Revista Budo 5

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Ano II - № 5 – R$ 25 / € 12

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SUPER

PARANÁ

Comemora cinquentenário em alto estilo

PÔSTER com as feras do Mundial Sênior

JORGE ARMADA

Expõe as vísceras da CPJ

TAWANY GIANELO

A PRINCESA DOS TATAMIS LUCIANO CORRÊA

Focado no pódio olímpico

TREINAMENTO ESPORTIVO:

BÍCEPS DE CAMPEÃO




Editorial Que venham as olimpíadas! Editor Paulo Roberto Pinto de Souza paulobudo@gmail.com Diretora Executiva Daniela Lemos daniela.lemos@terra.com.br Conselho Editorial Mauzler Paulinetti Luiz Fernandes Araújo Júnior Direção de Arte Artur Mendes de Oliveira Rafaela Silva vice-campeã mundial

Leandro Cunha vice-campeão mundial

Acompanhamos o fechamento de mais uma temporada do judô brasileiro. Um ano que apresentou grandes avanços para o judô brasileiro devido ao investimento recorde dos patrocinadores do judô verde-amarelo. Investimento que na prática, lamentavelmente, não apresenta o menor resultado, já que, das 42 medalhas de ouro que o Brasil disputou nos mundiais sub-17, sub-20 e sênior em 2011, apenas uma foi conquistada por nosso País, que paradoxalmente é hoje a nação que recebe maior aporte financeiro no judô mundial. O resultado pífio do Brasil nos mundiais sênior, júnior e cadetes mostra claramente que o investimento está sendo feito de forma equivocada. E a grande pergunta é: onde a CBJ investe as dezenas de milhões que recebe do governo federal e de patrocinadores da iniciativa privada – como Sadia, Bradesco, Scania, Infraero e Cielo –, além dos milhões despejados na entidade pelas prefeituras e secretarias de esporte que bancam os eventos nacionais e internacionais que a CBJ realiza? Entretanto, enquanto a Confederação Brasileira de Judô promove esta gastança absurda dos recursos que deveriam ser aplicados na base, alguns atletas têm dado a alegria tão sonhada pelos torcedores brasileiros. Entre estes destacamos a maior revelação do Brasil em 2011, Tawany Gianelo Silva, a única campeã mundial do Brasil desta temporada, que com apenas 15 anos conquistou o ouro no mundial sub-17, realizado em Kiev/Ucrânia. Dois gigantes dos tatamis que vêm crescendo a cada temporada e têm dado muita alegria à torcida são Rafaela Silva e Leandro Cunha, os dois vice-campeões mundiais que fizeram as finais de suas categorias em Paris. Outro pessoal que tem surpreendido e conquistado cada vez mais medalhas é a galera do máster. Só nesta temporada

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Tawany Gianelo campeã mundial

foram conquistadas dezenas de medalhas mundiais, pan-americanas e sul-americanas. Estes judocas arcam com todas as despesas para representar o Brasil, e não recebem o menor suporte da CBJ. É um descaso total, porém, a determinação dos velhos judocas os faz superar todos os abusos e adversidades impostos pelos dirigentes da CBJ e CPJ. Os Jogos Pan-Americanos mostraram a maturidade dos atletas brasileiros que, na disputa em 14 categorias, trouxeram 13 medalhas. Este é um dado importante, se lembrarmos que temos na América um adversário fortíssimo em Havana. Pontualmente, temos alguns bons atletas nos Estados Unidos, mas é em Cuba que está nosso único adversário perigoso no judô pan-americano, e nossa vitória sobre Cuba no masculino mostra o poderio verde-amarelo para as Olimpíadas, que se realizarão em 2012, em Londres. Se, no campo político, o Brasil se perde com uma administração que mistura os interesses nacionais com os problemas do judô pan-americano e a ambição do presidente da CBJ, nos tatamis, mesmo sem o devido estímulo e sem reconhecimento daquilo que conquistam para o judô brasileiro, nossos heróis não perdem a oportunidade de escrever seus nomes na história da elite do judô mundial. Que venham as Olimpíadas e o mundial por equipes do próximo ano em Salvador/BA, pois mesmo com o lamaçal da política partidária e esportiva que se esconde sob os tatamis, nossos times feminino e masculino provaram que têm judô de sobra para conquistar as tão sonhadas medalhas olímpicas de que o judô tupiniquim carece. Ippon neles!

O Editor

Colunistas Anderson Dias de Lima Paulo Duarte Vera Lucia Sugai Daniel Dell´aquila Matheus Luiz Vinícius Erchov Paulo Pinto Colaboradores Angélica Mayumi Murata Mário Manzatti Revisão Nilton Tuna Matheus Fotografia Marcelo Kura Paco Lozano Marcelo Lopes Everton Monteiro Paulo Fischer Nilton Fukuda Josmir Ferreira Luzia R. Koga Marcelo Rua Departamento Comercial Daniela Mendes de Souza Daniela.craque@terra.com.br Impressão e Acabamento Gráfica Kaygangue – Palmas (PR)

é uma publicação trimestral da GLOBAL SPORTS EDITORA Administração, publicidade e correspondência Rua Henrique Júlio Berger, 855 – 102 Caçador (SC) - CEP 49500-000 - Fone 49 3563-7333 Distribuição Dirigida Tiragem desta edição 10.000 exemplares Opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas não são de responsabilidade do editor. Direitos Reservados © 2011 - Global Soccer Editora Impressa no Brasil - Printed in Brazil revistabudo@gmail.com www.revistabudo.com.br



Por Paulo Pinto Fotos Paco Lozano

Rafaela Silva e Leandro Cunha Garantem Pratas em Paris

Apesar de todo o ufanismo e declarações enganosas feitas pelos dirigentes brasileiros, mais uma vez o Brasil teve um péssimo desempenho no mundial sênior e despencou na classificação geral ao amargar a oitava colocação Segundo declarações de Jean-Luc Rougé, presidente da Federação Francesa de Judô e vice-presidente do Comitê Olímpico da França, o Brasil é hoje o país com maior investimento no judô mundial. Mas, contrariando a afirmação do dirigente francês, o resultado de todo este investimento não aparece nos tatamis. Desde 2005 o Brasil não conquista um ouro sequer no sênior, e a CBJ ainda tem a ousadia de afirmar que o Brasil fez a melhor campanha da história. O pior é ver medalhistas olímpicos endossando e corroborando as mentiras de Paulo Wanderley Teixeira. Em 2005 no Cairo, João Derly, -66 kg, conquistou o ouro e Luciano Corrêa, -100 kg, o bronze. Já em 2007, no Rio de Janeiro, João Derly conquistou mais um ouro; Tiago Camilo, -81 kg, ouro; Luciano Correa, ouro; e

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João Gabriel Schilittler, +100 kg, o bronze. Esta, na verdade, foi a melhor campanha do Brasil em mundiais. Em 2010, em Tóquio, Mayra Aguiar, -78 kg, foi prata; Leandro Guilheiro, -81 kg, prata; Leandro Cunha, -66 kg, prata; e Sarah Menezes, -48 kg, bronze. Este ano, em Paris, Leandro Cunha foi prata; Rafaela Silva, -57 kg, prata; Sarah Menezes, -48 kg, bronze; Leandro Guilheiro, bronze; e Mayra Aguiar, bronze. Não desmerecemos o resultado de nossos guerreiros em Paris, mas repudiamos as mentiras que atentam contra a realidade e endossam o absurdo administrativo existente hoje no Brasil e nas Américas.

Seleção Brasileira O mundial deste ano realizou-se no Palais Omnisports de Bercy, palco da mesma

competição em 2005. A seleção brasileira foi formada por atletas com larga experiência em mundiais e pouquíssima gente nova com expressão. E, assim como vem acontecendo em algumas das últimas competições internacionais, as mulheres conquistaram o maior número de medalhas. A seleção brasileira foi composta por: Sarah Menezes (48 kg), Erika Miranda (52 kg), Rafaela Silva e Ketleyn Quadros (57 kg), Mariana Silva (63 kg), Maria Portela (70 kg), Mayra Aguiar (78 kg), Maria Suelen Altheman (+78 kg), Felipe Kitadai (60 kg), Leandro Cunha (66 kg), Bruno Mendonça (73 kg), Leandro Guilheiro e Flávio Canto (81 kg), Tiago Camilo e Hugo Pessanha (90 kg), Luciano Correa e Leonardo Leite (100 kg), Daniel Hernandes e Rafael Silva (+100 kg). Por estarem entre os oito melhores do mundo em suas categorias, Sarah Menezes, Erika Miranda, Rafaela Silva, Mayra


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By Marcelo Rua


Aguiar, Leandro Cunha, Leandro Guilheiro, Tiago Camilo e Hugo Pessanha foram cabeças de chave na França.

Coxinha infernal O mundial começou com duas medalhas para o Brasil: Leandro Cunha, prata no meio-leve, e Sarah Menezes, bronze no ligeiro, repetiram o resultado conquistado no Mundial de Tóquio, em 2010, e levaram o Brasil a 25 pódios na história da competição. Aurélio Miguel, com três medalhas, é o recordista brasileiro de pódios do Brasil em mundiais, seguido por João Derly, Luciano Correa, Leandro Cunha, Sarah Menezes e Edinanci Silva, todos com duas. Com a medalha em Paris, Leandro Cunha é o segundo brasileiro a fazer duas finais consecutivas de campeonato mundial (2010-11), algo antes só alcançado pelo bicampeão mundial João Derly (2005-07), antecessor de Leandro no meio-leve. “Fico feliz em dar continuidade aos bons resultados do João Derly na categoria. Porém, mais do que isso, estou escrevendo meu nome na história. Duas finais seguidas é para poucos”, comemorou o sempre sorridente Leandro Cunha, mais conhecido pelo apelido de Coxinha. “As medalhas são fruto de muito trabalho e agradeço ao meu clube, Pinheiros, pelo apoio e confiança. Venho buscando meu espaço na seleção olímpica desde 2000 e acho que estou no caminho certo”, completou Leandro.

Prata com Rafaela Silva Rafaela Silva conquistou a terceira medalha do Brasil no Mundial de Judô. A atleta de 19 anos fez a segunda decisão feminina na história (depois de Mayra Aguiar, em 2010) e ficou com a medalha de prata ao perder a final para a japonesa Aiko Sato.

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By Marcelo Rua


“Claro que eu treinei para ganhar a medalha de ouro. Mas a de prata foi boa também”, resumiu Rafaela Silva. “Evolui bastante no último ano, ganhei motivação e minha meta, agora, é treinar para a medalha olímpica em Londres 2012”, completou. “A gente sempre espera por uma chave tranquila, e pegar logo de cara a campeã olímpica não é fácil. Fiquei um pouco nervosa, mas como havia vencido a italiana este ano, sabia que ela não era imbatível”, avaliou Rafaela Silva. Nascida na Cidade de Deus, Rafaela começou no judô aos 5 anos, na associação de moradores da comunidade para, mais tarde, entrar na ONG Instituto Reação, do medalhista olímpico Flávio Canto, sempre tendo Geraldo Bernardes como treinador. “Não sei onde estaria hoje se não fosse o judô em minha vida”, disse a judoca, que investe todo o dinheiro que recebe em premiações para ajudar na construção da casa para os pais, na Freguesia. “Eu ficava na rua brigando... Mas minha briga agora vale medalha”, completou.

Leandro Guilheiro dá quarta medalha ao Brasil Leandro Guilheiro conquistou a quarta medalha para o Brasil no Campeonato Mundial de Judô. O meio-médio ficou com a medalha de bronze ao vencer por ippon Elkhan Rajabli (AZE). Foi a 13ª medalha de Guilheiro em 14 competições disputadas desde que subiu para o meio-médio, depois do Mundial de Roterdã em 2009. “Tive um dia difícil em Paris, onde gosto muito de lutar. Não sei o que

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aconteceu. Dei cabeçada, arranhei o rosto, o peito, os dedos... Mas mostrei força mental e coração. Mesmo quando o judô me abandona, é bom saber que ainda tem o resto”, disse Leandro Guilheiro. “É um pouco decepcionante a medalha de bronze, mas não vou mudar tudo o que vinha fazendo porque não fui campeão como esperavam. O bronze é uma conquista, e vou curtir esta medalha. Depois pensarei nos erros para corrigi-los. De qualquer forma, é bom saber que tenho conseguido manter-me no topo”, completou Leandro. Com a medalha de bronze, Leandro Guilheiro marcou 200 pontos no ranking mundial e ficou mais perto da vaga para as Olimpíadas de Londres 2012.

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Mayra Aguiar garante a quinta medalha verde-amarela Mayra Aguiar foi a quarta medalhista de 2010 a repetir o pódio no mundial de 2011. Vice-campeã em Tóquio, a meio-pesado gaúcha conquistou a medalha de bronze. Somando esta medalha às demais, o Brasil contabilizou cinco medalhas na competição. “Já estou me sentindo bem na categoria”, diz Mayra, que subiu do médio (70 kg) para o meio-pesado (78 kg) após as Olimpíadas de Pequim 2008. “O mês de treinamento que faremos no Japão será muito importante, porque ainda tenho dificuldade de enfrentar as japonesas. É um investimento da CBJ que fará a diferença”, disse a judoca.



Desempenho dos

s a t s i h l a Med Brasileiros Feminino

- 48 kg Sarah Menezes – Bronze No caminho até o bronze, Sarah enfrentou a vice-campeã mundial de 2009, Oiana Blanco (ESP), a quem bateu por wazari no último segundo, passando em seguida pela coreana Seung-Min Shin (ippon). Contra Eva Csernoviczki (HUN), quinta do ranking, um ippon arrasador a levou para a semifinal contra a líder do ranking do ligeiro feminino e, agora, bicampeã mundial, Haruna Asami, que derrotou Sarah por ippon.

Feminino

- 57 kg Rafaela Silva – Prata O caminho de Rafaela Silva até a prata não foi fácil. A judoca carioca começou com ninguém menos do que a atual campeã olímpica, a italiana Giulia Quintavalle. Rafa repetiu o feito do Grand Prix de Dusseldorf, no começo do ano, e bateu a adversária (wazari). O segundo combate foi contra a espanhola Concepcion Bellorin, a quem venceu por ippon. Contra a medalhista de bronze do Mundial 2010, Ioulietta Boukouvala (GRE), a vitória foi por hansokumake (4 punições). Daí até a final foram mais dois ippons: contra a alemã Miryam Roper e contra a americana Marti Malloy.

Feminino

- 78 kg Mayra Aguiar – Bronze A judoca da Sogipa/RS entrou cinco vezes nos tatamis, vencendo quatro delas por ippon e sendo parada apenas pela líder do ranking mundial, a japonesa Akari Ogata. Mayra venceu Vanessa Mballa (CMR) em 53 segundos, depois derrotou a alemã Luise Malzahn e a húngara Abigel Joo. Na semifinal, levou a pior contra japonesa Ogata, por ippon. Mas voltou com tudo na decisão do bronze, para superar a segunda alemã da tarde, Heide Wollert.

Masculino

- 66 kg Leandro Cunha – Prata Leandro Cunha começou o dia contra o experiente Armen Nazaryan e venceu por yuko. Depois venceu Shalva Kardava (GEO) por ippon. Nas oitavas de final, Coxinha venceu por yuko o coreano Jeong Hwan An, passando na rodada seguinte por Colin Oates (GBR) por ippon para vencer, depois, o esloveno Rok Draksic na semifinal. O japonês Masashi Ebinuma, a quem o brasileiro havia batido nas oitavas do Mundial de Tóquio 2010, foi seu algoz na final (ippon).

Masculino

- 81 kg Leandro Guilheiro – Bronze Leandro Guilheiro, vice-líder do ranking mundial, venceu seus dois primeiros combates por wazari (3 punições). Foi assim contra Pedro Castro (COL) e Amir Ghasemi (IRI). No duelo com o francês Alain Schmitt, nas oitavas de final, Leandro ganhou na decisão dos árbitros (2 a 1) calando a torcida em Bercy. O brasileiro venceu em seguida Sergio Toma, da Moldávia, mas foi derrotado por um wazari contra três yuko por Srdjan Mrvaljevic, de Montenegro.



Brasil é Prata no Mundial por Equipes Brasil e França fizeram uma final emocionante em Paris para decidir a medalha de ouro do Campeonato Mundial por Equipes. Com o placar de 3 a 2 para os franceses e três golden score (prorrogação), o Brasil ficou com a medalha de prata. Foi o quarto pódio do País na competição por equipes no masculino, repetindo o feito de Minsk/BLR em 1998, Pequim/CHN em 2007 e Antalya/TUR em 2010. Em 2008 o Brasil ficou com a medalha de bronze em Tóquio. “Essa geração tão talentosa merece uma medalha de ouro. Quem sabe ela não está guardada para o Mundial por Equipes de 2012, em Salvador? Tenho muito orgulho de fazer parte dessa geração”, comentou Tiago Camilo. O Brasil não teve vida fácil na competição, apesar dos placares elásticos desde a primeira fase. Pelo regulamento, apenas cinco pesos participam dos duelos: no confronto de estreia, a equipe pegou o forte time do Uzbequistão (5 a 0), passando em seguida pela China (também 5 a 0). Diante da Coreia e seus campeões mundiais, 3 a 2 e a vaga na final, conseguida apenas no último confronto, por Rafael Silva. A França, dona da casa, esperava o Brasil na decisão. “Gosto de lutar com a torcida contra. Isso me motiva”, afirmou o experiente Flávio Canto, que esteve presente nas campanhas das quatro medalhas do Brasil em

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mundiais por equipes. “Graças a esse retrospecto, o fato de ter um BRA nas costas hoje já nos faz mais respeitados. Não é mais o nome de um ou outro atleta, mas o Brasil que tem respeito no mundo”, disse Canto. A França começou vencendo a decisão por 2 a 0, vitórias de Dimitri Dragin por ippon sobre o vice-campeão mundial Leandro Cunha, e de Ugo Legrand (bronze mundial) sobre Bruno Mendonça, por yuko. As três lutas seguintes foram o golden score (a prorrogação no judô após empate no tempo normal de cinco minutos): Leandro Guilheiro, bronze no individual, que já havia derrotado Allain Schmitt na quinta-feira anterior na bandeira (decisão dos árbitros), voltou a derrotar o francês no hantei por 2 a 1. Tiago Camilo chegou ao golden score depois de estar perdendo por yuko até o último segundo do tempo normal, quando fintou um seoi-nage e entrou um o-uchi-gari, para pontuar e igualar a disputa. Na decisão dos juízes, 3 a 0 para o brasileiro. Com o confronto empatado, a decisão estava nas mãos de Rafael Silva e do pentacampeão mundial Teddy Riner no peso-pesado. Novamente, a luta foi até a prorrogação, com vitória para o francês por penalidade no golden score. Japão e Coreia ficaram com o bronze. “O Riner não entra no tatami com as medalhas em volta do pescoço. Ele deve ser respeitado, claro. Ele é o cara a ser batido e alguém vai vencê-lo. É preciso coragem. Tem de ir para cima, atacar, coisa que os adversários não fazem”, disse Rafael Silva, que lutou de igual para igual com o judoca

mais vitorioso do mundo da atualidade durante os 5min49s em que ficou no tatami. As meninas do Brasil, que cruzaram com a França logo na primeira rodada, foram derrotadas por 4 a 1. Erika Miranda abriu 1 a 0, mas Rafaela Silva foi derrotada na luta seguinte. Mariana Silva e Maria Portela, embora tendo um bom desempenho, perderam para as campeãs mundiais Gevrise Emane e Lucie Decosse. Mayra Aguiar, com o confronto decidido, não lutou. A França foi campeã no feminino, com Japão em segundo e Cuba e Alemanha em terceiro. O próximo Campeonato Mundial por Equipes será em Salvador, em outubro de 2012, depois dos Jogos Olímpicos de Londres. Representando o Estado, a diretora da Secretaria de Esporte, Trabalho e Renda da Bahia, Nair Prazeres, recebeu a medalha da FIJ simbolizando a passagem das sedes de Paris para Salvador. Seleção Brasileira no Mundial de Judô 2011: Felipe Kitadai (60 kg), Leandro Cunha (66 kg), Bruno Mendonça (73 kg), Leandro Guilheiro e Flávio Canto (81 kg), Tiago Camilo e Hugo Pessanha (90 kg), Luciano Correa e Leonardo Leite (100 kg), Daniel Hernandes e Rafael Silva (+100 kg).

O Brasil em mundiais por equipes 1998, Minsk/BLR, Prata 2007, Pequim/CHN, Prata 2008, Tóquio/JPN, Bronze 2010, Antalya/TUR, Prata 2011, Paris/FRA, Prata



Por Paulo Pinto Fotos Revista Bud么

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Tawany Gianelo

A Princesa dos Tatamis Nascida em 8 de outubro de 1995, em São Caetano (SP), aos 15 anos Tawany alcançou um feito importantíssimo sagrando-se campeã mundial sub-17. A conquista torna-se maior ainda quando percebemos que esta foi a única medalha de ouro do Brasil em mundiais, nesta temporada. É comum vermos judocas fazendo alarde, mas, na hora da conquista e de subir ao lugar mais alto do pódio, só os verdadeiramente fortes atingem o objetivo, e Tawany é assim. Humilde, mas dotada de grande determinação, ela agora faz parte do seleto clube de campeões mundiais e, após conquistar seis importantes títulos em 2011, consagra-se como a Princesa dos Tatamis do Brasil. 19


O que a levou ao judô? Comecei aos 8 anos, quando estudava na escola Carlos Alberto Dias, onde havia opção de praticar judô ou karatê, e optei pelo judô. Porém, eu via tudo aquilo como uma brincadeira e acabei pegando gosto pelo judô de forma lúdica. O tempo foi passando e comecei a participar de alguns campeonatos, as vitórias foram surgindo e fui pegando amor.

“Com o judô cria-se mais responsabilidade, disciplina e se aprende a ser uma pessoa melhor. Hoje sou uma pessoa mais consciente e devo isso ao judô.”

Com quem começou? Com o professor Carlos Leonardo Borges da Silva, que dava aula na escola. Aliás, até hoje ele é um dos professores que me acompanham.

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Com quem treina atualmente? Com Carlos Leonardo, Danusa Shira, Alberto Bittencourt e Fernando Patti. Mas quem a acompanha de forma mais próxima? A Danuza Shira. O que mais a atraiu no judô? Na realidade, foi apenas uma opção, nunca esperei chegar tão longe. Nem sabia direito o que era judô. Mas, respondendo à sua pergunta, gosto muito da competição. Só que o judô significa ter mais responsabilidade e exige todo um trabalho de equipe. O judô nos proporciona outra dimensão da vida e nos remete a uma realidade em que fazemos parte de um contexto esportivo e competitivo, e tudo isso é muito bom.

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O que o judô lhe oferece de mais importante? Além de ter a oportunidade de realizar meus sonhos, o judô me oferece a possibilidade de estar com pessoas interessantes, que acabam fazendo parte do meu círculo de amigos. Com o judô, cria-se mais responsabilidade, disciplina, e se aprende a ser uma pessoa melhor. Tudo isso faz parte do universo do judô. Hoje sou uma pessoa mais consciente e devo isso ao judô. E qual é o seu maior sonho? É chegar a uma Olimpíada e fazer a minha parte. Antes almejava ser campeã mundial, e isso eu já consegui realizar com 15 anos. Em que dia conquistou esta medalha de ouro? Foi no dia 15 de agosto, em Kiev, na Ucrânia. Como vê o momento que o judô feminino brasileiro atravessa? Antigamente, só o masculino se destacava, e não tínhamos muita gente no feminino. Com o passar dos anos isso foi mudando e hoje

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o feminino está muito forte. Na seleção principal temos meninas excelentes. Houve uma mudança enorme e isso resultou em maior investimento. Vou aproveitar este momento especial para chegar lá.

E do mundo? É o Leandro Guilheiro, também. Em todos os países ele se destaca e faz com que todos parem para ver suas lutas. Sua percepção e estratégia de combate são excepcionais.

Quem é o maior judoca do Brasil? Antes costumava dizer que era a Daniele Zangrando, mas ela se aposentou e temos de olhar para os que estão aí brigando por medalhas. Penso que o Leandro Guilheiro é a nossa grande referência, hoje. Ele possui uma técnica refinada e está em um nível bem acima da maioria.

Como foram as lutas no Campeonato Mundial? Fiz quatro lutas, e a primeira ganhei de yuko. A segunda foi de ippon com shime-waza. A terceira eu venci de yuko, porque a Marion Huber levou dois shidos. Já a final venci com estilo, jogando a romena Rut Saron de ippon com um ko-uchi-maki-komi.


Tawany com o sensei Carlos Leonardo Tawany com os professores Danusa, Fernando e Carlos

Tawany, Danusa Shira e Fernando Patti

Qual é o seu tokui waza? É o seoi-nage. Prefiro os golpes de te-waza. O que teve de enfrentar para chegar ao mundial? No começo do ano houve uma seletiva classificatória e fiquei em primeiro. Esta seletiva classificou para outra, na qual também fui campeã. Depois houve o Circuito Europeu, quando fui para Alemanha e Portugal, e dentro de todos os resultados obtidos a CBJ me chamou. Acharam que eu tinha maiores chances e fui convocada para representar o Brasil. Quem estava concorrendo com você por esta vaga? Na verdade eram quatro meninas. Eu, a Jenifer - que também é da minha academia -, a Mirela, do Rio, e a Angélica, que é do Distrito Federal e, na última seletiva para o pan-americano, resolveu disputar outra seletiva para o sul-americano. Valeu a luta para chegar lá? Com certeza. Valeu e muito. Como foi o mundial? A organização é completamente distinta do que estamos acostumados. Tudo funciona de forma precisa e as coisas fluem de maneira mais natural e harmoniosa.

Tawany com os pais Tatiana Mabel e Cristiano Dantas

Como foi o nível técnico de suas adversárias? O nível do mundial é muito forte, e enfrentei atletas muito boas. Antes de embarcar, procurei algumas lutadoras pelo You Tube, e estudei o estilo de cada uma delas. Dependendo da luta, eu já sabia o que iam fazer e acho que isso me ajudou muito. Mas você filmou todas? Ao todo minha categoria teve 16 atletas, e pude conhecer previamente o estilo das mais fortes. Qual delas foi a mais difícil? A adversária da final foi a mais forte, e foi muito difícil lutar contra ela. Seu nome é Rut Saron Barna, da Romênia. Porém, tive mais dificuldade na semifinal, em que enfrentei a italiana Marion Huber, por sua forma de lutar. De todas que enfrentei, ela foi a mais difícil. O que foi determinante nesta conquista: a técnica, a força ou a determinação? Na verdade foram as três coisas, pois uma complementa a outra. No ano passado soube que haveria o Campeonato Mundial neste ano, e desde então priorizei esta competição. Todo o meu treinamento e preparo foram focados nesta disputa. No entanto, fomos dando um passo por vez. Na parte técnica, focamos treinos específicos, detalhando cada

movimento. Com relação à força, fizemos um trabalho na academia com treinamento de força e velocidade, de acordo com as competições que ia disputar. Fiz uma alimentação saudável e equilibrada, e por fim usei toda a minha determinação para treinar forte diariamente, com muita disposição e dedicação. Como é ser campeã mundial aos 15 anos? É muito bom e foi a realização de um sonho antigo. Pretendo ir bem mais adiante, e espero que este ouro tenha sido o primeiro de muitos. Foi uma experiência única e tudo aconteceu de forma muito rápida. A luta, o ippon e depois o hino nacional. Foi muito emocionante e pareceu um sonho. O que essa medalha representa para você? Um orgulho enorme por estar sempre treinando de forma determinada. Ter trazido esse ouro é a prova viva de que tudo valeu à pena. Vou guardá-la com muito carinho. Se fosse dedicar esta medalha a alguém, quem seria o premiado? Como só posso escolher uma, fica difícil, porque foram muitas pessoas que se dedicaram para que eu obtivesse esta conquista. Poderia, sim, agradecer a Deus por este momento especial em minha vida.

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Na prática, essa medalha mudou sua vida? Eu ganhei, mas não sou invencível, tenho de continuar treinando, me dedicando, para continuar vencendo. Lá no mundial recebi uma premiação de US$ 1.500. Aqui tenho o apoio do Litoral Shopping, que começou a me ajudar um pouco antes do mundial. De concreto e na prática, minha vida não mudou quase nada ainda, mas vou seguir perseguindo meus objetivos, e sei que em breve as coisas vão melhorar. O que diferencia um competidor de um campeão mundial? Competir faz parte da vida do ser humano, mas para um atleta existe todo um treinamento que faz com que se torne um competidor de verdade. Acho que para ser

campeã mundial é preciso muito mais que isso. Não bastar apenas treinar, e sim fazer o melhor naquilo que se propõe, sem pensar nas consequências, nas dores. E tem de abrir mão das horas de lazer para atingir seus objetivos. É dedicação total o tempo todo, sem perder o foco. Qual é a sua rotina de treinamento? Treino duas vezes por dia. Nas segundas, quartas e sextas à tarde tenho treino físico e musculação; já de noite eu faço treino normal. As terças e quintas à tarde tenho treino técnico, e de noite faço o treino normal. E você estuda a que horas? De manhã, estou cursando o primeiro ano do ensino médio e estou indo bem. Caso houvesse um convite você iria para um grande centro? Gosto muito daqui e isso ainda não me veio à cabeça. De qualquer forma, teria de ser algo muito bom, pois a estrutura daqui é maravilhosa. Mas não tenho planos de mudar daqui.

Quantos campeonatos brasileiros você já disputou? Já disputei três edições, sendo que ganhei uma medalha de ouro e duas de prata. Quem é sua principal adversária no Brasil? Hoje sou ligeiro, mas no ano que vem vou mudar de categoria e serão outras adversárias. Onde está o melhor judô do Brasil? Com certeza em São Paulo, mas hoje temos um judô muito forte em vários Estados. Como é a estrutura da SEDUC - Praia Grande? A estrutura aqui é excelente, eles dão grande apoio e suporte a todos nós. Quando iniciamos, tínhamos um espaço muito pequeno e hoje estamos num local enorme e conseguimos treinar muito bem nas três áreas oficias, que possuem tatamis de primeira qualidade. A Prefeitura de Praia Grande nos ajuda muito, também. Se pudesse escolher um lugar para treinar um período, qual escolheria? O Japão, é claro.

Raio X

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Nome: Tawany Gianelo da Silva Data e local de nascimento: 08/10/1995 em São Caetano - SP Estudo: Cursando 1º ano do Ensino Médio Tokui waza: Seoi-nage Judogi preferido: Dragão Tênis de treino: Adidas Tênis de passeio: Nike Peso: 40 kg - Altura: 1,46 m Musica preferida: Conquistando o impossível pela fé - Jamily Cantora preferida: Paula Fernandes Prato preferido: Panqueca de carne Rede social preferida: Twitter Livro preferido: A Bíblia

Categoria: Super-ligeiro - 40 kg Sensei: Danusa Shira Técnicos: Carlos Leonardo e Fernando Patti Preparador físico: Alberto Bittencourt Nutricionista: Caroline Yoshioka Médico: Dr. Fausto Luiz Elia Patrocinadores: Litoral Plaza Shopping Ídolo nos tatamis: Leandro Guilheiro e Daniele Zangrando Ídolo fora dos tatamis: Em primeiro lugar, Deus e em segundo, seus pais Principais títulos desta temporada: campeã mundial – Kiev/Ucrânia, campeã pan-americana – Santiago/Chile, campeã brasileira, campeã paulista, campeã da Copa Revelação e campeã dos Jogos Abertos


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Qual é a sua meta nos tatamis? Meu maior objetivo são as Olimpíadas. Minha meta agora é ser campeã olímpica. Você tem ideia do comprometimento que esse objetivo demanda? Sim, e estou disposta a enfrentar este desafio. E fora do tatamis? Essa ainda é uma grande dúvida. Não sei bem o que vou fazer, mas quero continuar passando para outras pessoas tudo que aprendi no judô. Talvez seja professora de educação física e continue trabalhando com judô, mas isso ainda está muito distante e tenho tempo para decidir. Fora o judô, você desenvolve outras atividades esportivas? Não, só judô. Antes eu fazia natação, mas não gostava e prefiro mesmo treinar judô. Quais pessoas a ajudaram em sua trajetória? Primeiramente meus pais, que sempre me apoiam, e também meus professores, que estão sempre ao meu lado ensinando tudo que eu sei. Meus amigos também são importantes, porque é com eles que eu treino e me desenvolvo no dia a dia. Você disse que tem quatro professores, mas com qual deles aprendeu mais? Não é para ficar em cima do muro, mas não há um específico. Cada

um deles me ajudou um pouco e colaborou de alguma forma em meu preparo. O Carlos Leonardo foi fundamental em minha iniciação no judô. Se não fosse por ele, eu não estaria nos tatamis. A Danusa é uma técnica excelente e é ela que fica a maior parte do tempo comigo. Ela é a minha técnica fixa. Já o Alberto cuida mais de minha preparação física, que é muito importante, e o professor Fernando Patti também está sempre presente, fazendo nosso treinamento técnico. A Danusa pega pesado? Não. Ela é muito legal, mas quando precisa ela pega pesado também. O que gosta de fazer fora dos tatamis? Gosto muito de me divertir saindo com os amigos ou com a família. Às vezes prefiro ficar em casa para assistir a um bom filme e aproveito para descansar da rotina de treinamento. O que o falecimento do professor João Carlos Ribeiro significou para você? Foi uma perda muito grande. Ele era uma pessoa muito importante, não só para mim, mas para todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Sempre lembro dele falando antes das viagens: “O importante não é só a medalha, e sim saber aproveitar as oportunidades, conhecendo outras culturas, lugares e principalmente para não me machucar”. Qual é a sua avaliação do trabalho desenvolvido pelo professor João Carlos Ribeiro? O excelente trabalho desenvolvido pelo sensei João foi um dos melhores projetos na cidade de Praia Grande. Tudo que nós temos até hoje foi graças ao trabalho que ele iniciou nas escolinhas e culminou no programa Super Escola, com a parceria entre as secretarias da Juventude, Esporte e Lazer e da Educação.

Depoimentos A Tawany é uma pessoa extremamente simples e de muitas qualidades. Tem muita humildade e uma educação fora de série. Apesar de tímida, encanta a todos com seu jeito alegre. É uma menina de 16 anos, mas sabe aonde quer chegar e não mede esforços para que seus sonhos se tornem realidade, e nesse aspecto ela é diferenciada. A simplicidade é sua grande aliada na busca pelo desenvolvimento nos tatamis. Quer sempre mais e busca melhorar a cada treino. A Tawany sempre foi muito talentosa, porém ela não é aquele caso que, desde a menor classe de idade, ganhou tudo com facilidade. Ela bateu na trave inúmeras vezes, e cada vez mais alimentou a vontade e a determinação que tinha de vencer. Seu amadurecimento vem num crescente e a cada ano percebo sua evolução. A Tawany sempre teve sede de aprender, de analisar e corrigir seus erros.

Sensei Danuza Shira O trabalho desenvolvido na Praia Grande envolve ótimos profissionais e permite a judocas talentosos se desenvolverem como atletas de rendimento. Nossa campeã mundial se entrega de corpo e alma a essa estrutura para lapidar o potencial. Seu comprometimento é diário. Ela é uma atleta extremamente disciplinada e responsável, sua motivação é inabalável – tanto nos treinos de judô quanto nos treinos técnicos e no preparo físico. Até a dieta ela segue à risca. Neste ano a experiência com as viagens internacionais deu a ela uma visão da realidade da vida de atletas de alto rendimento e isso foi ao encontro do que ela sempre sonhou. Penso que seu comprometimento explica suas conquistas.

Sensei Fernando Patti A conquista do mundial sub-17 consagrou todo o trabalho que foi desenvolvido e a dedicação da Tawany. Minha expectativa é a melhor possível. Quando pensamos em grandes nomes como Thiago Camilo, Aurélio Miguel e Leandro Guilheiro, vemos que eles tiveram grandes resultados em idades parecidas. Com isso criamos uma expectativa bastante positiva em relação ao futuro da Tawany. É claro que um longo caminho precisa ser percorrido, mas tenho certeza de que ela o trilhará com sucesso. Além do seu talento físico e motor, vejo nela o perfil encontrado nos grandes campeões.

Sensei Carlos Leonardo Além de todo talento que possui, a jovem Tawany possui a essência e o conteúdo que traduzem a sua simplicidade. Ela é de verdadeiramente uma menina de ouro, e nos orgulha com sua força e determinação. Tawany vem de uma das escolas mais fortes do judô brasileiro, e teve capacidade de absorver os ensinamentos que os professores Danusa Shira, Fernando Patti e Carlos Leonardo transmitiram a ela. Em nome de todos os judocas paulistas parabenizo toda a equipe da Praia Grande, assim como ao querido professor João Carlos Ribeiro, principal articulador do trabalho que resultou na conquista deste título Mundial para o Brasil.

Francisco de Carvalho Filho Presidente da FPJ

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Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô e Bruna Boeira/ Portal do Judô

Campeonato Pan-americano

Mostra os talentos da categoria Porto Alegre (RS) – A arena de esportes da Sogipa sediou o 1º Campeonato Pan-Americano de Veteranos, promovido pela Confederação Pan-Americana de Judô, entidade fundada recentemente. Mas, definitivamente, a CPJ não mostra ao que veio, pois a falta de apoio às políticas desenvolvidas por Paulo Wanderley, presidente da entidade, ratifica a falta de credibilidade da entidade no continente. Realizada entre os dias 21 e 25 de setembro, a competição teve a participação de 400 atletas vindos de apenas cinco países: Argentina, Peru, Colômbia, Venezuela e Brasil. Grandes nomes desta categoria marcaram presença na competição, que mostrou excelente nível técnico, e registrou dezenas de ippons. Na abertura do torneio, Carlos Eurico da Luz Pereira, presidente da Federação Gaúcha de Judô, definiu a competição como uma fonte de inspiração para judocas que estão em início de carreira. “Os veteranos são um espelho para as categorias mais novas, e para nós é uma honra sediar esta competição”, disse o dirigente gaúcho. Paulo Wanderley, presidente da CBJ, destacou o fato de, mais uma vez o Rio Grande do Sul sediar uma competição do máster. “Este ginásio é palco de grandes eventos”, afirmou ele, que também ressaltou a força dos veteranos: “O incentivo a esta categoria é um caminho que não tem mais volta. Porto Alegre já recebeu o Sul-Americano, hoje recebe o pan. No próximo ano, o Brasil sediará o mundial da classe.” Os grandes destaques do máster atuaram na principal competição desta categoria no continente. Entre eles destacamos Sumio Tsujimoto (SP), Joseph Guilherme (GO), Cristian Cesário (SP), Ton Pacheco (TO), Anderson Cássio dos Santos (SP), Elton Quadros Fiebig (SP), Mário Sabino (SP), Antônio Tenório (SP), Nelson Onmura (SP), Artêmio Caetano (SP), Ricardo Campos (RJ) e Andréia Ambrósio (RS).

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Gaúchos promovem festa para o máster A Federação Gaúcha de Judô realizou um grande evento, que premiou os amantes do judô máster das categorias F1 a F6 do feminino e M1 a M10 do masculino. Foram dois dias de disputa, nos quais a parceria entre a CBJ e FGJ resultou numa das maiores festas que o judô máster viveu no Brasil. Mesmo com a inexpressiva participação de atletas da América do Sul, a competição foi muito bem dirigida pela equipe técnica da CBJ, que em conjunto com o time técnico gaúcho tocou o evento com maestria. Deu a impressão de que nas Américas do Norte e Central e no Caribe ninguém conhece o judô máster, mas isso não é real. Tanto nos Estados Unidos quanto no Canadá existe um máster fortíssimo, porém, infelizmente, a CPJ não possui a credibilidade que um evento desta envergadura demanda. Mas isso não diminuiu a festa daqueles que foram ao Rio Grande do Sul, em busca de uma competição maior.

Ippons e garra de sobra Nas três áreas montadas ocorreram grandes lutas, que ratificaram a importância e a força de uma categoria que ainda é discriminada por muita gente. O máster é, sim, uma realidade e proporciona integração absoluta entre as gerações que passaram e as que estão nos tatamis. Como era esperado, as disputas das categorias mais elevadas foram feitas em slow motion, mas do M1 ao M6 o pau comeu de verdade. Engana-se quem acha que no máster só encontramos judocas idosos competindo. O pau quebrou legal nas disputas do M1, no qual estavam atletas que até há pouco tempo disputavam no sênior. E até o M6 o quadro foi esse. Era brasileiro contra argentino, peruano, colombiano, e brasileiro contra brasileiro, mas presenciamos lutas excelentes, nas quais todos pareciam querer levar uma medalha para casa.

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Sabino e Elton falam sobre a primeira edição do Pan-americano Elton Quadros Fiebig, campeão sul-americano, bronze no pan-americano e no brasileiro, destacou a importância de o pan estar sob a chancela da FIJ. “Este evento teve sua primeira edição sob a chancela da FIJ, só isso já tem um valor especial, por ser o órgão máximo do judô mundial. A competição acaba valendo muito mais pela participação de grandes nomes e a maior integração dos atletas.” Fiebig valorizou a importância da participação de mais países do continente. “Vimos uma participação muito discreta de outros países, como Argentina, Venezuela, Chile e Peru. Dos demais países do continente não vimos ninguém, e isso não soma no desenvolvimento da modalidade no continente. Entretanto, alguns atletas argentinos do M3 surpreenderam e lutaram muito bem, fazendo inclusive uma final emocionante na disputa por equipe, contra o Brasil. É só por meio do intercâmbio que o judô pan-americano vai crescer, e isso precisa ser fomentado.” Há mais de um ano sem competir, Mário Sabino falou de sua experiência e da estreia no máster. “É sempre bom competir, sentir adrenalina, voltar a lutar, e confesso que foi uma sensação ótima. Lógico que perder peso para chegar aos 100 kg foi um pouco difícil, porque tive de eliminar 6 kg em duas semanas. Foi bem puxado, mas, por outro lado, foi bom porque revimos os amigos, e havia muita gente aqui da antiga, que conheço há muito tempo. O Elton foi meu colega no São Caetano, e vi muita gente mais. Foi muito bom voltar a competir numa competição como pan-americano máster.” O ex-atleta da seleção brasileira sentiu falta de judocas dos EUA e Cuba. “Vimos muitos brasileiros fortes, mas falta um pouco mais de gente da Pan-América. Argentina e Venezuela vieram com times fortes, mas ainda falta um pouquinho. Faltou gente dos EUA, que é uma grande potencia no máster, e judocas de Cuba, que sempre teve tradição no judô. Mas mesmo assim o nível estava excelente.”

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Hirakawa vê a criação de um novo conceito Orlando Satoro Hirakawa um dos mais laureados professores do judô brasileiro, compareceu ao pan-americano e falou a Budô como vê esta categoria. “Vim acompanhar dois atletas meus, o Alexandre Aparecido Santos, o Jacaré, e meu filho Fernando Hiroyuki Borges Hirakawa. Fazendo uma avaliação geral, percebemos certa limitação física dos mais idosos, mas competição é competição, e eles entram para ganhar e perseguem seus objetivos. A busca deles é válida, assim como o esforço de todos para chegar até aqui. Minha opinião é que estão todos de parabéns.” Hirakawa destacou o exemplo dado aos mais jovens. “O mais importante é o exemplo e o incentivo transmitidos às categorias menores. Mas pouca gente vê que estamos criando um novo conceito, pois até bem pouco tempo atrás os atletas chegavam à idade de parar e penduravam o judogi. Agora o atleta que pretende seguir adiante tem esta

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possibilidade. Embora as lutas sejam um pouco mais truncadas, luta é luta e sempre vale a pena ver alguns desfechos do campeonato, pois acabam saindo vários ippons”, disse.

Amapá no pan-americano Antônio Jovenildo Viana competiu na classe M3 – 81 kg, e venceu a primeira luta contra Howard Rivero, da Venezuela. Na segunda luta foi derrotado pelo argentino José Luis Hernando, perdeu na semi-final para Charles Matsuda, do Brasil, e na disputa de bronze para Rogério Shinobe, do Brasil, e ficou no quinto lugar na competição. Ronildo dos Santos Nobre participou na classe M3 – 90 kg, e já na primeira luta perdeu para Marcelo Marino, do Brasil. Na repescagem caiu diante de Sergio Alba, da Argentina, e ficou sem chance de medalha. Os atletas amapaenses aproveitaram para participar de treinamento com a equipe da Sogipa, com atletas como João Derly, os irmãos Luna, Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e outros.

Equipe de arbitragem

Ton e Caca, dirigentes do Tocantins e Rio Grande do sul

O Judoca Paraolímpico Alessandro Fabiano de Oliveira com seu técnico Hélio Rong Junior e Carlos Eurico

Árbitros do evento

João Derli com judocas do Amapá

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Kiko, Luiz Maduro, Khalil Sehb e Carlos Eurico

Satoro Hirakaha e Alexandre Santos



Destaques Entrevistamos alguns competidores que medalharam nesta competição. Judocas que participam do circuito máster, no qual se destacaram no mundial realizado na Alemanha, no sul-americano realizado em Montevidéu, e no brasileiro realizado em São Paulo.

Bráulio Barboza M6 -90 kg

Acácio Lorenção Jr. M4 -100 kg

Artêmio Caetano Filho M5 -81 kg

Este experiente judoca de Barueri – SP obteve excelente desempenho na temporada 2011 e aprovou a organização do pan-americano. “Gostei do evento e achei que foi bem organizado. Houve pouco atraso, e no geral foi bastante satisfatório.” Acácio destacou o altíssimo nível de sua categoria. “Os melhores da minha categoria estavam presentes. O nível foi tão alto que o Marco, que já foi campeão mundial, sequer se classificou”. O campeão do meio-pesado falou de seu preparo para o pan. “Foram longos meses fazendo treinamento físico, seis horas semanais, mais quatro horas treinando judô. Mas valeu o sacrifício, pois esta foi uma importante conquista. Comecei a treinar judô aos 28 anos, velho para a categoria, e não tive oportunidade de participar de eventos do sênior. Estou realizando-me no máster. O máster tem crescido muito, a FIJ esta apoiando, e está tudo muito legal”, disse. O grande judoca, nascido em Palmital, afirmou que disputará todas as competições máster em 2012. “Vou participar de tudo no próximo ano, pelo menos estes são meus planos. Agora, se Deus tiver outros planos, acatarei sua decisão. Fiquei chateado no mundial porque perdi a luta da semi, e tenho convicção de que lutei melhor do que o russo, e no ano que vem quero estar mais preparado ainda”, finalizou.

Uma legenda dos tatamis, este paulista de Bauru é também recordista em medalhas de ouro nesta temporada, e mostrou-se satisfeito com a organização do pan. “Sob a organização do Brasil, a competição ganhou em qualidade organizacional, técnica e, evidentemente, na quantidade de participantes, que foi bem maior neste ano.” Artêmio elogiou o nível de seus adversários. “Minha categoria foi bem disputada, e todos os atletas muito competitivos, incluindo um argentino e um belga.” A fera do M5 destacou a importância de um preparo constante. “Meu preparo é contínuo, já que o calendário máster é irregular e temos competições de alto e médio nível o ano todo. Sempre promovo uma intensificação do treinamento com dois meses de antecedência”, disse. A meta de Artêmio é participar de todas as disputas que antecederem o mundial. “Os dois ouros conquistados, no individual e no por equipe, tiveram o sabor do retorno a uma competição da qual não participava desde 2003, além, é claro, da satisfação pela disputa ser agora de bom nível. Pretendo continuar competindo no maior número de confrontos possíveis, e sem dúvida isso inclui o pan e o mundial de 2012.”

