicou como surgiu a ideia de inserir nossos campeões olímpicos no cotidiano dos pequenos judocas.

“A iniciativa de trazer medalhistas olímpicos em nossa cerimônia de graduação já é uma tradição. Estudamos durante as aulas os atletas da seleção atual e das anteriores, a carreira deles, os principais acontecimentos, e, para a surpresa dos judocas e pais, eis que surge o medalhista olímpico com a tão sonhada medalha, tochas olímpicas e outros objetos. Este momento é extremamente emocionante. Estiveram em Ribeirão Preto nos últimos anos os medalhistas olím-

Judocamp é uma ação de integração, que segundo o sensei Quintela proporciona grande interação e promove coesão do grupo.

Nicolas Sgobbi e sua mão Líria

Os judocas Marcelo, Enzo, Marianna e Pedro Rogério Quintela e Aurélio Miguel

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Prof. Quintela e Marianna

Pedro com os pais Renata e Marcos

picos Aurélio Miguel, Rogério Sampaio, Henrique Guimarães, Carlos Honorato e Douglas Vieira.” Sendo um dos professores que desenvolvem um trabalho diferenciado da modalidade no Estado de São Paulo, sensei Rogério Quintela falou sobre a formação de grandes atletas. “Para a formação de um grande atleta são necessários três fatores fundamentais: o judoca ter disciplina e muita dedicação ao treinamento, pois só assim poderá criar estratégias e alcançar seus objetivos; uma família presente, ou que seja cúmplice deste ideal; e ter uma equipe técnica multidisciplinar, competente e comprometida neste propósito.”

cou qual é a atividade exercida por este departamento do COB. “A ABT tem o objetivo de complementar, por meio de atividades com cunho educacional de qualidade, a formação profissional de treinadores na dimensão do esporte de alto rendimento e, desse modo, contribuir de forma relevante para a conquista de resultados positivos no esporte olímpico.” Com duração de dois anos, o curso terá início no dia 2 de dezembro e será realizado nas modalidades presencial, a distância e es-

tágio. Após o encerramento, o professor Quintela receberá o certificado de treinador nacional em esporte de alto rendimento, na área de Concentração Desenvolvimento Esportivo. Quintela finalizou agradecendo a todos que direta ou indiretamente participaram desta conquista. “Quero agradecer a todas as pessoas que de alguma forma colaboraram para a realização deste sonho. Tenho certeza de que, por meio dessa capacitação, estarei contribuindo para o desenvolvimento do judô do Estado de São Paulo e do Brasil.”

Academia Brasileira de Treinadores: um sonho conquistado A terceira conquista do time do interior paulista foi a aprovação do professor Rogério Quintela no seleto grupo de professores de judô do Brasil que ingressarão no curso de formação de treinadores do alto rendimento. “Uma das conquistas mais expressivas desta temporada é de cunho pessoal. Foi a minha aprovação no concurso da Academia Brasileira de Treinadores (ABT), do Comitê Olímpico Brasileiro”, disse Quintela, que expli-

Louise e João Pedro com os pais Francine e Allan

Paulo Amarante e Murilo Jaqueti

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Toda competição é uma ação de integração

A judoca Amanda e sua mãe Adriane



CÚPULA DA FPJ PROMOVE REUNIÃO HISTÓRICA COM KODANSHAS POR PAULO

São Paulo (SP) – No dia 6 de outubro, a diretoria da Federação Paulista de Judô promoveu em sua sede uma reunião com os membros do kodansha-kai do Estado de São Paulo. Compareceram 58 dos 144 kodanshas cadastrados na entidade, com destaque para o seleto grupo de mestres 9º dan, que hoje é composto por Massao Shinohara, Edgar Ozon e Chiaki Ishii. Mas entre os presentes vimos também personagens lendários do judô verde e amarelo, entre os quais Mário Matsuda, Miguel Suganuma, Mateus Sugizaki e Stanley Virgílio. O principal motivo deste encontro histórico foi oficializar a transição do comando da FPJ, que após vários mandatos de Francisco de Carvalho Filho terá a frente o judoca Alessandro Puglia, que, mesmo tendo ocupado cargos administrativos na entidade na última década, representa ao mesmo tempo inovação e a garantia da manutenção de políticas sérias e comprometidas com o vanguardismo de São Paulo no judô nacional. A revista Budô esteve no Centro de Aperfeiçoamento Técnico (CAT), onde ouviu os principais personagens deste processo de renovação, que pretende implementar políticas que proporcionem maior crescimento técnico e estrutural à modalidade, já que, segundo nos foi dito pelos dirigentes bandeirantes, este é o principal foco no momento. O primeiro a ser escutado foi Alessandro Puglia, que, a partir da assembleia geral que haverá em 2014, será conduzido à presidência da entidade. “Minha avaliação deste encontro foi totalmente positiva e o considero de fundamental importância para o do judô do Estado de São Paulo e do Brasil. O fato de a maioria dos professores kodanshas paulistas estar ali ratificando a indicação do Chico, que contou sempre com o apoio esmagador deles, fez com que me sentisse mais confortável para

PINTO

| FOTOS MARCELO LOPES

Francisco de Carvalho e Alessandro Puglia com os kodanshas Mario Matsuda, Massao Shinohara, Edgar Ozon e Shiaki Ishii

Mateus Sugizaki fala aos colegas kodanshas

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Alessandro Puglia e Shiaki Ishii

Miguel Suganuma

poder planejar com mais tranquilidade o futuro da administração da FPJ. Saber que eles me apoiam deixa-me numa posição muito mais segura para poder começar um novo ciclo à frente da entidade.” Emocionado, Puglia destacou que recebeu apoio incondicional, tendo ouvido dos kodanshas a seguinte colocação: “Alessandro, todos nós percebemos que você está pronto e vamos apoiar você na próxima gestão da FPJ”. “Naquele momento senti o compromisso que estava assumindo com cada um dos 58 kodanshas que aqui estiveram”, disse Puglia. “Todos me apoiaram de forma incondicional, e isso foi muito importante para mim. Sei da importância e do valor histórico que cada um desse professores possui no desenvolvimento do judô paulista, e é justamente pela consciência desta importância que recebo este apoio com muito orgulho.” Alessandro finalizou reiterando seu compromisso com o judô paulista. “Sei a magnitude do compromisso que estou assumindo

Miguel Suganuma e Francisco de Carvalho

Francisco de Carvalho e Stanley Virgílio

87 Mario Matsuda


Tsutomu Niitsuma e Francisco de Carvalho

com toda a comunidade de São Paulo. Sei que todos esperam muito de mim e da equipe que estamos formando, e afirmo que faremos de tudo para corresponder às expectativas e não decepcionar ninguém. A partir do próximo ano serei a voz da FPJ e a partir daí farei de tudo para honrar a indicação do Chico do Judô, e o apoio de todo kodansha-kai.”

Os kodanshas são a reserva moral do judô do Estado de São Paulo Antes de falar sobre o encontro, Francisco de Carvalho, o Chico do Judô, enfatizou a importância do kodansha-kai paulista. “Em minha visão os kodanshas significam experiência e a somatória de conhecimento. Este grupo seleto de professores representa a disciplina, a filosofia e a essência do judô. Temos nesse grupo pessoas extremamente qualificadas e outras que não possuem a mesma qualificação muitas vezes até pela falta de oportunidades oferecidas pela vida, pelo grupo ou, talvez, pela própria federação paulista. Temos kodanshas mais favorecidos devido às distâncias menores, pelo poder econômico e uma serie de coisas, mas a classe como um todo representa a reserva moral do judô do Estado de São Paulo. Entendo também que temos de fazer mais encontros com nossos kodanshas,

Chico do Judô com Edgar Ozon e Odair Antonio Borges

Os amigos Mateus Sugizaki e Francisco de Carvalho

nem que seja apenas para dizer-lhes: muito obrigado. Eles não precisam de nós. Somos nós que precisamos deles, já que a simples presença dos kodanshas em nossos eventos agrega qualidade e respeito às nossas competições.” Francisco de Carvalho, explicou por que foi agendada esta reunião com os kodanshas paulistas. “Promovemos este encontro porque estamos num momento de transição e estas pessoas precisam ser comunicadas e precisam participar desse processo de transição. Durante todo o ano estivemos reunidos com os atletas na abertura de todos os eventos do calendário, e eles ficaram a par da mudança que ocorrerá na próxima temporada. E não poderíamos deixar de reunir nossos kodanshas para saber como eles veem nossa indicação. A meu ver eles formam a principal classe do judô e devem ser reverenciados, sempre.” O dirigente comemorou a aprovação dos mestres paulistas. “Felizmente a decisão deles foi de apoio total às nossas pretensões, mas não deixaram de cobrar a manutenção daquilo que um dia aprenderam e nos foi ensinado. Quando eles veem a modernidade querendo engolir as tradições, o respeito e a disciplina, logicamente ficam preocupados, mas deixamos claro que nossos patamares serão de total deferência ao caminho que eles nos ensinaram.” O experiente dirigente afirmou que não

teme mudanças, mas fica preocupado sim. “Confesso que tenho não tenho medo, mas fico preocupado porque muitas vezes as pessoas deixam os valores que regem nossa modalidade de lado, invertem as coisas e acabam perdendo a noção de respeito, disciplina e hierarquia. Mas no judô isso não vai acontecer.” Perguntamos se a mudança imposta pela FIJ que aboliu o cumprimento antes e no final dos combates era um exemplo de mudança, e Chico do Judô concordou. “A FIJ é uma entidade que não possui raízes na cultura oriental, e sim nas culturas europeia, africana e americana. As pessoas que a comandam não estão acostumadas com toda esta reverência japonesa, que não faz parte da formação deles. A diretoria da FIJ segue aquilo que pensa ser correto. Já eu acho correto que os combates comecem e terminem com o cumprimento. Além de mostrar disciplina e respeito, foi assim que Jigoro Kano pensou a modalidade. É claro que isso não significa que a pessoa seja realmente humilde, mas penso que devemos seguir à risca aquilo que o sensei Kano nos ensinou. Somos judocas e nossa escola nos ensinou isso.” Pedimos ao atual vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô que avaliasse este primeiro ano de seu sucessor, e Chico do Judô foi lacônico. “Não me surpreendeu com nenhum sobressalto, mas também não tive nenhuma decepção.”

Chico do Judô com sensei Massao Shinohara


KODANSHAS PRESENTES

Massao Shinohara

Chiaki Ishii

Edgar Ozon

Mateus Sugizaki

Miguel Suganuma

Mario Katsumi Matsuda

Tsutomu Niitsuma

Dante Kanayama

Michiharu Sogabe

Odair Antonio Borges


Kodanshas presentes Alessandro Panitz Puglia Antonio Honorato de Jesus Antonio Roberto Coimbra Antonio Ruas Junior Belmiro Boaventura da Silva Celestino Seiti Shira Celso Ferreira Franco Chiaki Ishii Dante Kanayama David Candelli David Ramos Trinca Edgar Ozon Edgard Magalhães Pereira Fernando da Cruz Fernão de Toledo Castro Francisco Aguiar Garcia Francisco de Carvalho Filho Hideshico Aoki Hissato Yamamoto Jiro Aoyama José Gomes de Medeiros José Paulo da Costa Figueirôa Josino Francisco de Souza Julio Sakae Yokoyama Kanefumi Ura Kenzo Matsuura Leandro Alves Pereira Leonel Y. Matsumoto Luís Alberto dos Santos Luiz Sergio Ferrante Luiz Yoshio Onmura Mario Katsumi Matsuda Massao Shinohara Mateus Sugizaki Maurílio Cesário Mercival Daminelli Michiharu Sogabe Miguel Suganuma Milton Ribeiro Correa Milton Trajano da Silva Odair Antonio Borges Orlando Sator Hirakawa Paschoal Luiz Tambucci Paulo Graça Rioiti Uchida Roberto Gaspar Paulo e Silva Roberto Zuasnabar Machusso Sadao Fleming Mulero Setuo Takahashi Simão José da Silva Stanlei Virgílio Tadashi Kimura Takeshi Nitsuma Tsutomu Niitsuma Uichiro Umakakeba Wagner Antonio Vettorazzi Walter dos Santos Yoshiyuki Shimotsu Zenia Morimasa

Takeshi Nitsuma

Sadao Fleming Mulero

José Gomes de Medeiros

Stanlei Virgílio

Celestino Seiti Shira

Yoshiyuki Shimotsu

Uichiro Umakakeba

Paulo Graça

Walter dos Santos

Tadashi Kimura

David Candelli

Setuo Takahashi

Celso Ferreira Franco

Belmiro Boaventura da Silva

José Paulo da Costa Figueirôa

Josino Francisco de Souza

Milton Trajano da Silva

Hissato Yamamoto


Kenzo Matsuura

Roberto Zuasnabar Machusso

Hideshico Aoki

Maurílio Cesário

Julio Sakae Yokoyama

Leonel Y. Matsumoto

Luiz Yoshio Onmura

Paschoal Luiz Tambucci

Roberto Gaspar Paulo e Silva

Zenia Morimasa

Luís Alberto dos Santos

Fernando da Cruz

Alessandro Panitz Puglia

Simão José da Silva

Jiro Aoyama

Antonio Honorato de Jesus

Francisco de Carvalho Filho

Mercival Daminelli

Kanefumi Ura

Wagner Antonio Vettorazzi

Antonio Ruas Junior

Luiz Sergio Ferrante

Edgard Magalhães Pereira

Antonio Roberto Coimbra

Rioiti Uchida

Francisco Aguiar Garcia

Leandro Alves Pereira

Milton Ribeiro Correa

Anísio de Assis Belchior


BRASILEIRO DE KARATÊ-DÔ TRADICIONAL

Mostra a Força da Modalidade no Brasil POR PAULO

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| FOTOS REVISTA BUDÔ

Com aproximadamente 1.600 inscrições a edição desta temporada do Campeonato Brasileiro do Karatê Tradicional superou todas as expectativas ratificando a coesão e o excelente momento da ITKF, no Brasil.

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Porto Alegre (RS) - Com apoio da Federação Sul-Rio-Grandense de Karatê-dô Tradicional e do Grêmio Náutico União, a Confederação Brasileira de Karatê-dô Tradicional realizou o 25º Campeonato Brasileiro Júnior e Adulto e o 22º Campeonato Brasileiro Infanto-Juvenil. A competição realizou-se de 18 a 22 de setembro no ginásio de esportes do Grêmio Náutico União (GNU), centenário clube da capital gaúcha, fundado em 1º de abril de 1906. Mesmo realizado no extremo sul do Brasil, o certame contou com 1.596 inscrições de atletas provenientes de 68 agremiações e 16 Estados. Apesar dos problemas causados pela dissidência internacional na modalidade, a competição registrou presença recorde de participantes, o que demonstra a coesão existente no karatê tradicional do Brasil. Participaram da cerimônia de abertura várias autoridades esportivas, entre as quais Gilberto Gaertner, presidente da CBKT; Yasutaka Tanaka, presidente de honra da CBKT; Hiroyasu Inoki, vice-presidente da CBKT; Yoshizo Machida, membro do conselho

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técnico da CBKT e presidente da JKA do Brasil; Tasuke Watanabe, consultor técnico da CBKT; Wladimir Jorga, presidente da Federação Europeia de Karatê-dô Tradicional; Elídio Contarelli, diretor de arbitragem da ITKF; Ugo Arrigoni Neto, diretor de graduações da CBKT; Sérgio Bastos, diretor técnico da CBKT; Alfredo Aires, presidente da comissão técnica da FSRGKT; Eduardo de Mattei, presidente da Federação de Karatê Interestilos do Rio Grande do Sul; Roberto Gimenes, professor de karatê; Carlos Maziteli, professor de karatê do GNU; Fernando Antônio Freitas Malheiros Filho, membro do conselho da FSRGKT; Daniel Santoro, presidente da JKA do Rio Grande do Sul; Miron Moraes, superintendente do GNU; Joel Prates, gerente de esportes do GNU; Marcelo Girafa, gerente de sede do GNU; e Luiz Gustavo, coordenador de esportes do Grêmio Náutico União. Em seu pronunciamento de abertura, Alfredo Aires, presidente da comissão técnica da FSRGKT, deu as boas-vindas a todos e enfatizou a importância da disciplina. “É um prazer receber todos vocês aqui justamente no dia em que comemoramos os 16 anos de fundação da federação gaúcha. Um dos princípios de nossa administração é alinhar o karatê-dô tradicional de forma educacional e pedagógica, e assim atingir resultados, medalhas e títulos. Como praticante, sempre que penso na questão da educação me deparo com a palavra disciplina. Nossos mestres, que cuidaram sempre do nosso ensino, nos colocam esta palavra de forma não muito clara, mas, se treinarmos, refletirmos e pensarmos o que é o karatê-dô, poderemos entender que ele é aquilo que construímos ao longo da vida. Depois de treinar por mais de 40 anos, posso afirmar que a minha vida é o karatê. Hoje estamos realizando a 25ª edição do campeonato brasileiro e, para nossa modalidade sobreviver durante todo esse tempo, certamente todos os mestres que estão aqui tiveram de ter muita disciplina. Na realização deste evento buscamos fazer tudo da melhor forma possível e fundamentados na disciplina, para que esta ideia se perpetue e vocês possam desfrutar uma excelente competição. Para que tudo isto pudesse ser realizado, contamos com o apoio imprescindível do Grêmio Náutico União e dos amigos Joel Prates, Luiz Gustavo e Carlos Maziteli, que não mediram esforços para viabilizar a realização desta competição aqui na sede Moinhos de Vento.” Após a execução dos hinos nacional e gaúcho, e dos pronunciamentos de todas as autoridades, a karateca passo-fundense Manuela Spessatto proferiu o juramento do atleta e a competição foi aberta oficialmente. Nos tatamis das seis áreas de luta, Mato Grosso, Bahia e Paraná destacaram-se nas competições de karatê-dô tradicional. Somando 335 pontos, Mato Grosso ficou em primeiro lugar no infanto-juvenil, seguido pelo Paraná, que ficou em segundo com 215 pontos, e Bahia, que acumulou 155,5 pontos. Nas competições juvenis e adultos, os

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mato-grossenses somaram 144 pontos, enquanto a Bahia, que ficou em segundo lugar, somou 122 e o Paraná, terceiro colocado, 90 pontos.

Cursos internacionais Um dos grandes diferenciais desta edição do brasileirão foi fruto do intercâmbio técnico firmado entre a CBKT e a Federação Europeia de Karatê Tradicional, que possibilitou a presença dos professores Vladimir Jorga, sérvio 8º dan, e Elídio Contarelli, italiano 7º dan. Jorga é presidente da comissão médica da International Traditional Karate Federation (ITKF) e apresentou técnicas para respirar adequadamente no treinamento de kata, kihon e kumitê. Fez uma exposição sobre os efeitos fisiológicos da prática dos katas. Falou sobre hidratação no karatê e finalizou ensinando o kata Meikyô Nidan. Já o professor Elídio, atual diretor de arbitragem da ITKF, discorreu de forma bastante clara e objetiva sobre temas relacionados à arbitragem. A presença destes professores deu mais harmonia e equilíbrio ao certame e proporcionou enorme aprendizado aos árbitros brasileiros. Além de ministrar cursos em suas áreas, os dirigentes europeus deram total suporte técnico ao campeonato brasileiro, e ainda prestaram importante esclarecimento sobre os recentes conflitos internacionais na área

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política. Com isso os professores brasileiros puderam posicionar-se sobre o desfecho do movimento perpetrado pelo polonês Wlodzimierz Kwiecinski, ex-vice-presidente da ITKF. Recentemente banido da entidade, ele teve frustrada sua tentativa de chegar ao poder por meio de um golpe e traindo os preceitos criados por Hidetaka Nishiyama, fundador da ITKF, falecido em 2008. Para Gilberto Gaertner, presidente da CBKT, a participação ativa dos shihans europeus foi um marco na relação do Brasil com a federação europeia. “Agradecemos aos professores convidados pela disponibilidade de vir a Brasil, pelos excelentes cursos e pelo trabalho incansável que realizaram durante toda a competição. Somos gratos também pelo importante esclarecimento sobre a situação atual da ITKF. Estas informações indicam claramente que a CBKT está no caminho certo em apoiar a autêntica International Traditional Karate Federation, juntamente com os países mais representativos do mundo.”

Yoshizo Machida marca presença na competição Após o longo afastamento causado pela extensa agenda de compromissos nacionais e internacionais, shihan Yoshizo Machida voltou a marcar presença nesta edição do brasileirão. O comparecimento de um dos mais carismáticos mestres do Brasil emocionou muitos atletas e professores que têm no shihan paraense um dos maiores expoentes da modalidade. Solícito e atento aos inúmeros pedidos de fãs e admiradores, sensei Machida deu autógrafos e posou para fotos com a mesma cordialidade e atenção de sempre. Assim como fizeram os shihans Hiroyasu Inoki, Yasutaka Tanaka e Tasuke Watanabe, sensei Machida participou dos cursos ministrados pelos colegas europeus, e no fim fez um apanhado geral de tudo que foi exibido por Jorga e Contarelli que, acima de tudo, mostraram parte do que é feito hoje pela escola europeia. O karatê tradicional brasileiro tem o diferencial de ser fundamentado essencialmente na escola japonesa, e a presença dos shihans nipo-brasileiros nos eventos nacionais ratificam o elo existente entre o Brasil e a escola tradicional. Mas a vinda dos mestres europeus abriu um leque de conhecimento para centenas de professores e atletas, que buscam aprendizado e atualização, já que obter informação nunca é demais.

Paratletas emocionam público Em paralelo ao campeonato brasileiro, a 2ª Copa de Karatecas Paratletas emocionou o público. Mais uma vez o sensei Erivan Maciel, 3º dan, deu exemplo de força de vontade, dedicação e superação por meio das apresen-

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tações feitas por portadores de síndrome de down e hidrocefalia. Após as apresentações vibrantes que arrancaram gritos e emocionaram o público que lotou a arquibancada do ginásio do Grêmio União, sensei Maciel falou sobre a importância desse trabalho. “A cada dia aprendemos mais com este grupo de jovens especiais. Percebemos progresso e grande avanço na questão cognitiva, mas estas conquistas são obtidas pelo esforço mútuo da escola, do karatê e da família. Tudo isso é muito gratificante e nos abre novas perspectivas no tratamento e na socialização de pessoas com deficiência.”

Exames de graduação e realinhamento internacional Outro fato marcante em Porto Alegre foi o exame de graduação promovido pela CBKT, no qual apenas professores do topo foram examinados e subiram na escala hierárquica da organização no Brasil e no mundo. Entre as mudanças realizadas em nível de CBKT, a mais emblemática foi a do professor baiano Eckener de Pereira Cardoso Sobrinho, promovido a 7º dan, que a partir de agora passa a compor o shihan-kai brasileiro, mantendo o número original de oito membros. Em nossa analise, esta mudança corrigiu um erro gravíssimo, já que na cúpula da CBKT figurava o nome de um karateca que não mais pertencia ao quadro de filiados da International Traditional Karate Federation (ITKF). Esta promoção de grau premiou também a Bahia, que hoje conta com dois karatecas ilustres no shihan-kai verde e amarelo, confirmando a importância histórica do Estado no cenário do karatê-dô brasileiro.

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Outra graduação expressiva foi a do shihan Ugo Arrigoni Neto, professor carioca elevado a 8º dan que já era membro do shihan-kai. Com esta promoção, Arrigoni subiu na escala hierárquica da modalidade e é hoje o karateca da ITKF de origem não nipônica mais graduado no Brasil. As outras promoções envolveram duas lideranças regionais: Antônio Carlos Walger, presidente da federação paranaense; e Álvaro Gonzaga Menezes, diretor secretário da Federação Baiana de Karatê-dô, ambos promovidos a 6º dan. Em nível de ITKF houve promoções que, acima de tudo, expõem a força e o prestígio do karatê-dô brasileiro no cenário internacional. Foram três promoções importantíssimas no topo da modalidade, em que o shihan Yasutaka Tanaka recebeu a graduação máxima, elevado ao 10º grau, que pouquíssimos karatecas receberam até hoje, no mundo. Os shihans Hiroyasu Inoki e Tasuke Watanabe foram promovidos ao 9º dan, e agora fazem parte do seleto grupo dos shihans da ITKF mais graduados no mundo. No dia 26 de outubro o shihan Tasuke Watanabe ainda foi nomeado membro do comitê técnico e do shihan-kai da ITKF, na assembleia geral extraordinária da entidade realizada no México.

Dirigente gaúcho faz balanço positivo da competição Alfredo Aires, presidente da comissão técnica da Federação Sul-Rio-Grandense de Karatê-do Tradicional (FSRKT), enumerou as inovações apresentadas na competição. “Na co-

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memoração dos 25 anos de competições do karate-do tradicional no Brasil, a CBKT procurou inovar em algumas estratégias para melhorar o campeonato brasileiro. Convidamos, além dos nossos mestres japoneses Tanaka, Inoki, Machida e Watanabe, dois mestres europeus, o dr. Vladimir Jorga, da Sérvia, e o sensei Elídio Contarelli, da Itália, atual diretor de arbitragem da ITKF em nível mundial. Estes mestres trabalharam em workshops nos quais tiveram uma participação elevada de praticantes vindos de todo o Brasil.” O dirigente anfitrião destacou o tratamento diferenciado oferecido à arbitragem. “Cerca de 40 árbitros de todo o Brasil participaram da clinica internacional de arbitragem, na qual pela primeira vez não foi cobrada nenhuma taxa de participação. Também oferecemos hotel e alimentação aos árbitros, contribuindo assim para a criação de uma sólida e coesa equipe de arbitragem para os futuros eventos da CBKT.” Alfredo Aires elogiou a coordenação técnica pela excelente execução dos trabalhos. “O campeonato brasileiro foi coordenado tecnicamente pelo sensei Sérgio Bastos, que, juntamente com João Cruz, o coordenador do sistema de informática da CBKT, conseguiu realizar pontualmente a programação desenvolvida para os três dias do evento.” O dirigente gaúcho finalizou destacando o crescimento da ITKF mundialmente. “Devo aqui ressaltar que não houve nenhum acidente grave entre os participantes, dado que comprova que a arbitragem coordenada pelo sensei Elídio Contarelli foi muito assertiva. A equipe médica foi coordenada pelo dr. Vladimir Jorga e pela dra. Teresa Sukiennik. Do meu ponto de vista, como organizador do campeonato brasileiro, posso garantir que o certame foi um sucesso em todos os aspectos. Devo ressaltar que no atual contexto mundial da ITKF este evento vem confirmar que a entidade continua trabalhando e crescendo em nível nacional e mundial.”

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Dirigentes enaltecem participação maciça Sérgio Bastos, vice-presidente e diretor técnico da CBKT, ressaltou o crescimento da competição. “Destacamos a expressiva participação dos nossos filiados nesta edição do campeonato brasileiro. Obtivemos um crescimento quantitativo, técnico e disciplinar significativo, o que nos permite afirmar que o certame foi um grande sucesso. Continuamos crescendo e nos fortalecendo, e isto é fruto do trabalho e do empenho de todos: professores, dirigentes estaduais, técnicos, árbitros e principalmente dos nossos atletas.” Gilberto Gaertner, presidente da CBKT, agradeceu aos participantes pelos esforços que resultaram no crescimento da competição. “Fazemos um agradecimento especial aos dirigentes, pais, atletas e árbitros que, com sua participação e esforço, abrilhantaram nosso evento. Agradecemos também, pelo ótimo trabalho, dedicação e atenção à equipe da Federação Sul-Rio-Grandense de Karatê Tradicional, capitaneada pelo sensei Alfredo Aires. Não podemos deixar de destacar e agradecer também o apoio incondicional do Grêmio Náutico União, pela disponibilização de suas instalações e de recursos humanos para nosso evento.”

Destaques e medalhistas Allan Araújo de Oliveira, da Associação Naika de Karatê (BA), aluno do sensei Sérgio Araújo, havia sido campeão nas categorias de base e, em Porto Alegre, conquistou seu primeiro ouro no kumitê. “Meu tokui-waza é o maigueri e meu foco agora é garantir uma vaga na seleção que vai para a Argentina disputar o pan-americano.” Para Augusto Spessatto, campeão juvenil do kata, a competição acima de tudo é um grande aprendizado. “Sou atleta da Associação Renshukan de Passo Fundo (RS), meu sensei é Derli Spessatto, que também é meu pai, e o meu tokui-kata é o basai-dai. Nesta temporada fui campeão no kata no brasileiro e no Sul-Sudeste, no qual conquistei também a medalha de prata no kumitê. Aqui ganhei ainda a medalha de prata no kata equipe e um bronze no kumitê equipe. A disputa foi bem acirrada, mas consegui três medalhas e estou satisfeitíssimo com meu desempenho. Não me preocupo muito com o resultado, e sim em fazer o meu melhor. Com isso os resultados sempre acabam surgindo, mas penso que a competição deve ser encarada como um grande aprendizado.”


