Suíça chega ao mundial com problema de Copas passadas
A seleção da Suíça foi a última a divulgar os convocados para a Copa do Mundo. A lista não teve nenhuma surpresa, mas teve a baixa de um jogador importante: Admir Mehmedi, que não conseguiu se recuperar a tempo de um entorse no pé.
Dos 26 nomes divulgados por Vladimir Petković, portanto três foram cortados e não vão ao mundial: o goleiro Gregor Kobel (Hoffenheim), o defensor Silvan Widmer (Udinese) e o meia Edmilson Fernandes (West Ham).
Os convocados, em sua maioria, estiveram na Copa de 2014. Como abordado no último post, os problemas suíços, apesar de minimizados, ainda permanecem.
Assim como a equipe que disputou o último mundial, existem sérias dificuldades para atacar, devido a falta de bons nomes para ajudar o setor de criação da equipe. Por outro lado, o que não deixa a desejar é o setor de defesa contando com várias opções para estacionar o ônibus quando for preciso.
Recentemente, o jogo que demonstrou exatamente essas características foi a partida decisiva de playoff contra a Irlanda do Norte, no qual a Suíça saiu vencedora com um gol originado de um pênalti duvidoso. Uma vez na frente do placar, o time manteve a vantagem até o final dos 180 minutos do confronto.
Ao longo das eliminatórias, Petkovic usou sempre variações do esquema que tem o 4–5–1 como base. A maioria das vezes utilizou do 4–2–3–1, mas também foi utilizado o 4–1–4–1, normalmente quando o adversário era inferior tecnicamente.
A parte de trás do time parece estar bem definida e sólida. O time conta com dois laterais bem experientes e equilibrados, Lichtsteiner e Ricardo Rodrigues, e dois centrais, Schär e Djourou. Os quatro defensores foram os titulares na Copa de 2014 e apresentaram boas performances. Quando alinhados juntos, só tomaram dois gols em quatro jogos. Na reserva a Suíça ainda conta com o bom goleiro Burki e Arkanji, zagueiro promissor que fez boa temporada pelo Borussia Dortmund.
Assim como a linha defensiva, o meio de campo da seleção é bem marcador. Mas essa é justamente a fragilidade do time suíço, pois o sistema ofensivo e criativo do time fica comprometido. Para exemplificar, o volante mais ofensivo, responsável por dar início a construção de jogadas, é o conhecido Xhaka. Apesar de muito vigor e boa técnica, ele talvez seja o mais defensivo dos meio-campistas no Arsenal.
Os outros nomes de meio campo são igualmente conhecidos pela sua capacidade de marcação: Inler, Freuler, Behrami e Zakaria. Petkovic vem utilizando o veterano Dzemaili como o meio campo armador do time, o que escancara a falta de opções. Na atual temporada pelo Bologna, ele não deu nenhuma assistência para gol e sua média de passe para finalização é de menos de um por jogo.
Se o meio não possui muita criatividade, a deficiência se repete no ataque. O time joga com dois jogadores abertos pelo lado, Shaqiri e Mehmedi, ambos sendo os jogadores que mais castigam o adversário. Com a ausência do segundo nome, o técnico Petkovic deve utilizar Embolo ou Zakaria.
Imaginava-se que Embolo seria o atacante ideal para a Suíça na Rússia. Ele despontou no Basel, porém, o futuro de bastante sucesso e protagonismo para a joia suíça não ocorreu até agora. Além de não ter se comprovado o talento que parecia ser, o atacante sofreu uma lesão grave e ficou de fora dos gramados por 9 meses, perdendo quase toda temporada 17/18.
Com a lesão de Mehmedi, Embolo parece seu provável substituto, deixando a posição mais ofensiva nos pés de Seferovic, atacante que já foi até vaiado em jogos das Eliminatórias. O atacante marcou apenas quatro gols na temporada pelo Benfica.
Em resumo, o time da Suíça conta com bons valores, principalmente na parte defensiva. Sem dúvidas a equipe de Petkovic terá que contar muito com o bom funcionamento deste sistema, e colocar as esperanças ofensivas nos pés de Shaqiri e talvez de Embolo.
Até a estreia na Copa, contra o Brasil, no dia 17 de junho, a Suíça ainda terá dois amistosos, contra a Espanha e o Japão. Talvez esses dois jogos dêem uma boa amostragem do que esperar do time, uma vez que os dois adversários são condizentes com os confrontos que terá em seu grupo.
Apesar dos problemas ofensivos da equipe, é perfeitamente plausível a classificação para as oitavas da seleção Suíça. Porém, se der a lógica, ela irá se classificar em segundo e provavelmente pegará a atual campeã mundial Alemanha, que deve passar em primeiro em seu grupo. Caso isso aconteça, pode-se recorrer aquela velha máxima do futebol: em jogos de mata a mata tudo pode acontecer.
Os convocados:
Goleiros: Roman Bürki (Borussia Dortmund), Yvon Mvogo (RB Leipzig) e Yann Sommer (Borussia Mönchengladbach).
Defensores: Manuel Akanji (Borussia Dortmund), Johan Djourou (Antalyaspor), Nico Elvedi (Borussia Mönchengladbach), Michael Lang (Basel), Stephan Lichtsteiner (Juventus), Jacques-François Moubandje (Toulouse), Ricardo Rodríguez (Milan) e Fabian Schär (Deportivo La Coruña).
Meio-campistas: Valon Behrami (Udinese), Blerim Dzemaili (Bologna), Gelson Fernandes (Eintracht Frankfurt), Remo Freuler (Atalanta), Xherdan Shaqiri (Stoke City), Granit Xhaka (Arsenal), Denis Zakaria (Borussia Mönchengladbach) e Steven Zuber (Hoffenheim).
Atacantes: Josip Drmic (Borussia Mönchengladbach), Breel Embolo (Schalke), Mario Gavranovic (Dínamo Zagreb) e Haris Seferovic (Benfica)