Títulos Conquistados em 2011 Campeão brasileiro Campeão sul-americano Campeão pan-americano 5º colocado no mundial

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Títulos Conquistados em 2011 Campeão brasileiro Vice-campeão sul-americano individual Campeão sul-americano por equipe Campeão pan-americano individual Campeão pan-americano por equipe

Este supercampeão capixaba destaca a força da amizade no máster. “O máster é sempre uma competição prazerosa, com o reencontro de amigos, quando também nos colocamos à prova, o que é revigorante. Para quem gosta de judô, a competição máster é um prato cheio sempre. É o reinado do judô clássico, bem lutado, com prevalência da luta propriamente dita, em detrimento da força e da briga por pegada. Aliás, já está na hora de a FIJ intervir, tornando punível a arrancada de pegada que não resulte em ataque imediato, o que caracteriza judô negativo.” Sobre o período de preparo para o pan-americano, Bráulio foi enfático. “A rigor, foram 44 anos de preparação, o que me deu um embasamento técnico que rende juros até hoje. Como tenho outra atividade profissional que nem sempre me permite a dedicação necessária para as competições, nos intervalos de viagens, sigo o treinamento traçado por meu treinador e filho, Daniel Barboza, e tento resolver as lutas o mais rapidamente possível, o que, neste ano, funcionou bem”, disse. Para o experiente judoca, a conquista de medalhas é um mero detalhe. “Embora o importante seja competir, acho que todos participantes de competições são vencedores. As vitórias têm sempre um sabor especial. É a coroação do trabalho e um grande incentivo para seguirmos na batalha, a despeito das dores e dificuldades.” O campeão do M6 já tem as metas para 2012 traçadas. “O treinamento para a próxima temporada já foi traçado a partir do fim do brasileiro, e já começou com o sensei Daniel. Resta saber se a sua manutenção integral será factível até lá. Mas com certeza iremos em melhores condições, já que uma medalha mundial é uma meta ainda não alcançada. Títulos Conquistados em 2011 Campeão brasileiro Campeão sul-americano individual Campeão do Sul-Americano Open Vice-campeão sul-americano por equipe Campeão dos Jogos Brasileiros Máster Bronze nos Jogos Brasileiros Máster por equipe Campeão pan-americano individual Campeão do Pan-Americano Open


Hamilton Correia M7 - 73 kg

Fátima Belboni de Camargo F5 -70 kg

Cristian Cesário M1 - 66 kg

Para este carioca que venceu tudo em 2010, o pan-americano foi impecável. “Gostei da organização, e as instalações da Sogipa são excelentes. Todo o pessoal da organização trabalhou bem e de forma atenciosa, procurando receber bem todos participantes.” O forte preparo ajudou na superação das dificuldades. “O nível técnico de minha categoria estava muito bom. Todos os adversários estavam bem fisicamente e exigiram concentração máxima nas lutas. Treinei mais forte nas oito últimas semanas, fazendo três dias de judô e três dias de preparação física, em dias alternados, com descanso apenas aos domingos. Fiquei feliz pelo resultado porque este foi meu primeiro pan máster da FIJ, e pelo bom nível das lutas nos aspectos físico e técnico”, disse. Com presença marcada no pan, Hamilton mira o bicampeonato mundial. “Certamente estarei no pan de 2012. Se por acaso estiver contundido, apareço pela festa e o reencontro com os amigos. Quero muito lutar bem no mundial de 2012, no qual tentarei ganhar o bi em casa, o que deve ter um sabor muito especial”, finalizou.

Recordista em medalhas no peso médio do F5, Fátima é uma das atletas mais fortes do judô máster feminino. Só no pan-americano enfrentou seis adversárias e faturou dois ouros. A supercampeã tem uma rotina de treinamento exaustiva. “Treino em torno de três a quatro horas, todos os dias, e é só com muita disciplina que podemos sonhar com medalhas numa modalidade tão competitiva como o judô”, disse a judoca, que vê no preparo físico o grande desafio. “As pessoas acham que basta vestir um judogi e ir para o shiai-jo que as medalhas caem do céu. Só com muita dedicação e disciplina se sobe no degrau mais alto do pódio.” A judoca paulistana já está focada no mundial máster que se realizará no Brasil, no próximo ano. “Já estou me preparando para 2012, que será um ano histórico para o máster brasileiro, e quero ter o mesmo desempenho desta temporada.” Fátima Camargo tem o patrocínio da Laborgraf - Artes Gráficas Ltda., Grupo Localfrio, Studio Garbo, Grupo GIAP, Etlosclin e Mar a Vista.

Títulos Conquistados em 2011 Campeão brasileiro Campeão sul-americano Campeão pan-americano Campeão mundial

Títulos Conquistados em 2011 Campeã brasileira Campeã sul-americana Individual Campeã sul-americana open Campeã pan-americana individual Campeã pan-americana open Vice-campeã dos Jogos Brasileiros Máster Campeã mundial

A fera paulista do peso ligeiro destacou a evolução da categoria máster. “O pan-americano foi uma competição muito importante para a categoria máster. Tivemos um ótimo nível técnico e a participação de grandes nomes do judô aderindo de vez à modalidade.” Cristian sentiu falta dos norte-americanos na competição. “A maioria dos atletas brasileiros que vinham competindo marcou presença, e o nível técnico foi muito bom. Senti falta de atletas de outros países, principalmente Estados Unidos e Canadá, que geralmente estão presentes.” Atleta máster e sênior, Cesário falou sobre sua rotina de treinamento. “Treino duas horas diárias de segunda a sexta, porque eu ainda disputo no sênior, e tenho de manter meu ritmo de treinamento o ano todo.” Sobre as medalhas, Cristian explica o valor de cada uma delas. “Toda conquista tem um gostinho especial, e uma conquista pan-americana soma muito no currículo. Ser campeão pan-americano após a conquista de um vice-campeonato mundial é importante para manter a hegemonia na categoria.” Sobre a próxima temporada, o judoca de Guarulhos foi enfático. “Minha meta para 2012 é repetir o bom desempenho desta temporada, mas quero o ouro no mundial, que será no Brasil. Teremos todo incentivo da torcida para buscar o título, e vou preparar-me melhor para isso.” Títulos Conquistados em 2011 Vice-campeão mundial Campeão sul-americano Campeão pan-americano Vice-campeão pan-americano por equipe Campeão brasileiro Campeão dos Jogos Abertos do Interior - Sênior Campeão paulista por faixas

Iraci Grube F4 + 78 kg Para esta supercampeã do F4, o mais importante é dar bons exemplos. “O nível dos campeonatos másteres está cada vez melhor, e o pan foi de altíssimo nível. Penso que o exemplo dado aos mais novos, de que estamos aí treinando, nos preparando e vencendo obstáculos, é o mais importante”, disse a judoca que já marcou presença no mundial de 2012. “Além do treino de judô, eu faço natação, e vou pegar firme para o mundial e o pan-americano de 2012”, disse a judoca paranaense. Títulos Conquistados em 2011 Campeã brasileira Campeã sul-americana Campeã pan-americana Vice-campeã mundial

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Joseph Guilherme M3 +100 Kg

Maria de Jesus Correa F4 – 70 Kg

Rogéria Cozendey Silva F3 +78 Kg

Ex-atleta da seleção brasileira e atual técnico da seleção goiana, Joseph fala como viu o Pan máster. “Penso que não só o Pan como também o Brasileiro, apresentaram um nível muito bom. Ambas disputas contaram com a presença de vários ex-atletas da seleção brasileira”. O judoca goiano destacou que em sua categoria tinha muita gente nova. “O nível em minha categoria foi bom. Vale destacar o fato de que tivemos a presença de muita gente nova. Vários judocas estrearam esse ano na categoria máster, e a cada ano os atletas estão se preparando melhor e um número bem maior de judocas está participando dos eventos máster no Brasil”. Joseph confessou que não treinou suficientemente, e este erro lhe causou uma lesão. “Devo confessar que o tempo que dediquei ao meu preparo para a disputa não foi suficiente, e no Pan sofri uma lesão de grau dois no músculo adutor da coxa, logo na primeira luta. Consegui chegar à final com muita dor, consequência do pouco tempo destinado ao treinamento. Fiquei contente porque, apesar da gravidade da lesão, continuei lutando buscando a superação. Fui vice-campeão, mas com a sensação de dever cumprido. No Brasileiro aconteceu uma nova lesão. De acordo com a ressonância magnética, ruptura parcial do ligamento cruzado anterior na luta final. Mas felizmente consegui levar a luta até o final e consegui o título. Fiquei aliviado por não ser necessário realizar cirurgia, e já estou me recuperando bem”. Experiente sensei Joseph lembra a importância de um bom preparo físico. “Completando este ano 38 anos dedicados ao judô e às competições, o judô continua nos dando lições. E a lição desta vez foi bem dolorosa, ou seja, nunca se arrisque lutar numa competição sem estar bem preparado. Mais do que nunca, nesta categoria a preparação deve ser criteriosa. Ter apenas experiência em competições não é suficiente. Temos que estar bem treinados e em ótima forma física”, disse. Sobre a próxima temporada, o judoca goiano disse já estar se preparando. “Depois da lição no Pan e no Brasileiro, confesso que já estou treinando para o Mundial 2012 que será no Brasil em Salvador. Em 2007, quando o mundial era realizado pela World Máster Association, fui campeão. E em 2012 quero repetir, finalizou.

Determinada, a super campeã da categoria médio, disse que a cada competição o nível sobe mais. “A cada competição minhas adversárias estão mais fortes, mas estarei sempre pronta para a disputa”. Maria de Jesus fala sobre seu preparo. “Treino durante toda a temporada. Dessa forma mantenho meu peso e a forma física”. Para a judoca carioca competir é parte de sua vida. “A conquista de medalhas é fundamental em minha vida. Não sei ficar sem competir, e fico sempre esperando as próximas competições para lutar, vencer e depois subir no pódio”. Destacou Maria de Jesus, que em tom desafiador disse já aguardar suas adversárias. “Sim, vou competir no Pan-americano e no Mundial de 2012, e já estou esperando minhas adversárias”.

Professora de judô e de educação física, voluntária em projetos sociais em São Sebastião/SP, Rogéria é exemplo dentro e fora dos tatamis. Detentora de inúmeras medalhas nacionais e internacionais, a vice-campeã mundial explica como viu o Pan máster. “O Pan-americano máster mostrou que nossa categoria está crescendo. Temos que conquistar credibilidade não só falando, mas participando e estimulando outros a participar”. Rogéria lamenta a falta de adversárias. “Infelizmente em minha categoria as mulheres param prematuramente. Dedico-me ao máximo para participar das competições, mesmo sabendo que talvez não haja uma adversária. Mas temos que nos preparar e estar sempre prontas, porque o fator idade pesa. Consigo administrar meu tempo, faço treino técnico e condicionamento físico diariamente, com o apoio de muitas pessoas”, disse. A judoca paulista lembrou que a briga começa muito antes das competições. “Todas as medalhas são importantes, pois os obstáculos e dificuldades começam bem antes de irmos a qualquer competição. Só o fato de chegarmos aos campeonatos, já é uma vitória. É superação diária e acreditar em nossos sonhos diuturnamente, e é isso que me empurra para frente. Estamos no caminho certo, mas infelizmente alguns dirigentes ainda não dão o devido valor ao máster. Precisamos de mais competições regionais e nacionais, pois é somente com a troca de conhecimento que teremos o aperfeiçoamento necessário”. Sobre 2012, Rogéria disse que está se preparando. “Já estou com um cofrinho novo para encher e garantir minha participação no circuito máster de 2012. Se Deus permitir estarei em todas as competições”, finalizou a judoca que cursa a primeira pós, em lutas e artes marciais.

Títulos Conquistados em 2011 Campeão Brasileiro Vice-campeão Pan-americano Campeão Brasileiro Regional Sênior

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Títulos Conquistados em 2011 Campeã Brasileira Campeã Sul-americana Bronze no Pan-americano Campeã III Jogos Brasileiros Masters

Reinaldo Seiko Tuha M5 - 90 Kg Para este judoca Mauaense, a briga é no dia a dia. “Acredito que nos mantermos em forma seja o grande desafio, pois os compromissos do dia a dia nos distanciam dos tatamis. Mas felizmente na Associação de Judô Mauá nós possuímos um bom grupo máster, e tenho conseguido manter o treinamento”. Detentor de várias medalhas na temporada, Tuha está otimista sobre com a próxima temporada. “Medalhei em todas as competições que participei e venho subindo de produção. Vou trabalhar isso do mundial, pois este é um sonho antigo. Não quero perder a oportunidade de competir com os melhores de minha categoria no mundo, e já estou me preparando pois quero subir no pódio”, disse Tuha. Títulos Conquistados em 2011 Campeão Brasileiro Bronze no Sul-americano Vice-campeão Pan-americano Bronze no Québec Open

Títulos Conquistados em 2011 Campeã Brasileira Campeã Sul-americana Campeã Pan-americana Vice-campeã Pan-americana Open Vice-campeã Mundial


Rosangela Ribeiro F1 -63 kg Para a judoca paraense faltou critério na pesagem. “A competição foi boa com exceção da pesagem que foi rígida com o feminino. Passei 300g, e tive que lutar na categoria de cima, enquanto que os atletas do masculino pesaram dois dias antes da competição. Não achei muito coerente”. Rosangela elogiou o nível técnico da competição. “Enfrentei excelentes atletas com nível técnico muito alto. Lutei com judocas experientes e de muita técnica. Treinei para o Pan desde o início do ano, pois ainda luto no sênior. Esta medalha foi muito especial porque tudo conspirava contra; a temperatura em Belém é em torno 35º a 40º, e eu estava muito abaixo do peso,lutando em uma categoria que não era a minha com adversárias bem mais altas.Foi muita superação mesmo”. Em função da gravidez, a campeã paraense,não disputará nada em 2012. “Não disputarei o Pan e no Mundial de 2012,vou me afastar para me dedicar a “Carreira de Mãe”, mas estarei torcendo para os brasileiros e em especial para meu maridão. Títulos Conquistados em 2011 Campeã Paraense 2011 Campeã Pan-americana Bronze no Mundial

Ton Pacheco M3 -81 Kg Para este goiano radicado no Tocantins a desorganização foi grande. “Ir a Sogipa sempre é uma grande alegria. A CBJ apresentou a estrutura física comparada a eventos internacionais, mas fazer pesagem dois dias antes do evento foi um absurdo. A desorganização no credenciamento, a desinformação e duvidas em função sobre um regulamento mal feito, nos fez ter a certeza de que estávamos no Brasil”. Se a organização foi ruim o nível técnico foi altíssimo. “Minha categoria teve 15 concorrentes, acredito que todos eram professores, ou seja, não tinha nenhum “bobo”, e todos queriam sentir o gostinho de ser campeão. Foi pauleira”. Disse o tocantinense que destacou que o ouro lhe deu a certeza de estar na briga. “Foi um ouro em um evento internacional, isso tem um gostinho a mais e nos da a certeza de estar vivos, com saúde e lutando”. Para Ton a disputa acaba motivando o treinamento diário. “Tenho me esforçado para manter o peso. Como hoje a competição é um hobby, ela acaba nos motivando a superar a rotina de treinamento que após os quarenta, já não é tão simples”. O fato do próximo mundial ser no Brasil é um motivador. “Competição é competição, não importa o lugar. Tudo na vida tem vantagens e desvantagens, quando a briga é lá fora a motivação é conhecer outro país, mas competir em nosso país da sempre uma força mais. O que pega é arrumar tempo para um preparo à altura, pois o nível será altíssimo, e este é o grande desafio. Mas a proposta é competir e manter a chama acesa”, finalizou o campeão.

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Classificação Final

2º Maria de Jesus

1º Walter Luis Dzurovcin

F5 Open

2º Julian Carlos Garcia

Feminino

1º Fátima Camargo

3º Juliano Gonçalves

F1 – 48 Kg

2º Maria soares

3º Fábio Lenci

1º Marilene Alves

F6 Opens

M2 - 73 Kg

2º Viviane Tavares

1º Ilka Gonçalves

1º Lucas Alfredo Landolfi

F1 – 63 Kg

2º Norene Silva

2º Valdecir Schossler

1º Vanessa Billard

Masculino

3º Cesar Rocha

2º Carla Oliveira

M1 – 60

3º Bahjet Hayek

3º Viviane Brito

1º Cristian Cesário

M2 -81 Kg

3º Frances Regina Morelli

2º Ronaldo Dias Ribeiro

1º Denison Soldani

F1 – 70 Kg

3º 3º Dener Ap. de Andrade

2º Anderson Santos

1º Rosangela Ribeiro

M1 - 66 Kg

3º Sildomar Oliveira

2º Viviane Nazário

1º Marinho Moreira Junior

3º Luis Antonio Santos

3º Clenice Gomes

2º Ricardo Amaro

M2 - 90 Kg

F1 – 78 Kg

3º Ronaldo Rocha

1º Alexandre Santos

1º Rosangela Moraes

3º Kalil Gibran Macha

2º Ederson José Abreu

2º Luciana Mazetto

M1 - 73 Kg

3º Marciel Souza

F2 -52 Kg

1º Daniel Pires

3º Alessandro Antenor Silva

1º Joceli Lima

2º Rodrigo Braiani

M2 -100 Kg

2º Simara Soares

3º Márcio Moraes

1º Mário Sabino Jr

F3 -70 Kg

3º Milton Marques

2º Wilson Caldeira

1º Andréia Ambrosio

M1 - 81 Kg

3º Lautaro Andres Avakian

2º Hilda Castellanos

1º Marcelo Camargo

3º Adamo Passos

F3 – 78 Kg

2º Danilo Petrucci

M2 +100 Kg

1º Dulcinéia Pacheco

3º Stefanio Stafuzza

1º Elton Fiebig

2º Giovana Pilla

3º Joel Pereira

2º Claiton Granes

F4 – 52 Kg

M1 - 90 Kg

3º Célio Batista

1º Lucrécia Caicedo

1º Jesus Rodrigues

3º Efrain Seijas

2º Jane Ferreira

2º Gilberto Carlos Godar

M2 Open

F4 – 57 Kg

3º Aluísio Lima

1º Wilson Caldeira

1º Mara Regina

3º Fernando Soares

2º Alexandre Santos

2º Sandra Denise Koetz

M1 – 100 Kg

3º Elton Fiebig

F4 – 70 Kg

1º Anderson Pinheiro

3º Adamo Passos

1º Eliane Prondzynski

2º Victor Hugo

M3 – 60 Kg

2º Maria Jefremovas

3º Fabiano Ferreira

1º Ivan Viveiros

3º Maria de Jesus Gama

3º Ricardo Almeida

2º Sheung Chiao

F4 + 78 Kg

M1 + 100 Kg

M3 - 66 Kg

1º Iraci Grube

1º Willian Akutagawa

1º Gustavo Picate

2º Presenta Pereira

2º Gustavo Cesar Marini

2º S. Cannizzo

F5 – 57 Kg

3º Luiz Henrique Pedroso

3º Edson Assakawa

1º Ana Rita Borges

3º Leandro Costa

3º João Santana

2º Mariza Santos

M1 Open

M3 - 73 Kg

F1 Open

1º Anderson Pinheiro

1º Rodrigo Motta

1º Luciana Mazetto

2º Fabiano Ferreira

2º Afonso Jorge Carvalho

2º Rosangela Moraes

3º Milton Marques

3º Milton Silva

3º Thais Moreira

3º Alexandre Silva

3º Isaias Costa

3º Carla Oliveira

M2 – 60 Kg

M3 -81 Kg

F3 Open

1º Alexandre Souza Neto

1º Georgton Pacheco

1º Andréia Ambrosio

2º Hernan Maemori

2º Charles Matsuda

2º Rogéria Cozendey Silva

3º Eutimio Deusdiante Jr

3º Rogério Shinobe

F4 Open

3º Wilson Fiqueroa

3º Efren Mendez

1º Eliane Prondzynski

M2 - 66 Kg

M3 - 90 Kg

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1º Mauricio Cataneo

M5 – 60 Kg

2º José Eustachio Fonseca

2º Diego Eduardo Rebello

1º Sumio Tsujimoto

3º Uberacy Ramos

3º André Luiz Sousa

2º Renato Santos Jr

M7 Open

3º Lairton Mansor

3º Edson Silva

1º Ricardo Campos

M3 -100 Kg

3º Raul Guilhermo Traba

2º Sakashita Yoshihiro

1º Antonio Tenório

M5 - 66 Kg

3º João Osório Ribeiro

2º Marcelo Gonçalves

1º Francisco Souza

3º Morihiro Shiroma

3º Marco Antonio Domingues

2º Julio Kavakami

Teams F1

3º Lula Merli

3º Roger Oliveira

1º Brasil Team D

M3 +100 Kg

M5 - 73 Kg

2º Brasil Team C

1º Camilo Portugal

1º Nelson Onmura

3º Brasil Team A

2º Joseph Guilherme

2º Helio Jobim

3º Brasil Team B

3º Marcelo Denardi

3º Henry Maggi

Teams M5M11

3º Mauricio Schmidel

3º Vitor Freitas

1º Brasil Team B

M3 Open

M5 -81 Kg

2º Argentina Team

1º Marcelo Denardi

1º Artemio Caetano Filho

3º Brasil Team A

2º Efran Mendez

2º Mário Daniel Montrasi

Teams M1M2

3º Alan Saraiva

3º Paulo Ferreira

1º Brasil A Team M1/M2

3º Rogério Shinobe

3º Johan Lambrecht

2º Brasil B Team M1/M2

M4 – 60 Kg

M5 - 90 Kg

3º Argentina A Team

1º Lauro Azuna

1º Luis Alberto Torres

3º Argentina B Team

2º Juan Carlos Trione

2º Reinaldo Tuha

Teams M3M4

M4 - 66 Kg

3º João Carlos Souza

1º Argentina A - T

1º Ivan Penna

3º Mauro Godói

2º Brasil B Team M3/M4

2º Clovis Kuno

M5 -100 Kg

3º Brasil A Team M3/M4

3º Gláucio Bernardes

1º Luiz Santalla

3º Venezuela T

3º Luiz Alberto Rodrigues

2º Benedito Oliveira

2º. Ariel Grube de Lima

M4 - 73 Kg

3º Pedro Cruz

3º. Vagner José Ribas

1º Luiz Sergio Canan

M5 +100 Kg

3º. Carlos Yamamoto

2º Eduardo Merino

1º Peterson Campos

Médio - 90kg

3º Cláudio Forneris

2º Samuel Bastos

1º. Marcelo Ferreira Filho

3º Luiz Carlos Brigida

3º Valdemar Dias

2º. João Dalagassa Pires

M4 -81 Kg

3º Carlos Antonio Reis

3º. Dominic Hofmann

1º Washington Donomai

M5 Open

3º. Richard Pierre Costa

2º Marco Aurélio Trinca

1º Benedito Oliveira

Meio-Pesado - 100kg

3º Carlos Konishi

2º Carlos Reis

1º. Brunno K. Ferreira

3º Sergio Duarte

3º Paulo Ferreira

2º. Diogo Espósito

M4 - 90 Kg

3º João Carlos Souza

3º. Dênis Duarte

1º Ignacio Narvaez

M6 - 73 Kg

3º. Felipe Marcon Brito

2º Rodolfo Perez

1º José Raimundo Silva

Pesado + 100kg

3º Walter Teixeira Jr

2º Vanir Pogere

1º. Rafael Marcon Brito

3º Walter Gomez

3º José Fernando Brizott

2º. Robson Machado

M4 -100 Kg

M6 -100 Kg

3º. Washington Rodrigues

1º Acácio Lorenção

1º Eduardo Obligado

3º. Henry K. de Oliveira

2º Wilson Alves

2º Kleber Silva

3º José Silva

M6 Open

Resultado Individual Absoluto

3º P. Guimarães

1º Bráulio Barboza

M4 +100 Kg

2º Luiz Santalla

1º Tarcisio Siqueira Jr

3º Carlos Gaitan

2º Miguel Pazos

3º Eduardo Obligado

3º Ricardo Henrique Cruz

M7 - 73 Kg

3º Julio Cesar Muñoz

1º Hamilton Correia

M4 Open

2º Ovídio Bertoldi

1º Marco Trinca

3º Ormindo Bastos

2º José Iasbech

3º José Antunes

3º José Augusto Baeta

M7 +100 Kg

3º Rodolfo Perez

1º Ricardo Campos

Masculino Pesado (+73kg) 1º. Marcelo Ferreira 2º. Bruno K. A. Ferreira 3º. Felipe Brito 3º. Richard Costa Leve (-73kg) 1º. Pedro Dias 2º. Pedro Felipe Tonello 3º. Marcos Bassos Jr. 3º. Carlos Eduardo Silva


A Gata dos Tatamis

Por Paulo Pinto Fotos Zas Estúdio

Hemily Almeida

Graça e Talento a Serviço do Judô Após a enorme repercussão da matéria Lindas, fortes e cada vez mais competitivas, publicada em nossa última edição, decidimos criar uma seção fixa que desse visibilidade e premiasse as judocas que, além de competir e serem bonitas, tenham no judô um caminho e um estilo de vida. E para nossa primeira edição escolhemos a catarinense Hemily Almeida, que atende plenamente aos requisitos necessários, esbanjando a graça e a sensualidade da mulher brasileira.

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O que a levou aos tatamis? Meu irmão mais velho já praticava judô, e resolveu levar-me com o objetivo de que eu seguisse os passos dele. Quando e com quem iniciou? Em 1995, com o sensei Itacir João Rosa. Na época os treinos eram realizados num dojô nos fundos da casa dele. Com quem treina atualmente? Com o sensei Fabiano Zamboneti, em Itajaí - SC. O que mais lhe agrada ou atrai no judô? Tudo, desde a disciplina, as técnicas, o judogi até a filosofia que rege essa arte marcial. É interessante como o resultado de uma luta pode mudar nos últimos segundos do combate, é totalmente imprevisível. Apesar das vitórias ou derrotas, fora dos tatamis e da competição todos são amigos. O que o judô lhe deu ou oferece de mais importante? Alegria e saúde. Graças ao judô viajei, fiz amizades, conheci muitos lugares e pessoas diferentes. É o meu combustível para superar os obstáculos da vida. Se hoje eu sou uma pessoa competitiva, persistente, determinada e, acima de tudo, tenho respeito pelo próximo, devo tudo isso ao judô e às experiências que ele me proporcionou, proporciona e irá me proporcionar. Como vê o momento que o judô feminino brasileiro atravessa? Em minha opinião é um dos melhores momentos, porque, além do apoio que vem recebendo, não há mais aquela grande distinção entre os sexos, em que, segundo muitos, o judô masculino era superior ao feminino, tanto nos resultados obtidos quanto tecnicamente e taticamente falando. As mulheres estão conseguindo mostrar que são capazes e que possuem o diferencial para conquistar seu espaço, e é isso que as torna verdadeiras vitoriosas. Qual é para você a maior judoca da atualidade? Mayra Aguiar Se houvesse um convite, você migraria para um grande centro do judô do País? Dependendo do suporte oferecido eu iria, sim.


Em sua análise, onde se faz o melhor judô do Brasil? Atualmente há vários pontos com judô de qualidade no Brasil. Essa diversidade pode ser notada por meio dos atletas que se vêm destacando nas competições nacionais e internacionais. Mas apontando um, especificamente, ainda considero São Paulo um polo forte no judô. Se pudesse escolher, onde gostaria de treinar por um determinado período? No Japão. Qual é a sua meta nos tatamis? Seguir com as graduações até me tornar faixa vermelha, e continuar competindo. Qual é sua rotina de treinamento? De segunda a sexta, treino musculação e judô, nos sábados, quando não há competição, jogo futebol, surfo, pratico outros esportes para me manter ativa. Qual é seu projeto de vida? O que sonha para seu futuro? Ser uma profissional reconhecida dentro da minha área de trabalho. Continuar competindo até na categoria máster. Alcançar o maior número de vitórias possível, dentro e fora dos tatamis, servindo de exemplo para futuros atletas. Conseguir de alguma forma, de preferência por meio do judô, trazer crianças e jovens para a prática esportiva, e mostrar que eles podem realizar seus sonhos. E melhor ainda, realizar os seus sonhos fazendo aquilo de que gostam, o seu esporte. Qual é a sua melhor amiga nos tatamis? Meus alunos. Como assim? Alunos? Dou aula de judô para crianças e adolescentes num núcleo em São Francisco do Sul, pela Secretaria Municipal de Esportes. Sou muito apegada a eles, e a relação que temos vai além de professor e alunos. Criamos um forte laço de amizade, são quase como meus filhos ou algo semelhante. Fora o judô, quais são suas atividades? Estou cursando Educação Física e atualmente trabalho com jovens. Pretendo fazer especialização voltada a psicomotricidade. Mas, também tenho grande interesse em me aprofundar na parte de nutrição e suplementação voltada para o esporte, recreação e treinamento funcional. Já fiz alguns cursos voltados para essas áreas e pretendo aprofundar-me mais, e, assim, me manter sempre atualizada.


Quais são seus ídolos dos tatamis? Tiago Camilo e Mayra Aguiar. Fora o judô, você desenvolve outras atividades esportivas? Sim. Faço surfe, natação, futebol, muay thai, jiu-jitsu e também gosto de praticar esportes radicais. Todos eles me proporcionam prazer, aliado ao condicionamento físico. Quais foram ou são as pessoas que mais a ajudaram em sua trajetória nos tatamis? Inicialmente meu irmão, por ter-me encaminhado no judô; meus parentes e amigos, professores das academias onde já treinei, meu patrocinador e, principalmente, meus pais, que procuram de alguma forma sempre se manter presentes, me apoiando e incentivando a dar sempre o próximo passo.

Raio X Nome completo: Hemily Gonçalves de Almeida Data nascimento: 15/03/1990 em São Francisco do Sul-SC Formação: Cursando o quarto e último ano de Educação Física – Univille Tokui Waza: Uchi-mata Judogi preferido: Adidas Tênis preferido (passeio): Nike e Adidas Tênis preferido (correr e atividade física): Mizuno e Olympikus Peso: 67 kg Altura: 1,75 m Categoria: Médio Sensei: Fabiano Zamboneti Técnico: Itacir João Rosa Preparador Físico: Elvis Roberto da Silva Doge/Hemily G. de Almeida Nutricionista: Fernanda K. M. Couto Fisioterapeuta: José Marques Médico: Dr. Walmor Berreta Júnior Patrocinadores: Cia de Navegação Norsul/Terminal Marazul Ídolo nos tatamis: Tiago Camilo Ídolo fora dos tatamis: Kelly Slater e, principalmente, Deus Maior judoca da atualidade: Leandro Guilheiro Principais conquistas: Decacampeã estadual Catarinense, vice-campeã da Seletiva Sul-Americana Júnior, vice-campeã da Copa Paraná



Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô e Marcelo Lopes

Tênis Clube de São José dos Campos e Esporte Clube Pinheiros Faturam o

Paulista Sênior

Campeonato Paulista Sênior 2011

Delegacia da Capital Delegado Regional Wilson Della Santa

São Paulo (SP) – No dia 1º de outubro foi realizado o Campeonato Paulista Sênior 2011, uma das competições mais esperadas pelos judocas paulistas. Realizada no Esporte Clube Pinheiros, a competição recebeu mais de 300 atletas, que passaram pelas seletivas regionais e estaduais do interior do Estado de São Paulo e chegaram à grande final. Além das excelentes instalações do Esporte Clube Pinheiros, a Federação Paulista de Judô usou placares de LCD, possibilitando maior visibilidade aos atletas, técnicos e espectadores. Após as disputas foram conhecidos os campeões paulistas de 2011 que representaram o Estado de São Paulo no Campeonato Brasileiro Sênior, realizado em Florianópolis (SC).

Tênis Clube São José dos Campos faturou o feminino A equipe do Tênis Clube São José dos Campos surpreendeu, superou suas adversárias e ficou com a primeira colocação geral da categoria feminina. Com os dois ouros conquistados por Tamara

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DADOS DA COMPETIÇÃO Data: 1 de outubro de 2011 Local: Esporte Clube Pinheiros Cidade: São Paulo – SP Associações Participantes: 68 Associações Atletas Participantes: 332 Atletas inscritos Árbitros Participantes: 38 Árbitros Total de Áreas: 8 Áreas


dos Santos (leve) e Talita Libório Morais (meio-pesado); duas de prata com Jessica Santos (meio-médio) e Claudirene Maria Cézar (pesado); e um bronze com Ana Paula Ribeiro (meio-médio), a equipe do Vale do Paraíba sagrou-se campeã geral da categoria feminina. O Esporte Clube Pinheiros ficou na segunda colocação, com uma medalha de ouro com Gabriela Shinobu Chibana (ligeiro); uma de prata com Catiere Toledo Moya (leve); e três de bronze com Jessica Neves Osório (ligeiro), Fabiana de Oliveira (leve) e Rubiana Lopes Cury (meio-pesado). A Associação Esportiva Piracicaba e a Associação Desportiva São Caetano ficaram na terceira colocação, com um ouro e um bronze. Já a Associação Osasco/Yanaguimori, a Associação de Judô Rogério Sampaio e a Associação D. Mesc. São Bernardo, ficaram na quinta colocação, com um ouro cada uma .

Esporte Clube Pinheiros fatura o masculino O Esporte Clube Pinheiros foi o campeão geral do masculino, conquistando ao todo sete medalhas. Foram dois ouros com Charles Koshiro Chibana (meio-leve) e Alex Reiller Aguiar (meio-pesado); duas de prata com Raphael Luiz Silva (leve) e Eduardo Betoni da Silva (médio); e três bronzes com Gilberto Daurício Leite (meio-leve), Adriano Ricardo Santos (leve) e Gabriel Gouveia de Souza (médio). A Associação de Judô Rogério Sampaio ficou em segundo lugar, com dois ouros e uma de prata. A equipe R. Preto ficou na terceira colocação, com uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze. A Associação Desportiva São Caetano ficou na quarta colocação, com um ouro e uma prata. O Palmeiras/Mogi ficou na quinta colocação, com um ouro e um bronze. A equipe de Suzano ficou na sexta colocação, com uma medalha de ouro.

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Mãe e filha chegaram lá As judocas da Judokan Bosch, da Associação de Funcionários da Robert Bosch de Campinas, Fátima Regina Modesto e Úrsula Modesto Sandi, mãe e filha respectivamente, caminharam juntas nas seletivas que as levaram até a final do Paulista Sênior 2011. As duas não conseguiram classificação para a etapa final, mas fizeram história, indo juntas às finais, mas na mesma categoria de peso. Durante as seletivas elas se enfrentaram pela vaga. Um fato raro e curioso no judô, em que mãe e filha competem na mesma classe (sênior) e categoria de peso (ligeiro). Mas isso tem uma explicação: Úrsula oficialmente compete na classe sub-17, e, para adquirir mais experiência, resolveu competir na classe sênior.

Muitas caras novas nos tatamis Nos tatamis do Clube Pinheiros vimos muita gente nova. Judocas de todo o Estado brigaram pelo ouro e pela oportunidade de representar São Paulo no campeonato brasileiro, entre eles atletas que já defenderam o Brasil e muitos que nunca saíram de São Paulo. Dos 16 campeões paulistas desta temporada sairá grande parte dos campeões brasileiros de 2011, e muitos deles estarão na seleção brasileira em 2012. É uma geração nova, porém com uma base sólida e tecnicamente rica devido à diversidade de escolas e estilos encontrada no judô paulista. Às vezes reclamamos que o melhor do judô paulista não está mais em São Paulo, e sim no exterior, representando o Brasil, mas é justamente essa constante saída de judocas do Estado que fomenta o surgimento de bons atletas a cada ano. Esta é a tradução daquela velha máxima do esporte que diz que a competição mais importante é a que está por vir. Entre os nomes que subiram ao pódio do sênior destacamos no masculino

Família de campeões Outra peculiaridade desta edição do Paulista Sênior tem como responsáveis dois membros da maior família de judocas de São Paulo da atualidade, os Chibana. Nesta edição do paulista, dois membros desta família foram campeões e acabaram levando o ouro para o Esporte Clube Pinheiros, já que ambos defendem as cores do tradicional clube paulistano. São eles Gabriela Shinobu Chibana (ligeiro) e Charles Koshiro Chibana (meio-leve). Há anos estes judocas vêm crescendo e vencendo cada vez mais competições, e hoje estão no topo de suas categorias, defendendo o Pinheiros, São Paulo e a seleção brasileira.


Vitor Hugo Carvalho, o super-ligeiro do Palmeiras/Mogi; Charles Koshiro Chibana, o meio-leve do Clube Pinheiros; Paulo Barros Reginaldo, o leve do Suzano Judô Clube; Raphael Magalhães, o meio-médio da Associação Desportiva São Caetano e Alex Reiller, o meio-pesado do Pinheiros. No feminino São Paulo será muitíssimo bem representado em 2012 com atletas extremamente competitivas, como Tamara dos Santos, do Tênis Clube de São José dos Campos, e Wedja Pereira dos Santos, do SESI, ambas do peso leve; Danielli Yuri Barbosa, a meio-médio da A.D. São Caetano; Nadia Bagnatori Merli, a peso-médio da A. D. Piracicaba; Talita Libório Morais, meio-pesado do TCSJC, e a peso-pesado Paloma Paulino Rocha, do Osasco/Yanaguimori.

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Classificação Individual Feminino

Masculino

Super-ligeiro

Super-ligeiro

1º Joyce Caroline Segalla

A. A. D. Mesc. São Bernardo

1º Vitor Hugo Carvalho

Palmeiras/Mogi

2º Natalia Melo Maciel

Palmeiras/Mogi

2º Rodrigo Gonçalves

Assoc. Desp. Ribeirão Pires

3º Amélia Rosa Souza

Semclatur de Lins

3º Fabio Kyioshi Matsumoto

Fúlvio Myata Fitness & Sports

3º Ana Paula Nobre

Associação Esportiva Piracicaba

3º Murilo Jaqueti

Ateneu Barão de Mauá

5º Nathali Barbosa Camargo

Associação de Judô Aleixo

5º Mike Massahiro Chibana

Esporte Clube Pinheiros

5º Gleicy da Silva Aguilar

R. Preto

5º Danilo Henriques Ferreira

Ribeirão Pires Futebol Clube

Ligeiro

Ligeiro

1º Gabriela Shinobu Chibana

Esporte Clube Pinheiros

1º Felipe Versolato Silva

Associação Judô Rogério Sampaio

2º Catiere Toledo Moya

Esporte Clube Pinheiros

2º Nicolas Felipe Santos

ADPM. São José dos Campos

3º Jessica Neves Osório

Esporte Clube Pinheiros

3º Guilherme Koji Minakawa

Associação Bras. A Hebraica de SP

3º Lorrayna Ferreira Costa

Associação Alfredo Contatto

3º Raphael Minoru Miaque

Tênis Clube São José Campos

5º Nathalia Mercadante

Associação Marcos Mercadante

5º Raphael Camilo

Associação Judô Hombu Budokan

5º Carolina Pereira Martins

Associação Rogério Sampaio

5º Julio Cesar Gonçalves

Associação de Judô Alto da Lapa

Meio-leve

Meio-leve

1º Andressa Fernandes

Associação Rogério Sampaio

1º Charles Koshiro Chibana

Esporte Clube Pinheiros

2º Milena Cristina Mendes

Clube Paineiras do Morumby

2º Renan da Silva Pereira

R. Preto

3º Letícia Rocha de Oliveira

Associação de Judô Yama Arashi

3º Gilberto Dauricio Leite

Esporte Clube Pinheiros

3º Marilia Frizzo

Clube Concórdia

3º Lincoln Messias Santos

Guaru Educação Social e Desporto

5º Viviane Saggioni

Judô Kimura

5º Daniel Silva dos Santos

Esporte Clube Pinheiros

5º Rosanne Aguiar

R. Preto

5º Leandro Gonçalves Silva

Suzano Judô Clube

Leve

Leve

1º Tamara dos Santos

Tênis Clube S José dos Campos

1º Paulo Barros Reginaldo

Suzano Judô Clube

2º Wedja Pereira dos Santos

SESI - SP

2º Raphael Luiz Silva

Esporte Clube Pinheiros

3º Fabiana dos S. de Oliveira

Esporte Clube Pinheiros

3º Adriano Ricardo Santos

Esporte Clube Pinheiros

3º Tamires C. A. da Silva

Associação Desportiva São Caetano

3º Fender Von Esperidião

Sport Club Corinthians Paulista

5º Shayany Pascoalino

Esporte Clube Pinheiros

5º Vinicius Taranto Panini

Esporte Clube Pinheiros

5º Alessa Leiliane Souza

SESI - SP

5º Emanoel Ferreira Santos

Esporte Clube Pinheiros

Meio-médio

Meio-médio

1º Danielli Yuri Barbosa

Assoc. Desportiva São Caetano

1º Raphael Magalhães

Associação Desportiva São Caetano

2º Jessica B. Santos

Tênis Clube S Jose Campos

2º Danilo Gonçalves

Associação Judô Rogério Sampaio

3º Ana Paula Ribeiro

Tênis Clube S Jose Campos

3º Alessandro Aguiar Colli

R. Preto

3º Keyla Raquel Dias

Associação Kiai Kam

3º Rubens Martins Junior

Associação Guardas Civis M. R.C

5º Fernanda Carvalho

Tênis Clube S Jose Campos

5º Andre Papaleo Picazo

Associação Bras. A Hebraica de SP

5º Dayanna da Silva Neves

R. Preto

5º Adriano Enéas Roveri

Clube dos Subtenentes e Sargentos

Médio

Médio

1º Nadia Bagnatori Merli

Associação Esportiva Piracicaba

1º Rubens Inocente Filho

R. Preto

2º Anne Caroline Barbosa

Associação Kiai Kam

2º Eduardo Betoni da Silva

Esporte Clube Pinheiros

3º Dyelle de Melo Freitas

Associação de Judô Ichikawa

3º Gabriel Gouveia de Souza

Esporte Clube Pinheiros

3º Claudia Penha

Seduc - Praia Grande

3º Tiago Calcini Liberato

Sec. Mun. Esp. Ribeirão Preto

5º Andrea Alves Oguma

Sport Club Corinthians Paulista

5º Matheus da Silva

Sec. J. E. L. de Pindamonhangaba

5º Isabelle Chiara Vieira

Associação Esportiva Piracicaba

5º Ricardo Bruno de Jesus

Palmeiras/Mogi

Meio-pesado

Meio-pesado

1º Talita Libório Morais

Tênis Clube S Jose Campos

1º Alex Reiller Aguiar

Esporte Clube Pinheiros

2º Pâmela Vitorio Ventura

Associação Kiai Kam

2º Rogério dos Santos

Assoc. Desportiva São Caetano

3º Rubiana Lopes Cury

Esporte Clube Pinheiros

3º Jonas Facho Inocêncio

Assoc. Esportiva Piracicaba

3º Renata Maria Silva

R. Preto

3º Willian Hoffmann

Assoc. Desp. Alfredo Contatto

5º Samarita Santagnello

R. Preto

5º Danilo Paulino Rocha

A D Santo Andre

5º Flavia Camargo Paiva

A. Ibiunense de Artes Marciais

5º Renato Fiori Ramos

Guarú Educação Social e Desporto

Pesado

Pesado

1º Paloma Paulino Rocha

Esp. Cl Osasco/Yanaguimori

1º Leandro Gonçalves

Associação Judô Rogério Sampaio

2º Claudirene Maria Cezar

Tênis Clube S Jose Campos

2º Elton Quadros Fiebig

R. Preto

3º Lorena da Silva Coelho

Clube dos Subtenentes e Sargentos

3º Ariovaldo Da Silva Maciel

Associação de Judô Mata Sugizaki

3º Marília Vieira dos Santos

Associação Desportiva Santo Andre

3º Hugo Silva Coutinho

Palmeiras/Mogi

5º Kawanne Toledo Martins

Esporte Clube Pinheiros

5º Vinicius Fernandes Cury

Fúlvio Myata Fitiness & Sports

5º Richele Juliana Jordão

Associação de Judô Aleixo

5º Pedro Paulo Benyunes

Associação de Judô Mata Sugizaki



Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô

Federação Paranaense de Judô Comemora Cinquentenário em Alto Estilo 50 Anos lutando por um ser melhor Curitiba (PR) – A Federação Paranaense de Judô completou cinquenta anos de existência e sua diretoria comemorou em altíssimo estilo. Numa cerimônia oferecida no dia 8 de outubro, para aproximadamente cento e oitenta pessoas, a comunidade judoísta do Paraná lembrou e homenageou os precursores do judô no Estado. Entre os convidados estavam autoridades esportivas e políticas, e entre estes destacamos Noboru Yamaguchi, Cônsul Geral do Japão; João Rocha, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Hatiro Ogawa, que representou Francisco de Carvalho Filho, presidente da Federação Paulista de Judô; Roberto David da Graça, presidente da Federação Catarinense de Judô; Luiz Hisashi Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô, os kodanshas paranaenses Liogi Suzuki 9º Dan, Yoshihiro Okano 8º Dan e Adauto Domingues 8º Dan. Após a formação da mesa foi apresentado um resumo da história do judô do

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Paraná desde a chegada dos primeiros imigrantes japoneses, até a fundação da FPrJ. Grande parte dos judocas que escreveram a história do judô paranaense foram lembrados e homenageados. Entre estes o grande destaque foi o sensei Sadai Ishihara, introdutor do judô no Paraná que mesmo tendo falecido em 1999 ainda é o presidente de honra da Federação Paranaense de Judô. Quem recebeu sua homenagem foi Liogi Suzuki, o kodansha mais graduado do Estado. A seguir todos os ex-presidentes foram lembrados e homenageados, e o primeiro a ser homenageado foi o Major Gentil de Almeida Campos, que presidiu a entidade de 1961 a 1967. O segundo dirigente homenageado foi Jaime Matsuo Kuwamoto, que presidiu a FPrJ entre 1967 e 1973. O terceiro presidente homenageado foi Miguel Martins Fernandes que esteve à frente da entidade entre 1973 e 1979. O quarto dirigente homenageado foi Makoto Yamanouchi que geriu o judô paranaense em dois mandatos. O primeiro foi entre 1979 e 1983, já o segundo foi entre 1990 e 1993. O quinto presidente homenageado foi Paulo Ayr Micoski, que esteve à frente da FPrJ entre 1983 e 1990. O sexto dirigente premiado foi Renato Fruehwirth, que administrou o judô do Paraná por quatro mandatos, assumindo em 1993 e dirigindo a entidade até 2006.

