Coreia do Norte 0 X 3 Costa do Marfim
Os marfinenses chegaram ao Mundial como uma das melhores seleções africanas, mas caíram num grupo difícil com Portugal e Brasil. Com dois resultados negativos nas rodadas iniciais, a Costa do Marfim chegou à última rodada precisando de um milagre para obter a classificação. Como isso não aconteceu, os marfinenses fizeram sua parte, venceram a Coreia do Norte por 3 a 0 com ampla superioridade e pelo menos se despediram da Copa do Mundo de cabeça erguida.
A qualidade dos africanos era tão evidente que com menos de um minuto de jogo já surgiu a primeira chance. Keita recebeu a bola, invadiu a área e, sozinho, chutou em cima do goleiro Ri Myong Guk. Outras oportunidades foram criadas e, aos 10, Gervinho avançou pela esquerda e bateu cruzado. A bola caprichosamente rolou pela linha e saiu. Com 13 minutos, enfim, saiu o gol. Boka cruzou rasteiro, Touré dominou e bateu colocado para abrir o placar. Três minutos depois, os marfineses quase ampliaram em chute de longe de Romaric, que triscou na trave norte-coreana.
Porém, o segundo gol saiu aos 19 minutos. Em bola cruzada na área, Drogba dominou bem, girou e fuzilou, mandando a bola no travessão. No rebote, Romaric subiu mais que a zaga adversária e, de cabeça, ampliou o placar. Aos 30 os marfinenses desperdiçaram a chance do terceiro com uma conclusão errada de Keita. O mesmo fez Gervinho um pouco depois, perdendo um gol feito.
A segunda etapa começou como terminou a primeira, num jogo entre ataque e defesa. Aos 22 minutos, Romaric chutou forte de fora da área e obrigou o goleiro norte-coreano a fazer boa defesa. Somente aos 35 a Coreia do Norte conseguiu levar perigo pela primeira vez. Jong Tae-Se, o ‘Rooney Asiático’, recebeu a bola em posição duvidosa, invadiu a área, dividiu com o goleiro Barry e, no rebote, chutou em cima do zagueiro. No minuto seguinte, Boka levantou a bola na área e, de primeira, Kalou marcou o terceiro e deu números finais ao confronto.
Portugal 0 X 0 Brasil
O objetivo da Seleção Brasileira foi atingido. Num grupo difícil, a ideia era terminar na primeira posição e conseguir ficar do lado mais ‘fácil’ da chave nas oitavas de final, evitando fortes equipes como Argentina, Alemanha ou Inglaterra e a própria Seleção Portuguesa. Em um jogo feio, com alto congestionamento no meio de campo e muitas faltas dos dois lados, brasileiros e portugueses empataram em 0 a 0 e ambos conseguiram a classificação para a próxima fase.
Com a escalação de Nilmar no lugar de Robinho, Dunga supreendeu, mas manteve o mesmo esquema de jogo. Daniel Alves substituiu o lesionado Elano e Julio Baptista ficou com a vaga do suspenso Kaká. No início da partida, o Brasil dominava o meio, mas não levava perigo ao gol de Eduardo. Com o nervosismo das equipes, o árbitro começou a distribuir cartões amarelos. Antes dos 25 minutos, três jogadores já haviam sido punidos (Luís Fabiano e Juan para o Brasil e Duda para Portugal).
A grande chance da primeira etapa aconteceu aos 30 minutos. Luís Fabiano deu um despretencioso cruzamento para a área e a zaga lusitana vacilou. Nilmar apareceu e concluiu sem ângulo, obrigando o goleiro Eduardo a fazer boa defesa e a bola ainda bateu na trave antes de sair. O atacante do Villareal se movimentava bastante e era o único que levava perigo aos portugueses. Aos 36, Nilmar deu um chapéu no adversário e concluiu de primeira, isolando a bola. Aos 38, enfim, Luís Fabiano apareceu. Maicon avançou pela direita e cruzou para o Fabuloso, que antecipou o zagueiro e cabeceou com perigo.