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Buzzi faturou quatro ouros Recordista em medalhas de ouro, Ricardo Luís Buzzi, da Academia Bodhidharma, de Curitiba (PR), somou quatro ouros, destacando-se mais uma vez entre os principais karatecas do Brasil. “No primeiro dia de disputa fomos campeões no kata individual e por equipe. Esta foi uma conquista muito importante,

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já que levo 15 anos treinando e perseguindo este objetivo. Desde 1998 vinha treinando kata por equipe e nunca havia chegado lá. O Paraná também nunca havia vencido o kata equipe adulto. Foi lindo, porque ganhar o ouro inédito no kata equipe e os ouros do kata individual, kumitê equipe e do fuku-go foi uma conquista extremamente importante.” Buzzi ainda falou sobre o momento da arbitragem do karatê do Brasil. “Estes resultados expressivos são fruto de muito treino, mas nem tudo aqui foi competição, já que pudemos aprender muito sobre arbitragem com o sensei Elídio Contarelli, que nos deu muitas dicas sobre os conceitos aplicados hoje pela ITKF. Além dele, os senseis Gaertner e Walger

têm participado das clínicas internacionais de arbitragem e estão fazendo a devida transmissão de tudo que aprendem. Esta atualização é fundamental quando buscamos resultados nas principais competições do calendário mundial. Agradeço ao Nelson Santi que, além de meu técnico, é consultor de seleções da CBKT e tem participação fundamental em meu preparo.”

Três vices com sabor de vitória Jayme Sandall, um dos maiores atletas da atualidade, fez três finais e ficou com três


medalhas de prata. Após a premiação, o atleta da Associação Arrigoni, do Rio de Janeiro, reconheceu a superioridade da equipe paranaense na final. “Minha avaliação é que a competição apresentou um nível técnico altíssimo. Fizemos a semifinal com a Bahia, que é um dos Estados mais fortes do karatê brasileiro. Foi uma satisfação enorme poder enfrentá-los. Depois fizemos a final com o Paraná, e eles mereceram o ouro. Estão com um time muito forte e fazem karatê tradicional de verdade. Ganharam no kata equipe e no kumitê equipe. Lutar com bons adversários é sempre um enorme prazer. A vitória ou a derrota é um mero detalhe. O importante é que todos os times cresceram e estão mais fortes.” Além do vice-campeonato no kumitê equipe, Sandall somou mais duas medalhas de prata: uma no fuku-go e outra no kumitê individual, e após a final do kumitê individual Sandall avaliou seu desempenho. “No ano passado fui campeão e este ano fiquei com o vice, mas foi bom porque, quando focamos este nível de disputa, as diferenças são muito pequenas. Como já disse, a vitória ou a derrota é um mero detalhe. O Ronaldier é um atleta muito bom e com esta vitória conquistou o tetracampeonato brasileiro, e isso não é para qualquer um. Para mim foi uma honra chegar a mais uma final e enfrentar um atleta com a qualidade dele. Agora é treinar forte e me preparar para o pan-americano.”

Jamilly leva três ouros para Cândido Sales Jamilly Costa Farias, atleta da Academia Artsport, de Cândido Sales (BA), e aluna do sensei Adelson Germano, voltou para a Bahia com quatro medalhas na bagagem: ouro no kumitê individual, ouro no fuku-go individual, ouro no kumitê equipe e bronze no kogo-kumitê. Após a premiação e com uma aparente fratura no nariz, Jamilly explicou por que se emocionou tanto após a conquista da última medalha. “Esse é o meu terceiro campeonato brasileiro, o segundo no adulto. Já fui campeã uma vez no júnior. No ano passado fui vice-campeã no kumitê e no fuku-go. Pratico karatê desde 1997, e a razão de meu choro é porque foi muito emocionante estar aqui e vencer atletas experientes que sempre foram minhas referências. Enfrentamos muitas dificuldades para chegar aqui e, depois que senti que havia conquistado todos os meus objetivos, relaxei e a emoção foi inevitável. Não foi pelo nariz. Isso foi um pequeno acidente no kumitê equi-

pe, mas já estamos familiarizadas com isso.” Uma das recordistas em medalhas do adulto, Jamilly falou sobre seu dia a dia na Bahia. “Agradeço primeiramente a Deus por estar aqui, bem como aos meus familiares e amigos. Dou aulas de karatê e pretendo fazer educação física. Lembro que só consegui vir a Porto Alegre porque faço parte do programa Bolsa Atleta e com isso pude custear a minha vinda. Os resultados obtidos aqui vão ajudar-me no sentido de manter este convênio com o Ministério do Esporte. A organização da competição foi excelente e no geral o evento foi maravilhoso.”

Veterana, mas voando baixo Campeã brasileira e aos 41 anos, a baiana Lélia Batista mantém-se firme na disputa da categoria adulto, conquistando cinco medalhas: um ouro no kumitê equipe; três pratas no kumitê individual, no kata equipe e no kogo-kumitê; e um bronze no fuku-go. “É difícil afirmar de quantos brasileiros já participei, mas tenho mais de nove medalhas de ouro. Disputo brasileiros desde 1991, e em todos levei uma medalha para casa. Aqui conquistei cinco medalhas e uma delas de ouro.” Atleta da seleção brasileira há 15 anos, Lélia explica como se mantém na elite por tanto tempo. “Consigo manter-me em forma porque treino muito e me alimento bem. O treinamento faz parte da minha rotina diária”, disse a karateca baiana, que finalizou avaliando o certame. “A competição foi excelente, o ginásio era muito bom e os atletas estão de parabéns. O nível técnico estava bastante alto. Foi uma das competições mais difíceis que disputei até hoje. Estou focada no pan-americano e todo este meu preparo tem sido possível graças ao Bolsa Atleta, programa do governo federal que apoia atletas do alto rendimento.”

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Estreando com dois ouros A karateca soteropolitana Letícia Aragão Bastos é mais uma atleta formada na Associação Dragon, de Salvador (BA), que tem à frente os experientes senseis Carlos Bastos e Sérgio Bastos, pai e tio desta grande campeã brasileira. Recém-chegada ao adulto, aos quatro anos Letícia já dava seus primeiros passos nos tatamis. Hoje, aos 19 anos, faz sua 14ª participação em brasileiros. “Já obtive muitas medalhas, como também já não ganhei nada. Desta vez conquistei dois ouros, três pratas e dois bronzes, sendo que os dois ouros vieram no kata individual e no kumitê equipe. As de prata foram no kata em equipe, no fuku-go individual e no enbu. Esta foi minha primeira participação no adulto e acho que comecei com o pé direito.” A karateca, que tem patrocínio do programa Bolsa Atleta, elogiou o alto nível da competição. “O campeonato foi muito bem organizado e o nível técnico estava muito bom. Acredito que só consegui alcançar meus objetivos porque havia treinado muito. Agora vamos focar o pan-americano, na Argentina, e trabalhar para trazer medalhas para o Brasil.”

Manuela é vice-campeã no kata A gaúcha Manuela Spessatto defende a Associação Renshukan, de Passo Fundo (RS), e seu sensei é Derli Spessatto, que é também seu pai. Manuela totalizou quatro medalhas na competição, sendo uma de prata no kata individual e três de bronze no fuku-go, kogo e kata equipe. Após a premiação a karateca passo-fundense avaliou o resultado obtido. “Não fiquei muito feliz com o resultado,

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mas está dentro daquilo que esperávamos. Sabemos que em nível nacional a disputa é enorme, já que só há feras aqui. O feminino está com um nível técnico muito alto e isso é muito bom. Agora vamos focar o pan-americano, em busca de mais medalhas.” Manuela finalizou elogiando a atuação dos árbitros e atletas. “O evento foi muito bem organizado e todos estão de parabéns: comissão organizadora, árbitros, técnicos e atletas, que juntos fizeram uma das melhores edições do campeonato brasileiro. Agora é virar o foco para a Argentina, para onde vou em busca de medalhas para retribuir o suporte que recebo de meus apoiadores: Universidade de Passo Fundo (UPS), Clínica Gastrobese, Mano Escobar Cabelereiros e Bolsa Atleta, do governo federal.

Uma apresentação irretocável Bicampeões do enbu, os paulistas Andrew Rodrigo Ramos Marques e Rodrigo Alves dos Santos surpreenderam com uma apresentação espetacular e levaram o ouro do enbu para São Paulo, conquistando assim o bicampeonato da modalidade. Atletas do Grêmio Recreativo Barueri (SP) e alunos do sensei Rui Koyke, a dupla deu show nos tatamis e explicou com exclusividade para a Budô como prepararam esta apresentação. “O enbu é uma simulação de luta que deve aproximar-se o máximo possível da realidade. Sabíamos que aqui estariam as melhores duplas do Brasil, e nos preparamos muito para a disputa. Já participamos de vários brasileiros e esta foi a segunda vez que ficamos com o título de campeões. A primeira vez foi há três anos. Este ano não treinamos muito, e houve muita superação devido às dificuldades que enfrentamos. Mas foi muito bom


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ser campeões de novo”, disse Andrew. Rodrigo lembrou que, para chegar ao título, tiveram de deixar para trás uma dupla que foi campeã no mundial da Polônia, realizado no ano passado. “Geralmente os campeões mundiais são atletas do Estado do Mato Grosso, e tivemos de montar uma sequência muito forte para poder superá-los e conquistar este título. Agora estamos pré-convocados para a seleção que disputará o pan-americano, e faremos de tudo para voltar campeões. Aproveitamos esta oportunidade para agradecer a todos que nos apoiaram no preparo para esta competição: nosso sensei, nossas famílias e amigos que acreditaram em nosso potencial.”

Martinna sobrou nos tatamis Martinna Pires de Souza Rey, a megacampeã baiana, conseguiu nada menos que oito medalhas na competição. Entre elas, a atleta da academia Drakon, de Salvador (BA), que disputou sete finais, faturou três ouros, quatro pratas e um bronze. Bastante emocionada, Martinna falou sobre sua conquista. “Fui finalista em sete modalidades e conquistei o ouro no kata individual e no kumitê equipe. As cinco medalhas de prata foram no enbu misto, kata equipe, fuku-go e kogo. Meu único bronze foi no kumitê individual.” A karateca, que também é advogada, lamentou o erro cometido na execução do enbu. “Estou feliz com o resultado geral,

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apesar do erro gravíssimo que cometi na apresentação do enbu. Treinei muito para conquistar o ouro, e contava com a vitória. Esse erro causou uma dor muito grande, mas tive uma compensação com o kata individual. Aliás, para mim esse é o maior título conquistado até hoje. A atleta que normalmente vence o kata é a Adairce Castanhetti, do Mato Grosso, uma lenda no kata, e acho que nos últimos anos esta foi a primeira vez em que ela perdeu. Então, a perda do enbu foi recompensada com este título que achei que jamais conquistaria.” Questionada sobre a razão de tantas lágrimas, Martinna assumiu que seu erro prejudicou o resultado da Bahia. “Com meu erro comprometi o desempenho da Bahia e, principalmente, meu parceiro, já que fazia o enbu misto. Treinamos muito porque somos a dupla da seleção brasileira de enbu. Quando errei, entrei em desespero e comecei a chorar, mas felizmente acabamos nos recuperando no mesmo dia com o kumitê equipe e kata individual, onde conquistamos dois ouros importantíssimos.” A faixa preta recordista em medalhas no adulto finalizou comemorando o bom desempenho do time baiano. “Tanto particularmente quando para a Bahia, o resultado final foi excelente. Fiquei com oito medalhas, enquanto a Bahia ganhou todos os individuais: a Jamile, o fuku-go e o kumitê; e a Leila, o kogo. Os quatro individuais do feminino adulto foram para a Bahia. Um desempenho no mínimo memorável.”

Máster com emoção de jovem Zenas da Silva Silveira, atleta da Associação Zanshim, da Bahia, foi campeão máster do kata individual fazendo o kata Basai-dai, e após receber a premiação falou sobre a importância pessoal desta conquista aos 47 anos. “Já havia sido campeão brasileiro máster em duas oportunidades, porém em nenhuma delas no kata. Fiquei muito emocionado e me sinto como se tivesse apenas 18 anos. Fui avaliado pelo sensei Elídio Contarelli, diretor de arbitragem da ITKF, o que valoriza ainda mais e dá maior importância à minha conquista. Minha meta é agora é treinar mais e me preparar melhor para o brasileiro do ano que vem.”


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CBKT Resultados por categoria

2º Rodrigo Alcântara - BA

1º Martinna Souza Rey - BA

Master

3º Yana Julia Antes - RS

Enbu Feminino

3º Vandegleson Cardoso Jr - CE

2º Manuela Spessatto - RS

1º Zenas Silveira - BA

3º Luiza Machado - MT

Adulto

3º Breno Pavão - PR

3º Adairce Castanhetti - MT

2º José W. de Oliveira - CE

2002-2003 kihon ippon

1º Mato Grosso

16 – 17 anos

18 – 21 anos

3º Francisco Maciel Lima - CE

1º Larissa da Mota - PR

2º Bahia

1º Marcos Brandão - DF

1º Letícia Bastos - BA

Kogo Kumitê Individual

2º Julia Fereira - RJ

3º Ceará

2º Adolfo Cunha Filho - CE

2º Lauriany de Sá Silva - MT

Feminino

3º Gabriela Fernandes - PR

14-17 anos

3º Jhony Frizon - RS

3º Bárbara Fonseca - DF

Adulto

3º Ludmilla dos Santos - MT

1º Paraná

4º Eduardo Damasceno - BA

16 – 17 anos

1º Martinna Souza Rey - BA

2004-2005 tira bandeira

2º Mato Grosso

Adulto

1º Wellma Machado - AL

2º Lélia Batista Pires - BA

1º Milena Hartmann - RS

3º Bahia

1º Ricardo Luis Buzzi - PR

2º Luana Soares - CE

3º Jamilly Costa Farias - BA

2º Leticia de Azevedo - MT

até 13 anos

2º Jayme Sandall - RJ

3º Thaís Koval - PR

3º Magdalene Nogueira MA

3º Bruna Carvalho - PR

1º Paraná

3º Vladimir Zanca - MT

14 – 15 anos

Kumitê Equipe

3º Nitalnaline Macedo - RN

2º Mato Grosso

3º Cristiano da Silva - BA

1º Lorena da Costa - SP

Masculino

Masculino

3º Bahia

Kata Equipe

2º Katiane da Silva - CE

1996 – 1997 shiai kumite

Adulto

Enbu Masculino

Feminino

3º Beatriz Cunha – CE

1º Mato Grosso

1º Ronaldier Rodrigues - AL

Adulto

Adulto

12 – 13 anos

2º Paraná

2º Jayme Sandall - RJ

1º São Paulo

1º Mato Grosso

1º Victoria Gonçalves - CE

3º Rio Grande do Sul

3º Jeferson Aragão - BA

2º Mato Grosso

2º Bahia

2º Julia Silva - MT

3º Bahia

3º Roberto Mendes Jr. - RJ

3º Ceará

3º Rio Grande do Sul

3º Jaine do Carmo - MT

Adulto

18-21 anos

14-17 anos

16 – 17 anos

10 – 11 anos

1º Paraná

1º Allan Oliveira - BA

1º Mato Grosso

1º Mato Grosso

1º Gabriela Fernandes - PR

2º Rio de janeiro

2º Rafael Vital - BA

2º Paraná

2º Rio Grande do Sul

2º Larissa da Mota- PR

3º Bahia

3º Maikon Gaburro - PR

3º São Paulo

3º Paraná

3º Aline da Silva – SP

3º São Paulo

3º Flávio Paixão - BA

até 13 anos

14 – 15 anos

08 – 09 anos

Feminino

1996-1997 shiai kumite

1º Mato Grosso

1º Mato Grosso

1º Bruna Carvalho - PR

1996 – 1997 shiai kumite

1º Mateus Rosa - MT

2º Paraná

2º Ceará

2º Leticia Azevedo - MT

1º Mato Grosso

2º Lucas Xavier - MT

3º Bahia

3º Rio Grande do Sul

3º Emanuelly Lima - MT

2º Paraná

3º Nalberth Amorim - MT

Enbu Misto

12 – 13 anos

Masculino

3º Rio Grande do Sul

3º Fillipe Pacheco - MT

Adulto

1º Mato Grosso

16 – 17 anos

3º Bahia

1998-1999 shiai kumite

1º Mato Grosso

2º Bahia

1º Augusto Spessatto - RS

Adulto

1º Leandro Teixeira - MT

2º Bahia

3º Distrito Federal

2º Fillipe Pacheco - MT

1º Bahia

2º Leandro Pacheco - MT

3º Rio Grande do Sul

Até 11 anos

3º Eduardo Damasceno - BA

2º Mato Grosso

3º Hugo Oliveira de Eça - BA

14-17 anos

1º Paraná

14 – 15 anos

3º Paraná

3º João da Silva - RS

1º Paraná

2º Mato Grosso

1º Lucas Coimbra - BA

3º São Paulo

2000-2001 kihon ippon

2º Mato Grosso

3º São Paulo

2º Leandro Teixeira - MT

Kumitê Individual

1º Bruno Gularte - RS

3º Rio Grande do Sul

Masculino

3º Petterson de Moraes - SP

Feminino

2º Gabriel Farias - MT

Até 13 anos

Adulto

12 – 13 anos

Adulto

3º Luis Raposo - BA

1º Paraná

1º Paraná

1º André Kakuno - PR

1º Jamilly Farias - BA

3º André Kakuno - PR

2º Mato Grosso

2º Mato Grosso

2º André Cordeiro - PR

2º Lélia Pires - BA

2002-2003 kihon ippon

3º Rio Grande do Sul

3º São Paulo

3º Bruno Gularte - RS

3º Martinna Souza Rey - BA

1º Luiz Sancho - DF

Fuku-go Individual Feminino

16 – 17 anos

10 – 11 anos

3º Manuela Spessatto - RS

2º Matheus Rocha - DF

Adulto

1º Mato Grosso

1º Diogo Domingues - PA

18 – 21 anos

3º Diogo Domingues - PA

1º Jamilly Farias - BA

2º Rio Grande do Sul

2º Bruno Alves - RN

1º Lauriany de Sá Silva - MT

3º Jonathan de Sousa - MT

2º Martinna Souza Rey - BA

3º Paraná

3º Felipe Marimpietri - BA

2º Bárbara Fonseca - DF

2004-2005 tira bandeira

3º Lélia Pires - BA

14 – 15 anos

08 – 09 anos

3º Katielle Pinho - MT

1º Miguel de Souza - MT

3º Michelle C. Melo - RN

1º Mato Grosso

1º Alex Machado - BA

3º Jessika de Oliveira - CE

2º Juan Almeida - BA

18-21 anos

2º Bahia

2º Pedro Macul - BA

1996-1997

3º Pedro Macul - BA

1º Bárbara Fonseca - DF

3º Santa Catarina

3º Bruno Barbosa - BA

1º Roberta de Conto - RS

3º Guilherme Tessaro - RS

2º Letícia Bastos - BA

12 – 13 anos

Até 7 anos

2º Amanda Gussão - PR

2006 acima tira bandeira

3º Cristiane J. Babinski - RS

1º Mato Grosso

1º Kirill Larkin - PR

3º Isabela Okiishi - PR

1º Guilherme Branda - RS

3º Larissa Pereira – SP

2º Paraná

2º Guilherme Branda – RS

3º Kauane Sgarbi - RS

2º Kirill Larkin - PR

16 – 17 anos

3º São Paulo

18 – 21 anos

1998-1999

Master

1º Susan Santos - DF

Acima de 11 anos

1º Matheus Bezerra - RN

1º Jennifer Ribeiro - PR

1º José de Oliveira - CE

2º Amanda Gussão - PR

1º São Paulo

2º Vandegleson Cardoso - CE

2º Stephanie Brito - BA

2º Francisco Maciel Lima - CE

3º Bruna Gollmann - RS

2º Bahia

3º Flávio Reis Paixão - BA

3º Thayssa Melo - MT

3º Jose Evangelista - SP

3º Emanuelle Souza - MT

3º Mato Grosso

Adulto

3º Thais Casagrande – PR

3º Osmar de Oliveira Filho – SP

Fuku-go Individual Masculino

Kata Individual

1º Ricardo Luis Buzzi - PR

2000-2001 kihon ippon

18 – 21 anos

Feminino

2º José Sampaio - RJ

1º Julia Silva - MT

1º Flávio Paixão - BA

Adulto

3º Roberto Mendes Jr. - RJ

2º Monique Falcão - CE


DESTAQUES DO BRASILEIRO 2013 Destaques individuais femininos Resultado geral feminino até 13 anos Classif

Atleta

Ins

Academia

Pontos

1

Gabriela Maria Fernandes

960

PR-AKCL

205

2

Julia de Almeida Silva

938

MT-SHOTOKAN

196

3

Larissa da Mota

1093

PR-AKCL

174

4

Bruna Soares Carvalho

1697

PR-AKCL

135

Resultado geral feminino de 14 até 17 anos Classif

Atleta

Ins

Academia

Pontos

1

Amanda Delgado Gussão

539

PR-STAMONICA

174

2

Kauane Sgarbi

708

RS-SHOBUKAN

111

3

Jennifer Peres Ribeiro

895

PR-AKCL

108

4

Stephanie M. Lobo Brito

3929

BA-REFLEXO

106,5

Classif

Atleta

Ins

Academia

Pontos

1

Lauriany K. de Sá Silva

354

MT-SHOTOKAN

229

2

Letícia Aragão Bastos

351

BA-DRAKON

221

3

Bárbara O. Fonseca

335

DF-URUMAKAN

201

4

Nayara A. de Amorim

348

MT-SHOTOKAN

94

Resultado geral feminino de 18 até 21 anos

Resultado geral feminino adulto Classif

Atleta

Ins

Academia

Pontos

1

Martinna de Souza Rey

92

BA-DRAKON

376

2

Jamilly Costa Farias

314

BA-ARTSPORT

262

3

Lélia Batista Pires

114

BA-AKAACAO

261

4

Manuela Spessatto

148

RS-RENSHUKAN

166

Destaques individuais masculinos Resultado geral masculino até 13 anos Classif

Atleta

Ins

Academia

Pontos

1

André Antonio Kakuno

921

PR-BODHIDHARMA

175

2

Bruno Nogueira Gularte

767

RS-SHOBUKAN

159

3

Diogo da Silva Domingues

778

PA-MACHIDA

135

4

Pedro Turquinio Macul

1244

BA-SHOGUN

134

Classif

Atleta

Ins

Academia

Pontos

1

Leandro Almeida Teixeira

582

MT-ZANCA

202

2

Fillipe S. Ribeiro Pacheco

574

MT-ZANCA

169

3

Mateus Gomes Rosa

564

MT-SHOTOKAN

136

4

Augusto Spessatto

524

RS-RENSHUKAN

120,5

Resultado geral masculino de 14 até 17 anos

Resultado geral masculino de 18 até 21 anos Classif

Atleta

Ins

Academia

Pontos

1

Flávio Reis Paixão

495

BA-SESC

183

2

Vandegleson da Silva Jr

333

CE-BUDOKAM

128

3

Allan Araújo Oliveira

357

BA-NAIKA

90

4

Matheus da Silva Bezerra

339

RN-LIGA

87

Classif

Atleta

Ins

Academia

Pontos

1

Ricardo Luis Buzzi

49

PR-BODHIDHARMA

230

2

Jayme Sandall

84

RJ-ARRIGONI

173

3

Ronaldier N. Rodrigues

50

AL-SENSHIDOKAN

108

Resultado geral masculino adulto


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GMJB LEVA PENTACAMPEÃO MUNDIAL DE KATA AO JAPÃO

Foi pensando na atualização da escola brasileira que a Associação Grand Master de Judô do Brasil (GMJB) enviou Luís Alberto dos Santos para participar do curso de kata do Instituto Kodokan. POR PAULO

PINTO |

FOTOS

CAIO KANAYAMA

Há divergências quanto à chegada dos primeiros judocas ao Brasil: 1903 ou 1908, ano em que um pequeno contingente de japoneses chegou a Santos (SP) a bordo no navio Kasato Maru. Entretanto, o kata só passou a ser difundido e praticado efetivamente no Brasil em 1956, com a vinda do renomado professor Yoshio Kihara, 7º dan, que, segundo os relatos históricos, foi a maior autoridade em kata do País. Por seu famoso dojô situado no Parque Dom Pedro II passaram grandes nomes do judô verde e amarelo, como Miguel Suganuma, Mário Matsuda e Milton Lovato, que se destacou no shiai. Suganuma e Matsuda transmitiram todo o conhecimento adquirido com sensei Kihara, e até hoje são referência do kata brasileiro. Por meio destes judocas o Brasil fez escola de kata e produziu até campeões mundiais na modalidade. Os maiores nomes neste segmento são Luís Alberto dos Santos e Rioiti Uchida, pentacampeões mundiais e heptacampeões pan-americanos de kata. Mas, desde a vinda de Yoshio Kihara, passaram mais de seis décadas, e nesse período muita coisa mudou. Foi pensando na atualização da escola brasileira que a Associação Grand Master de Judô do Brasil (GMJB) enviou o professor Luís Alberto dos Santos, kodansha 6º dan, diretor técnico da entidade, ao Japão para participar do curso anual de verão de kata do Instituto Kodokan. Em paralelo à ida de Luís Alberto ao Instituto Kodokan, foi formado um grupo composto pelos professores e kodanshas Marcus Michelini, Rioti Uchida, Vinicius Erchov, Caio Kanayama, Leonardo Yamada e Wagner Uchida, todos árbitros. E foram ao Japão compartilhando a paixão pelo judô e pelo kata, a vontade de crescimento técnico e a certeza de estarem ensinando o kata em sintonia com o que é feito pelos kodanshas do Instituto Kodokan. Além disso, cada um buscava atingir metas e objetivos pessoais, como se pode ver no depoimento de parte desses judocas. No Kodokan Luís Alberto dos Santos posa ao lado de uma armadura de samurai do século XVII

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Vivência importante Muito mais do que a realização de um sonho antigo, para Luís Alberto o curso no Instituto Kodokan proporcionaria a atualização real de tudo que havia aprendido. “Meu principal objetivo em Tóquio era aprimorar meu conhecimento técnico, já que isso só seria possível no curso do Kodokan. Competindo internacionalmente durante uma década, adquiri grande experiência pelo convivido com duplas do mundo todo. Meu pensamento era dar mais um passo em busca de maior conhecimento, e felizmente tudo deu certo.” Para o experiente professor 6º dan, a volta ao Japão foi extremamente gratificante. “Essa foi a primeira vez que fui ao Instituto Kodokan para fazer um curso. Das outras vezes havia ido para competir, mas ir ao Japão sempre

Túmulo de Jigoro Kano

Toshiro Daigo 10 dan e Marcus Michelini

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Templo Eishoji

me atraiu muito. Aquele é um país realmente fascinante. Tudo lá é diferente, desde a cultura, com pessoas extremamente educadas, ao sistema de vida, o Japão é um capitulo à parte da civilização contemporânea. Voltar ao Japão para fazer um curso tão prestigiado foi a realização de um projeto profissional, e agradeço à Associação Grand Master de Judô, por ter-me proporcionado esta vivência tão importante em meu aprendizado.” Fazendo uma análise específica da qualidade do curso oferecido, Luís Alberto foi enfático. “Infelizmente, não há com o que comparar, já que a realidade lá é completamente diferente. O número e a qualidade dos professores envolvidos nos cursos são uma coisa absurda. Para cada kata existe uma equipe diferente, composta por exímios professores, que, além de explicar com total clareza, demonstram as técnicas de forma detalhada, simples e pedagógica.” Fazendo uma comparação entre o kata praticado no Brasil e o que vivenciou no Japão, o pentacampeão mundial enfatizou que as diferenças são pequenos detalhes, mas importantes. “Quem teve o privilégio de treinar ou fazer cursos com professores como Mário Matsuda, Massao Shinohara, Kameo Otagaki e Miguel Suganuma certamente possui uma base excelente. Mas sempre é possível evoluir, e o aprendizado no Japão mostrou um kata num estágio mais refinado, que disseca sutilmente cada detalhe das técnicas.” Numa avaliação sobre o aproveitamento do grupo nos cursos do Instituto Kodokan, Luís Alberto destacou que cada judoca absorveu um conhecimento específico. “Cada professor brasileiro foi a Tóquio com objetivos claros e definidos, entre os quais a certificação de pelo menos um kata específico, e este objetivo foi alcançado por todos. Numa análise um pouco mais abrangente, isso foi muito importante, já que no dia a dia todos nós treinamos juntos e este conhecimento será retransmitido por todos.” O diretor técnico da GMJB finalizou explicando como sua ida ao Japão contribuirá para que a entidade colabore efetivamente no desenvolvimento do kata brasileiro. “A iniciativa da GMJB é de grande importância, já que a associação foi criada para atuar em todos os segmentos do judô, e não apenas no shiai. O desenvolvimento e o enriquecimento técnico é uma das preocupações da associação e não existe nada mais técnico do que o kata. Todo o conteúdo absorvido no curso do Instituto Ko-

dokan será disseminado para a comunidade por meio de workshops, treinamentos e cursos.”