João Rocha

Luiz Iwashita e Noburo Yamaguchi

Hatiro Ogawa

Luiz Iwashita

Renato Fruehwirth e esposa

Helder Faggion, Luiz Iwashita e Vitor César Moreira

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Destaques do judô paranaense são homenageados Após a homenagem prestada aos ex-dirigentes, foi a vez de premiar os judocas que se destacaram pelo trabalho realizado em prol do desenvolvimento do judô paranaense. O primeiro a ser agraciado foi Liogi Suzuki, kodansha 9 dan. O segundo homenageado foi Yoshihiro Okano, kodansha 8º Dan. Outro ícone do judô paranaense homenageado foi Adauto Domingues, kodansha 8º dan. O último kodansha homenageado foi Ney de Lucca Mecking, kodanha 7º dan.

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Entidades e parceiros da FPrJ são agraciados Na sequência foram homenageados os atletas que levaram o Paraná ao lugar mais alto do pódio. Rogério Rocha Cherubin foi o primeiro a ser lembrado, Rinaldo Caggiano também foi premiado por suas conquistas, e a premiação de Rubens Tempski, fechou a premiação aos ex-atletas. Na sequência foram feitas as homenagens às federações co-irmãs, e Hatiro Ogawa recebeu a homenagem de São Paulo. Roberto David da Graça recebeu a homenagem da Federação Catarinense de Judô. A Confederação Brasileira de judô também foi homenageada, através de seu vice-presidente João Rocha. O Consulado Geral do Japão em Curitiba é outro grande parceiro do judô paranaense e por toda a colaboração que tem prestado ao desenvolvimento da modalidade, a representação foi homenageado através de Noboru Yamaguchi, Cônsul Geral. A Fábrica de Kimonos Yama, outra grande parceira da entidade também foi agraciada, através de seu diretor comercial, Daniel Laurindo.

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FPrJ é homenageada e Paraná tem novo kodansha Dirigentes e integrantes da Delegacia da Região Sul, representados pelo Delegado Regional Marcos Roberto da Veiga, homenagearam a FPrJ por seu cinquentenário e pelo excelente trabalho desenvolvido pela atual diretoria. Roberto David da Graça também prestou sua homenagem a FPrJ pela comemoração do cinquentenário da entidade. Após o término das homenagens João Rocha que além de vice-presidente da CBJ é membro do recém criado conselho nacional de graus, surpreendeu a todos outorgando a faixa vermelha e branca de kodansha 6º dan, a Luis Hisashi Iwashita, aumentando ainda mais o clima de festa entre os convidados. Segundo Hatori Ogawa esta era uma graduação muito esperada. “Por tudo que fez e realizou no judô penso que o sensei Luiz Iwashita já merecia esta graduação há muitos anos, mas não da para entender os critérios usados pelas pessoas que cuidam deste tema hoje em dia. Mas felizmente se fez justiça e todos nós comemoramos muito o reconhecimento e a importância dada a este grande judoca”, disse Hatori. Após a emoção pela grande surpresa Iwashita agradeceu a todos que o ajudaram no processo de crescimento dentro do judô. “Estou muito surpreso e emocionado com esta homenagem. Eu não esperava este reconhecimento, mas estou muito

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feliz por ter atingido esta graduação e por poder fazer parte hoje, do seleto grupo dos kodanshas do Paraná e do Brasil. Certamente esta graduação me motivará a trabalhar ainda mais pelo desenvolvimento do judô paranaense”. Encerradas as outorgas e premiações aos homenageados da noite, Luiz Iwashita agradeceu a presença de todos que participaram deste momento tão importante do judô do Paraná. “Agradeço a presença de todos vocês que vieram comemorar conosco esta data tão importante. Cada um de nós fez a sua parte para que este evento registrasse os fatos mais relevantes destes 79 anos de judô no Paraná, e tenho certeza que atingimos nosso objetivo. Espero colaborar no sentido de escrever daqui por diante uma história tão bonita quando a que foi escrita até hoje”, finalizou o dirigente.

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Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô

Luciano Corrêa

Campeão mundial, focado no pódio olímpico Luciano Ribeiro Corrêa, o brasiliense que conquistou o ouro nas principais competições mundiais, entre os mais importantes estão o do mundial de 2007 e o dos Jogos Pan-americanos de 2011. Mas para o experiente judoca do Minas Tênis Clube, falta ainda uma medalha olímpica para completar seu quadro de medalhas. Conheça um pouco mais deste gigante dos tatamis que tem judô e experiência suficientes, para sonhar com o ouro olímpico

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O que levou aos tatamis? Comecei por acaso aos quatro anos, porque minha mãe gostava muito da filosofia e da disciplina que o judô passava. Este foi o principal motivo de minha mãe ter me levado para uma academia em Brasília. Era uma academia pequena, mas aprendi muito lá e aos poucos fui gostando de competir e de toda essa filosofia que nos proporciona bastante disciplina. Meu primeiro professor foi o sensei Ivanei, de Brasília. Com quem treinei até os 16 anos, e minha quando fui contratado pelo Minas Tênis, no ano 2000. Na verdade cheguei ao Minas através de um convite feito pelo prof. Floriano que trabalhava no Projeto Futuro, e acabou indo para o Minas. Tudo o que conquistei nos tatamis, sejam os títulos ou os resultados profissionais, devo tudo a estes dois professores: o Ivanei que me ensinou judô e o Floriano que me lapidou.

Quando iniciou o que mais te atraiu no judô? Eram as brincadeiras no tatami. Meu professor conduzia as aulas que tinham brincadeira, mas tinham o aprendizado também. Fomos aprendendo de forma lúdica, e aquilo era muito gostoso. E hoje o que mais te atrai no judô? O principal para mim hoje é o esporte de alto rendimento, onde você tem que estar com alegria sempre. Nós competimos em dezenas de eventos na temporada dentro e fora do Brasil, mas busco lutar toda competição com alegria. Todas as vezes que vou entrar no tatami procuro estar alegre, porque esta é a coisa que mais gosto de fazer. É isso que eu faço todos os dias, então a palavra que resume tudo isso é lutar com alegria. Quem o inspirou nos tatamis? Quem me inspirou e muito foi o Aurélio Miguel. Ele é meu grande exemplo, até mesmo por seu estilo de luta que se parece muito ao meu. Quando ele ganhou a olimpíada de Seul daquela forma raçuda, me impressionei muito. E o meu jeito de

lutar é esse mesmo. Luto de forma raçuda e com muita perseverança. Nunca fui um cara muito técnico e sempre gostei muito do estilo do Aurélio. Acho que ele é um campeão dentro e fora dos tatamis devido a sua postura. O que o judô te proporcionou de mais importante? Acho que devo tudo que possuo ao judô, pois ele me proporcionou muitas coisas. Conheci vários países e outras culturas através do judô. Tive bolsa de estudos e hoje sou formado em Administração, por conta do judô. O judô me deu um aprendizado não somente dentro dos tatamis, mas fora deles também e soube conduzir minha vida como um todo. Como vê o momento que o judô brasileiro atravessa? O judô brasileiro está hoje entre as cinco potencias mundiais da modalidade. Fora isso o judô está crescendo muito, e o feminino esta numa ascensão muito grande. Em todas as competições estamos trazendo medalhas internacionais, e o judô brasileiro está de parabéns e temos tudo para crescer mais até 2016. Quantos judocas da época que foi campeão mundial ainda estão no topo? Têm muitos ainda. O cenário internacional apresenta muitos atletas e tudo está mudando rapidamente. Às vezes o pódio de um campeonato mundial apresenta 4 medalhistas, e no mês seguinte nenhum deles pega medalha importante. Cada vez mais vemos mais atletas num mesmo nível porque a coisa está muito homogênea em todas as categorias. Temos que

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Luciano com Sergio Cota e Carlos Henrique Martins

estar sempre muito bem preparados para dois países incomodam muito nas compeessa maratona de competições, porque tições internacionais. tem muita gente do passado que continua na batalha, e muita gente nova chegando. E no Brasil? Acho que é em São Paulo, e nós sempre Quem são seus principais adversários vamos treinar lá. Acho que o melhor judô hoje? hoje está em São Paulo, Rio de Janeiro e È difícil dimensionar, mas são muitos, Minas Gerais. mas cito o japonês o Takamasa Anai que hoje é o primeiro do ranking. O holandês As mudanças nas regras ajudaram ou Henk Grol, o cubano Oreydi Despaigne, atrapalharam você? que sempre nos enfrentamos nas com- Não posso dizer que atrapalhou e nem petições pan-americanas, e tem o russo que ajudou. Acho que em tudo na vida também o Tager Khaibulaev. nós temos que nos adaptar. Não tem como ficarmos nos lamentando por algo Então você praticamente cresceu den- que já não existe mais. Tive que me adaptro do Minas Tênis? tar porque tinha algumas estratégias de Fui para lá quando o Floriano de Almeida perna, mas tudo na vida é adaptação. estava assumindo a área técnica e foi iniciado um trabalho visando a implantação O ouro nos Jogos Pan-americanos de um trabalho de base, e hoje estamos teve um sabor diferenciado? colhendo os frutos pois muita gente da- Teve sim porque nos Jogos Pan-americaquela base hoje está na categoria sênior. nos no Rio de Janeiro perdi para o cubano Este é um ótimo trabalho que o Minas e fui medalha de bronze aqui em nosso Tênis faz a um bom tempo, onde pegam país. Ganhar o Pan é muito bom porque um atleta bem novo e trabalham em sua te deixa mais confiante para o resto da formação até o mesmo chegar à seleção temporada, e ainda mais ganhar em cima brasileira. do cubano para quem eu havia perdido os últimos seis confrontos. Foi especial. Como é a estrutura do clube? Sou suspeito para fazer este comentário Como está a sua classificação para as porque estou há 11 anos, mas no judô olimpíadas? hoje é o clube com maior estrutura. Te- Encontro-me em 16º no ranking, e o meu mos um departamento medico que possui adversário do Brasil é o Leonardo Leite nutricionista, fisioterapeuta, medico que que está em 17º. A briga está bastante estão sempre à nossa disposição. Temos acirrada, temos competições até maio do uma equipe multidisciplinar muito boa ano que vem, mas acho que agora é me com técnico, preparador físico e fisiotera- concentrar e focar bastante. peuta, trabalhando de forma interligada. É um clube que trabalha com planejamento Da para sonhar com o ouro olímpico? para o ano inteiro, das principais competi- Todo sonho é possível. Basta fazermos ções. Em 2009 fomos campões do Grand a nossa parte e correr atrás, e eu estou Prix, ano passado ficamos em terceiro e focado nisso. este ano fomos vice-campeões. Qual é a sua meta nos tatamis? Fora do Brasil onde está o melhor judô? Minha meta é sempre ganhar o próximo As duas grandes potências são o Japão combate que é sempre o mais importante. e a França, que fazem um excelente tra- Treinar sempre com alegria e me divertir balho no masculino e no feminino. Esses nos tatamis e nas competições. Já a mi-

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nha prioridade é aperfeiçoar a parte técnica que é justamente onde tenho maior deficiência. Qual é sua rotina de treinamento? Treino duas vezes por dia, de manhã faço a parte física e a tarde fazemos randori, parte especifica e técnica. Qual é seu projeto de vida? Como sou formado em administração, quero fazer pós-graduação na área de marketing esportivo e trabalhar nesta área. Linkar o esporte com a minha formação. Em sua análise o judô cresce no mundo? Acho que o judô está cada vez mais popular no Brasil e no mundo. Quando andamos nas ruas as pessoas já reconhecem quem são os atletas da seleção brasileira, sabem até da pontuação e como esta a competição. Mundialmente a mudança das regras está proporcionando um espetáculo mais dinâmico, e um evento maior acaba sempre atraindo o publico. Em sua análise está havendo renovação no judô brasileiro? A geração nova está vindo e empurrando todos nós que já estamos chegando numa idade elevada, e isso é muito bom para nosso esporte, quanto mais renovação houver, mais resultados teremos. Quais foram ou são as pessoas que mais lhe ajudaram em sua trajetória? Primeiramente agradeço a Deus, e depois meus dois professores o Ivanei e o Floriano. Mas quem eu tenho que agradecer mesmo é ao meu pai e a minha mãe que sempre estiveram comigo em todos os momentos, principalmente nos mais difíceis. Um atleta não vive só de vitorias, e é justamente nas derrotas e na adversidade que encontramos apoio familiar. Tenho que agradecer a minha família inteira e também ao Minas Tênis Clube, que me ofereceu toda essa estrutura.


Raio X Nome completo: Luciano Ribeiro Corrêa Data e local de nascimento: 25 de novembro de 1982 - Brasília (DF) Formação: Administrador de Empresa Tokui Waza: O-soto-gari Judogi preferido: Adidas Tênis preferido: Adidas Peso: 100 kilos Altura: 1.90 Categoria: Meio-pesado Sensei: Floriano de Almeida Técnico: Floriano de Almeida Preparador Físico: Rauno Simola Patrocinadores: Adidas e CDE (Comissão de Desporto do Exército) Principais conquistas: Campeão Mundial 2007 e Campeão do Jogos Pan-americanos 2011 Ídolo nos tatamis: Aurélio Miguel e Pedro Guedes Ídolo fora dos tatamis: Meu pai Maior judoca da atualidade: Não da para escolher apenas um, temos Hugo Peçanha, Tiago Camilo, Leandro Guilheiro Sonho no Judô: Uma medalha olímpica

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Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô

Paulo Wanderley

é uma fraude! Durante o Mundial Sênior, realizado em Paris, a revista Budô entrevistou Jorge Armada, o centro-americano vice-presidente da Confederação Pan-Americana de Judô, que, além de falar sobre o caos administrativo que existe hoje no judô Pan-americano, fez graves acusações contra Paulo Wanderley Teixeira, o presidente da CPJ Nascido em 1º de fevereiro de 1956, em Cuba, dede jovem Jorge Francisco Armada Sanches viveu entre Porto Rico e os Estados Unidos. Aos 11 anos iniciou a prática do judô e hoje é 6º dan. Atualmente Armada é assessor da Federação de Judô do Panamá, com apoio da Federação Internacional de Judô. É formado em Educação Física e pós-graduado em Administração Esportiva. Durante 11 anos foi presidente da Federação de Judô de Porto Rico. Escreveu e produziu vários livros e manuais técnicos sobre o judô, e foi assessor da Solidariedade Olímpica, em vários países. Por cinco anos foi vice-presidente da União Pan-Americana de Judô - UPJ, e atualmente é vice-presidente da Confederação Pan-Americana de Judô - CPJ. Insatisfeito com o rumo que a modalidade tomou nos últimos anos, Armada achou por bem conceder uma entrevista e expor o caos que esta entidade está causando na modalidade. Conheça um pouco mais sobre este corajoso kodansha, que dedicou grande parte de sua vida ao desenvolvimento do judô pan-americano e caribenho. De que forma chegou à política esportiva? Em 1998 fui eleito presidente da Federação de Judô de Porto Rico. Em 2000, após os Jogos Olímpicos, houve a assembléia da UPJ que reelegeu o novo grupo que administraria a entidade. Jaime Casanova concorreu a mais um mandato; Oscar Casineri foi seu secretário; Carlos Dias, o diretor de Arbitragem; Edgar Clauré continuou como tesoureiro;

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Frank Fullerton, como diretor esportivo e eu saí como vice-presidente e presidente da área do Caribe. Qual foi seu envolvimento com o movimento que esvaziou a União Pan-Americana de Judô, para criar a Confederação Pan-Americana de Judô? Eu fui a primeira pessoa que enfrentou Jaime Casanova. Fui também a primeira pessoa punida com uma suspensão de cinco anos. Este processo começou em 2005, quando decidi renunciar ao meu cargo na UJP, pelo comportamento equivocado e a má administração da entidade. Daí por diante exerci uma oposição que visava parar os abusos que há anos se arrastavam em nosso continente. Ao mesmo tempo, Casanova tentou me deter e evitar a minha presença nos eventos continentais, e com isso alguns países começaram a animar-se com a possibilidade de promovermos uma mudança realmente positiva para o judô das Américas. Mas, em meio a tudo isso, eu fui suspenso por cinco anos e fui a primeira vítima fatal da administração que eu havia ajudado a montar. Paralelamente, Paulo Wanderley concorreu à vice-presidência da Confederação Sul-Americana, cargo que exigiu ocupar devido à força do judô brasileiro. Os demais dirigentes não o apoiaram quando foi suspenso? Ninguém esboçou a menor reação, e todos se silenciaram; o que fizeram foi observar. Ao mesmo tempo os dirigentes da UPJ trataram de me difamar, através da

imprensa de Porto Rico, que era onde eu vivia, e isso afetou até a minha família. Mas sobrevivi e me mantive firme. Sem nenhuma presunção, afirmo que minha postura e coragem permitiram que hoje existisse a CPJ. Em 2008 fomos à Espanha para uma reunião em que vários dirigentes se animaram, e criamos o movimento que pôs fim à ditadura imposta por Casanova. Inicialmente este movimento teve o apoio do Uruguai, El Salvador, Equador, México, Panamá e Brasil, entre outros. Mas destaco que esta reunião foi promovida por Marius Vizer, que naquele momento era presidente da União Europeia, e estava na briga para assumir a presidência da FIJ. Todos nós sabíamos que naquela época Park, o então presidente da FIJ, enfrentava problemas legais referentes ao seu patrimônio familiar. Sabíamos também que Marius Vizer era uma pessoa muito poderosa política e economicamente. Quem convocou a reunião foi Alexandro Blanco, presidente do Comitê Olímpico da Espanha, que sempre foi um grande amigo do judô americano. Desta reunião participaram alguns presidentes da pan-americana, Marius Vizer, Jean-Luc Rougé, presidente da Federação Francesa de Judô, e Juan Carlos Barcos. Foi nessa reunião que começaram o movimento de apoio à candidatura de Marius Vizer à presidência da FIJ e a criação de nova entidade para comandar o judô pan-americano. Como surgiu o nome de Paulo Wanderley para ocupar a presidência? Nesta reunião eu mesmo fiz esta propos-


A CPJ é uma enganação e serve de fachada para atender aos planos e à ambição de Paulo Wanderley”

ta, por entender que naquele momento seria a melhor escolha para o judô das Américas. Ele presidia o país mais poderoso financeiramente, e me parecia uma boa pessoa. Por isso, sem que ninguém me pedisse nada, fui eu que lancei Paulo Wanderley à presidência da CPJ. As pessoas acataram minha sugestão e a partir daquele momento ficou decidido que ele ocuparia a presidência. Quais motivos levaram à criação de uma nova entidade? O primeiro mandato de Casanova foi extremamente positivo. Indubitavelmente, em seu primeiro mandato foram produzidas mudanças importantíssimas para o desenvolvimento do judô pan-americano.

Isso fez com que fosse reeleito por aclamação em 2004, mas, lamentavelmente, a partir daí se iniciou um período obscuro, quando foi implantada uma política perversa de prêmio e castigo, que protegia os simpatizantes do presidente e perseguia seus opositores. Os recursos iam apenas para alguns países, e a UPJ se converteu numa organização arrogante, punitiva e que descumpria constantemente seus estatutos. A ponto de, numa determinada reunião, decidirem que os países que fossem contra suas políticas seriam sumariamente expulsos. Resumindo, foi implantada uma ditadura administrativa perversa e cruel, que nada tinha a ver com os princípios e objetivos para os quais a UPJ havia sido criada.

Mas não havia outra saída? Infelizmente, não. E afirmo que qualquer nome que fosse indicado naquele momento seria aprovado, pois a UPJ se mantinha no poder por meio do medo e do terror implantados no judô continental. Sem contar que naquele momento tivemos certeza de que daria certo, pois as pessoas mais importantes e influentes do mundo passaram a apoiar nosso movimento. Naquela época a UPJ gerava recursos, havia dinheiro? Sim, naquela época havia muito dinheiro, mas os únicos beneficiados eram aqueles que apoiavam Jaime Casanova.

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E qual é a realidade do judô hoje? Na verdade, trabalhei com três administrações. Estou vinculado ao judô pan-americano já há 16 anos. Primeiro acompanhei Frank Carbo, depois foi Sérgio Bahi do Brasil, um excelente gestor, que lamentavelmente faleceu em 1999, e com isso surgiu Jaime Casanova, que protagonizou um verdadeiro desastre – e isso gerou a criação da CPJ. Eu não culpo nosso grupo pela fundação da CPJ, culpo todos aqueles que deram manutenção às políticas absurdas geradas na administração de Casanova. Qual é o seu balanço dos três primeiros anos da Confederação Pan-Americana de Judô? Desgraçadamente, a CPJ é totalmente inoperante e inexpressiva. A palavra correta é que até hoje não fizemos absolutamente nada. Na realidade, nestes três anos a entidade não realizou nenhum evento próprio. Não realizou nenhum curso para árbitros, treinadores ou qualquer outra coisa. O pouco que existiu foram eventos nacionais realizados com a chancela da CPJ. Eu mesmo realizei um campeonato pan-americano infantil no Panamá, só que a CPJ não nos deu um centavo para realizá-lo, e ainda tivemos de pagar as passagens, hotel e as despesas de um oficial, do tesoureiro e de um diretor esportivo, enviados por Paulo Wanderley. E qual foi a contrapartida da CPJ? Nenhuma, absolutamente nada. Nem um simples programa de competição nos foi entregue, e esse campeonato consta como evento da CPJ. O único apoio ou recurso injetado nas Américas foi um dinheiro que Marius Vizer enviou diretamente aos países filiados. Até hoje, houve dois seminários, porém ambos foram realizados pela FIJ. Um no Panamá, e o outro foi um curso de administração esportiva, realizado em Miami. O que é a CPJ então? É uma caixa vazia. É zero, ou melhor, absolutamente nada. Nunca durante meus

16 anos de judô vi um caos tão grande como o que está sendo protagonizado por Paulo Wanderley. Aliás, nesse período nem um dólar foi gerado pela entidade. Está pior do que na era Casanova? Não dá para comparar. Em sua primeira gestão, Casanova criou precedentes que até hoje existem e funcionam, como os campeonatos pan-americanos infantil e juvenil. Ele criou o circuito pan-americano de judô, e foram criadas estruturas de capacitação, enquanto nestes três anos nós não realizamos absolutamente nada.

“A CPJ é totalmente inoperante e inexpressiva. Em três anos não fizemos absolutamente nada” Você está afirmando que a CPJ é uma grande mentira? É pior do que uma mentira. É uma enganação, pois serve apenas de fachada para atender aos planos e à ambição de Paulo Wanderley. Sou vice-presidente da entidade e, assim como acontece com toda a diretoria, não possuo nem cartões de visita. Mas vocês tinham recursos para fazer algo? Primeiro, quando se administra uma entidade continental, facilmente se geram recursos. Além disso, há alguns anos, a FIJ destinou um milhão de dólares para a CPJ, assim como fez com os demais continentes, mas nosso presidente se negou a receber esse dinheiro até que o problema com o tribunal TAS/CAS fos-

se resolvido. E com isso eu concluo que nosso presidente tem interesse de manter o judô pan-americano com este perfil baixo. Não interessa a ele ter a seu lado gente capaz e competente, pois o que tratou de fazer desde que assumiu o poder foi afastar de sua administração as pessoas competentes. Podemos classificar a administração da CPJ como desastrosa? Acho que não, pois algo desastroso sempre é precedido por uma determinada ação ou atitude, e no caso da CPJ não houve absolutamente nada nesse sentido, porque nada foi feito. Não existe uma forma de classificarmos uma entidade que não desenvolveu sequer uma ação em três anos de existência. Neste período nosso presidente não foi visto nem uma vez no Caribe, e não faltaram convites. Mas só o presidente pode decidir o que deve ou pode ser feito? Infelizmente, sim. Na administração de Paulo Wanderley só ele decide e manda. Além de não ter feito nada, ele nunca permitiu que fizéssemos algo. Nosso diretor de marketing apresentou vários planos nesse setor, mas estranhamente ele nunca aprovou nenhum plano ou ação. Nosso grupo tem certeza de que ele quer mais é manter tudo estagnado da forma que está. Por que ele não aceitou os recursos oferecidos pela FIJ? Para ter o controle total sobre os dirigentes da maioria dos países. Com esta situação é muito mais fácil e barato para ele adquirir apoio e comprar os votos de que necessita para se perpetuar no poder. Ele dá uma passagem para um, alguns tatamis para outros, e assim a coisa vai se arrastando e ele mantém o judô pan-americano nesse status quo. Para os que reclamam de algo, ele escreve uma carta dizendo que este dirigente não é mais amigo dele, e o coloca no ostracismo. Com exceção de três ou quatro países, os demais vivem todos em situação de miséria extrema e dependem de sua “ajuda” – e ele joga com isso. E os recursos que ele utiliza de onde vêm? Nesses três anos a CPJ não produziu um dólar sequer.

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E como ele pôde realizar ações como mandar dirigentes de todo o continente para mundiais e grand slams, se a CPJ não gera recursos? O que se supõe é que faz tudo com recursos da Confederação Brasileira de Judô - CBJ. Pois, até onde sabemos, ele não possui emprego e antes de ser presidente da CBJ era professor e técnico de judô. Você vê futuro para o judô caribenho e pan-americano? Enquanto Paulo Wanderley estiver na presidência da CPJ, infelizmente, não. O pior é que ele está convicto de que a América é o quintal do Brasil. Que a América é o lugar onde se jogam as latas de cerveja e todo o lixo que se produz. Mas isso vai custar caro a ele, da mesma forma que custou a Casanova e a todas as pessoas que se apossaram do poder. Ele acha que ainda estamos na época da colônia, quando se dava aos indígenas um espelhinho e todos ficavam felizes. Em sua analise ele prioriza apenas o Brasil? Não é nada disso. Ele trata de projetar sua imagem de dirigente por meio dos grandes eventos que realiza. Nunca na história do judô mundial um país sediou dois mundiais sênior, em tão curto espaço de tempo. Em 2007 tivemos o Mundial no Rio de Janeiro e agora foi anunciado que o Mundial de 2013 será novamente no Brasil. Quanto custou isso a ele e ao Brasil? Quanto custa ao Brasil levar uma seleção japonesa para disputar uma competição no Brasil? Será que ele está fazendo o investimento correto? Será que ele oferece o retorno de investimento que o judô brasileiro merece? Pois vemos que os recursos gerados pelo Brasil estão sendo canalizados para sua autopromoção no Brasil, na América e no mundo. Os eventos realizados no Brasil não proporcionam nada ao judô continental? Nada além das passagens e hotéis para os dirigentes que o bajulam e o apoiam. Eu penso que seria muito mais útil se continuasse fazendo seus espetáculos no Brasil, e deixasse a América buscar seu próprio caminho para o desenvolvimento. Mas, infelizmente, ele prefere utilizar uma posição que lhe foi dada com muito carinho, respeito e confiança, na esperança de que fizesse na América apenas parte do que fez no Brasil – e esse foi o nosso maior erro.

Quantos países estão filiados à CPJ? Na verdade existem aproximadamente 42 países que fazem judô nas Américas. Houve um momento em que tínhamos 25 filiados, e hoje devem ser cerca de 30 países, mas isso ninguém sabe ao certo, pois ele esconde até informações simples como essa. A ele não convém ampliar o número de filiados, pois quanto mais países houver, mais ele terá de investir em presentes como passagens, hotéis e equipamento.

“Na administração de Paulo Wanderley só ele decide e manda. Além de não ter feito nada, nosso presidente nunca permitiu que fizéssemos algo.” Antes de fazer a indicação, você não achou que seria muito poder numa única mão? Os norte-americanos têm um ditado que diz “follow the money”, ou seja, siga o dinheiro que tudo se esclarecerá. Quando você segue o dinheiro, encontra a razão de muitas coisas, e o nosso caso é um belo exemplo disso. Primeiro nos desligamos de uma entidade, e depois tivemos de fundar outra organização, e isso teve um custo enorme. Quem subvencionou tudo isso foi a Confederação Brasileira de Judô. Nenhum dos demais países dispunha de recursos. Quem arcou mesmo com todas as despesas foi o judô do Brasil, e indubitavelmente tivemos de depositar nossa confiança no presidente da CBJ. Você acusou Casanova de ser arbitrário e ditador, mas e o Paulo Wanderley? Se você quer estabelecer uma comparação, digo que Jaime se comportava dessa maneira apenas diante dos seus inimigos. Diante das demais pessoas ele era muito mais sociável, simpático, talentoso, sincero e solícito do que Paulo Wanderley. Mesmo tendo discrepâncias com alguém, ele mantinha uma atitude formal e de respeito. Sua arrogância era institucional e era fruto de sua política pu-

nitiva, ou seja, não nomeava árbitros dos países que o enfrentavam e coisas desse tipo, mas até entre os atletas ele era uma pessoa bem-querida. Já o Paulo, não. Ele é um indivíduo que raramente se senta com alguém, e quando o faz é porque tem algum interesse. Ele não comparte, não divide nada com ninguém, e vê apenas o que é de seu interesse. Nosso presidente tem de entender que o Brasil está na América e não na Europa. Ele ainda não entendeu que o Brasil não tem fronteira com a França ou a Inglaterra, e sim com o Paraguai e a Colômbia. Ele tem de conhecer e entender nossa gente, e não criar uma espécie de duas Américas, isso é inaceitável, mas é assim que ele vê o judô pan-americano. Ele gosta de fazer aquela cara de bom moço, mas sabemos que ele só mira seus próprios interesses. Por que se mostra inimigo dele, hoje? Em maio houve o congresso de nossa entidade em Guadalajara, e lá solicitamos a realização do Campeonato Pan-Americano Juvenil do Panamá, e isso foi aprovado. Mas, em junho, Paulo Wanderley começou a questionar a realização desse evento naquele país. Na verdade ele nunca desejou que esta competição fosse realizada no Panamá, que, aliás, é o país mais central das Américas. Até que, de forma arbitrária e unilateral, ele desrespeitou a decisão proferida em nosso congresso e cancelou a competição. Mas como ele pôde cancelar uma competição poucas semanas antes de sua realização? Porque ele administra o judô pan-americano da mesma forma que faz no Brasil. De maneira arbitrária, ilegal e fazendo tudo como lhe convém. Na verdade, essa foi uma declaração de guerra. E isso aconteceu por você estar questionando sua administração e criando problemas, certo? Fui eleito vice-presidente para brigar pelos interesses do judô de toda a América, e não do Brasil. Obviamente o incomodei, pressionando e cobrando resultados. Dizia sempre a ele que tínhamos de trabalhar, desenvolver programas de atividade para todas as regiões e, principalmente, para o Caribe, que é a região mais carente. Precisamos fazer programas de normatização de graduação e, acima de tudo, atender às necessidades do judô de todo o continente. Cobrava dele que parasse de olhar apenas para seus inte-

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resses pessoais e para o Brasil. E muitas pessoas disseram a ele que em breve eu estaria criando problemas, devido às cobranças que eu fazia. Sempre fui muito combativo, exigente, e critico tudo que está errado. Seu tesoureiro sempre foi muito cobrado nas pequenas coisas. Imagine que um atleta paga a anuidade e recebe sua carteirinha da entidade apenas oito ou nove meses depois. Como ficou a relação de vocês após este ato absurdo? Na verdade, quando Paulo Wanderley é contrariado, ele age como uma criança emburrada. Primeiro escreveu uma carta avisando que já não era mais meu amigo. Depois, aqui em Paris, quando me via nos eventos, nem me cumprimentava. Ele não tem maturidade política, e age como uma criança. Tem certeza de que, com o dinheiro que possui, poderá me neutralizar. Eu soube inclusive da pressão que fez para evitar minha vinda a Paris, mas nosso presidente tem uma postura distinta e age de forma ética e profissional. Ele age como criança mimada. Quais são os maiores apoiadores de suas políticas? São os presidentes de El Salvador e do Equador. São suas marionetes e ferramentas de opressão. São dois perdedores que apoiam e dão manutenção às arbitrariedades dele. Seu grupo criou a primeira dissidência do judô no mundo, e você foi vítima de sua criação. Como vê este quadro? O que está acontecendo na América é fruto da falta de liderança da CPJ e de seu presidente. Em muitos países temos hoje duas federações nacionais. A falta de desenvolvimento dos países proporciona que qualquer individuo crie uma organização, mesmo que seja uma organização fantasma. O que eu propus ao Paulo e a todo o comitê executivo da CPJ foi um plano de desenvolvimento do judô em nosso continente, e não a instauração dessa política perversa e barata de clientelismo, que troca desenvolvimento por mordomias, passagens, para os presidentes. Minha proposta era construirmos um centro de capacitação e treinamento no Panamá, que fica no centro das Américas. Teríamos de ter uma grade de cursos e eventos ocorrendo durante todo o ano. Estas ações jamais foram pretendidas por nosso presidente, que prioriza a velha política do clientelismo.

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Você não acha que, criando a CPJ, deram as costas para a história do judô continental? Não demos as costas para a organização e, sim, para os líderes que fizeram dela um instrumento de enriquecimento ilícito. A UPJ era a entidade continental mais antiga do mundo. Quem sabe, no dia em que suas lideranças mudarem de conduta, o judô pan-americano volte a unir-se em torno de uma proposta única. No Brasil é dito que Paulo Wanderley não cumpre acordos e trai seus parceiros. Dentro desse enfoque, quem, além de você, já foi traído por ele, neste processo? Absolutamente todos os presidentes e dirigentes nacionais das três Américas,

“Ele administra o judô pan-americano da mesma forma que faz no Brasil. De maneira arbitrária, ilegal e fazendo tudo como lhe convém.” porque todos acreditaram nele e achávamos que cumpriria o que prometeu a todos nós. Esperávamos desenvolvimento, progresso, e nos decepcionamos quando descobrimos quem era Paulo Wanderely na verdade. Ele mente e trai com a maior facilidade, e não tem compromisso algum com as coisas que assume. Ele é a mais pura tradução daquilo que costumamos falar na América espanhola, ele é o retrato fiel do imperialista barato. Qual é a importância do Brasil no desenvolvimento do judô pan-americano? Da mesma forma que está claro que o judô feminino mais desenvolvido da América é o de Cuba, está claro que o judô masculino, a infraestrutura, os recursos e os treinadores do Brasil são os melhores da América e os melhores do mundo, hoje. Com base apenas nestes dados, eu afirmo que a importância do Brasil no desenvolvimento do judô continental é total. Nenhum país das Américas possui

a experiência e a vivência que o Brasil tem. Se isso nos fosse oferecido, certamente nosso desenvolvimento seria surpreendente. Mas eu te pergunto: quantos cursos técnicos, de arbitragem, de administração esportiva ou clinicas foram realizados pela CPJ no Brasil, ou fora dele, nestes três anos? Infelizmente, nenhum. Quem será o próximo dirigente que terá o pescoço cortado? Já tivemos o Ignacio Aloise e eu, que curiosamente fomos os maiores responsáveis por ele estar onde está hoje. Mas acho que ele vai ter de pensar muito antes de expulsar outros dirigentes da entidade, pois estas coisas acontecem em longo prazo. Mas, da forma que conduz, a coisa provavelmente irá cair muito antes do que imaginamos. Porque muito mais talentoso, habilidoso e confiável do que ele foi o Casanova, e veja como ele terminou. Valeu à pena desmontar a UPJ? Sim. Valeu à pena porque aquilo estava insustentável. Aquilo virou uma monarquia, em que o rei Casanova, rodeado por seus duques, estava sufocando cada vez mais o judô pan-americano. Nós pensávamos um judô mais democrático e buscávamos desenvolvimento. Qual é o adjetivo que melhor traduz as ações de seu presidente? Fraude. Lamentavelmente, o Paulo Wanderley é uma fraude. Vocês não sabiam das ferramentas que ele usa para manipular o judô do Brasil? De forma alguma. Nós sempre acreditamos que estávamos lidando com um dirigente honesto e trabalhador. Após oito meses no poder, o Ignacio fez duras críticas a sua administração e colocou o cargo à disposição. Todos nós ficamos surpresos com a sua arrogância e total inoperância. Os dirigentes dos demais continentes sabem quem é Paulo Wanderley? Infelizmente não. Todos conhecem e veem apenas o show que ele produz. Ninguém imagina quem é Paulo Wanderley. Ele mostra aquilo que lhe convém e, quando as pessoas vão ao Brasil, são todas muito bem tratadas e saem de lá encantadas pelo que veem. Marius Vizer sabe o que está ocorrendo na CPJ?


Sim, ele sabe e faz aquilo que deve fazer, como dirigente mundial. A América é um problema da América, e ele não intervém em assuntos internos. Marius Vizer sempre respeitou o direito dos países, e nunca deixa de ajudar os que necessitam de ajuda, e isso o Paulo Wanderley não pode impedir. Como ele e o comitê executivo da FIJ vêem mais esse fracasso administrativo no continente? Como já disse, nosso presidente é extremamente ético e não faz incursões no judô continental, mas posso afirmar que ele não está satisfeito e todo o comitê executivo está apreensivo. O problema UPJ x CPJ, tem prejudicado e comprometido a imagem do judô mundial. Qual foi o maior erro de Paulo Wanderley? Enganar todos nós. Soubemos que ele trouxe para Paris mais de 20 dirigentes da América. Isso é real? Sim é verdade. É verdade que ofereceu um jantar e foi questionado por não ter convidado você e Ignacio Louise? Sim, é verdade. Ele respondeu que aquele jantar foi oferecido pela Confederação Brasileira de Judô, e por isso ele só convidou seus amigos. Agora, como ele pode gastar 8 mil ou 10 mil dólares num jantar? E isso não é nada diante do custo das passagens, hotel e despesas de toda essa gente. Sem contar as pessoas que estiveram a serviço dele em Paris. Acreditamos que trouxe à França um contingente de mais de 100 pessoas, e isso custa muito dinheiro. A pergunta é: quem está pagando a conta, já que a CPJ jamais produziu um centavo sequer?

“Quando Paulo Wanderley é contrariado, ele age como uma criança emburrada. Primeiro escreveu uma carta avisando que já não era mais meu amigo. Depois quando me vê nos eventos, não me cumprimenta” mais de 20 medalhas olímpicas, mas ninguém foi lembrado ou citado durante o congresso. Isso foi terrível e mostra a irresponsabilidade do nosso presidente. O mesmo ocorreu no jantar de gala realizado no Opéra Garnier de Paris, onde os principais judocas de cada continente foram homenageados, e nós não apresentamos absolutamente nada. Pareceu que nós jamais conquistamos nada nos quase 60 anos de existência da UPJ. Qual é o perfil ideal de um dirigente atuante? Um presidente atuante estabelece projetos e estratégias, e não as dirige. Estabelece uma linha de ação, de trabalho, e cobra resultados. O Paulo Wanderley centraliza tudo e reprova qualquer coisa que escape ao seu controle. Ele vetou todos os projetos de marketing apresentados por nosso diretor. Jamais levamos uma ação a cabo, pois ele não nos permitiu realizar absolutamente nada. Poderíamos ter gerado uma quantidade enorme de recursos para o judô continental, mas, paradoxalmente, em três anos não fizemos absolutamente nada, porque nosso presidente não permite ou aprova nenhuma ação. E todas estas reuniões, viagens e ações políticas foram feitas com recursos do Brasil? Imaginamos que sim. Quem poderia arcar com estas despesas?

Apesar de todo o prejuízo causado pelo desvio destes recursos, quem perdeu mais, o Brasil ou o continente? Bom, no assunto de dinheiro, foi o Brasil; na questão do desenvolvimento da modalidade, certamente foi a América, que lamentavelmente, hoje, está pior do que antes. E como Cuba vê tudo isso? Os cubanos têm uma situação muito peculiar com relação à sua capacidade econômica, mas, paradoxalmente, faz muito tempo que Cuba não está mais na América. Eles estão na Europa. Desde 2000 eles estão na Itália, França e Espanha. Agora é que eles estão participando dos eventos da América que são classificatórios. Eles não vão gastar o pouco dinheiro que têm para ir a um pan-americano para lutar contra quatro alguns loucos de cabeça raspada. Quando eles têm dinheiro, vão para França ou qualquer outro lugar onde haja um judô forte. Dessa forma, são totalmente indiferentes ao que acontece na América. Se Cuba foi à Copa do Mundo por equipes realizada no Brasil, você pode ter certeza de que foi a CBJ que pagou todas as despesas. Os cubanos não disputam competições que não somam, e pode ter certeza de que é o Brasil que injeta grande parte dos recursos de que Cuba dispõe hoje em dia. Por outro lado, no Campeonato Pan-Americano realizado este ano em Guadalajara, eles atropelaram o Brasil.

A América fez um péssimo papel no congresso técnico realizado em Paris. O que aconteceu? Um dos momentos mais negativos do judô pan-americano aconteceu durante o congresso realizado aqui em Paris. Todos os continentes mencionaram ou destacaram o trabalho dos principais judocas de cada região. Esta apresentação ocorreu em função da comemoração do 60º aniversário da FIJ. Só a América se omitiu e não apresentou nenhum nome. Apenas para dar um exemplo, poderíamos ter homenageado o professor Veitia, de Cuba, um técnico que conquistou

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Por Paulo Pinto Fotos Cristiane Mary

Parceira Comercial Fortalece

Karatê

do Distrito Federal Sensei Caio Márcio, um dos mais experientes professores de karatê do Distrito Federal, firmou parceria com a MKS Adidas, e deste empreendimento surgiu o apoio à Federação Candanga de Karatê, que vem conquistando maior espaço nos pódios nacionais e internacionais. Diretor do Centro de Treinamento CMK, Caio Márcio, que hoje é técnico da seleção de karatê do DF, explicou que iniciou o trabalho de representação da empresa MKS Adidas há 18 meses, e esta parceira resultou no fortalecimento do karatê do DF. “Na época, firmamos uma parceria comercial, que visava ao fortalecimento e maior presença da marca na região Centro- Oeste. Como eu já colecionava vários títulos e medalhas como técnico, esta parceria extrapolou a questão comercial e hoje sou o técnico da seleção do Distrito Federal. Todos os atletas que repre-

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sentam o DF no shiai kumitê treinam no centro de treinamento da CMK.” O técnico do selecionado brasiliense destacou que a nova parceria resultou no fortalecimento da modalidade no DF. “O resultado tem sido muito bom, e o apoio oferecido pela MKS Adidasaos atletas da Federação Candanga de Karatê tem proporcionado um retorno acima da expectativa. No campeonato brasileiro realizado este ano em Manaus/AM, surgiram vários novos campeões. Houve categorias em que os três primeiros colocados eram de Brasília.” Paralelamente ao trabalho que é feito no cenário competitivo, a CMK é líder na revenda de material exclusivo para karatê. “Com esta parceria, a CMK transformou-se na maior revenda de produtos específicos para karatê do Brasil, e pretendemos ampliar nossos horizontes.” Sensei Caio lembrou que a força e a consistência deste trabalho projetaram o karatê candango também no exterior.


“Várias medalhas já foram conquistadas em campeonatos internacionais, entre as quais destacamos o bronze de Alberto de Azevedo, a única medalha do Brasil e das Américas no mundial realizado em outubro na Malásia. O Alberto tem apenas 15 anos. Outro exemplo foi a medalha de bronze do atleta Wellington Barbosa, nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Wellington é atleta da MKS Adidas, tem 21 anos e com seus 105 kg, medindo 1,89 m, é o representante do Brasil na categoria peso-pesado. Seus títulos mais importantes são: tetracampeão brasileiro, tricampeão sul-americano, tricampeão pan-americano, campeão dos Jogos Sul-Americanos, bronze nos Jogos Pan-Americanos, bicampeão dos Jogos Abertos de São Paulo em 2011, e quarto lugar no mundial realizado na Sérvia em 2010.” O experiente técnico pretende fortalecer ainda mais o trabalho da seleção candanga. “Recebi a incumbência de Abdias Cordeiro, o presidente da Federação Candanga de Karatê, de tornar nossa equipe ainda mais competitiva. Temos hoje 23 atletas treinando três horas diariamente, e sem o apoio da Adidas isso não seria possível.”

Destaques do karatê candango Caio Márcio finalizou destacando as conquistas de seus atletas. “Hoje temos um time forte, coeso e nossa proposta é fortalecer ainda mais a equipe. Os principais destaques são: Wellington Barbosa, quarto colocado no mundial de 2010; Dekker Jordão, prata nos Jogos Pan-Africanos; Samuel Carvalho, campeão

brasileiro universitário; Bruno Queiroz, campeão brasileiro e vice-campeão sul-americano; Jorge André, bicampeão brasileiro e bronze no pan-americano; Osias Gleydson, campeão dos Jogos Regionais; Carlos Lourenço, prata nos Jogos Pan-Americanos; Alberto Azevedo, bronze no Mundial; Adrielly Cristiny, bicampeã brasileira; Elaine Perez, campeã brasileira universitária; Rayane Lopes, prata no brasileiro; Fernanda Juma, campeã brasileira; Danilo Corte, bicampeão brasileiro; Alissom Sobrinho, bicampeão brasileiro e vice-campeão sul-americano; Nayara Gabriel, campeã da Copa Brasil e vice-campeã sul-americana; Camille Santos, campeã brasileira e bronze no sul-americano; Pedro Diniz, campeão da Copa Brasil; Matheus Diniz, vice-campeão da Copa Brasil; Gabriel Félix, campeão da seletiva para o sul-americano. Na modalidade kata: Hitala Amaral, vice-campeã brasileira; Natália Amaral, vice-campeã brasileira; e Patrícia Carvalho, vice-campeã brasileira – todas treinadas pelo técnico Gerardo Coelho. Já no shiai kumitê eu sou o técnico.” Vale lembrar que no dia 10 de dezembro será realizada em Brasília a 1ª Copa Adidas de Karatê, nas dependências da Associação Atlética do Banco do Brasil. E, segundo o técnico brasiliense, o karatê brasileiro vai estar em peso no evento. “Este será nosso primeiro evento no karatê brasileiro, e minha expectativa é que o karatê brasileiro marque grande presença no evento. Este certame entrará para o calendário da CBK e da FCK, e será transmitido ao vivo pelo site www. caiomarciokarate.com, e nossa expectativa é termos a presença de 700 atletas aproximadamente.”