O primeiro tempo foi fraco tecnicamente e, para piorar, o nervosismo se transformou em jogadas mais ríspidas que obrigaram o árbitro Benito Archundía a amarelar alguns atletas. Felipe Mello, por exemplo, recebeu dura entrada do luso-brasileiro Pepe e, como era de se esperar, minutos depois deu o revide de forma bruta. Resultado? Ambos levaram o cartão amarelo e Dunga resolveu tirar o brasileiro, já que a expulsão era questão de tempo. Em seu lugar, entrou o volante Josué.
No segundo tempo, a Seleção Brasileira piorou ainda mais seu rendimento e deixou Portugal mandar no jogo. Logo aos dois minutos, Cristiano Ronaldo avançou pela esquerda, mas foi bem interceptado pelo zagueiro Lúcio. Aos seis, o astro do Real Madrid cobrou falta, a bola desviou em Pepe e por pouco não traiu o goleiro Júlio César. Cristiano Ronaldo, que jogava sozinho no ataque por opção de Carlos Queiroz, tentava resolver sozinho a partida. De onde pegava a bola, tentava o chute para se aproveitar do tal ‘efeito Jabulani’.
Com muita posse de bola, os portugueses continuavam insistindo. Aos 14, Cristiano Ronaldo partiu para cima e Lúcio, tentando intervir, tocou a bola cruzada para o meio da área brasileira. Raúl Meirelles ficou sozinho, cara a cara com Júlio César, mas viu o arqueiro da Inter de Milão sair muito bem do gol e evitar que o placar fosse aberto. O Brasil jogava muito mal. Júlio Baptista nada fez no jogo e foi substituido, tardiamente, por Ramires. Luís Fabiano, que também não conseguiu um bom domínio de bola, saiu para a entrada de Grafitte. Nada mudou, a não ser a última boa chance do jogo, em um chute de Ramires que desviou na zaga lusitana e obrigou o goleiro Eduardo a fazer uma bela defesa de mão trocada.
Para o bem do futebol, o juiz terminou a partida. Muito se esperava deste duelo e pouco se viu dentro de campo. Jogo fraco tecnicamente, com duas equipes pouco inspiradas e que jogaram apenas para cumprir tabela, já que Brasil e Portugal já estavam classificados. A Seleção Brasileira terminou na liderança do grupo G com sete pontos (duas vitórias e um empate), enquanto os portugueses ficaram com a segunda vaga, somando cinco pontos (uma vitória e dois empates).
Suíça 0 X 0 Honduras
Os suíços tinham a faca e o queijo na mão. No duelo contra a equipe da América Central, precisavam apenas vencer para avançarem às oitavas de final da Copa do Mundo. Mas num jogo muito fraco tecnicamente, a Suíça mostrou novamente ter um sistema defensivo sólido, mas esbarrou na falta de ofensividade, já demonstrada há um bom tempo, e ficou no 0 a 0, resultado que eliminou as duas seleções.
A falta de qualidade das duas equipes pesou desde o início. O único lance perigoso da primeira etapa aconteceu aos 16 minutos, quando Barnetta cruzou para a área e Derdyiok cabeceou rente a trave. Esse foi o primeiro tempo. Só isso? Sim, apenas isso. Suíços e hondurenhos bem que tentaram, tiveram força de vontade e física, mas a falta de qualidade técnica brecou qualquer iniciativa.
É óbvio que no segundo tempo as coisas pouco mudaram. O único diferencial foi que o jogo ficou mais aberto, já que a Suíça saiu de trás para buscar o gol que lhe daria a classificação e deixou espaços na defesa, chamando os hondurenhos para o contra-golpe. Aos oito, Alvarez fez boa jogada, driblou o adversário e cruzou na medida para David Suazo, que cabeceou para fora, mas a bola passou bem perto. A resposta dos suíços veio aos 16, em jogada de Barnetta e boa defesa de Noel Valladares. Dois minutos depois, o goleiro hondurenho precisou intervir novamente e defendeu um chute rasteiro de Derdyiok.