Kata do Brasil é de alto nível Marcus Michelini explicou à Budô quais eram as suas metas desta viagem. “Meu principal objetivo era aprimorar-me e adquirir novos conhecimentos, além de conseguir a certificação no kime-no-kata no curso anual de verão do Instituto Kodokan.” Após classificar a qualidade do curso como excelente, o professor 4º dan, da Associação Círculo Militar de São Paulo, detalhou a experiência inédita. “Fui ao Japão focado no estudo da prática do kata, e lá tive uma visão mais ampla de cada kata apresentado. Os japoneses buscam incessantemente a perfeição. No shiai existe a busca pelo ippon, e no kata, pela execução perfeita das técnicas.” No Japão Michelini constatou que o kata brasileiro possui excelente nível. “No Japão pude vivenciar e compreender o porquê da

enorme importância que é dada à prática do kata. Ele é a raiz do judô e foi criado para que o judô se perpetuasse da mesma forma através do tempo. Entretanto, pude constatar que o kata praticado aqui é de altíssimo nível. Prova disso é que todos os sete professores que foram ao Japão atingiram a certificação nos katas em que se propuseram a ser examinados.”

Luis Alberto exibe os dois certificados que recebeu no kodokan

112 Grupo de brasileiros com Tadashi Sato 8º dan


O árbitro paulistano finalizou destacando os principais pontos desta experiência fantástica. “Poder treinar, estudar e conquistar a certificação do kime-no-kata no Instituto Kodokan foi uma das ações e conquistas mais importantes de minha trajetória nos tatamis. Poder vivenciar a história do judô e a cultura japonesa foi fantástico. Aliás, quero destacar que isso só foi possível graças à ajuda dos amigos professores Carlos Previato e Daniel Kauhara, que interromperam a viagem que faziam pelo Japão para serem meus cicerones. Em Tóquio pude conhecer o berço do judô, e onde tudo começou: o Templo de Eishoji; o túmulo de Kano Sensei em Chiba, a 40 quilômetros de Tóquio; e ainda os principais pontos gastronômicos e turísticos da capital do Japão.”

O dia a dia do treinamento no Kodokan Caio Kanayama, presidente da Associação Kanayama de Judô, explicou como surgiu esse projeto. “A viagem começou a ser sonhada há dois anos, mas somente no fim de 2012 é que começou a concretizar-se. Num bonenkai entre amigos surgiu a ideia de realizarmos os cursos de verão na Kodokan. Não sabíamos o caminho, mas tínhamos conhecimento de que a graduação mínima exigida era o 4º dan, o que no meu caso já era um empecilho. Consultei alguns professores que de imediato me fecharam as portas. Mesmo assim, não me conformei e entrei em contato com o professor Morihiro Shiroma, pessoa responsável pela intermediação entre a Confederação Brasileira de Judô e o Instituto Kodokan. Foi a partir daí que tudo co-

meçou a tomar forma e tivemos certeza de que iríamos realizar nosso sonho. Fizemos contato com o Kodokan, nossos currículos foram traduzidos e foi enviada uma carta de recomendação visando a atestar nossa capacidade técnica e interesse em participar dos cursos. Somos gratos pelo apoio incondicional e gratuito que o sensei Shiroma nos ofereceu. Após resolver a questão burocrática, intensificamos o treinamento e nos preparamos para ir ao Japão.” O judoca paulistano, 3º dan, descreveu a sequência de treinamento do curso de verão. “No primeiro curso, foram seis dias de estudos com todos os katas: nage-no-kata, ministrado por Ichiro Abe, 10º dan; itsutsu-no-kata, ministrado por Yoshimi Osawa, 10º dan; katame-no-kata ministrado por Saburo Matsushita, 9º dan; kime-no-kata, ministrado por Tadashi Sato, 8º dan; juno-kata, ministrado por Takashi Ogata, 8º dan; kodokan-goshin-jutsu, ministrado por Michio Fukushima, 8º dan; e koshiki-no-kata, por Toshiro Daigo, 10º dan. Os dias começavam com uma prévia do que seria dado, seguida de aquecimento, demonstração e estudo do kata. Após cada conjunto de técnicas apresentadas era realizada a prática para fixação e correção. No fim do dia algumas duplas se apresentavam e recebiam avaliação. No segundo curso, o de técnicas, a cada dia um professor ou atleta de grande experiência nos passava seu tokui-waza. Essas técnicas eram treinadas e no fim do treino eram realizados randoris, nos quais pudemos lutar com japoneses, franceses e chineses, entre outros. Mas no geral não foi um curso tão impactante quanto o de kata.” O árbitro da Federação Paulista de Judô salientou que flutuou nos tatamis do dojô central do Instituto Kodokan. “Ir ao Japão foi a realização de um sonho duplo. Já tinha morado no Japão e não sabia se algum dia voltaria. Tenho uma ligação muito forte com o país em função de meus avós paternos serem japoneses. O segundo sonho foi pisar no solo considerado sagrado para qualquer judoca: os tatamis do Kodokan. Nos primeiros dias me senti flutuando de tão extasiante que era a sensação de estar onde grandes judocas surgiram e também por ser a casa idealizada por nosso grande sensei Jigoro Kano. Um prédio de sete andares totalmente voltado para a prática do judô que é único, especial e carregado de simbologia.” Destacando a importância que é dada ao

Brasileiros no dojo central do Instituto Kodokan

kata no Japão, Caio Kanayama teceu um comparativo entre o kata brasileiro e o nipônico. “Nós brasileiros temos uma base excelente, e nossos senseis não nos ensinaram nada errado. No entanto, existem interpretações diferentes em algumas coisas. Mas a essência é a mesma. Penso que, assim como ocorre com o shiai, o intercambio é fundamental no aprimoramento do kata. O apoio das federações e da confederação é determinante para que o kata seja disseminado no País. A Federação Paulista de Judô faz a parte dela e incentiva demais esta prática, por meio de cursos de padronização, treinos no CAT e competições. Em São Paulo vemos duplas de judocas bem jovens fazendo kata, e isso é um indicativo de que esta prática está crescendo. As duplas japonesas não estão no topo apenas por possuírem grandes professores, mas porque lá o kata é visto como um dos pilares no desenvolvimento do judô. Lá a prática e o treino do kata são intensos, assim como é feito no shiai, já que o treinamento é fundamental na conquista dos títulos. É apenas isso que nos distancia deles.” Em sua avaliação final Caio Kanayama enfatizou que o judô é um caminho infinito de aprendizado e conhecimento. “Da mesma forma que fazer uma pós-graduação na sequência da graduação pode ser precipitado, pela falta de experiência no mercado de trabalho, realizar um curso intensivo no Kodokan só será útil para quem tiver uma determinada experiência. Ainda não me sinto um profundo conhecedor, e isso era o que eu mais temia antes de ir ao Japão. Hoje, posso dizer que tenho melhor embasamento para avaliar um kata e também para treinar. Mas tenho certeza de que não posso parar de treinar e tenho de aprender mais e mais. O judô é um caminho infinito de aprendizado e conhecimento. Viajar para o Japão mostrou-me que sonhar é importante, mas realizar nossos sonhos é mais importante ainda. Minha meta agora é voltar ao Japão para me aperfeiçoar mais, para um dia poder disputar um mundial de kata.”

A compreensão dos conceitos foi o ponto alto de todo o aprendizado Rioti Uchida era um dos mais experientes judocas brasileiros no curso de verão do Ko-

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Caio Kanayama com Yoshimi Osawa 10º dan e Ichiro Abe 10º dan

dokan, e para o kodansha 6º dan, da Associação de Judô Alto da Lapa, o aprendizado dos conceitos foi o ponto alto do curso. “Foi uma experiência excelente porque, além da parte técnica dos katas, tivemos a oportunidade de entender os conceitos que são utilizados por eles tanto na aplicação quanto na arbitragem. O kata nunca passou por mudanças ou variações, já que nele estão as formas e os fundamentos do judô. Mas é preciso entender os conceitos que são aplicados em cada técnica. A meu ver esta foi a melhor parte de tudo que vivenciei lá, foi o maior aprendizado obtido em Tóquio.” Uchida enalteceu a humildade e a acessibilidade dos mestres japoneses. “Houve também o grande exemplo de conduta dado pelos japoneses. Treinamos com mestres 10º dan, e a postura deles dentro e fora dos tatamis foi impecável. Todos agem com enorme simplicidade e humildade. Ninguém foi tratado com arrogância ou prepotência, e a acessibilidade era total.” Fazendo um balanço geral, o pentacampeão mundial de kata avaliou toda a experiência de forma bastante positiva. “Apesar de toda dificuldade financeira para ir ao Japão, tenho certeza de que valeu a pena. Deu para esclarecer bastante coisa com os cursos que fizemos, e posso afirmar que houve pequenas diferenças em algumas técnicas, mas o que valeu mesmo foi entender como tudo é avaliado. Talvez, se eu e o Luís Alberto tivéssemos feito este curso antes, poderíamos ter obtido colocações melhores nas últimas competições de que participamos. No total acabamos empregando dez dias, entre a viagem e a estada lá, mas foi uma experiência excepcional e inesquecível, até mesmo para os que já conheciam o Japão.”

Na pratica do kata está a busca pela perfeição Melhor seria impossível. Esta foi a definição de Leonardo Yamada, sensei 4º dan, que é presidente da Associação de Judô Kyoei, de Suzano, sobre a vivência no Instituto Kodokan. “Nossa ida ao Japão foi de suma importância porque lá pude observar que não estávamos aprendendo um kata 100% puro. Lá também conseguimos captar determinados valores que devemos aplicar em nosso dia a dia, nos tatamis. No judô existe o espírito de samurai, que representa nada mais que a pureza. Como exemplo, cito que, se um judoca quer ganhar uma luta, não pode lutar buscando um yuko ou wazari, e sim o ippon. Se conseguir vencer por wazari, tudo bem, porque ganhou, mas lutar sempre buscando o ippon é a base filosófica do judô japonês, já que os samurais pensavam assim: ou eu mato ou serei morto. Não havia meio termo.” Sensei Yamada finalizou falando sobre a graduação no Japão. “Treinamos com professores com larga experiência tanto na área do shiai quanto no kata. Conversei com dois kodanshas, um 6º e outro 8º dan, e perguntei como eles conseguiam ser kodanshas com apenas 40

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Vinicius Erchov recebendo certificado de Saburo Matsushita 9º dan


Caio Kanayama e Vinícius Erchov no jardins do templo Eishoji

anos, já que no Brasil isso era uma coisa impossível de acontecer, e eles explicaram que no Japão os kodanshas de um modo geral são ex-campeões – japoneses, asiáticos, europeus, mundiais e até olímpicos – e quando percebem que não têm mais idade ou condição física para enfrentar as competições, eles partem para o kata. Aprimoram-se totalmente no kata, para tornarem-se perfeitos no judô. Eu particularmente considero os kodanshas japoneses profundos conhecedores de judô. Eles sabem de A a Z. Além disso, o Japão tem uma vantagem enorme, porque lá existe a cultura do judô que é ensinado desde o ensino fundamental. Lá é matéria obrigatória nas escolas, e isso aprimora a técnica deles. Fomos ao Japão em busca do maior conhecimento possível, e a proposta agora é transmitir o que vivenciamos lá para nossos alunos. Obtive minha certificação em ju-no-kata e, como um todo, foi uma experiência fantástica. Melhor seria impossível.”

Vinícius Erchov recebe certificado de eficiência do Kodokan O professor Vinícius Erchov fez história em Tóquio, onde, além da certificação em nage-no-kata, recebeu certificado de eficiência da comissão de avaliação do Instituto Kodokan. Além de ter sido o único judoca das Américas a receber tal honraria até hoje, Erchov faz parte agora do restrito grupo de ocidentais que conquistaram esta distinção, formado por um sul-coreano, uma inglesa e um brasileiro. Primeiro brasileiro a receber o certificado de eficiência na técnica do nage-no-kata do Instituto Kodokan, o 4º dan, que é presidente do Projeto Budô de Artes Marciais, atingiu seu feito após apresentá-la diante de 250 judocas de todas as partes do mundo. “Vou continuar ensinando e aprendendo judô com os professores mais graduados, buscando passar aos poucos tudo que consegui assimilar com os

Toshiro Daigo 10º dan, palestrante do koshiki-no-kata

professores do Kodokan. Nunca podemos parar de estudar e devemos estar sempre preparados para agarrar as oportunidades que nos são apresentadas pela vida.” Para fazer sua apresentação na Kodokan, Vinícius contou com a participação decisiva de Luís Alberto dos Santos, que foi seu uke no Kodokan. “O professor Luís foi de extrema importância nesta conquista, pois treinei com ele durante toda a preparação. No último dia do curso, o de nossa apresentação, escolhi fazer o nage-no-kata, por entender que este é o carro-chefe dos katas de judô. E o professor Luís, mesmo com lesões no corpo, se prontificou a fazer comigo o kata que eu escolhesse. E assim fizemos”, contou Erchov. “Depois de todas as apresentações feitas, conversava com os outros seis brasileiros que lá estavam até que um professor da Kodokan passou perguntando quem era o Erchov, e disse que eu seria chamado na frente de todos os quase 300 participantes e receberia das mãos do próprio sensei Matsushita o certificado de eficiência, que até então havia sido dado somente a mais dois ocidentais, um sul-coreano e uma inglesa de origem japonesa. Confesso que a emoção foi algo que nunca havia sentido na vida. Nem subir ao pódio como campeão do mundo fora do País e ouvir o hino nacional se compara ao que senti. Tendo a chance de representar o Brasil lá na Kodokan, fazendo curso ao lado dos professores Luís Alberto e Uchida, e ter sido o grande destaque foi algo único. Ouvir, mais de uma vez, o parabéns dos senseis Matsushita, Abe e Daigo – do qual ouço histórias desde criancinha – é algo que jamais esquecerei. Chorei com vontade. Lembrei de onde estava e tudo que aquilo representa para nós.”

Reverenciando nossos ancestrais Sete brasileiros foram ao Instituto Kodokan em busca de aperfeiçoamento técnico e, de

forma surpreendente, todos obtiveram certificações conquistadas por meio dos katas apresentados. Enaltecemos e cumprimentamos todos que desenvolveram esforços para escrever mais este importante registro nas páginas do livro sobre a história do judô verde e amarelo. Todos estão de parabéns e são merecedores dos louros desta importante conquista. Contudo, fazemos questão de parabenizar Yoshio Kihara, o judoca que há exatos 57 anos imigrou para o Brasil e disseminou a prática do kata em nosso País. Por mais que não soubesse ou lembrasse, cada um dos sete brasileiros que foram a Tóquio levou consigo um pedaço do que lhes foi proporcionado pelo sensei Kihara, por meio dos senseis Mário Matsuda, Miguel Suganuma, Kameo Otagaki, Yoshiji Goshima, Fuyo Oide, e tantos kodanshas que fizeram suas vidas nos tatamis ou em torno deles. O resultado prático obtido na meca do judô mundial ratifica tudo que foi dito até hoje sobre Kihara sensei, um judoca na acepção da palavra. Um kodansha que jamais negligenciou o que aprendeu com o sensei Jigoro Kano, e com o peito aberto soube fazer a devida transmissão de tudo que aprendeu com seus ancestrais.

Certificações obtidas no Instituo Kodokan Luís Alberto dos Santos – Ju-no-kata e Nage-no-kata Caio Kanayama – Ju-no-kata e Kime-no-kata Rioti Uchida – Katame-no-kata e Ju-no-kata Leonardo Yamada – Ju-no-kata Marcus Michelini – Kime-no-kata Vinicius Erchov – Nage-no-kata Wagner Uchida – Katame-no-kata Navio Hikawa Maru em excelente estado de conservação, onde em 4 de maio de 1938, sensei Jigoro Kano faleceu vitima de pneumonia, quando voltava de uma reunião do comitê olímpico internacional na cidade do Cairo, no Egito.

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COPA PARANÁ 2013 BATE RECORDE DE INSCRITOS POR PAULO

PINTO |

Curitiba (PR) – Com praticamente o dobro de competidores em relação ao ano passado, a Federação Paranaense de Judô (FPrJ) realizou a terceira edição da Copa Paraná/Nutry de Judô 2013, no dia 28 de setembro, no ginásio do SESI Boqueirão, em Curitiba. O certame registrou participação recorde de atletas, reunindo 771 judocas de 52 clubes e associações dos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. As disputas abrangeram desde a categoria sub 9 até o sênior, e aconteceram sob a coordenação técnica do experiente Rodrigo Marcelo Tonietto que contou com apoio dos delegados das cinco regiões do Paraná. Quarenta árbitros atuaram na competição que foi realizada em seis áreas de luta. Luiz Hisashi Iwashita, presidente da FPrJ lembrou que o evento se

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FOTOS REVISTA

BUDÔ

realiza anualmente desde a gestão anterior e atribuiu o número maior de associações participantes à maior divulgação feita entre as federações coirmãs. “A participação recorde de atletas e associações nos permite vislumbrar a realização de um evento ainda maior e com no mínimo oito áreas de luta na próxima temporada.” O dirigente paranaense destacou: “Um dos pontos mais positivos desta edição da Copa Paraná foi o nível técnico dos competidores. Acredito que a maior participação de atletas de outros Estados elevou o nível técnico do certame e somou no sentido de promover maior intercâmbio”. Tradicionalmente a Copa Paraná se realiza no ginásio esportivo do Colégio Bagozzi, uma das mais espaçosas e modernas arenas da capital paranaense, mas este ano a competição teve de ser realizada


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em outro espaço e Luiz Iwashita explicou por que ocorreu esta mudança. “A FPrJ mantém parceria com Colégio Bagozzi, que nos loca sua arena para a realização dos nossos eventos, mas devido a problemas administrativos este ano não conseguimos a liberação deste ginásio, que além de estar localizado numa região mais central, possui a quadra mais ampla e acomodações bem mais confortáveis, em geral.” O aumento expressivo de aletas inscritos deveu-se também à maior participação dos clubes e associações do Paraná. Depois dos anfitriões, foi o Estado de São Paulo que levou a Curitiba o maior número de competidores. Em seu balanço, final Iwashita elogiou os professores paranaenses pela maior participação na competição. “Tivemos um aumento de quase 100% de atletas inscritos e quero agradecer a todos que não mediram esforços para abrilhantar nossa competição. Mas o grande crescimento de inscritos aconteceu devido à maior participação das escolas de todo o Paraná, e isso mostra que nossos professores estão mais comprometidos com o desenvolvimento e o crescimento de nossa modalidade.”

Nos tatamis, muitos ippons No período da manhã, foram disputadas as categorias sub 9, sub 11 e sub 13. Já no período da tarde, rolaram as lutas do sub 15,

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sub 18 e sênior. Entre os novatos, vimos muitos judocas lutando com a mesma seriedade e empenho de gente grande, e pudemos constatar a importância desse tipo de evento para as categorias de base. No feminino, o Judô Tonietto, de Curitiba, nadou a braçadas, somando 27 medalhas, sendo nove de ouro, nove de prata e nove de bronze. Além de ser a campeã geral no feminino, a equipe dirigida pelos irmãos Tonietto conquistou uma quantidade de medalhas muito superior à das demais equipes. Em segundo lugar ficou a Academia Judô Faculdade Guairacá e em terceiro, a Associação de Judô Guarapuava. No masculino houve mais homogeneidade, e a Associação de Judô Kussumoto foi campeã geral, somando 20 medalhas: nove ouros, cinco pratas e seis bronzes. O Judô Lemanczuk Júnior ficou em segundo lugar e a ADPM, de São José dos Campos, em terceiro. Mayara Oishi, do Judô Nintai do Brasil, campeã sênior do pesado, foi a atleta de maior expressão na Copa Paraná. Judoca paranaense com melhor retrospecto na atualidade, Mayara iniciou a temporada vencendo o brasileiro da Região V. Foi campeã estadual sub 23 e sênior, campeã brasileira sub 23, campeã da Copa Paraná e vice-campeã brasileira sênior, já que na final caiu para a experiente Edinanci Silva. Agora a atleta do Judô Nintai do Brasil prepara-se para conquistar uma vaga na seletiva olímpica, que se realizará em dezembro, no Rio de Janeiro. Vários judocas destacaram-se tecnicamente, entre eles Natasha Ferreira, da Sociedade Morgenau, de Curitiba, campeã do meio-leve no sub 15, que coleciona vários títulos, como o brasileiro de sua categoria. Ainda no sub 15, vimos muita gente talentosa: Victoria Souza, da Sogipa/RS, campeã do meio-médio; João Darmieli, do Judô Tonietto, campeão do super-ligeiro; o paulista Daniel Silva, da ADPM/SP, campeão do leve; e o catarinense Thiago Oliveira, da SKD, campeão do meio-médio. Todos mostraram excelente preparo e são grandes promessas. No sub 18 destacaram-se três judocas que revelaram bastante maturidade: Leticia Lima, da ADPM/SP, campeã do ligeiro; Beatriz Nakazawa, campeã do meio-médio, que com técnica bastante apurada confirmou sua origem em Registro (SP), um dos principais centros do judô paulista; e Luan Saboya, da

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Sociedade Morgenau, campeão do meio-médio. Com técnica refinada e excelente preparo, Luan é hoje um dos grandes nomes de sua categoria em todo o País. Na categoria sub 13 um atleta se destacou pela determinação e o empenho em todos os seus combates, lutando com seriedade e afinco: Igor Machado, judoca da Sogipa, campeão do meio-médio. Dois judocas que impressionaram muito no sub 11 foram Kianny Otávio, da SKD de Itajaí (SC), campeã do meio-pesado, e o super-ligeiro Davi Lemanczuk, do Judô Lemanczuk Júnior. No sub 9 vimos mais duas grandes promessas: Ryan Nienchotter, da Associação Zambonetti, de Itajaí (SC), campeão do pesado, e João Candido, da Sociedade Morgenau, de Curitiba, campeão do meio-leve que, apesar de ter apenas 8 anos, coleciona vários títulos expressivos e mostrou grande preparo aliado a uma excelente técnica.

Técnicos e dirigentes avaliam equipes e a competição Felipe Quadros, auxiliar técnico das equipes de base da Sogipa, elogiou a qualidade do torneio. “Voltamos a Curitiba e mais uma vez vimos uma competição com excelente nível técnico. Acredito que a qualidade do evento deve-se ao fato de servir como classificató-

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ria para o meeting interestadual interclubes. E com certeza não deixou a desejar na sua organização. O evento mostrou também o crescimento técnico do judô paranaense. A julgar pelo que vimos aqui, a federação estadual está bem servida de atletas de qualidade.” O técnico sul-rio-grandense finalizou garantindo a presença de sua equipe no próximo ano. “Viemos para a Copa Paraná com 24 atletas e conquistamos três ouros, duas pratas e quatro bronzes. Por ser tratar de categorias da base, nossa análise é que o resultado foi muito bom. Mas a troca foi muito grande, já que eventos com esta qualidade técnica contribuem para a evolução dos atletas. Aqui nossos judocas enfrentaram seus principais adversários, e desta forma podemos corrigir os erros para que haja uma evolução técnica adequada. Certamente na próxima temporada voltaremos a Curitiba com uma equipe ainda maior.” Anderson Neves, auxiliar-técnico da ADPM, de São José dos Campos (SP), comemorou o excelente desempenho de sua equipe. “O técnico responsável da nossa associação é o sensei Jefferson Santos, faixa preta 3º dan, que não pôde estar presente. Fizemos nossa estreia na Copa Paraná este ano, mas não pudemos trazer uma equipe completa. Viemos com 15 atletas apenas, mas gostamos muito da competição. Nossa equipe teve um desempenho excelente, conquistando 11 medalhas, sendo nove de ouro, uma de prata e uma de bronze. Ficamos em terceiro lugar no masculino, em quarto no feminino e em quarto na classificação geral.” O técnico joseense elogiou a qualidade do certame. “Temos como referência os eventos promovidos pela FPJ, e para nós, da ADPM, o evento apresentou um nível muito bom. Vimos atletas de todos os Estados (que compõem a Região V), e a arbitragem estava muito boa. Escolas, técnicos e atletas mostraram espírito de competição muito elevado e digno do judô

brasileiro. Nossa avaliação é que a Copa Paraná foi um evento com uma amplitude enorme, sobretudo no que tange à categoria sub 9, na qual não temos eventos nacionais. A Copa Paraná possibilitou que muitos atletas fizessem sua estreia fora de seus próprios Estados, e isso foi muito importante.” Anderson Neves finalizou prometendo voltar com equipe completa na próxima temporada. “Não temos patrocinadores, mas um ou outro empresário motivado com nosso trabalho nos ajuda da forma que pode, e assim vamos ampliando a base do nosso trabalho. Atualmente estamos recebendo uma atenção diferenciada do município, por meio do apoio recebido do professor Calasans Camargo, vereador de São José dos Campos, que é faixa preta de judô e delegado regional da FPJ. Como somos policiais militares, grande parte de nossa força acaba vindo da própria corporação. Com base em tudo isso nós vamos tentar voltar no próximo ano com uma equipe completa, pois vimos aqui representações com mais de 80 atletas. Somos competidores e queremos voltar em 2014 para brigar pelo título.” Para Marco Antônio Otavio, faixa preta 4º dan , técnico responsável da SKD Judô de Itajaí (SC), a Copa Paraná já faz parte do calendário anual de eventos de sua escola. “Participamos das edições anteriores da Copa Paraná, e nesse ano trouxemos 24 judocas. Vemos que a cada


ano a competição está crescendo em todos os sentidos.” Sensei Otavio enalteceu o nível técnico do certame. “Sou o técnico responsável da nossa associação e esta edição da Copa Paraná teve um crescimento técnico enorme, e se firma definitivamente como evento esportivo de altíssimo nível. Ao todo 64 clubes de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, marcaram presença na competição e esta participação ratifica a grandeza do evento.” Ao todo o time de Itajaí somou 12 medalhas, sendo quatro ouros, duas de prata e seis bronzes. Os ouros foram conquistados por: Kirya Otavio, André Kramer, Kianni Otavio e Thiago Oliveira. As de prata foram conquistadas por Matheus Oliveira e Matheus Melo. Os bronzes vieram por meio de Beatriz Laux, Ana Henckel, Wellington Gonçalves, Marcos Pereira, André Oliveira e Guilherme Souza. Na análise do professor itajaiense sua equipe superou as expectativas. “Viemos a Curitiba com 24 atletas, e conquistamos 12 medalhas. Sem duvida alguma este foi um resultado excelente e estamos muito felizes. Se o calendário estadual permitir, sem duvida alguma estaremos aqui em 2014.” A ARJU, tradicional escola paulista da cidade de Registo, marcou presença pela segunda vez consecutiva na Copa Paraná, e na avaliação de Neusa Kobori, presidente da associação, o evento melhora a cada edição. “Esta foi a nossa segunda participação na competição e nossa comissão técnica fez um balanço altamente positivo desta edição. A cada ano o time comandado pelo professor Iwashita desenvolve um trabalho ainda melhor.” Neusa Kobori finalizou avaliando o desempenho de sua equipe. “Viemos a Curitiba com uma delegação composta de dois dirigentes, três técnicos e 23 judocas. Nosso diretor técnico é o professor Rubens Nakazawa, 5º dan, e nossa comissão técnica contou com os professores Carlos Roberto Romano, Rubens Nakazawa e Thayane Martins. Conquistamos dez medalhas, sendo três de ouro, três de prata e quatro de bronze, que nos garantiram a décima colocação geral. Ficamos felizes, pois, além das medalhas, é sempre um grande prazer confraternizar com nossos colegas paranaenses, catarinenses e gaúchos.”

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3º Marcos Silva - Ricardo Santos

1º Lucas Benck - Kawazoe

Meio-pesado

1º Ana Langner - Lemanczuk

2º Dylan B. Borba - Lemanczuk

Sênior Feminino

Classificação Individual

Médio

2º Obner Junior - Hobby Sport

1º Mariana Maciel - Kussumoto

2º Luana Costa - Sogipa

3º Eder Siqueira - Paraná Clube

Super-ligeiro

1º. João Pires - Nintai

3º Samuel M Lopes - Juventus

2º Bruna Oliveira - Tonietto

3º Beatriz G. Laux - SKD

3º André N K Donomai - Juventus

1º Tainara Costa - Tonietto

2º Vagner Mucci - Guairaçá

3º Bruno Araújo - IMK

3º Ana B. Flores - Procopense

3º Sabrina Gomide - Curitibano

Pesado

2º Leticia Lima- ADPM

3º. Renato Constantino - AMCF

Meio-leve

3º Maria Martini - A.M.C.F.

Leve

1º Lucas Kompatscher - Bom Jesus

3º Fernanda Couto - Araucária

3º. Hermes Silva - Tonietto

1º Bruno Viana - Registro

Pesado

1º Hevelyn Amado - Tonietto

2º Emanuel Mola - Araucária

Ligeiro

Meio-pesado

2º James Camargo - AFIJ

1º Ana Camargo - Morgenau

2º Arissa Fujisaki - IMK

3º Leonardo S. Conto - Iwashita

1º Amanda A. Souza - Pirituba

1º Vanderlei Cardoso - Palmeira

3º Christopher Vieira - Tonietto

2º Luciana Capeloto - Pirituba

3º Kawana Oliveira - Araucária

3º João Ribeiro - A.M.C.F.