Caio Márcio de Barros Filho TITULOS CONQUISTADOS Como Atleta Campeão Pan-americano – Curaçao Bi-campeão Sul-americano – Santiago (Chile) – Guarujá (Brasil) Tri-campeão Brasileiro – Curitiba – Belo Horizonte - Fortaleza Tri-campeão Brasileiro Zonal – Porto Alegre – Criciúma – Goiânia Bi-campeão Mineiro – Belo Horizonte Bi-campeão Carioca – Rio de Janeiro Bi-Campeão Paulista – São Paulo 5° Lugar Mundial Equipe – Granada (Espanha) Como Técnico Medalha de Bronze nos Jogos Pan-americanos Medalha de Bronze no Mundial de Cadetes 4º Lugar no Mundial 2010 – Belgrado/Sérvia Campeão Pan-americano Adulto Campeão Pan-americano Junior Campeão Sul-americano Adulto Campeão Sul-americano Junior Campeão dos Jogos Sul-americanos Adulto Campeão Brasileiro Adulto Campeão Brasileiro Junior Campeão Brasileiro Juvenil Campeão Brasileiro Infanto-Juvenil Campeão da Copa Brasil Campeão Universitário Distrital Campeão Universitário Brasileiro Campeão do Open Campeão dos Jogos Abertos – São Paulo Campeão dos Jogos Regionais – São Paulo Campeão Mineiro Vice-campeão dos Jogos Pan-Africanos Atletas na Seleção Brasileira Jorge André Alisson Bruno Nayara Gabriel Danilo Corte Camille Santos Rayane Lopes Elaine Peres Wellington Barbosa Alberto Azevedo Gabriel Felix Samuel Carvalho Carlos Lourenço

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Por Kátia Aguiar Fotos Adriano Magalhães Thiago Costa Orlando Bento e Liana Tami

Paulistas Vencem Brasileiro Sub-13 Vinte e cinco estados marcaram presença em Belém, e mostraram a força do infanto-juvenil

Belém (PA) - Com sete medalhas de ouro, duas de prata e quatro de bronze, a delegação paulista foi a primeira colocada geral no Campeonato Brasileiro Sub-13. Realizado no período de 26 a 28 de agosto em Belém, a capital paraense que fica no coração da Amazônia, a seleção paulista disputou medalhas em todas 16 categorias da competição que envolveu cerca de 360 atletas de todo o País. O evento foi um enorme sucesso no que diz respeito à participação de dirigentes estaduais que marcaram presença na competição. Entre estes destacamos as presenças de Luiz Augusto Martins Teixeira, presidente da Federação Mineira, Francisco de Carvalho Filho, presidente da Federação Paulista, Luíz Ywashita, presidente da Federação Paranaense, Marcelo França, vice-presidente da ConDirigentes abertura da competição

Paula Silveira (Sub 15 -48kg) e Pedro Henrique de Castro Martins Teixeira (Sub 13 +52kg), vice-campeões brasileiros de suas respectivas categoria

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federação Brasileira, Raul de Mello Senra, delegado Regional da 4ª Delegacia/SP, e o anfitrião Eduardo Pinho, presidente da Federação Paraense. A disputa mostrou o alto índice técnico dos judocas do Sul e Sudeste do Brasil, que faturaram quatorze das dezesseis medalhas de ouro por categoria. Os vice-campeões foram os judocas fluminenses que faturaram onze medalhas, sendo três ouros, duas pratas e seis bronzes. O Rio Grande do Sul ficou na terceira colocação com duas medalhas de ouro, uma de prata e quatro de bronze. O Paraná ficou em quarto lugar com uma medalha de ouro, três de prata e duas de bronze. O Pernambuco ficou na quinta colocação geral, com uma de ouro conquistada pela judoca Amanda Lima, uma de prata e quatro de bronze. Minas Gerais ficou na sexta colocação geral com uma de ouro e uma de prata. O Amazonas foi o único estado do Norte


Daniele Kaori Kurosawa

a faturar uma medalha de ouro na categoria mais de 52 kg, com a campanha brilhante da judoca Greyce Kelly Silva, que derrotou na final a judoca paulista Lavínia Silva por ippon. Segundo o vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Marcelo França, a entidade tem trabalhado para nivelar os atletas, principalmente na categoria sub-13 que são o futuro do judô brasileiro. “O Pará é bi-campeão regional, que envolve estados do Norte e Nordeste, mas promover o mesmo intercâmbio entre atletas do Norte e Sul é muito mais difícil por causa da logística, em virtude das grandes distâncias e o custo das viagens”, disse o dirigente nacional. O presidente da Federação Paraense de Judô Eduardo Pinho, disse que este foi o melhor resultado do Estado em competições nacionais. “O Pará sempre ganhou uma ou no máximo duas medalhas. Desta vez con-

quistamos o dobro, e comemoramos esta conquista”. Para o judoca paraense Emanuel Silva, 12, medalha de prata, no Brasileiro de judô em Belém, a excelente colocação mostra que com incentivo o judô paraense poderá ir muito mais longe. “Eu dei tudo de mim, mas ainda não saiu o ouro, vou continuar treinando, pois quero muito mais que medalha de prata no brasileiro”, disse o menino. Emamuel treina judô em Belém, há cerca de dois anos no projeto Mais Educação do Governo Federal. Eduardo Pinho disse que sediar o Brasileirão foi um grande aprendizado. “Na verdade, a competição acaba sendo uma troca de experiência. Aprendem nossos judocas, que passam a conhecer o nível dos atletas do eixo sul e sudeste do país e aprende a equipe técnica paraense como um todo”. Francisco de Carvalho, presidente da FPJ, destacou a presença efetiva de maior número de estados no pódio. “Esta é uma categoria de transição onde os atletas ainda estão se firmando, mas fiquei muito feliz por ver aqui em Belém, uma distribuição de medalhas mais justa e homogênea. É isso que o judô do Brasil anseia e precisa da presença cada vez maior de estados no pódio”, destacou o dirigente paulista. Marcelo França finalizou elogiando a organização do evento. “Em termos técnicos, de receptividade e de organização, tudo foi excelente, além disso, os atletas paraenses mostraram que estão aptos a sempre subir no pódio”, disse.

Quadro de medalhas Brasileiro Sub-13 Estado

Ouro

Prata

Bronze

Total

SP

7

2

4

13

RJ

4

1

6

11

2

5

07

MS PE

1

1

4

06

PR

1

3

2

06

RS

2

1

3

06

2

2

Pará MG PB

1

1 1

02

SC

1

01

RO

1

01

1

02

AM

1

04 02

1

CE ES DF

1 1

01 01

1

01

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Judoca registrense vence é destaque Daniele Kaori Kurosawa, a faixa verde de 11 anos da ARJU, é campeã brasileira e leva o ouro para Registro. Com esta vitória, a atleta passou a integrar a equipe da CBJ e conquistou a vaga para disputar o Campeonato Pan-americano, que aconteceu em Buenos Aires. Para chegar até a medalha de ouro, Kaori precisou vencer três lutas do Campeonato Brasileiro, a primeira contra a Campeã Mineira Bárbara Hashimoto, aonde venceu por decisão dos juízes, já que a disputa foi equilibrada e nenhuma atleta pontuou. A segunda vitória foi em cima da Paranaense Marina Kawazoa, com um yuko de vantagem, pontuação que se caracteriza quando o oponente cai de lado. A última luta foi contra a atleta da casa, a Campeã Paraense Lorrany Pastani. Kaori iniciou a disputa da final com desvantagem de um yuko, e mesmo com a torcida a favor de sua adversária, mostrou estar preparada para enfrentar a pressão e superou terminando a luta em empate. O resultado foi decidido pelos três árbitros que acompanharam a luta, cada um levantando a bandeira com a cor do kimono da atleta que eles julgaram ter lutado melhor. “Fiquei nervosa achando que os juízes acatariam aos gritos da torcida, que gritava para a paraense ser campeã”, disse Kaori, que chorou ao ver que dois juízes tinham levantado a bandeira azul, que dava a vitória para a registrense. “Chorei de alegria quando vi as bandeiras azuis levantadas, pois não imaginei que ganharia, dedico a vitória ao meu irmão Marlon, aos meus pais, a toda diretoria da ARJU, aos senseis e ao sensei Mauro Sakai”, disse.

Minas Tênis tem dois vice-campeões O judoca minastenista Pedro Henrique de Castro Martins Teixeira conquistou o vice-campeonato do Brasileiro, e até chegar à medalha de prata, Pedro Henrique disputou quatro lutas: na primeira, superou o brasiliense Gabriel, por ippon, passando em seguida pelo paranaense Arthur, com wazari. Novamente com um ippon, o minastenista venceu o maranhense Vinícius, e, na grande final, acabou perdendo, por

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Equipe de apoio

yuko, para o paulista Igor. O Técnico Principal da Base de Judô Alfredo Dornelles acompanhou o atleta. O jovem judoca Pedro Henrique nasceu no dia 26 de maio de 1999, na capital mineira. No tatami, Pedro Henrique tem mostrado muito talento. Além do primeiro lugar no Campeonato Mineiro em sua categoria, o jovem atleta comemorou, recentemente o vice-campeonato da Copa Minas de Judô, evento realizado na Arena Vivo. Ele também foi medalha de bronze na Copa Fragoso, no Rio, nesta temporada. O atleta divide o tatami com as piscinas do Clube, já que também representa o Minas nos esportes aquáticos. Ele é treinado por Sérgio Luiz Eleutério no Petiz II e já conquistou os primeiros lugares no Campeonato Mineiro e nos 50 e 200m livres na Copa Minas Paula Silveira (Sub 15 -48kg) foi a outra vice-campeã do Minas Tênis, na competição. E a jovem judoca mineira confessou que chegar a final foi uma grande surpresa. “Esta foi uma conquista muito importante, eu acreditava que poderia ir bem no Campeonato Brasileiro, mas chegar à final foi surpresa muito legal. Foi um grande passo para o meu desenvolvimento, as lutas foram difíceis e me ensinaram bastante”. Paula está otimista e espera subir no pódio em Buenos Aires. “Depois da conquista no Brasileiro me animei para o Sul-americano, estou bem confiante e espero trazer medalhas e desenvolver o meu judô”.

Walter Dir. Tecnico, Bruno Cord. Tecnico, Fernando Vice Presidente, Eduardo Presidente e Lucas.

Arbitros nacionais

Dra Luciana, Eduardo e médico da Unimed

Equipe da CBJ

Presidentes


Classificação Individual Masculino

-31 Kg

-28 Kg

1º Amanda Lima - PE

1º Kaue Ghuilherme - SP

2º anna Ballardin - PR

2º Emanuel Silva - PA

3º Laura Ferreira - SP

3º Leonardinho Bogue - MS

3º Kyara Costa - RJ

3º Ilan Brik - PR

-34 Kg

-31 Kg

1º Luana Santos - SP

1º Sérgio Escudeiro Filho - SP

2º Bianca Vilma Rosa - MS

2º Vinicius Rafael Melo - PE

3º Rhaira Lino - RO

3º Alef Marques - MS

3º Hamina Novaes - PA

3º Guilherme Goetz - RS

-38 Kg

-34 Kg

1º Taina Silva - SP

1º Victor Yvys Furtado - RJ

2º Natasha Padilha - PR

2º Igor Wesley Machado - RS

3º Leticia Vieira Ribeiro - AM

3º Wilian Lima - SP

3º Jane Ely Castro - CE

3º Artur Brenner José Silva - PE

-42 Kg

-38 Kg

1º Nicole Franzoi - RS

1º Israel Ferreira - RJ

2º Samara Contarini - ES

2º Júlio César Koda - PB

3º Valeska Israel Cruz - RJ

3º Davi Castro - PE

3º Elizabeth Silva - PE

3º João Vitor Meza - MS

-47 Kg

-42 Kg

1º Helena Kuwabara - RJ

1º Gabriel Adriano - PR

2º Francieli Terenzi - SP

2º Bruno Campos - RJ

3º Yasmim Santana - PE

3º Rodolfo Silva - PA

3º Gabriela Baptista - RS

3º Marcos Leandro Pereira - SC

-52 Kg

-47 Kg

1º Giuliana Cartolano - MG

1º Jeferson Santos Junior - SP

2º Ana Clara Lisboa - RJ

2º Luiz Cherobim - PR

3º Luana Costa - DF

3º Leonardo Penha - RS

3º Luana Moura - SP

3º Rudmiler Rondinele Reis - MS

+52 Kg

-52 Kg

1º Greyce Kelly Silva - AM

1º Alexandre Meneghini - RS

2º Lavínia Silva - SP

2º Paulo Afonso Barbosa - MS

3º Jayane Kelly Santos - PB

3º Emerson Silva - SP

3º Luiza Cruz – RJ

3º Gabryel Menezes - RJ +52 Kg

Classificação por Estados

1º Igor Morisigue - SP

1º São Paulo

2º Pedro Henrique Teixeira - MG

2º Rio de Janeiro

3º Vinicius Divino - RJ

3º Rio Grande do Sul

3º Ayhan Zanella - MS

4º Paraná

Feminino

5º Pernambuco

-28 Kg

6º Minas Gerais

1º Daniela Kurosawa - SP

7º Pará

2º Lorrany Pastana - PA

8º Mato Grosso

3º Marina Kawazoe - PR

9º Paraíba

3º Mariane Marcelino - RJ

10º - Ceará

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Fundada a Associação Grand Masters e Kodanshas de Judô do Brasil

Por Paulo Pinto

Fotos Revista Budô

A Associação Grand Masters e Kodanshas de Judô do Brasil foi lançada oficialmente durante a realização do Campeonato Brasileiro Grand Masters – Shiai e Kata 2011. A competição realizou-se no ginásio de esportes do Clube Paineiras do Morumby, no dia 29 de outubro, e a entidade recém-fundada fez sua estreia como coorganizadora do evento, que apresentou nível técnico e organizacional excelente. Idealizada e criada por judocas que há muitos anos participam de competições, no Brasil e exterior, nas categorias máster e kata, a associação tem como principal objetivo apoiar a confederação, federações e atletas no desenvolvimento e evolução do judô grand máster nas áreas competitiva, técnica, katas e arbitragem, servindo de ponto de apoio e orientação aos judocas que desejarem fazer parte dela. A criação da entidade foi motivada pelas dificuldades enfrentadas durante as participações em eventos internacionais por um grupo de amigos que se conhecem há quase 30 anos. São judocas que se encontram desde a categoria infantil, convivendo em competições e treinamentos da FPJ realizados no CAT, na época

supervisionado por grandes professores, como Massao Shinohara, Ikuo Onodera, Luiz Juniti Shinohara e Floriano Almeida, entre outros. Com o passar do tempo, trilharam caminhos profissionais distintos, mas com uma paixão em comum, e perceberam a necessi- Mauricio Kawahara, Maurício Neder e Sergio Lex dade de contribuir com o judô e buscar al- dronização e auxílio médico, nutricional e ternativas para proporcionar maior apoio fisioterápico, entre outros. aos judocas grand másters e, consequenEm paralelo ao evento, a diretoria da temente, a seus alunos e familiares. entidade desenvolveu várias ações, entre Por intermédio da associação, o grupo elas a definição da logomarca da entidapretende apoiar os judocas associados, de. Os mais de 400 judocas que particidando suporte ao seu desenvolvimento param da competição puderam votar e técnico, criando um ranking, buscando escolher a logo que será utilizada. parcerias que eventualmente proporcioOutra grande iniciativa foi apresentar nem maiores e melhores condições para aos judocas de todo o País os propósitos a participação em competições nacionais e objetivos da entidade. Acima de tudo, e internacionais. Isso inclui intercâmbios e o grupo de dirigentes deixou claro que treinamentos (dentro e fora do País), pa- pretende administrar a entidade com total transparência e de forma bastante democrática. Entrevistamos os dirigentes Sérgio Lex e Rodrigo Motta, que falaram sobre os objetivos e diretrizes da entidade. Como surgiu a ideia de criação da associação de grand másters? Durante participação em eventos internacionais, percebemos a falta de estrutura que a categoria grand máster estava vivendo, e resolvemos nos organizar para ajudar a melhorar a situação. Quais serão as atribuições da nova entidade? Ajudar de maneira direcionada os praticantes de kata e da categoria grand máster a retomar ou continuar as ativi-

Edson Puglia, Afonso Carvalho, Mauricio Kawahara, Mauricio Cataneo, Sergio Lex, Anderson Cássio e Nelson Dell’Aquila

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dades “judoísticas” de maneira segura e constante, melhorando o desempenho em todas as áreas de atuação dos grand másteres e kodanshas, objetivando sempre levar o nome do judô grand máster do Brasil como o número 1 do mundo. De que forma pretendem ajudar a categoria? Ajudaremos de varias formas, e nossas prioridades são organizar, compartilhar, integrar e divulgar os eventos da categoria. Estes quatro pontos serão o guia para as futuras ações e trabalhos e serão divididos em duas frentes: a interna, que é estrutural, e a externa, que são as competições internacionais.

maiores forças no mundo do judô. Esta necessidade se evidenciou em fatos como atletas chegando à competição sem ter feito a inscrição, correndo o risco de não participar, depois de viajar horas e desembolsar um valor alto para competir. Estas dificuldades vão desde a utilização do cartão de crédito para pagamento das inscrições e até o idioma.

Vocês promoverão competições? Inicialmente nós não vamos realizar competições. Nossa proposta é veicular em nosso site as informações sobre todos os Internamente, quais são as prioridades? eventos que estarão sendo reaIremos mapear a categoria e criar canais lizados. Daremos o suporte nede comunicação direta com os atletas. cessário, apoiando os eventos Rodrigo Motta, Maurício Neder, Mauricio Cataneo e Afonso Carvalho Trabalharemos na formação e preparo oficiais que já existem. tras entidades estaduais que nos possam dos atletas grand máster, por meio de clínicas sobre nutrição, e preparação físi- A associação vai apoiar todos os even- ajudar em nossas diretrizes, visando ao crescimento do judô grand máster e ao ca, treinamento técnico para kata e shiai. tos do máster? Estas iniciativas irão fortalecer os judo- Iremos apoiar as entidades que organi- bem-estar dos nossos associados. cas grand máster e, consequentemente, zam e promovem eventos que estejam refletir-se no judô aplicado nas escolas, de acordo com nossa visão, missão, vaCriação do ranking máster academias e comunidades. lores, prioridades e estratégia. Pensando nisto, iremos procurar nestes eventos De que forma pretendem elevar o nível E externamente? uma sinergia entre todos os envolvidos, técnico da seleção brasileira máster? Daremos suporte aos atletas em compe- isto é, iremos trabalhar muito para que Uma de nossas prioridades é montar tições e em treinamentos de campo inter- todos estejam unidos, trabalhando foca- um ranking que possa identificar os menacionais, desde a inscrição até a volta dos num objetivo único. Hoje temos um lhores de cada categoria, e assim montar ao Brasil. Pretendemos formar equipes acordo com a FPJ, pelo qual os atletas equipes fortes e competitivas, que terão com técnicos, nutricionista, preparador grand máster devem estar filiados a ela e, acesso a uma estrutura técnica formada físico e fisioterapeuta, visando a chegar consequentemente, à CBJ e à FIJ. Esta por grandes profissionais, que poderão ao primeiro lugar e tendo o respeito das sinergia favorece novos acordos com ou- fazer uma avaliação mais imparcial, somando as informações do ranking ao desempenho individual na competição. Esta iniciativa trará grandes incentivos, sendo alguns deles: 1. O aumento de atletas grand máster participando de competições nacionais. 2. Auxílio inicial para criação das equipes em competições internacionais. 3. Premiação e homenagens. 4. Promoção e divulgação dos mais bem colocados no ranking.

Mauricio Cataneo, Rodrigo Motta, Daniel Dell’Aquila, Maurício Neder e Afonso Carvalho

Dá para subirmos no ranking mundial? Com certeza, a evolução pode ser constante, especialmente quando olhamos

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foi passado por eles, e o destaque merecido a cada um. Uma das nossas atividades previstas será resgatar a história de todos, mostrando a importância que cada um teve no crescimento e desenvolvimento da modalidade.

Nelson Dell’Aquila, Cláudio Calazans, Daniel Dell’Aquila, Alexandro Puglia e Sergio Lex

para o material humano disponível. Um bom exemplo é a Turquia, um pequeno país que chega às competições com toda a equipe uniformizada e com técnicos para o feminino, masculino e kata. Olhando para este exemplo e somando as diretrizes da nossa entidade, poderemos criar um padrão de qualidade e uma estrutura que nos levariam da quarta para a primeira colocação no médio prazo. Como ocorreu o crescimento do máster? Em 2001 houve o terceiro Mundial da World Máster em Phoenix, EUA, e foi só naquela edição que o Brasil estreou em competições de veteranos. Já em 2002 houve o Mundial na Irlanda do Norte, o primeiro realizado na Europa, e o Brasil participou com uma equipe bem maior. Foi quando se deu aquela explosão, com a participação recorde de atletas do Velho Continente. A partir daquele momento a categoria tomou outro rumo e não parou mais de crescer. Em 2006 houve o mundial da França, e tivemos uma presença recorde de participantes. A partir de então os eventos alternam-se entre a Europa e a América do Norte. Desde 2010 os mundiais são realizados pela FIJ. Com a criação do ranking, vocês pretendem limitar a participação de atletas? Não. As competições Grand Másters são abertas a todo atleta interessado na disputa que esteja federado, e nós não pretendemos interferir. Quanto mais judocas brasileiros participarem das disputas, mais competitivo será nosso máster. Nossa referência seria a competição por equipes, que necessita de acompanhamento mais próximo nos eventos e alguns benefícios que poderão ser passados para os melhores no ranking.

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Com o ranking, acabaremos com a possibilidade de atletas competirem no pan-americano sem participar do brasileiro? Pensamos que este fator ajudará muito. Não podemos exigir nada, mas achamos que, com o ranking, poderemos incentivar a participação dos atletas nas competições nacionais e estaduais. O ranking vai ser um estímulo e os atletas mudarão a forma de pensar. Além da participação nas equipes, o que o ranking pretende proporcionar aos atletas? Vamos buscar parcerias que nos permitam dar suporte aos judocas mais bem ranqueados, seja reduzindo as despesas seja dando alguma outra forma de ajuda. Quando começam oficialmente as atividades da associação? Estamos trabalhando nisso desde o mundial realizado no Canadá em 2010, e hoje estamos dando o pontapé inicial nas atividades da organização. Porque associaram a entidade aos kodanshas? Os kodanshas são os grandes mestres, e eles não podem ser esquecidos. Fizemos isso para mostrar o quão forte são e longe vão nossos valores, e demonstramos com esta ação que não faremos nada sem levar em conta seus ensinamentos e orientações. E mais do que nunca queremos que participem dos nossos eventos, pois eles são a história da nossa nobre arte. O que pretendem oferecer aos kodanshas? O retorno de todo o ensinamento que nos

Kawahara, Baeta e Onmura

Vocês possuem representantes em outros Estados? Já conversamos com muitos judocas masters de outros Estados, e todos gostaram da ideia. Na verdade, estamos iniciando tudo hoje, e já temos algumas promessas bastante significativas. Além de São Paulo, a associação já tem representante oficial no Paraná, onde Maurício Neder assumiu a responsabilidade de fazer o processo caminhar. Vocês têm ideia do número de judocas máster no Brasil? Os dados que possuímos apontam para aproximadamente 400 judocas másteres em atividade e participando de competições. No kata é algo em torno de 100 duplas em atividade. Cremos que o número de praticantes pode ser o dobro do de competidores e possivelmente podemos triplicá-lo, levando em consideração os que estão fora de atividade e têm vontade de voltar. Os principais motivos para não retomar a prática do judô estão ligados à falta de estímulo e de informação. Uma parte dos másteres para antes de começar, e outros começam com a mentalidade de 20 anos de idade. A consequência, normalmente, é parar ou interromper a prática depois de alguns meses de treinamento devido a despreparo, acidentes e contusões. Sendo assim, a GMJB chega para preencher este espaço, dando orientação e suporte a estes atletas. E o número de kodanshas no Brasil? Não temos esta informação e acho que ninguém tem. Existe uma carência total de informação.


Quais são os judocas que compõem a direção da entidade? Sérgio Lex, presidente; Nelson Dell’Aquila, vice-presidente; Rodrigo Motta, diretor de marketing; Maurício Cataneo, diretor financeiro; Daniel Dell’Aquila, diretor técnico; Maurício Kawahara, diretor de eventos; Affonso de Carvalho, diretor de tecnologia e informação; Luís Alberto Santos, diretor de kata; e Akio Shiba, diretor de relações internacionais e nosso porta-voz no Japão. Vocês contam com o apoio da CBJ e demais entidades? A princípio temos apoio apenas da FPJ, porque ainda não conversamos com outras entidades. Mas pretendemos conversar e mostrar nossa proposta de trabalho. Qual é a participação de vocês no evento de hoje? O lançamento oficial estava programado para ocorrer neste evento, e isto foi possível graças ao Daniel Dell’ Aquila, que conseguiu o espaço no Clube Paineiras do Morumby, e a seu empenho para cumprir todas as exigências da competição. E também ao Nelson Dell´Aquila, que organizou, acompanhou e trabalhou arduamente para a realização do Campeonato Brasileiro de Grand Masters & Kata - 2011. A Associação de Grand Masters providenciou o sistema de placares de LCD e viabilizou a contratação de toda a equipe médica que atuou neste evento, alem dos médicos e fisioterapeutas que estiveram presentes. A estrutura oferecida incluiu ambulâncias e desfibriladores para emergências, que felizmente não foram utilizados. E, de maneira democrática, colocamos para a votação dos participantes da competição duas logomarcas: a mais votada será escolhida para ser símbolo oficial da associação.

Depoimentos de diretores Representando o Clube Paineiras do Morumby e diretor técnico da associação, Daniel Dell’Aquila destacou a importância de resgatar os conceitos filosóficos do judô. “Na verdade, o judô tem esta força imensa, e só está em centenas de países porque pratica uma filosofia sólida. Se fosse uma luta qualquer, desprovida de conteúdo filosófico, certamente não chegaria onde chegou. Um dos nossos principais objetivos é resgatar os conceitos filosóficos do judô.” Daniel enfatizou a necessidade de oferecer melhor estrutura aos atletas do

Grand Máster. “Num mundial máster, temos o prazer de estar ao lado de várias gerações, e não apenas da nossa. Os problemas que enfrentamos em Frankfurt deixaram muito claro que precisamos de mais organização. E este é outro grande objetivo do nosso grupo: promover a coesão do máster, buscando cada vez mais qualidade para uma categoria que demanda cuidados especiais.” Rodrigo Motta apontou a importância do kata na manutenção dos fundamentos do judô. “O trabalho da GMJB se estenderá à prática do kata, pois entendemos que nesta modalidade está a base dos fundamentos do judô. Da mesma forma, priorizaremos o resgate da história do judô no Brasil, de forma organizada e didática.” Sérgio Lex fez questão de homenagear Cristiana Pallavicino, a grande responsável pela inclusão do Brasil no circuito máster do judô mundial. “Quero fazer justiça e homenagear nossa amiga Cristiana Pallavicino. Sua participação foi importantíssima no processo de introdução do Brasil no circuito do judô máster. Ela foi a grande pioneira que correu atrás de tudo para levarmos a primeira delegação brasileira a um mundial máster, no ano de 2001 no Canadá, onde fomos competir com aproximadamente 40 judocas. Hoje ela vive na Itália e compete por aquele país, mas nós jamais esqueceremos seu esforço em prol da nossa categoria.” Maurício Cataneo destacou que a associação nasce em momento oportuno, com o objetivo de agregar as forças e contribuir para a manutenção de um judô forte e de qualidade no Brasil, independentemente das gerações. “Muitos judocas grand máster são pais que trazem seus filhos para o judô. Dessa forma, entendemos que o trabalho a ser realizado pela associação permitirá aos seus membros a pratica de judô com mais qualidade em todos os seus aspectos, sejam eles de saúde e nutricional, sejam técnicos, competitivos, katas, arbitragem etc. Reforçamos, assim, o objetivo de que os judocas grand máster sirvam de reais exemplos para gerações mais jovens, por meio da vivência dos princípios do judô ou dos resultados atingidos, seja no aumento de qualidade de vida pela prática de esporte, seja na convivência com amigos com interesses comuns ou, ainda, nos títulos conquistados pelos que decidem continuar competindo.”

Affonso de Carvalho enumera os princípios da Associação Grand Masters e Kodanshas de Judô do Brasil, que devem ser seguidos por todos os envolvidos: Nossa Visão “Ser referência em atitude, organização e resultados para os grand másteres de todo o mundo e para as novas gerações no Brasil.” Nossa Missão “Desenvolver o judô no Brasil por meio da organização, fomento e crescimento dos praticantes grand másteres e de kata.” Nossos Valores “Integridade, respeito, trabalho em equipe, responsabilidade, criatividade, família e exemplo para as novas gerações.”

Judô Training Camp 2012 Maurício Neder, delegado do Paraná, falou sobre o Judô Training Camp, que está previsto para o primeiro semestre de 2012, em Curitiba/PR. “O objetivo deste evento é apresentarmos em detalhes as propostas e agenda de atividades da associação para 2012. Fazem parte dele palestras com temas como preparação para os campeonatos máster de 2012. Teremos dois períodos de treino durante o evento e faremos também um city tour pelos principais pontos de Curitiba. O sucesso deste evento depende da participação de todos. O próximo ano será muito especial porque o mundial máster será realizado no Brasil, e, além de criarmos uma organização à altura, queremos ver os atletas brasileiros muito bem preparados para o maior evento mundial da categoria.”

contato@grandmasters.com.br

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Dirigente em Foco

Por Paulo Pinto Fotos Arquivo

O judô como opção de desenvolvimento social Luiz Fernandes de Araújo Júnior, engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, em 1986. Natural de Inhumas-GO e há 21 anos casado com Maria do Socorro, com quem teve as filhas Fernanda e Ana Vitória, praticantes de judô, por força do destino chegou à vice-presidência da modalidade em Goiás. Hiperativo, Júnior participou intensamente do processo que mudou os destinos da modalidade no Estado. Fundou uma ONG que atende hoje a 60 crianças em sua cidade natal, e em parceria com o poder público e a iniciativa privada criou a melhor equipe do judô goiano. Saiba mais sobre esse empresário que tem no judô um hobby e vê na modalidade uma importante ferramenta de desenvolvimento social. Em qual mercado atua? Sou diretor técnico da empresa Platec - Planejamento Técnico Agropecuário, que atua em boa parte do País, no ramo do agronegócio brasileiro – planejamento, projetos, estudo de viabilidade técnica, plano de negócios, assessoramento técnico em agricultura, pecuária, floresta, topografia rural e urbana, geodésia, licenciamento e estudos de impacto ambiental. Qual é a sua rotina de trabalho? Minha rotina de trabalho é muito intensa, tanto no escritório quanto no campo em visitas técnicas às propriedades rurais. Viajo em média 6 mil km/mês, acordo normalmente às 5 horas da manhã e deito quase sempre após a meia-noite. Busco sempre dedicar tempo a Deus, à família e aos amigos. Estou sempre atento à vida de minhas filhas e não abro mão de estar nas principais competições de judô, além de fazer parte da comunidade da Igreja Nossa Senhora Rosa Mística em Goiânia. Qual é o perfil de sua empresa? A Platec completou 25 anos de criação no dia 6 de outubro. A empresa emprega atualmente 25 funcionários, distribuídos em três escritórios nas cidades de Goiânia, Goianésia e Inhumas. O perfil é de empresa pequena, porém com boa estrutura e organização, com o foco voltado para o agrobusiness. Buscamos conquistar mercado em diferentes regiões do País, com boa atuação no mercado brasileiro nos segmentos de topografia e geodésia (GPS de alta precisão), área ambiental, projetos e estudos de viabilidade econômica agropecuários. Dedica sua vida a Deus de que forma? Sou muito temente a Deus, acredito muito em Jesus Cristo nosso pai, sou devoto de Nossa

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Luiz Fernandes diante da sala de trofeus das filhas Ana e Fernanda

Senhora Aparecida e acredito que temos um Deus que nos protege, nos orienta, nos guia e nos abençoa em todos momentos. Sou católico apostólico romano praticante, faço parte da comunidade Igreja Rosa Mística em Goiânia, e neste ano eu e minha esposa nos tornamos ministros da eucaristia a convite do padre Davi. Acredito muito no poder de transformação do ser humano e no seu crescimento, que podemos ser melhores a cada dia e que nesta nossa passagem pela terra temos de fazer o bem, pois nada nos pertence, somos apenas um instrumento da vontade de Deus, e que temos de fazer a vida valer a pena. Neste con-

texto, acredito muito no judô. Com certeza, o judô me fascina sob todos os aspectos, preparando o indivíduo para toda a vida, tanto nos aspectos emocional e físico quanto na formação do caráter e no respeito ao ser humano. Sem dúvida, é o grande parceiro na formação de nossos filhos. O judô é a minha grande paixão! Sempre digo aos meus amigos que têm filhos pequenos em formação que, de todas as modalidades esportivas, e com todo o respeito e admiração às demais, o judô sem dúvida é uma modalidade diferenciada. Se pudesse, colocaria todas as crianças nesta modalidade, buscando uma base mais ampla na formação.


De que forma chegou ao judô? Morávamos na cidade de Inhumas, e a Fernanda tinha 12 anos e fazia karatê tradicional. Mesmo treinando em Goiânia três vezes por semana, eu tinha construído para ela uma pequena área de treinamento (dojô) em minha casa. Foi quando um amigo disse que em Goiânia vivia um dos grandes mestres de judô do Brasil, que se chamava Lhofei Shiozawa. Contou toda a história de sua vida, e disse que gostaria de apresentá-lo a mim. Agendamos um almoço em minha casa e assim conheci sensei Shiozawa. Com certeza, naquele dia Deus me deu um grande presente, foi uma grande honra receber uma das pessoas mais fantástica que conheci em toda minha vida. A partir desse dia ele colocou uma de suas atletas, de nome Viviane, para treinar minhas duas filhas, duas vezes por semana. No sábado era ele quem dava o treinamento em Inhumas, levava o carro cheio de crianças e treinava durante toda a manhã. Esse período que antecedeu minha ida para Goiânia era muito bom, pois após os treinos minha esposa, que sempre teve um carinho muito especial pelo sensei, sempre procurava fazer suas vontades. Era ele que definia o cardápio no almoço do sábado: feijoada, dobradinha, galinhada, arroz com pequi. Após o almoço ele deitava no sofá e praticamente dormia toda a tarde e, no fim do dia, após o lanche, ele voltava para Goiânia. Neste período de cinco anos tivemos momentos que jamais esquecerei. Formávamos um grupo de país de crianças da academia Nikkei: o Sérgio Niederauder, dona Maria, Hélio e Ascânio, que davam todo o apoio ao sensei e eram meio que conselheiros, liderados pelo sensei, que gostava muito desse grupo e o respeitava. Fiquei muito feliz quando ele retornou ao shiai-jo como técnico da seleção goiana, juntamente com o técnico Joseph Guilherme, nos campeonatos brasileiros pré-juvenil em São Luís-MA e infanto-juvenil em Florianópolis-SC, em 2005. Sempre tive gratidão, grande respeito e muita admiração pelo sensei Lhofei Shiozawa, e temos muita saudade desse grande homem com quem tivemos a honra de conviver. E a melhor forma que encontrei de homenageá-lo em vida foi realizar seu grande sonho de colocar seu nome num projeto de inclusão social. Foi quando, em 26 de fevereiro de 2006, minhas filhas idealizaram um projeto de inclusão social para 50 crianças ao qual demos o nome de Projeto Judô do Futuro Lhofei Shiozawa, da Organização Atitude Social de Inhumas. Esse projeto é coordenado pela professora Tatiana Neiva, formada por ele na Academia Nikei Sport Center em Goiânia, a quem devo muita admiração, respeito e consideração, pois é uma verdadeira guerreira. A Tati é um anjo da guarda dessas nossas crianças, pois é ela quem toca o projeto com muita competência e dedicação.

O agrônomo Júnior no campo dando consultoria em lavoura de milho verde

Qual é a relação entre sua vida profissional e o judô? A convivência com as pessoas que fazem parte do judô, pelo qual eu tenho a oportunidade de viajar, tem-me ensinado muito, seja em contato com dirigentes seja com professores, atletas, pais e organizadores. Tudo isso tem sido muito importante, pois tenho levado esse aprendizado para minha vida profissional no dia a dia. Com certeza os exemplos de dedicação, força de vontade, humildade, superação e respeito que professores, praticantes e atletas de judô nos proporcionam são de uma grandeza admirável. São verdadeiros guerreiros e merecem nossos aplausos. Vejo uma riqueza muito grande no mundo do judô pelo aspecto do relacionamento humano e respeito ao próximo, pois este é um aprendizado para toda a vida, diferentemente de outras modalidades esportivas, nas quais o importante é ganhar a qualquer custo, independentemente dos valores morais. O exemplo dado pelos nossos atletas de alto rendimento me motiva a ser cada dia um profissional mais dedicado e humano na relação com as pessoas. Mesmo não entendendo os fundamentos técnicos do judô, posso afirmar que, após estes oito anos de convivência, levo para minha empresa muito do que vejo e aprendo na relação entre técnicos e atletas. Qual é a sua filosofia de vida? Faça resumidamente um relato de sua vida. Entendo que na vida nada é por acaso. Em toda minha vida descobri uma vocação política, e sempre procurei ajudar de alguma forma, nunca me omiti ou me acovardei. Lembro que, quando eu fiz a 8ª série no Colégio Estadual Manoel Vila Verde, em Inhumas, com 16 anos fui candidato a presidente do Centro Cí-

vico Estadual (CCE). Fui eleito representante dos alunos e fiz uma eleição moderna para a época, na qual minha chapa chamava-se SUATE – Serviço Unido Trabalhando na Escola, com panfleto mostrando minha plataforma de trabalho. E inovei, pois solicitei três comícios para as turma da manhã, tarde e noite, e até levei cantores para animar. Passei em primeiro lugar para o curso de agronomia numa universidade federal, fiz projeto Rondon em Pimenta Bueno-RO, na floresta amazônica, fiz 12 estágios curriculares no meu período de universidade em grandes centros de pesquisa, como Embrapa-DF, Emater, Iapar-PR, Engopa e em grandes empresas multinacionais. Fui monitor de química, não fui reprovado em nenhuma matéria e me formei em tempo recorde. Após me formar, fui estagiar e morei por um ano na cidade de Okmulgee no Estado de Oklahoma, nos EUA, onde tive grande experiência no mundo country e do rodeio americano. Trabalhei e estagiei em fazendas e ranchos. Quando voltei ao Brasil criei a Platec, em outubro de 1986. Como politicamente sempre gostei da luta de classes, em 1988 entrei na União Democrática Ruralista (UDR), liderada pelo grande líder ruralista Ronaldo Caiado, hoje deputado federal. Fui presidente nacional da UDR Jovem, participando ativamente da luta pelo direito de propriedade no capítulo da terra produtiva, na Constituição promulgada em outubro de 1988 pelo então presidente do Congresso Nacional, Ulisses Guimarães, no qual fomos vitoriosos depois de muito debate. Posteriormente vieram as eleições livres para presidente da República em 1989, quando viajei por todo o Brasil, como assessor do candidato a presidente Ronaldo Caiado, período este em que tive a oportunidade de conhecer a riqueza cultural

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Com as filhas Ana Vitória, Fernanda e esposa Maria Boston-USA

do País, seus contrastes e diferenças sociais. Em 1990, fui assessor parlamentar do deputado federal Ronaldo Caiado em Brasilia-DF, onde tive a oportunidade de conhecer os bastidores da política no Congresso Nacional. Sem dúvida, esta foi uma experiência para toda a vida. Como chegou a vice-presidência da FEGOJU? Como diz o goiano, somente entro numa empreitada se puder participar ativamente do processo e ser importante. Sou de equipe, porém não aceito imposição e não engulo prato por goela abaixo. Quando minhas filhas entraram no judô, acabei vivenciando os meandros da coisa, por ter, de alguma, de forma participar dos treinos, campeonatos, reuniões e por ter de ajudar o clube a viabilizar patrocínios para despesas com viagens etc. Querendo ou não, comecei a participar ativamente de todo o processo. Naquele momento nosso líder era o sensei Shiozawa e, por problemas que não cabe aqui mencionar, um grupo de pais criou a entidade denominada Associação dos Pais de Atletas de Judô do Estado de Goiás - APAJUGO, entidade sem fins lucrativos que representava os interesses de atletas perante a federação, e fui eleito presidente. Tivemos uma atuação dentro da legalidade, do respeito, por meio de ideias, planejamento e gestão, para que o judô de Goiás pudesse ter um grupo proativo e empreendedor. Acionamos o Ministério Público, até que houve a renúncia do presidente da federação. Assumiu naquele momento o vice-presidente, que atualmente é o presidente da FEGOJU, meu grande amigo Josmar Amaral. Fizemos uma composição muito saudável e participativa, mudando definitivamente o judô do Estado de Goiás, colocando nossa gestão como modelo de democracia e participação. Com certeza temos muito que melhorar, mas dentro de nossas possibilidades estamos fazendo uma gestão inovadora. Tenho orgulho de ter colaborado no processo de mudança que alavancou a modalidade. Quero frisar que, no momento crítico de transição, o Josmar teve a capacidade de unir o judô goiano em torno de nossa proposta, que basicamente visava ao desenvolvimento e à justiça para a modalidade.

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Qual é a sua avaliação do momento que o judô goiano atravessa? Acredito que podemos evoluir sempre; mas o judô goiano está em ascensão técnica desde 2005, com a participação de um número cada vez maior de atletas em competições estaduais, nacionais e internacionais. Perdemos atletas Socorro em para grandes centros, num processo natural, mas isso é bom para o atleta e não podemos fazer nenhum tipo de restrição. Entendo que, com todos os recursos de marketing que possui, a CBJ deveria criar campanhas publicitárias que mostrassem a importância da modalidade na formação dos jovens, utilizando nossos ídolos como exemplos de superação, assim como faz a PRCA – Professional Rodeo Cowboys Association nos EUA, que aproxima seus ídolos do público, tentando massificar a modalidade. Assim fomentaria o crescimento do número de praticantes e ajudaria efetivamente na expansão das federações, que teriam cada vez mais novos praticantes. Precisamos fomentar o surgimento de novas gerações e prepará-las para ocuparem o espaço deixado por aqueles que atingem mais idade, bem como encontrar novos talentos. Na prática qual é a sua participação no judô goiano? Sou pai da atleta Fernanda Araújo, que há dois anos mora e treina em Boston-EUA, com o sensei Jimmy Pedro. Sou presidente da ONG Organização Atitude Social de Inhumas, entidade mantenedora do Projeto Judô do Futuro, que trabalha com 60 crianças, e da Equipe Judô Inhumas, que se classificou em 8º lugar no Grand Prix de Judô 2011, em Porto Alegre, que tem parceria com a Prefeitura Municipal de Inhumas e Academia Brava. No momento sou vice-presidente da FEGOJU, compondo a diretoria presidida por Josmar Amaral. Sou de grupo, respeito muito a hierarquia e, quando convocado, estou sempre à disposição. O que o Projeto Judô do Futuro Lhofei Shiozawa representa em sua vida? O Projeto Judô do Futuro me realiza e faz muito feliz. É a forma que encontrei para agradecer a Deus e devolver um pouco de tudo que recebi dele, até hoje. Entendo que temos a obrigação de ajudar o próximo e por meio do projeto pude proporcionar desenvolvimento e crescimento às crianças que não tiveram a condição que nossos filhos possuem. Quais são as coisas mais importantes na vida para você, hoje? Deus, minha família, meu trabalho e empresa, pois é com ela que mantenho minha estrutura familiar e posso ajudar o projeto social e os verdadeiros amigos que tenho.

O que a palavra ética representa para você? É a base moral para se chegar ao sucesso. Como vê o momento atual do judô brasileiro? O judô brasileiro vive um momento mágico e de grande expectativa quanto aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Penso que todo o trabalho realizado pelos profissionais da CBJ nos últimos anos deva ser coroado com bons resultados. Acredito muito na força da equipe brasileira, e parabenizo a CBJ pelo brilhante trabalho desenvolvido visando às Olimpíadas. Como vê a ida de sua filha Fernanda para Boston? O fato de eu ter morado em 1986 nos EUA e vivido o mundo do rodeio me levou a dar esta oportunidade a ela, uma experiência única. Não se compara o judô americano com o brasileiro; aqui temos alguns dos melhores atletas do mundo, grandes clubes e um número bem maior de atletas para treinar. Hoje o judô do Brasil é referência, mas quando se trata de oportunidade para a formação, o que pesa é a somatória do todo. Quando surgiu a oportunidade de ela treinar com o sensei Jimmy Pedro, um medalhista olímpico e campeão mundial, eu não pensei duas vezes. Além do judô, o importante foi a oportunidade de minha filha aprender com a formação americana, a possibilidade de aprender o idioma fluentemente, fazer o college e tentar ingressar numa universidade americana. Também pesou a experiência adquirida fora de casa num país onde as leis funcionam, e a sociedade é mais evoluída no que diz respeito à educação. Fico feliz pelo fato de a Fernanda estar tendo a experiência de conhecer, vivenciar e aproveitar as coisas boas da América. Como consegue conciliar a vida de empresário com a vida de dirigente e articulador de um dos projetos sociais mais ativos da modalidade? O tempo a gente é que faz e, quando se une paixão pelo esporte à responsabilidade social e ao prazer de querer ajudar, tudo fica mais fácil. Não tenho dificuldade em me colocar à disposição para ajudar; gosto de servir e de ser útil. Na juventude você participou de algum movimento político? Participei do Movimento Ruralista na defesa da direito de propriedade, sempre fui politizado. Acredito numa sociedade democrática; no poder de discutirmos os direitos de liberdade e igualdade; de discutir e respeitar as melhores ideias, para que possamos transformar nossa vida e a sociedade. Você é filiado a algum partido político? Sim, ao DEM-GO.


Ela é o combustível que me move. É a minha razão e paixão de viver com alegria, satisfação e prazer. Minha família faz a vida valer a pena.

Júnior com a placa de participação do projeto Atitude Social no GP Brasil de Judô em Porto Alegre onde obteve a oitava colocação

Em sua análise, qual é o melhor político do Brasil? Político sério, honesto e com relevantes serviços prestados à sociedade são poucos. Em Goiás, conheço o deputado federal Ronaldo Caiado, que faz um brilhante trabalho e é reconhecido como um dos mais atuantes no Congresso Nacional. Certamente ele é exemplo de dignidade e amor ao nosso País. Não sou da tese de que todos os políticos sejam corruptos; temos gente seria fazendo um bom trabalho. Na verdade, são os eleitores que não sabem escolher os melhores políticos para representá-los no Executivo e no Legislativo, nas esferas municipal, estadual e federal. Quais foram as pessoas que o ajudaram no contesto do judô? As pessoa que mais me ajudaram e ajudam no judô foram o sensei Lhofei Shiozawa, Daniela Zangrando que faz parte da minha família e é madrinha do projeto judô do futuro, Andrea Berti minha grande amiga, Fúlvio Miyata, Henrique Guimarães, Josmar Amaral, Tatiana Neiva, João Henrique e Joseph Guilherme. E tenho uma grande amizade pela família Penalber - Jorge, Gisele, Vítor e Júlia - do Rio de Janeiro, e pelo Sergio Cota do Minas Tênis de BH. Que livro está lendo? Gosto muito de livros de autoajuda e atualmente estou lendo cinco: O semeador de idéias, de Augusto Cury; Vivendo com propósitos, de Ed Renékivitz; Quem pensa enriquece, de Napoleon Hill; Transformando suor em ouro, de Bernardinho; e Estratégia do oceano azul, de W. Chan Kim. O que Deus representa em sua vida? Minha própria vida! Com certeza, sem ele a vida não tem sentido. Nas 24 horas de meus dias sou guiado por Deus.

