A falta de um técnico efetivo – e a disposição absurda da CBF de esperar um ano pelo italiano Carlo Ancelotti – começa a provocar estragos. Com um futebol ruim, desorganizado, sem esquema, a Seleção Brasileira perdeu por 4 a 2 para Senegal, nesta terça-feira, em Lisboa.

Em três amistosos sem técnico, o Brasil já perdeu duas vezes – e sem qualquer resquício de bom futebol, nem mesmo na goleada diante de Guiné.

No primeiro tempo, especialmente nos minutos iniciais, a Seleção ainda mostrou alguma competência. Aos poucos, os africanos perceberam que o adversário não era tão assustador assim. Deixaram a cautela de lado, empataram e, no segundo tempo, atropelaram os brasileiros com um futebol muito mais competente, de velocidade, força e técnica. O Brasil foi um desânimo neste período.

Nem Vinícius Júnior se salvou. Insistiu demais nas jogadas individuais, exagerou em alguns momentos e foi pouco produtivo, a não ser para o passe preciso a Paquetá (foto, com Marquinhos, Vini e Militão) para o primeiro gol, aos 10 minutos. Aos 14, o árbitro chegou a marcar pênalti em Vinícius Júnior, mas a equipe de vídeo assinalou impedimento do jogador no início da jogada.

Ao 22, quando deixou o esquema cauteloso de lado, Senegal empatou. E foi um golaço: Diallo bateu de primeira, de perna esquerda, e acertou a rede. Um a um.

A vitória de Senegal começou a se confirmar logo no início da fase final. Aos sete minutos, Senegal trocou passes e, depois do toque de cabeça para a área, Marquinhos marcou contra. Dois a um. Três minutos depois, o atacante Mané, um dos melhores em campo, deixou a marca de seu talento: recebeu na esquerda, desviou para o meio e, mesmo com muitos jogadores à frente, bateu em curva, cruzado, no ângulo esquerdo de Éderson. Três a um.

Aos 13, o Brasil descontou com Marquinhos, em um lance acidental, mas a esperada reação brasileira limitou-se a cruzamentos, lançamentos altos para o ataque (sempre dominados pelos fortes zagueiros africanos) e pouca força.

Para completar, Éderson fez pênalti aos 50 minutos, que Mané bateu com categoria aos 52 fechando o resultado de 4 a 2, justo, para Senegal.

Espera-se, agora, que as atuações ruins da equipe e a falta de organização mudem a decisão dos dirigentes. Não dá para esperar um ano por um treinador, independentemente da competência do escolhido, ou apostar em um interino como Ramon Menezes. O futebol precisa de organização – e isso a Seleção não tem mais.