2º Luciana Bereza - Tonietto

2º Washington Cruz - Canadá

3º Wesley Batista Jr. - Pirituba

3º Larissa F. Lima - CSSEX

4º Evelyn T. Santos - SKD

Sub 11 Feminino

Meio-leve

3º Leandro Paula - Santa Monica

Leve

3º Clara Teixeira - Fujiyama

Meio-médio

Super-ligeiro

1º Viviane Ferreira - Hobby Sport

3º Ariel Correia - Guairaçá

1º Caio H. Ogawa - Kawazoe

Sub 15 Masculino

1º Bruna Bereza - Tonietto

1º Fabiola Oganauskas – Jesus

2º Joceli P. Lima- CSF Palmeira

Pesado

2º Lucas A. Ogawa - Kawazoe

Super-ligeiro

2º Sara Taborda - Tonietto

2º Mariana Costa - Tonietto

3º Kelly Reis - Juventus

1º Pedro Vieira - Marista

3º André F. Oliveira - SKD

1º João G. Darmieli - Tonietto

3º Luana Matsugaki – V. Isabel

3º Gabriele Moron - Lemanczuk

3º Andriele Carvalho - ALM

2º Bruno Ogata - Hobby Sport

3º Matheus Ribeiro - Nintai

2º Ilan Brink - Lemanczuk

3º Larissa Silva - Lemanczuk

Ligeiro

Leve

3º Rafael Brito - Morgenau

Meio-médio

3º Arthur Eich - Juventus

Médio

1º Emanoely Rabelo - Iwashita

1º Suellen Senna - Morgenau

3º Bruno Ferreira - Juventus

1º Luanh Saboya - Morgenau

3º Gustavo Antunes - Guarapuava

1º Maria Cavaglieri - Zambonetti

2º Camilla O. Lima - Pirituba

2º Thayane Vieira- Registro

Sub 18 Feminino

2º Lucas Cordeiro - Guarapuava

Ligeiro

2º Julia Silva - Lemanczuk

3º Lilian Kieling - Schmidte

3º Andreia Becker - Schmidte

Super-ligeiro

3º Matheus Campos - Nintai

1º Thiago Guidette - Kussumoto

3º Ayessa Teixeira - Fujiyama

3º Ana C. Gaspar - Tonietto

4º Flavia Cordeiro- Sionara

1º Tainara Costa - Tonietto

3º André Josefi - Laranjeiras

2º Felipe H M Suemitsu - Nintai

3º Nicolly Stec - Tonietto

Meio-leve

Meio-médio

Ligeiro

Médio

3º Vinicius R Ferreira - Tonietto

Meio-pesado

1º Vitoria Aparecido - Tonietto

1º Debora A Ferreira - Toledo/Hikar

1º Leticia Lima- ADPM - SP

1º Conrado Oliveira - Juventus

4º Gustavo Oliveira - Zambonetti

1º Maria Diniz - ADPM

2º Luísa Kosciuk - Lemanczuk

2º Andressa Oliveira - Iwashita

2º Lívia Kawazoe - Kawazoe

2º Marcos Silva - Ricardo Sant

Meio-leve

2º Monica Tortato - Lemanczuk

3º Beatriz Souza - Bom Jesus

3º Gabriele Ramos - Morgenau

3º Gabriela Caposse – H. Sport

3º Humberto Neto - Lemanczuk

1º Renan S Moron - Lemanczuk

3º Anna Silva - SP

3º Brenda Vatrim - Tonietto

3º Adriana C. Silva - Pirituba

Meio-leve

3º Rodrigo Vasconcelos – Morg.

2º Marco A. J. Teles - Nintai

3º Larissa da Luz - Tonietto

Leve

Médio

1º Luana Lima - Guarapuava

Meio-pesado

3º Guilherme Balabuch - Morgenau

Pesado

1º Melissa Zechini - Tonietto

1º Jacqueline Silva - Araucária

2º Jessica Santos - Guarapuava

1º Matheus Lima - Tonietto

3º Kanji Ujita - Procopense

1º Ana Paesani - Sionara

2º Victoria Silva - Tonietto

2º Joice F. Silva - Canadá

3º Eduarda Guimarães - Guairaçá

2º Jose Linhares Neto

Leve

2º Beatriz Pimenta - Hobby Sport

3º Sofia Garcia - Curitibano

3º Mychaellen Silva - Araucária

4º Jéssica Pereira - Zambonetti

3º Willian Souza - Araucária

1º Daniel Silva - ADPM

3º Marina Giliczynski - Iwashita

3º Maria C. Pinto - Iwashita

Meio-pesado

Leve

3º Raphael H. Marinho - Canadá

2º Gustavo Campara - Morgenau

3º Polyana Silva - Kussumoto

Meio-médio

1º Alexia Lima - Guairaçá

1º Laís O. Carvalho - Juventus

Pesado

3º Bruno Langner - Lemanczuk

Sub 13 Masculino

1º Eduarda Oliveira - Tonietto

2º Meg Vitorino - Hobby Sport

2º Martineli R. Lima - Araucária

1º Rafael Palomares - A.M.C.F.

3º Raphael Cordeiro - Tonietto

Super-ligeiro

2º Amanda Jesus - Paranavaí

3º Simone De Conto - Iwashita

3º Leticia Oliveira - Lemanczuk

2º Pedro Assmann - Semprebom

Meio-médio

1º Felipe A. Lima- ADPM

3º Maria Luísa Giacon - Colón

Pesado

4º Juliana Kachenski - Tonietto

3º Gabriel Bertaglia - Paranavaí

1º Thiago L. Oliveira - SKD

Ligeiro

Médio

1º Mayara Oishi - Nintai

Meio-médio

3º João Gonçalves - Zambonetti

2º Matheus Kaminari - Morgenau

1º Luigi L. Silva - Kussumoto

1º Isabela Bruce - Curitibano

2º Tatiana Moraes - CTO

1º Beatriz Nakazawa- Registro

Sub 15 Feminino

3º João Santos - Toledo/Hikar

2º Lucas T. Saçaki - Bom Jesus

2º Laura Santos - Iwashita

Sênior Masculino

2º Maria C R Martins - Tonietto

Super-ligeiro

3º Herus D. Neto - Bom Jesus

3º Pedro Souza - Paraná Clube

3º Renata Braga - Tonietto

Super-ligeiro

3º Natalia Silva – Carvalho ALJ

1º Ana Sobrinho- Registro

Médio

3º Lucas Kinno- Registro

Meio-pesado

1º João Victor Silva- ADPM

3º Camilla Deusdiante - Araucária

Ligeiro

1º Gabriel Adriano - Lemanczuk

Meio-leve

1º Kianne Otávio - SKD

2º Rodielson Faria - Tonietto

Médio

1º Maria Costa- ADPM

2º Matheus Melo - SKD

1º Lucas Lopes - Kussumoto

2º Camilly Cerenz - Sionara

3º Fabio Oliveira - Miyaji

1º Katiele Oliveira - Guarapuava

2º Daniele Kurosawa- Registro

3º Giovanni Mangini - Morgenau

2º Álvaro Vianna - Lemanczuk

3º Lívia Muller - Vila Isabel

3º Guilherme Santana - ALJ

2º Naomy Pais - Tonietto

3º Carolina Deusdiante - Araucária

3º Matheus Faria - A.M.C.F.

3º José Paraná Jr. - Tonietto

3º Ana Henckel - SKD

Ligeiro

3º Renata Souza - Semprebom

Meio-leve

Meio-pesado

3º Gabriel de Souza - Tonietto

Pesado

1º Guilherme Coelho - Iwashita

3º Maiara Reis- ADPM

1º Natasha Ferreira - Morgenau

1º Jefferson Santos - ADPM

Leve

1º Laís Moscardini - Paraná C.

2º Paulo Batista - Cor. Procópio

Meio-pesado

2º Bianca Benck - Kawazoe

2º Gabriel T Lustoza - Canadá

1º Matheus Almeida - Carvalho

Extra Super-ligeiro

3º Christopher Vieira - Tonietto

1º Viviane Donomai - Juventus

3º Vitoria Leite - Zambonetti

3º Marcos L. Pereira - SKD

2º Eduardo Silva- CSF Palmeira

1º Raquel Silva - Procopense

Meio-leve

2º Amanda Batista - Juventus

3º Leticia Bussolaro - Toledo/Hikar

3º João Lemes - Procopense

3º Vitor Carneiro - Nintai

2º Katyane Culchesk - Tonietto

1º Marlon S. Kurosawa - Canadá

3º Bruna Nesi - Tonietto

Leve

Pesado

3º Victor C. Ursi - Bom Jesus

3º Isabela Furtado - Tonietto

2º Thiago Correa - Iwashita

Pesado

1º Silvia Andrade - Guarapuava

1º Arthur Caldeira - Pro Sport

Meio-médio

3º Clara Shimiti - IMK

3º Caio H. Ogawa - Kawazoe

1º Anny Ribeiro - Procopense

2º Ana Kemczenski - Lemanczuk

2º Vitor Souza - Carvalho ALM

1º Igor Machado - Sogipa

Sub 11 Masculino

3º Guilherme Souza - SKD

2º Fernanda Mazaia – H. Sport

Meio-médio

3º Victor Sousa - Registro

2º Leandro Alves - Tonietto

Super-ligeiro

Leve

3º Ana Marchiotto - Hobby Sport

1º Victoria Souza Rosa - Sogipa

3º Roberto Winter - Kussumoto

3º Bruno Castanheira - Bom Jesus

1º Davi Lemanczuk - Lemanczuk

1º Guilherme Guarinon - Morgenau

3º Monica Sarnovski - AFIJ

2º Emanuelle Caposse – H. Sport

Sub 13 Feminino

3º Matheus Oliveira - SKD

2º Thiago Spindola - Bom Jesus

2º Eduardo S. Russo - Juventus

Sub 18 Masculino

3º Marcelle C. Perez - Sogipa

Super-ligeiro

Médio

3º Gustavo Borba - Lemanczuk

3º Luís Ahumada - Iwashita

Super-ligeiro

3º Emily C. Rabelo - Iwashita

1º Mariana Carvalho - Zambonetti

1º Lucas Lemanczuk - Lemanczuk

3º João Costa - Paraná Clube

3º Bernardo Dallagassa - Nintai

1º João V. Silva - ADPM

Médio

2º Gabriela Teles - Nintai

2º Arthur Seidel - Nintai

Ligeiro

Meio-médio

2º Herbert Costa - Kussumoto

1º Eduarda Darmieli - Tonietto

Ligeiro

3º Matheus Sonda - Sogipa

1º Mateus Siqueira - Paraná Clube

1º Arthur Oliveira - Lemanczuk

3º Breno Kawazoe - Kawazoe

2º Laura C. Padilha - Sogipa

1º Gabriela Baesso - Tonietto

3º Kelvin Silva - Paraná Clube

2º Felipe Langner - Lemanczuk

2º Thiago Blakleitz – Sag. Família

3º Ronan Batista - Guarapuava

3º Karen Fante - Guarapuava

2º Laura Soken - Vila Izabel

Meio-pesado

3º Leandro Romano - Registro

3º Ademir Rickli Jr - AFIJ

Ligeiro

3º Arielle Madruga - Tonietto

Meio-leve

1º Germano Bianchini - Zambonetti

3º Victor E. Kuno - Bom Jesus


us

e

Classificação por associação

Meio-leve

2º Amanda Santos - Guairaçá

1º Moises Costa - Kussumoto

Meio-médio

1º Judô Tonietto - PR

2º Michel Brik - Lemanczuk

1º Gabriela Pieczarka - Kussumoto

2º Judô Kussumoto - PR

3º Felipe Kuratani - Kussumoto

2º Nathalia Parodi - Nintai

3º Judô Lemanczuk Júnior - PR

3º Eduardo Fujita - Lemanczuk

3º Catharina Laurindo - Nintai

Leve

4º Amanda Viapiana - Vila Isabel

1º Juliano Chaves - Sogipa

Médio

2º João Costa - Kussumoto

1º Raysa Niemiec - Kussumoto

3º João V. P. Neto - Tonietto

2º Camila Silva - Tonietto

3º Cauan G. Godk - Registro

3º Mellany Tobías - Tonietto

Meio-médio

4º Stefany Melo - Iwashita

9º Pirituba Futebol Clube Judô - SP

1º Carlos Kinski - Kussumoto

Extra Super-ligeiro

10º ARJU / Registro - SP

2º Gilberto Gomide - Curitibano

1º Mariah Vianna - Lemanczuk

11º Ass. Franciscana Ensino Bom Jesus - PR

3º Raiam Martins - Santa Monica

Sub 9 Masculino

12º Associação Esportiva Juventus - PR

3º Felipe Nepomuceno - Kussumoto

Super-ligeiro

13º SOGIPA / Porto Alegre - RS

Médio

1º Cauan Silva - Tonietto

14º Academia Judô Faculdade Guairacá - PR

1º Victor Esquivel - Pirituba

2º Lucas Borille - Nintai

2º Bruno Meliciano - Lemanczuk

3º Caio Gans - Kussumoto

3º Felipe Hansen - CTO

4º Natan Correa - Kussumoto

3º Pedro K. G. Capote - CSSEX

Ligeiro

Meio-pesado

1º Gabriel Passos - Kussumoto

1º Gustavo Silva - Paraná Clube

2º Aleques Almeida - Tonietto

2º Igor D. Alves - Pirituba

3º Breno Santana - Curitibano

20º Academia Hobby Sport - PR

3º Augusto Rossi - Santa Monica

3º Gabriel Griebler - Kussumoto

21º Canadá Country Club - PR

4º. Bruno Ikarimoto - Iwashita

Meio-leve

22º P. M. Araucária / SMEL - PR

Pesado

1º João Candido - Morgenau

23º Colégio Sagrada Família/Palmeira - PR

1º João Camelo - Bom Jesus

2º Lucas Fiorda - Pirituba

24º Clube Curitibano - PR

2º Matheus Amarante - Lemanczuk

3º Caio Silva Duque Caxias

25º Associação de Judô Vila Izabel - PR

3º Gustavo Pereira - Paraná Clube

3º Lucas Rosner - Lemanczuk

3º Matheus Fedex – Zambonetti

Leve

Superpesado

1º Caetano Menon - Lemanczuk

1º Danilo Oliveira - Pirituba

2º Luiz Ribeiro - Tonietto

2º Iago Rodrigues - Pirituba

3º André Costa - Sogipa

3º Rafael Lopes - Sogipa

3º Victor Carvalho- Sionara

3º Gabriel Martins - Tonietto

Meio-médio

31º Academia Marista de Judô - PR

Extrapesado

1º Ernane Silva- ADPM

32º Instituto Mirai Kodokan - PR

1º André F. Kramer - SKD

2º Gustavo Rodrigues - Kussumoto

33º Associação Foz do Iguaçu de Judô - PR

2º Lucas Florêncio - Registro

3º Gustavo Suemitsu - Nintai

34º Centro de Treinamento Olímpico - PR

3º Emanuel Ferreira- CSF Palmeira

3º Nicolas Barata - Nintai

35º Academia Augusto Semprebom - PR

3º Miguel Monteiro - Pirituba

Médio

36º Associação de Judô de Paranavaí - PR

Extra super-ligeiro

1º João P. F. Fratoni - Nintai

37º Associação de Judô Ricardo Santos - PR

1º Thales Alves - Kussumoto

2º Felipe Castro - IMK

2º Esdras Costa - Kussumoto

3º Felipe Kiçula - Guairaçá

3º Peter Pecoits - Curitibano

3º Pedro Azevedo - Bom Jesus

3º Matheus Medeiros - Paraná Clube

Meio-pesado

Sub 9 Feminino

1º Daniel Caznoch - Lemanczuk

Super-ligeiro

2º Vitor Pereira - Lemanczuk

1º Maria E. Santos - Vila Isabel

3º Vitor Pelissari - Kussumoto

42º CSSEX / Curitiba - PR

2º Emylly Santos - Kussumoto

3º Luiz Oliveira - CTO

44º Associação Laranjeiras - PR

3º Hevelim Yamauchi - Iwashita

Pesado

44º Associação Irineu Schmidtke de Judô - PR

Ligeiro

1º Ryan Nienchotter - Zambonetti

46º Associação Laranjeiras - PR

1º Maria Araújo - Guairaçá

2º Dimitri Costa - Nintai

46º Associação de Judô Miyaji - PR

2º Maria Lima - Iwashita

3º Pedro Rodrigues- CSF Palmeira

48º Associação de Judô Miracatu - SP

3º Beatriz Nascimento - Bom Jesus

3º João Antoniel - Procopense

4º Amanda Mendes - Guairaçá

Superpesado

Meio-leve

1º Gabriel Skiba - Kussumoto

1º Kirya Otavio - SKD

2º Nelson Costa Jr - Procopense

Leve

Extra super-ligeiro

1º Ana Pinto - Guairaçá

1º Enzo Dematte - Kussumoto

4º ADPM São José dos Campos - SP 5º Sociedade Morgenau - PR 6º SKD Judô Itajaí – SC 7º Zamboneti Judô - SC 8º Judô Nintai do Brasil - PR

15º Judô Guarapuava - PR 16º Paraná Clube - PR 17º Associação de Judô Iwashita - PR 18º Academia Kawazoe de Judô - PR 19º Associação Procopense de Judô - PR

26º Judo Sionara - PR 27º Judô Carvalho Almeida - PR 28º Ass. Maringaense de Cultura Física - PR 29º Prefeitura de Toledo / Hikari Judo - PR 30º Academia Pró Sport - PR

38º Country Club de Cornélio Procópio - PR 38º Judô Fabrício F. da Rosa - PR 38º Colégio Sagrada Família - PR 41º Santa Mônica Clube de Campo - PR 42º Associação de Judô Fujiyama - PR

48º Judô Colón - SC 48º Clube Duque de Caxias - PR 50º Associação Adelino L. Moralez - PR 51º Hobby Sport - PR 52º Academia Biturunense de Judô - PR

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FPJMS inova e promove competição para judocas

MÁSTERES E PARALÍMPICOS POR PAULO

PINTO |

FOTOS

São Paulo (SP) - A Federação Paulista de Judô Máster e Supermáster inovou e realizou a Copa Bandeirantes 2013, certame que abrigou disputas nas classes máster, supermáster e paralímpica. Esta iniciativa abriu espaço para os atletas portadores de deficiências, que até então eram obrigados a competir com judocas federados. O evento realizou-se no dia 9 de novembro no ginásio de esportes do Centro Educacional da Mooca e reuniu 255 judocas, sendo que 182 competiram na classe máster, enquanto 51 lutaram pelas medalhas da classe paralímpica. Realizado em seis áreas de luta, o certame contou com a participação de 18 associações, entre as quais algumas das mais tradicionais escolas de judô do Estado de São Paulo: Associação Moacyr de Judô, Associação de Judô Mito, Judô Pissarra, Hinodê Santo André, Associação ADVIG, Associação Penha de Judô, Associação Tremembé, Associação INV, Associação de Judô Vila Sônia, Judô Alta da Lapa, Ribeirão Pires Futebol Clube, Clube Atlético Ta-

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MARCELO LOPES

boão da Serra, Judô Santa Mônica, Judô Taboão (São Bernardo), Academia de Judô Pires (Tatuí), Associação de Judô Franco da Rocha e Associação de Judô Colossus. A locução do evento esteve a cargo de Antônio Greco, e a mesa de honra reuniu kodanshas, autoridades e dirigentes esportivos, entre eles Rubens Pereira, dirigente da FPJMSM, que é 6º dan; Antônio José dos Santos, diretor de arbitragem da FPKMSM; Edgar Magalhães Pereira, árbitro da FPJ, que é 6º dan; Rubinho Pereira, diretor da FPMSM; Nelson Onmura, 6º dan; Jaime Roberto Bragança; José Raimundo; Gerson Bortollozi; Edson Puglia, coordenador de judô do Colégio Amorim; Paulo Sérgio Craveiro, do Judô Taboão; Antônio Tenório, judoca paralímpico detentor de quatro ouros e um bronze em Olimpíadas Paralímpicas; Luíza Araújo, medalha de prata na Paralimpíada de Londres; e João Teodoro Pereira, do Cube Esportivo da Penha, judoca máster mais antigo de São Paulo. Em seu pronunciamento de abertura, Ru-


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bens Pereira falou sobre a iniciativa de realizar um evento para a classe paralímpica. “A toda hora vemos o excelente desempenho dos atletas paralímpicos que conquistam diversas medalhas para o Brasil nas mais diversas competições, mundo afora. Mas nunca vemos ninguém promovendo competições específicas para a classe que mais medalhas traz para o Brasil. Inovamos, e esta experiência foi excelente. Na medida do possível, em breve deveremos criar eventos exclusivos para esta classe, visando a fortalecer cada vez mais o judô paralímpico brasileiro.”


CLASSIFICAÇÃO FINAL Masculino

Pesado

M1

1º Luís Gustavo - Pissarra

Ligeiro

2º Gilberto Tadeu - Pissarra

1º Cristian Cesário - Moacyr

3º Andre Roberto - Pissarra

2º Wagner Moraes - Moacyr

3º Luan Basto - Pissarra

3º Leandro Bueno - Pissarra

M4

3º Marcelo Grande - Tremembé

Leve

Leve

1º Paulo castelhano - Hinodê

1º Denis Rosa - ADVI

2º Edson Marques - Pissarra

2º Rayfran Mesquita - Moacyr

3º Alexandre Carvalho - GAD

3º Ricardo de Oliveira - Moacyr

3º Clodoaldo dos Santos - GAD

3º Marco Maciel - Tremembé

Meio-pesado

Meio-médio

1º Edivaldo Fazolari - Mito

1º Wanderson Porfirio - Moacyr

2º Marcos Roberto - Tremembé

2º Mauro Gersoni - Hinodê

3º Yuri Gomes - Mito

3º André Ribeiro - Moacyr

3º Reinaldo Taira - Hinodê

3º Mário Barcelos - INV

Absoluto

Meio-pesado

1º Bage Hayek - Moacyr

1º Humberto Alonso - Moacyr

2º Cristian Cesário - Moacyr

2º Wellington do Prado - Moacyr

3º Wanderson Porfirio - Moacyr

3º Roberto Carlos - INV

3º Luiz Augusto – Pissarra

3º José Paulo – Hinodê

Feminino

Pesado

F1

1º Everton Shizido - Tremembé

Leve

2º Ciro Lima - Pissarra

1º Erica Rosimeire - Pissarra

3º Marcio Nortival - Hinodê

2º Fernanda Bernardo - Hinodê

3º Júlio Andrade - Tremembé

3º Leila Silva - Tremembé

M2

3º Lindinalva Oliveira - Pirituba

Meio-pesado

F2

1º Bage Hayek - Moacyr

Leve

2º André Valim - Hinodê

1º Isabel Regina - Pissarra

3º Renato Castelhano - Hinodê

2º Edimilza Jesus – Tremembé

3º Júlio Cesar - Moacir

3º Elaine Almeida - Pissarra

M3

3º Sandra Nogueira – GAD

Meio-pesado

Absoluto

1º Wagner Valentim - Penha

1º Lucia da Silva - Moacyr

2º Nilson Piffer - Hinodê

2º Isabel Regina - Pissarra

3º Adilson Barbin - GAD

3º Priscila de Paula - Moacyr

3º Paulo Faria - GAD

3º Renata Molina - Moacyr


BRASILEIRO

MÁSTER

SOFRE COM ACÚMULO DE TORNEIOS

POR PAULO

PINTO

| FOTOS REVISTA BUDÔ

Mais uma vez a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) negligenciou a categoria grand master, marcando a data do campeonato brasileiro na última hora, após a realização dos torneios pan-americano e sul-americano e poucas semanas antes do campeonato mundial em Abu Dhabi. Santo André (SP) – Com o apoio da Federação Paulista de Judô (FPJ) e do Governo do Estado de São Paulo, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) realizou o campeonato brasileiro de veteranos individual, por equipes e de kata no dia 2 de novembro, no Ginásio de Esportes Noêmia Assunção, em Santo André. A competição reuniu 324 atletas (106 no kata e 218 no shiai) dos Estados de São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro e do Distrito Federal, que disputaram medalhas do M1 ao M8, na modalidade shiai, enquanto a competição do

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kata contemplou disputas de nage-no-kata, ju-no-kata, katame-no-kata, kime-no kata e kodokan-goshin-jutsu. Por ser o berço do judô verde e amarelo, tradicionalmente São Paulo apresenta um número de atletas muito superior ao dos demais Estados, porém, nesta edição a diferença foi exorbitante, e a razão disso é a falta de seriedade da CBJ na gestão do judô grand master, definindo mais uma vez a data e o local desta competição na última hora. Com isso, grande parte dos judocas másteres não teve tempo hábil para organizar-se e inscrever-se no torneio.

Assistiram à cerimônia de abertura várias autoridades esportivas, entre as quais delegados regionais, kodanshas e membros da diretoria da FPJ. Compuseram a mesa de honra: Alexandro Puglia, Joji Kimura, Dante Kanayama, Waldir Melero, Adib Bittar Júnior, Gerardo Siciliano, Alcides Camargo, Antônio Carlos Mesquita, Nelson Onmura, Odair Borges, Rubens Pereira, Antônio Honorato de Jesus, Takeshi Nitsuma, Júlio Jacopi, Luís Alberto dos Santos, Celestino Seiti Shira, Rioiti Uchida, Gildemar de Carvalho, Yoshiyuki Shimotsu, Roberto Gaspar e Milton Correia.


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disputa bastante forte, com os principais atletas de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais, mas sentimos falta dos judocas do Norte e Nordeste e dos demais Estados que costumam participar da competição. O judô máster cresceu muito em volume e qualidade, mas ainda não está no ponto ideal. Hoje a FPJ presta grande apoio à categoria, assim como a CBJ, que finalmente está um pouco mais presente. Com isso estamos trazendo cada vez mais as nossas famílias para o ambiente do judô.” Clóvis Koji Kuno, engenheiro e judoca do Colégio Bom Jesus, de Curitiba, fez três lutas, venceu todas por ippon e sagrou-se campeão meio-leve do M4. “Treino e atuo como voluntário no dojô do Colégio Bom Jesus, mas aos sábados fazemos um treino máster na Sociedade Morgenau, onde um grupo cada vez Como ocorre tradicionalmente após a execução do hino nacional, José Jantália, o mestre de cerimônias dos eventos da FPJ, convidou os árbitros para a realização do rei-ho inicial, que foi executado pelo professor Rafael Lazareff, da 9ª Delegacia Regional do ABC. A partir desse momento o evento foi conduzido pelo jornalista santista José Aquino, que fez a locução de toda a premiação. O grand máster atingiu maturidade e atrai hoje grandes nomes do judô brasileiro, que buscam medalhas também nesta categoria. E pelos tatamis das seis áreas montadas no Ginásio de Esportes Noêmia Assunção desfilaram judocas com muita qualidade, sendo que alguns se destacaram pela técnica refinada e excelente preparo físico. Entre eles estava Marcelo Costa Camargo, da Associação Mata Sugizaki, de Botucatu, campeão meio-médio do M1. Outro destaque foi Bráulio Borges Barbosa, da Associação Kaizenkan, do Espírito Santo, campeão médio do M6. Outro gigante em Santo André foi Marco Aurélio Trinca, atual campeão mundial, que mostrou excelente preparo faturando o ouro do médio no M4. Quem sobrou nos tatamis e está voando no M4 é Acácio Lorenção, judoca do Grêmio Barueri, que foi campeão do meio-pesado. Finalizamos os destaques desta edição do brasileiro máster com Bahjet Rached Said El Hayek, o Bagé. O judoca da Associação Moacir de Judô, da Mooca, defendeu Santa Catarina e mais uma vez mostrou técnica apurada e um preparo físico bem acima da média, nesta categoria.