Como você vê o sensei Shiozawa? Um grande homem que cumpriu sua trajetória de vida com humildade, que ouvia Joseph Guilherme, Lhofei Shiozawa e Júnior no Campeonato mais do que falava e com poucas pala- Brasileiro Infanto Juvenil realizado em 2.005 - Florianópolis vras transmitia muita sabedoria, deixando Judô do Futuro teve evolução rápida, haja vista grandes ensinamentos e um grande legado de a excelente participação de sua equipe no GP vida. Tenho muita saudade do sensei, sinto Brasil, enfrentando equipes poderosas e custenão ter aproveitado mais o seu tempo e os adas por grandes patrocinadores. Esse projeto seus ensinamentos de vida. Tenho uma gratiserve de exemplo para todos, pois, no início, dão imensa por tudo que fez por minhas filhas. era apenas um empresário que tinha o sonho de usar o esporte para ajudar crianças, dando Qual é o maior judoca que conheceu até hoje? a elas a mesma oportunidade que suas filhas tiNão tenho conhecimento suficiente para resveram. Com o tempo, a proposta inicial foi rediponder a esta pergunta, tenho admiração por recionada e, por meio de um trabalho feito com todos. Para mim todos são verdadeiros artismuita seriedade, o projeto Organização Atitude tas. Mas acho muito bonito o estilo de luta do Social de Inhumas hoje produz cidadãos e forTiago Camilo e do Leandro Guilheiro. O sensei ma excelentes judocas”. Shiozawa sempre dizia que o Tiago praticava Para o campeão olímpico Rogério Sampaio, os um judô técnico igual ao japonês, com lutas projetos sociais estão criando novos polos da em pé, dificilmente a luta ia para o chão. No modalidade no País. “Acho que a massificação Guilheiro me impressiona muito sua forma obdo judô por meio de projetos sociais é extremajetiva de entra e sair nos combates. mente importante, pois o esporte não tem preconceito de raça, cor, religião ou classe social. Música preferida? E é principalmente nas classes menos favoreciGosto de todos os gêneros, para mim o impordas que temos maior número de talentos à estante é a mensagem e a alegria da melodia. pera de todo e qualquer apoio, seja no sentido Gosto de dance music dos anos 80, sertanejo, de serem descobertos seja no desenvolvimenpop rock, samba, axé da Bahia. Sou fã do Neto técnico. Um grande exemplo é Rafaela Silva, guinho e fanático pela Escola de Samba Beijavice-campeã mundial no sênior, que foi desco-Flor do Rio de Janeiro, minha preferida. berta no Projeto Reação, do medalhista olímpico Flávio Canto. O Júnior está criando um novo Comida preferida? polo do judô no Centro-Oeste, e isso certamenSalada e comida caipira - de preferência, frante irá proporcionar grande desenvolvimento a go caipira e costelinha de porco. toda a região”, disse o campeão olímpico. Sergio Cota lembrou que as oportunidades Um sonho? de crescimento pessoal por meio do judô são No campo pessoal, que minhas filhas Fermaiores. “Acredito que este é um trabalho pionanda e Ana Vitória sejam muito felizes, posneiro e exemplar, que deve ser seguido por sam escrever suas histórias de vida e consoutros empresários e amantes do esporte. Os truir suas vidas com muita dignidade, ética e resultados já estão aparecendo em âmbito competência, serem pessoas do bem e que social, pelo número de crianças atendidas, e possam de alguma forma servir à sociedade também no desenvolvimento da modalidade – e acredito firmemente que o judô tem-me no Estado, uma vez que em seu primeiro ano ajudado nesta formação. No social, vamos de Grand Prix a equipe obteve um desempeconstruir um centro de formação de judocas nho surpreendente, superando entidades que para atender a mais crianças carentes na cijá disputam este importante torneio há vários dade de Inhumas-GO. Penso que no primeiro anos. Voltando ao aspecto social, só o fato de momento o judô estará a serviço de centenas essas crianças estarem praticando uma ativicrianças, mas, no futuro próximo, grande pardade esportiva olímpica, saudável e educativa te destas pessoas estarão a serviço do judô, já proporciona a todos maior oportunidade de e nossa proposta é seguir o sonho do sensei obter formação profissional”, disse. Shiozawa, disseminando a cultura judoística, no Centro-Oeste do Brasil.

Depoimentos

Qual é a importância da família em sua Daniele Zangrando destacou que, além de criar vida? cidadãos, forma excelentes judocas. “O Projeto

Júnior, Justo Noda técnico da seleção cubana e Carlos Henrique diretor do Minas Tênis Clube

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Fotos Revista Budô

Vereador Aurélio Miguel Promove 1ª Conferência Municipal Educação Física, Esporte e Lazer Primeira edição do evento contou com palestrantes nas áreas da Educação Física Realizada pelo vereador Aurélio Miguel, a 1ª Conferência Municipal de Educação Física, Esporte e Lazer debateu no dia 12 de setembro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo, os princípios e a valorização do profissional de Educação Física. Vários representantes da área palestraram sobre o assunto. O parlamentar deu início à sessão solene exaltando o anseio que possuía em organizar o evento. “É um orgulho estar aqui. É o início de um grande sonho que vem desde 2006, quando propus a criação da conferência. É importante que haja essa primeira para que as demais que virão cresçam e se consolidem como política pública da cidade de São Paulo”, disse o vereador Aurélio Miguel (PR), autor do projeto da Resolução 2/2006, que criou a conferência. O presidente do Conselho Deliberativo da Corredores Paulistas Reunidos (Corpore), Amadeu Armentano, foi o primeiro a discursar e deu uma verdadeira aula. Armentano comentou o crescimento de entidades de corrida a partir de 2007, o Vereador Aurélio Miguel

atraso na mentalidade brasileira a respeito da prática de esportes e também a falta de investimento em corridas. “Dizem que o órgão mais sensível do ser humano é o bolso, mas parece que esse não é o das autoridades. As corridas de rua não são valorizadas tanto quanto mereciam.” Ao fim do discurso, Armentano referiu-se aos principais itens que os profissionais de Educação Física devem seguir. Atuando no campo da formação de atletas que, muito provavelmente, poderão representar o Brasil, afirmou: “Tomem muito cuidado, pois vocês estarão trabalhando com essa bandeira. E isso é de extremo valor”. O professor da Universidade de São Paulo (USP) e ex-presidente da Federação Paulista de Capoeira, Gladson de Oliveira Silva, e o professor do Centro de Prática Esportivas da USP Vinícius Heine falaram sobre a capoeira, sua importância cultural como esporte originalmente brasileiro e sua Mauzler Paulinetti

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inclusão na área da Educação Física. “Se a liberdade se consegue por meio da educação, o jogo da capoeira é o jogo da educação”, afirmou o professor Vinicius Heine. O vereador Aurélio Miguel ainda finalizou a primeira etapa da conferência comentando o desenvolvimento das práticas esportivas e a elaboração de diretrizes para serem encaminhadas aos órgãos municipais competentes. “A junção entre Educação Física, esporte e lazer na conferência não é à toa. Mostra a indispensável interação entre essas áreas para que se elabore uma política de esporte consequente para o município. Esse ato hoje é um caminho sem volta para que São Paulo seja vista como modelo de esporte no Brasil”, completou o vereador.

Amadeu Armentano

Henrique Guimarães

Carlos Bortole

Prof. Paulo – Universidade Anhembi Morumbi

Prof. Vinicius – CEPEUSP

Adilson, Farah e Oswaldo

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Prof. Durval – Universidade São Judas

Debate

Prof. Artur – UNISA

Depois da primeira etapa da conferência, os participantes puderam debater os temas abordados durante as palestras com o vereador Aurélio Miguel e o presidente do Sindicato das Federações Esportivas de São Paulo, Mauzler Paulinetti. Presidentes de federações e ligas, professores universitários, estagiários e alunos de faculdade de Educação Física discutiram uma amplitude de temas. O Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Paulo e Região (SINPEFESP) propôs um dos temas mais dis- Prof. Marcelo – Unibam cutidos na primeira etapa da palestra e que precisa receber grande valorização: a adoção de uma política nacional de incentivo ao esporte nas escolas. O Clube dos Paraplégicos de São Paulo ainda sugeriu que crianças com deficiência sejam incluídas nas aulas de Educação Física, com professores orientados para fazer esta inclusão de acordo com a deficiência ou comprometimento delas. Compuseram a mesa da solenidade: vereador Aurélio Miguel; Adilson Pereira Ramos, presiden- Prof. Flávio Delmanto te da Associação Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais (ABDEM); José Jorge Farah Neto, superintendente do Sindicato das Entidades de Administração do Desporto no Estado de São Paulo (SEADESP); Oswaldo Román Espósito, presidente do SEADESP; secretária municipal de Educação, Maria Alice; diretor do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) Henrique Guimarães; o coordenador de Educação Física da FMU e presidente do Conselho Regional de Educação Física de São Paulo, Flávio Del Manto; a presidente da União das Federações Esportivas do Estado de São Paulo (UFEESP), Marjó Couto; e Weber, do Sindicato dos Profissionais de Educação Física do Estado de São Paulo (SINPEFESP).

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Mestre Gladson – USP

Mauzler Paulinetti - SINPEFESP


Ponto de Vista

Por Vinícius Erchov Foto Paco Lozano

Uma análise sobre a aplicabilidade da nova regulamentação dos

Exames de Graus Estudando e analisando a nova regulamentação do exame nacional de graduação, gostaria de – baseado nos preceitos fundamentais do professor Jigoro Kano – discorrer sobre sua aplicabilidade, eficiência e coerência. Quando começou o boato, há alguns anos atrás, que a CBJ iria alterar a regulamentação do exame de graduação, normatizá-lo e inserir carência mínima de tempo para todas as graduações existentes, houve um misto de apreensão e concordância, de minha parte, pela necessidade de fazer algo com o objetivo de melhorar consideravelmente a parte técnica do nosso tão estimado judô. Criou-se uma comissão competente para executar tal tarefa, e no início de 2011 nos foi apresentada esta novidade. Como toda novidade, há um choque natural na sua recepção, e é necessário um tempo para seu entendimento, adequação, e, porque não, crítica. Muita coisa foi alterada buscando um conhecimento maior para cada postulante a uma nova graduação, o que muito me agrada, mas infelizmente há alguns pontos dissonantes da bela proposta apresentada a nós da comunidade judoísta. Partindo da premissa fundamental nos deixada pelo professor Jigoro Kano – e da cultura marcial oriental – da paciência e persistência para alcançar qualquer objetivo imaginado, imagino ter sido cometido um grande equívoco com a adoção de mais quatro (4) faixas dangai, e pior, com a adoção de “ponteiras” em suas extremidades sinalizando a cor da próxima faixa. Justamente buscando o valor pedagógico – como foi colocado no início do regulamento proposto – que não deveríamos adotar tal critério (algo parecido com o que ocorre em alguns países europeus, mas não no Japão), pois pecamos pelo excesso de estímulo ao exame de faixa, diminuímos o seu importante valor tradicional e promovemos uma “mercadologia” de trocas de faixas para nossos dangais. Na verdade, nos furtaremos de explicar aos pais das crianças o porquê da importância da paciência dentro do judô, do tempo percorrido por cada faixa, seu amadurecimento dentro de cada graduação para aí sim justificar uma promoção. Nesse molde proposto, isso é perdido pela absurda velocidade das promoções. Não podemos incorrer no erro comum de achar que crianças são “adultos em miniaturas”, e cada vez mais cedo dar-lhes responsabilidades e tarefas incoerentes com sua idade e maturidade. Antes dos 6 anos, deveríamos conscientizar os pais e interessados que se trataria de um “pré-judô”, pois não há ganho técnico algum para a criança antes dessa idade na modalidade; deve

ser desenvolvidos movimentos de habilidade motora, lateralidade, noção espacial, etc. Mas não técnicas de judô. Seu corpo e percepção ainda precisam ser formados minimamente para tanto. Logo, a adoção de faixas coloridas para essa categoria além de ser “mentirosa” e injusta, tira o valor real de cada faixa da classe dangai. Banaliza-se a essência e o significado que cada faixa tem para quem a porta. Em relação às graduações de yudanshas e kodanshas, cabem aqui meus sinceros elogios a grande parte da regulamentação. A carência para cada graduação é fundamental para sua valorização e entendimento, e principalmente felicito o conselho de graduação no tocante à parte técnica para cada exame de yudansha. Creio estar de acordo com o que se espera de conhecimento técnico e filosófico de cada postulante a uma graduação elevada. Minha ressalva é não ter exame prático até no mínimo um sétimo dan, ou um máximo pela idade (como é feito no Japão). A aplicabilidade disso, em território nacional, é onde imagino existir o maior problema. Mais que ninguém, a CBJ conhece a enorme distância técnica e de material humano e condições mínimas de prática entre as diversas federações do país. Não se pode fazer vistas grossas às especificidades de cada Estado/Região do país, e aplicar draconicamente esse novo regulamento para exame de faixa. É preciso olhar com cuidado para cada local e moldar as necessidades e objetivos deste trabalho para o bem de cada Estado/Região. Tecnicamente, praticantes de judô do Sudeste, Sul e parte do Centro-Oeste tem mais condição que o restante do país. Isso é fato. Para se aprender um Goshin Jitsu, Kime no Kata, Koshiki no Kata, Itsutsu no Kata, dentro dos padrões, por exemplo, não temos muitas opções fora desse eixo. Logo, como cobrar um Kime no Kata e um Goshin Jitsu de qualidade

nos locais onde nem mesmo há pessoas habilitadas para ensinar um Ju no Kata? Se for para, de certa maneira, homogeneizar o nível técnico dos praticantes, a maneira adotada é a mais injusta e equivocada com os menos favorecidos. Seria necessário um grande esforço da CBJ para levar regularmente professores qualificados nos diversos cantos do país onde há esse déficit, para aí sim, após algum tempo poder cobrar tal eficiência. Outra questão que o regulamento não dá conta é, falando de São Paulo (onde pratico judô), o número de postulantes no exame de faixa por ano (e me atenho só às graduações de yudansha). Aqui temos em média 100 candidatos a cada ano, ou seja, além de se tornar completamente inviável a aplicação das técnicas como tori e uke (o que considero particularmente fundamental), tem a conquista do shodan para os campeões anuais do Campeonato Paulista por Faixas, que dá a possibilidade daquele ótimo e dedicado atleta que não tem condições de arcar com a taxa do exame, obter, por meio do shiai, sua graduação de shodan. Portanto, imagino que há algumas questões a serem discutidas em torno da nova regulamentação de exame de graus. É de extrema necessidade a adaptação de tal iniciativa a cada especificidade local, ou cairemos, infelizmente, na banalização deste importantíssimo esforço para elevar o padrão técnico e filosófico do nosso judô, com exames “de mentira”, carências desrespeitadas, etc. A discussão com cada Federação é premente. Qualquer medida de cima para baixo, sem buscar entender, discutir – e se adaptar – às distintas realidades do nosso país é a chave para o insucesso de todas nossas instituições nacionais. Como judocas, precisamos dar o exemplo. Vinícius Erchov é Presidente do Projeto Budô, Professor de Judô 4º Dan, Historiador, Educador e Filólogo

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Aspectos pedAgógicos

Alexandre Janota Digo – Dr. Anderson Dias de Lima – Esp. Reinaldo Naia Cavazani – Mdo.

Fotos Everton Monteiro

Judô Infantil

Repensando a Competição Partindo do princípio desenvolvido por Lev Pavlovich Matveev, podemos dizer que a lógica do treinamento desportivo para a formação de um atleta de alto rendimento relaciona-se a um processo de macrociclos contínuos e interdependentes, ao longo de vários anos de trabalho sistemático de periodização. Nesse trabalho, cada período depende do ocorrido anteriormente e deve apresentar características específicas, dentro de uma sequência lógica de crescimento e desenvolvimento do treinando, bem como das inúmeras variáveis envolvidas. Numa primeira análise, Matveev propõe as seguintes três grandes fases para esse processo: 1. A fase da preparação de base (etapa de preparação desportiva prévia); 2. A fase de máxima concretização das possibilidades desportivas; 3. A fase da longevidade desportiva. A primeira dessas fases inicia-se por volta da idade escolar e, em alguns casos, até antes, passando posteriormente para segunda, cujo final corresponde ao momento de concretização do potencial máximo das possibilidades desportivas do atleta. Inicia-se então a terceira fase, na qual se procura prolongar ao máximo a longevidade de alto

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desempenho alcançada até então. Não vamos aqui nos aprofundar nos infindáveis detalhes que englobam cada uma dessas fases, entretanto, cada uma delas tem as suas subfases, com vários ciclos anuais ou semestrais, com a aplicação gradativa de conteúdo, carga e intensidade do trabalho, sempre correspondentes às especificações de cada período e dependentes da evolução dos que o antecederam. No caso específico do judô, entendemos que a criança inserida nesse processo de formação atlética não pode fugir à regra, em que características particulares devem ser observadas para que desempenhem um papel que se coadune com o exposto acima. Vários aspectos práticos e teóricos devem e necessitam ser abordados dentro desse processo plurianual de formação do atleta de judô: 1. Competição de crianças; 2. Capacidades e habilidades envolvidas no treinamento; 3. Fatores que impossibilitam todas as crianças praticantes de chegarem ao alto rendimento; 4. O judô enquanto não competição, mas, como esporte de participação, bem-estar e convivência social

Esses aspectos, entre outros, compõem uma série de problemas para o praticante que, ao longo dos anos, pouco têm sido discutidos formalmente, e apenas raras vezes no aspecto informal. Devido a isso, propomos neste texto centrar nossa reflexão no primeiro item, Competição de crianças, buscando gerar novas discussões e trazendo à tona recortes teóricos que possam contribuir com a prática do judô infantil. Oportunamente, pretendemos desenvolver o mesmo processo de reflexão e discussão dos demais itens, tão importantes quanto o primeiro, dentro do processo geral de formação integral, bem como da formação desportiva da criança e do jovem praticante de judô. Também alertamos que esta parte do princípio da formação do atleta, tendo em vista que este é um dos motivos da entrada da criança no judô, mas não o único (tema que deveremos desenvolver no item 3). Partindo do ponto de vista teórico, queremos deixar claro que não defendemos a extinção da competição para crianças e nem tampouco que ela não seja importante para a formação e o desenvolvimento integral infantil. O que abordamos como problema é a forma como temos observado a aplicação da competição para crianças, ou seja, um modelo de evento exatamente igual ao usado para os adultos. O que queremos dizer é que as competições de judô infantil em nosso país sempre focaram as características próprias do atleta já na sua fase de maior desempenho. O formato é o mesmo, as regras de arbitragens são as mesmas, assim como as exigências técnicas e táticas de combate, além da cobrança dos resultados competitivos igual à do atleta adulto, diminuindo-se apenas o tempo de combate e retirando-se alguns golpes. Com isso, fica óbvio que esse modelo de competição favorece aquelas crianças com características biológicas e psicossociais mais próximas às do adulto, ou seja, as de maturação mais evidenciadas. Vencem as crianças mais fortes, as


mais adaptadas ao judô competitivo, as mais experientes em competições, enfim, as mais especializadas. Esta constatação nos leva aos seguintes questionamentos: • Levando-se em consideração a premissa inicial sobre as particularidades científicas que regem o processo de treinamento desportivo, esse modelo de competição para crianças atende plenamente as necessidades para a construção de um maestro desportivo? • Está de acordo com a formação de atletas evidenciada na literatura? • Isto irá refletir-se na formação de futuros grandes atletas ou apenas num imediatismo competitivo não relacionado ao bom desempenho futuro da criança? Pelo que temos observado, tanto em nossa vivência acadêmica de dezenas de anos de estudo quanto em nossa vivência prática dentro do judô, percebemos que a resposta é sempre a mesma: as crianças que têm desempenho adiantado não garantem sucesso posterior na modalidade. O abandono precoce é evidente e o nível de lesões decorrentes de abusos de movimentos contínuos gerados pela insistência em apresentar um repertório limitado de técnicas de combate é bastante alto. Pensando nos atletas oriundos desse processo de especialização precoce, são raros os casos de crianças que conseguem atingir a fase adulta mantendo o alto rendimento competitivo. Para adentrarmos nas possíveis soluções, ou pelo menos para darmos ao universo da competição infantil um formato um pouco mais condizente, do ponto de vista teórico, com as reais necessidades da criança, precisamos recorrer ao entendimento do universo infantil relacionado à iniciação ao judô. Salvo o curso Princípios da Educação Física Infantil e Conceitos Pedagógicos Aplicados ao Ensino do Judô, ministrado pela Federação Paulista de Judô, esse entendimento do universo infantil pouco se faz presente na formação do faixa preta. E é a isso que atribuímos uma grande dificuldade na abordagem do assunto, uma vez que muitos dos professores, mesmo os formados em Educação Física, acabam por supervalorizar o modelo inadequado de competição precoce que relatamos acima. Segundo autores que estudaram ou estudam o crescimento e o desenvolvimento humano, entre eles podemos citar Gallahue, considera-se que a infância se-

ria a fase de aquisição de movimentos relacionados à base motora, propondo-se trabalhos que contemplem uma grande gama de movimentos, ou seja, repertório motor mais variado possível e, principalmente, sem cobrar perfeição técnica de execução. Essa fase de maior aquisição do repertório motor completa-se até por volta dos 12-13 anos, dependendo da maturação da criança, ou seja, até o momento em que começam a aparecer as características sexuais secundárias, como surgimento dos pelos pubianos, desenvolvimento maior da musculatura nos meninos e início do crescimento das mamas nas meninas e mudança na tonalidade da voz, entre outras. Contribui também nesta discussão o treinamento desportivo que apresenta a divisão da periodização no processo de formação do atleta nas seguintes fases: 1. 2. 3. 4. 5.

Iniciação; Especialização; Especialização profunda; Treinamento de alto nível; Maestria.

A fase de iniciação pode ocorrer em qualquer faixa etária, pois, como o pró-

prio nome diz, é a fase inicial da pessoa na prática de uma modalidade esportiva. Esta fase caracteriza-se pela aquisição de movimentos específicos da modalidade escolhida, independentemente da idade do praticante. O trabalho deve ser extremamente variado para aquisição de movimentos esportivos, bem como do desenvolvimento de habilidades motoras diversas, sem a preocupação da especialização técnica em si. Deve-se lembrar que, tratando-se de crianças, é reforçada a necessidade do trabalho conforme dito anteriormente. Adultos com base motora pobre na infância terão maior dificuldade de aprendizagem em relação aos que foram bem estimulados, os quais, mesmo sem ter treinado judô, aprenderão mais facilmente. Esta é uma das razões importantes de trabalhar bem a base motora na infância, independentemente da modalidade. Depois da fase de iniciação, no caso de crianças aos 12-13 anos, vêm as fases de especialização e especialização profunda, nas quais, gradativamente, deve ocorrer o refinamento técnico desportivo. Com isso, no sistema piramidal proposto por Gallahue e dentro do sistema de periodização proposto por Matveev, formamos uma grande base motora,

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que será o alicerce da pirâmide e, por sua vez, irá sustentar as fases posteriores, permitindo maior especialização e maior possibilidade de o treinando chegar à maestria desportiva. Esses fatores biológicos e metodológicos do treinamento desportivo dificilmente são questionados por autores que trabalham com as áreas mencionadas. E, dentro dessa mesma linha de pensamento, encontramos respaldo também na área pedagógica e educacional, em que autores como Jean Piaget e outros defendem fases distintas de crescimento e desenvolvimento. Esse pensamento segue a lógica do processo progressivo, fazendo com que o sistema escolar de qualquer país no planeta desenvolva o processo de ensino partindo do geral para o específico. Desenvolvem-se inicialmente a alfabetização, ler e escrever, os cálculos simples ou álgebra básica e, posteriormente, de forma gradativa, a especialização até a universidade ou pós-graduação. Fundamentados no exposto acima, podemos entender ou perceber alguns equívocos que o modelo de competição para adulto, quando aplicado a crianças, pode apresentar. No sistema atual de competição infantil, cobramos apenas a aplicação da melhor técnica possível, não importando a pobreza do repertório motor do praticante; portanto, é comum o pequeno judoca especializar-se em apenas uma ou duas técnicas de projeção e, com isso, vencer seus combates diante de crianças menos especializadas, ou seja, aquelas que estão realizando o trabalho sistemático de periodização, respeitando as particularidades de cada uma das fases já mencionadas. Com isso, estamos premiando apenas o desempenho técnico prematuro, sem levar em consideração a importância da aquisição de um repertório motor o mais diversificado possível, preconizado para essa primeira fase do programa plurianual de formação desportiva.

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Fica evidenciado que estamos punindo aquela criança cujo professor está preocupado em desenvolver um trabalho dentro dos padrões científicos propostos, uma vez que ela não está preparada para competir e vencer num sistema altamente especializado, próprio do adulto. Continuando nesta linha de reflexão, ao invés de premiar o trabalho correto de iniciação desportiva, estamos premiando o erro. Isso fica bem perceptível quando aquelas crianças, cuja base motora lhes foi negada por conta da especialização precoce, por ora acabam tendo desempenho competitivo bem melhor do que o daquelas cujo trabalho está focado nos princípios científicos preconizado pelos estudos acima. Com isso, os professores que procuram seguir os princípios científicos da iniciação desportiva acabam sendo prejudicados, dando a impressão de que é o trabalho deles que está equivocado, e não as regras e o modelo de competição adotados atualmente. Como resultado dessa associação de fatores, podemos perceber grande número de casos de abandono precoce da prática do judô, o que creditamos especialmente ao desestímulo provocado por um sistema de competição que não leva em conta o princípio da continuidade e interdependência, supervalorizando os resultados imediatos de performance da criança, em detrimento da formação desportiva adequada. É exatamente neste momento que se pontua a necessidade do real entendimento sobre a falsa impressão de que os profissionais de judô, com formação embasada por bons conceitos teóricos, são contra a competição infantil. Esta é uma avaliação errônea sobre o que realmente tais profissionais defendem, pois o processo de competição em si, desde que respeitados os limites biológicos e psicossociais da criança, se faz importante desde a mais tenra idade. Na verdade, a discussão está em qual seria o modelo mais adequado de competição para crianças. Com base nos conceitos científicos expostos acima, acreditamos que o modelo ideal deva ser aquele que contemple maior variedade de movimentos,

sobrepondo-se a qualidade deles; em que a demonstração de um rico repertório motor seja mais importante do que a perfeição técnica em si; em que a criatividade deva ser estimulada juntamente com a variedade; em que o sorriso se sobreponha ao choro da derrota ou da lesão prematura. O formato de competição infantil que imaginamos precisa de esforços conjuntos, no sentido de se promoverem eventos pilotos para testar a viabilidade, bem como o interesse, tanto das crianças quanto dos professores, pais e demais pessoas envolvidas. De forma embrionária, para efeito de reflexão, sugerimos um modelo de competição infantil envolvendo os seguintes aspectos: 1. Pequenas olimpíadas de judô (sub-12). 2. A participação teria privilégio em relação à performance ou desempenho. 3. Premiação coletiva, não individual; a academia toda ganha. 4. Os alunos receberiam certificados, brinquedos, livros e outros brindes de seu interesse e não de interesse dos técnicos e dos pais. 5. Eventos espaçados, quatro no máximo por ano, para garantir participação maciça. 6. A pontuação individual seria de um ponto de participação até, no máximo, dois pontos de classificação por criança. 7. A entidade que conseguisse maior pontuação geral ficaria em primeiro lugar naquela fase do evento. 8. Ao final das quatro fases, a entidade campeã geral e outras classificadas, conforme a realidade financeira da entidade promotora, receberiam premiações que se refletissem na melhoria do trabalho delas, como: tatamis, filmadoras, projetores, quimonos, DVDs de lutas, visitas de atletas da seleção, etc. 9. Em cada olimpíada de judô os alunos poderiam ter a participação distribuída em cinco provas ou mais. Provas sugeridas: • Minikatas: Diferente do kata normal, deveriam ser estimulados os elementos que se relacionam à diversidade de movimentos, à bilateralidade e à relação com o parceiro, sem as especificidades técnicas e gestuais, que são próprias para as demonstrações de adultos. • Lutas combinadas: Lutas coreografadas, com crianças da mesma entidade, cuja avaliação dar-


-se-ia pelo número total de golpes apresentados por cada participante, contabilizando os dois lados e a harmonia de movimento entre a dupla, sem enfatizar a avaliação técnica. • Nague ai: Semelhante à anterior, porém entre crianças de entidades diferentes, cujo objetivo seria a cooperação entre os judocas. Na avaliação entraria, além das anteriores, o fair play de cada criança em ajudar o seu parceiro, este de outra academia como previsto. • Coreografia: Apresentação de um tema proposto ou livre, com a participação de várias crianças simultaneamente, podendo ser semelhante à ginástica rítmica desportiva, contendo elementos obrigatórios de execução (golpes, contragolpes, tipos de quedas etc.), ao som de músicas tradicionais japonesas, e avaliando a criatividade na apresentação. • Lutas infantis: Preferencialmente, para as crianças acima de 10 anos, divididas por sexo e peso e em grupos de quatro participantes, nas quais, a priori, seriam contados os números de quedas e não o tipo de pontuação (yoko, wazari e ippon). Entretanto, a cada queda efetuada a criança não poderia utilizar o mesmo golpe em seguida, a não ser mudando o lado de execução ou após a aplicação de oito golpes diferentes. Entendemos que uma mudança de paradigma como essa esbarra em dificuldades, principalmente no comportamento e na formação que nós, professores de judô, temos até o momento, porém, enfatizamos que a reflexão, a autoanálise e o relacionamento que precisamos ter com a nossa sociedade devem permitir considerações sobre quais caminhos queremos ou devemos dar ao judô. Uma sociedade extremamente mutável e com acesso à informação extremamente ágil não pode ficar parada, esperando que o mundo se adapte ao que nós queremos. Finalmente, lembramos da existência do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente que, se fosse aplicado efetivamente nas academias e competições de judô, mostraria que estamos deixando a desejar em vários quesitos do que é exigido pelos seus artigos e regulamentos. Notas sobre o texto: 1. Texto originado de uma reflexão efetuada por três membros do NEPEF - Grupo de Estudos na área de Lutas e Formação Profissional em Educação Física da UNESP – Rio Claro – SP. • Alexandre Janota Drigo –Dr. • Anderson Dias de Lima – Esp. • Reinaldo Naia Cavazani – Mdo. 2. Por se originar de uma reflexão em grupo e não ter a pretensão de ser um artigo científico, no presente texto não nos preocupamos com as normas técnicas nas citações bibliográficas, entretanto, nos baseamos nos seguintes autores: Freire, João Batista / Gallahue, David L. / Mativeev, L. P. / Platonov, Vladimir N. / Piaget , Jean / Verkoshanski, Yuri.

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Por Paulo Pinto Fotos Everton Monteiro / Boletim Osotogari

Associação Rogério Sampaio é Bicampeã do

III Grand Prix Paulista de Judô São Paulo (SP) – O ginásio de esportes do SESC Pinheiros foi o palco da terceira edição do Grand Prix Paulista de Judô, evento que a cada ano apresenta mais qualidade e profissionalismo. No dia 14 de outubro as seis principais equipes de São Paulo se enfrentaram em busca do título em disputas por equipes, nos moldes do Grand Prix Nacional divididas nas categorias: até 66 kg, 73 kg, 81 kg, 90 kg e acima de 90 kg. Os clubes participantes foram Associação Desportiva São Caetano, Associação Rogério Sampaio, Associação Desportiva Santo André/Auto Shopping Global, Associação de Judô Linense, Palmeiras/Mogi e Associação de Judô Guarulhos. Na grande final da competição, a Associação Rogério Sampaio enfrentou o São Caetano e acabou faturando o título desta edição. Palmeiras/Mogi ficou na terceira colocação, seguido por Santo André/Auto Shopping Global, Guarulhos e Linense. Segundo o Prof. Gil que é diretor de eventos, o GP Paulista tem como principal objetivo dar destaque aos clubes. “O Grande Prêmio Paulista Interclubes de Judô tem como objetivo valorizar os clubes e atletas

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que fazem o judô paulista ser a maior força do judô nacional”. Gil destacou que a modalidade tem que firmar-se no cenário midiático. “Outro aspecto que buscamos valorizar em nosso evento é firmar a modalidade como mídia. Temos de mostrar aos nossos patrocinadores o potencial do judô enquanto produto de Marketing.”

Grand Prix Paulista cada ano maior De acordo com Willian Freitas, diretor de Marketing esportivo do GP Paulista, o evento manteve a linha ascendente de crescimento e a meta agora é chegar a oito equipes participantes. “Estamos satisfeitos pela realização de mais um grande evento esportivo. Por conta de um calendário apertadíssimo tivemos que correr contra o tempo, mas conseguimos realizar um evento com seis equipes. Além da associação de judô Rogério Sampaio/Santos, Imes/São Caetano e Santo André/Auto Shopping Global, que participaram das edições anteriores, fortalecemos o evento com a participação de três fortes equipes do judô paulista, as das cidades de Lins, Guarulhos e Mogi”. O dirigente destacou as inovações desta edição. “Mantivemos o evento no SESC Pinheiros, que possui excelentes instalações e nos fornece toda a logística da competição. Como novidade tivemos a transmissão ao vivo pelo site Boletim Osotogari, que apresentou picos de audiência. Nesta edição tivemos duas áreas, e pudemos realizar eliminatórias e finais no mesmo dia”, disse William. Para Douglas Vieira, medalhista olímpico, técnico da seleção brasileira e diretor técnico do evento, o mais importante é que a cada ano o evento tem aumentado a participação dos principais judocas do Estado. “Nesta edição contamos com a participação de muitos atletas das seleções brasileiras sênior, sub-17, sub-20 e sub-23, com destaque especial para Bruno Mendonça, campeão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, e vice-campeão por equipes no mundial de Paris. Nosso evento avança no sentido de diminuir o amadorismo de nossa modalidade. Num futuro próximo conseguiremos aumentar a premiação das equi-

pes, assim como ocorre nos grandes campeonatos realizados no mundo”, disse Douglas Vieira. Willian finalizou destacando os pontos positivos do GP 2012. “Mais uma vez não cobramos taxa de participação; as lutas foram transmitidas pela televisão e via site; todos os atletas e equipes foram premiados com troféus; o GP foi realizado durante a semana não comprometendo a grade de eventos do fim de semana; mantivemos a duração máxima de três horas; árbitros e mesários tiveram remuneração acima da média; oferecemos coquetel para todas as equipes e comissões técnicas; todos os patrocinadores dos anos anteriores estiveram conosco novamente demonstrando confiança total em nosso trabalho. Já estamos nos mobilizando para o IVº Grande Prêmio Paulista de Judô, contando com as equipes, os nossos patrocinadores a Vult- Cosméticos; Auto Shopping Global, Kimonos Shihan, assim como dos nossos apoiadores SESC- Pinheiros e Bandsports” finalizou William.

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Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô, Marcelo Lopes

Brasileiro Master Teve a Presença de Ícones da Categoria São Paulo (SP) – O Campeonato Brasileiro Máster 2011 realizou-se no Clube Paineiras do Morumby, e sua organização foi feita a quatro mãos entre a Federação Paulista de Judô e a Associação de Grand Masters e Kodanshas de Judô do Brasil. Ao todo 48 árbitros atuaram no evento, e mais de 400 judocas participaram da disputa, que nesta edição teve apenas competições de kata e shiai individual, decepcionando os competidores que esperavam as lutas do shiai por equipe. Judocas máster querem competir e não medem esforços para tanto. A reclamação sobre a mudança nas regras foi enorme, e Alexandre Puglia, vice-presidente da FPJ, justificou que estavam seguindo o que foi imposto pela CBJ. “Lamentamos muito por não termos as disputas por equipe, mas tivemos de seguir o que foi estipulado pela CBJ. Sem contar que não recebemos medalhas para premiar as equipes, pois a programação não previa esta disputa”, disse o dirigente, que concluiu prometendo a volta da competição por equipe, em 2012. “Acho que a reivindicação dos competidores é justa, pois as lutas por equipe são tradição do máster. Vamos pleitear à CBJ a volta da competição em 2012”, finalizou Puglia.

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Daniel Dell’aquila

Mauro Junqueira e Onmura

Sergio Henri Stauffenegger, 1º vice-presidente do Clube Paineiras

Alessandro Puglia

Mesa de honra

Equipe da Academia Brava de Goiânia - Vanderlê Tavares dos Santos Filho, Joao Augusto Arce Santana (China), Rogério José de Almeida, Joseph Guilherme, Clenice Costa Gomes, Altino de Camos Neto

Equipe master do estado do Paraná entre os quais os campeões Maurício Neder e Iraci Grube

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O certame que encerrou o calendário oficial da categoria máster de 2011 marcou o início das atividades da recém-fundada Associação de Grand Masters e Kodanshas de Judô do Brasil. Essa entidade, segundo seus idealizadores, foi criada para unir, fortalecer e desenvolver o judô grand máster brasileiro. Maurício Cataneo, dirigente da entidade, destacou que a associação nasce em momento oportuno, com o objetivo de agregar forças e contribuir para a manutenção de um judô forte e de qualidade no Brasil, independentemente das gerações. “Muitos judocas grand máster são pais que trazem seus filhos para o judô. Dessa forma, entendemos que o trabalho a ser realizado pela associação permitirá aos seus membros a prática de judô com mais qualidade em todos os seus aspectos, sejam eles de saúde e nutricional, sejam técnicos, competitivos, katas e arbitragem.” Nos tatamis estiveram os principais judocas da categoria, que mais uma vez mostraram toda a garra que o máster possui. Judocas que não medem esforços para manter a chama da competição acesa. Entre eles destacamos as importantes presenças de Mário Sabino, ex-atleta da seleção brasileira, e Antônio Tenório, campeão paraolímpico. Nos 60 dias anteriores a esta disputa foram realizados os campeonatos máster sul-americano em Montevidéu - Uruguai, e o pan-americano, em Porto Alegre – RS. Nas oito áreas montadas no Clube Paineiras, vimos uma competição com nível técnico altíssimo e judocas com bom preparo físico. A cada ano o judô máster está mais forte, competitivo, e o Campeonato Brasileiro 2011 ratificou este pensamento. A competição começou com as disputas de kata, e na sequência houve o shiai individual, que elevou a temperatura nas oito áreas montadas no Clube Paineiras.

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Classificação Individual Feminino

Meio-médio

Máster 1

1º Mariza Mara dos Santos

Ligeiro

Médio

1º Janaina Rosa da Silva

SP

Meio-leve 1º Suzana N. Moriya

1º Fátima B. de Camargo

3º Fernando Z. Nakazato RJ

SP

Meio-pesado SP

Leve

1º Maria de Lurdes Soares

RS

Máster 6

1º Angélika M. Borsari

SP

Meio-médio

2º Ivani Cassiano Labres

RS

1º Ilka C. Gonçalves

3º Michelle Cipollini

SP

Pesado

3º Maria Santiago

PE

1º Norene Eliana Soares

Meio-médio

SP

Leve 1º Bahjet R. K. S. El Hayek

SP

2º Vlamir Ferreira Dias

SP

3º Cesar Oliveira Rocha

SP

3º Marcelo Nery Fontes

SP

Meio-médio

RS

PR

1º Sildomar Ivson Barbosa

PE

2º Alexandre B. Bradbury

SP

3º Roberto A. de Macedo

SP

3º Salvatore Puonzo Neto

BA

Masculino

Médio

1º Vanessa Cristina Billard

SP

Máster 1

1º Alexandre Ap. dos Santos

SP

2º Lucia da Silva Teixeira

SP

Ligeiro

2º Marciel Martins de Souza

SP

3º Laryssa T. M. Silva

SP

1º Cristian Cesário

SP

3º Edson Pitarello Moya

SP

3º Lilian Dias dos Santos

SP

2º Rodrigo G. da Silva

SP

3º Fabio Eduardo Spinosa

SP

3º Dener Ap. de Andrade

SP

Meio-pesado

SP

1º Rodrigo Andrade Garcez

RJ

2º Alexandre de S. Gaspar

SP

Médio 1º Patrícia de Jesus Barbosa

SP

3º Sidney de Lima

2º Ledjane D. Gonçalves

SP

Meio-leve

Meio-pesado

1º Jose Antonio de Andrade

SP

3º Uatila F. dos Santos

SP SP

1º Fernanda Rojas Pelegrini

SP

2º Fabio Pêra de Souza

SP

3º Wilson C. Caldeira

2º Deise Fernandes Ribas

SP

3º Cleber Soares de Souza

SP

Pesado

3º Clenice Costa Gomes

GO

3º Winther Ramos Costa

SP

1º Mario Sabino Junior

SP

2º Ricardo Aguiar Simões

SP

Pesado 1º Roseane de Souza

Leve 1º Flavio Chastinet Pinheiro

BA

3º Kleber Aparecido Tome

SP

Máster 2

2º Ronaldo Andrade Rocha

SP

3º Elton Quadros Fiebig

SP

Ligeiro

3º Rafael E. S. Goncalves

SP

Máster3

3º Rodrigo da S. Braiani

SP

Ligeiro

1º Nicole Mitchell Ribeiro

SP

RJ

Leve

Meio-médio

1º João D. de Oliveira

SP

1º Carla Santos Mello

RJ

1º Stefanio B. Stafuzza

SP

2º Alexandre A. Nogueira

SP

2º Maria Lucia G. Pontes

SP

2º Everton da S. Ambrosio

SP

3º Ivan Mariano de Viveiros

SP

3º Tiago A. Leal Leite

SP

Meio-leve

3º Joel dos S. Pereira

RJ

1º João A. Arce Santana

GO

2º Edson Yukio Assakawa

SP

SP

3º Cleber do Carmo

SP

2º Fernando do E. S Soa

DF

3º Sergio Tadashi Nagai

PE

3º Roberto Roschi Orsi

SP

Leve

3º Eduardo A. T. Fortaleza

SP

1º Affonso J. N. de Carvalho

SP

2º Marcilio M. de Oliveira

PE

Meio-médio 1º Andrea Moraes da Silva

SP

Máster 3

Médio

Meio-leve

1º Jose A. A. Barbosa

1º Edneia S. Teixeira

SP

Meio-médio 1º Denise Miguel Mendes

RJ

Médio 1º Andréia Ambrosio

Meio-pesado RS

Meio-pesado 1º Dulcineia da Silva Pontes

RS

Pesado 1º Rogéria Conzendey

SP

1º Thiago Veiga Ximenes

SP

3º Rodrigo Guimaraes Motta

SP

2º Fernando V. Martins

SP

3º Milton Pablo da Silva

GO

3º Romiro da Anunciação

SP

Meio-médio

3º Carlos E. Modesto

SP

1º Jairo Santos de Q. Jr

DF

2º Rogério Shinobe

SP

Pesado

Máster 4

1º Josué G. Bragança Jr.

SP

3º Gerson Neves Pereira

SP

Meio-leve

2º Gustavo Cesar Marini

SP

3º Jose Carlos Marques

SP

3º Vinicius Fernandes Cury

SP

3º Ricardo Eiji Ozaki

SP

3º Daniel Hideki Kan

SP

Médio

1º Jane de Fátima Ferreira

SP

Médio 1º Maria de Jesus Correa

RJ

Máster 2

1º Jefferson Brito Delgado

SP

2º Maria Jefremovas

RS

Ligeiro

2º Mauricio Andre Cataneo

SP

3º Marisa Mitiko Takahashi

SP

1º Gleyson Ribeiro Alves

MG

3º Paulo Sergio da S. Paes

SP

2º Rubens da Costa L. Filho

SP

3º Fernando Mauro Siqueira

SP

Pesado 1º Iraci Maria Grube

PR

Meio-leve

Meio-pesado

Máster 5

1º Andre Luis de Oliveira

RS

1º Antonio Tenório da Silva

SP

Leve

2º Newton M. de Oliveira

SP

2º Mario Roberto de M. Silva

SP

3º Leandro U. Souto Borges

SP

3º Luiz Eduardo Tomilhero

SP

1º Ana Rita S. Borges

RS


Classificação Individual 3º Marcos F. da Silva

SP

Pesado

3º Ronaldo Magno R. Morais

SP

Meio-pesado

1º Joseph Kleber Lizardo

GO

1º Benedito S. de Oliveira

SP

2º Marcelo Zanetti Denardi

SP

2º Roberto Robles Santalla

SP

3º Leo Eduardo S. Mansor

SP

Pesado

3º Aldair Neves P. Junior

RJ

1º Peterson A. de Campos

SP

Máster 4

2º Pedro Ribeiro da Cruz

SP

Ligeiro

3º Wanderley M. dos Santos

SP

1º Sidnei de Andrade Peres

SP

Meio-leve

Máster 6 Ligeiro

1º Sergio Kazuo Noda

SP

1º Sergio Honda

SP

2º Mitsuo Luiz Tengan

SP

2º Clarindo R. Novais

SP

Leve

Meio-leve

1º Paulo Ricardo C. Souza

SP

1º Joaquim da S. Neto

2º Luiz Carlos E. Brigida

SP

Leve

3º Carlos Salto Neto

SP

1º Dairo Pimentel Junior

SP

3º Pedro Edson N. de Paiva

SP

2º Decio A. Gonçalves

SP

Meio-médio

DF

Meio-médio

1º Marco Aurélio Trinca

SP

1º Carlos Hugo R. Gaitan

SP

2º Hercílio Ap. Benedicto

SP

2º Jose R. da Silva

SP

3º Alessandro Pongolino

SP

Médio

3º Mauricio Neder

PR

1º Bráulio Gomes Barbosa

ES

2º Antonio R. de Sá

RJ

Médio 1º Claudio C. Camargo

SP

Meio-pesado

2º Jose A. Baeta e Silva

PA

1º Kleber Fragoso da Silva

3º Ediwaldo A. Fazzolari

SP

Pesado

3º Sergio A. Coltre

SP

1º Jorge Fernandes Ribas

Meio-pesado

DF

SP

Máster 7

1º Acácio V. Lorenção Jr.

SP

Ligeiro

2º Jose I. Morais da Silva

SP

1º Jose Divam Ramos

3º Francisco V. Andrade Jr

SP

Meio-leve

3º Marco Antonio G. Pereira

SP

1º Hamilton de M. Correa

Pesado

SP

RJ

Leve

1º Edson Santana

SP

1º Jose Antunes de Souza

PR

2º Tarcisio A. de Siqueira Jr

SP

2º Ormindo Gomes Bastos

RJ

3º Antonio Marcio Lega

SP

Meio-médio

3º Beni Waiswol

SP

1º Darcio V. Rodrigues

Máster 5

RJ

Médio

Meio-leve

1º João Osório M. Ribeiro

RS

1º Francisco de S. Maciel F.

