Raio-X Copa 2018: Lukasz Piszczek

A solidez na lateral polonesa atende pelo experiente (e discreto) aurinegro

Adriano L. Motta
Blog De Bate e Pronto

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Muitos nomes de peso passaram pelo Borussia Dortmund nos últimos anos. Klopp, Aubameyang, Götze, Lewandowski… Uma geração que recolocou os aurinegros de volta aos lugares mais altos no futebol alemão. Esses nomes chegaram e saíram: alguns queridos, outros odiados. Um deles está no time desde 2011 e, mesmo não sendo um grande craque, marcou seu nome para sempre na história do clube: Lukasz Piszczek.

Anos pré-Borussia

Piszczek é um dos nomes mais conhecidos da atual geração polonesa, até por estar jogando há anos em uma das maiores equipes do mundo. Apesar de não querer voltar a jogar em seu país de origem, foi lá onde ele começou sua carreira. Em 2004, aos 19 anos, já era o ponta titular do Zagłębie Lubin. Chegou até a ser o artilheiro do Europeu sub-19 daquele ano. Seu desempenho chamou a atenção do Hertha Berlim, que pagou módicos 500 mil euros por seu passe ao final da temporada 2004/2005 e o manteve emprestado no Lubin por mais três anos.

foto: Mieczyslaw Michalak

À época, jogando na ponta direita, causava pânico aos adversários com suas corridas. Fez 14 gols durante os três anos em Lubin e ainda conseguiu um feito marcante: em 2007, ajudou o Zagłębie a conquistar a Ekstraklasa pela segunda vez em sua história. Foi também um dos dois únicos campeonatos poloneses do século não vencidos por um time de Cracóvia ou Varsóvia, as duas maiores cidades do país. Graças ao título, o Zagłębie fez uma das raras aparições europeias da equipe, apesar de não ter ido muito longe na competição. Ainda foi punido em 25 mil euros por ter participado em um esquema de manipulação de resultados em uma partida contra o KS Cracóvia, em 2007.

Após os anos de brilho no país vizinho, o Hertha decidiu que era hora de integrá-lo ao time novamente. Se manteve jogando mais à frente em seu primeiro ano na Alemanha, mas teve uma lesão grave que o afastou dos gramados durante toda sua segunda temporada no time de Berlim. Quando se recuperou, foi recuado para a lateral direita. Foi aí que Piszczek começou a ganhar destaque em terras germânicas.

Borussia Dortmund: de 2010 para sempre

As sólidas temporadas de um lateral dinâmico e ofensivo em Berlim chamaram a atenção do Borussia Dortmund, que o contratou após seu vínculo com o Hertha expirar. Na época, os aurinegros ainda estavam construindo a base do time que encantou o mundo nos anos seguintes. Já havia Klopp, Hummels e em 2011 chegaram Piszczek, Lewandowski e Kagawa. No mesmo ano, ganharam a Bundesliga e a Europa League com um futebol rápido, de altíssima intensidade e qualidade.

foto: flickr

Nos três anos seguintes, manteve a qualidade que lhe é característica, com no mínimo 10 assistências em cada temporada. No entanto, uma lesão no quadril em 2015 o deixou de fora por metade de um ano. Quando retornou, nunca mais foi o mesmo. As assistências diminuíram e o lateral ofensivo e veloz foi convertendo-se cada vez mais em um jogador com mentalidade defensiva e precisão no posicionamento. Sua última renovação com o Borussia teve um misto de dúvidas acerca de seu desempenho, mas ainda está lá provando sua qualidade mesmo aos 33 anos. Só ele e Schmelzer estavam na geração de 2011 e ainda permanecem no clube. Já anunciou que pretende se aposentar nos aurinegros. Sem que nem todos notassem sua presença, tornou-se histórico. Está no top-15 de jogadores que mais atuaram no clube, com 299. Caso continue para a próxima temporada, deve ultrapassar Mats Hummels e se tornar o 12° com mais partidas na história do clube.

Seleção

foto: Kuba Atys

Fez sua estreia em 2007 durante um amistoso contra a Estônia. Ficaria de fora da Euro 2008, a 1° Eurocopa da história polonesa, mas foi chamado quando Błaszczykowski se lesionou. Jogou uma partida, mas teve uma lesão que o tirou um ano dos gramados e acabou cortado.

Em 2011, ficou suspenso da seleção polonesa devido ao escândalo de manipulação de resultados. Ainda assim, isso não o impediu de participar da Euro 2012 no seu país. Mesmo jogando em casa, a seleção foi eliminada na primeira fase sem vencer nenhuma partida. Seis anos depois de sua estreia com a Polônia, conseguiu marcar seu primeiro gol pela seleção, em um amistoso contra a Ucrânia. Classificou o time à Euro 2016, competição na qual a seleção fez sua melhor campanha da história. Só parou nas quartas de finais contra a França, dona da casa. Nesse mesmo jogo contra os franceses, fez sua 50° partida com a camisa alvirrubra. Foi membro importante na campanha de classificação da Polônia à Rússia e adicionou mais 18 jogos à sua conta. Mesmo não sendo um craque, Lukasz Piszczek jamais será esquecido.

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Adriano L. Motta
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Tiozão de 19 anos e corneta de marca maior. Fanático por esportes, Bukowski, Aviação e descobrir novas coisas.