Destaques Grand Masters 2013 Affonso Jorge Carvalho, atleta do Clube Paineiras do Morumby e diretor da Associação Grand Master do Brasil, fez dois combates para sagrar-se campeão meio-médio do M3, e após a premiação avaliou a competição positivamente. “Acho que tivemos menos inscritos em função da proximidade de vários campeonatos importantes, mas mesmo assim foi uma

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maior de másteres treina forte todos os fins de semana. Fiz três lutas e ganhei todas por ippon, uma de o-uchi-gari e as outras duas de tai-otoshi.” Natural de Mogi das Cruzes (SP) e radicado na capital paranaense, Koji Kuno falou sobre sua origem. “Vivo em Curitiba há 14 anos, mas nasci em Mogi das Cruzes, e meu sensei foi o experiente kodansha Sethiro Namie, um dos mais ilustres senseis da Região Metropolitana de São Paulo.” O campeão mundial Marco Aurélio Trinca fez quatro lutas e venceu três por ippon. “Joguei a primeira luta de o-uchi-gari; a segunda, de o-goshi; e a terceira, de o-soto-gari. Lutei no peso acima porque estou com dois quilos a mais, e achei que seria uma boa oportunidade para treinar e avaliar meu momento, já que estou com o passaporte carimbado para ir para Abu Dhabi.” Marcelo Costa Camargo, atleta da Associação Mata Sugizaki, de Botucatu, foi campeão meio-médio do M1 e um dos melhores judocas desta edição do certame, vencendo seus quatro combates por ippon. “Meu tokui-waza é o uchi-mata, que apliquei em três delas; outra venci com de-ashi-harai. A cada ano o máster vem subindo tecnicamente, porque antes só o M4, M5 e M6 davam prestigio na categoria. Hoje temos muitos atletas com mais de 30 anos que lutam aqui e em outros torneios, como é o meu caso, e este número elevado de judocas que de certa forma estão na ativa impõe um nível cada vez mais forte à classe.” João Velloza, da Associação Yanaguimori, foi campeão meio-médio do M5 vencendo três lutas. “Venci duas por ippon: a primeira luta foi de tai-otoshi e na segunda encaixei um osae-komi e segurei no chão direto. Estou 100% bem fisicamente porque em minha academia treino com a molecada de 20 a 30 anos, e o preparo físico é o meu grande diferencial.” Bráulio Borges Barbosa, da Associação Kaizenkan, do Espírito Santo, conquistou o ouro no médio do M6. “Fiz duas lutas e venci ambas por ippon: a primeira foi com um

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sumi-gaeshi e a segunda foi de o-uchi-gari.” Recém-chegado do Japão, Bráulio falou sobre sua importante conquista no país do sol nascente. “Neste ano optei por disputar o Torneio Asiático, que tem uma simbologia muito maior para quem é judoca. Competi no peso médio, fui campeão e esta foi uma experiência fantástica, tanto pela competição quanto pelo país e sua cultura espetacular. O campeonato em si é uma disputa em que a técnica é utilizada de verdade, em que o atleta pode usar seu judô. Todos se preocupam em lutar, ao contrário da grande maioria dos competidores de outros locais, que hoje se preocupa em não permitir que o adversário faça seu judô. Lá, cada um faz o seu, e vence o melhor.” Maurício André Cataneo, judoca do Clube Paineiras do Morumby e da Associação Grand Masters, foi campeão meio-pesado do M3. “Fiz três lutas e ganhei uma por ippon, no contragolpe do uchi-mata, e as demais por shido. Este ano a competição foi muito bem organizada e a FPJ está de parabéns. A cidade de Santo André nos ofereceu um ginásio adequado e aconchegante. Apesar do número reduzido de inscritos, acho que o nível técnico foi muito bom. Tivemos grandes lutas e vimos importantes atletas do passado. Estou feliz pelo resultado e com a organização da competição em si, já que ratificou a força e o excelente momento do grand master em nosso País.” Carlos Gaitam, da Associação de Judô Messias, foi campeão meio-médio do M7 fazendo três lutas. “Venci as duas primeiras jogando de seoi-nage. Foram lutas rápidas, mas valeu porque deu para dar uma esquentadinha na máquina. O brasileiro máster está cada vez melhor porque existe hoje uma grande efervescência na modalidade. Acho que São Paulo está isolado na ponta e percebo grande entusiasmo com tudo isso. Infelizmente houve muitos eventos próximos, que esvaziaram um pouco este certame. Acabamos de voltar da Argentina, onde disputamos o pan-americano e o sul-americano, e agora teremos o mundial. Estas competições e o brasileiro aconteceram praticamente no espaço de um mês, e isso acaba sobrecarregando a vida e o orçamento dos atletas. Fiquei surpreso com o excelente

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nível dos argentinos e este crescimento técnico é muito importante para nossa categoria.” José Luiz Lemanczuk Júnior, do Judô Lemanczuk, de Curitiba (PR), venceu três combates para faturar o ouro do médio no M3. “Participo do brasileiro desde 2006 e esta competição tem sempre um ambiente muito agradável. É muito gratificante competir com professores e atletas que disputam medalhas num clima diferenciado, fundamentado no respeito mutuo e na amizade. É muito gostoso poder competir com esses atletas veteranos. Sou técnico de minha equipe e também da seleção paranaense, mas é muito mais fácil lutar do que atuar como técnico, porque fico muito mais tranquilo. Sofremos mais com a piazada porque, de fora, vemos os erros da competição e temos vontade de entrar no shiai-jo para corrigi-los, mas isso não é possível.” Mais uma vez Sumio Tsujimoto, o lendário judoca paulistano, subiu no degrau mais alto do pódio após vencer espetacularmente suas três lutas por ippon. E, depois de receber a premiação, o kodansha que havia prometido não mais jogar ninguém de uchi-mata explicou por que quebrou a promessa. “O pessoal facilitou muito. Já faz tempo que estou usando

mais tai-otoshi e de-ashi-harai, mas os adversários afastaram demais as pernas, e aí não teve jeito: tive de entrar.” Sobre sua eventual ida para o mundial em Abu Dhabi, Sumio explicou que este tipo de competição já está fora de seus planos. “Não tenho mais a pretensão de disputar mundiais. Este ano disputei a Copa São Paulo, o paulista e o brasileiro, e venci todos sem uma carga excessiva de treino. Mas um mundial demandaria um preparo muito maior.” Bahjet Rached Said El Hayek, o Bagé, judoca da Associação Moacir de Judô, da Mooca, foi campeão do leve no M2. “Fiz três lutas no individual e uma por equipe, sendo que as duas primeiras venci de ippon com de-ashi-harai; na terceira luta joguei de tai-otoshi; e a quarta luta – a final do equipe – ganhei de shido.” O judoca paulistano, que foi convidado para representar o Estado de Santa Catarina na competição por equipe, ainda fez sua avaliação da competição. “Esta edição do brasileiro apresentou um nível bom, mas faltou muita gente de qualidade porque o calendário não ajudou. Mais uma vez juntaram o brasileiro, sul-americano, pan-americano, mundial e ainda tem uma turma que está competindo no

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Quebec Open. Como sempre ocorre, faltou planejamento e esqueceram que os atletas necessitam de um pouco mais de tempo entre as competições. Somos da classe veteranos, mas todo mundo trabalha, tem compromissos, e estes certames têm um custo relativamente alto, já que as competições são realizadas simultaneamente em vários continentes.” Acácio Valdemar Lorenção, judoca do Grêmio Barueri (SP), foi campeão do meio-pesado no M4. “Conquistei o ouro fazendo apenas duas lutas. A primeira foi um ippon que joguei de harai-goshi, já a segunda foi por shido.” O judoca, que vai defender o Brasil em Abu Dhabi, também avaliou o certame. “Este ano tivemos um nível médio, já que faltou muita gente boa. Na minha categoria tivemos poucos atletas e a competição não ajudou em meu preparo para o mundial. Felizmente o time de Barueri é fortíssimo e até a competição estarei 100% pronto. Vou aos Emirados acreditando na vitória e focado no ouro.” Lorenção falou sobre seu desempenho na temporada. “Fui campeão pan-americano e vice no sul-americano em Buenos Aires. Ambas as competições tiveram um nível técnico razoável. O judô máster vive um momento excelente, e eu também estou muito bem. Ganhei quase tudo este ano: a Copa São Paulo, o brasileiro e o pan-americano. Ainda fui

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prata no sul-americano e bronze no paulista. Apesar de estar no último ano do M4, devo grande parte dos meus resultados ao meu preparador físico, Luciano Mateus, e ao Barbosa, meu técnico no Grêmio Barueri. Ambos são excelentes profissionais e proporcionam ótimos resultados em meu preparo.”

Dirigentes avaliam o certame Joji Kimura, diretor técnico da Federação Paulista de Judô, ficou satisfeito com o desempenho de toda a equipe técnica da FPJ. “Saímos daqui com a certeza do dever cumprido. Acho que foi um evento muito bom, no qual vimos o Estado de Santa Catarina campeão da competição por equipe. No individual

o Rio de Janeiro foi o grande campeão, já que, devido ao volume enorme de atletas de São Paulo – e como bons anfitriões –, não poderíamos figurar na contagem geral de pontos. Acredito que o judô máster vem crescendo de forma surpreendente, e quero destacar que isso contribui sobremaneira para o envolvimento social de familiares e atletas desse contingente enorme de professores que estão voltando ao shiai-jo.” O dirigente paulista falou sobre as inovações que vêm por aí. “Já terminamos o calendário de 2014, e provavelmente após o exame de graduação vamos divulgar a programação da próxima temporada, que ficou bem mais equilibrada. A Copa São Paulo será a abertura oficial e na sequência virão os campeonatos regionais realizados por nossas 16 delegacias. As mudanças planejadas deixarão o judô pau-

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lista muito mais competitivo, e uma dessas alterações será a realização dos cursos técnicos de forma itinerante. Além do trabalho desenvolvido nos sete centros de excelência do Estado, estaremos levando os cursos que antes eram realizados apenas na capital para todas as regiões. Esta mudança certamente dará maior equilíbrio ao judô paulista.” Joji Kimura também comentou a menor participação dos másteres nesta edição do brasileiro. “Acho que devemos repensar, inovar e realizar este evento de forma mais bem planejada. Recebemos várias solicitações de outros Estados que queriam participar, mas foi tudo muito em cima da hora. Muitos atletas pediram que fizéssemos um planejamento com maior antecedência. Tivemos algumas divergências de projetos, por conta até de não termos autonomia sobre este certame, que tem a chancela da CBJ. Precisamos fazer um acordo que nos permita estudar o calendário continental e mundial desta classe. O professor Alessandro já nos adiantou que está negociando com a CBJ para trazer este evento para São Paulo em 2014, e se isso for confirmando poderemos planejá-lo com oito meses de antecedência. Levando em conta toda a logística que um evento deste nível demanda, se tivermos sucesso na negociação com o departamento técnico da CBJ, acredito que na próxima temporada teremos um número recorde de judocas inscritos.” Alessandro Puglia, presidente da FPJ, já pensa na competição de 2014. “Fechamos a realização deste evento em São Paulo muito perto de sua realização, e isto gerou uma série de dificuldades para os atletas de todo o País, que dependem de voos e reservas em hotéis. Disponibilizamos o Centro de Aperfeiçoamento Técnico (CAT) para alojar os atletas que preferissem este tipo de acomodação, mas o pouco tempo para organizar tudo acabou criando algumas dificuldades. Já estamos com o calendário de 2014 pronto, e na próxima semana pediremos ao presidente da CBJ para sediarmos esta competição. Se tudo der certo, os judocas másteres terão um ano para planejar a participação no certame.” O presidente da FPJ ainda destacou a boa fase da categoria. “O momento do judô grand master é excelente, mas sabemos que o sucesso de todos os eventos passa obrigatoriamente pela qualidade do serviço prestado na realização da competição. Pelo nível do máster paulista, acho que temos obrigação de fomentar o desenvolvimento desta categoria e já fazemos isso incluindo o judô grand master em três competições do nosso calendário: Copa São Paulo, Torneio Beneméritos e Paulista Máster. A realização do brasileiro nos permitiria manter a média de um evento a cada quatro meses para a categoria. São Paulo reúne plenas condições para fazer uma grande competição para a classe máster de todo o País, e esta é a nossa proposta para 2014.”

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CLASSIFICAÇÃO FINAL Feminino

2º Rodrigo Braiani – SP

Pesado

3º Vagner Sandes - SP

Leve

Master 1

3º Ronaldo E. Gomes - SP

1º Leonardo Arashiro - SP

3º Jean M. Magnin - PR

1º Reginaldo de Melo - SP

Meio-leve

3º João C. Ramos - SC

2º Victor Hugo dos Santos - PR

Meio-médio

2º Joaquim Porto Neto - DF

1º Lilian Terada – SC

Meio-médio

3º Arnaldo Perrenoud N. - SP

1º Franco V. Gatto - SP

Meio-médio

2º Fabiola Valente - SP

1º Marcelo Camargo - SP

3º Luiz A. Fossatti - MG

2º Jorge Ferreira Jr - PR

1º Paulo Ferreira - SP

Leve

2º Everton Ambrosio - SP

Master 3

3º Vicente P. Cardozo - SP

2º Delfin Dias - RJ

1º Lucia Araújo - SP

3º Daniel Meneses - SP

Ligeiro

3º Marcelo Marino - SP

3º Carlos A. Ardito - SP

2º Larissa Silva - SP

3º Júlio Cesar Jacopi - SP

1º Gleyson Ribeiro Alves - MG

Médio

Médio

Meio-médio

Médio

2º Alexandre A. Nogueira - SP

1º Marco A. Trinca - SP

1º Braulio Barbosa - ES

1º Vanessa C. Billard - SP

1º Tiago A. Leite - SP

3º Paulo S. Miranda - BA

2º Sergio Gomes - SP

2º Wilson Beck - SP

2º Munique C. Camargo - SP

2º Willian Oliveira - SP

Meio-leve

3º Sergio A. Coltre - SP

Meio-pesado

Médio

3º Rinaldo A. Cardoso - SP

1º Leandro U. Borges - SP

3º Marcio Carvalho - RJ

1º Pedro Ribeiro - SP

1º Claudia Sclaffani - SP

3º Robson Jota - SP

2º Roberto Teixeira - SP

Meio-pesado

Pesado

Meio-pesado

Meio-pesado

3º Newton Modesto - SP

1º Acácio V. Lorenção Jr. - SP

1º Niverci Ferreira - SP

1º Kelly C. Silva - SP

1º Romiro S. Ribeiro - SP

3º Ricardo Inoue - SP

2º Walter Shima - PR

Master 7

2º Angélica M. Silva - SP

2º Rafael Facanali - SP

Leve

3º Wilson R. Alves - SP

Ligeiro

Master 2

3º Marcio T. Suzuki - SP

1º Cesar Oliveira Rocha - SP

Pesado

1º Sergio Honda - SP

Médio

3º Raul dos Santos Jr - SP

2º Willy A. Schneider - RS

1º Marcelo Denardi - SP

Meio-leve

1º Beatriz Watanabe - SP

Pesado

3º Jose Goncalves - SP

2º Edson S. Sakai - SP

1º Hamilton de Moraes - RJ

2º Adriana Dias - SP

1º Josué Bragança Jr. – SP

3º Hostilio Oliveira Jr - PR

3º Antônio M. Lega - SP

Leve

3º Kelly C. Miranda - SP

2º Fabio Nora - SP

Meio-médio

3º Adilson Galhardo- SP

1º Ormindo Gomes - RJ

Pesado

3º Sidney S. dos Santos - SP

1º Affonso J. Carvalho - SP

Master 5

Meio-médio

1º Viviane Domingues - SP

3º Carlos E. Modesto - SP

2º Marcio Lessa - RJ

Meio-leve

1º Carlos H. Gaitam - SP

Master 3

Master 2

3º Joao Gonçalves - SP

1º Juarez Costa - RJ

2º Wanderley Ferreira - SP

Médio

Ligeiro

3º Rodrigo J. de Moura - PR

2º Julio Kawakami - SP

Pesado

1º Claudinea Teixeira - SP

1º Rubens da Costa F. - SP

Médio

Leve

1º Jose V. Mendes - SP

Meio-pesado

2º Ederson Ramos - SP

1º Jose L. Lemanczuk Jr - PR

1º Carlos Peres - SP

Master 8

1º Maura P. Moreira - SP

3º Jose L. Guitte Neto - SP

2º Vagner V. Pereira - SP

2º Demétrio K. - SP

Leve

Pesado

Meio-leve

3º Rogerio Shinobe - SP

3º Pedro L. Fernandes - SP

1º Morihiro Shiroma - SP

1º Rogéria Cozendey - SP

1º Álvaro Borges Jr - SP

3º Lucas Fugikawa - SP

3º Alexandre Mendes - SP

Meio-médio

Master 4

2º Leandro Salomão - SP

Meio-pesado

Meio-médio

1º Irahy Tedesco - SP

Meio-leve

3º Alberto H. Assano - SP

1º Mauricio A. Cataneo - SP

1º Joao Velloza - SP

2º Kiichi Watanabe - SP

1º Sandra B. Silva - SP

Leve

2º Luiz E. Tomilhero - SP

2º Hélio Guengi Itto - SP

Meio-pesado

Leve

1º Bahjet Hayek - SC

3º Mario R. de Marchi - SP

3º Carlos C. Gravina - SP

1º Luís Pereira - SP

1º Edneia Carvalho - SP

2º Ronaldo Rocha - SP

3º Cristiano Scholze - PR

3º Hidehiro Obata Junior - MG

Meio-médio

3º Alessandro Santiago - SP

Pesado

Médio

1º Rosangela de Oliveira - SP

3º Marco A. Teixeira - RJ

1º Kleber Ap. Tome - SP

1º Wagner A. Vettorazzi - SP

Médio

Meio-médio

2º Ricardo Simões - SP

2º Douglas Camargo - SP

1º Ednaura Prates - SP

1º Sandro J. Borges - SC

3º Marcos F. da Silva - SP

Meio-pesado

Masculino

2º Marcelo Fontes - SP

Master 4

1º Erasmo Luís Firmino – SP

Master 1

3º Milton Marques - SP

Ligeiro

2º Claudio Calasans - SP

Ligeiro

3º Salatiel Barbosa - DF

1º Antonio G. Simão - BA

Pesado

1º Cristian Cesário - SP

Médio

2º Júlio Kazuya Fujita - PR

1º Beni Waiswol- SP

2º Igor Ferreira - SP

1º Peterson de Mello - SP

3º Sidnei de Andrade Peres - SP

2º Paulo A. Bartz - PR

3º Sidnei Paris Jr - SP

2º Maciel Martins - SP

Meio-leve

Master 6

Meio-leve

3º Luciano Fernandes - SP

1º Clovis Koji Kuno - PR

Ligeiro

1º Claudio H. Tateama - SP

3º Giovani Alves - SC

2º Mitsuo Luiz Tengan - SP

1º Sumio Tsujimoto - SP

2º Filipe Y. Terada - SC

Meio-pesado

3º Rogerio Zeferino - SP

2º Luiz Carlos Moreira - SP

3º Marcus H. Bastazini - SP

1º Wilson Caldeira - SP

3º Sergio Kazuo Noda - SP

3º Clarindo Rodrigues - SP

3º Sidney de Lima - SP

2º Cleber Dib - SP

Leve

Meio-leve

Leve

3º Evilásio Martins - SP

1º Paulo R. Castelanos - SP

1º Francisco Maciel F. - RJ

1º Eduardo S. Russo - PR

3º Francisco T. Tiba - SP

2º Carlos Salto Neto - SP

2º Edson Bertolli - SP

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CAMPEONATO BRASILEIRO DE KATA CLASSIFICAÇÃO JU NO KATA CLASSE: YUDAN MASCULINO CLAS

DUPLA

ESTADO

ESTADO

TOTAL

1

TORI

WAGNER TADASHI UCHIDA

SÃO PAULO

UKE

PAULO ALVES FERREIRA

SÃO PAULO

482

2

TORI

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

SÃO PAULO

UKE

GABRIEL PINTO NUNES

SÃO PAULO

441

3

TORI

LEONARDO YAMADA

SÃO PAULO

UKE

CAIO KANAYAMA

SÃO PAULO

439

4

TORI

MAURICIO KAWAHARA

SÃO PAULO

UKE

ROBERTO CARLOS

SÃO PAULO

404

5

TORI

EDUARDO GAUDENCIO ADRIANO

SÃO PAULO

UKE

CASSIO SERAFIM

SÃO PAULO

369

CLASSE: YUDAN MISTO DUPLA

ESTADO

1

TORI

RODRIGO GUIMARÃES MOTTA

SÃO PAULO

UKE

ALINE AKEMI LARA SUKINO

ESTADO SÃO PAULO

417

2

TORI

GRACE SILVA

SÃO PAULO

UKE

FERNANDO IKEDA

SÃO PAULO

390

3

TORI

RAFAEL ROSSI

SÃO PAULO

UKE

LARYSSA THABYDA M. SILVA

SÃO PAULO

390

4

TORI

RICARDO EIJI OZAKI

SÃO PAULO

UKE

MARIA AMORIM ANTUNES

SÃO PAULO

373

CLASSE: YUDAN FEMININO

1

TORI

DUPLA

ESTADO

GRACE SILVA

SÃO PAULO

ESTADO UKE

ANA CAROLINE BRAZ

SÃO PAULO

427

CLASSE: DANGAI MASCULINO

1

TORI

DUPLA

ESTADO

ANDRÉ CATANEO

SÃO PAULO

ESTADO UKE

JULIO SHINZO NOMURA

SÃO PAULO

349

CLASSE: DANGAI FEMININO DUPLA

ESTADO

1

TORI

FERNANDA SAWAYA OLIVEIRA

SÃO PAULO

UKE

MARIA CRISTINA RAMADAN

ESTADO SÃO PAULO

376

2

TORI

THAYANI M. DE OLIVEIRA

SÃO PAULO

UKE

MAYARA LIKA OZAKI ARAUJO

SÃO PAULO

272

CLASSIFICAÇÃO KATAME NO KATA CLASSE: YUDAN MASCULINO CLAS

DUPLA

ESTADO

ESTADO

TOTAL

1

TORI

WAGNER TADASHI UCHIDA

SÃO PAULO

UKE

PAULO ROBERTO ALVES FERREIRA

SÃO PAULO

494

2

TORI

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

SÃO PAULO

UKE

GABRIEL PINTO NUNES

SÃO PAULO

463

3

TORI

EDUARDO MAESTÁ

SÃO PAULO

UKE

ROGER TSUYOSHI UCHIDA

SÃO PAULO

461

4

TORI

LEONARDO LUIS VENDRAME

SÃO PAULO

UKE

NELSON EISHIN UETI

SÃO PAULO

453

5

TORI

FABIANO RODRIGO DE BARROS

SÃO PAULO

UKE

ANDERSON LUIZ NEVES DA SILVA

SÃO PAULO

432

6

TORI

ANTONI ACACIO SIMÃO

BAHIA

UKE

VICTOR RENOIR GUIMARÃES

BAHIA

316

CLASSE: YUDAN MISTO DUPLA

ESTADO

1

TORI

ALINE AKEMI LARA SUKINO

SÃO PAULO

UKE

ROGER TSUYOSHI UCHIDA

ESTADO SÃO PAULO

478

2

TORI

GRACE SILVA

SÃO PAULO

UKE

ANDERSON DA SILVA

SÃO PAULO

405

3

TORI

RICARDO EIJI OZAKI

SÃO PAULO

UKE

MARIA CRISTINA A. ANTUNES

SÃO PAULO

382

CLASSE: YUDAN FEMININO

1

TORI

DUPLA

ESTADO

ANA CAROLINE BRAZ

SÃO PAULO

ESTADO UKE

GRACE SILVA

SÃO PAULO

383

CLASSIFICAÇÃO KIME NO KATA CLASSE: YUDAN MASCULINO CLAS

ESTADO

TOTAL

1

TORI

MARCUS MICHELINI

SÃO PAULO

UKE

DIOGO ROCHA COLELA

SÃO PAULO

560

2

TORI

WAGNER TADASHI UCHIDA

SÃO PAULO

UKE

PAULO ROBERTO FERREIRA

SÃO PAULO

546

3

TORI

NELSON EISHIN UETI

SÃO PAULO

UKE

LEONARDO LUIS VENDRAME

SÃO PAULO

505

4

TORI

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

SÃO PAULO

UKE

GABRIEL PINTO NUNES

SÃO PAULO

476

5

TORI

ANTONIO GUIMARÃES SIMÃO

BAHIA

UKE

VICTOR RENOIR GUIMARÃES

BAHIA

269

138

DUPLA

ESTADO


CLASSIFICAÇÃO KODOKAN GOSHINJITSU CLASSE: YUDAN CLAS

DUPLA

ESTADO

ESTADO

TOTAL

1

TORI

MARCUS MICHELINI

SÃO PAULO

UKE

DIOGO ROCHA COLELA

SÃO PAULO

540

2

TORI

RODRIGO GUIMARÃES MOTTA

SÃO PAULO

UKE

WAGNER TADASHI UCHIDA

SÃO PAULO

475

3

TORI

EDUARDO KITADAI

SÃO PAULO

UKE

CAIO KANAYAMA

SÃO PAULO

451

4

TORI

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

SÃO PAULO

UKE

GABRIEL PINTO NUNES

SÃO PAULO

410

5

TORI

ANTONIO GUIMARÃES SIMÃO

BAHIA

UKE

VICTOR RENOIR GUIMARÃES

BAHIA

216

CLASSIFICAÇÃO NAGUE NO KATA CLASSE: YUDAN MASCULINO CLAS

DUPLA

ESTADO

ESTADO

TOTAL

1

TORI

WAGNER TADASHI UCHIDA

SÃO PAULO

UKE

PAULO ROBERTO ALVES FERREIRA

SÃO PAULO

895

2

TORI

ROGER TSUYOSHI UCHIDA

SÃO PAULO

UKE

EDUARDO MAESTÁ

SÃO PAULO

868

3

TORI

FABIANO RODRIGO DE BARROS

SÃO PAULO

UKE

ANDERSON LUIZ NEVES DA SILVA

SÃO PAULO

823

4

TORI

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

SÃO PAULO

UKE

GABRIEL PINTO NUNES

SÃO PAULO

814

5

TORI

NELSON EISHIN UETI

SÃO PAULO

UKE

LEONARDO LUIS VENDRAME

SÃO PAULO

806

6

TORI

CARLOS ALBERTO PEREIRA

SÃO PAULO

UKE

TALUAN NOGUEIRA

SÃO PAULO

680

7

TORI

ANDRE KEITI ASSANO

SÃO PAULO

UKE

ALBERTO HIDEO ASSANO

SÃO PAULO

677

8

TORI

EDUARDO GAUDENCIO ADRIANO

SÃO PAULO

UKE

CASSIO SERAFIM

SÃO PAULO

589

9

TORI

ANTONIO GUIMARÃES SIMÃO

BAHIA

UKE

VICTOR RENOIR GUIMARÃES

BAHIA

559

CLASSE: YUDAN MISTO DUPLA

ESTADO

1

TORI

GRACE SILVA

SÃO PAULO

UKE

ANDERSON LUIZ NEVES DA SILVA

ESTADO SÃO PAULO

801

2

TORI

ALINE AKEMI LARA SUKINO

SÃO PAULO

UKE

PAULO ROBERTO FERREIRA

SÃO PAULO

778

3

TORI

MARIA CRISTINA ANTUNES

SÃO PAULO

UKE

RICARDO EIJI OZAKI

SÃO PAULO

617

CLASSE: YUDAN FEMININO DUPLA

ESTADO

1

TORI

GRACE SILVA

SÃO PAULO

UKE

ANA CAROLINE BRAZ

ESTADO SÃO PAULO

797

2

TORI

ANNE CAROLINE O. NOGUEIRA

SÃO PAULO

UKE

ELLEN CRISTINA RODRIGUES

SÃO PAULO

707

3

TORI

ANA CAROLINA PEREIRA DA SILVA

SÃO PAULO

UKE

RAQUEL SANCHES PALASIO

SÃO PAULO

657

CLASSE: DANGAI MASCULINO DUPLA

ESTADO

1

TORI

VITOR ANTÔNIO BATISTA BOM FIM

SÃO PAULO

UKE

KLINSMAN DIAS DA SILVA

ESTADO SÃO PAULO

690

2

TORI

AIRAM RODRIGUES DA CUNHA

SÃO PAULO

UKE

WELLINGTON LUIZ V. MACHADO

SÃO PAULO

643

3

TORI

VICTOR GABRIEL C. N. FREITAS

SÃO PAULO

UKE

DANILO P. M. DE OLIVEIRA

SÃO PAULO

636

4

TORI

RANIELLI BOBIS GOMES

SÃO PAULO

UKE

SIDNEI ANDRÉ CARVALHO JR.