RJ

2º Giorgio Ernesto Buoro

SP

2º Sumio Tsujimoto

SP

Meio-pesado

3º Elcio B. de Assis

SP

1º Teófilo Coimbra Rojas

3º Julio Kawakami

SP

Pesado

Leve

1º Jose Vicente Mendes

1º Nelson Hirotoshi Onmura

SP

Máster 8

2º Pedro Luiz Fernandes

SP

Leve

3º Carlos Alberto de Ardito

SP

1º Luiz Simomura

Meio-médio

SP

SP

SP

Meio-médio

1º Artemio Caetano Filho

SP

1º Mario Francisco da Silva

SP

2º Araan C. Carvalho

SP

2º Morihiro Shiroma

SP

3º João Jose Velloza

SP

Médio

3º Paulo da Silva Ferreira

SP

1º Irahy Tedesco

Médio

SP

Meio-pesado

1º Reinaldo Seiko Tuha

SP

2º João Carlos A. de Souza

SP

3º Cezar Taglieri Serafim

SP

1º Luis de Araujo Pereira

SP


CLASSIFICAÇÃO NAGUE NO KATA YUDAN MASCULINO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

WAGNER TADASHI UCHIDA

PAULO ROBERTO A FERREIRA

SP

877

2

ROGER TSUYOSHI UCHIDA

EDUARDO MAESTÁ

SP

869

3

FABIANO RODRIGO DE BARROS

ANDERSON LUIZ NEVES DA SILVA

SP

800

4

NELSON EISHIN UETI

LEONARDO LUIS VENDRAME

SP

719

5

MATHEUS CUNHA LIMA

OSVALDO MOLINA DE FONTOURA

RS

688

6

KENNEDY ANDERSON DE OLIVEIRA

JULIO CESAR BENTO GONCALVES

SP

656

YUDAN MISTO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ALINE AKEMI LARA SUKINO

PAULO ROBERTO A FERREIRA

SP

840

2

ANA PAULA RIBEIRO

ANDERSON NEVES

SP

826

3

FABIANO RODRIGO DE BARROS

ANA CAROLINE BRAZ

SP

812

4

RODRIGO G MOTTA

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA

SP

760

5

ROSILENE DOURADO

CARLOS PEREIRA DE OLIVEIRA

SP

670

YUDAN FEMININO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ANA PAULA RIBEIRO

ANA CAROLINE BRAZ

SP

846

2

ALINE AKEMI LARA SUKINO

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA

SP

781

3

MARIA LUCIA GOMIDE PONTES

PRISCILA NAPOLITANO

SP

668

4

ANA CAROLINA PEREIRA DA SILVA

RAQUEL G.S.PALASIO

SP

634

DANGAI MASCULINO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

GABRIEL PINTO NUNES

SP

719

2

DANOVAN DIAS MACHADO

MARCIO SALVIATO DOS SANTOS

SP

693

3

GABRIEL HIDEKI YAGURA

LEANDRO HIROSHI YAGURA

SP

687

4

CASSIO SERAFIM

ALEXANDRE M ROMA

SP

683

5

RAFAEL NUNES DE SOUZA

EDUARDO G ADRIANO

SP

681

6

JULIO CESAR MINIZ

EDGARD CUNHA BUENO NETO

SP

567

7

JOHNNY DA SILVA

AMILTO CAMINSKI SANTANA

SP

530

8

JOSE HENRIQUE KANESHIRO

JUAN LEONARDO LOPES

SP

521

CLASSIFICAÇÃO KIME NO KATA YUDAN MASCULINO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

WAGNER TADASHI UCHIDA

PAULO ROBERTO A FERREIRA

SP

499

2

ANTONIO ROBERTO COIMBRA

LEANDRO ALVES PEREIRA

SP

490

3

MARCUS MICHELINI

DIOGO ROCHA COLELA

SP

488

4

NELSON EISHIN UETI

LEONARDO LUIS VENDRAME

SP

463

5

CARLOS ALBERTO PREVIATO

LEONARDO YAMADA

SP

452

6

MATHEUS CUNHA LIMA

OSVALDO MOLINA DE FONTOURA

RS

412

7

ALEXANDRE XAVIER R.CUNHA

FLAVIO BALTAR MACIEL

RJ

412

YUDAN MISTO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

WAGNER TADASHI UCHIDA

ALINE AKEMI LARA SUKINO

SP

464

2

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA

PAULO ROBERTO A FERREIRA

SP

461

3

ELIANE PINTANEL

ROBERSON DOS PASSOS

RS

452

YUDAN FEMININO

1

TORI

UKE

ESTADO

Pts

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA

ALINE AKEMI LARA SUKINO

SP

514

DANGAI MASCULINO

1

TORI

UKE

ESTADO

Pts

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

GABRIEL PINTO NUNES

SP

532

94


CLASSIFICAÇÃO JU NO KATA YUDAN MASCULINO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

WAGNER TADASHI UCHIDA

PAULO ROBERTO A FERREIRA

SP

440

2

LEANDRO ALVES PEREIRA

ANTONIO ROBERTO COIMBRA

SP

396

3

ALEXANDRE XAVIER R.CUNHA

FLAVIO BALTAR MACIEL

RJ

392

4

LEONARDO YAMADA

CAIO KANAYAMA

SP

372

YUDAN MISTO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ROGER TSUYOSHI UCHIDA

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA

SP

426

2

FLAVIO BALTAR MACIEL

ANA CRISTINA MORAES OLIVEIRA

RJ

407

3

RODRIGO G MOTTA

ALINE AKEMI LARA SUKINO

SP

394

4

ELIANE PINTANEL

ROBERSON DOS PASSOS

RS

359

ESTADO

Pts

YUDAN FEMININO TORI

UKE

1

ALINE AKEMI LARA SUKINO

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA

SP

435

2

FABIANA BROSSI LOPES

PATRICIA TEODORO A.LEITE

SP

327

DANGAI MASCULINO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

GABRIEL PINTO NUNES

SP

468

2

CASSIO SERAFIM

ALEXANDRE M.ROMA

SP

396

3

RAFAEL NUNES DE SOUZA

EDUARDO GAUDENCIO ADRIANO

SP

381

DANGAI FEMININO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

Fernanda Jannini S. Oliveira

Maria Cristina Ramadan

SP

333

7

JOHNNY DA SILVA

AMILTO CAMINSKI SANTANA

SP

530

8

JOSE HENRIQUE KANESHIRO

JUAN LEONARDO LOPES

SP

521

ESTADO

Pts

CLASSIFICAÇÃO KATAME NO KATA YUDAN MASCULINO TORI

UKE

1

WAGNER TADASHI UCHIDA

PAULO ROBERTO A FERREIRA

SP

492

2

EDUARDO MAESTÁ

ROGER TSUYOSHI UCHIDA

SP

473

3

LEONARDO LUIS VENDRAME

NELSON EISHIN UETI

SP

441

4

FABIANO RODRIGO DE BARROS

ANDERON LUIZ NEVES DA SILVA

SP

410

5

ALEXANDRE XAVIER R.CUNHA

FLAVIO BALTAR MACIEL

RJ

400

6

MATHEUS CUNHA LIMA

OSVALDO MOLINA DE FONTOURA

RS

385

YUDAN MISTO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ALINE AKEMI LARA SUKINO

ROGER TSUYOSHI UCHIDA

SP

466

2

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA

EDUARDO MAESTA

SP

452

YUDAN FEMININO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTÁ

ALINE AKEMI LARA SUKINO

SP

451

2

PATRICIA TEODORO A.LEITE

FERNANDA MACCARI TATEAMA

SP

356

DANGAI MASCULINO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

GABRIEL PINTO NUNES

SP

427

2

MARCIO SALVIATO DOS SANTOS

DANOVAN DIAS MACHADO

SP

332

3

EDUARDO GAUDENCIO ADRIANO

RAFAEL NUNES DE SOUZA

SP

314

DANGAI FEMININO

1

TORI

UKE

ESTADO

Pts

MARIA CRISTINA RAMADAN

FERNANDA JANINI S OLIVEIRA

SP

268

95


96


CLASSIFICAÇÃO JU NO KATA YUDAN MASCULINO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

WAGNER TADASHI UCHIDA

PAULO ROBERTO A FERREIRA

SP

440

2

LEANDRO ALVES PEREIRA

ANTONIO ROBERTO COIMBRA

SP

396

3

ALEXANDRE XAVIER R.CUNHA

FLAVIO BALTAR MACIEL

RJ

392

4

LEONARDO YAMADA

CAIO KANAYAMA

SP

372

YUDAN MISTO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ROGER TSUYOSHI UCHIDA

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA

SP

426

2

FLAVIO BALTAR MACIEL

ANA CRISTINA MORAES OLIVEIRA

RJ

407

3

RODRIGO G MOTTA

ALINE AKEMI LARA SUKINO

SP

394

4

ELIANE PINTANEL

ROBERSON DOS PASSOS

RS

359

ESTADO

Pts

YUDAN FEMININO TORI

UKE

1

ALINE AKEMI LARA SUKINO

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA

SP

435

2

FABIANA BROSSI LOPES

PATRICIA TEODORO A.LEITE

SP

327

DANGAI MASCULINO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

GABRIEL PINTO NUNES

SP

468

2

CASSIO SERAFIM

ALEXANDRE M.ROMA

SP

396

3

RAFAEL NUNES DE SOUZA

EDUARDO GAUDENCIO ADRIANO

SP

381

DANGAI FEMININO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

Fernanda Jannini S. Oliveira

Maria Cristina Ramadan

SP

333

7

JOHNNY DA SILVA

AMILTO CAMINSKI SANTANA

SP

530

8

JOSE HENRIQUE KANESHIRO

JUAN LEONARDO LOPES

SP

521

CLASSIFICAÇÃO KATAME NO KATA YUDAN MASCULINO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

WAGNER TADASHI UCHIDA

PAULO ROBERTO A FERREIRA

SP

492

2

EDUARDO MAESTÁ

ROGER TSUYOSHI UCHIDA

SP

473

3

LEONARDO LUIS VENDRAME

NELSON EISHIN UETI

SP

441

4

FABIANO RODRIGO DE BARROS

ANDERON LUIZ NEVES DA SILVA

SP

410

5

ALEXANDRE XAVIER R.CUNHA

FLAVIO BALTAR MACIEL

RJ

400

6

MATHEUS CUNHA LIMA

OSVALDO MOLINA DE FONTOURA

RS

385

YUDAN MISTO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ALINE AKEMI LARA SUKINO

ROGER TSUYOSHI UCHIDA

SP

466

2

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA

EDUARDO MAESTA

SP

452

YUDAN FEMININO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

JULIANA TIAKI OSAKO MAESTÁ

ALINE AKEMI LARA SUKINO

SP

451

2

PATRICIA TEODORO A.LEITE

FERNANDA MACCARI TATEAMA

SP

356

DANGAI MASCULINO TORI

UKE

ESTADO

Pts

1

ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO

GABRIEL PINTO NUNES

SP

427

2

MARCIO SALVIATO DOS SANTOS

DANOVAN DIAS MACHADO

SP

332

3

EDUARDO GAUDENCIO ADRIANO

RAFAEL NUNES DE SOUZA

SP

314

DANGAI FEMININO

1

TORI

UKE

ESTADO

Pts

MARIA CRISTINA RAMADAN

FERNANDA JANINI S OLIVEIRA

SP

268

95


96


Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô

Federação Uruguaia de Judô Lança Primeiro Centro Nacional de Judô Montevidéu (URY) – A Federação de Judô do Uruguai inaugurou o primeiro centro de treinamento da modalidade no país. Em cerimônia realizada no dia 29 de julho, nas dependências do Club Hebraica Macabi, a entidade inaugurou seu centro de treinamento que, entre outras atividades, abrigará o trabalho da seleção uruguaia de judô. Diversas autoridades do desporto daquele país e de países vizinhos compareceram ao lançamento. Entre elas estavam Inácoi Louise, presidente da AFFJU, Daniel Daners, diretor nacional de Infraestrutura Desportiva e Administração; Pablo Álvarez, diretor geral do Ministério de Educação e Cultura; Gonzalo Halty, diretor de esportes de Montevidéu; Katsuhiro Matsumoto, conselheiro da embaixada do Japão; Yukio Noguchi, diretor JICA Uruguai; e Jaime Joka, presidente do Club Hebraica Macabi. Compareceram também Francisco de Carvalho Filho, presidente da Federação Paulista de Judô; Carlos Eurico da Luz Pereira, presidente da Federação Gaúcha de Judô; Antônio Jovenildo Viana, presidente da Federação de Judô do Amapá, e Vicente Nogueroles, membro da comissão de árbitros da CPJ. Criado com o apoio imprescindível do governo japonês, embaixada do Japão de Montevidéu, Ministério de Turismo y Deporte, Montevideo Deporte e dos sócios vitalícios da FUJ, o novo espaço é um divisor de águas para o judô uruguaio.

Yukio Noguchi e Inácio Louise

Daniel Daners

Pablo Álvarez

Gonzalo Halty

Jaime Joka

Autoridades políticas e dirigentes

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Treinamento Esportivo

Por Matheus Luíz Fotos Paulo Pinto

Bíceps de

Campeão Apresentamos um tipo de treinamento que visa otimizar a performance de judocas e praticantes de modalidades de luta, no treinamento e competições. Certamente não existe uma receita pronta para formar campeões, mas é certo que, num combate no qual o sistema energético aeróbio serve de sinergista para o anaeróbio (força e potência), vencerá a disputa o atleta que estiver mais bem condicionado fisicamente e possuir mais força e resistência. Este artigo traz alguns exercícios e métodos de treinamento para a melhora da performance quando se foca o aumento dos níveis de força e potência, sendo que por meio de um melhora-se o outro. Fisiologicamente falando, quando se aumenta o número de unidades motoras (neurônio motor e as fibras que inervam o mesmo) recrutadas, o nível de força é aumentado, pois mais fibras musculares estarão contraindo-se ao mesmo tempo, prin-

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cipalmente as fibras do tipo IIa e IIb ou brancas, que são as fibras mais fortes e rápidas, porém com um nível de resistência mais baixo que o das fibras de tipo I ou vermelhas, que são fibras de resistência e as que mantêm os judocas em pé durante o combate. Como o tempo de combate é de 5 minutos, são as fibras rápidas e fortes que definirão o resultado para a execução dos golpes. Quanto maior for o nível de força, mais rápido será o movimento, desde que isso seja treinado corretamente – e o treinamento com sobrecarga é um excelente aliado disso.

Um atleta não consegue manter-se durante os 5 minutos do combate em contração máxima de força. O que se consegue em atletas de alto rendimento muito bem treinados é força total entre 40 segundos e um minuto. Por isso, após várias tentativas de golpes, atacando e defendendo, ocorrerá o esgotamento muscular pela falta da creatina fosfato e, principalmente, do ATP (energia pronta para o recrutamento muscular). A creatina precisa do sistema aeróbio para se refazer e ela demora um pouco para voltar completamente. Caso o atleta insista nos golpes, a creatina se esgotará por com-

pleto, causando a falha total da musculatura e, provavelmente, a derrota. Abordaremos agora um método de treinamento com dicas de execução para o bíceps, que é um dos músculos mais utilizados no judô. É ele que faz a maior parte do trabalho, desde a defesa, a pegada, até a aplicação do golpe. Junto com o antebraço, forma os mais importantes grupamentos nesta tarefa, pois para uma pegada no judogi são os dedos que seguram e eles estão inervados no antebraço. Quanto mais forte e resistente for seu antebraço, mais difícil será a fuga ou a defesa do adversário.

Séries, treinamentos e execução para melhor desempenho de seu bíceps Para um aumento no nível de força é necessário um treino com muita sobrecarga e, para tanto, não se pode executar qualquer exercício. Para exercitarmos o bíceps num treino para aumento de força máxima, os exercícios escolhidos são a rosca direta com barra reta, rosca direta com pegada neutra e rosca Scott com barra reta.

1 - Rosca direta com barra reta Em pé e com os braços ao longo do corpo, o executante realiza uma flexão de cotovelo para elevar a barra. Dicas: Ao elevar a barra (ação concêntrica - fase positiva), não manter o cotovelo próximo do abdômen e sim elevá-lo levemente à frente do tronco. Trabalhando de uma forma mais intensa, nunca elevar a barra até os ombros, pois assim a articulação do punho estará em linha reta com a articulação do cotovelo e o que estaria sustentando o movimento seria a articulação acromial do ombro, e não o bíceps. Por isso a barra será elevada até certo ponto, em que uma articulação não se sobreponha a outra. Na descida da barra (ação excêntrica – fase negativa), o cotovelo não passará do tronco para trás, pois isso daria uma forma de embalo para a próxima subida, já passando para uma série de roubada. O movimento nesse exercício deverá ser feito na maior velocidade possível na fase positiva e freado na fase negativa, até certo ponto é claro. Quando for muito lenta, não ocorrerão as microlesões e adaptações necessárias para o aumento de força. Neste movimento os músculos enfatizados seriam: bíceps braquial, braquial anterior e braquiorradial.

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2 - Rosca direta com pegada neutra Em pé e com os braços ao longo do corpo, o executante realiza uma flexão de cotovelo para elevar a barra. Dicas: Ao elevar a barra (ação concêntrica - fase positiva), não manter o cotovelo próximo do abdômen e sim elevá-lo levemente a frente do tronco. Trabalhando de uma forma mais intensa, nunca elevar a barra até os ombros, pois assim a articulação do punho estará em linha reta com a articulação do cotovelo e o que estaria sustentando o movimento seria a articulação acromial do ombro, e não o bíceps. Por isso a barra será elevada até certo ponto, em que uma articulação não se sobreponha a outra. Na descida da barra (ação excêntrica – fase negativa), o cotovelo não passará do tronco para trás, pois isso daria uma forma de embalo para a próxima subida, já passando para uma série de roubada. O movimento nesse exercício deverá ser feito na maior velocidade possível na fase positiva e freado na fase negativa, até certo ponto é claro. Quando for muito lenta não ocorrerão as microlesões e adaptações necessárias para o aumento de força. Neste movimento os músculos enfatizados seriam: bíceps braquial, braquial anterior, braquiorradial e redondo.

3 - Rosca Scott com barra reta Sentado, o executante deverá apoiar as axilas e o tronco no banco, com os pés apoiados no solo. Realizar flexão do cotovelo, até que se atinja um ângulo próximo a 180º. Dica: Quando fizer a fase negativa evitar ultrapassar o ângulo de 90º. Neste movimento os músculos enfatizados seriam: bíceps braquial, braquial anterior e braquiorradial.

100


Importante Antes de um treino de força máxima deve-se fazer um teste de 1EM (uma execução máxima) para treinar dentro da devida porcentagem e aumentar seus ganhos. Além de que as séries têm de ser feitas com intervalos de no mínimo quatro minutos, pois este é o tempo mínimo necessário para a reposição da creatina fosfato, o que manterá o fornecimento de ATP otimizado durante todo treino. Quanto ao número de séries em um treino de bíceps, isso varia de atleta para atleta. Acontece que o bíceps tem o tipo fusiforme em suas fibras, ou seja, em uma mesma direção; então, a mudança de exercícios seria mais para tornar o treino menos monótono antes de qualquer outra coisa. Isso não significa que a mudança de exercício não seja importante, ao contrário, a mudança de estímulo e dificuldade para o mesmo treino é de suma importância para um melhor ganho de desempenho. Em um treino de potência muscular em que o objetivo seria deixar o atleta com maior velocidade de ataque e execução nos golpes, a principal mudança seria em baixar as cargas para a devi-

da porcentagem, podendo fazer o mesmo teste de 1 EM. E quanto à execução dos exercícios em que o movimento é executado na maior velocidade possível, tanto na fase concêntrica como na excêntrica, deixar para fazer a frenagem do movimento no final da fase excêntrica, que ocorrerá maior aumento de força também e por executar o movimento de uma forma rápida. Porém, com a sobrecarga adaptará o músculo a se tornar potente, com explosão na execução dos movimentos, podendo atacar o adversário surpreendendo com a velocidade nos golpes, além da força necessária para executá-los. Um exemplo de treinamento de

força para o bíceps: Executar cinco séries em cada exercício, usando no máximo dois (escolher entre os três citados acima), com intervalo de quatro minutos entre os exercícios, pois este é o tempo mínimo necessário para a recomposição da creatina e do ATP, deixando o atleta próximo aos 100% durante todo treino. Treinando sempre próximo dos 95% de 1EM, e as séries durando o máximo de execuções possíveis, afinal o músculo não conta e sim falha. Já para um treino de potência o treino deve ser próximo de 80% de 1EM (uma execução máxima), com o máximo de repetições possíveis até a falha total, chegando a um patamar de esgotamento muscular, fazendo em torno de três a quatro séries por exercício, com o mínimo de intervalo possível para a próxima série, desde que se tenha condições para executar de forma correta o movimento. Pouco intervalo serve para adaptar o músculo a continuar potente mesmo cansado, podendo decidir a luta no final do combate. Neste treino, como a porcentagem é mais baixa do que numa série de força, o judoca poderá colocar movimentos com rotações, como rosca alternada, e escolher três exercícios para executar no treino de bíceps.

Matheus Luiz é

Formado em Educação Física - UNC 2008 Especialista em Fisiologia do Exercício e Prescrição do Exercício - Univ. Gama Filho Especializando em Biomecânica e Cinesiologia Personal Trainer

Nossos agradecimentos a:

Cleber Gonçalves e

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Por Paulo Pinto Fotos Liana Tami

Fim de Semana de Judô em Registro Contou com Torneio de Kata e 28º Toraichiro Suzuki

Nos dias 8 e 9 de outubro, a Associação Registrense de Judô – ARJU, realizou o 1º Fim de Semana de Judô, no Ginásio de Esportes Mário Covas, em Registro. O evento teve apoio da 14ª Delegacia Regional do Vale do Ribeira e da Prefeitura Municipal de Registro, por meio do Departamento de Esportes, Cultura e Lazer - DECEL, e teve transmissão ao vivo pela internet através dos blogs da ARJU e Boletim Osotogari. O certame começou no sábado com o 1º Torneio Aberto de Kata Dr. Mauro Sakai, que teve a participação de 12 associações. No domingo foi a vez do 28º Torneio de Judô Toraichiro Suzuki, que contou com a participação de 400 atletas de 18 agremiações desportivas. A prefeita Sandra Kennedy Viana participou da abertura do 28º Torneio de Judô Toraichiro Suzuki, compondo a mesa di-

102

retora, e em seu depoimento destacou a tradição vitoriosa de Registro no judô nacional. “Apoiar o judô em Registro e apoiar a ARJU é apoiar um esporte muito importante na formação de cidadãos e cidadãs e, também, é apoiar uma entidade que, mesmo quase sem apoio e recursos públicos, vem construindo uma história vitoriosa no judô no nacional. Não é por acaso que já esse ano tivemos uma campeã brasileira e muitos medalhistas. O Fim de Semana do Judô em Registro teve nosso apoio por organizar o 1º Torneio de Kata Dr. Mauro Sakai, um evento inédito que homenageou o querido professor Mauro Sakai, grande pesquisador científico e apoiador do judô em Registro e região Sudoeste”, disse Sandra Kennedy. Já no torneio de kata, a prefeita foi representada por Jean Rodrigues, diretor de Esportes Cultura e Lazer.

A competição de kata abrangeu o nague no kata, katame no kata, jun no kata e kime no kata para as classes dangai e yudan masculino, feminino e duplas misto. Foi oferecida premiação de troféus para os quatro finalistas e medalhas de participação a todos os competidores. Neusa Kobori, a presidente da ARJU, explicou que um dos pontos altos da premiação foi a isenção oferecida pela Federação Paulista de Judô. “Os campeões de cada modalidade de kata foram isentados da apresentação de kata no exame de graduação do final do ano, conforme autorização de Francisco Carvalho Filho, nosso presidente, a quem agradeço imensamente pelos votos de confiança.” Houve apresentação especial de katas pelas duplas de senseis Dante Kanayama e Rioichi Uchida e Vinicius Erchov e Roberto Albaneze. As agremia-


ções que compareceram com mais participantes também foram premiadas com troféus. Os campeões de cada modalidade foram isentados de apresentação de kata no exame de graduação no final do ano, conforme autorização do presidente da Federação Paulista de Judô, Francisco Carvalho Filho. Apresentaram-se duplas das agremiações de Tucuruvi, Suzano Judô Clube, Associação Kanayama, Alto da Lapa, Ibiunense de Artes Marciais, Clube Sírio, Okinawa do Ipiranga, Vila Santa Isabel, Piracicaba, Projeto Judô e Palmeiras Mogi, além da ARJU.

Projeto Budô é campeão geral do kata

iniciativa valorosa, que difundiu e fomentou a prática de kata em nosso Estado. Desde o início entendi que a ideia era realizar um campeonato com estes objetivos, e a meta foi alcançada. Com três áreas na medida oficial, o evento atendeu às expectativas, aliando a premiação de um festival e um torneio, glorificando duplas e equipes campeãs. Aliado a isso tudo, notamos o surgimento de novas duplas, o que vai de encontro aos objetivos

A equipe do Projeto Budô foi campeã geral do kata. Presidida pelo sensei Vinicius Erchov, o time vencedor foi formado pelos seguintes judocas: Franklin Martins, Matheus Arantes, Gabriel Trevisan, George Erwin, Aline Trevisan, Maria Emília de Cillo, Laís Parolo, Guilherme Martinelli, Valéria Roccheti, Guilherme Dias Gomes, Regiane Miranda e Gabryel Zavataro. Em seu balanço sobre a disputa, Erchov parabenizou a diretoria da ARJU pela qualidade do evento. “Esta foi uma

103


do torneio. É com iniciativas assim que se resgata a origem do judô, sua essência técnica e filosófica. Parabenizo a direção da ARJU e em especial o Fernando Ikeda, por acreditarem que vale a pena investir em algo fundamental para o desenvolvimento do judô, o kata.” Para Erchov, o formato da competição atendeu plenamente aos propósitos do evento. “Por parte do Projeto Budô, ficamos satisfeitos com o formato da competição e ainda mais felizes por termos sido a equipe campeã geral, tanto em número de duplas participantes quanto em resultados obtidos. Já há quatro anos consecutivos lideramos o quadro de medalhas nos campeonatos Paulistas e Brasileiros de Kata, e agora conseguimos esse título inédito do 1º Torneio de Kata Dr. Mauro Sakai.”

Dirigentes falam sobre a realização das disputas no kata Francisco de Carvalho Filho, presidente da FPJ, destacou a importância de disseminar a prática e a competição dos katas. “Cumprimento toda a diretoria da ARJU pelo grande exemplo deixado neste evento. As pessoas que promovem competições visam sempre o shiai, e o kata nunca é lembrado. Desde o primeiro momento vimos com enorme satisfação a ideia de termos o kata inserido no torneio da ARJU, uma das associações mais antigas e com maior tradição do Brasil. Depois que soubemos do sucesso obtido, fiquei mais feliz ainda, pois pudemos comemorar com a 14ª Delegacia e com a

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ARJU, a inovação e o pioneirismo deste evento.” Um dos dirigentes mais emocionados com a realização do 1º Fim de Semana de Judô foi Neusa Kobori, a presidente da ARJU, que após as disputas de kata comemorou o sucesso da competição. “Este foi um grande feito, e as demonstrações de kata foram uma ótima oportunidade para valorizarmos o judô em sua essência, além da bela homenagem ao nosso saudoso amigo Mauro Sakai, que dedicou grande parte de sua vida ao judô do Vale do Ribeira. Quero parabenizar a comissão organizadora, agradecer a ela e, em especial, aos amigos da Federação Paulista de Judô, Mário Manzatti, Fernando Ikeda e Márcio Mariano, que têm vasta experiência na organização de eventos”, disse. Neusa Kobori destacou o pioneirismo na realização de uma disputa de kata. “Sei da grande responsabilidade em promover um evento de tamanha importância e ainda homenagear grandes pessoas como Mauro Sakai, sensei Nobuo Ogawa, sensei Yokimaça Fujihara e Toraichiro Suzuki, pessoas que muito con-


tribuíram para o desenvolvimento do judô em nossa cidade e região. O que me conforta é saber que temos o apoio dos amigos, que depositaram total confiança em nossa equipe e nos têm ajudado a dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido há quase seis décadas, ou seja, há 59 anos.” Akira Hanawa, delegado da 14ª Delegacia Regional, parabenizou a organização e a iniciativa da ARJU em realizar um evento grandioso e tornar-se pioneira na realização de um torneio amistoso de kata. “Organizar um evento de judô não é fácil, e organizar um torneio de kata e ter êxito em sua realização é uma grande conquista. A ARJU está de parabéns e certamente este foi o primeiro de muitos outros que ainda virão”, complementou Hanawa.

Seduc/Praia Grande a campeã geral no Torneio Toraichiro Suzuki As disputas do Torneio Toraichiro Suzuki também foram um grande sucesso, e as cinco agremiações que ficaram nas primeiras colocações receberam o troféu que leva o nome do homenageado. A equipe da Praia Grande foi campeã geral do Torneio Toraichiro Suzuki, e estava composta por 41 judocas do feminino e do masculino nas categorias sub-9 a sênior.

Pioneirismo, inovação, incentivo e satisfação Para Akira Hanawa, delegado da 14ª Delegacia Regional, o evento foi marcado pelo pioneirismo e inovação. Na qualidade de Delegado Regional da

14ª Delegacia – Vale do Ribeira e amigo do Dr. Mauro Sakai, senti-me lisonjeado com a iniciativa da ARJU em realizar um Torneio de Kata, em homenagem o Dr. Mauro Sakai. Quando recebi no início do ano de 2011, o “esboço” do que seria o I Torneio Aberto de Kata “Dr. Mauro Sakai”, admirei a ousadia por parte da ARJU e seus Colaboradores, de pleitearem um Evento inédito e com a sua fórmula elaborada na junção do sentido de “Festival” (premiando todos) e ”Torneio” (apurando e classificando pelos seus feitos). Uma vez estabelecido e fomentado o Torneio, levamos ao Presidente Francisco de Carvalho Filho o projeto, de quem recebemos total apoio e isenção aos Campeões do Kata no Exame de Graduação. A realização dos Eventos, I Torneio Aberto de Kata “Dr. Mauro Sakai” e XXVIII Torneio de Judô “Toraichiro Suzuki”, convenientemente agrupados e nomeados como “I Fim de semana de Judô em Registro” foi um completo sucesso! Agradeço e parabenizo a Prefeitura Municipal de Registro e a ARJU por proporcionar ao Vale do Ribeira esse grandioso Evento, ao Sensei Dante Kanayama e a Banca Examinadora por prontamente atenderem ao convite, aos Senseis Rioiti Uchida e Dante Kanayama pela belíssima apresentação de Itsutsu no Kata, Roberto Albanese e Vinicius Jershow, pela apresentações de Nague no Kata e Ju no Kata, ao Coordenador de Of. de Mesa da FPJ Fernando Ikeda, ao Coordenador Márcio Mariano e ao Mário Manzatti pelo amor, dedicação e cansativas viagens que culminaram no sucesso absoluto desta realização. Aos Competidores, a certeza e de que o I Fim de Semana de Judô foi uma idealização da ARJU pensando em todos Vocês. Parabéns pela disciplina demonstrada por todos. Akira Hanawa

105


I TORNEIO ABERTO DE KATA “DR. MAURO SAKAI DANGAI NAGUE NO KATA - MASCULINO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

GABRIEL HIDEKI

TUCURUVI

LEANDRO HIROSHI

TUCURUVI

645

PONT. 2

645

RAFAEL NUNES

ALTO DA LAPA

EDUARDO GAUDÊNCIO

ALTO DA LAPA

621

621

CASSIO SERAFIM

ALTO DA LAPA

ALEXANDRE ROMA

ALTO DA LAPA

608

608

NAGUE NO KATA- MISTO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

GUILHERME GOMES

PROJETO BUDO

LAIS PAROLO

PROJETO BUDO

489

PONT. 2

489

GUILHERME MARTINELLI

PROJETO BUDO

REGIANE MIRANDA

PROJETO BUDO

453

453

NAGUE NO KATA - FEMININO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

MARIA EMILIA DE CILLO

PROJETO BUDO

ALINE TREVISAN

PROJETO BUDO

631

PONT. 2

631

KARINA UCHIDA

ARJU

BEATRIZ NAKAZAWA

ARJU

436

436

VALÉRIA ROCHETTI

PROJETO BUDO

REGIANE MIRANDA

PROJETO BUDO

433

433

KATAME NO KATA - MASCULINO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

ELVIS NOBUYOSHI

IBIUNENSE

GABRIEL NUNES

IBIUNENSE

479

PONT. 2

479

RAFAEL NUNES

ALTO DA LAPA

EDUARDO GAUDÊNCIO

ALTO DA LAPA

374

374

GUILHERME GOMES

PROJETO BUDO

GABRIEL ZAVATARO

PROJETO BUDO

289

289

KATAME NO KATA- MISTO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

GUILHERME MARTINELLI

PROJETO BUDO

ALINE TREVISAN

PROJETO BUDO

298

PONT. 2

298

LAIS PAROLO

PROJETO BUDO

GABRYEL ZAVATARO

PROJETO BUDO

274

274

KATAME NO KATA - FEMININO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

LAIS PAROLO

PROJETO BUDO

ALINE TREVISAN

PROJETO BUDO

375

PONT. 2

TOTAL

CLASSIF.

375

JU NO KATA - MASCULINO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

ELVIS NOBUYOSHI

IBIUNENSE

GABRIEL NUNES

IBIUNENSE

405

PONT. 2

405

RAFAEL NUNES

ALTO DA LAPA

EDUARDO GAUDÊNCIO

ALTO DA LAPA

375

375

CASSIO SERAFIM

ALTO DA LAPA

ALEXANDRE ROMA

ALTO DA LAPA

328

328

JU NO KATA - MISTO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

GUILHERME MARTINELLI

PROJETO BUDO

ALINE TREVISAN

PROJETO BUDO

268

PONT. 2

268

GABRYEL ZAVATARO

PROJETO BUDO

REGIANE MIRANDA

PROJETO BUDO

196

196

JU NO KATA - FEMININO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

MARIA EMÍLIA DE CILLO

PROJETO BUDO

LAIS PAROLO

PROJETO BUDO

292

PONT. 2

292

VALERIA ROCHETTI

PROJETO BUDO

REGIANE MIRANDA

PROJETO BUDO

245

245

KIME NO KATA - MASCULINO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

ELVIS NOBUYOSHI

IBIUNENSE

GABRIEL NUNES

IBIUNENSE

519

PONT. 2

TOTAL

CLASSIF.

519

YUDAN NAGUE NO KATA - MASCULINO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

ROGER TSUYOSHI

A.E.PIRACICABA

EDUARDO MAESTÁ

A.E. PIRACICABA

918

PONT. 2

918

1ª 2ª

WAGNER TADASHI

PALMEIRAS/MOGI

PAULO FERREIRA

PALMEIRAS/MOGI

915

915

NELSON UETI

STA. IZABEL

LEONARDO VENDRAME

OKINAWA

814

814

FRANKLIN MARTINS

PROJETO BUDO

MATHEUS DE CILLO

PROJETO BUDO

768

768

GEORGE ERWIN

PROJETO BUDO

GABRIEL TREVISAN

PROJETO BUDO

689

689

NAGUE NO KATA- MISTO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

ALINE SUKINO

A.E.PIRACICABA

PAULO FERREIRA

PALMEIRAS/MOGI

856

PONT. 2

856

ROGER TSUYOSHI

A.E.PIRACICABA

TIAKI OSAKO MAESTÁ

A.E. PIRACICABA

840

840

NAGUE NO KATA- FEMININO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

ALINE SUKINO

A.E.PIRACICABA

TIAKI OSAKO MAESTÁ

A.E.PIRACICABA

847

PONT. 2

TOTAL

CLASSIF.

847

KATAME NO KATA - MASCULINO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

WAGNER TADASHI

PALMEIRAS/MOGI

PAULO FERREIRA

PALMEIRAS/MOGI

471

PONT. 2

471

EDUARDO MAESTÁ

A.E.PIRACICABA

ROGER TSUYOSHI

A.E.PIRACICABA

434

434

LEONARDO VENDRAMI

OKINAWA

NELSON UEITI

STA. IZABEL

425

425

MARCUS FLORA

A.D. SÃO CAETANO

GABRIEL TREVISAN

PROJETO BUDO

384

384

FRANKLIN MARTINS

PROJETO BUDO

MATHEUS DE CILLO

PROJETO BUDO

368

368

KATAME NO KATA- MISTO

106

TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

TIAKI OSAKO

A.E.PIRACICABA

EDUARDO MAESTÁ

A.E. PIRACICABA

458

PONT. 2

458

ALINE SUKINO

A.E.PIRACICABA

ROGER TSUYOSHI

A.E. PIRACICABA

450

450


KATAME NO KATA- FEMININO TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TIAKI OSAKO

A.E.PIRACICABA

ALINE SUKINO

A.E.PIRACICABA

459

TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

WAGNER TADASHI

PALMEIRAS/MOGI

PAULO FERREIRA

PALMEIRAS/MOGI

435

PONT. 2

Resultados do XVIII Torneio Toraichiro Suzuki Tipo Tabela

TOTAL

CLASSIF.

459

PONT. 2

TOTAL

CLASSIF.

2º Associação Budokan Peruíbe

126 Pontos

430

865

3º Associação Cho Do Kan de Itanhaém

67 Pontos

4º ADEJU de Juquiá

56 Pontos

5º Colégio Albert Einstein

48 Pontos

1º Seduc Praia Grand

JU NO KATA - MASCULINO

131 Pontos

LEONARDO YAMADA

SUZANO CLUBE

CAIO KANAYAMA

ASSOC. KANAYAMA

376

383

759

ROGER TSUYOSHI

A.E.PIRACICABA

EDUARDO MAESTÁ

A.E. PIRACICABA

353

350

703

GABRIEL TREVISAN

PROJETO BUDO

MARCUS FLORA

A.D.SÃO CAETANO

300

300

GEORGE ERWIN

PROJETO BUDO

MATHEUS DE CILLO

PROJETO BUDO

288

288

TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

WAGNER TADASHI

PALMEIRAS/MOGI

ALINE SUKINO

A.E. PIRACICABA

435

435

ROGER TSUYOSHI

A.E.PIRACICABA

TIAKI OSAKO MAESTÁ

A.E. PIRACICABA

387

387

TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

Campeã - ADEJU de Juquiá

ALINE SUKINO

A.E.PIRACICABA

TIAKI OSAKO MAESTÁ

A.E.PIRACICABA

431

431

Torneio Absoluto Masculino Tipo Tabela

TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

WAGNER TADASHI

PALMEIRAS/MOGI

PAULO FERREIRA

PALMEIRAS/MOGI

545

545

MARCUS MICHELINI

CLUBE SÍRO

LEONARDO VENDRAME

OKINAWA

456

456

MARCUS FLORA

A.D. SÃO CAETANO

GEORGE ERWIN

PROJETO BUDO

346

346

TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

WAGNER TADASHI

PALMEIRAS/MOGI

ALINE SUKINO

A.E. PIRACICABA

547

547

TIAKI OSAKO

A.E.PIRACICABA

PAULO FERREIRA

PALMEIRAS/MOGI

521

521

TORI

ASSOC.

UKE

ASSOC.

PONT.1

TOTAL

CLASSIF.

TIAKI OSAKO

A.E.PIRACICABA

ALINE SUKINO

A.E.PIRACICABA

475

475

Troféu Yokimaça Fujihara Tipo Tabela Gincana de Solidariedade (Coleta de Alimentos)

JU NO KATA- MISTO PONT. 2

Campeã - Colégio Albert Einstein - Além da premiação com Troféu ganhou um judogi Budokan

Troféu Sandra Kennedy Tipo Tabela Associação melhor colocada do Vale do Ribeira - 14ª DR

JU NO KATA- FEMININO PONT. 2

KIME NO KATA - MASCULINO

Troféu Nobuo Ogawa PONT. 2

1º Wagner dos Santos Silva - R$ 500,00 2º Denison Soldani - R$ 300,00 3º Iris Gonçalves Silva - R$ 100,00 3º Maicon Souza Santos - R$ 100,00

KIME NO KATA- MISTO PONT. 2

Torneio Absoluto Feminino Tipo Tabela 1º Camila Matos Muniz - Kimono Budokan 2º Agatha M. da Silva

KIME NO KATA - FEMININO PONT. 2

3º Alana Uraguti 3º Sabrina Rodrigues

107


Rio de Janeiro é Campeão da Copa Revelação 2011 São Paulo (SP) - O Estado do Rio de Janeiro foi o grande campeão da terceira edição da Copa Revelação de Judô Cidade de São Paulo – Troféu Carlos Honorato. Após um dia de intensas disputas, os fluminenses ergueram o troféu de campeões gerais do torneio, seguidos de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Neste ano, a Copa Revelação recebeu judocas de 15 Estados, além do Distrito Federal. Os judocas Willian Pereira e Tawany Gianelo da Silva foram eleitos os destaques da competição e, como prêmio, viajaram a Paris para assistir ao Campeonato Mundial Sênior. Homenagem – Nesta edição, a organização da Copa Revelação homenageou o vice-campeão olímpico em Sydney/2000, Carlos Honorato, que recentemente encerrou sua vitoriosa carreira esportiva. Atual treinador do Centro de Excelência de Judô, em Santos/SP, Honorato recebeu das mãos de Branco Zanol e Aurélio Miguel um belíssimo quadro com uma imagem de sua luta diante do japonês Hidehiko Yoshida, nas Olimpíadas de Sydney/2000. “Fiquei muito honrado quando fui convidado para ser padrinho da Copa Revelação 2011 e por receber esta homenagem por parte dos realizadores do torneio”, disse Honorato. Para as delegações e público em geral que estiveram no ginásio do Esporte Clube Pinheiros, a organização apresentou uma exposição fotográfica com alguns dos momentos mais marcantes das edições de 2009 e 2010 da Copa Revelação. “Tínhamos como objetivo fazer uma copa que extrapolasse as disputas no tatamis, que nesta ano tiveram recorde de atletas participantes. Além da justa homenagem ao Honorato, também tivemos o seminário Revelando o Esporte Brasileiro e uma bela exposição fotográfica. Creio termos cumprido nossa missão, já de olho em 2012”, disse Branco Zanol.

108


Seminário – Se em 2010 os ídolos da modalidade Leandro Guilheiro e Flávio Canto colocaram o judogi e falaram sobre suas experiências esportivas e ensinaram um pouco do que sabem, neste ano a novidade ficou do lado de fora do tatami. No sábado (16), véspera da competição, houve o seminário Revelando o Esporte Brasileiro – Desafios Organizacionais e Perspectivas Esportivas para as Olimpíadas de 2016. Na primeira parte, o professor titular da Unifesp, João Bosco Pesquero, fez uma primorosa apresentação sobre seu objeto de estudo: Projeto Atletas do Futuro – A Genética no Esporte. Após a palestra, teve início uma mesa-redonda formada pelo diretor técnico internacional

da Confederação Brasileira de Judô, professor Ney Wilson Pereira; pelo diretor de alto rendimento das seleções masculinas da Confederação Brasileira de Basquete, Vanderlei Mazzuchini; pelo medalhista de bronze olímpico e diretor do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa do município de São Paulo, Henrique Guimarães; pelo campeão olímpico e idealizador da Copa Revelação, vereador Aurélio Miguel; e pelo professor Pesquero, tendo como mediador o professor Ney Mecking. Tendo como pano de fundo o tema dos desafios organizacionais e a perspectiva esportiva para 2016, os membros da bancada falaram sobre os trabalhos desenvolvidos em suas respectivas áreas e o que deve ocorrer nos próximos anos no cenário do esporte brasileiro, que receberá num curto espaço de tempo a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Aurélio Miguel demonstrou ceticismo quanto aos obstáculos que o Brasil terá de superar para fazer estes megaeventos esportivos e o que ficará depois como legado ao País. “Quanto às Olimpíadas de 2016, ainda não temos uma política do

esporte definida e definitiva. Acredito que teremos bons resultados olímpicos, pois contaremos com a força e o entusiasmo de nossos atletas, que competirão em casa, como também pelo trabalho de sustentação e formação de entidades como o COB, confederações, federações e clubes, que, ressalve-se, ainda têm muito a melhorar. Mas, muito me preocupa o legado esportivo e de infraestrutura que ficará para a cidade do Rio de Janeiro e o Brasil. Quanto à Copa do Mundo, cobro, na condição de cidadão e hoje vereador, mais coerência de nossos administradores. Fomos escolhidos como sede da Copa do Mundo em 2014 e apenas agora, em 2011, os estádios e obras essenciais começaram a sair do papel. Um planejamento falho, que abrirá brechas para contratos emergenciais e atropelos da lei. Isto, para que tudo fique pronto dentro da data estipulada. Que preço estamos dispostos a pagar para sediar estas grandes festas do esporte?”, questionou Aurélio. A Copa Revelação de Judô 2011 foi organizada pela Associação Branco Zanol de Judô e contou com o apoio da Secretaria de Esportes do Município de São Paulo, CBJ, FPJ, Esporte Clube Pinheiros, Instituto Vita e Aurélio Miguel.