No contra-ataque, Honduras até levava perigo, como fez aos 26, quando Suazo avançou com a bola e passou com açúcar para Alvarez, que chutou e viu o goleiro Benaglio fazer ótima defesa. Dez minutos depois o atacante Frei cruzou e Derdyiok, no primeiro pau, tentou pegar de primeira e deu uma incrível furada. Nada melhor para definir o jogo. As duas equipes não apresentaram quase nada e se despediram do Mundial.
Chile 1 X 2 Espanha
O confronto de língua espanhola era vida ou morte para espanhóis e chilenos. A Espanha, que chegou muito badalada à África do Sul, decepcionou e precisava realizar uma boa partida para voltar a ter força. O Chile, por sua vez, chegou como mero coadjuvante e se destacou vencendo os dois primeiros confrontos, algo que, mesmo assim, ainda não havia garantido a equipe no mata-mata. Assim, a ‘Fúria‘ venceu os chilenos por 2 a 1 num jogo bem disputado, terminou na liderança do grupo H e, de quebra, levou o adversário para a próxima fase também.
A partida foi bastante corrida desde o início. Com equipes leves, Espanha e Chile tentavam furar o bloqueio adversário com a bola no chão, tocando muito e com alguma velocidade. A primeira chance do jogo foi de ‘La Roja‘. Aos nove, o ex-palmeirense Valdivia começou a jogada, tocou para Beausejour, que cruzou rasteiro para o meio da área e González concluiu de forma bizarra, mandando a bola para muito longe.
Entretanto, os chilenos sofreram o primeiro golpe em um erro cometido por Valdivia, que tentou fazer graça no campo de ataque e perdeu a bola para o zagueiro Piqué. O jogador do Barcelona deu um lançamento em profundidade para Fernando Torres e o goleiro Claudio Bravo saiu desesperado, sem necessidade, na intermediária para tentar tirar a bola de carrinho. David Villa agradeceu e, de primeira, chutou para marcar um belo gol e abrir a contagem.
Com o gol a Espanha cresceu e partiu para cima. O segundo tento aconteceu aos 36 minutos. Iniesta puxou o contra-ataque, trocou passes com Villa e mandou para o gol com categoria, marcando o segundo gol espanhol. Além disso, o lance chamou atenção por outro motivo. Enquanto os espanhóis desenvolviam a jogada, fora do lance o atacante Fernando Torres tropeçou no pé de Estrada, a jogada prosseguiu e o árbitro assinalou o gol. Porém, enquanto os jogadores da ‘Fúria‘ comemoravam, o juiz Marco Rodriguez, do México, foi atrás de Estrada que já tinha amarelo e expulsou o chileno, causando indignação nos jogadores. De fato, o árbitro se equivocou absurdamente.
Com a vantagem no placar, parecia que a Espanha venceria o jogo facilmente com uma goleada. Entretanto, mesmo em desvantagem e com um homem a menos, o Chile surpreendeu no início da segunda etapa. O treinador Marcelo ‘El Loco’ Bielsa tirou o inoperante Valdivia de campo e colocou Rodrigo Millar em seu lugar no intervalo. No primeiro lance efetivo dos últimos 45 minutos, Millar recebeu a bola de Alexís Sánchez e chutou da entrada da área. A bola desviou em Piqué e traiu Casillas, que nada pôde fazer.
Daí para frente, as duas equipes diminuíram o ritmo e pouco fizeram. Ambos pareciam estar satisfeitos com o resultado e assim ficou até o final. A Espanha terminou na liderança do grupo H com seis pontos (duas vitórias e uma derrota) e, dessa forma, enfrentará Portugal nas oitavas de final. O clássico europeu dos países vizinhos, acontecerá na próxima terça-feira (dia 29), na Cidade do Cabo, às 15h30.
O Chile, por sua vez, fez a mesma pontuação que a ‘Fúria‘, mas ficou na segunda posição por ter marcado um gol a menos. Os comandados de ‘El Loco’ Bielsa enfrentarão o Brasil na próxima fase, dia 28 (segunda-feira), no estádio Ellis Park, em Joanesburgo.