SÃO PAULO

626

5

TORI

BRUNO HENRIQUE D'ALMEIDA

SÃO PAULO

UKE

DOUGLAS DE ARAUJO FERREIRA

SÃO PAULO

620

6

TORI

JORGE LUIZ GOMES

SÃO PAULO

UKE

PEDRO IEMMA MEIRA

SÃO PAULO

607

7

TORI

PAULO EDUARDO NEPOMUCENO

SÃO PAULO

UKE

GABRIEL GALVÃO MONTEIRO

SÃO PAULO

578

8

TORI

EMILIANO TARSIS DE OLIVEIRA

SÃO PAULO

UKE

ANDERSON NILSON MARIANO

SÃO PAULO

571

9

TORI

BRUNO BORSANI MARTHES

SÃO PAULO

UKE

ALDO GARCIA SANTOS

SÃO PAULO

569

10

TORI

KAYO HENRYQUE D. LOPES

SÃO PAULO

UKE

ANDREI HENRIQUE R. DE SOUZA

SÃO PAULO

546

11

TORI

FELIPPE DOS REIS

SÃO PAULO

UKE

SERGIO MATSUMURA

SÃO PAULO

479

CLASSE: DANGAI FEMININO DUPLA

ESTADO

ESTADO

1

TORI

IVY MENDES VETTORAZZI

SÃO PAULO

UKE

ILUANA SIMÕES HERETH

SÃO PAULO

636

2

TORI

MAYARA LIKA OZAKI ARAÚJO

SÃO PAULO

UKE

THAYANI P. M. DE OLIVEIRA

SÃO PAULO

497

3

TORI

GABRIELA FERREIRA DE LIMA

SÃO PAULO

UKE

STEFANI GARBAL PEREIRA

SÃO PAULO

390

CLASSE: DANGAI MISTO DUPLA

ESTADO

1

TORI

PEDRO IEMMA MEIRA

SÃO PAULO

UKE

THALITA MARÇAL VIANNA

ESTADO SÃO PAULO

635

2

TORI

MAYARA LIKA OZAKI ARAÚJO

SÃO PAULO

UKE

DANILO P. M. DE OLIVEIRA

SÃO PAULO

575

3

TORI

RANIELLI BOBIS GOMES

SÃO PAULO

UKE

STEFANI GARBAL PEREIRA

SÃO PAULO

556

4

TORI

VICTOR GABRIEL C. N. FREITAS

SÃO PAULO

UKE

THAYANI P. M. DE OLIVEIRA

SÃO PAULO

549

5

TORI

GABRIELA FERREIRA DE LIMA

SÃO PAULO

UKE

GUSTAVO SOARES DA SILVA

SÃO PAULO

543


129


Quebec Open. Como sempre ocorre, faltou planejamento e esqueceram que os atletas necessitam de um pouco mais de tempo entre as competições. Somos da classe veteranos, mas todo mundo trabalha, tem compromissos, e estes certames têm um custo relativamente alto, já que as competições são realizadas simultaneamente em vários continentes.” Acácio Valdemar Lorenção, judoca do Grêmio Barueri (SP), foi campeão do meio-pesado no M4. “Conquistei o ouro fazendo apenas duas lutas. A primeira foi um ippon que joguei de harai-goshi, já a segunda foi por shido.” O judoca, que vai defender o Brasil em Abu Dhabi, também avaliou o certame. “Este ano tivemos um nível médio, já que faltou muita gente boa. Na minha categoria tivemos poucos atletas e a competição não ajudou em meu preparo para o mundial. Felizmente o time de Barueri é fortíssimo e até a competição estarei 100% pronto. Vou aos Emirados acreditando na vitória e focado no ouro.” Lorenção falou sobre seu desempenho na temporada. “Fui campeão pan-americano e vice no sul-americano em Buenos Aires. Ambas as competições tiveram um nível técnico razoável. O judô máster vive um momento excelente, e eu também estou muito bem. Ganhei quase tudo este ano: a Copa São Paulo, o brasileiro e o pan-americano. Ainda fui

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CRÔNICA

O CAMINHO DO GUERREIRO POR FERNANDO

Quem é o guerreiro? Qual o seu caminho? Alguns séculos nos separaram do samurai medieval, oprimido entre o cego dever de obediência ao senhor e a morte certa. Mas o Budô que inspirou aquela figura mítica ainda segue vivo entre nós e nos desafia a decifrá-lo. Talvez um bom começo seja possível encontrar na etimologia da palavra, que deriva de dois ideogramas. Um composto da raiz ‘bu’ (em japonês: 武:ぶ), que significa a guerra, ou as artes marciais, e ‘do’ (em japonês: 道:どう), o caminho. A influência do Zen impõe a noção de caminho, mas ainda assim estamos muito distantes de esclarecer o mistério, e certos, antecipadamente, de que ele jamais será integralmente desvendado. Parece inequívoco que a expressão diz respeito aos praticantes de artes marciais ou artes de luta guiadas pelo Zen, e que delas fazem sua razão de viver, inspirando modos de conduta, princípios éticos e demais valores que sustentam o agir de cada um. O restante pertence ao mundo das especulações que, ainda que filosóficas, andejam na difusa atmosfera das abstrações. Um longo caminho percorrido separa aquele samurai prototípico dos séculos XIII a XVI, estando às vésperas da própria morte e sob o peso de todos os anos de sua formação, do praticante moderno que busca retirar do Budô todos os ingredientes que poderão lhe servir para a vida. Essa peregrinação mental parte da natureza do treinamento a que deve estar submetido o praticante, que exige imenso espírito de esforço, titânica determinação, acentuada disciplina e tolerância para com o cansaço e a dor, isso tudo sem contar o que talvez seja o principal, representado pelas emoções vividas e sentidas pelo lutador ante seu oponente. Esse cenário inicial não recomenda a constatação de que o budoka trilhe um caminho hedonista, mas antes ao contrário, tantas são as asperezas que deverão ser defrontadas e vencidas ao longo do trajeto. Embora ideais estéticos estejam presentes nessa caminhada, derivados da beleza do movimento relacionado com a sua eficiência e também certo prazer na sensação do dever cumprido, do esforço despendido e do objetivo alcançado, não é possível antever no caminho do guerreiro, e no seu fim e resultado, o prazer puro ou a egocêntrica afirmação da identidade. Ao revés, do trajeto palmilhado pelo sofrimento, ainda que com realizações, retira-se a sensação de que o pior foi evitado. Parece aqui estar presente a chave para a compreensão do significado do Budô, ou parte dele, na sua acepção moderna, intimamente enraizada em suas origens. Embora, ocasionalmente, possa ter esta dimensão, o Budô, atualmente, não se destina à formação de soldados aptos a desafiarem a morte no campo de batalha. O praticante moderno pretende fazer desses

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“Viver, em si, opõe-se à morte, ainda mais se for a vida dirigida para desafiá-la.” ensinamentos e experiência algo que possa tornar a vida mais tolerável. Ninguém que veja a vida como um jardim verdejante, repleto de surpresas prazerosas, escolheria caminho tão áspero e espinhoso. É da natureza daquele que se dedica às artes marciais reconhecer na existência um desafio estupendo para o qual deve estar preparado; preparado para o pior, antecipar-se à morte como faziam os velhos samurais, mesmo que ela não passe de uma remota expectativa, como se passa com os jovens, que nem por isso deixam de se dedicar às artes da luta, e que, até ao contrário, nesse público encontra a maior parte de seu material humano. Talvez o mistério do Budô esteja justamente no mistério que ele tenta enfrentar: essa evanescência que contamina todas as existências, a finitude de cada trajetória, a consciência dela, a degenerescência a que estamos fatalmente condenados. A dramaticidade de tal constatação não poderia resultar no ser humano outra visão senão a luta. As melhores metáforas são aquelas que explicam a si mesmas. O lutador não luta mais para retirar a vida e seu oponente, até porque, ao tempo em que isso era necessário estava em jogo a própria vida. A luta hoje é mais encarniçada e demorada. O sofrimento não terá mais fim

MALHEIROS FILHO

| FOTO REVISTA BUDÔ

em poucos minutos, quando o corpo do soldado – um ou outro – jazer sem vida no campo de batalha. A luta é mais inclemente e mira o adversário interior, na soma das forças em conflito e que vicejam dentro de cada um. O desafio é mantê-las em atividade e equilibradas, enquanto a consciência desenvolvida pela mortificação do corpo dá conta de compreender aquilo de maior significado: a absurdez da existência. De fato não faz qualquer sentido que nasçamos para um dia morrer. Essa consciência é fonte de constante tormento para qualquer ser humano, que somente encontrará lenitivo no intenso exercício existencial. Viver, em si, opõe-se à morte, ainda mais se for a vida dirigida para desafiá-la. O budoka faz dessa prática o seu caminho. Arrosta a morte com desassombro, desafia o medo que ela inspira, antecipando o desfecho fatal e inevitável. Busca a serenidade no fragor da batalha e compreende que tudo passa, principalmente ele próprio. E aceita que, após passar, jamais poderá retornar, e as marcas que aqui deixar, por mais indeléveis que possam ser, um dia se apagarão. Então o pior foi evitado. Por mais efêmera que possa ser a existência, é melhor dar-lhe um rumo, pô-la em um caminho, ainda que temporário, bálsamo para o que sobrevive e se distingue daqueles que se deixaram passar.

Fernando Malheiros Filho é

Professor de karatê-dô, historiador e advogado, especialista em direito de família e sucessões.



Copa São Paulo Aspirante

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FOTOS REVISTA

BUDÔ

Com disputas nas categorias sub 9, sub 15, sub 18 e sênior, a nova competição do calendário paulista visa a expandir e implementar o desenvolvimento técnico na base do judô estadual. São Bernardo do Campo (SP) – A diretoria técnica da Federação Paulista de Judô (FPJ) saiu do lugar comum e criou a Copa São Paulo Aspirante, torneio que proporciona nova oportunidade de preparo e condicionamento técnico aos judocas da base. A competição realizou-se no dia 14 de setembro, no Poliesportivo Municipal de São Bernardo do Campo, Ginásio Adib Moysés Dib, e teve a participação de quase 900 atletas da divisão aspirante do Estado de São Paulo. A competição foi precedida por uma apresentação exuberante de taikô, formado por mais de 30 componentes, que emocionou atletas, dirigentes e o público presente. Alessandro Puglia, presidente da FPJ, explicou quais são os propósitos deste novo evento do calendário da FPJ. “A Copa São Paulo Aspirante é fruto da solicitação dos professores do Estado de São Paulo, e a proposta básica do evento é criar mais uma competição que movimente a base do judô paulista, já que no segundo semestre quase não temos torneios que atendam à necessidade de treinamento e competição desta classe. Nossa expectativa é receber aqui entre 800 e 900 judocas e, além de todo o intercâmbio que a competição vai proporcionar, espero que todos

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possam divertir-se bastante aqui, hoje.” Entre as autoridades presentes na abertura da competição estavam os kodanshas Takeshi Nitsuma, Alcides Camargo, Antônio Honorato, Rioiti Uchida, Valdir Melero, Belmiro Boaventura, Hisato Yamamoto, Sator Hirakawa e Nelson Onmura. Completaram a mesa de honra Alessandro Puglia, presidente da FPJ; Chico do Judô, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); Joji Kimura, diretor técnico da FPJ; Dante Kanayama, diretor de arbitragem da FPJ; e Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJ. Joji Kimura deu uma boa notícia a todos os competidores. “Quero iniciar agradecendo aos professores que sempre dão sugestões importantes a nossa administração. Queremos dar ênfase ao crescimento e ao fortalecimento dessa divisão e decidimos que todos os campeões e vice-campeões desta edição da Copa São Paulo Aspirante estão automaticamente classificados para o Campeonato Paulista Aspirante, que se realizará no dia 5 de outubro, na cidade de Mogi das Cruzes. Esta foi mais uma sugestão feita por vários professores do Estado, que foi acatada por nossa comissão técnica.” Em seu discurso de abertura, Alessandro Puglia prometeu expandir o número de eventos no calendário anual da FPJ. “Este é o

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primeiro de vários campeonatos que faremos dessa classe. Nossa proposta é promover um número cada vez maior de competições para todas as categorias, e isso passa pelo aspirante. Esse campeonato segue os moldes da Copa São Paulo, que já é realizada tradicionalmente no início da temporada, e tenho certeza de que gradativamente ela atingirá o mesmo sucesso.” O último palestrante da abertura foi Chico do Judô, vice-presidente da CBJ, que enfatizou a qualidade do judô paulista. “Quero parabenizar o Alessandro Puglia e a diretoria técnica da FPJ pela criação desse novo evento para o judô de São Paulo. O judô do nosso Estado não é apenas o maior, ele é o melhor, e a criação de eventos como a Copa São Paulo Aspirantes ratifica esta afirmação.” O dirigente cumprimentou dirigentes como José Jantália, Valdir Melero e Dante Kanayama, pela qualidade do serviço que prestam para a FPJ e toda a comunidade. Chico do Judô finalizou seu discurso cumprimentando todos os pais que compareceram ao evento. “Estamos vendo as arquibancadas praticamente tomadas pelos familiares dos atletas que competirão, e quero parabenizar todos os pais que aqui estão acompanhando seus filhos nas competições. Esta é uma grande demonstração de carinho,


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companheirismo e dedicação. Isso mostra a preocupação, a responsabilidade e o cuidado que todos vocês têm para com seus filhos e com a família.” Como sempre, a locução da abertura foi feita por José Jantália, vice-presidente da FPJ, enquanto a locução da premiação ficou a cargo de Luiz Aquino. Atuaram no certame 28 árbitros, sob o comando de Dante Kanayama, diretor de arbitragem da FPJ, que convidou o sensei Roberto Fukujima para fazer o rei-ho inicial.

Minuto de silêncio pelo falecimento de Tomi Ogawa Na sequência foi feito o compromisso do atleta, seguido pelo mokusô e um minuto de silêncio pela morte de Tomi Ogawa, esposa do falecido sensei Matsuo Ogawa, único filho de Ryuzo Ogawa. Matsuo auxiliou seu pai na administração da Associação Budokan Brasileira de Judô, a maior escola de judô do nosso País, que chegou a ter dezenas de filiais espalhadas em quase todos Estados. Os senseis Hatiro Ogawa e Hitoshi Ogawa formam a terceira geração da família de imigrantes que iniciou a saga mais importante do judô sul-americano, no dia 23 de abril de 1934, quando sensei Ryuzo Ogawa, aos 52 anos e portando o 5º dan, juntamente com sua esposa Toku Ogawa, vieram para o Brasil a bordo do navio Hawai Maru.

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Aprovação total Nos tatamis entrevistamos vários técnicos e professores, que foram unânimes na aprovação deste novo evento para a base do judô paulista, e um dos técnicos mais animados com a nova competição foi Paulo Pi, de Atibaia. “Praticamente todos os eventos do calendário oficial das categorias de base eram realizados no primeiro semestre e, com a Copa São Paulo Aspirantes, temos mais um grande evento que lá na frente agregará mais qualidade às equipes da base do nosso Estado.” Outro professor bastante animado com o novo certame foi Rogério Quintela, de Ribeirão Preto. “É muito comum falarmos em intercâmbio técnico, quando o assunto é rendimento ou seleção brasileira, mas não vemos este mesmo pensamento na base. A Copa São Paulo Aspirante vem preencher esta lacuna e tenho certeza de que este evento crescerá a cada ano, já que proporcionará intercâmbio para os judocas que mais precisam aprender.” Outro sensei que vibrou com esta iniciativa foi Celso Tochiaki Kano, do Clube Recreativo de Judô Terazaki, de Suzano. “Agora teremos um calendário mais elástico no que diz respeito à base. No segundo semestre temos muitos eventos de clubes e associações, e um evento oficial que é classificatório para outra competição da FPJ abre novas perspectivas para professores e atletas.”

Camisetas para todos os atletas Antes do início dos combates, a Federação Paulista de Judô presenteou todos os atletas inscritos na competição com uma camiseta personalizada do evento, o que alegrou muito toda a garotada. Joji Kimura explicou a razão desta premiação. “Na verdade, este certame é um marco no calendário de eventos da FPJ e achamos por bem premiar todos os atletas com uma lembrança, já que eles são a razão de tudo que estamos fazendo hoje, aqui.”

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CLASSIFICAÇÃO FINAL Feminino

3º Julia Vieira - SESI - Votorantim

3º Lucimar Ferreira - Assoc. Moacyr

Sub 9

Pesado

3º Angelita Mandolini - Bauru Judô

Super-ligeiro

1º Amanda Souza - SEDUC P. Grande

Pesado

1º Vitoria Peres - ADREARMAS

2º Danielle Ferreira - Assoc. Irmãos Ribas

1º Caroline Alves - Grêmio Cubatão

2º Caroline Morales - Assoc. Vila Carrão

3º Giovanna Prato - São Paulo F. C.

2º Dulcineia Prates Luz - SEMEL Francisco

3º Agatha Cassari - C. A. Tremembé

3º Natalia Barbosa - Assoc. Aleixo

3º Jacqueline Jaceguai – C. A. Taboão

3º Vitoria R. Santos - Assoc. Mercadante

Sub 18

3º Mayara C. Rodrigues - D.E.R.L.A / Aguai

Ligeiro

Ligeiro

Masculino

1º Rafaella Nery - Assoc. Nery

1º Desiree Ferreira - Assoc. Spessoto

Sub 9

2º Marianna Mulari - A. Barão de Mauá

2º Mariane Novais - Assoc. Irmãos Ribas

Super-ligeiro

3º Evelyn K. Shimabukuro - Assoc. Santa Isabel

3º Caroline Soares - Liga do Litoral

1º Kevim M. Aquino - Judô Pissarra

3º Maria I. Ramos - Judô Terazaki

Meio-leve

2º Raul H. Pissarra - Judô Pissarra

Meio-leve

1º Marcela L. Colferai - Vila Souza A. C.

3º Enzo Zanini - A. Barão de Mauá

1º Gabriela de Melo - Judô Piçarra

2º Maria J. Prado - Morada do Sol

Ligeiro

2º Rafaela F. Oliveira - Assoc. Itapira

3º Heloysa Flores - Círculo Militar SP

1º Cauã Yuta Yokota - Assoc. Araçatuba

3º Melissa K. Shirasu - Palmeiras/Mogi

3º Karoline Lopes - Academia Tayoba

2º Murilo Albuquerque - Assoc. Ibiunense

3º Thamiris V. Lima - Assoc. Itapira

Leve

3º Kauan Matos - Judô Pissarra

Leve

1º Estefani Oliveira - SEMEL Francisco

3º Allan Bandeira - Judô Terazaki

1º Samara Rodrigues - A. Fábrica de Campeões

2º Ana Julia Katsumata - Assoc. Alto da Lapa

Meio-leve

2º Ana Laura de Paulo - Assoc. Mercadante

3º Ana Flavia Magora - D.E.R.L.A / Aguai

1º Guilherme Shimada - Palmeiras/Mogi

3º Ana Julia Julian - Assoc. Mercadante

3º Jessica P. Santos - Judô Adriana Bento

2º Matheus Nunes - Assoc. Guararapes

Meio-médio

Meio-médio

3º Iago Ap. Santos - Assoc. Pessoa

1º Anna E. Maciel - Assoc. Itapira

1º Maria G. Dias - C. I. de Regatas

3º Nickolas M. Torres - Assoc. Kyoei

Meio-pesado

2º Bruna Botelho - SEMEL Francisco

Leve

1º Isabela Tannus - Assoc. Vila Sônia

3º Sthefany G. Souza - SEDUC P. Grande

1º Ernane Ferreira - ADPM-Reg. S.J.C.

Pesado

3º Maria V. Schiaffino - SEMEL Francisco

2º Humberto K. Nakamura - Assoc. Pessoa

1º Giullia Porto - Assoc. Mercadante

Médio

3º Fernando Machado - Pirituba F. C.

Sub 15

1º Adrielly C. Silva - Assoc. Ichikawa

3º Caio Nascimento - Assoc. Mercadante

Super-ligeiro

2º Camila Vieira - SESI - SP

Meio Médio

1º Pamela C. Santos - Judô Adriana Bento

3º Lavinia M. Santos - Judô Piçarra

1º Francisco Gorgulho - Paineiras do Morumby

2º Luiza Catalano - Círculo Militar SP

3º Maria Lemes - Assoc. Judô na Faixa

2º Thiago Motta - Palmeiras/Mogi

Ligeiro

Meio-pesado

3º Leonardo Araujo - Assoc. Umino

1º Isabella Damaceno - SEDUC P. Grande

1º Mayara M. Prudêncio - SEDUC P. Grande

3º Caua Camargo - Assoc. Umino

2º Ana C. da Silva - SEDUC P. Grande

2º Mariana de Oliveira - Clube Penha

3º Erick Oliveira - Assoc. Mercadante

Meio-leve

3º Cainara Ferrara - Judô Piçarra

Médio

1º Laura L. Ferreira - ADREARMAS

3º Mirela Santiago - Assoc. Irmãos Ribas

1º Marcello Laurenitz - A. Barão de Mauá

2º Iasmin Andrade - SESI - SP

Pesado

2º Lucas F. Ribeiro - Judô Pissarra

3º Lis Abreu - SESI - Votorantim

1º Isabelly Gomes - D.E.R.L.A / Aguai

3º Joao Vitor Gomes - Assoc. Mercadante

3º Echillen L. Silva - Palmeiras/Mogi

2º Ariane C. Evangelista - D.E.R.L.A / Aguai

3 Weslley Mello - Assoc. Kyoei

Leve

Adulto

Meio-pesado

1º Lisandra do Amaral - Assoc. Okinawa

Super-ligeiro

1º Giuliano Attorre - Assoc. Hombu Budokan

2º Isabella Ribeiro - C. I. de Regatas

1º Tatiane Candido - D.E.R.L.A / Aguai

2º Rafael Ribeiro - Assoc. Judô na Faixa

3º Leila Luvezutto - Assoc. Moacyr

Ligeiro

3º Victor Hugo Faria - ADPM-Reg. S.J.C.

3º Thais Pires - Palmeiras/Mogi

1º Amanda de Alencar - Pirituba F. C.

3º Vitor Scomparini - Judô Terazaki

Meio-médio

2º Tatiane Ferreira - SEMEL Francisco

Pesado

1º Sabrina Soares - SEDUC P. Grande

3º Daniela Ferreira - Judô Pissarra

1º Gleydson Barros - Assoc. Mercadante

2º Jessica R. Carvalho - SEDUC P. Grande

3º Ana C. Oliveira Assoc. Dib. SP

Super-pesado

3º Ana C. Vieira - Círculo Militar SP

Leve

1º Ygor Bortolucci - Assoc. Mercadante

3º Shayla G. Tonini - Assoc. Judô na Faixa

1º Renatta Molina - Assoc. Moacyr

2 Luciano De Oliveira Junior - Assoc. Itapira

Médio

2º Adriana Overgoor - São Paulo F. C.

Sub 15

1º Sabrina M. Prudêncio - SEDUC P. Grande

3º Victoria Santos - Vila Souza A. C.

Super-ligeiro

2º Luara Furlan - Palmeiras/Mogi

Meio-médio

1º Thomaz Horibe - Assoc. Vila Carrão

3 Isabela F. Barros - Assoc. Hirakawa

1º Kethelen N. Silva Grêmio Cubatão

2º Kaique Tofoli - Assoc. Itapira

3º Amanda Fornarolli - Assoc. Araçariguama

2º Dayane Santos - Assoc. Ichikawa

3º Enzo Scavarielo - Assoc. Judô na Faixa

Meio-pesado

3º Berenice Barbosa - C. A. Bandeirantes

3º Abimael Vieira - Assoc. Judô na Faixa

1º Aline A. Benites Assoc. Dib. SP

Médio

Ligeiro

2º Ana Maria Ramos - Clube Penha

1º Natalia Esteves - São Paulo F. C.

1º Enzo Leitão - Assoc. Vila Carrão

3º Mariana A. Hayakawa - Assoc. Vila Sônia

2º Tamires Pereira - Assoc. Irmãos Ribas

2º Gabriel Olivieria - Círculo Militar SP


3º Antonio Camargo Jr. - Assoc. Alto da Lapa

Médio

Classificação Final Por Associação

3º Luiz G. Andrade - Assoc. Irmãos Ribas

1º Eliel Bonfim - Assoc. Guarujá

1 - ACADEMIA DE JUDO PIÇARRA

Meio-leve

2º Andre L. Figueira - Judô Pissarra

2 - SEDUC - PRAIA GRANDE

1º Danilo Mesquita - SESI - SP

3º Alexandre Bomfim - Paineiras do Morumby

3 - ASSOCIAÇÃO CULT E ESP IRMÃOS RIBAS

2º Vitor Jun Shimada - S. C. Corinthians

3º Lukas M. Ramos - SESI - SP

3º Ramon Braconi – P. Pequeno Davi

Meio-pesado

3º Rodrigo Barbosa - Itapira A. C.

1º Thiago Ferreira - SEMEL Francisco

7 - ASSOC.DESPORTIVA JUDO NA FAIXA

Leve

2º Vitor H. Mianti - C. A. Bandeirantes

8 - PALMEIRAS/Mogi

1º Richard Cardoso - Assoc. Judô na Faixa

3º Felipe Bento - D.E.R.L.A / Aguai

4 - D.E.R.L.A / AGUAI 5 - ASSOCIAÇÃO MARCOS MERCADANTE DE JUDO 6 - SECR.MUN.ESP. E LAZER FRANCISCO

9 - SESI - SP 10 – ASSOCIAÇÃO AMIGOS JUDO DE ITAPIRA

2º Igor Rossini - Assoc. Mirai

3º Matheus H. Almeida - Itapira A. C.

3º Henrique Nascimento - Assoc. Irmãos Ribas

Pesado

3º Alexandre H. Lahr - Assoc. Dib. S.P

1º Joao Mateus Alves - Assoc. Fábrica de Campeões

13 - LIGA DE JUDO DO LITORAL

Meio-médio

2º Kayo Mendonça - Liga do Litoral

14 - ADREARMAS - ASS. DESP. REC. ARTES MARCIAIS

1º Matheus H. Alves - Liga do Litoral

3º Felipe Matos - Judô Taboão

15 - ASSOCIAÇÃO FÁBRICA DE CAMPEÕES

2º Vinicius Muniz - Academia Mura

3º Renan Santana - C. R. Tumiaru

3º Henrique Assis - Bauru Judô

Adulto

3º Jose M. Araújo - Assoc. Irmãos Ribas

Super-ligeiro

19 - ATENEU BARAO DE MAUA

Médio

1º Ian Lima - Palmeiras/Mogi

20 - 45 CLUBE ESPORTIVO DA PENHA

1º David Reis Santos - Assoc. Moacyr

2º Silas Sales - Judô Pissarra

21 – ASSOCIAÇÃO DE JUDO ICHIKAWA

2º Kaio L. da Rocha - Morada do Sol

3º Ary Vieira - Assoc. Carvalho

3º Enzo Abe Faretra - Assoc. Vila Carrão

3º Rafael Bezerra - D.E.R.L.A / Aguai

3º Arthur Moretti - Colégio Cermac

Ligeiro

25 – CLUBE ATLÉTICO BANDEIRANTES

Meio-pesado

1º Gustavo Cretton - Judô Pissarra

26 - ACADEMIA DE JUDÔ MORADA DO SOL

1º Luan Barbosa - Assoc. Irmãos Ribas

2 Marcelo Santos - Judô Pissarra

27 - CIRCULO MILITAR DE SÃO PAULO

2º Enzo Malone - Judô Pissarra

3º Rodrigo Freitas Assoc. Dib. SP

28 - ASSOCIACAO DE JUDÔ UMINO

3º Mateus Marques - Assoc. Mirai

3º Vitor H. da Costa - Morada do Sol

3º Jorge L. Santana - SEDUC P. Grande

Meio-leve

Pesado

1º Bruno Santos - Assoc. Irmãos Ribas

32 - ASSOCIAÇÃO SPESSOTO DE JUDÔ

1º Davison Santana - SESI - SP

2º Renan Melo - Assoc. Carvalho

33 - ACADEMIA DE JUDO TABOÃO SBC

2º Matheus Mendes - Judô Pissarra

3º August Matos - Assoc. Irmãos Ribas

34 - ADPM-REGISTRO

3 Matheus Kledeglau - C. A. Juventus

3º Ageu Sene 2º1º2 Camp Sbc

3º Vitor P. Almeida - Itapira A. C.

Leve

Sub 18

1º Marcelo Angelo - Assoc. Shiroma

38 - CLUBE PAINEIRAS DO MORUMBY

Super-ligeiro

2º Rafael Rogatto - D.E.R.L.A / Aguai

39 - 54 ASS DE JUDO KANAYAMA

1º Caio Nilander - Camp. SBC

3º Cleverson Barbosa Jr - Judô Pissarra

40 - ASSOCIAÇÃO ESPORTIVA GUARUJA

2º Joao G. Marques - Liga do Litoral

3º Everton E. Santos - Assoc. Irmãos Ribas

3º Rafael Gromann - Assoc. Kanayama

Meio-médio

3º Emerson F. Sales - Judô Pissarra

1º Mario Rolim - Judô Taboão

44 - ASSOCIAÇÃO DE JUDÔ CARVALHO

Ligeiro

2º Douglas Cerqueira - SEMEL Francisco

45 -ASSOCIAÇÃO MIRAI DE JUDÔ

1º Guilherme H. Oliveira - Judô Pissarra

3º Renan H. Teixeira - Assoc. Shiroma

46 - COLEGIO CERMAC

2º Leonardo Martins - Judô Pissarra

3º Samuel Cruz - C. A. Bandeirantes

3º Alan M. Mattos - Assoc. Aleixo

Médio

3º Patrick Grilando - D.E.R.L.A / Aguai

1º Marcos Botelho - Assoc. Kanayama

50 - ASSOCIAÇÃO IBIUNENSE DE ARTES MARCIAIS

Meio-leve

2º Vinicius Barcelos - Clube Penha

51 - ASSOCIAÇÃO DE JUDÔ GUARARAPES

1º Fabio da Costa - Assoc. Irmãos Ribas

3º Rafael Barini - Assoc. Judô na Faixa

52 - SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA

2º Vinicius Carvalho - Colégio Cermac

3º Lenivaldo de Oliveira - Palmeiras/Mogi

53 - ASSOCIAÇÃO DE JUDÔ MESSIAS

3º Micael Tonini - Assoc. Judô na Faixa

Meio-pesado

3º Kaique H. Rocha - Morada do Sol

1º Renato R. Pontes - Assoc. Umino

Leve

2º Francisco I. Ambiel - Assoc. Messias

57 - BAURU JUDÔ CLUBE

1º Thiers W. Moreira - Itapira A. C.