Quadro de medalhas Entidade

Ouro

SP

5

Prata Bronze 8

3

Total

RJ

3

3

3

9

MS

3

1

5

9

16

RS

2

1

3

6

SC

1

1

3

5

DF

1

1

2

4

PR

1

1

2

4

ES

0

0

4

4

MG

0

0

3

3

10º

PE

0

0

1

1

11º

GO

0

0

1

1

11º

PI

0

0

1

1

109


Classificação Final Feminino

Masculino

Super-ligeiro -40 kg

Super-ligeiro -50 kg

1º Tawany Gianelo da Silva - SP

1º Fellipe Dias de Almeida - RJ

2º Franciele Ap. F. Costa - SP

2º Octavio Reis Eudociak - MS

3º Gabriela B. de Oliveira - MS

3º Sander Bruniera Filho - PR

3º Pamella P. do Pilar - SC

3º Matheus R. Galvão - DF

Ligeiro -44 kg

Ligeiro -55 kg

1º Carolynne Hernandes - RS

1º Eduardo dos Reis Eudociak - MS

2º Paula Brandalise Nunes - PR

2º Giovani Heck de Góes - RS

3º Larissa Rianne G. Farias - MS

3º Gabriel Sarmento Barreto - DF

3º Laís Oliveira Lessa - MG

3º Lucas G. T. da Costa - PR

Meio-leve -48 kg

Meio-leve -60 kg

1º Layana Lacerda Colmam - MS

1º Hiago Del Rosso Pirolo - SP

2º Raquel Ap. Laurindo - SP

2º Bruno Luiz N. Martins - RJ

3º Maria Eduarda Gonçalves - RJ

3º Vinicius Felipe Santos - MS

3º Brenda Teixeira Justino - ES

3º Marlon Costa Martins - RS

Leve -52 kg

Leve -66 kg

1º Ana Paula C. Prates - MS

1º Willian R. Pereira - SC

2º Rayane Ferraz de Souza - SP

2º Lucas Gongora Ribeiro - SP

3º Taynara Melo de Carvalho - RJ

3º Luiz Fernando F. Ribeiro - MG

3º Aléxia Taís W. Castilhos - RS

3º Carlos Henrique Carvalho - RJ

Meio-médio -57 kg

Meio-médio -73 kg

1º Mariana Braga Rosa - RS

1º Ícaro do Nascimento Costa - RJ

2º Karine Couto - RJ

2º Gabriel Alves Lucena - DF

3º Milena Duarte - ES

3º Gabriel Penha Q. Pinto - SP

3º Carolina Correia Ferraz - GO

3º João Batista X. Romeiro - PI

Médio -63 kg

Médio -81 kg

1º Viviane L. Donomai - PR

1º Gabriel Rusca de Oliveira - SP

2º Paola Roberta Colodiano - SP

2º Eduardo C. de Oliveira - SC

3º Mariana Oliveira Veiga - MS

3º André Guimarães Soares - ES

3º Aline M. da Silva - SC

3º Victor Luiz da S. Correia - SP

Meio-pesado -70 kg

Meio-pesado -90 kg

1º Isadora da S. Pereira - DF

1º Thiago Henrique S. Chiodi - SP

2º Aine Dalete F. SChimidt - SP

2º Mateus Calcini Liberato - SP

3º Camila Ribeiro Zeferino - RS

3º José Paulo Ferreira Jr. - ES

3º Joyce Nascimento Bessa - SP

3º Caíke K. A. Abreu - MS

Pesado +70 kg

Pesado +90 kg

1º Stefanie dos S. Miranda - RJ

1º Marco Antônio da Silva Jr - SP

2º Loraine Cristina da Silva - SP

2º Márcio Belém dos Santos - RJ

3º Júlia Cristina B. Araújo - SP

3º Cézar Henrique de Souza - PE

3º Roberta K. Silva E Silva - SC

3º Guilherme Mantello Melo - MG

110


111


Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô

Inhumas conquista vaga para o Grand Prix Nacional de Judô 2012 Porto Alegre (RS) – Após a sensacional estreia na fase final do Grand Prix de Judô, a equipe Organização Atitude Social de Inhumas – GO foi superada por seus adversários e terminou na oitava colocação geral, superando equipes tradicionais como o Clube de Regatas Flamengo (RJ) e a Associação Desportiva Santo André (SP). A equipe do Centro-Oeste fez parte do Grupo D, ao lado das equipes Castelo Branco (RJ) e FTC (BA), na segunda fase da competição. A oitava colocação garantiu a equipe goiana na próxima edição do Grand Prix de Judô, pois não depende mais de passar por fases classificatórias. Para o técnico Joseph Guilherme, a equipe adquiriu muita experiência e voltou para casa mais madura. “Não foi apenas a pré-classificação para competição de 2012 que contou. Alguns de nossos atletas jamais haviam competido com adversários de outros Estados. Saímos de Porto Alegre com mais experiência e maturidade, e de quebra classificados para o GP 2012.” Para Luiz Fernandes de Araújo Júnior, presidente da ONG Atitude Social de Inhumas, todos os objetivos da temporada foram alcançados e o resultado foi extremamente positivo. “Nosso planejamento foi feito em etapas, e o primeiro objetivo foi alcançado em Brasília, onde ocorreu o qualifying. Lá fizemos nossa estreia na disputa nacional e não sabíamos o que teríamos pela frente, mas conseguimos classificar a equipe para o Grand Prix 2011. Chegamos a Porto Alegre sabendo que iríamos enfrentar as melhores equipes do Brasil, e achávamos que dificilmente ficaríamos entre as oito primeiras classificadas. Com a ajuda de Deus pegamos um grupo que nos permitiu sonhar com a classificação para a segunda fase, e felizmente tudo deu certo. Ficamos em oitavo lugar e conseguimos a pré-classificação para o GP 2012. Com a vaga garantida, teremos um ano para fazer nosso planejamento em outro formato e certamente montaremos uma grande equipe. Felizmente tivemos um resultado altamente positivo.” O dirigente goiano destacou que a meta agora é montar uma equipe feminina mais competitiva. “Nossa meta agora é montar

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uma equipe feminina forte e conquistar uma vaga no qualifying de 2012 para o grand prix feminino, a competição de maior glamour no judô brasileiro”, disse. Júnior dedicou esta grande conquista a Lhofei Shiozawa, o precursor do judô goiano. “Ao conquistar esta vaga para o GP 2012, a Organização Atitude Social de Inhumas, que tem apoio integrado da Academia Brava Sport Center, FEGOJU, da Câmara Municipal, da Prefeitura Municipal de Inhumas e do prefeito Abelardo Vaz, conseguiu homenagear de alguma forma nosso querido sensei Lhofei Shiozawa, o primeiro judoca que conquistou medalha em jogos pan-americanos, e um dos maiores ícones do judô nacional. Dedicamos esta façanha ao nosso grande e querido amigo Shiozawa. Alguns destes judocas guerreiros tiveram a oportunidade de aprender judô com ele, e de alguma forma hoje estamos agradecendo por tudo que fez pelo desenvolvimento do judô de Goiás.”

Joseph e Júnior

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Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô

Copa Paraná

Comemora Os 50 Anos da Federação Paranaense

Curitiba (PR) - Realizada no dia 9 outubro 2011 no Centro Esportivo Bagozzi – CEB, a Copa Paraná fez parte das comemorações do cinquentenário da Federação Paranaense de Judô. Ao todo, 522 atletas participaram da competição, que teve 52 entidades inscritas, provenientes de vários Estados do País. Personalidades do judô paranaense e dirigentes de vários Estados prestigiaram o evento, e entre esses destacamos Liogi Suzuki, kodansha 9º dan; Yoshihiro Okano, 8º dan; Makoto Yamanouchi, 7º dan; e Ney de Lucca Mecking, 7º dan. Entre os dirigentes destacamos João Rocha, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Roberto David da Graça, presidente da Federação Catarinense de Judô; Hatiro Ogawa, representando Francisco de Carvalho Filho, presidente da Federação Paulista de Judô; e Luiz Hisashi Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô. Durante a abertura oficial do evento o árbitro Edilson Hobold, 5º dan, que é coordenador estadual de arbitragem do Paraná e membro do Conselho Nacional de Arbitragem, foi homenageado por sua promoção a árbitro FIJ A. Edilson realizou o exame para FIJ A em setembro passado, em Sydney, Austrália, e sua avaliação foi feita por Juan Carlos Barcos, diretor geral de arbitragem da FIJ, e por Carlos

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Árbitros do evento


Sensei Yoshihiro Okano

Liogi Suzuki

Luiz Iwashita

Mesa de honra

Edilson Hobold faixa preta 5º dan arbitro internacional FIJ A - Coordenador estadual de arbitragem PR

Hemily de Almeida vice-campeã sênior -70kg

Família de campeões, Maurício Neder campeão sênior -81kg com os filhos Guilherme Neder vice-campeão sub 15 -53kg e Leonardo Neder campeão sub-13 -42kg


Knoester, diretor de arbitragem da União Oceânica de Judô e membro da comissão de arbitragem da FIJ. Hobold é o primeiro árbitro do quadro estadual do Paraná a conquistar o topo da arbitragem mundial. Contando com seis áreas montadas, a competição abrangeu disputas das categorias infantil a sênior, e o grande destaque foi a disputa da categoria absoluto, que teve premiação em dinheiro. Para Iwashita, a Copa Paraná deste ano será um divisor de águas do judô

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paranaense. “Nosso principal objetivo é promover a integração entre os atletas de todas as idades. As crianças menores têm de conviver com judocas mais experientes, para tirar deles o exemplo a ser seguido, e a Copa Paraná atendeu plenamente a este propósito”, disse. Segundo o dirigente paranaense, um maior número de competições proporciona melhor preparo e maturidade aos atletas. “Achamos que devemos promover o maior número possível de competições no Estado, pois este intercâmbio técnico

oferece maior preparo e maturidade aos nossos atletas.” Além dos atletas vindos de vários Estados, a competição contou com a participação de judocas europeus. “Este ano abrimos a Copa Paraná para todos os Estados. Até então aceitávamos apenas inscrições de entidades do Paraná. Tivemos também a participação dos atletas da Europa, que coincidentemente estavam no Paraná e acabaram inscrevendo-se na competição. Um deles é o Pedro Dias, de Portugal, que atualmente reside


e treina na cidade de Maringá. O outro atleta europeu foi Dominic Hofmann, da Alemanha, que está em Curitiba fazendo mestrado e intercâmbio na PUC – PR. Ele treina esporadicamente na Academia do Judô Tonietto. Ambos são atletas bastante experientes, e abrilhantaram nosso evento.” Para o dirigente paranaense, a competição apresentou excelente nível técnico. “Nossa avaliação é que a competição foi excelente. A participação de vários Estados fez com que o nível técnico fosse bem elevado, e certamente daqui por diante a Copa Paraná fará parte do calendário nacional das principais equipes e clubes do Brasil. Vamos trabalhar focados nesta proposta, e a realização deste objetivo dará mais competitividade aos nossos judocas”, finalizou Iwashita.

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Classificação Final

2º. Dylan F. Peterson

Lemanczuk

Feminino

3º. Thiago S. dos Santos

Vila Isabel

Infantil

3º. Arthur Seidel

Nintai

Extra Super-Ligeiro - 26kg

Leve, -36kg Tonietto

1º. Lucas Henrique

Lemanczuk

2º. Luana O. Rodrigues

Paranavaí

2º. Carlos Eduardo

Paranavaí

3º. Aparecida Santos

Paranavaí

3º. Leandro Georgete Alves

Tonietto

3º. João Victor

Cianortense

1º. Gabriela M. Baesso

Vanessa

3º. Lohana A. Falk

Araucária

Super-Ligeiro - 28kg

Meio-Médio - 40kg 1º. João G. Correia

Paraná Clube

1º. Ana Eliza K. Langner

Lemanczuk

2º. Dheyvison Sottomaior

Tonietto

2º. Sabrina A. Maranhão

Curitibano

3º. Alceu Honório

Nintai

3º. Arissa Fujisaki

IMK

3º. Leonardo C. Homiak

Iwashita

3º. Maria Menon da Silva

Lemanczuk

Médio - 45kg

Ligeiro - 30kg

1º. Raisson Czelusniak

CSF/Palmeira

1º. Giovana Russo

Lemanczuk

2º. Vinicius Duarte Lemos

Guairaca

2º. Kauana E. de Oliveira

Araucária

3º. Marino Machado Neto

Tonietto

3º. Laura Ellen Dowden

Kussumoto

3º. João P. B. V. Derani

Vila Isabel

3º. Nicole Marçallo

Bom Jesus

Meio-Pesado - 50kg

Meio-Leve - 33kg

1º. Luís Gabriel F. Oliveira

Lemanczuk

1º. Luana G. Matsugaki

Vila Isabel

2º. Vinicius A. Felizardo

Paranavaí

2º. Sara Taborda Santos

Tonietto

3º. Leonardo S. Souza

CTO

3º. Any de Paula Moreira

Pro Sport

3º. Gabriel L. Kasper

Schmidtke

3º. Amanda Fialkowski

Araucária

Pesado - 55kg

Leve - 36kg

1º. Luís A. Gabarski

Tonietto

1º. Bruna Flores Bereza

Tonietto

2º. Gabriel A. Cazarin

AMCF

2º. Ana Carolina Josviak

Lemanczuk

3º. Giusepe Lucca

Pro Sport

3º. Maria Eduarda Melo

Pro Sport

3º. Gabriel M. Zamberlan

Vila Isabel

3º. Larissa Ceolim Silva

Lemanczuk

Super-Pesado - 60kg

Meio-Médio - 40kg

1º. João Victor

Nintai

1º. Isadora Ferrari

Vida

2º. Victor Hugo Leão

Kodokan

2º. Giovana Levinski

Morgenau

3º. Marcos Michael

Araucária

3º. Aline P. de Jesus

Paranavaí

3º. Peter Fabiano Júnior

CSSEX

3º. Vitória Maiara Silva

Paranavaí

Extra-Pesado + 60kg

Médio - 45kg

1º. Matheus de Oliveira

Lemanczuk

1º. Monica Tortato

Lemanczuk

2º. Lucas Kompatcher

Bom Jesus

2º. Vitória Leão Sabioni

IMK

3º. Diogo Augusto

Pro Sport

3º. Yasmin Abnara

Nintai

3º Matheus Ludwig

Kussumoto

3º. Renata Sayuri

Yama

Infanto-Juvenil

Meio-Pesado - 50kg 1º. Ana Clara C. P.

Feminino Guairaca

Super-Ligeiro - 28kg

Masculino

1º. Carolina Deusdiante

Extra Super-Ligeiro - 26kg

Ligeiro - 31kg

Araucária

1º. Pedro H. M. de Souza

Paraná Clube

1º. Laura Marcondes

Tonietto

2º. Pedro Cruz Capriotti

Lemanczuk

2º. Anna Clara Ballardin

Santa Monica

3º. Frederico Kemczenski

Lemanczuk

3º. Maria H. Spengler

Superação

3º. Pablo Vinicius

Araucária

3º. Ana Carolina Perin

Falco

Super-Ligeiro - 28kg

Meio-Leve - 34kg

1º. Lucas Luís Lopes

Kussumoto

1º. Bianca Stropa Fortes

Bio Active

2º. Alan Veiga Marques

Superação

2º. Bruna Cavani Josefi

Laranjeiras

3º. Lucas Talamini Boas

Lemanczuk

3º. Dayane V. da Silva

Paranavaí

3º. Ivan Rivabem Bonilha

Lemanczuk

3º Isabelle R. Alves

Tonietto

Ligeiro - 30kg

Leve - 38kg

1º. Samuel Barbosa

Kussumoto

1º. Ana Luíza Grazziottin

2º. Álvaro Luís Vianna

Lemanczuk

Meio-Médio - 42kg

3º. Luca Fornea

Bom Jesus

1º. Natasha Padilha

Morgenau

3º. Almiro Pagnoncele

Marista

2º. Ana C. Kemczenski

Lemanczuk

3º. Thaís Pires Gonçalves

Tonietto

3º. Mariana B. Batista

Iwashita

Meio-Leve - 33kg 1º. Matheus Iaros Almeida

Grêmio Pisa

Bom Jesus


Médio - 47kg

Feminino

1º. Eduarda S. Darmieli

Tonietto

Ligeiro - 40kg

2º. Camila Horoiwa

Kussumoto

1º. Jéssica Maria Gomes

Iwashita

3º. Maria Martins Borges

Pro Sport

2º. Joyce Cosmo

Tonietto

3º. Fernanda Perussolo

Vila Isabel

3º. Rubia Lays Becker

Schmidtke

Meio-Pesado - 52kg

Meio-Leve - 44kg

1º. Alexia de Castro Alves

Kussumoto

1º. Ana Flávia Ferreira

2º. Carolina R. de Lima

Falco

2º. Amanda C. Gonçalves

Tonietto

3º. Carolina G. Josefi

Laranjeiras

Pesado - 60kg

Tonietto

1º. Laura R. Oliveira

Bio Active

Leve - 48kg

2º. Juliana M. Gomes

Iwashita

1º. Thaís Teles Kondo

Lemanczuk

3º. Mariana Correa

Kussumoto

2º. Poliana dos S. Silva

Araucária

3º. Maria Eduarda Maciel

Londrinense

3º. Bruna L. R. Nunes

SChmidtke

3º. Alexia Giliczynski

Iwashita

Super-Pesado + 60kg 1º. Ana Beatriz Flores

Procopense

Meio-Médio - 53kg

2º. Ana Alexia Camargo

Tonietto

1º. Bruna Sartori Nesi

3º. Larissa A. de Lima

CSSEX

2º. Camilla Gonçalves

Araucária

3º. Nayra Cristina

Falco

3º. Juliana B. Kachenski

Tonietto

Masculino Ligeiro - 31kg

Tonietto

1º. João G. Darmieli

Tonietto

Médio - 58kg

2º. Leonardo da Silva

Bom Jesus

1º. Luana Alvarez

3º. Felipe Suemitsu

Nintai

2º. Fabiele Bergamin

Iwashita

3º. Thiago Alves Santos

Superação

3º. Aline Quitero

Tonietto

4º. Clarice de Araúj

Lemanczuk

Meio-Leve - 34kg

Pro Sport

1º. Guilherme Albuquerque

Morgenau

Meio-Pesado - 64kg

2º. Marco André

Nintai

1º. Naomi Pires

Tonietto

3º. Renan Sakai Moron

Lemanczuk

2º. Maria E. Miranda

Procopense

3º. Thiago M. Guidette

Kussumoto

3º. Evelyn J. Líbano

Yama

3º. Isabely R. Gomes

Londrinense

Leve - 38kg 1º. João V. Rodrigues

Lemanczuk

Pesado + 64kg

2º. Kawan Santos Silva

Tonietto

1º. Letícia C. Santos

CSSEX

3º. Gustavo Campara

Morgenau

2º. Any Avelino Ribeiro

Procopense

3º. Mateus T. Kaminari

Morgenau

Masculino

Meio-Médio - 42kg

Super-Ligeiro - 36kg

1º. Leonardo Neder

Nintai

1º. Breno S. Kawazoe

2º. Arthur Dallagassa

Nintai

Ligeiro - 40kg

3º. Milton L. Mendes

Kawazoe

1º. Mateus Toledo

Marista

3º. Vítor Mariano Torres

Lemanczuk

2º. Luís Perini Rossetim

Casebre/SC

Médio - 47kg

Kawazoe

3º. Pedro F. M. Arraes

Lemanczuk

1º. Gabriel Adriano

Lemanczuk

3º. Luiz Fernando Alves

Superação

2º. Adrian Bonat

Lemanczuk

Meio-Leve - 44kg

3º. Luiz Cherobin Neto

Morgenau

1º. Renelti Jose Lopes

Superação

3º. Ailton Fernandes Júnior

AMCF

2º. Lucas Adriano Ruda

Nintai/SC

3º. Abner F. C. da Silva

Yama

Meio-Pesado - 52kg 1º. Giovanni G. Mangini

Morgenau

Leve - 48kg

2º. Gabriel T. Lustoza

Canadá CC

1º. Victor Koudi Kaminari

3º. João L. N. Lemes

Procopense

2º. Bruno L. B. Manzole

Pro Sport

3º. Adrian Vargas Lenz

Kussumoto

3º. Hugo Lins Carvalho

AMCF

3º. Wendel M. Gonçalves

Iwashita

Pesado - 60kg

Bom Jesus

1º. Roberto I. Winter

Kussumoto

Meio-Médio - 53kg

2º. Jean C. Marques

Iwashita

1º. Matheus H. M. Pio

AJI - SC

3º. Lúcio Flávio D. Carmo

Bio Active

2º. Guilherme Neder

Nintai

3º. João V. Magri

Procopense

3º. Emanuel Souza

SC

3º. Gabriel Silingovsch

Kawazoe

Super-Pesado + 60kg 1º. Arthur Caldeira

Pro Sport

Médio - 58kg

2º. Eduardo J. Santos

Tonietto

1º. Kenzo Fujisaki

IMK

3º. Jordano Becker

Bom Jesus

2º. Marcelo Felizardo

Tonietto

3º. Lucas M. Almeida

Pro Sport

3º. Pedro A. da Silva

Pro Sport

3º. Nathan D. R. Hirt

FME Penha-SC

Pré-Juvenil

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Meio-Pesado - 64kg

2º. Fernando A. Belém

Bom Jesus

1º. Pedro C. Antun Neto

Puravida/SC

1º. Luanh Saboya

Morgenau

3º. Matheus H. Arneiro

Pro Sport

2º. Dênis Nagahama

AMCF

2º. Matheus Motta

Nintai

3º. Arthur Armelim

Lemanczuk

3º. Daniel Bonetto

Lemanczuk

3º. Matheus Moraes

AMCF

Médio - 81kg

3º. Rogério de Lima

Nintai/SC

3º. Lucas Sottomaior

Tonietto

1º. Ariel Correia

Guairaca

Leve - 73kg

Pesado + 64kg

2º. Guilherme Campara

Morgenau

1º. Luís Roberto Ribas

Marista

1º. Conrado C. Oliveira

Juventus

3º. Marcos dos Santos

Yama

2º. Eduardo S. Russo

Londrinense

2º. Matheus Araújo

Tonietto

Meio-Pesado - 90kg

3º. João P. Gonçalves

AJI - SC

1º. Bruno Yoji Ogata

3º. Humberto Brunetti

Lemanczuk

3º. Marcos Passos Jr.

Puravida/SC

Canadá CC

3º. Pedro Dias

Hobby Sport

2º. Rafael Fary Martins

Nintai/SC

Meio-Médio - 81kg

Juvenil

3º. Matheus Amaral

Tonietto

1º. Maurício Neder

Nintai

Feminino

3º. Maurício Branco

Tonietto

2º. Ariel Grube de Lima

CTO

Ligeiro - 44kg

Pesado + 90kg

1º. Paula Brandalise

Bom Jesus

3º. Vagner José Ribas

Guairaca Yama

1º. João M. Cezarino

Grêmio Pisa

3º. Carlos Yamamoto

2º. Danrlei W. Shaffler

Nintai/SC

Médio - 90kg

1º. Thayane C. Araújo

Tonietto

3º. Raphael H. Marinho

Canadá CC

1º. Marcelo Ferreira Filho

2º. Danieli A. Comini

Yama

3º. Cleyton de Oliveira

Iwashita

2º. João Dalagassa Pires

Nintai

Sênior

3º. Dominic Hofmann

Tonietto SC

Meio-Leve - 48kg

Leve - 52kg 1º. Martinelli Ramos

Araucária

Feminino

3º. Richard Pierre Costa

2º. Larissa Gonçalves

Superação

Super-Ligeiro - 44kg

Meio-Pesado - 100kg

3º. Letícia Cardoso

Lemanczuk

1º. Paula Brandalise

3º. Stella de Freitas

IMK

Ligeiro - 48kg

Meio-Médio - 57kg

Bom Jesus

Puravida/SC

1º. Brunno K. Ferreira

Iwashita

2º. Diogo Espósito

AMCF

1º. Tricy Moraes Gomes

Bio Active

3º. Dênis Duarte

Hobby Sport

1º. Brenda Garcia

Bom Jesus

2º. Caroline de Souza

Iwashita

3º. Felipe Marcon Brito

Morgenau

2º. Andréia C. Becker

Schmidtke

3º. Jéssica Aline Lopes

Tonietto

Pesado + 100kg

3º. Jenifer Nicole

Nintai

Meio-Leve - 52kg

1º. Rafael Marcon Brito

Juventus

3º. Vitória Lionço

Araucária

1º. Viviane Ferreira

Paranavaí

2º. Robson Machado

Paraná Clube

2º. Priscila B. Martins

Tonietto

3º. Washington Rodrigues

Canadá CC

3º. Aline Milan Levinski

Morgenau

3º. Henry K. de Oliveira

Morgenau

3º. Luci C. Siqueira

CTO

Resultado Individual Absoluto

Médio - 63kg 1º. Jéssica Darmiani

Araucária

Meio-Pesado - 70kg 1º. Fernanda G. Mazaia

AMCF

Leve - 57kg

2º. Amanda C. Batista

Yama

1º. Suellem Senna

Morgenau

Pesado (+73kg)

3º. Carolina M. Nogueira

Setul/Laranj

2º. Thaise Rodrigues

Superação

1º. Marcelo Ferreira

3º. Andreia Becker

Schmidtke

2º. Bruno K. A. Ferreira

Iwashita

Nintai

3º. Felipe Brito

Morgenau

3º. Richard Costa

Concórdia/SC

Pesado + 70kg 1º. Mychellen W. da Silva

Araucária

3º. Alexandra Takeda

2º. Geovana R. Mercúrio

Paranavaí

Meio-Médio - 63kg

Masculino

Masculino

1º. Barbara de Carvalho

Minas

Leve (-73kg)

Super-Ligeiro - 50kg

2º. Débora A. da Silva

AMCF

1º. Pedro Dias

1º. Christopher Vieira

Tonietto

Médio - 70kg

2º. Lucas V. Araújo

Tonietto

1º. Lorhanna Saboya

3º. Lucas S. S. Benck

Kawazoe

3º. Djones R. Lourenço

Nintai/SC

Ligeiro - 55kg 1º. Sander Filho

AFIJ

Morgenau

3º. Marcos Bassos Jr.

Puravida/SC

2º. Ariana Alberti

Puravida/SC

3º. Carlos Eduardo Silva

Falco

3º. Hemily de Almeida

AJI - SC

3º. Mychaelen W. Silva

Araucária

Pesado + 78kg

2º. Rafael S. Morimoto

Canadá CC

1º. Mayara Oishi

3º. Gustavo Scalabrini

Bio Active

2º. Rosangela Lopes

SC

3º. Maycon dos Santos

Yama

3º. Janaína P. Ammar

Vida

Nintai

Masculino

1º. Guilherme Oshima

Iwashita

Super-Ligeiro - 55kg

2º. Jadison R. Morais

Araucária

1º. Felipe Fernandes

3º. Willian Silva Jorge

AJI - SC

2º. Paulo A. B. Júnior

Cor. Procópio

3º. Caio Hajime Ogawa

Canadá CC

3º. Daniel Z. M. Bispo

Paranavaí

3º. Rodielson Oliveira

Tonietto

Leve - 66kg

Juventus

1º. Victor H. Luvizotto

Morgenau

Ligeiro - 60kg

2º. Yuri Oliveira

AFIJ

1º. Cícero A. B. Júnior

Paranavaí

3º. Jullyan Becker

Bom Jesus

2º. Loriel José Pereira

Juventus

3º. Célio José Correa

AJI - SC

3º. Gustavo D. Weber

SChmidtke

3º. Juan Carlos Biazoto

IMK

Meio-Médio - 73kg

120 1º. Gabriel Lopes Miara

Morgenau

Hobby Sport

2º. Pedro Felipe Tonello

Nintai

Meio-Leve - 60kg

Puravida/SC

Meio-Leve - 66kg



Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô, Marcelo Lopes e Everton Monteiro

Campeonato Paulista Estudantil Tem Presença Recorde Campeonato Paulista de Participantes Estudantil 2011 São Paulo (SP) – A Federação Paulista de Judô realizou o Campeonato Paulista Estudantil, no dia 20 de agosto, nas dependências do Ginásio Mauro Pinheiro, no Ibirapuera. A competição, que teve a direção da 1ª Delegacia Regional, classificou quatro atletas por categoria para a seletiva final que classificou os judocas que representaram São Paulo nos Jogos Estudantis Brasileiros – JEBs. Pela importância do certame no contexto desportivo e educacional, o evento contou com a presença de políticos e desportistas de destaque. Um fato que chamou a atenção de todos foi a presença recorde de atletas e instituições de ensino inscritos. Ao todo, inscreveram-se 713 atletas, vindos de 435 instituições de ensino de todo o Estado.

Delegacia da Capital Delegado Regional Wilson Della Santa

DADOS DA COMPETIÇÃO Data: 20 de Agosto de 2011 Local: Ginásio Mauro Pinheiro - Ibirapuera Cidade: São Paulo – SP Instituições de Ensino Participantes: 435 Atletas Participantes: 713 Atletas inscritos Árbitros Participantes: 46 Árbitros Total de Áreas: 9 Áreas

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Campeonato Paulista Estudantil 2011

3º Diego Henrique Ribeiro

E E Edera Irene P. de Ol Cardo

1º Leonardo Pavani

Colégio Monteiro Lobato

2º Leonardo Fabricio

E. E. Dep. Benedito Matarazzo

E E Edera Irene P. de Ol Cardo

3º Sergio Junior Santos

Emef Ruy Barbosa

2º Guilherme Augusto Brait

E E Pe. Mateus Nunes de Siqueira

3º Ramon Reis Santos

E. E. Newton Reis

Sub-15

Leve

Feminino

1º Jeferson Luiz dos Santos

Super-ligeiro 1º Larissa Cincinato Pimenta

E E Antonio Luiz Barreiros

3º Carlos Gabriel da Silva

E. E. Luiz Abel

Meio-pesado

2º Bruna da Silva

Emef Prof. Esmeralda S. P. Ramos

3º Caio Andreoli Fornari

Colégio Lumen

1º Luan Matheus Fernandes

E. E. Dr Jose Roberto Melchior

3º Larissa Vitoria M Ferreira

Colégio Alpha

Meio-médio

2º Ighor Martins da Silva

E E Prof. Jo aquim Adolfo Araujo

3º Maria Jasmim da Silva

E E Orestes Guimarães

1º Tacio Henrique

Instituto Dona Placidina

3º Joao Victor de Lima

E E Irma Maria G Cardoso Rebel

Ligeiro

2º Erick Gomes da Silva

E. E. Prof Paulo Rossi

3º Guilherme Gomes Doria

E E Dom Jose Gaspar

1º Letícia Ribeiro Bailon

Colégio Objetivo SJC

3º Igor Maximiano da Silva

E. E. Dr Syl vi o de Aguiar Maya

Pesado

2º Ryanne Couto de Lima

Colégio Anchieta

3º Pedro Paulo Arruda

Colégio Atibaia

1º Matheus Storti

Fund.Educ. Mirassolense-Fem

3º Gabrielle da Silva Anjos

E E Prof. Camilo Faustino

Medio

2º Pedro Claudio Toshiro

Emef Prof Elza Regina F Bevila

3º Francislaine da Silva Pires

E E Prof. Genoveva Pinheiro

Meio Leve 1º Jessica Couto Lima

Col. Adve ntist a de S. J. Campos

2º Stefany Oliveira Pereira

E. M. Jose Teixeira Rosas

3º Catarina Machado

St. Pauls Sch ool

3º Joice Cristina Rocha

E E Dr. Paulo Araujo Nova es

Leve 1º Gabriela Silva Martins

E E Dr. Deodato Wertheimer

2º Vitoria Ap. Hemmel

E E Padre Vitalino Bernini

3º Estefani Oliveira Santos

E. E. Afonso Moreno

3º Laura Takako Kohatsu

Col. Agostiniano Mendel

Meio-médio 1º Sabrina Tavares Rosseto

E E Enoch Garcia Leal

2º Gabriela Alves Altomare

Educ. Jesus Eucarístico

3º Nathalie Magalhães

Colégio Avicena

3º Yasmin S. Fernandes

Colégio Monteiro Lobato

Medio 1º Daise Maria Locatelli

E. E. Dep. Eduardo V. Nasse r

2º Agnes Fernandes

E. E. Dr Washington Luis

3º Caroline Ferraz da Silva

E. E. Eze quiel M. do Nasci mento

3º Giovanna Vitoria Fontes

SESI 2º96

Meio-pesado 1º Lais Helena Miranda

Ume Cidade de Santos

2º Lindisay Vitoria Oliveira

E E Prof. Jose Wadie Milad

3º Thalia Cristina Santos

E. E. Barão Homem de Mello

3º Talita Tamires Ramos

E. E. Humberto de Campos

Pesado 1º Ellen de Oliveira

E E Azarias Leite

2º Pamela Barbosa Palma

Colégio Jesus Maria Jose

3º Elisa Rocha Caminaga

SESI 2º96

3º Kamila Gomes Nogueira

E. E. Jo ão Ribeiro da Silve ira

Masculino Super-ligeiro 1º Leonardo de Oliveira

E E Vila Tupi

2º Mike Silva Pinheiro

Colégio Atibaia

3º Daniel Felipe Silva

E E Edera Irene P. De Ol Cardo

3º João Victor dos Santos

E E Edera Irene P. De Ol Cardo

Ligeiro 1º Douglas Ap Silva de Sena

E E Dalva Lelis Garcia Do Prad

2º Igor Mendes dos Santos

E E Edera Irene P. De Ol Cardo

3º Wesley H Alves

E M São Franci sco De Assi s

3º Michael V.Oliveira

E E Edera Irene P. De Ol Cardo

Meio-leve 1º Kainan Santos Pires

Colégio Adélia Camargo Correa

2º Bruno Cesar Watanabe

Colégio Objetivo de Atibaia

3º Gabriel Silva Santana

E E Aprigio de Oliveira


3º Raul de Almeida Batista 3º Vinicius Yuji Sacamoto

Colégio Pedroso Objetivo

3º Munique Rivas Hadzic

E E Dr. Abrahão Jacob Lafer

Mhr Soc.Educ.de Piedade Ltda

3º Jenifer Dara Crispim

E. E. Prof. Genoveva Pinheiro

Meio-pesado

Sub-18

1º Sabrina Rodrigues

E E Prof. Silvi a Jo rge Pollast r

2º Luana Gasparini

Colégio Mackenzie

E. E. Dr Rui Rodrigues Doria

3º Leticia Regina B. da Silva

E E Pastor Alberto Augusto

2º Maria Eduarda Pereira

Emef Carlos de Andrade Rizzine

3º Bianca Cristaldo Cha Cha

Colégio da Policia Militar

3º Thamires Lemos

Colégio Inovação

Pesado

3º Bruna Tomomi Chibana

Col. Agostiniano Mendel

1º Kimberly Rodrigues

E. E. Seminario

2º Paola Cristina C Sassa

E E Prof. Christino Cabral

Objetivo Praia Grande

3º Bruna F Marcondes

E. E. Prof. Andronico de Mello

E E Professor Estevam Ferri

3º Monica Fernandes

E. E. Dr Jose Roberto Melchior

3º Julia M Chibana

Exatus Colégio E Vestibulares

Masculino

3º Samantha Cristina Couto

E. E. Marcilio Dias

Super-ligeiro

Feminino Super-ligeiro 1º Franciele Ap. Furtado

Ligeiro 1º Jhennifer S Ferreira 2º Andrielle Ap Capellini

Meio-leve

1º Gabriel Moreira Alves

Colégio Amorim

1º Luana Barbosa Mendes

E E Osvaldo Aranha

2º Rodrigo Yuke Makiyama

Colégio Objetivo Pinheiros

E.E Fernao Dias Paes

3º Rodrigo Mendes Barros

E E Rev. Augusto P. de Avila

3º Victoria Sophia S Castilho

E E Osvaldo Aranha

3º Matheus de Souza

SESI 02º6

3º Jessica Ap. Rocha

E E Dr Paulo Araujo Nova es

2º Isabela Farah

1º Adriele Freitas de Sena 2º Nayara Jhessica Leandro 3º Nathalia Cassia Ferreira 3º Anne Karoline Alves

Ligeiro 1º Vitor Hugo Delgado

Colégio Haya

E E Zezinho Portugal

2º Vitor Oliveira Torrente

E E Osvaldo Aranha

E.E.Dr. Luiz Zuiani

3º Alef Ferreira Soares

Colégio Amorim

E E Osvaldo Aranha

3º Lucas Siqueira

E. E. Juvenal Machado de Araujo

Colégio Atibaia

Meio-leve

Leve

Meio-médio 1º Gabriela Souza Bitencourt

Objetivo do Litoral

2º Marina Gabrielle Gomes

E E Osvaldo Aranha

3º Amanda Caroline Valerio

E E Osvaldo Aranha

3º Alessa Leiliane Bueno

Colégio São Franci sco de Assi s

Medio 1º Karoline Gonzales

Objetivo do Litoral

2º Beatriz Nery Soranz

Colégio Atibaia

1º Nicolas Felipe dos Santos

E E Osvaldo Aranha

2º Rafael Batista da Silva

E E Miguel Jorge

3º Mateus de Oliveira

E E Vila Tupi

3º Hiago Del Rosso Pirolo

E E Suetonio Bittenco urt Jr

Leve 1º Ricardo Luis Silva

Objetivo do Litoral

2º Cesar Morais Ferreira

E. E. Francisco Aguiar Peçanha

3º Lucas Nascimento Bernardo

E E Osvaldo Aranha

3º Daniel Saldanha

E E Vila Tupi

Meio-médio 1º Caio Henrique Brigida

E. E. Major Ju ve nal Alvi m

2º Marcus Gavey da Silva

E E Osvaldo Aranha

3º Anderom Primo de Souza

Preve Ens.

3º Luiz Fernando Araujo

E. E. Francisco Damico

Médio 1º Ricardo Vinicius

Escola Batista de Itapevi

2º Gabriel Rusca de Oliveira

Colégio São Jo se

3º Gustavo dos Santos

E E Jardim Bopeva

3º Victor Luiz da S.Correia

E E Prof. Antonio N. Lopes

Meio-pesado 1º Gabriel Gouveia de Souza

Colégio COC

2º Paulo Roberto de Araujo

E E Osvaldo Aranha

3º Lawrence Lagos

Colégio Adventista de Cotia

3º Caio Ferreira Diniz

Colégio São Franci sco de Assi s

Pesado 1º Marco Antonio Jr

E E Zezinho Portugal

2º Lucas Rossi Santana

Colégio Abaco

3º Matheus Moraes

E. E. Wanda Bento Gonçalves

3º Luis Antonio Nunes

E. E. Dirce Leopoldina C V Boas

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Por Bruno Quiqueto Fotos Arquivo

Ex-judoca e Especialista em Leis de Incentivo

Dedica-se à Promoção do Esporte O advogado Tárcio Coutinho é um dos pioneiros na formulação e captação de recursos para projetos incentivados no Brasil. Apaixonado por esporte e ex-judoca, Coutinho sempre acreditou na prática esportiva como forma de inclusão social, manutenção da saúde e um caminho para aprendizado da disciplina. Durante anos, conviveu com campeões, como Rogério Sampaio, ouro olímpico de Barcelona, em 1992. Ao lado dessa fera e outros amigos, Coutinho chegou à faixa preta, e ainda frequenta os tatamis para manter-se em forma, com a convicção de que esporte transforma a vida das pessoas. “A proximidade e interação entre atletas, os desafios e a disciplina nos esportes individuais e coletivos ajudam na formação do caráter do indivíduo”, diz ele. Casado, pai de três filhos, o advogado procura estar sempre ligado às competições e acompanha de perto tudo que acontece no mundo esportivo, mas lamenta a falta de estrutura oferecida aos atletas no Brasil. “Nosso potencial é grande. Temos material humano. Um investimento correto e contínuo poderia gerar diversos campeões e jovens com bons valores.” Ele completa: “Meus filhos estão em contato com o esporte desde pequenos e sei o quanto isso é importante no processo educacional”, ressalta.

elaborou o projeto do Instituto Jade Barbosa: ‘Ginástica Artistica - Um Sonho Para Todos’, que pretende atender mais de 300 jovens da comunidade de Nilópolis, no Rio de Janeiro;

Com a formação em Direito e a oportunidade que surgiu há cinco anos, por meio a Lei 11.438, mais conhecida como Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, o advogado uniu a paixão com o trabalho e especializou-se em leis de incentivo, com o intuito de proporcionar aos atletas a chance de treinar e participar de competições em condição de igualdade. “Além da estrutura, poderemos promover e inserir o esporte para quem nunca teve oportunidade. Essa lei possibilita projetos de diferentes fins”, explica Coutinho.

Projeto de Aurélio Miguel inclui cinco núcleos na região Metropolitana de São Paulo e mais de 1000 crianças beneficiadas

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Tanto esforço e dedicação resultaram na criação, junto com sua esposa, Roberta Coutinho, da RT Projetos Incentivados, empresa especializada na elaboração e consultoria jurídica de projetos inseridos nas leis de incentivo.

Desenvolvimento de projetos Responsável por um extenso portfólio, a empresa atua hoje nos quatro cantos no Brasil e possui trabalhos desenvolvidos em inúmeras modalidades

Roberta e Tárcio Coutinho com Márcia Rosa, Prefeita de Cubatão, na inauguração do bojô, no projeto ‘Educando para a Vida’, idealizado pela Associação de Judô Rogério Sampaio.


esportivas, desde tamboréu a beach tênis, passando por esportes como futsal, futebol americano e judô, entre outros. Apresentando mais de 40 projetos elaborados e aprovados no Ministério do Esporte (ME), a empresa atende a atletas consagrados, como a ginasta Jade Barbosa. Diante a elaboração do projeto Ginástica Artística – Um Sonho para Todos, na quadra do Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis, no Rio de Janeiro, a ginasta pretende atender a mais de 300 crianças e seus familiares, não apenas na prática esportiva, mas também com palestras educativas e envolvimento da comunidade local. Já o campeão olímpico Sampaio desenvolveu, por meio da Associação de Judô Rogério Sampaio (AJRS), em parceria com a RT, dois grandes projetos que atendem mais de 1.000 jovens da Baixada Santista. Atualmente presente em três núcleos nas cidades de Santos, São Vicente e Cubatão, o Judô - Educando para a Vida faz parte dessa trajetória árdua de busca de incentivo para a evolução do desporto

nacional. O projeto conta com patrocinadores renomados, como Telefônica, Copebrás, Votorantim Cimentos, EcoRodovias e Usiminas, além do apoio do Santos Futebol Clube e da Galvão Engenharia, graças ao convênio com o governo federal, por intermédio do ME. “O objetivo é esse. Fazer as empresas acreditarem na capacidade operativa das entidades, passando a investir em projetos sérios e de resultados”, esclarece o advogado. O prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, enaltece a importância de empresas como a RT. “Esse é um exemplo de empresas que estão inseridas na pactuação de esforços para o crescimento da comunidade local e também para o futuro de toda a juventude do nosso País”, ressalta. Outro excelente fruto da amizade e parceria entre Coutinho e Sampaio chama-se Judô em Ação, capacitando judocas para competições internacionais e a conquista de títulos pelo mundo. Um dos destaques do projeto é a judoca Andressa Fernandes, atleta que poderá defender o País nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

O especialista não deixou de praticar o judô e hoje treina pelo menos dois dias por semana na Associação de Judô Rogério Sampaio, com destaques no judô nacional, como Andressa Fernandes

“Os atletas disputam Grand Slams e Copas do Mundo, já viajaram por vários países e possuem uma estrutura que se compara a qualquer centro de excelência no treinamento da modalidade”, diz Sampaio. E vai além: “Tudo isso se tornou possível graças ao esforço e à crença no trabalho e na parceria”. Aurélio Miguel também não ficou de fora. Por intermédio da RT, idealizou projeto inserido na LIE que comporta cinco núcleos espalhados estrategicamente pela capital paulista. Localizados em áreas carentes esses núcleos receberão mais de 700 jovens, proporcionando aulas e integração.

Leis estadual e municipal Avanços visíveis percebidos no desporto nacional por intermédio da LIE, como o vôlei e a natação, entre outras modalidades, despertaram outras esferas governamentais a criarem leis que proporcionassem o mesmo processo de incentivo, por meio do repasse fiscal. O governo do Estado de São Paulo, assim com a prefeitura de Santos, são exemplos dessa iniciativa. No caso de Santos, apenas em 2010, 12 projetos foram aprovados e puderam ser executados. E devido à experiência adquirida em âmbitos maiores, a RT também ingressou e se especializou nesse novo segmento da LIE. Recentemente, a seleção brasileira de tamboréu participou do mundial, na França, e o transporte, hospedagem e inscrições foram adquiridos por intermé-

Tárcio, Rogério Sampaio e João Paulo Tavares Papa: Tárcio Coutinho, Rogério Sampaio e João Paulo Tavares Papa, prefeito de Santos, durante inauguração do núcleo de Santos do projeto ‘Educando para a Vida’

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dio de um projeto incentivado, no município de Santos. “Este é um esporte que merece atenção. Genuíno de Santos, representou o País na Europa com muitas vitórias”, orgulha-se Coutinho.

Potencial de investimento Hoje, o governo federal tem capacidade para repassar cerca de R$ 450 milhões, entretanto, apenas R$ 150 milhões são investidos. “Infelizmente, muitos ainda desconhecem as leis de incentivo ao esporte. Além de incentivar a prática esportiva, as empresas também agregam sua marca em ações sociais”, diz o especialista. Com a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, muitas são as iniciativas do governo para implementar políticas voltadas ao estímulo da prática esportiva. “O Pais vive um marco econômico, com crescimento em todas as áreas. O momento é propício para o apoio a projetos. Daqui a pouco teremos uma Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016) aqui. As empresas, grandes ou pequenas, podem aproveitar isso para vincular sua marca a uma bela ação social”, considera Coutinho.

Tárcio com o Robson Caetano, diversidade desportiva prepara projeto de atletismo para associação de Robson Caetano

Repasse fiscal

ensino, ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento do desporto, atendendo a pelo menos uma das manifestações esportivas previstas no art. 4º do Decreto de Regulamentação (6.180/2007). No Estado de São Paulo, empresas podem destinar até 3% do ICMS a projetos previamente aprovados. O sistema é mais simples, pois após o cadastramento qualquer empresa que recolha o ICMS pode efetuar a destinação diretamente e online. Quanto ao município de Santos, os valores para alavancar o esporte são irrisórios, dependem de contrapartida da entidade e os critérios de análise ainda deixam a desejar pela inexperiência do setor específico. Mesmo assim, até 20% do IPTU ou ISS podem ser depositados em contas específicas de projetos aprovados.

A LIE permite que patrocínios e doações para a realização de projetos esportivos e paradesportivos sejam destinados por meio do IR, desde que declarado pelo lucro real por pessoas jurídicas, até o limite de 1%, e pessoas físicas até o limite de 6%, desde declarem pelo formulário completo. Entende-se por projeto esportivo o conjunto de ações organizadas e sistematizadas por entidades de natureza esportiva, destinado à implementação, à prática, ao

Outro evento importante a ser citado é o projeto ‘Atletas pela Cidadania’, com a presença do Ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Onde destacamos reivindicações para aumentar o número de pessoas que praticam atividades físicas, aumento de equipamentos esportivos em escolas públicas e agendamento de reunião com a Presidente Dilma. Além disso, o fortalecimento da lei de incentivo ao esporte e reconhecimento das entidades sem fins lucrativos que prestam relevantes serviços de inclusão social por meio do esporte.

Para maiores informações sobre a RT Projetos Incentivados basta acessar o site: www.rtprojetosincentivados.com.br

Coutinho em entrevista concedida à rádio e TV online da Jovem Pan, com Wanderley Nogueira.

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Ferinha dos Tatamis

Um Judoca de Ouro Pedro Henrique Pauliqui é a ferinha peso ligeiro do infantil, que destacamos nesta edição. Campeão Paulista e do Meeting Sul-brasileiro, o jovem atleta da Associação Colossus de São Paulo, tem como principais metas se desenvolver tecnicamente e conquistar títulos importantes nos tatamis Quem é a maior judoca do Brasil? O que o levou aos tatamis? Os treinos do meu irmão mais velho. Eu ia A Ketleyn Quadros. junto e via aquele monte de criança lutando e fui pegando gosto. Como foram as lutas do Meeting? Muito difíceis. Todos judocas eram muitos bons. Quando e com quem iniciou? No ano de 2008 com o sensei Rubens PeO que esta medalha representa para reira, na Associação Colossus. você? Muita alegria, felicidade e vontade de seCom quem treina atualmente? Com meu sensei Rubens, com quem guir adiante. aprendo cada dia mais um pouco. Qual é a sua meta nos tatamis? Lutar pela Seleção Brasileira. Você sempre foi federado? Desde o início sou federado Na FPJ, pela Associação Colossus de Judô, e treino no Quais foram suas conquistas mais expressivas em 2011? CDM Clipper, na Freguesia do Ó. O Campeonato Paulista e o Meeting Sul-brasileiro. O que mais lhe atrai no judô? Os golpes e as projeções sensacionais. Fora o judô você desenvolve outras O que o judô lhe deu de mais importante? atividades esportivas? Sim, eu treino vôlei e futsal. Força e disciplina, além da persistência. Quais são as pessoas que mais lhe ajuQuem é o maior judoca do Brasil? O Thiago Camilo. Acho que ele é muito daram até aqui? Meus pais e meu sensei. técnico e determinado.

