A comitiva da seleção camaronesa de futebol recusou-se este domingo a embarcar no avião que os devia transportar para o Brasil, onde vai disputar o Mundial 2014, por desacordo nos prémios de participação. Fonte da federação garantiu entretanto à AFP que «o problema foi resolvido durante o dia e a comitiva deve abandonar os Camarões esta noite».

De acordo com o jornal francês L’Equipe, os jogadores dos leões indomáveis, após a vitória frente à Moldávia, num jogo de preparação, boicotaram a cerimónia de entrega à equipa da bandeira dos Camarões, com a presença do primeiro-ministro camaronês, e na qual acabou por ser a equipa técnica, liderada pelo selecionador Volker Finke, a receber o símbolo nacional.

A questão parecia resolvida quando os futebolistas aceitaram suspender a greve aos treinos a 23 de maio e jogar o amigável com a Alemanha (2-2), enquanto aguardavam o acordo com a federação camaronesa quanto aos prémios, cujos valores oferecidos não corresponderam às expetativas dos jogadores.

A seis dias da sua estreia no Mundial2014, frente ao México, no próximo sábado, os jogadores, ainda segundo o L’Equipe, ameaçaram permanecer em Yaundé até que o conflito com a federação seja resolvido.

O selecionador Volker Finke está confiante que tudo se resolva em poucas horas. «Tenho a certeza que o problema vai ser resolvido e vamos partir ainda esta tarde ou noite», afirmou à Reuters. 

Em 2002, antes do Mundial disputado na Coreia do Sul e no Japão, ocorreu um caso similar quando a equipa permaneceu num hotel na localidade francesa de Roissy até alcançarem os valores monetários desejados. Depois, na competição, acabaram por ser eliminados na fase de grupos.