3º Antônio Vale - São Paulo F. C.

58 - ASSOCIAÇAO DE JUDÔ KYOEI DE SUZANO

2º Luis F.Rodrigues - D.E.R.L.A / Aguai

3º Wagner de Moura - Judô Pissarra

59 - SESI - SP

3º Jonathan Carvalho - Assoc. Carvalho

Pesado

3º Roberto Ferreira - SESI - Votorantim

1º Ramon R. Bortholin - Assoc. Okinawa

Meio-médio

2º Daniel Oliveira - C. A. Bandeirantes

63 - CLUBE ATLÉTICO TREMEMBÉ

1º Leonardo Araújo - Assoc. Judô na Faixa

3º Adriano Barbosa Jr - Assoc. Vila Sônia

64 - ASSOCIAÇÃO HIRAKAWA DE JUDÔ

2º Matheus Fernandes Vieira - Assoc. Judô na Faixa

3º Fernando Andrade - Assoc. Spessoto

65 - ASSOCIAÇÃO DE JUDÔ VILA SANTA ISABEL

3º Bruno Sabatini De Oliveira - SESI - SP 3º Matheus Santos Pereira - Assoc. Irmãos Ribas

11 – ASSIAÇÃO CULT. NIPO BRAS. VILA CARRÃO 12 - ASSOCIAÇÃO MOACYR DE JUDÔ

16 - Grêmio Cubatão 17 – ASSOCIAÇÃO E. CULTURAL OKINAWA DO IPIRANGA 18 - SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE

22 - CLUBE INTERNACIONAL DE REGATAS 23 - ASSOCIAÇÃO DIB. SP 24 - ITAPIRA ATLETICO CLUBE

29 - ASSOCIAÇÃO DE JUDÔ VILA SONIA 30 - PIRITUBA FUTEBOL CLUBE 31 - ACADEMIA DE JUDO ADRIANA BENTO

35 - ASSOCIAÇÃO SHIROMA JUDÔ DEFESA PESSOAL 36 - VILA SOUZA ATLETICO CLUBE 37 - CAMP SBC

41 - ASSOCIAÇÃO JUDO NERY 42 - ASSOCIAÇÃO DE JUDÔ ARAÇATUBA 43 - ASSOCIAÇÃO DE JUDÔ HOMBU BUDOKAN

47 - ASSOCIAÇÃO DE JUDO ALTO DA LAPA 48 - ASSOCIAÇÃO PESSOA DE JUDÔ 49 - ACADEMIA MURA

54 - A.DE P.A.SESI VOTORANTIM-APAJU 55 - CLUBE RECREATIVO DE SUZANO JUDÔ TERAZAKI 56 - ASSOCIACAO DE JUDO ALEIXO - M.F.

60 – ASSOCIAÇÃO DE JUDÔ ARACARIGUAMA 61 - ACADEMIA TAYOBA 62 - CLUBE ATLETICO TABOÃO DA SERRA

66 - PROJETO PEQUENO DAVI 67 - CLUBE ATLETICO JUVENTUS 68 - CLUBE DE REGATAS TUMIARU


MESTRE SANG MIN CHO VOLTA AO BRASIL PARA NOITE DE AUTÓGRAFOS POR ASSESSORIA

PRATA EDITORA

| FOTOS DIVULGAÇÃO

Nesta curta entrevista com o escritor Eduardo Infante descobrimos os motivos que trouxeram de volta ao Brasil o mestre Sang Min Cho, introdutor do taekwondo em nosso País: o lançamento da biografia do mais importante e conceituado mestre coreano que passou pelo Brasil. Como surgiu a ideia de escrever o livro? A história do taekwondo brasileiro estava se perdendo, aos poucos. As novas gerações de praticantes mal fazem ideia de quando a arte marcial coreana chegou ao Brasil, como foi o processo de implantação e quem o realizou. A impressionante história da vida do grão mestre Sang Min Cho era conhecida por muito poucos. É uma forma de resgatar as origens e valorizar o taekwondo. Por que escolheu o mestre Cho? O mestre Sang Min Cho é uma lenda viva do taekwondo mundial. Ele não só foi o introdutor oficial da arte marcial coreana no Brasil, mas um dos criadores do próprio taekwondo, na Coreia, trabalhando na equipe do grande idealizador, o general sul-coreano Choi Hong Hi. No Brasil e no mundo, ele é conhecido como um dos principais pioneiros da modalidade. O que ele representa para o mundo do taekwondo, em termos universais? E para você? Como presidente e fundador da World Taekwondo Alliance (WTA), que é uma entidade mundial criada por ele e outros pioneiros do taekwondo mundial, Sang Min Cho representa a luta pela retomada dos valores originais da arte marcial coreana. Além disso, devido ao seu forte caráter, mestre Cho trabalha constantemente pelo aprimoramento técnico, cultural e, especialmente, moral dos professores e mestres. Para ele, é inadmissível que mestres não tenham um grande conhecimento técnico e teórico e, principalmente, é fundamental que demonstrem condições de ser bons e importantes exemplos para seus alunos. Para ensinar, o mestre precisa ter conhecimento, mas, para realmente educar, precisa ser um bom exemplo. Sang Min Cho foi o meu primeiro mestre, a quem eu, como criança, admirava e respeitava, tanto pela sua habilidade como lutador quanto por ser um verdadeiro mestre, que ensina conceitos, sabedoria e honra. Como eu comecei a treinar bem pequeno, eu via no mestre Cho um herói de filme, um lutador exímio, sábio e justo.

Mestre Cho na noite de autógrafo

Qual parte da história de vida dele foi, para você, mais marcante e comovente? Sua infância e adolescência, na Coreia, durante a ocupação japonesa e a Guerra da Coreia, foram tempos de muita tristeza, fome e privações. Entretanto, todas essas dificuldades foram responsáveis por forjar o caráter e a

Eduardo Infante, Mestre Cho e Carlos Negrão

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forte personalidade do mestre Cho. A revolta contra as mais difíceis situações fez com que o mestre desenvolvesse sua garra e instinto de lutador, o que, mais tarde, o levou às artes marciais e a saber lidar com os mais diferentes problemas na sua trajetória como “pai do taekwondo brasileiro”.

Eduardo Infante e Sang Min Cho


I° WORKSHOP

PARA PADRONIZAÇÃO DO KATA DA GMJB POR DIVULGAÇÃO

| FOTOS ARQUIVO

Esta foi a primeira ação da GMJB após o retorno de Luís Alberto dos Santos de Tóquio, onde participou do Kata Summer Course, promovido pelo Instituto Kodokan. São Paulo (SP) – A Associação Grand Master de Judô do Brasil (GMJB) realizou no dia 23 de novembro o primeiro workshop de padronização do kata mundial, um sucesso de público e de organização, segundo a diretoria da entidade. O workshop foi ministrado pelo sensei Luís Alberto dos Santos, 6° dan, com auxílio de vários diretores da GMJB, nas dependências do anfiteatro B do Centro de Práticas Desportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP). O evento compôs-se de duas partes: a experiência pessoal do professor Luís e sua vivência da prática baseada nos cursos realizados nos diferentes tipos de kata adquirida na meca do judô mundial, o Instituto Kodokan de Tóquio, em julho, durante o Kodokan Kata Summer Course. Houve explanação e demonstração do caminho das pedras para todos aqueles que desejarem realizar o mesmo curso oportunamente lá no Instituto Kodokan. Entre outras importantes informações, foram dadas dicas de hospedagem, ideia de custos, observações sobre a cultura japonesa. Todos os contatos no Japão foram informados aos interessados durante o curso e estão disponíveis no e-mail contato@gmjb.org.br. O professor Luís Alberto dos Santos detalhou as principais informações e explicou a padronização do kata mundial atual com um enfoque didático, com o auxílio de vídeos. A segunda parte do curso focou a realização prática nos tatamis dos pontos mais importantes dos katas discutidos durante toda a manhã. Rodrigo Motta, diretor de marketing da entidade, mencionou os judocas ilustres que marcaram presença no curso. “Entre os participantes tivemos a honra de contar com a presença do querido professor Massao Shinohara, kodansha 9º dan; do medalhista olímpico Luís Yoshio Onmura; do professor Washington Toshihiro Donomai, da Associação Esportiva Juventus, de Cascavel (PR); e do professor Luís Fernando de Jesus Leal, do Clube Itapagiano de Judô, de Salvador (BA), entre outros.” O dirigente paulistano cumprimentou todos os envolvidos neste importante curso, e

Judocas paulistas posam ao lado dos colegas Luís Fernando de Jesus Leal, da Bahia e Washington Toshihiro Donomai, do Paraná

lançou convite para os próximos workshops da entidade. “Esta foi mais uma iniciativa da GMJB que vai ao encontro das necessidades do judô grand máster, cumprindo sua função de divulgar e difundir a prática do judô máster no Brasil. Em nome de toda a nossa diretoria dou parabéns ao palestrante e aos participantes do workshop, que acima de tudo mostraram força de vontade e determinação no aprendizado e aprimoramento do kata. Pretendemos realizar e promover cursos que elevem o nível técnico de professores e praticantes de nossa modalidade e contamos com a presença de todos aqueles que querem fazer judô de verdade.” Os kodanshas Luís Alberto e Massao Shinohara

Membros da diretoria da GMJB aso lado do mestre Massao Shinohara e sensei Luís Alberto dos Santos

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Brasil

bate recorde de medalhas no mundial júnior

Com 4 ippons Vitor Torrente conquista o bronze na Eslovênia

Com sete medalhas, seleção brasileira faz excelente campanha sob um ponto de vista quantitativo, mas deixa a desejar numa análise qualitativa. |

FONTE CBJ POR PAULO

PINTO |

FOTOS IJF MEDIA G. SABAU

As competições individuais do mundial júnior terminaram em 26 de outubro no Sports Hall Stozice, na Eslovênia. Nesse dia o Brasil conquistou mais três medalhas e garantiu seu recorde de pódios na história da competição. Com os sete atletas alçados à condição de medalhistas, a campanha de 2013 supera as de Cali/1998 e Bangkok/2008, quando a delegação verde e amarela faturou cinco medalhas. Apenas o Japão, com 12, superou o Brasil no número total de medalhas. A dona da medalha de prata conquistada no último dia de competição foi Samanta Soares (AD São Caetano/SP), que venceu três combates em que lutou por quatro minutos completos. Venceu a alemã Maike Ziech por um yuko, e a croata Brigita Matic e a canadense Ana Laura Portuondo Isasi por ter sofrido menos punições. Na decisão, acabou perdendo para a japonesa Shiori Yosimura por imobilização. Esta é a segunda medalha de Samanta em mundiais, depois do bronze no juvenil de Budapeste/2009. Os técnicos Andréa Berti e Douglas Vieira com a quipe na concentração para o Mundial

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Samanta Soares

Vitor Torrente com o técmico Douglas Vieira

O requisitado técnico Douglas Vieira com o medalhista de bronze Ruan Isquierdo

“Nem parece que estou num campeonato mundial, a ficha ainda não caiu. Este ano foi muito complicado, tive várias lesões e consegui me recuperar, e treinei muito para este momento. Evoluí bastante e só tenho a agradecer à comissão técnica e ao Thiago Rodrigues, que além de ser meu preparador físico foi um amigo, um pai, pois sempre esteve ao meu lado. Todas as lutas que fiz foram estudadas antes. Meus companheiros, amigos e a sensei Andréa Berti, treinadora da seleção feminina sub 21, me ajudaram muito em desenvolver a tática de cada combate, isso foi fundamental. Meu objetivo era chegar a uma medalha, mas chegar de fato é maravilhoso”, comemorou Samanta. Os dois representantes da categoria pesado também subiram ao pódio. Sibilla Faccholli (AD São Bernardo/SP) – que assegurou vaga no último momento, já que suas duas principais concorrentes na categoria, Ellen Furtado e Camila Gebara, se contundiram –mostrou-se pronta para os grandes palcos. Por ippon, Sibilla venceu suas duas primeiras lutas, contra a ucraniana Anastasiia Sapsai e a equatoriana Marlin Viveiros; e por um yuko, deixou para trás a cazaque Ruza Dukhturbayeva. Na semifinal, acabou sendo jogada por ippon pela japonesa Nami Inamori. Mas se recuperou e conseguiu passar pela croata Ivana Sutalo na disputa do bronze. Ruan Silva (CR Flamengo/RJ) fez uma luta a mais que Sibilla: foram cinco. Sua estreia foi contra o lituano Augustinas Seniauskas, quando venceu por ter menos shidos. Na sequência, jogou o francês Nabil Zalagh e o sueco Sebastian Fagerhill. Na semifinal, foi derrotado pelo mongol Duurenbayar Ulziibayar. Mas Ruan voltou a dominar logo no combate seguinte, quando começou sofrendo wazari e aplicou dois yukos e imobilizou o georgiano Giorgi Zakariadze para assegurar a sua medalha de bronze.

Outros medalhistas

Jessica Pereira na disputa da final

O representante do Brasil na categoria até 90kg, Henrique Silva (EC Pinheiros/SP), venceu suas três primeiras lutas por ippon em menos de dois minutos cada uma. O cazaque Samat Yessen foi o adversário das semifinais, e após pouco mais de três minutos de uma luta movimentada, com um yuko para cada lado e um wazari para o cazaque, a luta terminou com o ippon aplicado por Yessen sobre o brasileiro. Na disputa pelo bronze, o tadjique Komronshoh Ustopiriyon sofreu duas punições contra apenas uma de Henrique, que ficou com o bronze. Nas categorias meio-leve e leve, Jéssica Pereira e Gabriel Mendes levaram o Brasil ao pódio. A carioca, atleta do Instituto Reação, venceu as lutas contra a sul-coreana Jang Ji Jeong, a russa Zarina Babinyan, a japonesa Ai Shishime e a polonesa Karolina Pienkowska, mas acabou perdendo a final para a alemã Sappho Coban por um shido, após a luta terminar empatada em um yuko para cada, e conquistou a medalha prateada. “Foi incrível para mim! Era meu primeiro mundial e já me senti bem durante todas as

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lutas, até na final, em que infelizmente cometi um erro, e consegui medalhar. Infelizmente não consegui o ouro, mas, para mim, foi uma experiência fantástica”, disse Jéssica Pereira. Gabriel Mendes (CR Flamengo/RJ) teve de lutar seis vezes para chegar ao pódio. Sua campanha começou com a vitória ante o letão Dmitrijs Fedosejenkovs e seguiu com triunfos contra o chileno Tomas Bringas e o ucraniano Artur Sarkisian. Em seu quarto combate, Gabriel acabou derrotado pelo canadense Arthur Margelidon e foi para repescagem, em que encarou o polonês Damian Stepien, antes de chegar ao oponente decisivo pela medalha, o russo Imranbek Gabasov. A vitória por ippon confirmou o bronze do alagoano que vive no Rio de Janeiro. Após vencer luta emocionante, e passar por quatro adversários Vítor Torrente conquistou a primeira medalha do Brasil na competição. Os três primeiros combates foram vencidos por ippon. Caíram para Torrente o mexicano David Garcia, o turco Yavuz Besel e o georgiano Leri Tchelidze. Já no bloco final, Vítor fez a semifinal contra o venezuelano Armando Maita, que venceu por ippon. A medalha de bronze foi disputada num combate emocionante, no qual o búlgaro Valentin Alipiev havia levado um shido, mas vencia o brasileiro por wazari até os últimos 15 segundos, quando Vítor conseguiu a mesma projeção e ficou com a vantagem do confronto por não ter sofrido shido. No último segundo, porém, o brasileiro aplicou um ippon para garantir sua medalha de bronze. “É muito difícil expressar em palavras minha felicidade. Chorei muito depois da luta. Sou muito grato a Deus por isso, sei que Ele me ajudou muito. Eu entrei na competição para dar meu máximo, sempre pensando luta por luta, e o resultado foi esse. Não me arrependo de nada, sei que era isso que estava planejado para mim”, disse Vítor.

Gestor técnico de base quer melhorar mais

Ruan Silva

A medalhista Jessica Pereira com a técnica Andréa Berti

Após o resultado obtido na Eslovênia, Kenji Saito, gestor técnico de base da Confederação Brasileira de Judô, enalteceu o trabalho de toda a equipe e enfatizou que a meta é evoluir mais. “Estou muito feliz com o excelente resultado obtido. É a primeira vez que uma seleção júnior conquista sete medalhas no campeonato mundial. O nível técnico internacional está evoluindo e a cada dia está mais equilibrado. Fomos o segundo país no número de medalhas, e isso mostra que estamos acompanhando o desenvolvimento do judô mundial. Acredito que este resultado é reflexo do excelente trabalho feito pela comissão técnica brasileira. Trabalho este que, no decorrer dos anos, tem sido viabilizado pelo investimento feito pela CBJ e pelo Ministério do Esporte. Vale destacar também o trabalho que vem sendo feito em conjunto com os clubes. Nunca estivemos tão próximos dos clubes, técnicos e atletas. Penso que esta parceria é fundamental para obtermos sucesso na seleção. Com tudo, voltamos da Eslovênia com

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Jessica Pereira no pódio

Com sua medalha de bronze Sibilla Faccholli pousa para foto com o técnico Douglas Vieira


Seleção feminina

os pés no chão, sabendo que ainda podemos melhorar, e trabalhamos focados neste objetivo.”

Retrospecto Em Stozice, o time masculino tomou a dianteira e obteve mais medalhas que a equipe feminina. Numa análise rápida podemos afirmar que nos últimos dois anos as mulheres mantêm grande vantagem sobre os judocas brasileiros, mas na Eslovênia a escrita não foi mantida. Outro destaque importante foi o número expressivo de medalhas obtidas pelo Estado do Rio de Janeiro, que conquistou três medalhas, contra quatro de São Paulo. Estes números mostram que o judô carioca está vivendo um excelente momento e se mantém forte na vice-liderança do judô nacional. Antes de a seleção brasileira desembarcar na Eslovênia o Brasil havia conquistado 44 medalhas em mundiais júnior, sendo 11 de ouro, 12 de prata e 21 de bronze. A primeira delas foi conquistada por Roberto Machusso (-70kg) que obteve uma medalha de prata no mundial do Rio de Janeiro em 1974. O primeiro ouro veio com Aurélio Miguel (-95kg) em Mayaguez (Porto Rico) em 1983. No último mundial da categoria, disputa-

Seleção Masculina

do na Cidade do Cabo (África do Sul) em 2011, o Brasil conseguiu duas medalhas: prata com Águeda Silva (44kg) e bronze com Allan Kuwabara (60kg). Em duas ocasiões o País conquistou cinco medalhas, recorde na competição: em Cali 1998 – Tiago Camilo (66kg/ouro), Fabiane Hukuda (52kg/prata), Danielle Zangrando (57kg prata), Rafael Rocha (100kg/prata) e Daniel Hernandes (+100kg / bronze) – e em Bangkok em 2008 – Sarah Menezes (48kg/ouro), Rafaela Silva (52kg/ouro), Mayra Aguiar (70kg/prata), Camila Minakawa (63kg/bronze) e Victor Penalber (73kg/bronze). Se levarmos em conta que vários atletas que foram a Stozice possuíam pouca experiência internacional, certamente avaliaremos esta campanha como altamente positiva. É fato também que sete medalhas em um mundial é indiscutivelmente um excelente resultado. Mas, lembrando que o Brasil possui 11 medalhas de ouro nesta competição, temos de admitir que já fizemos campanhas melhores. Entretanto, nenhum resultado anterior ou posterior minimiza ou tira o brilho e a importância de cada uma das sete medalhas conquistadas bravamente pelos judocas brasileiros na Eslovênia. Os números desta edição do mundial júnior mostram que o Brasil indiscutivelmente

está inserido no grupo das potências do judô mundial, e nesse sentido todos devem ser homenageados: atletas, comissão técnica e diretoria técnica da CBJ.

SELEÇÃO BRASILEIRA NA ESLOVÊNIA Os representantes do Brasil neste mundial foram:

Tawany Silva (44kg/SP), Nathália Brígida (48kg/MG), Gabriela Chibana (48kg/SP), Jéssica Pereira (52kg/ RJ), Flávia Gomes (57kg/SP), Camila Barreto (57kg/ RS), Jéssica Santos (63kg/SP), Samanta Soares (78kg/SP) e Sibilla Facholli (+78kg/SP). No masculino: Vítor Torrente (55kg/SP), Nícolas Santos (60kg/SP), Ricardo Santos Júnior (66kg/MG), Gabriel Pinheiro (66kg/PE), Gabriel Mendes (73kg/RJ), Gustavo Assis (81kg/MG), Henrique Silva (90kg/SP), Gabriel Gouveia (100kg/SP) e Ruan Silva (+100kg/RJ).

Comissão Técnica Kenji Saito

Gestor técnico de base

Edmilson Guimarães

Assessor técnico de base

Marcelo Theotonio Silva

Assessor técnico de base

Andrea Berti

Téc. da sel. brasileira sub 21 feminina

Douglas Vieira

Téc. da sel. brasileira sub 21 masculina

Alberto Makino

Fisioterapeuta

Gustavo Braga

Fisioterapeuta

Gabriela Zanotti

Fisioterapeuta

Cliff Ferreira

Fisioterapeuta

Martha Azevedo

Fisioterapeuta

Patrícia Vieira

Nutricionista

Adriana Justino

Psicóloga

Mariana Corrêa

Psicóloga

Mateus Saito

Médico

Rodrigo Rodarte

Médico

MEDALHISTAS Jéssica Pereira - (52kg/RJ) – Medalha de Prata Samanta Soares - (78kg/SP) – Medalha de Prata Sibilla Faccholli - (+78kg/SP) – Medalha de Bronze Vítor Torrente - (55kg/SP) – Medalha de Bronze Gabriel Mendes - (73kg/RJ) – Medalha de Prata Henrique Silva - (90kg/SP) – Medalha de Bronze Ruan Silva - (+100kg/RJ) – Medalha de Bronze Vitor Torrente no pódio

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lutas, até na final, em que infelizmente cometi um erro, e consegui medalhar. Infelizmente não consegui o ouro, mas, para mim, foi uma experiência fantástica”, disse Jéssica Pereira. Gabriel Mendes (CR Flamengo/RJ) teve de lutar seis vezes para chegar ao pódio. Sua campanha começou com a vitória ante o letão Dmitrijs Fedosejenkovs e seguiu com triunfos contra o chileno Tomas Bringas e o ucraniano Artur Sarkisian. Em seu quarto combate, Gabriel acabou derrotado pelo canadense Arthur Margelidon e foi para repescagem, em que encarou o polonês Damian Stepien, antes de chegar ao oponente decisivo pela medalha, o russo Imranbek Gabasov. A vitória por ippon confirmou o bronze do alagoano que vive no Rio de Janeiro. Após vencer luta emocionante, e passar por quatro adversários Vítor Torrente conquistou a primeira medalha do Brasil na competição. Os três primeiros combates foram vencidos por ippon. Caíram para Torrente o mexicano David Garcia, o turco Yavuz Besel e o georgiano Leri Tchelidze. Já no bloco final, Vítor fez a semifinal contra o venezuelano Armando Maita, que venceu por ippon. A medalha de bronze foi disputada num combate emocionante, no qual o búlgaro Valentin Alipiev havia levado um shido, mas vencia o brasileiro por wazari até os últimos 15 segundos, quando Vítor conseguiu a mesma projeção e ficou com a vantagem do confronto por não ter sofrido shido. No último segundo, porém, o brasileiro aplicou um ippon para garantir sua medalha de bronze. “É muito difícil expressar em palavras minha felicidade. Chorei muito depois da luta. Sou muito grato a Deus por isso, sei que Ele me ajudou muito. Eu entrei na competição para dar meu máximo, sempre pensando luta por luta, e o resultado foi esse. Não me arrependo de nada, sei que era isso que estava planejado para mim”, disse Vítor.

Gestor técnico de base quer melhorar mais

Ruan Silva

A medalhista Jessica Pereira com a técnica Andréa Berti

Após o resultado obtido na Eslovênia, Kenji Saito, gestor técnico de base da Confederação Brasileira de Judô, enalteceu o trabalho de toda a equipe e enfatizou que a meta é evoluir mais. “Estou muito feliz com o excelente resultado obtido. É a primeira vez que uma seleção júnior conquista sete medalhas no campeonato mundial. O nível técnico internacional está evoluindo e a cada dia está mais equilibrado. Fomos o segundo país no número de medalhas, e isso mostra que estamos acompanhando o desenvolvimento do judô mundial. Acredito que este resultado é reflexo do excelente trabalho feito pela comissão técnica brasileira. Trabalho este que, no decorrer dos anos, tem sido viabilizado pelo investimento feito pela CBJ e pelo Ministério do Esporte. Vale destacar também o trabalho que vem sendo feito em conjunto com os clubes. Nunca estivemos tão próximos dos clubes, técnicos e atletas. Penso que esta parceria é fundamental para obtermos sucesso na seleção. Com tudo, voltamos da Eslovênia com

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Jessica Pereira no pódio

Com sua medalha de bronze Sibilla Faccholli pousa para foto com o técnico Douglas Vieira


EXAME DA FPJ APROVA

183 JUDOCAS POR PAULO

PINTO |

FOTOS

REVISTA BUDÔ

Mauá (SP) – Com apoio da Prefeitura de Mauá e da 9ª Delegacia Regional, a Federação Paulista de Judô (FPJ) realizou em 9 de novembro seu tradicional exame de graduação, o último evento do ano do calendário oficial da entidade. Foram aprovados 183 judocas, sendo 167 para sho-dan, 15 para ni-dan e um para go-dan. Mais uma vez a diretoria técnica da FPJ inovou, agora reformatando os exames, que passam a ser realizados em dois ambientes distintos. O exame escrito é precedido de uma palestra que tem como principal objetivo capacitar ainda mais os candidatos à graduação. Com isso, essa prova realiza-se sempre num auditório. Já os exames práticos são feitos em áreas de competição montadas em ginásios, como sempre. Nesse sentido, a escolha da cidade de Mauá foi estratégica e atendeu plenamente ao novo formato do evento, já que o Ginásio Municipal de Esportes Celso Daniel é praticamente um anexo do Teatro Municipal de Mauá. No período da manhã houve o curso de história, filosofia, ética e terminologias, ministrado pelo kodansha Osvaldo Hatiro Ogawa, e, atendendo à nova proposta da FPJ, foi realizado no Teatro Municipal de Mauá. Todos os candidatos receberam uma agenda com parte do conteúdo da palestra apresentada.

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Na sequência do curso houve a prova escrita, e depois os atletas dirigiram-se ao ginásio de esportes, onde se realizaram a cerimônia de abertura e o exame prático. Exibindo grande conhecimento e excelente didática, o professor Hatiro conduziu o curso com muita habilidade. O experiente kodansha, que é hoje o líder da Budokan do Brasil, avaliou o nível dos judocas examinados e falou sobre a importância dessa relação entre a FPJ e seus filiados. “Por meio das perguntas e respostas feitas durante a minha palestra, pudemos ver que o nível de conhecimento destes judocas é bastante elevado. Eles sabiam tudo que precisavam saber. Isso é reflexo da excelente escola que todos tiveram até se formarem faixas pretas. A FPJ acertou mais uma vez separando o curso e o exame, já que com esse formato todos foram para os tatamis mais relaxados e confiantes.” A mesa de honra contou com dirigentes e várias autoridades esportivas, entre as quais José Jantália, que representou Chico do Judô, vice-presidente da CBJ; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; Tsutomu Nitsuma, coordenador técnico do exame de graduação e membro da comissão de graduação da FPJ; Odair Borges, membro da comissão de graduação da CBJ; Joji Kimura, diretor técnico da FPJ; Valdir Melero, tesoureiro geral da FPJ; Dante Kanayama, diretor de arbitragem da FPJ; Cláudio Calasans Camargo, delegado regional; Luís Alberto dos Santos, coordenador de cursos da FPJ; Raul de Mello Senra Bisneto, delegado regional; Sadao Fleming Mulero; Osmar Aparecido Feltrim, delegado regional; Paulo Graça; Júlio Jacopi, delegado regional; Emílio Moreira, kodansha de São Luís (MA); e Hatiro Ogawa, além, é claro, dos árbitros que compuseram a banca examinadora. Os 183 judocas examinados tiveram de mostrar tudo que sabiam sobre kata e gokio, e no fim das provas todos foram aprovados. A banca examinadora foi composta pela elite da arbitragem paulista e, dos 41árbitros que atuaram na banca, 30 eram kodanshas, ratificando assim a seriedade com que a diretoria técnica da FPJ faz a gestão da graduação. O número gigantesco de novos faixas pretas e a


quantidade de aprovados ratificam o excelente nível técnico do judô paulista. Após a cerimônia de entrega dos certificados aos judocas aprovados, Alessandro Puglia, presidente da FPJ, avaliou e exame de graduação desta temporada. “Tivemos um número recorde de judocas inscritos e este exame de graduação reflete tudo que produzimos e conquistamos nesta temporada. Particularmente fico feliz por constatar que o judô paulista não para de crescer e a cada ano nos surpreende mais. Formamos quase 200 novos faixas pretas e isso é motivo para muita comemoração.” O dirigente paulista finalizou prometendo mais inovações em 2014. “Hoje tivemos certeza de que acertamos quando decidimos mudar o formato deste evento. Agora nossos filiados poderão fazer a prova escrita de forma muito mais confortável, segura e tranquila. Percebemos claramente que a palestra proferida pelo sensei Hatiro Ogawa tranquilizou os participantes do exame de graduação. Por meio da interação desenvolvida por ele, pudemos notar que eles sabiam muito mais do que precisavam saber. Num futuro próximo teremos mudanças muito mais importantes, que serão postas em prática em médio prazo, e a mais emblemática será a instituição de um curso específico para professores de judô. Manteremos o exame tradicional, mas nossa proposta agora é criar uma escola de professores de judô, e acho que em poucos anos esta ideia será colocada em prática.”