Pedro Henrique com a professora Rubiani

RAIO X Nome: Pedro Henrique Pauliqui Data e local de nascimento: 31 de maio de 2001 em São Paulo - SP Escolaridade: Ensino Fundamental I - 5º Ano Tokui Waza: Ippon-seoi-nage Judogi preferido: Grand Prix - Shihan Peso: 30 quilos Altura: 1,37 m Categoria: Infantil - Ligeiro Sensei: Rubens Pereira Técnica: Rubiane Guarino Ídolo dos tatamis: Thiago Camilo Ídolos fora dos tatamis: Cláudia Natália Ferreira - a minha mãe Principais títulos: Campeão Paulista e do Meeting Sul-brasileiro

Sensei Rubens Pereira com Pedro Henrique

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Por Paulo Pinto Fotos Robert Strukelj - CAN

Minas Tênis e Pinheiros são Destaques no

Québec Open 2011 Montreal (CAN) – Judocas brasileiros destacaram-se no Québec Open 2011, em que as equipes do Minas Tênis Clube e Esporte Clube Pinheiros conquistaram o primeiro lugar na classificação geral do sub-17 e do sênior, respectivamente. Ao todo foram conquistadas 32 medalhas, sendo 13 de ouro, sete de prata e 12 de bronze. Para Sérgio Pessoa, sensei brasileiro radicado no Canadá e técnico da seleção principal daquele país, o desempenho do time brasileiro foi excelente. “O time do Brasil fez uma apresentação muito boa. Pela primeira vez tivemos clubes brasileiros no primeiro lugar na classificação geral, e só tenho de parabenizar o trabalho desenvolvido no Minas Tênis Clube e no Esporte Clube Pinheiros.” Sobre a melhor luta da competição, Pessoa foi enfático. “A final do 73 kg, entre Brasil e Canadá, foi a melhor luta do torneio. Tanto o Emmanuel Santos quanto o Miguel Ngombi lutaram muito. O judoca do Pinheiros venceu no golden score por ippon, com uma chave cruzada de braço. Foi um juji-gatame sensacional.” Para o renomado sensei paulista, o selecionado brasileiro fez uma apresentação

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memorável. “Acho importantíssimo destacar que recebi muitos elogios dos dirigentes do judô canadense sobre a atuação brasileira. Vincent Grifo, presidente da Federação Canadense, Daniel d’Angelis, presidente da Federação de Judô de Quebec, e Patrick Esparbés, diretor executivo do Judo Québec, enalteceram a participação do Brasil e estão otimistas sobre a possibilidade de intercâmbio entre Quebec e São Paulo, assim como do Canadá com o Brasil.” Sérgio Pessoa destacou que os dirigentes se impressionaram com a qualidade técnica do judô apresentado pelos clubes brasileiros. “Um ponto que chamou a atenção dos dirigentes foi a qualidade técnica das equipes do Pinheiros e do Minas Tênis, que terminarem em primeiro lugar no ranking geral de clubes, nas categorias sênior e sub-17”. O intercâmbio ocorrido em agosto abre novas perspectivas para o judô pan-americano. Jean Francois Marceaux, técnico da seleção de Quebéc, aproveitou a visita de Francisco de Carvalho, presidente paulista, para agradecer a acolhida que sua seleção teve em São Paulo em agosto, quando aqui realizou um intercâmbio técnico. O treinador canadense disse ainda que o nível das

competições realizadas na Hebraica e no Centro Olímpico foi altíssimo, assim como o treinamento realizado no Projeto Futuro e nos demais clubes do judô paulista. Ficou acertado que o Judo Québec e a Federação Canadense de Judô buscarão trabalhar ainda mais no sentido de aumentar a participação do Brasil nos eventos canadenses, visando a ampliar o intercâmbio existente entre os dois países.

Competição teve participação recorde de atletas Ao todo cinco países participaram desta edição do tradicional evento do judô canadense. Estados Unidos, Suécia, Japão, Brasil e Canadá inscreveram 850 judocas na competição. Pessoa mostrou-se surpreso com o número de atletas inscritos. “Esta foi a 35ª edição do Québec Open, e confesso que fiquei surpreso com o número de atletas inscritos. Só para termos uma ideia, na categoria -73 kg do sênior tivemos 55 atletas inscritos. Mas a grande surpresa foi o alto nível técnico de algumas categorias do sênior. Acredito que em 2012 teremos mais atletas ins-


critos, devido ao nível elevado da disputa nesta edição. Considero o Québec Open o torneio mais forte do Canadá e penso que o intercâmbio entre Brasil e Canadá vai aumentar. Os dirigentes do Judo Québec já avisaram que vão querer os brasileiros aqui, no próximo ano. Prometeram oferecer mais ajuda ainda, para viabilizar a vinda de mais uma grande equipe do Brasil, o que certamente aumentará o nível técnico da competição.”

Técnicos e dirigentes de destaque marcam presença no evento Uma das grandes mudanças desta edição do Québec Open foi a presença de grandes técnicos brasileiros. Entre eles destacamos Mauro Oliveira, técnico do Esporte Clube Pinheiros. Outra fera da área técnica presente ao evento foi Alfredo Dornelles, técnico do time minastenista. Não poderíamos deixar de citar Solange Pessoa, uma treinadora com um currículo invejável, que compareceu ao evento pela sexta edição consecutiva. Se nos bancos das equipes estavam grandes feras do judô verde-amarelo, nos bastidores não foi diferente. Personalidades da área política marcaram presença e mostraram todo o carisma que possuem no meio. Falamos de Carlos Henrique Martins Teixeira, diretor de judô do Minas Tênis Clube; Francisco de Carvalho Filho, presidente da Federação Paulista de Judô, e Vincent Grifo, presidente da Federação Canadense de Judô. Três dirigentes que exercem uma liderança fundamentada no carisma e no pluralismo de ideais.

Nos tatamis, muita garra e ippons Nas cinco áreas montadas no Centre Pierre Charbonneau a disputa por medalhas foi ferrenha, e mesmo com número de participantes inferior, os brasileiros fizeram valer toda a experiência que possuem e o nível técnico de São Paulo e Minas Gerais. A equipe da Belo Dente/Minas conquistou três primeiros lugares, quatro vice-campeonatos e dois terceiros lugares. As

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medalhas de ouro vieram com Mauro Marques Lopes (sub-15), Wander Cândido dos Santos e Paula Clark Soares Silveira (sub-17). As medalhas de prata foram conquistadas por Roan Borges de Thuin e Pedro Henrique Martins Teixeira (sub-15), além de Igor Borges deThuin (sub-17) e Melina de Sá Frizzera Scárdua (sub-20). A equipe do Minas ainda garantiu duas medalhas de bronze, com Daniel Farnezi Motta e com Laís Oliveira Lessa. Pelo Esporte Clube Pinheiros, o destaque ficou por conta dos campeões Emmanuel dos Santos, Vinicius Panini, Gabriel Gouveia de Souza, que conquistou dois ouros, e Ilden Alves Ribeiro. A única medalha de prata do time paulista veio com Luiz Lucanchuc. Já os bronzes ficaram com Fabiana Oliveira, Rubiana Lopes, Gabriel Moreti, Bruno da Rocha, Ricardo Serrão, Daniel Plácido e Lucca P. Dagnino. No máster, os destaques foram Janaína Silva, ouro no F1; Marcelo Fontes, ouro no M2; Ademar Baeta, ouro no M4; Jurandir Santos, ouro no M4; Alexander Guedes, ouro no M2; Alexandre Gaspar, prata no M2 e Reinaldo Tuha, bronze no M6.

Treinamento de campo Antes de regressar, a equipe verde-amarela participou do treinamento de campo realizado em Montreal, entre os dias 10 e 13 de outubro. O ministrante do treinamento foi o judoca canadense Nicolas Gill, medalhista olímpico em Barcelona 92 (bronze) e Sidney 2000 (prata), que também medalhou em três mundiais. Além deste grande judoca canadense, o treinamento de campo contou com a participação das seleções canadenses sênior e júnior.

Jurandir de Lira Matos da Silva, campeão do Médio -90 kg no Máster 3

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Devolta ao Brasil, Sergio Bruno Zech Coelho, presidente do Minas Tênis e o diretor de judô Carlos Henrique Martins Teixeira homenagearam os judocas que representaram o clube no Canadá



Por Paulo Pinto Fotos Arquivo

Um Amapá cada dia

Mais Forte No Brasil muitos estados têm crescido e marcado cada vez maior presença nos pódios. Porém o Estado que tem apresentado maior evolução no judô verde-amarelo é o Amapá, que paradoxalmente é o Estado mais distante do centro esportivo do país. Porém o judô amapaense possui um diferencial bastante significativo, se comparado à maioria dos estados brasileiros: seu dirigente. Lá não vemos apenas um dirigente ocupando o cargo para tirar proveito e usufruir das vantagens que lhe são oferecidas. Antonio Viana não está presidente para aproveitar das benesses que o cargo lhe proporciona. Diferente de muitos dirigentes que estão no cargo para se locupletar, Viana trabalha incansavelmente pela estruturação e o desenvolvimento técnico da modalidade. Um judoca que acima de tudo pensa e vislumbra o judô como fonte de desenvolvimento sócio-cultural, Viana foi o primeiro dirigente estadual a fazer uso da Lei de Incentivo ao Esporte - LIE, e com isso promoveu uma série de avanços no campo estrutural e técnico. A lei 11.438/06 foi regulamentada pelo Decreto 6.180/07 e os primeiros projetos iniciaram em 2008. Surpreendendo até os dirigentes do Sul, que absurdamente jamais fizeram uso deste importante mecanismo que desde o ano de 2007 é oportunizado a todos que militam no esporte, Viana não se acomodou e trava uma batalha incansável para incluir o judô, no seio da sociedade amapaense. Através de uma gestão democrática e transparente Viana conquista cada vez maior espaço, e medalhas para seu Estado, e prova disso foi o excelente resultado obtido no Campeonato Brasileiro Sub-17, onde os judocas Lilian Amaral e Julio Vilhena, foram vice-campeões. Em uma rápida entrevista Antonio Viana fala com otimismo e espera ainda este ano bater o recorde na conquista de

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medalhas para o Amapá. “Estamos em crescente evolução, e estamos chegando junto aos estados mais fortes. Este ano ainda haverá alguns eventos e mais medalhas serão conquistadas”. Para Viana hoje o Amapá faz parte do grupo de estados que fomentam verdadeiramente o crescimento da modalidade. “Buscamos cada dia dar mais suporte para nossos técnicos, atletas e clubes, pois sabemos que para estar no contexto nacional é preciso mostrar resultado e lutar literalmente, por vagas nas seleções de base. O Amapá hoje faz parte do grupo de estados que fazem o judô acontecer, no Brasil. Cada vez mais estamos deixando de ser coadjuvantes, e conquistando um maior número de medalhas e vagas”.

Entre as ações e ferramentas utilizadas para massificar o judô em seu Estado, a LIE ocupa uma posição de destaque. “Ainda este ano iniciaremos a execução do projeto Judô Para Todos – Descoberta de Talentos, que é apoiado pela Oi e Bradesco, através da Lei de Incentivo ao Esporte, onde teremos mais 15 locais de treinamento, que atenderá cerca de 750 atletas. Sem duvida este será um marco na história do judô amapaense, e um grande passo na massificação de nossa modalidade no Amapá”. Sobre o número cada vez maior de medalhas, o dirigente prefere dividir o bom desempenho com os professores do Estado. “As conquistas que estamos obtendo são resultado do esforço dos nossos professores, técnicos e clubes. Com


Duas jovens promessas

a participação e dedicação cada vez maior de nossos filiados iremos muito mais longe”. Viana finalizou falando sobre seu principal objetivo. “Estamos lutando para concretizar alguns projetos baseados na Lei de Incentivo ao Esporte, para buscar parcerias que nos facultem realizar o principal objetivo que é a construção de nossa sede e de um centro de treinamento”.

No campo esportivo dois destaques da nova geração de atletas amapaenses são os judocas Lilian Amaral dos Santos e Julio Vilhena, que em maio passado foram vice-campeões no Campeonato Brasileiro Sub 17, realizado em Recife (PE). Apesar de jovens já são velhos conhecidos no cenário nacional. Nascida em 12 de dezembro de 1996, em Santana (AP), Lilian Amaral dos Santos iniciou no judô aos 9 anos, com o sensei Ronildo dos Santos Nobre. Segundo a judoca santanense, seu judô é fundamentado nas técnicas de ashi. “Não tenho um golpe preferido. Uchi-mata ou Ouchi-gari, não importa, o que eu gosto mesmo é jogar com golpes de perna. Uso várias técnicas, mas uso mais golpes de ashi-waza”. Como era de se esperar seus ídolos nos tatamis são dois ícones atuais dos tatamis. “Acho que o Leandro Guilheiro e a Mayra Aguiar, são os maiores judocas do Brasil da atualidade, e estão entre os melhores do mundo”. Lilian destacou que foi a primeira judoca amapaense a conquistar um ouro em Brasileiros. “Fui a primeira atleta do Amapá a conquistar uma medalha de ouro em Campeonatos Brasileiros. Fui campeã brasileira Sub 13 em 2008, em Natal (RN). Antes havia sido bronze em João Pessoa (PB), e tetracampeã regional”. A judoca amapaense lembrou de tudo que foi preciso para chegar ao topo. “A conquista da prata no Sub 17 representa muita coisa. Lembro dos inúmeros treinos realizados com meu sensei, com o apoio dos meus colegas que me ajudam muito. Sem eles e sem o apoio de minha família e de

meus patrocinadores, eu jamais subiria nos pódios”, disse. A vice-campeã brasileira espera atingir muito mais com o judô. “Estou me recuperando de uma fratura na perna, e se Deus quiser vou ser campeã mundial. Treino todos os dias visando este objetivo. Vou cursar medicina e fazer massoterapia, e tenho que o judô me Dara tudo isso e muito mais ainda”, finalizou Lilian. Julio de Oliveira Vilhena nasceu em 30 de novembro de 1995, em Santana (AP), e começou a treinar aos 11 anos, também com o sensei Ronildo dos Santos Nobre. O jovem amapaense é adepto do te waza, e seu tokui waza é o Seoi-Nage. Descolado Julinho fala de seus ídolos. “Sempre fui fã do japonês Tadahiro Nomura, mas como ele pendurou o kimono, meu ídolo hoje é o brasileiro Leandro Guilheiro. Ele é o judoca mais bem preparado e forte da atualidade”. Para Vilhena a medalha de prata no brasileiro mostra que ele está no caminho certo. “A conquista desta medalha comprova toda a minha dedicação aos treinos, e mostra que tenho potencial. Esta foi minha primeira participação em Brasileiros e comecei com o pé direito. Foi a primeira de muitas que virão se Deus quiser. Otimista Julio afirma que vai treinar cada vez mais, para um dia representar o Brasil em 2016. “Minha principal meta hoje é treinar cada vez mais, e se Deus quiser representar o Brasil na Olimpíada de 2016. Vou treinar duro visando este objetivo”. Enfático, Julio Vilhena explica o porque de tanta determinação. “Eu quero ser exemplo para muitas pessoas. Serei um judoca que luta nos tatamis e na vida”.

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Kodanshas do Brasil

Por Kátia Aguiar

O Kodansha do Pará

Professor Antônio dos Santos Gomes, o Louro (66), um kodansha 6º dan, tem uma trajetória de vida que se confunde com a história do judô de seu Estado, o Pará. Curiosamente, Gomes iniciou sua carreira de atleta na luta livre americana. Atleta e pai de família exemplar, administrador e proprietário da Louro Car, ele também é um apaixonado por automóveis. É o campeão dos tatamis e da vida, que estando na presidência da Federação Paraense de Judô obteve conquistas inéditas para o esporte no Pará, como a realização de eventos nacionais e a aquisição da sede própria da FPAJU. Em entrevista para a Budô, Louro faz um balanço do judô atual e fala sobre sua trajetória nos tatamis. Dá lições de ética, gratidão e lealdade, não só na vida profissional, mas no dia a dia de homem público e judoca. Como vê o momento que o judô vive? Administrativamente, está muito bem. Nosso último ouro olímpico foi há quase 20 anos e, até Londres, o Brasil somará 12 anos sem disputar uma final olímpica. Como avalia este quadro? Lamentavelmente, a prática retrata esta realidade. Quais foram as maiores legendas do judô paraense? Maeda, Saito, Minoro, Alfredo, Braga, Charone, Fernando. Já como atleta foi Laurindo Neto.

Você acha que falta algo nos exames para faixa preta dos judocas que desejam ser professores? Acho, principalmente nos aspectos ético e comportamental. Em sua análise, o que é ser uma pessoa íntegra? É não querer para os outros o que não quer para si O que é ser kodansha? É ser ético, simples, humilde, fraterno, solidário e estar sempre pronto para ensinar a quem o procura. É manter uma conduta exemplar de retidão. É necessário que esteja sempre se esmerando, pois só com bons exemplos é possível ser verdadeiramente um kodansha.

Mas a família é meu alicerce. Sou prazerosamente casado há 40 anos, tenho três filhos fantásticos, cinco netos maravilhosos. O Pará Clube é um grande clube social de Belém, do qual fui oito anos diretor de esportes, vice-presidente e presidente por quatro mandatos. Por último, mas não menos importante, o judô que fundei nesse mesmo Pará Clube há 35 anos, a escolinha onde até hoje ministro aulas.

Todos os kodanshas que viveram a era Mamede de perto afirmam que Paulo Wanderley foi o judoca mais beneficiado pelo professor Mamede. Você reitera isso? A família, o judô e o Pará Clube são Certamente! Na época era considerado o suas grandes paixões. Explique como filho mais importante do professor. consegue dar manutenção a três amores simultaneamente? Sabemos que a CBJ não dá a menor Na verdade, são quatro grandes pai- ajuda ao professor Mamede que, laxões: faltaram os carros, setor em que mentavelmente, vive hoje uma situaatuo profissionalmente há 38 anos, ven- ção bastante delicada. Como avalia a dendo satisfação. Nesse segmento fun- postura do nosso presidente? dei em São Paulo o sindicato nacional e Se você quer conhecer o cidadão, dê-lhe em Belém, a associação local, a Assove- dinheiro; se quer conhecer melhor ainda, pa, e o sindicato estadual, o Sindivepa. lhe dê poder.

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Recentemente você enfrentou um grave problema de saúde. Como está hoje? Tive câncer de próstata, operei e depois fiz 35 sessões de radioterapia; sinto-me cada vez mais forte. Você se aproximou do movimento que pôs fim à era Mamede, mas sempre fiel ao professor Mamede. Ao que se deveu tanta fidelidade? Por conhecer as virtudes deles, mas também os defeitos, e sempre pesaram mais as virtudes. Por que, mesmo não apoiando o movimento, você era convidado a participar das reuniões? Pela amizade ao Simbaldo e ao Chico, que sabiam de meu posicionamento, mas respeitavam a minha postura. Nunca houve pressão ou perseguição. Você vê semelhança entre o modus operandi do professor Mamede e do Paulo Wanderley? Sim. Principalmente nos defeitos e nos aspectos negativos. Aliás, este é um grande exemplo em que a criatura supera o criador.


Como vê o continuísmo e a perpetuação no poder? Sou contra. Acho que o grande líder deve deixar a sua marca e realizações, mas também deve propiciar outras lideranças, para que possam fazer igual ou até melhor. Essa avaliação deve ser feita pelas pessoas envolvidas e também por uma autoavaliação Eduardo Pinho e Louro do que se realizou em relação ao que os outros fizeram. É um jogo importante e sau- japonesa de Almori, cidade onde nasceu o judoca Maeda, que está enterrado em Bedável, e quem ganha é a instituição. lém e fundou aqui a Conde Koma. Para este Mas você também se perpetuou no poder. evento veio também a seleção do Nordeste, e o Pará ficou em segundo lugar. Fizemos Por que hoje pensa de forma distinta? Eu não me perpetuei e nunca tive essa um brasileiro Norte e Nordeste 13/14, no intenção. Na época não havia candidatos qual o Pará foi campeão. Fizemos por três para me substituir, muito ao contrário, ha- anos o Norte e Nordeste Juvenil, e fomos via um movimento para que eu permane- campeões. Fizemos dois Norte e Nordeste cesse no cargo, até porque naquela épo- juniores, e também fomos campeões, e a ca era preciso meter a mão no bolso para mesma coisa se repetiu no sênior. manter a instituição viva. Qual foi a pessoa mais íntegra que coComo avalia o fato do Paulo Wanderley nheceu nos tatamis? ser presidente da CBJ, da Confederação Simbaldo Pessoa. Pan-Americana de Judô e vice-presidente da Federação Internacional de Judô? Qual foi o maior dirigente que conheEssa pergunta deveria ser feita a quem ceu no Brasil? instituiu essa política egoísta, centraliza- Professor Mamede que, mesmo sem nedora, mesquinha e perversa. O professor nhum patrocínio, conseguiu ajudar e fez Mamede presidia apenas a CBJ e propor- muito pelo Norte e Nordeste. Foi uma cionava aos seus pares os demais cargos. época bem diferente da que vivemos hoje, mas ele foi o grande responsável Como avalia a administração do Edu- pela estruturação do judô no Brasil. ardo Pinho? Muito boa. Conheço os pais do Eduardo Qual foi o maior árbitro que viu atuando? e esse aspecto familiar fica evidente em Do Brasil, destaco o Maranhão e o Dante. sua gestão. Insisto nessa relação trabalho x família, pois acredito que um lar bem O que precisa ser feito para melhorar estruturado se reflete também em nossa ainda mais o judô verde-amarelo? conduta profissional. Ser presidente de Trabalhar muito mais o judô do Norte e uma entidade sem recursos, ocupar um Nordeste. Nosso presidente só olha para cargo não remunerado, demanda abne- esta região quando pensa na política. gação e tempo. O Eduardo é um profissional bem-sucedido, e sabíamos que fa- Qual é a participação da dona Rosa em ria sua gestão fundamentada na paixão, e sua vida nos tatamis? Total. Desde quando fazia luta livre, e felizmente é isso que tem ocorrido. também no judô, ela sempre esteve preVocê vê crescimento e desenvolvimen- sente em todas as fases, todos os desafios, nas vitórias e nas derrotas. to na gestão atual do Pará? Sim, com certeza. Na minha época não tínhamos patrocínio ou apoio de ninguém. E fora dos tatamis? Hoje, mesmo que insuficiente, já existe al- Em tudo que faço e em todos os desafios guma coisa. O Pará cresce tecnicamente e que aceito em todas as fases da vida, a estruturalmente. Quando eu era presidente, cada pequena vitória, em cada sorriso, fizemos um brasileiro 11/12 anos que contou mas também em cada lágrima, ela está com a participação de 23 Estados. Hospe- e esteve ao meu lado. Companheira fiel, damos todo mundo, dando café, almoço e mãe exemplar, avó dedicada, humana, jantar, tudo por conta da FPAJU, mesmo não sensível e solidária. Uma grande mulher, tendo patrocínio. Fizemos um torneio em ho- companheira e profissional competente, menagem aos 100 anos de amizade comer- comandando ao meu lado os negócios. cial entre Brasil e Japão, trazendo a seleção Como ex-dirigente, se tivesse oportuLouro e sua esposa Rosa Gomes

Os professores Walter Amaral, Antonio Gomes, Clidenor Oliveira e Laurindo Neto

nidade, o que diria ao professor Paulo Wanderley? Lembraria que, antes de ocupar o cargo, nas reuniões, ele era veemente contra o procedimento do professor Mamede. Esperávamos que, ao assumir, fosse fazer diferente. Por que agora repete as mesmas políticas, faz igual e até pior que seu antecessor? Você é um homem realizado? Plenamente, embora eu creia que, enquanto formos vivos, podemos fazer sempre melhor. O judô tem algo a ver com a sua realização pessoal? Muito, principalmente no aspecto filosófico e disciplinar. Qual é o principal papel do judô na sociedade atual? O judô deveria fazer parte da grade do ensino fundamental para propiciar uma vida mais equilibrada e saudável para nossa juventude. Qual foi a coisa mais preciosa que o judô lhe proporcionou? Ter visitado o Japão por quatro vezes e conhecer um povo trabalhador, simples, cumpridor, que respeita o próximo e, principalmente, os mais velhos. É exemplo para o mundo. Qual foi o maior ensinamento que aprendeu com o sensei Kano? Toda a mensagem filosófica e disciplinar de sua obra.

137


Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô

Brasil Domina Quase Todas as Categorias do

Sul-Americano de Veteranos Montevidéu (URY) – Realizado entre os dias 28 e 31 de julho, na capital uruguaia, o III Campeonato Sul-Americano de Veteranos mobilizou mais de 200 atletas do Brasil, Argentina, Equador e Uruguai. No dia 29 realizou-se o campeonato aberto de kata, nas dependências do Club Hebraica Macabi. Nos dias 30 e 31, o ginásio de esportes do Club Neptuno abrigou as disputas do shiai individual, absoluto e por equipes. A Federação Uruguaia de Judô não mediu esforços para realizar uma competição com excelente nível e aumentou a esperança daqueles que amam o judô máster, no sentido de vermos um dia esta categoria recebendo da FIJ e da CBJ a mesma atenção, cuidado e respeito que gozam as demais categorias. Nas duas áreas montadas no Club Neptuno vimos muita gente forte mostrando um judô de altíssimo nível. Além do show de técnica e determinação dos veteranos, presenciamos todo o glamour e o fair-play, que só a categoria máster possui. Além das feras dos veteranos, dirigentes e judocas de destaque marcaram presença na competição, entre os quais destacamos os árbitros Vicente Nogueroles, Marcelo Ehrlich, Rioti Uchida, Luís Gallo, Luís Alberto dos Santos e Blanca Noemi Sanchez. Entre os dirigentes presentes destacamos o anfitrião Ignacio Aloise, presidente da Federação Uruguaia de Judô, Carlos Eurico Pereira, presidente da Federação Gaúcha de Judô, Antônio Jovenildo Viana, presidente da Federação de Judô do Amapá e Francisco de Carvalho Filho, presidente da Federação Paulista de Judô.

138


Show de técnica nos katas No primeiro dia da competição ocorreram as disputas de kata individual e misto, de nage no kata, katame no kata, kodokan goshin jitsu, kime no kata e ju no kata. Como era esperado os destaques nestas disputas foram Aline Akemi, Juliana Tiaki, Eliane Pintanel, Roger e Wagner Uchida, Rodrigo Motta, Leonardo Yamada e Paulo Roberto Ferreira.

Shiai mostra as feras da categoria No shiai o sul-americano contou com grandes nomes da categoria, e nos tatamis do Club Neptuno vimos excelentes combates. Os destaques desta categoria foram os seguintes judocas: Cristian Cesário, Antônio Jovenildo Viana, Alexandre Santos (o Jacaré), Rodrigo Motta, Acácio Lorenção, Carlos Gaitan, Hamilton Correia, Maurício Cataneo, Anderson Santos, Nelson Onmura e Artêmio Caetano. As feras do feminino que estiveram em Montevidéu foram Andréia Ambrósio, Vanessa Billard, Iraci Grube, Ilka Gonçalves e Fátima Camargo. Dos mais de 200 judocas participantes, aproximadamente 80% eram do Brasil. Uruguai, Argentina e Equador enviaram aproximadamente 40 atletas para a disputa continental. Quando será que a recém-fundada Confederação Pan-Americana de Judô vai mostrar ao que veio? Desmontaram a en-

tidade que há quase sessenta anos dirigia com muito mais habilidade o judô sul-americano para jogar a modalidade nesse ostracismo quase total? Foi para isso que deram este golpe no judô das três Américas? É com esta administração esdrúxula e irresponsável que os dirigentes da CPJ pretendem impulsionar o máster em nosso continente? Até onde vão a vaidade, a ambição e a falta de comprometimento dos dirigentes que se apossaram da modalidade no Brasil e nas Américas? Felizmente, enquanto fora dos tatamis os dirigentes ficam fazendo o jogo da política sórdida e irresponsável, dentro deles nossos judocas treinam forte, preparam-se para as disputas, assumem o custo elevado das despesas com viagem, hospedagem e da inscrição nas competições, para colocar o Brasil no lugar mais alto do pódio. Felizmente, a paixão pela disputa e pela conquista motiva um número cada vez maior de judocas veteranos, que, a despeito da leviandade dos dirigentes e de todos aqueles que os apoiam, marcam cada vez maior presença nos tatamis, buscando medalhas e títulos dentro e fora do nosso continente.

139


RESULTADOS KATA Nage no Kata Masculino

Roger Uchida 2 BRA

Marcus Michelini

Ju no Kata Feminino

2 BRA

Wagner Uchida

Rodrigo Motta

Diogo Colela

Paulo Ferreira

Fabiano Barros

Leonardo Yamada

1 BRA

Aline Akemi 1 BRA

3 BRA Paulo Ferreira

Juliana Maesta

3 BRA Anderson Neves

Ju no Kata Misto

Caio Kanayama

2 BRA Anderson Silva

Katame no Kata Femenino

Roger Uchida

Kime no Kata Feminino 1 BRA

Leandro Bello 3 BRA

Juliana Tiaki O. Maesta 1 BRA

Eloy Pereira

Juliana Maesta

Juliana Maesta 1 BRA

Aline Akemi l. Sukino

Rodrigo Motta

Aline Akemi 2 BRA

Edson Dummer

Katame no Kata Misto

Leandro Couto

Aline Akemi

Aline Akemi

Kime no Kata Misto

4 BRA 1 BRA Nage no Kata Misto

Aline Akemi

Faixa Marrom

Eliane Pintanel 2 BRA

Rodrigo Motta

Roberson Passos

Kodokan Goshin Jitsu Masculino

2 BRA

Nage no Kata Masculino Elvis Nobuyoshi

Juliana Maesta 1 BRA

3 BRA Paulo Ferreira

Roberson Passos

Aline Akemi

Juliana Maesta 2 BRA

Roberson Passos

3 BRA

1 BRA Roger Uchida

Eliane Pintanel 1 BRA

Eliane Prondzynski

Wagner Uchida

Hugo Pelayo

Gabriel Nunes

Paulo Ferreira

1 ARG Rodrigo Motta

Ramiro Rodriguez

Juliana Maesta

Marcus Michelini

Ju no Kata Masculino

3 BRA

2 BRA 2 BRA Valeria Rojo

1 BRA Diogo Colela

Paulo Ferreira

4 URU Lucas Candan

Wagner Uchida 3 BRA

Nage no Kata Femenino Aline Akemi

2 BRA Rodrigo Motta

Cassio Serafim

Katame no Kata Masculino Elvis Nobuyoshi 1 BRA Gabriel Nunes

Alexandre Roma

Kodokan Goshin Jitsu Misto

Roger Uchida

Ju no Kata Masculino

3 BRA

1 BRA Juliana Maesta

Rodrigo Motta

Wagner Uchida Paulo Ferreira

1 BRA Leandro Yamada

Aline Akemi 4 BRA

Caio Kanayama

Kime no Kata Masculino

1 BRA

Elvis Nobuyoshi

Rodrigo Motta

1 BRA

Katame no Kata Masculino

Luis Torres

Wagner Uchida 5 ARG

1 BRA Paulo Ferreira

140

Cassio Serafim Alexandre Roma

Wagner Uchida

Luis Lopez

Gabriel Nunes


141


RESULTADOS SHIAI COMPETIDORES M2

COMPETIDORES M1

COMPETIDORES M4

COMPETIDORES M3

Cezario Cristian

BRA

60

Almeida Neto Cario Souto

BRA

60

Picate Gustavo Daniel

ARG

66

Trione Juan Carlos

ARG

60

Dias Ribeiro Ronaldo

BRA

60

De Oliveira Marco Antonio

BRA

60

Paulo Sergio De Oliveira

BRA

66

Azuma Lauro

BRA

60

Kanayama Caio

BRA

60

Maemori Hernan Dario

ARG

66

Ribeiro Dantas Efraim

BRA

66

Lavalle Fabian Humberto

ARG

60

60

Aderaldo Guerra Frederico

BRA

66

Cannizzo Sergio Alejandro

ARG

66

Granado Magdiel Anselmo

BRA

60

Fernandez Juan Castiglione S. M. Khalil Gibran

BRA

66

Nunes Couto Leandro

BRA

66

Guimaraes Motta

BRA

73

Rodriguez Luis Alberto

ARG

66

Barbosa Soares Joao Paulo

BRA

66

Ribeiro do Nascimento Daniel

BRA

66

Gomes Marcus Vinicius

BRA

73

Kuno Clovis Koji

BRA

66

BRA

73

De Almeida Marcelo Manoel

BRA

73

Cervantes Da Silva Nerival

BRA

73

Zanchin Wuelani Rivalner

BRA

66

Oliveira Da Rocha Cesar

Ferraz Ferri Mauricio

BRA

73

Conceicao Moraes Marcio

BRA

73

Schneider Willy

BRA

73

Da Silva Antonio Jovenildo

BRA

81

Heredia Christan Ceferino

ARG

81

Pinheiro Flavio

BRA

73

Berdullas Cesar Emilio

ARG

73

Azevedo Sanjiorato Danilo

BRA

73

Mato Pablo

URU

73

Filgeiras Gomes Paulo Sergio

BRA

81

Duro Cristian

ARG

73

Perichon Rafael

ARG

81

Alvarez Ariel Norberto

ARG

81

BRA

81

Vianna Jose

URU

81

Cassio dos Santos Anderson

Viana De Sousa Reinaldo

BRA

81

Da Silva Elias Felix

BRA

81

BRA

81

Maciel Cristiano

BRA

81

Dos Santos Luis Antonio

Telles De Menezes Daniel

BRA

81

Alexandre Aparecido Dos Santos

BRA

90

Gonzalez Diego

URU

90

Wilhelm Gustavo Daniel

ARG

90

90

Isopo Ricardo

BRA

90

Da Cunha Sebastiao Alexandre Da Silva Acacio Rodrigo

BRA BRA

90

Afonso Paulo

BRA

90

ARG

100

Do Spirito Santo S. Fernando

BRA

90

Morales Emiliano Adrian

Terra Javier

URU

100

Grande Dias Bello Leandro

BRA

100

Mendes Anderson Anterio

BRA

100

Applan Mario

URU

100

Sousa Dos Santos Luiz Cesar

BRA

100

Ribeiro Cotinho Julio Cesar

BRA

100

Said Da Costa Leandro

BRA

M100

Aguiar Simoes Ricardo

BRA

M100

Da Costa Gome Albertonio

BRA

M100

Pereira Costa Eloy

BRA

M100

Semprebom Augusto

BRA

M100

Leal Mota Eduardo Baradel

BRA

M100

Mendes Anderson Anterio

BRA

LIB

Alexandre Aparecido Dos Santos

BRA

LIB

BRA

LIB

Said Da Costa Leandro

BRA

LIB

Cassio dos Santos Anderson

Barbosa Lins Fabio

BRA

LIB

Oliveira Da Rocha Julio Cesar

BRA

LIB

Sousa Dos Santos Luiz Cesar

BRA

LIB

Afonso Paulo

BRA

LIB

142

De Azeredo Sousa Andre Luiz

BRA

90

Suarez Sieira Luis Mariano

URU

73

Duarte Sergio Javier Lorenzo

ARG

81

Mansur Rene Gustavo

ARG

81

Perez Jorge Esteban

ARG

81

Arias Ruben Enrique

ARG

81

Biondo Domingo Osvaldo

ARG

90

Gomez Walter

ARG

90

Dummer Edson

BRA

90

Ediwaldo Antonio Fazzolari

BRA

90

BRA

100

Cataneo Mauricio

BRA

90

Alba Sergio Adrian

ARG

90

Pokorski Vargas Jose

BRA

90

Bacellar Fernando Luiz

BRA

100

Pereira Lima Junior Espedito

BRA

M100

Neves Pinto Junior Aldair

BRA

M100

Lorensao Junior Acacio Valdemar

Junior Luiz Antonio

BRA

M100

Sais Hector Alejandro

ARG

100

Costa Guimaraes Reyner

BRA

M100

Lannutti Fabian Luis

ARG

M 100

Neves Pinto Junior Aldair

BRA

1

Lannutti Fabian Luis

ARG

LIB

Pereira Lima Junior Espedito

BRA

2

Lorensao Acacio Valdemar

BRA

LIB

Da Silva Antonio Jovenildo

BRA

3

Gomez Walter

ARG

LIB

De Azeredo Sousa Andre Luiz

BRA

3

Sais Hector Alejandro

ARG

LIB


RESULTADOS SHIAI COMPETIDORES M5

COMPETIDORES M5

COMPETIDORES F1

Dos Santos Junior

BRA

60

Honda Sergio

BRA

60

Micieli Garbelim Patricia

BRA

Kawakami Julio

BRA

66

Da Silva Neto Porto Joaquim

BRA

66

C.F.Labres Ivani

BRA

48 52

Hirotoshi Onmura Nelson

BRA

73

Gaitan Carlos Hugo

BRA

81

Billard Vanessa Cristina

BRA

63

Fernandes Pedro Luiz

BRA

73

Borges Barboza Braulio

BRA

90

Miorelli Frances Regina

BRA

63

Solari Noble Miguel Angel

URU

73

Aichholzer Peter

ECU

90

Billard Vanessa Cristina

BRA

LIB

Maggi Henry Luciano

BRA

73

Baptista De Arruda Jairo

BRA

90

C.F.Labres Ivani

BRA

LIB

Montrasi Mario Daniel

ARG

81

Robles Santalla Luiz

BRA

100

COMPETIDORES F2 Brito Karina

BRA

57

Caetano Filho Artemio

BRA

81

Couzo P. Romualdo Javier

ARG

100

Medina Guillermo Carlos

ARG

81

Fragosa Da Silva Kleber

BRA

M100

Lucimar Rocha Rocha

BRA

81

Borges Barboza Braulio

BRA

LIB

Ambrosio Andreia

BRA

Torres Luis Alberto

ARG

90

Baptista De Arruda Jairo

BRA

LIB

Da Silva Pacheco Dulcineia

BRA

78

Fracchia Eduardo

ARG

90

Gaitan Carlos Hugo

BRA

LIB

Cozendey Da Silva Rogeria

BRA

M78

Robles Santalla Luiz

BRA

LIB

Ambrosio Andreia

BRA

LIB

Cozendey Da Silva Rogeria

BRA

LIB

Seiko Tuha Reinaldo

BRA

90

Firmino Erasmo Luiz

BRA

100

COMPETIDORES M7

COMPETIDORES F3 70

De Sรก Carvalho Helenio Jose

BRA

100

Palacio Miguel

URU

60

Ribeiro Da Cruz Pedro

BRA

M100

De Moraes Correia Hanilton

BRA

73

Sotello Koetz Sandra Denise

BRA

57

Leindorf Bartz Paulo AIrton

BRA

M100

Antunes De Souza Jose

BRA

73

Correa da Gama Maria de Jesus

BRA

70

Fracchia Eduardo

ARG

LIB

Shiroma Morihiro

BRA

73

Jefremovas Maria

BRA

70

Ribeiro Da Cruz Pedro

BRA

LIB

Osorio Marques Ribeiro Joao

BRA

90

Soares Mariade Lurdes

BRA

78

Fernandes Pedro Luiz

BRA

LIB

Da Silva Grube Iraci Maria

BRA

M78

Lucimar Rocha Rocha

BRA

LIB

COMPETIDORES M8, M9,M10

COMPETIDORES F4

Tedesco Irahy

BRA

81

COMPETIDORES F5

Da Silva Mario Francisco

BRA

81

Belboni de Camargo Fatima

BRA

70

Marques Bonfim Geracino

BRA

81

Belboni de Camargo Fatima

BRA

LIB

Da Silva Mario Francisco

BRA

81

Soares Mariade Lurdes

BRA

LIB

Da Silva Mario Francisco

BRA

LIB

Tedesco Irahy

BRA

LIB

Da Conceicao Goncalves Ilka

BRA

63

Marques Bonfim Geracino

BRA

LIB

Da Silva Mario Francisco

BRA

81

Marques Bonfim Geracino

BRA

81

Da Silva Mario Francisco

BRA

81

Da Silva Mario Francisco

BRA

LIB

Tedesco Irahy

BRA

LIB

Marques Bonfim Geracino

BRA

LIB

COMPETIDORES F7

143


144


RESULTADOS POR EQUIPES EQUIPOS MAS M5

EQUIPOS M1 y M2

Hirotoshi Onmura Nelson (73 KG)

BRA

73

Cezario Cristian (60 KG)

BRA

66

Caetano Filho Artemio (81 KG)

BRA

90

Oliveira Da Rocha Cesar (73 KG)

BRA

73

Robles Santalla Luiz (100 KG)

BRA

Libre

Firmino Erasmo Luiz (100 KG)

BRA

Reserva

De Moraes Correia Hanilton (73 KG)

BRA

Da Silva Mario Francisco (81KG)

BRA

BRASIL 3 Cassio dos Santos Anderson (81 KG)

BRA

81

Alexandre Dos Santos (90 KG)

BRA

90

73

Da Costa Albertonio (M100 KG)

BRA

Libre

90

Pinheiro Flavio (73 KG)

BRA

Reserva

Dos Santos Luis Antonio (81 KG)

BRA

Reserva

Aderaldo Guerra Frederico(66 KG)

BRA

66

BRASIL 9

BRASIL 2 Borges Barboza Braulio (90 KG)

BRA

Libre

Tedesco Irahy (81 KG)

BRA

Reserva

Fernandes Pedro Luiz (73 KG)

BRA

73

Castiglione Khalil Gibran (66 KG)

BRA

73

Lucimar Rocha Rocha (81 KG)

BRA

90

Macedo De Brito Cristiano (81 KG)

BRA

81

Ribeiro Da Cruz Pedro (M100)

BRA

Libre

Barbosa Lins Fabio (90 KG)

BRA

90

Kawakami Julio (66 KG)

BRA

Reserva

Mendes Pinheiro Anderson (100 KG)

BRA

Libre

Honda Sergio (60 KG)

BRA

73

Sousa Dos Santos Luiz Cesar (100 KG)

BRA

Reserva

Baptista De Arruda Jairo (90 KG)

BRA

90

Zanchin Wuelani Rivalner (66 KG)

BRA

66

Fragosa Da Silva Kleber (M100 KG)

BRA

Libre

Azevedo Sanjiorato Danilo (73 KG)

BRA

73

Gaitan Carlos Hugo (81 KG)

BRA

Reserva

Telles De Menezes Daniel (81 KG)

BRA

81

De Almeida Fraga Leonardo (90 KG)

BRA

90

BRASIL 4

BRASIL8

BRASIL 1

BRASIL 7 EQUIPOS M3 y M4 Kuno Clovis Koji (66 KG)

BRA

66

Aguiar Simoes Ricardo (M100 KG)

BRA

Libre

Guimaraes Motta

BRA

73

Semprebom Augusto (M100 KG)

BRA

Reserva

Da Silva Viana Antonio (81 KG)

BRA

81

Fernandez Juan (60 KG)

URU

66

Cataneo Mauricio (90 KG)

BRA

90

Sar Sergio (73 KG)

URU

73

Lorensao Junior Acacio (100 KG)

BRA

Libre

Vianna Jose (81 KG)

URU

81

De Almeida Marcelo Manoel (73 KG)

BRA

Reserva

Gonzalez Diego (90 KG)

URU

90

Rodriguez Luis Alberto (66 KG)

ARG

66

Applan Mario (100 KG)

URU

Libre

Terra Javier (100 KG)

URU

Reserva

BRASIL 6

URUGUAY

ARGENTINA

BRASIL 5

Arias Ruben Enrique (73 KG

ARG

73

Perichon Rafael (81 KG)

ARG

81

Alba Sergio Adrian (90 KG)

ARG

90

Benitez Pedro Ariel (90 KG)

ARG

Libre

Ribeiro Dantas Efraim (66 KG)

BRA

66

Gomes Marcus Vinicius (73 KG)

BRA

73

Ferraz Ferri Mauricio (73 KG)

BRA

81

De Azeredo Sousa Andre Luiz (90 KG)

BRA

90

Neves Pinto Junior Aldair (M100 KG)

BRA

Libre

145


Tribo Judô Princesinhas do judô paranaense No Paraná está a segunda maior colônia japonesa do Brasil, e é depois de São Paulo, o Estado onde vemos mais descendentes de japoneses sobre os tatamis. Apesar do crescimento e da força do judô paranaense atual, parece que a cada ano vemos menos nisseis no judô paranaense, mas a chama permanece acesa graças às famílias que mantém a tradição no ensino da prática do judô. Um grande exemplo disso e á família Nagahama, do proeminente kodansha Roberto Nagahama 6º Dan, de Maringá, que há 34 anos transmite os ensinamentos do sensei Jigoro Kano. A Associação Maringaense de Cultura e Física - AMCF é um dos maiores centros de judô no Paraná, onde hoje o professor Lucio Nagahama, mantém a tradição familiar de ensinar judô. Abaixo vemos o sensei Lucio com um grupo de alunas composto por Letícia Naka, Victoria Serpeloni, Sophia Tronquini, Laura Valotta, Julia Kwabara, Heloisa Silva, Amanda e Julia Carvalho.

Denison Soldani Santos continua colecionando títulos O atleta, professor e árbitro de judô faixa preta 4º Dan, Denison Soldani Santos é penta campeão mundial máster, e recentemente conquistou o campeonato pan-americano máster realizado em Porto Alegre. Desde jovem o judoca santista coleciona títulos nos tatamis, entre os quais destacamos: octacampeão paulista, heptacampeão brasileiro, representou o Brasil no grande slam Jigoro Kano (1994), Copa Kodokan (1995), atuou no primeiro confronto Brasil x Japão(1995) e foi campeão antiga Copa do Mundo. Lutou, treinou e conviveu com muitos atletas olímpicos entre estes: Henrique Guimarães, Leandro Guilheiro, Tiago Camilo, Carlos Honorato, Rogério Sampaio, Flavio Canto, Shiaki Ishii, Luis Omura e Valter Carmona. Após longo período na seleção brasileira principal, hoje Denilson defende o Brasil na categoria máster, onde recentemente conquistou o ouro no pan-americano máster. Hoje Soldani vive integralmente para o judô, de onde tira seu sustento atuando nas mais diversas esferas, seja arbitrando, competindo, dando aluas, organizando eventos ou fazendo consultoria. Nesta temporada o experiente sensei conquistou os seguintes títulos: vice-campeonato mundial máster, Frankfurt/ Alemanha; campeão

Que bonito é! Fátima Belboni de Camargo uma das maiores recordistas de medalhas em competições nacionais e internacionais do Brasil, ainda encontra tempo para passar os ensinamentos do Mestre Jigoro Kano. Apesar de sua exaustiva rotina de treinamento, a campeã Mundial, Pan-americana, Sul-americana e Brasileira de 2011, do F5 -70 kg, faz questão de passar seus conhecimentos aos pequenos judocas. Fica o exemplo de humildade dado pela sensei paulistana, a todos que estão dando os primeiros passos nos tatamis.

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Pan-americano, Porto Alegre; campeão da segunda etapa do campeonato Italiano, Terni; Campeão da seletiva santista para os Jogos Regionais e Abertos.

Mayons Miully conquista a primeira medalha do Tocantins Mayons Miully, o judoca tocantinense da categoria sub-15, conquistou a primeira medalha brasileira para o judô tocantinense. O feito inédito aconteceu no campeonato brasileiro realizado em Aracaju, entre os dias 5 e 7 de agosto, e esta conquista emocionou os judocas que recentemente plantaram a sementinha do judô no Estado mais novo do Brasil. Mayons já havia Mayons e seu sensei Celso Galdino disputado o bronze ano anterior na mesma categoria, e esse ano após ter ido treinar em Bastos e Cubatão, com os senseis Umakakeba e Paulo Duarte, conquistou seu primeiro bronze, que ficará marcado como a primeira medalha brasileira da história do judô tocantinense. Para o herói do judô tocantinense, esta medalha o motiva a treinar ainda mais e permitiu sonhar com a conquista do título brasileiro. “Após conquistar esta medalha, o sonho de um dia ser campeão brasileiro e futuramente me tornar um atleta da seleção brasileira, aumentou ainda mais. Pretendo fazer novos treinos em outros estados, com o objetivo de melhorar meu judô, pois estarei subindo de categoria”, disse.




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