Raio-X Copa: Axel Witsel

Mesmo fora dos grandes centros, o motorzinho do meio de campo belga consegue se manter em alto nível para jogar pelos Red Devils

Erick Barbosa
Blog De Bate e Pronto

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Para quem assiste a seleção belga, é difícil imaginar a equipe sem Axel Witsel. No entanto, esse era um cenário possível. Filho de pai martinicano, o jogador de 29 anos poderia ter optado por defender a seleção francesa. Escolheu defender seu país natal, e de quebra é o motorzinho do meio de campo da melhor geração belga da história. A carreira de Witsel em clubes também está atrelada ao local de origem. Começou no futebol aos 7 anos, no RRC Vottem, e foi para o RCS Visé aos 9. Os dois clubes são de Liège, cidade onde o meia nasceu.

Jogador de raiz

Axel chamou a atenção desde cedo de quem o via jogar, com seus passes precisos e estilo de jogo refinado. Aos 10 anos, entrou nas categorias de base do Standard Liège. Completou sua formação como jogador em sua cidade natal, se profissionalizando no Standard no final de 2006. Nos 12 anos a serviço do clube, foram 194 partidas pelos Les Rouches. Marcou 45 gols e deu 18 assistências, desfilando pelos gramados sua comemoração característica com as mãos após balançar as redes. Ganhou da federação belga o prêmio de Jogador do Ano na temporada 2007/08. Atuou por alguns anos junto com Marouane Fellaini, outro jogador de destaque da atual seleção. O bom futebol e a versatilidade apresentadas por Witsel no campeonato belga despertaram o interesse de grandes clubes europeus, mas o meia central acabou indo para o Benfica na temporada 2011/12. Em Lisboa, Axel foi jogador-chave para o esquema do técnico Jorge Jesus. Aproveitando a valorização do meia, os encarnados venderam Witsel no começo da temporada 2012/13 ao Zenit por €40M, lucrando €31M no processo.

Witsel fazendo seu tradicional “W” após marcar gols (Foto: deredactie.be)

Longe dos holofotes

Witsel foi fundamental para o Zenit durante o período que jogou lá (Foto: hasilakhir.com)

Mesmo longe dos grandes centros, Witsel atuava em alto nível. Em São Petersburgo, ganhou um Campeonato Russo, uma Copa da Rússia e duas Supercopas Russas. Axel era uma peça importante para o meio de campo do Zenit. O meia atuou em 40 partidas por competições europeias, 24 na Champions League e 16 na Europa League, sendo titular em todas. Sobreviveu a duas trocas de técnicos, sempre mantendo seu espaço no time titular. Em janeiro de 2017, no entanto, Witsel se distanciou ainda mais dos holofotes. Na janela anterior, o jogador manifestou publicamente seu desejo em sair do Zenit rumo a uma das principais ligas europeias. Apesar do interesse da Juventus no meia, Axel não resistiu à farta oferta do Tianjin Quanjian. O clube chinês ofereceu cerca de €900 mil por mês, e Witsel decidiu mudar-se para lá. Em um ano e meio jogando na Ásia, ele já fez 47 partidas, fazendo 6 gols e dando 3 assistências. Ao lado de outros jogadores de destaque, como Alexandre Pato, já alçou o Tianjin a outro nível. No primeiro ano do clube na Super League chinesa, a 1ª divisão do país, o belga levou sua equipe ao 3º lugar, conquistando uma vaga na AFC Champions League. O time está nas quartas de final, com a competição continuando após a Copa. Axel ainda pode levar o Tianjin a dois títulos nessa temporada.

Carreira nos Red Devils

Witsel passou por todas as seleções de base da Bélgica, estreando na seleção principal em 2008. Após 8 partidas pelos Red Devils, perdeu um pouco de espaço e voltou ao sub-21. Após a Copa de 2010, torneio que os belgas não disputaram, Witsel voltou a figurar na seleção principal. Desde então não saiu mais, jogando a Copa de 2014 e a Euro 2016, além das eliminatórias para os torneios. Axel se estabeleceu como o motorzinho do meio de campo belga, ajudando a ligação entre defesa e ataque e marcando presença nas duas áreas. Faz parte da considerada melhor geração belga da história. O grupo, no entanto, ainda não fez jus às expectativas do torcedor Rouge. As quedas nas quartas de final das duas competições deixaram a Bélgica longe de superar suas melhores campanhas. 2018 pode ser a última chance dessa equipe ao menos igualar o 4º lugar da seleção de 1986. A cobrança é enorme, e todos estarão de olho nos Red Devils. Witsel está de volta aos holofotes.

O meia é dono da camisa 6 belga (Foto: foxsports.com.br)

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Erick Barbosa
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O amor me levanta, o aprendizado me deixa em pé e o esporte me move.