Kodansha vem aprender em São Paulo Pela segunda vez consecutiva o exame de graduação da Federação Paulista de Judô recebeu a visita ilustre de um kodansha 6º dan, da Região Nordeste do Brasil, sensei Emílio Moreira, ex-presidente da federação maranhense. E o experiente professor explicou à Budô porque faz questão de participar deste evento. “Na verdade venho sempre a São Paulo em busca de conhecimento, já que aqui é o epicentro do judô brasileiro. Seja um kodansha ou faixa marrom, um judoca tem de estar sempre se aperfeiçoando. Ninguém pode dizer que é um professor, se não possui conteúdo e conhecimento para ensinar seus alunos.” Sensei Emílio enfatizou a responsabilidade que recai sobre os novos professores paulistas. “Vim assistir aos exames e aprender a fazer um evento deste porte e qualidade no Maranhão. Cada vez que volto a São Paulo aprendo e me impressionou mais com a seriedade com que é feita a gestão da modalidade. Mas minha principal meta é perceber de perto a responsabilidade que o judô paulista tem. Esses novos professores têm a obrigação moral de manter viva a imagem do judô brasileiro, que basicamente é São Paulo.”



Árbitros que compuseram a banca examinadora Tsutomu Niitsuma 8º Dan Dante Kanayama 8º Dan Takeshi Niitsuma 8º Dan Michiharu Sogabe 8º Dan José Gomes de Medeiros 7º Dan Belmiro Boaventura 7º Dan Celestino Seiti Shira 7º Dan Hideshiko Aoki 7º Dan Hissato Yamamoto 7º Dan Kenzo Matsuura 7º Dan Goro Kosaihira 7º Dan Luís Alberto dos Santos 6º Dan Raul de Mello Senra Bisneto 6º Dan Antônio Honorato de Jesus 6º Dan Edison Minakawa 6º Dan Alcides Camargo 6º Dan Milton Trajano da Silva 6º Dan Antônio Roberto Coimbra 6º Dan Fernando da Cruz 6º Dan Luiz Sergio Ferrante 6º Dan Paulo Rogério Padovan 6º Dan Yoshiyuki Shimotsu 6º Dan George Yassunobu Ossako 6º Dan Jiro Aoyama 6º Dan Rioti Uchida 6º Dan Wagner Antônio Vettorazzi 6º Dan Leonel Yoshiki Matsumoto 6º Dan Cláudio Konno 6º Dan Francisco Aguiar Garcia 6º Dan Takeshi Yokoti 5º Dan Eduardo Melato Neto 5º Dan Cleber do Carmo 5º Dan Eduardo Freire da Silva 5º Dan Tomio Takayama 5º Dan Mário Luiz Miranda 4º Dan Vinicius Rodrigues Jerschow 4º Dan Régis Cândido da Silva 4º Dan Francisco Carlos Alves 4º Dan Vicente de Paula Oliveira 4º Dan Leonardo Yamada 4º Dan Roberto Tokozima 3º Dan

Judocas aprovados para sho-dan (1º Dan) Adriano Rogério de Almeida Correa Airam Rodrigues da Cunha Alana Martins Maldonado Aldo Luís Gilioli Cavalcanti Alessandro Teixeira Lima Alexandre Celso Vitorino Lopes Alexandre Gomes Ichihara Alexandre Gonçalves Teixeira Daniel Allan Eiji Kuwabara Álvaro Arantes Prates da Silva Ana Karina Pacheco Missono Anderson Primo de Souza Anderson Moraes Rocha André Luiz Rebelo da Silva André Wada Gromann Ângelo Miguel Gimenes Gaiotto Silva Antônio Augusto Bissoli Breno Rodrigues de Souza Bruno Fiorelini Pereira Bruno Gomes da Silva Bruno Henrique D` Almeida Furlan Caio Perondi de Melo Carlos Alberto Baresi Ferreira Carlos Eduardo Modesto da Silva Carlos Eduardo Homem de Mello Carlos Eduardo Silvestre Carlos Roberto Omezo Cássio Gustavo Santana Gonçalves Celso Yuji Kimura Cláudio Barbosa Santos Cleber Andrezza Couto Cleiton Chrisoste Crystal Vencosvsky Lima Teixeira Curtis Roberto Brandino Daniel da Silva Monteiro Daniel da Silva Resende Dennis Willian Máximo Salomão Diego Freire Rocha Douglas de Araújo Ferreira Eduardo Teruo Anami Bispo Eduardo Vencovsky Murta Ellen Menon Gonçalves


Evander dos Santos Borges Everton da Silva Ambrósio Fábio Pires Marques Fábio Takashi Kitadai Fagner Gouveia Palomino Felipe Clesso Santos Gonçalves Felipe Galeane Alboy Felipe Gimenes Moyano Felipe Guidi de Andrade Felipe Versolato Vieira da Silva Felipe Kowaski Martins Fernando Hiroyuki Cabral Fernando Massayuki Hayashi Fernando Octávio Fernandes Filipe de Mello Reis Zumbano Gabriel Galvão Monteiro Gabriela Fernandes da Costa Gil Francisco Nunes Pimenta Giocondo Trinca Filho Guilherme Bearari Dias Gomes Guilherme Copiano Calado Guilherme Lotufo Machado Guilherme Martins Guilherme Vinicius Marques Guilherme Xavier da Silveira Viana Gustavo de Oliveira Escabelo Gustavo Santos Rezende Júnior Iago Castro Muniz Iluana Simões Hereth Isabela Castro Muniz Isabelle Chiara M. Vieira Isadora Tozetti Iuri Priolo Rocha Ivy Mendes Vettorazzi Jarlem Francisco Carlos Azevedo Jeferson Almeida Santos Jefferson Henrique dos Santos João Marcelo Andrade dos Santos João Pedro Chrestesen João Victor Inácio Rezende Jorge Alexandre Duarte Jorge Luiz Gomes José Francisco de Andrade José Osvaldo Félix José Rubens Bezerra Juliano Bühl Júlio César Santos de Oliveira Katia Barreto da Silva Keyla Raquel Santos Dias Klinsman Dias da Silva Laísa de Souza Oliveira Lenine Gomes Júnior Leonardo Mazzer Teixeira Leonardo Miyamae Leonardo Puglia Moya Leonardo Pavani Leonardo Yukio Ishizava Lucas do Carmo Lucas Marques Sturn Lucas Rossi Santana Lucas Vítor Costa da Rocha Luciano Inácio Luís Antônio Nunes da Silva Luís Henrique Fukai Luís Henrique Nascimbem Luiz Henrique Netto Luiz Paulo Rouanet Lyncoln Nellucci Barbosa Santos Manoel Alfredo da Silva Júnior Manoela Gonzalez Takuma Marcelo de Medeiros Emolo Marcelo Fernando dos Santos Marco Antônio da Silva Marques Marcos Fonte Boa E Silva Marcos Minoru Maruyama Marcos Tadeu Rodrigues Mariana Lopes Barros Soares Mariana Nougalli Roselino Maurício José Lima Júnior Michel Santos Aguiar Michelle Alves Pereira Michely Yoneko Amorim Abe Murilo Jaqueti Natália Mitie Kimura Neimar Pereira da Silva Nicolas Guimarães Novais Pinto Nilson Ferreira de Sousa Jr. Pamela Menon Gonçalves Pamela Vitório Ventura Paulo Vinicius Vieira Amarante Pedro Henrique Barros Oliva Pedro Otávio Crispim Mendes Rafael Gonçalves de Azevedo

Ranielli Bobis Gomes Reinaldo Pereira da Silva Renan da Silva Pereira Renê Scarpari de Mattos Ricardo Alexandre Veridiano Ricardo Filipe Mansano Navarro Roberto Augusto de Macedo Roberto Marcel Favero Filho Rodrigo Canova de Freitas Rogério de Moraes Rogério Monteiro dos Santos Rômulo Arthur Soares Ronaldo da Costa Santos Ronaldo Ferreira da Silva Sabrina Baldoino da Silva Sandro Costa Gonçalves Saulo da Silva Cardoso Rocha Sebastião Nonato Mesquita Tainá Corrêa Felipe Takehiro de Andrade Oura Tamires Trevine da Silva Thaynnara Thaysa Jaques Beserra Thiago Silvestre Vasconcelos Thiago Taceli de Carvalho Thomas Nogueira da Silva Victor Augusto Uliana de Oliveira Victor Lucas Oikawa Garcia Vinicius Azevedo Marcondes Vinicius de Oliveira Gimenes Vítor Antônio Batista Bom Fim Wellington Luiz Vizotto Machado Willian Caciano Ferreira Júnior Yasmim Siqueira Fernandes Yorran Miranda Stafuzza Bonvino

Judocas aprovados para ni-dan (2º Dan) Adolfo Torresilha Neto André Luiz Bolonha Ferreira Antônio Carlos Lucas Bustamante Carlos Eduardo Evangelista Gomes Diego Thomas Tancler Ediclei Almeida Machado Júnior Fabiano Isamu Kuroda Fabrício Gandra Fidélis George Erwin Tognetti de Almeida Guilherme Silva Izquierdo Márcio Toshio Suzuqui Ricardo de Oliveira Santos Rodrigo César Souza Capelucci Tadeu Pardim Santa Vica Thiago Pardim Santa Vica

Judoca aprovado para go-dan (5º Dan) Eduardo Kitadai


Pará comemora desempenho

HISTÓRICO EM 2013 Após conquistar dez medalhas nos certames nacionais, a Federação Paraense de Judô obteve o resultado mais expressivo de sua história, faturando quatro ouros inéditos no campeonato sul-americano. POR MICHEL

Belém (PA) - Todo e qualquer esporte, além de saúde, proporciona ao atleta uma possibilidade de educação e socialização. Quando essa meta é alcançada e consegue trazer resultados, a satisfação de quem realiza o trabalho é ainda maior. Mais ou menos assim pode ser definida a atual temporada da Federação Paraense de Judô (FPAJU), que conseguiu aumentar significativamente o número de atletas filiados, revelar talentos e comemorar bons resultados em âmbito nacional. Para Eduardo Pinho, presidente da entidade, a modalidade transcende a competição e o rendimento. “Quando assumi a FPAJU, tinha o objetivo de tornar o judô uma modalidade respeitada em nível competitivo, mas priorizando aspectos fundamentados na educação e socialização dos jovens. Hoje posso dizer que atingimos nossa meta”, disse o dirigente. O ano 2013 começou com o judoca Luiz Nogueira Filho, o Luizinho, da Esmac, defendendo a seleção brasileira sub 21 em competições na Rússia, Itália e Alemanha. Em seguida, 98 atletas trouxeram para o Estado o tetracampeonato do brasileiro da Região I, realizado no Amapá. Mas o ápice dos atletas paraenses aconteceu na disputa dos campeonatos brasileiros desde a base até o alto rendimento. Em seis certames disputados, a FPAJU colecionou quatro medalhas de prata e seis de bronze, só não subindo no pódio na competição sub 21. Otimista pelos resultados obtidos, Eduardo Pinho acredita na consolidação da modalidade em todo o Estado. “Esta temporada foi muito importante para o judô paraense firmar-se. Ter o Luizinho na seleção foi maravilhoso, pois o Pará mostrou que pode revelar talentos para nosso esporte. Prova disso foi o nosso excepcional desempenho nos campeonatos brasileiros. As medalhas conquistadas por nossos atletas certamente alavancarão o judô em todo o Estado.” Já no mês de setembro, houve a principal competição do calendário estadual, o

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ANDERSON

| FOTOS ANTÔNIO CÍCERO


Campeonato Paraense. Com cerca de 300 judocas, o evento teve quase dez horas de combates intensos. Além da capital, os municípios de Paragominas, Ananindeua, Marabá, Parauapebas, Bragança e Canaã dos Carajás trouxeram representantes. A Associação Agostinho Maciel foi a grande vencedora, conseguindo ficar na primeira colocação. Entre os destaques tivemos a categoria sênior (-81kg), que terminou com Milton Rafael no lugar mais alto do pódio, com Luiz Pinho sendo vice, ambos da Esmac, e Elyson Arnold, da Veleiro, conquistando o bronze. “Conseguimos trazer atletas de todas as regiões do Estado, e isso é bom para o esporte, disse Walter Amaral, diretor técnico da FPAJU. Essa competição é a que soma mais pontos para o ranking e, por isso, tem uma importância muito grande.”

Campanha inédita no sul-americano Não bastassem as numerosas conquistas, o judô paraense teve um mês de outubro que entrou para a história. Elder Melo e Rodrigo Liebold, da Associação Agostinho Maciel, e Leandro Baena e Ana Beatriz Pinto, da Asfam, conquistaram quatro medalhas de ouro nos sul-americanos sub 13 e sub15, realizados no Chile. Eduardo Pinho comemora a melhor temporada do judô paraense. “Este foi um resultado inédito para o Pará, até por ser o primeiro campeonato sul-americano de que participamos com quatro judocas, com todos trazendo o ouro. Temos consciência plena de que todos os professores paraenses formam a base de nossa modalidade, e devemos a eles o sucesso obtido nesta temporada. Toda a diretoria da FPAJU fica com sensação de dever cumprido”, disse o dirigente paraense.

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SARAH MENEZES

participa de evento do Sesc Tocantins POR ANA

CAROLINE RIBEIRO - IMPRENSA SESC/TO |

FOTOS ASCOM

SESC

Cerca de 300 crianças de bairros periféricos da capital tocantinense, Palmas, viram que o sonho de tornar-se um grande atleta é possível. Em setembro, os alunos do Projeto Carrossel, além de outros 300 judocas de várias academias locais, conheceram a campeã olímpica Sarah Menezes. A atleta veio ao Tocantins participar de um tradicional evento esportivo do Sesc, que nesta edição recebeu o nome da piauiense. A Copa Sesc Sarah Menezes de Judô foi uma realização do Serviço Social do Comércio (Sesc TO), e contou com apoio da Federação Tocantinense de Judô (Fejet). O evento foi composto por um festival de judô, especificamente para os integrantes do Projeto Carrossel, competições e premiação. Em sua oitava edição, o torneio já recebeu atletas campeões, como Antônio Tenório. Ao chegar ao Tocantins, Sarah foi recebida pelo governador do Estado, em seu gabinete. Atencioso, José Wilson Siqueira Campos parabenizou a judoca e falou sobre as medalhas conquistadas. “Nenhuma outra riqueza é tão grande como essa que você conquistou.” Sobre a atleta, o governador afirmou: “Vemos a postura, a humildade e na própria face dela, os sentimentos. Ela é muito especial e, além disso, é campeã olímpica”. Sarah Menezes visita o governador do Tocantins, Siqueira Campos A judoca visitou as unidades do Sesc e viu, de perto, as atividades do projeto social sendo e tiraram dúvidas sobre o judô. O pequeno Sa- meninos e meninas no judô. Isso mostra que as realizadas. As crianças rodearam Sarah Mene- muel Ataíde Ribeiro Rosa, de 8 anos, estava an- artes marciais não são exclusivamente masculizes várias vezes, fizeram perguntas, elogiaram sioso para conhecer a atleta. “Eu admiro muito a nas”, afirmou Ton Pacheco, presidente da Fejet Sarah. Quero ser como e professor de judô no Sesc. A jovem atleta conversou com as crianças ela. E já estou na faixa azul”, disse o pequeno e até mostrou técnicas de luta a elas. “Comecei como muitos desses alunos, e consegui chegar judoca. A mensagem que muito longe. Durante esses dias em que estive Sarah passou aos ju- no Tocantins, observei bastante os treinos e docas do Tocantins é competições e percebi que eles também podem que a arte marcial não chegar lá”, afirmou a judoca. “A presença de Saé exclusiva para ho- rah nesta edição foi extremamente valiosa, tanto mens e que a dedica- para os alunos do Projeto Carrossel quanto para ção supera as dificul- os demais atletas. Sarah foi aluna do Sesc no dades. “As mulheres Piauí e conseguiu chegar muito longe. Esperatêm conquistado um mos o mesmo para os nossos judocas”, conespaço cada vez maior tou a supervisora do Projeto Carrossel, Karine no esporte. No Projeto Krebs. O Projeto Carrossel surgiu com o objetivo de Carrossel, por exemplo, temos uma quan- promover a inclusão social por meio de atividatidade equivalente de des esportivas e destina-se, preferencialmente, Marco Antônio Monteiro, Ton Pacheco e Sarah Menezes visitam o governador do Tocantins, Siqueira Campos

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Cerimônia de abertura da Copa Sesc Sarah Menezes de Judô

para crianças e adolescentes oriundas de famílias de baixa renda. Eles participam de atividades de karatê, judô, xadrez, teatro e práticas socioeducativas, voltadas à cultura, lazer, saúde, assistência e turismo. Para participar, o aluno tem a obrigatoriedade de estar matriculado na rede pública e frequentar o projeto no contratempo da escola. O Carrossel tem o apoio de instituições que apadrinham as crianças.

Cerimônia de abertura No domingo, dia 29, Sarah e seu treinador, Expedito Falcão, foram recebidos pelos competidores da Copa de Judô ao som da banda da Polícia Militar do Estado do Tocantins, na cerimônia de abertura oficial do evento. Estiveram presentes o diretor regional do Sesc, Marco Antônio Monteiro; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, Paulo Henrique Ferreira Massuia, que representou o Governo do Estado; o tenente Danilo Argollo, representando o comandante geral da Polícia Militar; o superintendente Belmiram José de Souza, representando a Secretaria de Esportes do Tocantins; e a professora Cilsa Queiroz, representando a Secretaria Estadual de Educação. O diretor regional do Sesc, Marco Antônio Monteiro, acompanhou toda a trajetória de Sarah no Tocantins e entendeu a visita como incentivo tanto para os alunos quanto para os professores. “É importante atuar com paixão, e vemos isso nos nossos colaboradores. A presença de uma judoca como Sarah Menezes neste evento fomentou o desejo de ver os atletas do Tocantins chegarem mais longe.

Crianças do Projeto Carrossel cercam Sarah Menezes

Esse sentimento é essencial para quem orienta e educa”, explicou o diretor. A copa rendeu 81 medalhas para os judocas do Sesc, sendo 44 de ouro, 21 de prata e 16 de bronze, além da primeira colocação no evento. O segundo lugar foi para o Judô Guerra, com 73 medalhas. O terceiro colocado, com seis medalhas, foi a equipe Blindados. Sarah Menezes é a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha de ouro para o judô nas Olimpíadas. O ouro de Sarah foi carregado de significados. Foi o primeiro do Brasil em Londres 2012, logo no primeiro dia oficial de disputas; o primeiro do judô brasileiro em 20 anos e a 17ª medalha do judô em Olimpíadas. Aos 18 anos, Sarah Menezes foi campeã mundial júnior, em Amsterdã, na Holanda, e tornou-se a grande esperança da modalidade. A atleta estreou em Olimpíadas em 2008, e caiu na primeira luta. Em 2009, conquistou o bicampeonato júnior, foi eleita Atleta do Ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e iniciou sua escalada entre os adultos. No ano seguinte, foi medalha de bronze no Mundial de Tóquio; dois anos depois, chegou à prata no Mundial de Paris. Durante os quatro anos do ciclo olímpico, colecionou ouros em etapas de Grand Slam, Grand Prix e Copa do Mundo, sem jamais deixar os treinamentos em Teresina, no Piauí, sua casa, onde é ídolo para milhares de crianças e é tema até de forró. A judoca coleciona títulos, conquistados em competições internacionais. Foi medalha de ouro no Campeonato Mundial de Judô, 2013, em Moscou (Rússia), medalha de ouro no Campeonato Pan-Americano de Judô, 2013,

Samuel Rosa realiza o sonho de conhecer Sarah Menezes: “Quero ser como ela”.

em San José, Costa Rica, campeã olímpica em Londres, em 2012, campeã mundial júnior em 2008, em Amsterdã, Holanda; bicampeã mundial júnior em 2009, Paris (França), medalha de ouro na temporada de 2009 nas copas do mundo de Madri (Espanha) e Lisboa (Portugal); nesta, venceu todas as lutas por ippon. Sarah conquistou, também, medalha de prata no Campeonato Mundial de Judô de 2012 em Paris, medalha de bronze no Campeonato Mundial de Judô de 2010, em Tóquio, foi quinta colocada no Mundial Sênior de 2009 em Amsterdã (Holanda), quarta colocada no Grand Slam de Tóquio (Japão), em 2009, e eleita a Atleta do Ano, em 2009, pelo Comitê Olímpico Brasileiro.

Sarah Menezes faz demonstração de golpe com aluna do Projeto Carrossel

Sensei Celso Galdino, Ton Pacheco, Sarah Menezes, Marco Antônio Monteiro e Karine Krebs conversam com judocas do Projeto Carrossel.

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Associação Colossus realiza Festival

CURUMIM DE JUDÔ POR PAULO

PINTO |

FOTOS REVISTA

BUDÔ

São Paulo (SP) – Em parceria com a Prefeitura de São Paulo e a Federação Paulista de Judô Máster, a Associação de Judô Colossus realizou o Festival Curumim de Judô, no dia 24 de novembro, no ginásio de esportes do Centro Educacional da Mooca. O evento, que reuniu 487 participantes, foi composto pelo festival para crianças de 5 a 12 anos e pelo torneio para jovens da categoria pré-juvenil (sub 15). Por possuir cunho lúdico e formacional, o Festival Curumim de Judô premiou todos os judocas participantes com uma medalha alusiva ao evento, enquanto a competição sub 15 premiou com medalhas de ouro, prata e bronze todos os atletas que subiram ao pódio. Participaram do evento, disputado em oito áreas: Academia de Judô Pissarra, Judô Mongaguá, Associação de Judô Mito, Judô Aurélio Miguel (Projam), Colégio Regina Mundi, CEU Sapopemba, CDM Unileste, Judô Taipas do Jaraguá, GCM Guarulhos, Clube Atlético Taboão da Serra, Projeto Arca de Noé, Associação de Judô Messias, Associação Moacyr de Judô, Academia Murá e Associação de Judô Colossus. A locução do evento este a cargo de Antônio Greco, e a mesa de honra contou com a presença de diversas autoridades e dirigentes esportivos, entre os quais Fábio Alvaracci Pinto, diretor do Centro Educacional da Mooca; Élcio Oliveira, diretor do Colégio Amorim; Nelson Onmura, medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos; Gláucia Carboni, coordenadora do Centro Educacio-

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Classificação Individual Feminino Super-ligeiro

nal da Mooca; Edson Puglia, diretor de judô da Sociedade Esportiva Palmeiras e coordenador do Colégio Amorim; e Rubens Pereira, presidente da Federação Paulista de Judô Máster. Em seu pronunciamento de abertura, Rubens Pereira lembrou que o judô promove a socialização dos jovens praticantes. “Toda vez que fazemos uma competição deste nível estamos engrandecendo o judô e fortalecendo os laços que unem as famílias. Este é um evento da família judô, e por isso damos boas-vindas a todos que aqui estão. Este evento foi pensado para homenagear os pequenos judocas da cidade de São Paulo, que cada vez mais encontram menos espaço nas grandes competições. O Festival Curumim tem a proposta de inserir os pequenos judocas na atmosfera da competição, porém de forma lúdica e harmoniosa. É por essa razão que estamos realizando, em paralelo ao festival, o campeonato pré-juvenil, para que nossos pequenos judocas possam observar e vivenciar uma competição”, explicou o dirigente. Fábio Alvaracci Pinto destacou a importância da participação do governo municipal e da iniciativa privada nos eventos esportivos. “A Prefeitura de São Paulo tem limites para apoiar determinados eventos esportivos, e o que estamos fazendo aqui é tentar fomentar o trabalho que deve ser feito para inserir crianças o mais cedo possível na prática esportiva. Temos aqui professores que já há alguns anos vêm fazendo um movimento neste sentido, mas o que falta é maior participação e incentivo das iniciativas privada e pública. Temos professores que formaram até atletas que conquistaram títulos mundiais, e tudo que temos aqui foi colocado pela iniciativa privada, enquanto a prefeitura cede o espaço. No Centro Esportivo da Mooca está o primeiro e único local de treinamento paralímpico de judô, que foi inaugurado recentemente por meio de uma iniciativa do Celso Jatene, e todos os judocas paralímpicos de São Paulo treinam conosco aqui.” Antes das disputas do festival houve uma belíssima apresentação de ginástica olímpica, organizada pela professora Roseli Gonçalves Signoreli, responsável pela modalidade no Centro Educacional e Esportivo da Mooca. Após a apresentação, Roseli falou sobre a importância da difusão esportiva entre as crianças da comunidade. “Estou neste centro esportivo há mais de 20 anos, ensinando e disseminando a ginástica olímpica entre os jovens desta região. Estamos tendo a participação da professora Fernanda Alves, do CEU Aricanduva, que também trouxe alguns alunos. Nossa proposta é mostrar nosso trabalho aos praticantes de judô, uma das modalidades esportivas mais praticadas e arraigadas em São Paulo. Todo o trabalho esportivo desenvolvido aqui tem uma proposta pedagógica e social, e nosso trabalho visa a promover o crescimento dos jovens que frequentam este espaço, por meio do esporte.” Após a cerimônia de abertura, Vítor Hugo Nascimento, da Associação de Judô Colossus, fez o juramento do atleta, enquanto o árbitro Antônio José dos Santos fez o rei inicial.

1º - Danieli Vieira (Judô Mito) Meio-médio 1º – Iara Vitória (Judô Colossus) Médio 1º – Gabriela Rodrigues (Judô Messias) 2º – Carolina Rodrigues (Judô Messias) 3º – Gabriela Magnólia (GCM Guarulhos) 3º – Tainá Reis (GCM Guarulhos) Meio-pesado 1º – Thaynara Feitosa (CDM Unileste) 2º – Natália Auriquim (Judô Moacyr) Pesado 1º – Bárbara Souza (GCM Guarulhos) 2º – Maria do Carmo (CEU Sapopemba) Masculino Super-ligeiro 1º – Patrick Santos (Judô Moacyr) 2º – Jonas Santos (Arca de Noé) 3º – Matheus da Fonte (CDM Unileste) Ligeiro 1º – Daniel Alves (Judô Mito) 2º – Michael Faustino (Arca De Noé) 3º – Gustavo Santos (Arca De Noé) Meio Leve 1º – Andrew de Lima (CDM Unileste) 2º – Joao Victor (Judô Mongaguá) 3º – Gustavo Ferreira (Judô Mongaguá) 3º – Matheus Souza (GCM Guarulhos) Meio-médio 1º – Victor Hugo Nascimento (Judô Colossus) 2º – Richard Carvalho (Judô Moacyr) 3º – Jonathan Dias (CDM Unileste) 3º – Luís Miguel (Judô Moacyr) Médio 1º – Vinicius Muniz (Academia Murá) 2º – Felipe Turolli (Judô Colossus) 3º – Paulo Martins (CEU Sapopemba) 3º – Felipe Santana (GCM Guarulhos) Meio-pesado 1º – Josué Ortiz (Judô Moacyr) 2º – Felipe Rocha (Arca De Noé) 3º – Gustavo Silvestre (CDM Unileste) 3º – Davi Rocha (CDM Unileste) Pesado 1º – Lucas Prado (CDM Unileste) 2º – Caíque Inácio (GCM Guarulhos) 3º – Rafael Lima (Judô Mongaguá) 3º – Allan Pereira (Judô Mongaguá)

Resultado final por associação 1º – CDM Unileste 2º – Associação Moacyr de Judô 3º – Associação de Judô Colossus 4º – CEU Sapopemba 5º – GCM Guarulhos 6º – Associação de Judô Mito 7º – Projeto Arca de Noé 8º – Associação de Judô Messias 9º – Judô Mongaguá 10º – Academia Murá 11º – Colégio Regina Mundi 12º – Judô Taipas do Jaraguá 13º – Clube Atlético Taboão da Serra

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