Serginho, do vôlei, em exclusiva: “O esporte transforma”

Crédito foto: Reprodução / Facebook oficial Serginho Escadinha

Aquele garoto que morava em Pirituba, São Paulo, tinha tudo – e mais um pouco – para dar errado na vida. É assim que Serginho comenta sobre sua trajetória, que teve um rumo positivo com o esporte. Agora, para dar mais oportunidades à crianças e jovens, se tornou embaixador de um projeto e lançou o IS10.

“A plataforma foi lançada pela BV Financeira e nós, do Instituto Serginho 10, fomos convidados para participar junto com o projeto de outros atletas como o Flávio Canto, Ana Moser, Bob Burnquist, Marcelinho e Mauro Menezes. São diversas ações que trabalham não apenas o esporte, mas o lado social”, explicou o atleta.

Segundo explicou o atleta, o “Instituto Serginho 10” será um local de aulas de vôlei. Tanto para crianças quanto para adultos. Haverá também vôlei sentado e adaptado, para idosos da Melhor Idade.

“Eu brinco que o espaço será para pessoas de zero a cem anos de idade. Nosso objetivo é acompanhar as crianças que precisam estar na escola e seu rendimento dentro da sala. Sempre apoiando para mantê-las no ambiente escolar. Além disso teremos muitos campeonatos”, acrescentou o campeão Olímpico.

O esporte transforma

Serginho já foi empacotador, office boy e vendedor ambulante de produtos de limpeza. Chegou a perder amigos para o tráfico e o apelido “Escadinha” surgiu pelo dialeto usado pelo atleta – além de fazer referência a um dos maiores traficantes do Brasil. Mas, foi no vôlei que Serginho viu a sua vida ser transformada.

“O esporte transforma. Para quem não tinha nada, não tinha nem prospecção de um futuro, as vezes o esporte é a saída de uma vida sem futuro e a entrada para uma vida de valores. O vôlei me deu valores que eu tento passar adiante. Sem ele, eu poderia ter me perdido por aí, podia nem estar vivo”, comentou o atual líbero do Corinthians.

Por conta da trajetória vitoriosa no esporte, Serginho decidiu que ajudar o outro, por meio do esporte, era uma das maneiras de mudar o mundo. Foi aí que surgiu a ideia do Instituto, sediado em Guarulhos, São Paulo.

“Não tem muito incentivo para o esporte não. Mas, temos que valorizar aqueles que pensam no futuro do país e das crianças. Tem gente preocupada com isso e incentivando sim. Pequenos grãos podem fazer a diferença”, disse Escadinha.

O Instituto

O”Instituto Serginho 10″ visa alcançar as crianças através do esporte e da educação, trabalhando três pilares: a prática do vôlei como modalidade base da construção esportiva do instituto; formação de profissionais para difundir o conhecimento e amplificar os fundamentos técnicos e pedagógicos e o apoio a projetos que fomentem a transformação ladeado com os princípios do instituto.

“A gente tem que começar e ter parceiros assim, que topam na hora e acreditam em você. É tudo o que a gente precisa. A BV, quando soube da minha ideia de abrir um centro de treinamento, na hora veio oferecer para fazer parte e criarmos algo bem maior do que pensávamos”, afirmou Serginho.

Seleção Brasileira e paixão pelo vôlei

Foi assistindo jogos da Seleção pela televisão que Serginho começou a se interessar pelo vôlei. A persistência nas peneiras e a ajuda de professores e colegas de quadra fizeram com que ele não desistisse do esporte.

“Quando a Seleção ganhou seu primeiro ouro Olímpico, eu olhava aqueles caras e pensava: ‘Eu quero ser como eles’. Minha mãe me deu uma bola de vôlei achando que era de futebol e eu jogava sozinho na ladeira de casa. Eu queria ser como aqueles heróis”, contou o jogador.

Crédito foto: Reprodução / Facebook oficial Serginho Escadinha

Corinthians e aposentadoria

Depois de tantas peneiras e um legado no vôlei, Serginho anunciou sua aposentadoria da Amarelinha. Mas, ainda há tempo para curtir a realização de um sonho: representar o Corinthians.

Crédito foto: Divulgação / Site oficial CBV / Nicolas Ornellas / Corinthians-Guarulhos

“A sensação é a das melhores, pois sou corintiano doente, e representar o clube através do voleibol é um privilégio. Sempre foi um sonho poder jogar pelo Corinthians e eu achava que seria impossível. Só acreditei mesmo quando eu coloquei a camisa”, concluiu o camisa 10.

Sobre a aposentadoria, Serginho é direto: “Já ganhei tudo o que eu tinha que ganhar e por isso decidi que eu iria viver mais minha vida. Além disso, estou abrindo a porta para outros jogadores”, finalizou.

Acesse e leia nossos “Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol” 20142015 e 2016, com os casos de preconceito e discriminação no esporte brasileiro aqui.

Fonte: Esporte Tudo

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